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infância
A falta de afeto na infância pode causar consequências psicológicas graves? Graças aos
estudos sobre o apego e os efeitos da separação de bebês e mães, sabemos que a
resposta para essa pergunta é positiva.
O afeto e os vínculos de apego entre o bebê e os pais durante a primeira infância são
necessários para o desenvolvimento adequado da criança. Tanto é assim que uma
separação das figuras de apego, dependendo do tempo e da duração, pode ser
devastadora.
A maneira como uma pessoa se relaciona com o mundo e com os outros ao longo da sua
vida é condicionada pelos laços que ela estabelece com a família e com o entorno
durante seus primeiros anos de vida.
Para formular sua teoria do apego, John Bowlby estudou como o vínculo entre a mãe e
o bebê é formado, enquanto Mary Ainsworth descreveu os diferentes padrões de apego.
Neste artigo, revisaremos seus trabalhos e as descobertas de Spitz.
John Bowlby estudou como esse vínculo se forma e se desenvolve. Ele aparece pela
primeira vez durante a fase 3, ou seja, a partir dos 7 meses de idade,
quando a ansiedade de separação e o medo de estranhos começam a ser
evidenciados. Nos dois estágios anteriores, a criança pode demonstrar preferência por
um dos pais, mas não reage no caso de separação.
Fase de protesto. Dura entre uma hora e uma semana e começa quando a
criança percebe que está sozinha. Caracteriza-se por comportamentos ativos de
luta para recuperar a figura de apego, sinais de chamada (choro, grito, etc.)
e recusa de ajuda de outras pessoas. Se ocorre uma reunificação, os
comportamentos de apego se intensificam.
Fase de ambivalência ou desespero. A criança mostra um aumento da
ansiedade e desespero e pode ter comportamentos regressivos. Antes da
reunificação, ela pode agir com desinteresse ou até hostilidade.
Fase de adaptação. A criança se adapta à nova situação e pode formar novos
vínculos com os novos cuidadores.
Seus estudos foram baseados na observação direta de crianças que vivem em orfanatos e
crianças hospitalizadas por longos períodos de tempo. Ela também fez uma comparação
entre o desenvolvimento de filhos criados em instituições e filhos criados em prisões
femininas com suas mães.
Nesse entorno e sob essas condições, os sintomas depressivos costumam ser crônicos, e
surgem problemas cognitivos e sociais. Entre as alterações mais importantes descritas
por Spitz neste quadro estão:
No caso de a privação afetiva ser total, o quadro pode evoluir até provocar
marasmo, podendo causar a morte da criança. Crianças que sofrem de marasmo
apresentam magreza extrema e déficits nutricionais e emocionais.
Observou-se que ele não é causado apenas por um déficit nutricional, mas também
pela total ausência de afeto em bebês. Muitas vezes, as crianças institucionalizadas
não têm a oportunidade de se relacionar.
Graças aos estudos de Spitz, foi feita uma reformulação das condições de hospitalização
e institucionalização das crianças. Seus trabalhos mostram que as instituições não
precisam apenas atender às necessidades alimentares, mas também outras necessidades
igualmente importantes que, se negligenciadas, tornam-se um obstáculo para o
desenvolvimento.
https://amenteemaravilhosa.com.br/afeto-na-primeira-infancia/
Visão histórica
O termo psicopatia significa literalmente “doença mental” (de psique, “mente” e
de pathos, “doença”). No entanto, a mídia costuma usá-lo de forma inadequada,
empregando-o como sinônimo de louco. O ponto é que a psicopatia não deve ser
encarada como o resultado de doenças mentais, já que, como dissemos anteriormente,
os psicopatas são racionais, escolhem como se comportar e não sentem desconforto pela
sua condição.
No início do século XX, o psiquiatra francês Philippe Pinel foi um dos primeiros
autores a escrever sobre os psicopatas. Ele utilizava o termo doença mental sem
delírio para descrever os indivíduos com comportamentos marcados por uma acentuada
implacabilidade e falta de restrições. Além disso, ele considerava que eles são
moralmente neutros, uma concepção com a qual muitos autores não concordam pois,
para eles, os psicopatas são moralmente doentes.
“O psicopata não está familiarizado com os fatos ou dados que definem o que
poderíamos chamar de valores pessoais. Ele tem uma grande incapacidade de entender
essas questões. Por exemplo, é impossível para ele dedicar o menor interesse à tragédia
ou à alegria humana representadas na literatura ou na arte. Ele também permanece
indiferente a essas mesmas emoções na vida real. Beleza e feiúra (exceto de uma
maneira muito superficial), bondade, maldade, amor, horror e humor não têm
significado para ele, não o motivam. Infelizmente, lhe falta a capacidade de ver que os
outros se comovem”.
-Hervey Cleckley-
Posteriormente, muitos psiquiatras se dedicaram ao estudo da psicopatia, mas se
devemos destacar um deles por seus avanços, dados e resultados, é Robert Hare. Esse
psiquiatra dedicou mais de três décadas à psicopatia, gerando as escalas mais
amplamente utilizadas para avaliar essa dimensão: a PCL e o PCL-R.
– “Não deixe que seu cérebro o engane, Kev, com todos esses exames que não te
deixam ver a realidade. Há apenas uma diferença entre você e eu: eu quero e vou em
frente, você quer e não vai“.
– “Você está assustado, Kev, está com medo. Você tem medo de tudo, eu vejo nos seus
olhos. Medo das consequências, de ser pego, do que vão pensar. Medo do que vão fazer
com você quando baterem à sua porta. Você tem medo de mim”.
– “Olhe para você. Você está certo, você está fora e eu estou aqui dentro. Mas… quem
é livre, Kev? Livre de verdade, quero dizer. Você ou eu? Pense sobre isso hoje à noite.
