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TRANSTORNO CICLOTÍMICO
1 IDENTIFICAÇÃO
Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade
2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA
Marina, 15 anos, foi encaminhada para avaliação psiquiátrica devido a suas crescentes
dificuldades em casa e na escola ao longo do ano anterior. A mãe afirmou que sua
preocupação principal era a de que “os remédios de Marina não estão funcionando”. Marina
disse que não tinha nenhuma queixa em particular.
Em reuniões com a paciente e sua mãe, tanto juntas quanto separadas, ambas relataram que
as notas de Marina caíram de A e B para C e D, que ela perdeu muitos de seus amigos mais
antigos e que os conflitos em casa chegaram ao ponto que sua mãe a descreveu como
“detestável e maldosa”. Marina foi ao psiquiatra pela primeira vez aos 7 anos de idade,
quando foi avaliada para transtorno de déficit de
3 PROCEDIMENTOS
4 ANÁLISE
Marina apresenta uma história de pelo menos um ano de redução no funcionamento na escola,
em casa e com amigos. Ela parece ter vários humores diferentes, sendo que cada um deles
parece durar pelo menos
uma semanas. Esses humores incluem ficar irritadiça, retraída e animada, sendo que todos eles
parecem ser significativamente diferentes de seu padrão basal. A mãe acredita que “pode ser
uma fase”, mas a persistência, a recorrência e a intensidade desses humores começaram a ter
repercussões na vida de Marina e, portanto, a mãe ficou preocupada.
Ao tentar formular um diagnóstico para Marina, percebemos que muito do relato do caso
parece estar filtrado pela perspectiva da mãe. Embora seja útil, esse relato pode estar sujeito a
enfatizar o comportamento, aspecto observado mais prontamente pelos pais e pelos professores.
Ao avaliar adolescentes, é importante investigar a perspectiva que eles mesmos têm de seus
estados de humor. Além disso, é útil diferenciar entre oscilações de humor que são reações a
eventos externos e episódios de humor propensos a serem espontâneos e episódicos. No caso de
Marina, a entrevista forneceu informações importantes. Por exemplo, ela esclareceu que não
gostava dessas flutuações de humor e negou precipitações específicas.
Uma complicação da história de Marina é a presença de sintomas relativamente
inespecíficos. Irritabilidade, disforia e labilidade emocional fazem parte de várias condições
psiquiátricas, especialmente durante a adolescência, quando geralmente iniciam os transtornos
psiquiátricos maiores. Além disso, é importante diferenciar os estados de humor que são
esperados como parte do desenvolvimento dos que não o são. Mesmo assim, do que se
aprendeu com a história de Marina, um transtorno do humor é o diagnóstico mais provável.
5 CONCLUSÃO
Diante dos dados colhidos, foi identificado Transtorno Ciclotímico. O aspecto clínico de Marina
que mais se destaca é a flutuação entre diferentes estados emocionais. Ela descreve uma
semanas ou duas de hipomania seguidas de uma semanas ou duas de tristeza, seguidas de
algumas semanas de irritabilidade. Esses sintomas parecem se encaixar no transtorno
ciclotímico do DSM-5, o qual exige múltiplos episódios hipomaníacos e múltiplos episódios
depressivos subsindrômicos ao longo de um período de dois anos (um ano para adolescentes
como Marina). Para satisfazer os critérios, ela deveria ter apresentado os sintomas durante pelo
menos metade do tempo, e não deveria ter apresentado um período superior a dois meses sem
sintomas. Além disso, ela não deveria ter alcançado os critérios para mania, depressão maior ou
transtorno do espectro da esquizofrenia. Ainda que o transtorno ciclotímico possa ser encarado
como um transtorno que não se equipara em intensidade ao transtorno bipolar tipo I, ele pode
causar sofrimento e disfunção significativos, além de afetar de modo drástico a trajetória da
adolescência.
Embora o diagnóstico diferencial potencial para Marina seja amplo, vários outros
diagnósticos merecem menção específica. Uma investigação mais aprofundada poderia levar a
um diagnóstico de bipolaridade. Seu pai parece ter apresentado um transtorno bipolar (ele tinha
“problemas de verdade” e tomava lítio) e, mesmo que Marina seja ciclotímica, ela corre risco de
desenvolver um transtorno bipolar evidente no futuro. Quanto mais for desenvolvida uma
aliança com Marina, mais pode ser possível avaliar completamente suas questões de
personalidade. Por exemplo, a ciclotimia costuma ser comórbida com transtorno da
personalidade borderline. O sono não é mencionado no relato de caso, mas dificuldades no ciclo
de sono e vigília podem alimentar a instabilidade afetiva. Talvez, o mais provável em relação a
uma menina de 15 anos seja abuso de substância, uma vez que muitas drogas de abuso podem
induzir sintomas de humor por meio de intoxicação ou abstinência. Marina pode revelar abuso
de substância ao longo do tempo, mas também poderia ser útil obter um exame toxicológico que
pode ser encaixado legitimamente como parte da avaliação de rotina de Marina. Mesmo que o
exame revele apenas sua medicação para TDAH, seus sintomas deveriam levar em consideração
se ela estaria tomando uma dosagem excessiva em alguns dias e nenhuma dose em outros.
( Local – Data )
Nome do Profissional
CRP__/____
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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