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Transtorno de Estresse Pós-Traumático e Transtorno de Estresse Agudo

História
• Relatos de estresse traumático na literatura – Shakespeare – Henrique IV – aspectos
intrusivos recorrentes, esquiva e hiperexcitabilidade
• Relatos médicos – guerras civis e mulheres vítimas de abusos em conflitos – uso de álcool
e opióides para aplacar sintomas
• Séc XIX – debates Hermann Oppenheim X Jean Charcot • Conflitos militares
e neuroses traumáticas
– Primeira Guerra – neurose de guerra e coração de soldado
– Segunda Guerra – fadiga operacional e neurose de combate – Kardiner – Fisioneurose –
Vida onírica atípica; preocupação com o trauma; constrição da personalidade; resposta de
sobressalto; irritabilidade

Epidemiologia
• Prevalência ao longo da vida de 9%
• Prevalência de exposição a um evento traumático ao longo da vida de 39%
• Prevalência tendo por base a exposição prévia – 3,6 a 75%
• Estudo de veteranos do Vietnã – 30% para H e 26% para M. 22% formas parciais e
subclínicas
• Campos de concentração Nazistas - 85%
• Incêndio na Coconut Grove, 1941 – 26 dos 46 sobreviventes (57%)
Etiologia
• Obrigatório o Trauma
• Trauma não é suficiente
• Fatores ligados:
– Estressor -Magnitude da exposição ao estresse e risco de TEPT
– Biológicos
Atividade simpática – tônus simpático aumentado
Funções Neuroendócrinas – eixo HPA disfuncional
Estudos de Sono – alteração das fases do sono
– Psicológicos
Características Clínicas
• Estressor obrigatório
1. Coloca a vida em risco, associado a ferimento sério ou ameaça à integridade física
2. Evoca medo, impotência ou horror intensos
• Imediatamente após o trauma – Quadro polimórfico – Nível marcado de dissociação
(transtorno de estresse agudo)
Diagnóstico
A. Exposição a um evento traumático no qual os seguintes quesitos estiveram presentes:
A1 - a pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que
envolveram morte ou grave ferimento, reais ou ameaçadores, ou uma ameaça à integridade
física, própria ou de outros; A2 - a resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência
ou horror.
Nota: em crianças, isto pode ser expressado por um comportamento desorganizado ou
agitado.
B. O evento traumático é persistentemente revivido em 1 ou mais das seguintes maneiras:
B1 – recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas do evento, incluindo imagens,
pensamentos ou percepções. Em crianças pequenas pode ocorrer jogos repetitivos, com
expressão de temas ou aspectos do trauma; B2 – sonhos aflitivos e recorrentes com o
evento. Em crianças podem ocorrer sonhos amedrontadores sem um conteúdo identificável;
B3 – agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente (inclui um
sentimento de revivência da experiência, ilusões, alucinações e episódios de flashbacks
dissociativos, inclusive aqueles que ocorrem ao despertar ou quando intoxicado). Em
crianças pequenas pode ocorrer reencenação específica do trauma; B4 – sofrimento
psicológico intenso quando da exposição a indícios internos ou externos que simbolizam ou
lembram algum aspecto do evento traumático; B5 – reatividade fisiológica na exposição a
indícios externos ou internos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento
traumático.
C. Esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e entorpecimento da
responsividade geral (não presente antes do trauma) C1 – esforços no sentido de evitar
pensamentos, sentimentos ou conversas associadas com o trauma; C2 - esforços no
sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem recordações do trauma; C3 –
incapacidade de recordar algum aspecto importante do trauma; C4 – redução acentuada
do interesse ou da participação em atividades significativas; C5 – sensação de
distanciamento ou afastamento em relação a outras pessoas; C6 – faixa de afeto restrita
(por ex. incapacidade de ter sentimentos de carinho); C7 – sentimento de um futuro
abreviado (por ex. não esperar ter uma carreira profissional, casamento, filhos ou um
período normal de vida).
D. Sintomas persistentes de excitabilidade aumentada (não presentes antes do trauma) D1
– dificuldade de conciliar ou manter o sono; D2 – irritabilidade ou surtos de raiva; D3 –
dificuldade em concentrar-se; D4 – hipervigilância; D5 – resposta de sobressalto
exagerada. E. A duração da perturbação (sintomas dos Critérios B, C e D) é superior a 1
mês. F.
A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
TEPT agudo – a duração dos sintomas é inferior a 3 meses.
TEPT crônico – a duração dos sintomas é de 3 meses ou mais.
TEPT com Início tardio – os sintomas iniciaram pelo menos 6 meses após o evento.
Curso e Prognóstico
• Imediatamente após o trauma – alto índice de estresse agudo • 30% - recuperação
completa • 40% - sintomas leves • 20% - sintomas moderados • 10% - inalterados ou pioram
• Sintomas que aumentam com o tempo e idade – Sobressalto – Pesadelos – Irritabilidade –
Depressão
Tratamento
• Evitar fixação de memórias
• Tratamento do transtorno em si –Medicamento –Psicoterapia

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