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Perturbação de Stress

Universidade Lusíada de Lisboa

Pós-Traumático
Saúde Mental

Trabalho realizado por:


Beatriz Roque (11055819)
Bruna Barreto (11008922)
Carolina Baião (11008622)
Leonor Gaudêncio (11006422)
Margarida Nunes (11008022)
Conceito de Trauma Psíquico
- A exposição ao trauma físico ou mental,
muitas vezes atua como fator etiológico em
diversas perturbações psiquiátricas, como,
ansiedade, depressão, perturbação bipolar,
perturbações da personalidade e
principalmente, na perturbação de stress
pós-traumático (Li et al., 2022). O trauma não
faz distinção de pessoas, estatuto social ou
capacidade intelectual, prejudicando
significativamente a vida de quem passa por
este (Schrader & Ross, 2021).
Conceito de Stress
- O conceito de stress foi desenvolvido por Selye em 1936, que caracterizou este conceito
como uma manifestação que se dá quando o indivíduo ultrapassa os seus limites de
suportar os seus agentes estressores. Nas suas pesquisas denominou esta sintomatologia
de “Síndrome de Adaptação Geral”, na qual onde o corpo em determinado momento perde
a capacidade de se adaptar, o que gera em consequências negativas na saúde do ser
humano. Identificou três estágios referentes à Síndrome de Adaptação Geral: Alarme,
Resistência e Exaustão (Cavalcanti et al., 2021).

- Este termo foi aprofundado na primeira e segunda Guerra Mundial, principalmente devido à
crescente preocupação do bem-estar mental e do desempenho dos soldados nos campos
(Cavalcanti et al., 2021).

- Por outro lado, Lipp (2017) definiu stress como uma condição de desequilíbrio das
funções gerais corpóreas, que eram desencadeados por situações ou
experiências difíceis e vivenciadas individualmente por cada indivíduo. Ou seja,
o stress surge como uma tentativa de resistir a uma ameaça, quer seja real
ou imaginária, de encontrar o equilíbrio a nível físico ou mental (Lipp, 2017).
Evolução do Conceito e
Definição Atual segundo o
DSM-V
História e Evolução do Conceito
-
Desde a teoria da mente de Sigmund Freud, este levantou a hipótese
de que o indivíduo apresenta estágios de desenvolvimento, nos quais
estão incluídos a capacidade de formar defesas inconscientes contra
a dor e o choque (Schrader & Ross, 2021). Grande parte do seu
trabalho inicial apresentou foco nos choques traumáticos que os
pacientes sofreram ao longo da vida, tais como, acidentes de
trabalho, perdas, envolvimento em guerras, agressão sexual, entre
outras. No entanto, as mais comuns na população são acidentes e
assaltos, que podem incluir agressão sexual (Schrader & Ross, 2021).

- Apesar dos seus esforços e do trabalho de muitos psicólogos e


psiquiatras posteriormente, as experiências traumáticas continuam
a provocar reações muito semelhantes naqueles que sofreram com
elas. Atualmente, existe cada vez mais, um investimento na pesquisa,
compreensão e tratamento desta perturbação, principalmente nos
Estados Unidos da América, onde existe uma alta percentagem de
militares com esta perturbação (Schrader & Ross, 2021).
História e Evolução do Conceito
- O diagnóstico do que agora é considerado Perturbação de Stress
Pós-Traumático mudou ao longo dos anos, à medida que
adquirimos uma melhor compreensão da resposta do cérebro ao
stress e ao seu impacto na vida do sujeito que o experiencia
(Schrader & Ross, 2021).