Onde estão as verdadeiras barras, Kev? Lá fora? (aponta para a janela) Ou aqui
dentro? (toca sua têmpora). Sem dúvida, a conversa surpreende e convida à reflexão.
A falta de remorso nos psicopatas geralmente está associada à sua grande capacidade
de racionalizar e, assim, escapar da responsabilidade de suas ações.
“Tudo o que eu fiz no passado não me preocupa. Tente tocar o passado! Tente fazer
algo com o passado. Não é real. É apenas um sonho!” Foi o que Ted Bundy falou em
uma entrevista. Bundy foi um serial killer que matou quase 100 jovens.
Outra característica é que seu grau de controle tende a diminuir quando sentem que
alguém os ataca ou compromete seus interesses. Quando isso acontece, eles são muito
reativos. Apesar do fato desse controle diminuir, eles raramente esquecem qual é o
propósito do que fazem, mantendo frieza em seu comportamento.
A necessidade de excitação é outro ponto forte do seu estilo de vida. Eles podem
chegar a querer viver na corda bamba ou no limite, porque é aí que encontram a ação, a
intensidade ou a pressa de que precisam. Eles tendem a entrar em situações de agitação
emocional e são bastante intolerantes às rotinas.
Eles preenchem essa carência usando frases que já ouviram outros usarem em situações
semelhantes. Frases com que outras pessoas tiveram sucesso e que podem ser
totalmente desconexas do seu estado emocional. Eles também costumam embolar suas
explicações, falhar em conectar frases de maneira consistente e, graças a uma
habilidade aprimorada com a prática, são capazes de se esquivar de perguntas sem
levantar suspeitas.
Por outro lado, eles têm uma definição de consciência muito intelectual. Eles
consideram que ela é o produto das normas que outros inventam e que, como a
culpabilidade, serve como mecanismo de controle social. Tem muito pouco valor para
eles, assim como o amor e a compaixão.
“Os psicopatas são predadores que encantam, manipulam e abrem caminho pela vida
sem piedade, deixando um longo rastro de corações partidos, expectativas arruinadas e
carteiras vazias. Com total falta de consciência e sentimentos pelos outros, eles buscam
o que querem da maneira que desejam, sem respeitar as normas sociais e sem o menor
traço de arrependimento ou piedade”.
-Robert Hare-
https://amenteemaravilhosa.com.br/psicopatia-caracteristicas-curiosidades/
De acordo com alguns estudos, entre 10% e 25% das mulheres apresentam sintomas
depressivos após darem à luz.
“Sei que muitos de vocês provavelmente estão imaginando por que eu publicaria esta
imagem, mas levei 18 meses para chegar até aqui, 18 meses para não chorar quando
me olho no espelho, 18 meses para finalmente me sentir bonita no meu próprio corpo
outra vez”.
A depressão pós-parto não tem apenas uma causa; é consequência de uma combinação
de fatores físicos e emocionais. A depressão pós-parto não ocorre por algo que a
mãe fez ou deixou de fazer. Depois de dar à luz, os níveis hormonais (estrogênio e
progesterona) das mulheres diminuem bruscamente.
As pessoas mais próximas devem entender o estado de espírito dessas mães, ainda que
elas estejam felizes pelo nascimento do bebê. A família deve proporcionar às mulheres
que sofrem de depressão pós-parto um contexto onde elas possam falar sem medo de
ser incompreendidas.
Expressar as emoções da situação pela qual estão passando, mesmo que pareçam
inadequadas, vai ajudá-las a não se sentirem culpadas. Entender o que está
acontecendo é decisivo para que a situação melhore, e isso não depende apenas da
pessoa que sofre o transtorno, mas sim de toda a família.
Quando elas se veem obrigadas a estar bem o tempo todo, e tanto o corpo quanto o
estado de espírito dizem o contrário, a situação piora, desencadeando um sentimento
de frustração.
Aplausos para todas mães que estão lutando contra a depressão pós-parto e têm que se
levantar todos os dias pelos seus filhos.
https://amenteemaravilhosa.com.br/depressao-pos-parto/
O dicionário indica que obsessão é “um distúrbio mental produzido por uma ideia
fixa“. Também a define como “uma ideia que assalta a mente com persistência tenaz”.
Na linguagem coloquial, usamos mais a palavra mania do que obsessão, reservando este
último termo para falar de uma mania ou fixação muito perturbadora.
Dominar o transtorno obsessivo-compulsivo é possível
Os dois grandes medos do ser humano são a morte e a loucura. Ambos são um processo
sem retorno. Além disso, indicam uma perda de autocontrole. Esse medo da loucura é
o que leva muitos pacientes a negar suas obsessões, ou ao menos a gravidade de seus
sintomas.
A verdade é que ainda não existe uma cura médica. No entanto, os psicólogos oferecem
ferramentas valiosas para dominar o transtorno obsessivo-compulsivo. Inclusive, o
tratamento de escolha é baseado em terapia psicológica de natureza cognitivo-
comportamental.
Em muitos casos, isso é feito usando uma exposição de longa duração à ansiedade da
vida real e a situações que evocam os rituais (compulsões). Isso é chamado de
exposição “in vivo”. Por exemplo, podemos solicitar que a pessoa toque em um objeto
do qual tem medo sem poder reduzir a ansiedade lavando as mãos (no caso de uma
obsessão por contaminação).
O ideal é que a exposição seja realizada por etapas e em passos muito pequenos que
levam ao objetivo final de habituação completa ao objeto ou situação temida. Isso é
feito através do desenvolvimento de uma hierarquia de exposição, graduada de menor à
maior ansiedade.
https://amenteemaravilhosa.com.br/dominar-o-transtorno-obsessivo-compulsivo/