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Centro Universitário UNIVEL Curso de Psicologia Professor: Tiago Rafael Sausen

Ana Carolina Magnabosco Nissen, Crisiane Santos Balicki, Fernanda de


Estudantes Souza Desprinda, Gabriele Arceles Alves, Janisse Medeiros Ferraz, Julia
Luiza Bresolin.

Proposta de Tratamento Farmacológico

MEDICAMENTO: Oxalato de Escitalopram


Descrição do Sintomas apresentados no caso: João de Santo Cristo, morava com
Transtorno sua mãe e seu pai numa fazenda; após a morte de seu pai por um tiro,
começou a ter vários sintomas de nervosismo, aperto no peito,
palpitações, sudorese na frente de situações novas, tinha dificuldade de
dormir, se sentia diferente dos demais. Saiu de casa e foi morar em outra
cidade, arrumou um serviço onde trabalhava o dia todo, mas sentia que
seu corpo respondia de formas contrárias o que ele queria fazer. Pensava
demais e acabava perdendo o sono a noite pensando nos afazeres e ter
que sair na rua, quando lembrava disso sentia os sintomas citados antes.
Sempre teve um comportamento desconfiado e não fazia muitas
amizades, assim com as descrições podemos chegar a um denominador
comum de “Transtorno de Ansiedade Generalizada”.
Diagnostico apoiado pelo DSM-5: No DSM-5 os sintomas Critérios
Diagnósticos 309.21. o transtorno de ansiedade generalizada caracteriza-
se por preocupação excessiva em relação a diversas atividades ou
eventos que estão no dia a dia de uma pessoa. A causa é desconhecida
e o diagnóstico é baseado na história do paciente e nos exames físicos
também. O DSM-5 classifica os seguintes sintomas para o transtorno:
1. Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de
desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o
indivíduo tem apego. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência
ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego.
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de
perigos envolvendo figuras importantes de apego, tais como doença,
ferimentos, desastres ou morte.
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado
leve à separação de uma figura importante de apego (p. ex., perder-se,
ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente).
4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a
escola, o trabalho ou a qualquer outro lugar, em virtude do medo da
separação.
5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem
as figuras importantes de apego em casa ou em outros contextos.
6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir

Disciplina: Psicofarmacologia Resolução de Caso Clínico


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sem estar próximo a uma figura importante de apego.


7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação.
8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex., cefaleias, dores
abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras
importantes de apego ocorre ou é prevista.
A. O medo, a ansiedade ou a esquiva é persistente, durando pelo menos
quatro semanas em crianças e adolescentes e geralmente seis meses ou
mais em adultos.
B. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social, acadêmico, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo.
C. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental,
como a recusa em sair de casa devido à resistência excessiva à mudança
no transtorno do espectro autista; delírios ou alucinações envolvendo a
separação em transtornos psicóticos; recusa em sair sem um
acompanhante confiável na agorafobia; preocupações com doença ou
outros danos afetando pessoas significativas no transtorno de ansiedade
generalizada; ou preocupações envolvendo ter uma doença no transtorno
de ansiedade de doença.
Atuação dos neurotransmissores: São dois principais
neurotransmissores em casos de ansiedade: a serotonina 5-HT, ela
exerce papel de ansiogênico na amigdala e ansiolítico na MCPD. Os
inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) inibem a
recaptação da serotonina e prologam a ação da mesma em seus
receptores, uma das respostas do corpo é aumento de receptores para
glicocorticoides no hipocampo.
O outro neurotransmissor é o GABA principal neurotransmissor inibitório
do SNC, os ansiolíticos facilitam sua ação. Quando combinado com o
receptor, o GABA altera a sua formação, abrindo o canal de Cloro, então
os íons Cl entram na célula e sua concentração exterior é maior. Assim
ocorre uma hiperpolarização da membrana pós sináptica, em
consequência ocorre uma dificuldade de despolarização da sua
membrana que é necessária para gerar impulso nervoso. Os
Benzodiazepínicos reduzem a ansiedade alterando a transmissão
sináptica no encéfalo, estimulando a ação do GABA.
Mecanismo de ação Diante da análise do grupo, o medicamento escolhido para o tratamento
foi o Oxalato de Escitalopram, o fármaco é um ISRS (inibidor seletivo de
recaptação de serotonina). Vale destacar, que o medicamento é
frequentemente classificado como antidepressivo, mas atua em diferentes
transtornos, como por exemplo, no tratamento de transtorno obsessivo
compulsivo (TOC), fobia social, entre outros.

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Os principais sintomas que o medicamento busca reduzir são humor


deprimido, ansiedade, ataques de pânico, comportamento esquivo,
hiperexcitação e distúrbio do sono. Ademais, o tempo de início de ação
do medicamento pode demorar cerca de duas e quatro semanas.
Segundo a bula do medicamento, a absorção do medicamento independe
de ingestão alimentar, a biodisponibilidade é de cerca de 80% em quatro
a cinco horas depois de ingerido, ademais após a distribuição, ocorre a
biotransformação no fígado. Por fim, a eliminação acontece após 30
horas.
Com relação a farmacodinâmica, ele se liga a uma proteína que faz o
transporte de serotonina, inibindo sua receptação pelas membranas pré
sinápticas, por consequência, ocorre o aumento da quantidade de
serotonina disponível, exercendo seus efeitos na regulação do humor e
consequentemente de comportamentos. Além disso, o fármaco é
altamente seletivo, isento de afinidade com receptores dopaminérgicos
D1 e D2, beta adrenoreceptores, colinérgicos, benzodiazepínicos e
opioides. Por fim, o objetivo do medicamento é a completa remissão dos
sintomas atuais, além da prevenção a recaídas.
Para o tratamento inicial do medicamento a dose e de 10mg ou 10 gotas
diárias. Dependendo da resposta individual do paciente, dose pode ser
aumentada para um máximo de 20mg diárias. Recomenda-se um
tratamento pelo período de 3 meses para consolidação da resposta. O
Posologia
tratamento de respondedores por um período de 6 meses pode ser
utilizado para prevenção de recaídas e deverá ser considerado como uma
opção para alguns pacientes; os benefícios do tratamento com Oxalato
de Escitalopram devem ser reavaliados periodicamente.
ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Bulário Eletrônico.
Disponível em: <https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario>. Acesso em: 22
de setembro de 2021.
DSM-5: MANUAL DIAGNOSTICO E ESTATISTICO DE TRANSTORNO
MENTAIS. American Pscichiatricassociation, Porto Alegre: Artmed, 2014.
Bibliografia
STAHL, S. M. Fundamentos de Psicofarmacologia de Stahl: guia de
prescrição [recurso eletrônico] / Stephen M. Stahl; Tradução: Sandra
Maria Mallmann da Rosa; Revisão Técnica: Gustavo Schestatsky. 6. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2019.

Disciplina: Psicofarmacologia Resolução de Caso Clínico

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