- A característica essencial da perturbação de stresse pós-


traumático (PSPT) e o principal desencadeador, consiste em
reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início
após um evento extremamente traumático, excluindo o efeito de
substâncias ou condição médica. Pode ainda surgir como
consequência de um traumatismo cranioencefálico.
Relativamente aos critérios de diagnóstico (APA, 2014; Li et al.,
2022).
Critérios de Diagnóstico
segundo DSM-V
Critérios de Diagnóstico
(American Psychiatric Association, 2014)

- Episódios como ameaça de morte, lesão grave/ violação sexual em uma das seguintes formas:
vivenciar diretamente o evento traumático; testemunhá-lo pessoalmente; ter conhecimento que
se sucedeu com um familiar ou amigo próximo, eventos violentos ou acidentais; a exposição
recorrente ou extrema a detalhes sobre o evento traumático;

- A presença de sintomas intrusivos associados ao trauma é um diagnóstico, começando por


lembranças angustiantes, recorrentes e involuntárias do evento traumático. Sonhos angustiantes
recorrentes nos quais o conteúdo e/ou o sentimento do sonho estão relacionados ao evento
traumático; Reações dissociativas, nas quais o indivíduo sente ou age como se o evento
traumático estivesse a ocorrer novamente; Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou
externos que simbolizam ou se assemelham a algum aspeto do evento traumático. Insere-se
assim a evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, começando após a
ocorrência do evento, conforme evidenciado pela evitação ou esforços para evitar recordações
externas e pensamentos angustiantes que lembrem o trauma;
Critérios de Diagnóstico
(American Psychiatric Association, 2014)

- Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático, como a


incapacidade de recordar algum aspeto importante do trauma, geralmente devido a amnésia
dissociativa, expectativas negativas persistentes respeito de si mesmo, dos outros, do mundo,
cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento
traumático que levam o indivíduo a culpar a si mesmo ou os outros, o estado emocional negativo
persistente, o interesse/ participação diminuída em atividades significativas, os sentimentos de
distanciamento e alienação em relação aos outros e a incapacidade de sentir emoções positivas;

- As alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático que


consistem no comportamento irritadiço/ surtos de raiva, expressos sob a forma de agressão
verbal/ física em relação a pessoas e objetos, comportamento imprudente ou autodestructivo,
resposta de sobressalto exagerada, problemas de concentração, perturbações do sono.
A. Exposição a uma ameaça de morte quer seja real ou não, lesão grave ou violência sexual em uma
(ou mais) das seguintes formas:
1. Exposição direta a um 2. Testemunhar 3. Se os eventos 4. Ser exposto de forma
acontecimento pessoalmente o evento traumáticos ocorreram repetida ou extrema a
traumático. traumático ocorrido com com um familiar ou amigo detalhes aversivos do
outras pessoas. próximo. Nos casos de evento traumático (p. ex.,
ameaças de morte ou socorristas que recolhem
morte real envolvendo um restos de corpos
familiar ou amigo, é humanos; policiais
preciso que o evento repetidamente expostos a
tenha sido violento ou detalhes de abuso
acidental. infantil).

B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático,
começando depois de sua ocorrência:
1. Lembranças 2. Sonhos 3. Reações 4. Sofrimento 5. Reações
intrusivas angustiantes dissociativas (p. ex., psicológico intenso fisiológicas intensas
angustiantes, recorrentes nos flashbacks) nas ou prolongado ante a sinais internos ou
recorrentes e quais o conteúdo quais o indivíduo a exposição a sinais externos que
involuntárias do e/ou o sentimento sente ou age como internos ou externos simbolizam ou se
evento traumático. do sonho estão se o evento que simbolizam ou assemelham a
relacionados ao traumático se assemelham a algum aspecto do
evento traumático. estivesse ocorrendo algum aspecto do evento traumático.
novamente. evento traumático.
C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático, após a ocorrência do evento,
conforme evidenciado por um ou ambos dos seguintes aspetos:
1. Evitação ou esforços para evitar recordações, 2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas
pensamentos ou sentimentos angustiantes acerca de ou (pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos,
associados de perto ao evento traumático. situações) que despertam recordações, pensamentos ou
sentimentos angustiantes acerca de ou associados de
perto ao evento traumático.

