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Casos Clínicos: Transtorno de Ansiedade Generalizado


(TAG) | Ligas
LIPSI-DF Liga Acadêmica de Psiquiatria do Distrito Federal
 7 min • 4 de ago. de 2020

 Índice

1. Confira o vídeo:
:
Área: Psiquiatria

Autores: Daniel de Sabóia Oliveira

Revisor(a): Vinícius Uler Lavorato

Orientador(a): Dra. Lair da Silva Gonçalves

Liga: Liga Acadêmica de Psiquiatria do Distrito Federal (LIPSI-DF)

Apresentação do caso clínico

B.S.K.D., 23 anos, homem cis, heterossexual, branco, solteiro, espírita,


estudante do 6º ano do curso de medicina, brasiliense.

“Eu não consigo fazer nada direito, passo o dia preocupado, engordei,
não consigo dormir e estou cansado”.

Paciente buscou atendimento no pronto-socorro do Hospital


Regional da Asa Norte – HRAN -, após sair de uma palestra em sua
faculdade. Ao encontro do médico, relata que há 8 meses não está
conseguindo concentração suficiente para estudar e tem estado
muito tenso. Afirma que está bem preocupado em relação às provas
de residência e, no contexto da pandemia, tem ficado muito ocioso e,
atrelado a isso, come de forma compulsiva o que o levou a um
aumento de peso ponderal, 6Kg em 3 meses. Recentemente, perdeu
sua avó a qual foi responsável pela sua criação. Voltou a roer as unhas,
hábito que havia deixado de lado há mais de 4 anos. Refere não estar
conseguindo dormir bem, pois fica durante horas pensando em
vários afazeres, preocupações. Sente-se desconfortável e irritado
quando é questionado em seu rodízio de internato, visto que afirma
ter sensações de “branco”. Buscou atendimento com o psicólogo de
uma Unidade Básica de Saúde onde tem estágios de Medicina de
:
Família e Comunidade, mas não se sentiu confortável com a
abordagem do profissional, abandonando o tratamento após a
segunda sessão.

Paciente relata nascimento por parto natural, sem intercorrências na


gestação, a termo. Possuía alimentação saudável com
acompanhamento nutricional, antes de começar a aparecer os
sintomas. Atualmente, tem aumentado a ingesta de açúcar e gordura.
Nega uso de drogas ilícitas e refere ingesta alcóolica socialmente.

Possui vida sexual ativa com parceira exclusiva – ambos utilizam


métodos de barreira.
Não apresentou o cartão de vacinas, todavia refere estar atualizado.

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Nega doenças na infância, doenças congênitas, infecciosas ou


neoplásicas.
Nega internações anteriores, cirurgias prévias. Nega uso de
:
medicação contínua.

Nega alergias,

Pai, 55 anos, diabético e portador do Transtorno afetivo bipolar. Mãe,


50 anos, hígida.
Refere que avó materna e tia materna têm Transtorno depressivo.

Mora em casa própria, 9 cômodos, com saneamento básico. Os pais


são provedores do lar.

Exame de Estado Mental: boa aparência, bem vestido, higiene


preservada, postura sem alterações e expressão facial preocupante.
Leve agitação psicomotora, ansioso, triste, levemente irritado.
Desesperançoso; fala rápida. Bem orientado no tempo e no espaço,
alerta, apresenta certo grau de distração.

Diagnóstico

O diagnóstico mais provável é o de Transtorno de ansiedade


generalizada (TAG).
O diagnóstico no TAG é basicamente clínico. A agitação e a tensão
muscular são os únicos critérios que podem ser encontrados no
exame físico.
Os critérios necessários para diagnosticar esse transtorno, de acordo
com o DSM-IV-TR, são: (1) ansiedade e preocupação excessiva
persistindo por mais de 6 meses; (2) paciente refere não controlar a
preocupação; (3) sintomas apresentados (pelo menos 3) –
inquietação, fatigabilidade, dificuldade de concentração,
irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono. (4) ansiedade
e preocupação; (5) sofrimentos clínicos causados pela ansiedade e
preocupação – funcionamento social ou ocupacional. Assim, ao
:
menos três dessas características têm de estar presentes para
suspeitar de TAG.

Diagnóstico diferencial

Depressão ansiosa; ataques de pânico ou ansiedade antecipatória;


ansiedade social; sintomas de hiperexcitação relacionados a
transtorno de estresse pós-traumático; tremor obsessivo;
hipocondria; ansiedade paranoide associada a psicose ou transtorno
de personalidade.

Etiologia

Pesquisas recentes têm demonstrados que, mediante análise dos


circuitos neurobiológicos encefálicos, há certa alteração na estrutura
e função da amígdala – estrutural central relacionada ao medo. O
estudo mostrou que crianças e adolescentes com TAG apresentavam
volumes amidaglares direito e total maiores. Evidenciaram, também,
aumento da atividade cortical e diminuição da atividade dos gânglios
basais, explicando, portanto, a presença de alerta e hipervigilância.
Em outro cenário, fora proposto que alterações nos receptores de
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GABA,
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em relação a sua densidade, podem ser causas para o TAG.

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Outras teorias psicológicas
 embasam o possível surgimento do TAG.
Exemplo disso, pontuaram a respeito da ausência de emoções por
parte dos pais, superproteção, ambivalência em relação a cuidadores
entre outros.

Conclusão
:
Após a anamnese, a equipe decidiu iniciar o tratamento com
venlafaxina de liberação controlada, todavia, o paciente preferiu
utilizar os inibidores seletivos de receptação de serotonina (ISRS)
associado à psicoterapia de abordagem Cognitivo-comportamental.
Paciente voltou depois de 2 semana e já referia melhora em seu
humor e queixou-se de falta de libido, sudorese e taquicardia. O
médico explicou que os efeitos adversos podem aparecer e que são
não houver melhora desse quadro apresentado, trocará para
buspirona. A hipervigilância e a insônia ainda estavam presentes e,
com isso, o paciente teve de iniciar com um benzodiazepínico para
conseguir controlar seu sono que, ainda, estava prejudicado.
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 Índice 
A equipe de saúde ratificou a importância de o paciente criar um
vínculo com a psicoterapia e que dê continuidade ao tratamento,
mesmo quando seu quadro do humor estabilizar completamente.

Questões para orientar a discussão

1. Qual é a hipótese diagnóstica?

2. Como é o curso desse transtorno?

3. Como é feito seu diagnóstico?

4. Quais são os diagnósticos diferenciais?

5. Qual o tratamento recomendado?

Respostas

1. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG).


:
2. Pode iniciar em qualquer período da vida, sendo que quando iniciar
entre as duas primeiras décadas de vida o prognóstico pode vir a ser
menos favorável. presenta caráter crônico, pode vir comórbido com
depressão maior e outros transtornos de ansiedade.

3. O diagnóstico é, na maioria dos casos, basicamente clínico. É


necessário o paciente queixar-se de pelo menos 3 dos respectivos
sintomas: ansiedade, preocupação, tensão, irritabilidade, falta de
concentração, perturbação do sono, tensão muscular, inquietação,
prejuízos sociais ou ocupacionais.

4. Depressão ansiosa; ataques de pânico ou ansiedade antecipatória;


ansiedade social; sintomas de hiperexcitação relacionados a
transtorno de estresse pós-traumático; tremor obsessivo;
hipocondria; ansiedade paranoide associada a psicose ou transtorno
de personalidade.

5. O tratamento recomendado é com os medicamentos mais


modernos como a buspirona, ISRS e ISRSN. Porém, os
benzodiazepínicos ainda são escolhidos para o tratamento. Alguns
estudos mostram melhor eficácia na utilização dos benzodiazepínicos
para tratar os sintomas físicos, em contrapartida os antidepressivos,
ADTs e ISRs com maior eficácia para as manifestações psíquicas.

Confira o vídeo:
:
Você sabe a resposta dessa
questão de residência?
Assinale a alternativa INCORRETA.

O diagnóstico de obstrução
intestinal no recém-nascido
A
geralmente é feito pela
radiografia simples de abdome.

A gastrosquise pode ser tratada


conservadoramente, por não
B
haver exposição das alças
intestinais.
:
O polidrâmnio materno é um
dos sinais de suspeita de má-
C
formação do tubo digestivo do
recém-nascido.

O sinal da dupla bolha é


D característico de obstrução
duodenal.

Na doença de Hirschsprung, é
uma das possíveis causas de
E
obstrução intestinal no período
neonatal.

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