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INTRODUÇÃO:
Pseudo é um prefixo utilizado para indicar um teor falso cujo conteúdo não é real ou
verdadeiro. No caso, o título Pseudo-Depressão foi uma referência ao termo utilizado
no livro Fundamentos Psicanalíticos, de David Zimmerman, o uso dele neste artigo foi
escolhido para elucidar não necessariamente uma falsa depressão, mas sobre o discurso
que se faz sobre uma epidemia de depressão e as rotulações psiquiátricas impostas pelo
discurso médico e pelos manuais psiquiátricos; transmitido de forma sensacionalista
pela mídia e pelos dados estatísticos, dando ao paciente a “falsa ideia” de depressão.
METODOLOGIA:
O método escolhido foi o de pesquisa bibliográfica, qualitativa descritiva. No presente
estudo foi realizada uma revisão bibliográfica da literatura disponível, ou seja, fontes
primárias de informação como livros, artigos, dissertações e folhetos explicativos. Os
artigos foram escolhidos através das palavras-chave na base de dados daScielo:
depressão,antidepressivos, indústria farmacêutica, discurso médico, pseudo-depressão,
psicoterapia. Os critérios de exclusão foram: hipotireoidismo, hipertireoidismo,
remissão do episódio psicótico agudo, esquizofrenia, bipolaridade, transtorno bipolar;
devido ao fato da depressão estar presente em doenças endocrinológicas, depressão
bipolar tipo 1 e 2, e após a remissão do episódio psicótico agudo na esquizofrenia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
1. A indústria farmacêutica
“Vivemos uma Geração Prozac”, a frase é de autoria de Elizabeth Wurtzel, jornalista
estadunidense, que em seu livro “Prozac Nation” (Geração Prozac), narra as suas
experiências com a doença. A história de Elizabeth é a história da Geração Prozac, dos
Estados Unidos da Depressão, e ao desfecho da história vemos um amontoado de
pessoas comuns, em suas rotinas, que silenciosamente consumem e convivem com o
Prozac e outros antidepressivos.
2. O discurso médico
Os manuais psiquiátricos atuais abandonaram qualquer pretensão teórica em favor de
uma visão epidemiológica, ou seja, estatística, visando o diagnóstico e tratamento
imediato. A linguagem da “doença” implica que as raízes dessas angústias emocionais
se fundamentam em anormalidades em nosso cérebro e em nossa biologia, comumente
chamados de "desequilíbrios químicos". Isso nos torna cegos para as causas sociais e
psicológicas dessas angústias. Na obra Prática da Psicoterapia, Jung já comentava
sobre esse discurso médico estatístico:
CONCLUSÃO:
A intenção aqui não é dar a impressão de que os antidepressivos são vilões que tem
como função impregnar o cérebro com sua substância e criar viciados em potencial.
Pelo contrário, são aliados no tratamento de uma doença e na preservação de uma vida.
E que tomá-los ou não, não é uma escolha. Não falamos a um doente cardíaco para
abandonar seus remédios, afirmando que o certo é deixar o coração bater sozinho e se
fortalecer. Assim também não se deve privar o sujeito num quadro depressivo do
tratamento com antidepressivos. O ponto é: o medicamento sozinho não acabará com a
doença e a medicação é para aqueles que realmente tem depressão.
Nós não devemos diagnosticar muito mais pessoas com "doenças mentais" sem
sentido, dizendo-lhes que estas decorrem de anormalidades cerebrais, e prescrever
medicações. A depressão não é medida como se mede glicemia, anemia ou hipertensão.
Exatamente por esse escasso padrão de detecção, a depressão tornou-se um conceito
maleável, posto a serviço dos interesses da indústria farmacêutica, para incrementar a
venda de medicamentos. O que houve foi que se elegeu a depressão como a doença a
ser cada vez mais alargada, para explicar situações da vida, como conflitos, desgosto,
desemprego, separação, luto, e formatar como doença. Nisso há uma tendência de se
catalogar os comportamentos e afetos humanos e através de uma conclusão, talvez não
tão consciente, entre a indústria farmacêutica e a psiquiatria, e desenvolver uma
medicação adequada a cada um deles. O homem é um ser complexo, e as alterações
bioquímicas não seriam a causa, nem necessariamente o efeito. É algo que acontece tudo
ao mesmo tempo, o homem pensa a partir de processos simbólicos e neuroquímicos
simultaneamente.
REFERÊNCIAS: