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TRANSTORNOS RELACIONADOS A
TRAUMA E A ESTRESSORES
TEPT E TRANSTORNO DO ESTRESSE
AGUDO
TRANSTORNO DO ESTRESSE
AGUDO
CID 10 F43.0
DSM 5 308.3
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INTRODUÇÃO
CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS
• Imediatamente após um evento traumático, a vítima pode apresentar sofrimento psicológico grave e
incapacitante, evitando estímulos traumáticos e apresentando reações de sobressalto, hipervigilância ou
outros sintomas;
• Contudo, tais sintomas de sofrimento parecem estar de acordo com as respostas imediatas normais a eventos
traumáticos (Reação aguda ao estresse);
• A maioria das pessoas expostas a eventos traumáticos nunca desenvolve TEPT. Em grande parte sofrem
reações transitórias, aonde 42% dos casos há uma dissipação de sintomas em um mês após o desastre, e em
23% dos casos, dentro de um ano;
• A maioria das pessoas expostas a um evento traumático que apresenta reação aguda ao estresse (REA)
recupera-se espontaneamente dentro de algumas semanas. Apenas uma minoria desenvolve o Transtorno de
Estresse Agudo (TEA).
FONTE: Friedman, 2009
FONTE: Friedman, M. (2009). Transtorno de estresse agudo e pós-traumático. Porto Alegre: Artmed. 4 ed.
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Transtorno de
Estresse Agudo (TEA)
• Para crianças, eventos traumáticos de natureza sexual podem incluir experiências sexuais inapropriadas sem
violência ou lesão.
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Critérios diagnósticos
A. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violação sexual em uma (ou
mais) das seguintes formas:
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Critérios diagnósticos
• B. Presença de nove (ou mais) dos sintomas de qualquer uma das cinco categorias de intrusão, humor negativo,
dissociação, evitação e excitação, começando ou piorando depois da ocorrência do evento traumático.
Nota: Os sintomas começam geralmente logo após o trauma, mas é preciso que persistam no mínimo três dias e
até um mês para satisfazerem os critérios do transtorno.
• E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., medicamento ou álcool) ou a
outra condição médica (p. ex., lesão cerebral traumática leve) e não é mais bem explicada por um transtorno
psicótico breve.
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Transtorno de Estresse
Agudo
Essas memórias intrusivas com frequência
incluem:
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Transtorno de Estresse
Agudo
• Sonhos angustiantes podem conter
conteúdos representativos de ou
tematicamente relacionados às ameaças
importantes envolvidas no evento traumático
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• O indivíduo pode ter uma incapacidade persistente de sentir emoções positivas (p. ex., felicidade, alegria,
satisfação ou emoções associadas a intimidade, ternura ou sexualidade), mas consegue sentir emoções
negativas como medo, tristeza, raiva, culpa ou vergonha.
• Despersonalização: uma sensação de distanciamento de si mesmo (p. ex., ver-se do outro lado do quarto),
• ou desrealização: uma visão distorcida do ambiente que o cerca (p. ex., percepção de que as coisas estão
em câmera lenta, ver coisas ofuscadas, não perceber eventos que normalmente registraria).
• Esse sintoma deve-se a amnésia dissociativa, e não a lesão craniana, álcool ou drogas.
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Fatores de Risco
• Os fatores de risco incluem transtorno mental anterior,
níveis elevados de afetividade negativa (neuroticismo),
gravidade maior percebida do evento traumático e estilo de
enfrentamento evitativo.
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Diagnóstico Diferencial
• Transtorno de pânico. Ataques de pânico espontâneos são muito comuns no transtorno de estresse agudo.
• TEPT. O transtorno de estresse agudo é distinto do TEPT porque o padrão sintomático no primeiro ocorre
dentro de um mês depois do evento traumático e cede dentro do período daquele mês.
• Se os sintomas persistirem por mais de um mês e satisfizerem os critérios de TEPT, o diagnóstico muda de
transtorno de estresse agudo para TEPT.
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TRATAMENTO
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• Recomendações básicas:
• Evitar reexposição a situações que lembrem o trauma;
• Passar o maior tempo possível com a família e os amigos;
• Ter paciência para que a recuperação normal ocorra.
(Friedman, 2009)
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TEPT
Transtorno do Estresse pós-traumático
CID 10 F43.10
DSM-5 309.81
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H – A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex.,
medicamento, álcool) ou a outra condição médica.
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FATORES DE RISCO
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FATORES DE RISCO
• TRANSTORNOS MENTAIS ANTERIORES
• Transtornos de humor
• Outros transtornos ansiosos
• Abuso e dependência de substâncias
• Aumentam o risco dos indivíduos expostos a eventos traumáticos desenvolverem TEPT. O risco é maior ainda
em mulheres com episódio de depressão maior anterior.
• OUTROS
• História de trauma ou maus tratos na infância
• Transtornos de personalidade
• Ocupação: policiais, bombeiros, combatentes
• Sexo: mulheres são mais vulneráveis
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CURSO
• Crônico e de longa duração - 20 anos ou mais;
• Boa parte das pessoas com TEPT manifestaram episódios múltiplos do
transtorno associado a diferentes traumas;
• Há casos em que o quadro clínico é mais complexo, com manifestações
dissociativas graves.
• Pessoas com TEPT têm uma probabilidade SEIS VEZES maior de ter tentativas de
suicídio.
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PREJUÍZO FUNCIONAL
TRABALHO:
• Prejuízo equivalente ao acarretado pela depressão maior;
• Perda de dias de trabalho ou diminuição no rendimento no trabalho;
• Busca de ocupações menos qualificadas, com menos responsabilidades e menor remuneração.
OUTRAS ÁREAS:
• Abandono de escola;
• Instabilidade no casamento ou relacionamentos conturbados;
• Isolamento social;
• Parto precoce.
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TRATAMENTO
• Objetivos:
• Redução dos sintomas nucleares do TEPT;
• Aumento da resistência ao estresse;
• Melhora da qualidade de vida;
• Redução da comorbidade e da incapacidade;
• O uso de medicação: menos efeito do que o esperado e alteração da auto-
eficácia. Porém, pode aliviar os sintomas. O ideal é que seja associado à
intervenção psicoterápica.
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Psicoeducação
• Mostrar ao paciente como vários sintomas de revivência, evitação/entorpecimento e
hipervigilância se encaixam em uma síndrome coerente;
• Psicoeducação é um componente importante em qualquer abordagem terapêutica.
• Benefícios da Psicoeducação:
• Atingir a normalização;
• Remover a autoculpa e autodúvida;
• Corrigir mal-entendidos;
• Aumentar a confiabilidade no tratamento.
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Terapias de grupo
• Elas podem ser de abordagem psicodinâmica, de
TCC ou de terapias de apoio (cada uma com foco
diferente)
• Podem ser combinadas com as demais terapias
• Em todos os casos, os sobreviventes do trauma
aprendem sobre o TEPT e se ajudam
mutuamente, com o auxilio de um profissional
• É eficaz e popular para aqueles que sobreviveram
ao mesmo tipo de trauma
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Psicoterapias Individuais
• Terapia cognitivo-comportamental
• Psicoterapia psicodinâmica
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(Friedman, 2009)
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VAMOS
EXERCITAR?
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CASO 1
Uma mulher de 34 anos procura um psiquiatra com a queixa principal de humor deprimido. Afirma
que foi estuprada há um ano por um desconhecido no estacionamento de um supermercado e,
desde então, "as coisas nunca mais foram as mesmas". Diz que fica irritada e zangada com o
marido sem razão aparente e se sente emocionalmente desconectada dele. Seu sono é inquieto, e
está tendo dificuldade de concentração em seu trabalho como técnica de laboratório.
Tem pesadelos sobre o estupro, nos quais o fato volta a acontecer. A paciente contou a poucas
pessoas o que ocorreu e se esforça ao máximo para "não pensar no assunto". Evita se aproximar
do local onde ocorreu o evento. No exame do estado mental, sua aparência, seu comportamento e
seu discurso são normais. Seu humor é descrito como deprimido, e seu afeto é congruente e
restrito. Seu processo de pensamento é linear e lógico. Nega sintomas psicóticos ou ideação suicida
ou homicida, embora diga que gostaria que seu agressor "sofresse uma morte horrível". Sua
cognição está praticamente intacta. Seus discernimento e controle de impulsos não foram
prejudicados .
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Caso 2
Um homem de 35 anos é levado ao psiquiatra por um amigo porque "desde o desastre que matou sua mulher, tem
estado fora de seu normal". O paciente conta que há uma semana um tornado atingiu a cidade onde mora. Sua casa foi
destruída, e sua esposa, com quem estava casado há dois anos, morreu. Diz que se sente como se "estivesse vivendo
em um sonho - isso não pode ser rea l". Relata que se sente desconectado de tudo e de todos - sabe que estão
tentando ajudá-lo, mas se sente anestesiado. Diz que, quando fecha os olhos, tudo o que vê é a imagem da esposa
sendo soterrada pelos escombros, e ouve o ruído estrondoso do tornado. Segundo ele, desde aquele momento isolou-
se das demais pessoas o máximo possível para não ter de falar sobre o que aconteceu.
Não dorme bem há vários dias e, quando ouve um barulho alto, acha que o tornado está voltando, o que o deixa
ansioso e sobressaltado. Não tem conseguido trabalhar e ainda não ligou para nenhuma das companhias de seguro
para lhes informar sobre o desastre. Afirma que nunca foi a um psiquiatra antes e que só veio hoje porque o amigo
insistiu .
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REFERÊNCIAS
• DSM-5
• CID-10
• Friedman, M. Transtorno de estresse agudo e pós-traumático. Porto Alegre:
Artmed. 4 ed. 2009.
• Sadock, Benjamin J. ;Sadock, Virginia A.; Ruiz, Pedro. Compêndio de psiquiatria:
ciência do comportamento e psiquiatria clínica – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed,
2017.
• Toy, Eugene C. Casos clínicos em psiquiatria. - 4. ed. – Porto Alegre : AMGH,
2014.
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