D. Alterações negativas em cognições e no humor associadas ao evento traumático depois da


ocorrência de tal evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspetos:
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Incapacidade Crenças ou Cognições Estado Interesse ou Sentimentos Incapacidade
de recordar expectativas distorcidas emocional participação de persistente
algum negativas persistentes a negativo bastante distanciament de sentir
aspecto persistentes e respeito da persistente diminuída em o e alienação emoções
importante exageradas a causa ou das . atividades em relação positivas.
do evento respeito de si consequências significativas. aos outros.
traumático. mesmo, dos do evento
outros e do traumático
mundo. que levam o
indivíduo a
culpar a si
mesmo ou os
outros.
E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático, após o
evento, conforme evidenciado por dois (ou mais) dos seguintes aspetos:
1. Comportamento 2. 3. 4. Resposta de 5. Problemas de 6. Perturbação do
irritadiço e surtos Comportament Hipervigilância. sobressalto concentração. sono.
de raiva (com -o imprudente exagerada.
pouca ou ou
nenhuma autodestructivo
provocação) .
geralmente
expressos sob a
forma de agressão
verbal ou física em
relação a pessoas
e objetos.

F. Os sintomas duram mais de um mês.

G. Causar sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social, profissional ou em outras áreas


importantes da vida do indivíduo.

H. Não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica.
Critérios de
Diagnóstico em Devido à prevalência de traumas na infância e às diferenças no

crianças
desenvolvimento do cérebro e da personalidade em crianças, existem
critérios específicos no DSM-V para o diagnóstico de crianças até aos 6
anos

- Em crianças de 6 anos, exposição ao episódio concreto/ ameaça de morte, lesão grave/ violência
sexual vivenciando diretamente o evento traumático; testemunhar pessoalmente o evento
ocorrido com outras pessoas, especialmente cuidadores; saber que o trauma ocorreu com o
cuidador;

- Presença de um dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando


depois de sua ocorrência: lembranças intrusivas angustiantes, recorrentes e involuntárias do
evento traumático; sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou a emoção do
sonho estão relacionados ao trauma; reações dissociativas nas quais a criança sente ou age
como se o evento traumático estivesse a acontecer novamente. Essa reencenação específica do
trauma pode ocorrer na brincadeira; sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a
exposição a sinais internos ou externos que se assemelhem a algum aspecto do evento
traumático; reações fisiológicas intensas a lembranças do evento traumático;

(American Psychiatric Association, 2014)


Critérios de
Diagnóstico em
crianças

- Evitação persistente de estímulos associados ao trauma ou alterações negativas nas cognições e


no humor associadas ao trauma, começando depois do evento ou piorando após sua ocorrência;
evitação ou esforços para evitar atividades, lugares ou lembranças físicas que despertam
recordações do trauma; esforços para evitar pessoas, conversas ou situações interpessoais que
despertam recordações do trauma. Alterações negativas em cognições; frequência
substancialmente maior de estados emocionais negativos; interesse ou participação bastante
diminuídos em atividades significativas, incluindo brincadeiras; comportamento socialmente
retraído; redução persistente na expressão de emoções positivas;

- Alterações na excitação/reatividade associadas ao trauma, começando ou piorando depois de


sua ocorrência conforme evidenciado por: comportamento irritadiço ou surtos de raiva
geralmente manifestados como agressão verbal ou física em relação a pessoas ou objetos;
respostas de sobressalto exageradas; problemas de concentração e sono.

(American Psychiatric Association, 2014)


Perturbação de Stress Pós-Traumático Complexa
- Para além da PSPT tradicional, é defendido a
existência de uma Perturbação de Stress Pós-
Traumático Complexa (PSPTC). Estas diferem na
medida em que a PSPTC ocorrer após a exposição a
diversos traumas de forma repetida e prolongada.
Esta requer uma abordagem e um tratamento distinto
da tradicional (Cloitre, 2022).

- Os sintomas de diagnóstico de PSPTC incluem


dificuldades de regulação emocional, sentimento de
isolamento, alterações na identidade e ainda,
dificuldades em estabelecer relações interpessoais
saudáveis (Cloitre, 2022).

Nota: Cloitre (2022) enfatiza a necessidade de incluir a PSPTC na próxima


edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais (DSM),
que é a principal referência para o diagnóstico de perturbações mentais.
Perturbação de Stress Pós-Traumático Complexa
-Como tratamento, Cloitre (2022) enfatiza a
importância de uma avaliação cuidadosa para
um diagnóstico certo, defendendo como
tratamento estratégias específicas tais como,
terapia centrada na pessoa, a terapia de
estabilização e ainda, a terapia de
processamento cognitivo. Um diagnóstico e um
tratamento adequado pode resultar numa
melhoria significativa na qualidade de vida dos
pacientes.
Fatores de Risco e Fatores
de Proteção
Sociodemográficos, Individuais, Relacionados ao Acontecimento
Fatores de Risco
- Os fatores de risco estão divididos em três grupos, fatores pré-
traumáticos, peri-traumáticos e pós-traumáticos. Os fatores pré-
traumáticos, que se subdivide em temporais, como problemas
emocionais na infância e perturbações mentais prévias, em
ambientais, como o baixo estatuto socioeconómico, baixa
escolaridade, exposição a diversos traumas e uma família com
historial psiquiátrico, havendo também o fator genético e fisiológico,
mais associado ao género feminino.

- Os fatores peri-traumáticos podem ser ambientais, em que incluem a


gravidade do trauma, ameaça à sobrevivência do indivíduo, violência
e em casos militares a vivência de episódios de guerra. Os fatores
pós-traumáticos, podem ser temporais, como estratégias de coping
inadequadas, apreciações negativas e o possível desenvolvimento de
perturbação aguda de stress, os ambientais são as constantes
lembranças do trauma, dificuldades financeiras ou perdas
relacionadas com o trauma (American Psychiatric Association, 2014).
Sociodemográficos, Individuais, Relacionados ao Acontecimento
Fatores de Risco
- Outro fator de risco para a existência desta
perturbação de stress pós-traumático é a idade,
uma vez que, as crianças que passam por eventos
traumáticos apresentam mais possibilidade de vir
a ter Perturbação de Stress Pós-Traumático (Al
Jowf et al., 2022).
Resiliência, Apoio Social

Fatores de Proteção
- Apoio Social - As relações de proximidade e as ligações saudáveis
estabelecidas, apresentam um fator de proteção no caso de
Perturbação de Stress Pós-Traumático, uma vez que, os laços
afetivos mostram-se como protetores contra a traumatização
(Wimalawansa, 2014).

- Resiliência - A personalidade resiliente representa outro fator


protetor para o desenvolvimento da Perturbação de Stress Pós-
Traumático, uma vez que, nem todos os sujeitos que vivenciam um
acontecimento traumático apresentam sinais e sintomas desta
perturbação.
No entanto, pessoas com personalidade não resiliente e com
menos atributos individuais, apresentam um maior risco para
desenvolver PSPT (Wimalawansa, 2014).
Comorbilidade

- A perturbação de stress pós-traumático frequentemente ocorre com outras perturbações


psicológicas e condições comportamentais, tais como, comorbilidades psiquiátricas, como a
perturbação depressiva major, distúrbios de consumo de substâncias psicoativas ou distúrbios
do sono (insônia e apneia obstrutiva do sono) (Krantz et al., 2022).

- Corpo Humano e Perturbação de Stress Pós-Traumático:


É amplamente aceite que a estimulação emocional envolve stressores agudos e crónicos que
impactam fortemente no sistema nervoso central (SNC), desreguladando os sistemas fisiológicos
e causando déficit comportamentais. A amígdala, está envolvida no processamento de estímulos
emocionais e estressantes, estando diretamente implicada na Perturbação de Stress pós-
traumático (Li et al., 2022).

- Traumas ou estressores extremos presentes na vida do sujeito provocam uma cascata de


respostas do Sistema Nervoso Central (SNC), autónomas, neuroendocrinas, imunes e ainda
cardiovasculares (Krantz et al., 2022).
Possíveis Diagnósticos
Diferenciais
(American Psychiatric Association, 2014)

- Perturbação de adaptação - Neste caso, o fator estressor pode ser de qualquer gravidade ou
tipo. Este diagnóstico é usado quando a resposta a um stressor que atende ao critério A da PSPT
não atende a todos os outros critérios da perturbação ou quando o padrão sintomático de PSPT
ocorre em resposta a um stressor que não satisfaz o critério A desta perturbação.
Exemplo: divórcio, abandono conjugal, demissão do trabalho.

- Perturbação de stress agudo - Esta perturbação difere-se da PSPT pois o seu padrão sintomático
é restrito à duração de 3 dias a um mês após a exposição ao evento traumático.

- Perturbações de ansiedade e Perturbação Obsessivo-Compulsiva - Os sintomas das


perturbações de ansiedade como evitação, irritabilidade e ansiedade não estão relacionados a
um evento traumático específico. No caso da POC, os pensamentos intrusivos também não estão
relacionados a um evento traumático vivenciado.
Tratamento

- Para a perturbação de stress pós-traumático pode ser utilizado tanto


tratamento farmacológico como tratamento não farmacológico
(Schrader & Ross, 2021).

- Incluídas no tratamento não farmacológico, encontram-se tipos de


intervenção precoces que mostram evidências de melhorias nos
resultados dos sintomas e do tratamento e cuidados do paciente
(Schrader & Ross, 2021), sendo elas, o cuidado colaborativo, a tomada de
decisão partilhada, a psicoterapia de apoio, a terapia de exposição
escrita e narrativa e ainda, a terapia focada no trauma. De salientar que
todas as terapias são realizadas de forma individual e nunca em grupo,
sendo que, cada vez mais, tem-se recorrido a terapias de forma online,
uma vez que, apresentam evidências tão positivas quanto as presenciais
(Schrader & Ross, 2021).
- No que diz respeito ao tratamento farmacológico, existem medicamentos
que têm vindo a mostrar benefícios no controlo e tratamento da
perturbação de stress pós-traumático, tais como e principalmente, o uso
de inibidores seletivos, sendo que os efeitos secundários geralmente são
bem tolerados pelos sujeitos. No entanto, quando utilizada, esta
medicação deverá ser adequada às necessidades e características do
paciente (Schrader & Ross, 2021). Para além disso, a hidrocortisona
apresenta efeitos eficazes em adultos (Wright et al., 2019).

- Ainda a medicina alternativa como a Medicina Chinesa tem vindo a


demonstrar recursos como a acupuntura e as ervas tradicionais chinesas
que protegem áreas funcionais do cérebro que melhoram a reação de
Stress que os indivíduos manifestam, não apresentando grandes efeitos
colaterais (Howie et al., 2019) (Hu & Wang, 2021).
Prevenção
Os autores propõem diversas estratégias de prevenção

- A prevenção da PSPT deve ser uma preocupação para os profissionais de


saúde mental e para a sociedade em geral, uma vez que, uma
intervenção precoce pode não só reduzir o sofrimento individual mas
também ter benefícios sociais e económicos mais amplos (Bisson et al.,
2021).

- Terapias cognitivas e comportamentais que incluem a terapia


Cognitivo-Comportamental (TCC), apresentando como objetivo alterar o
pensamento e o comportamento do indivíduo em relação ao evento
traumático e ainda, a terapia de exposição que auxilia o indivíduo a
enfrentar gradualmente a situação traumática (Bisson et al., 2021).
- As intervenções comportamentais incluem exercícios físicos que ajudam
na redução dos sintomas ansiosos enquanto a terapia de suporte oferece
apoio emocional ao indivíduo (Bisson et al., 2021).

- Para além disto, o autor também defende a importância de identificar


indivíduos em risco de desenvolver PSPT após um evento traumático,
sendo eles, indivíduos que experimentam sintomas de stress agudo ou
depressão. Uma identificação precoce pode ajudar a prevenir o
desenvolvimento de PSPT (Bisson et al., 2021).
Referências
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Perturbação de Stress
Universidade Lusíada de Lisboa

Pós-Traumático
Saúde Mental

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Beatriz Roque (11055819)
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Margarida Nunes (11008022)

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