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TRANSTORNO CICLOTÍMICO

1 IDENTIFICAÇÃO
Nome:
CPF:
Idade:
Solicitante:
Nº Inscrição no CRP:
Finalidade

2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA

Marina, 15 anos, foi encaminhada para avaliação psiquiátrica devido a suas crescentes
dificuldades em casa e na escola ao longo do ano anterior. A mãe afirmou que sua
preocupação principal era a de que “os remédios de Marina não estão funcionando”. Marina
disse que não tinha nenhuma queixa em particular.
Em reuniões com a paciente e sua mãe, tanto juntas quanto separadas, ambas relataram que
as notas de Marina caíram de A e B para C e D, que ela perdeu muitos de seus amigos mais
antigos e que os conflitos em casa chegaram ao ponto que sua mãe a descreveu como
“detestável e maldosa”. Marina foi ao psiquiatra pela primeira vez aos 7 anos de idade,
quando foi avaliada para transtorno de déficit de

atenção/hiperatividade (TDAH) devido a inquietação, impulsividade e distratibilidade.


Depois de tentativas frustradas de intervenções comportamentais, a paciente iniciou o
tratamento com medicação à base de metilfenidato aos 8 anos. Observou-se uma melhora na
escola, em sua vida social e em casa. Nos seis anos seguintes, Marina se saiu bem e era bem
parecida com as outras crianças, desde que ela tomasse seu remédio.
Por volta dos 14 anos, no entanto, Marina ficou “mal-humorada”. Em vez de ser uma
“adolescente cheia de vida”, ela passava dias sozinha sem conversar com ninguém. Durante
esses períodos de tristeza persistente, ela dormia mais do que o normal, reclamava que seus
amigos não gostavam mais dela e não parecia interessada em nada. Em outros momentos ela
virava uma “peste” em casa, frequentemente gritando com a irmã e os pais até o ponto em que
todos ficavam “pisando em ovos”. Foi mais ou menos nessa época que as notas despencaram e
seu pediatra aumentou a dosagem de sua medicação para TDAH.
A história familiar de Marina era relevante devido ao seu pai, que “tinha problemas de
verdade”. Embora a mãe não soubesse seu diagnóstico, ele havia sido tratado com lítio. O pai
havia deixado a família antes de Marina nascer, os dois nunca haviam se encontrado.
Marina não apresentava problemas médicos. Negou o uso de álcool, de substâncias ilícitas
e de medicamentos além dos receitados para TDAH. Durante o exame, enquanto estava
sozinha, a aparência de Marina era a de uma adolescente arrumada casualmente, coerente e
orientada para objetivos. Parecia desconfiada e triste, com um pouco de afeto contido. Ela não
gostava de como estava se sentindo, afirmando que se sentia deprimida durante uma semanas,
depois ficava bem, então “divertidíssima” durante alguns dias, depois “homicida”, como se
alguém estivesse “me remexendo por dentro”. Ela não sabia por que se sentia assim e odiava
não saber como iria se sentir no dia seguinte. Negou sintomas psicóticos, confusão e
pensamentos suicidas e homicidas. Sua cognição estava preservada.

3 PROCEDIMENTOS

Pessoas ouvidas no processo:


Número de encontros:
Duração do processo realizado:

APRESENTAR OS RECURSOS TÉCNICOS CIENTÍFICOS UTILIZADOS ESPECIFICANDO O


REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO QUE FUNDAMENTOU SUA ANÁLISE,
INTERPRETAÇÃO E CONCLUSÃO. CITAR AS PESSOAS OUVIDAS NO PROCESSO DE TRABALHO
DESENVOLVIDO, AS INFORMAÇÕES, NÚMEROS DE ENCONTROS OU TEMPO DE DURAÇÃO.

4 ANÁLISE

Marina apresenta uma história de pelo menos um ano de redução no funcionamento na escola,
em casa e com amigos. Ela parece ter vários humores diferentes, sendo que cada um deles
parece durar pelo menos

uma semanas. Esses humores incluem ficar irritadiça, retraída e animada, sendo que todos eles
parecem ser significativamente diferentes de seu padrão basal. A mãe acredita que “pode ser
uma fase”, mas a persistência, a recorrência e a intensidade desses humores começaram a ter
repercussões na vida de Marina e, portanto, a mãe ficou preocupada.
Ao tentar formular um diagnóstico para Marina, percebemos que muito do relato do caso
parece estar filtrado pela perspectiva da mãe. Embora seja útil, esse relato pode estar sujeito a
enfatizar o comportamento, aspecto observado mais prontamente pelos pais e pelos professores.
Ao avaliar adolescentes, é importante investigar a perspectiva que eles mesmos têm de seus
estados de humor. Além disso, é útil diferenciar entre oscilações de humor que são reações a
eventos externos e episódios de humor propensos a serem espontâneos e episódicos. No caso de
Marina, a entrevista forneceu informações importantes. Por exemplo, ela esclareceu que não
gostava dessas flutuações de humor e negou precipitações específicas.
Uma complicação da história de Marina é a presença de sintomas relativamente
inespecíficos. Irritabilidade, disforia e labilidade emocional fazem parte de várias condições
psiquiátricas, especialmente durante a adolescência, quando geralmente iniciam os transtornos
psiquiátricos maiores. Além disso, é importante diferenciar os estados de humor que são
esperados como parte do desenvolvimento dos que não o são. Mesmo assim, do que se
aprendeu com a história de Marina, um transtorno do humor é o diagnóstico mais provável.

5 CONCLUSÃO

Diante dos dados colhidos, foi identificado Transtorno Ciclotímico. O aspecto clínico de Marina
que mais se destaca é a flutuação entre diferentes estados emocionais. Ela descreve uma
semanas ou duas de hipomania seguidas de uma semanas ou duas de tristeza, seguidas de
algumas semanas de irritabilidade. Esses sintomas parecem se encaixar no transtorno
ciclotímico do DSM-5, o qual exige múltiplos episódios hipomaníacos e múltiplos episódios
depressivos subsindrômicos ao longo de um período de dois anos (um ano para adolescentes
como Marina). Para satisfazer os critérios, ela deveria ter apresentado os sintomas durante pelo
menos metade do tempo, e não deveria ter apresentado um período superior a dois meses sem
sintomas. Além disso, ela não deveria ter alcançado os critérios para mania, depressão maior ou
transtorno do espectro da esquizofrenia. Ainda que o transtorno ciclotímico possa ser encarado
como um transtorno que não se equipara em intensidade ao transtorno bipolar tipo I, ele pode
causar sofrimento e disfunção significativos, além de afetar de modo drástico a trajetória da
adolescência.
Embora o diagnóstico diferencial potencial para Marina seja amplo, vários outros
diagnósticos merecem menção específica. Uma investigação mais aprofundada poderia levar a
um diagnóstico de bipolaridade. Seu pai parece ter apresentado um transtorno bipolar (ele tinha
“problemas de verdade” e tomava lítio) e, mesmo que Marina seja ciclotímica, ela corre risco de
desenvolver um transtorno bipolar evidente no futuro. Quanto mais for desenvolvida uma
aliança com Marina, mais pode ser possível avaliar completamente suas questões de
personalidade. Por exemplo, a ciclotimia costuma ser comórbida com transtorno da
personalidade borderline. O sono não é mencionado no relato de caso, mas dificuldades no ciclo
de sono e vigília podem alimentar a instabilidade afetiva. Talvez, o mais provável em relação a
uma menina de 15 anos seja abuso de substância, uma vez que muitas drogas de abuso podem
induzir sintomas de humor por meio de intoxicação ou abstinência. Marina pode revelar abuso
de substância ao longo do tempo, mas também poderia ser útil obter um exame toxicológico que
pode ser encaixado legitimamente como parte da avaliação de rotina de Marina. Mesmo que o
exame revele apenas sua medicação para TDAH, seus sintomas deveriam levar em consideração
se ela estaria tomando uma dosagem excessiva em alguns dias e nenhuma dose em outros.

NA CONCLUSÃO INDICAM-SE OS ENCAMINHAMENTOS E INTERVENÇÕES, O DIAGNÓSTICO,


PROGNÓSTICO E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA, A EVOLUÇÃO DO CASO, ORIENTAÇÃO OU
SUGESTÃO DO PROJETO TERAPÊUTICO.

( Local – Data )

Nome do Profissional
CRP__/____

RUBRICA-SE DA PRIMEIRA ATÉ A ÚLTIMA LAUDA, ASSINANDO A ÚLTIMA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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