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1.

O Transtorno do espectro autista (TEA)

Historicamente, o autismo e descrito pela primeira vez em manuais médicos de


classificação no final da década de 1980, sobre a denominação transtorno autista.
Sendo que antes o autismo era entendido como maneira psicodinâmica como forma
de psicose tendo manifestação na infância apresentado na literatura em casos de
estudos clínicos geralmente atendidos por psicanalistas.
"De acordo com Klin (2006), a teoria psicogenética apresentava-se como defensora que a criança
autista era normal no momento do nascimento, mas devido fatores familiares adversos no decorrer do
seu desenvolvimento desencadeou um quadro autista. Os sintomas eram considerados secundários,
atribuíveis, portanto, as condutas parentais impróprio. Essa teoria deu inicio a pesquisas reagrupadas
em quatro eixos,
sendo esses o stress precoce, as patologias psiquiátricas parentais, quociente de inteligência e classe
social dos pais, e por ultimo a interação pais e filhos. Com base nas informações, Leboyer, chega à
determinada observação: "I...] as teorias psicogenêcas não parecem explicar a patologia do autismo.
Não podemos aceitar o modelo segundo o qual pais normais .com freqüência calorosos e afetuosos)
seriam responsáveis por graves distúrbios de seus filhos, enquanto seus irmãos são normais".
(LEBOYER,2005,p.49)”

1.1 Causas do autismo

Pode se entender como causas genéticas a coexistência, em forma de


comorbidade entre determinadas síndromes genéticas e o TEA. Na década de 1980
houve a identificação de que 20% dos pacientes do qual foram diagnosticados com a
síndrome do x frágil, acabaram tendo sintomas que se encaixavam dentro do
diagnóstico do autismo. Onde, outras síndromes genéticas, devidas a alterações
cromossómicas, mutações genéticas ou síndromes sem causa identificada foram
reconhecidas.

Existindo características comum entre elas, que seria a presença de efeitos


morfológicos estando associados a deficiência intelectual. Podendo assim dizer que
entre 10 e 30% dos pacientes, com estas síndromes, podem estar apresentando
comorbidade com o TEA. Pacientes avaliados quanto a presença de outras
comodidades, constatou-se que a frequência da hipotonia foi consideravelmente mas
comum em mulheres.
Os homens com problemas cardíacos, em baixa proporção. Crises conclusivas,
hiperatividades e doenças gastrointestinais não apresentaram nenhuma diferença
entre os sexos.

Dos pacientes estudados, 3,4% exibiram a mutação associada a síndrome do x frágil,


o que está de acordo com os dados da literatura sendo a frequência entre 2-8% (
WASSINK et.al 2001 ; ESTÉTICO et.al 2002; SHEN et.al, 2010)”.
"Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008) indicam que pesquisas recentes sugerem que o autismo
pode ter haver com alterações neuroanatômicas, considerado este extramente masculino. Tal fato
ocorreria devido às altas taxas de testosterona a que os autistas seriam expostos no período
prénatal, sendo assim o motivo de responderem processo de socialização de maneira indutiva e
sistemática"

Os sintomas do autismo
Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do
desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as
demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados
por estratégias aprendidas mais tarde na vida). Os sintomas mais recorrente são
Dificuldade na comunicação, caracterizado por uso repetitivo da linguagem e
dificuldade para iniciar e manter um diálogo. Alterações comportamentais, como
manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas
específicas e dificuldade de imaginação.
"Quanto à abordagem biológica , Assumpção e Pimentel (2000) afirmam que as causas do
autismo são desconhecidas, porém varias doenças neurológicas e/ou genéticas foram
apresentadas como sintomas do autismo. Problemas cromossômicos, gênicos, metabólicos e
mesmo doenças transmitidas/adquiridas durante a gestação, durante ou após o parto, podem
estar associados diretamente ao autismo.”

Autismo pode ser classificado conforme o nível de necessidade de suporte da pessoa,


sendo considerados três níveis: nível 1 ( conhecido como “autismo leve”), nível 2
(conhecido como “autismo moderado”) e nível 3 (conhecido como “autismo severo”).

O autismo pode ser classificado conforme o nível de necessidade de suporte da


pessoa, sendo considerados três níveis: Nível I ( conhecido como “autismo leve”)
Nível 2 ( conhecido como “autismo moderado”)

Nível 3 (conhecido como “autismo severo”)


As pessoas com TEA no nível 1 podem ter dificuldade em iniciar ou manter conversas,
interpretar expressões faciais e entender as nuances da linguagem. Porém, por se
apresentarem de forma mais suave, normalmente essas dificuldades não são limitantes
para a interação social.

Eles também podem apresentar comportamentos repetitivos, como balançar as mãos


ou o corpo, e ter interesses intensos e restritos, como colecionar objetos específicos ou
se concentrar em um tópico específico. Apesar disso, pessoas com TEA no nível 1
geralmente têm habilidades de linguagem e comunicação relativamente intactas e
podem se adaptar bem a mudanças na rotina.

No segundo nível do TEA é considerado moderado e se caracteriza por dificuldades


significativas na comunicação e interação social.

Pessoas neste nível podem enfrentar maiores desafios para iniciar ou manter conversas,
interpretar expressões faciais e compreender nuances da linguagem. Além disso, assim
como no nível anterior, podem apresentar comportamentos repetitivos e ter interesses
intensos e restritos.

Indivíduos com TEA no nível 2 podem apresentar também dificuldades para se adaptar a
mudanças na rotina e podem necessitar de apoio extra para lidar com situações sociais
mais complexas.

Este 3 nível é o mais grave, por isso é também conhecido como severo. Além de
apresentarem as características já descritas nos níveis 1 e 2, este também é
caracterizado por dificuldades significativas de comportamentos repetitivos.

Normalmente, possuem uma deficiência, mais severa nas habilidades de comunicação,


tanto verbal quanto não verbal, e consequentemente, dependem de maior apoio para se
comunicar. Isso pode resultar em dificuldades nas interações sociais e uma redução na
cognição. Além disso, eles tendem a apresentar um perfil comportamental inflexível e
podem ter dificuldades em se adaptar a mudanças, o que pode levá-los a se isolar
socialmente se não forem incentivados.
Diagnóstico

Com o diagnóstico do transtorno é possível ampliar a perspectiva de desenvolver


as capacidades da pessoa com autismo. Tanto as questões cognitivas, como as
questões sociais e as de linguagem também. Quanto antes a pessoa com TEA receber o
diagnóstico e iniciar as intervenções, melhor. Com as intervenções, a pessoa conseguirá
ser cada vez mais independente e ter autonomia para realizar as suas atividades diárias.

Mas, vamos lá. Você sabe como é realizado o diagnóstico do TEA? Esse diagnóstico é
clínico e é baseado nas evidências científicas destacadas pelo Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria,
conhecido também como DSM-5, pois está na sua quinta edição. Sendo assim, O DSM5
é o ponto de partida para identificar se uma pessoa tem ou não o Transtorno. Vamos
destacar os pontos principais que estão descritos no DSM-5:

Dificuldade persistente na comunicação social e na interação social nos mais variados


contextos. Ou seja, a pessoa tem dificuldade de relacionar e se envolver e de realizar
comportamentos não verbais.
Padrões restritos, repetitivos de comportamento e de interesses. Tem a fala repetitiva,
movimentos motores ou usa objetos de forma repetitiva ou estereotipada. A pessoa
apresenta também apego à rotina e rituais, são resistentes às mudanças e tem interesse
fixo em algo de forma intensa.
Alteração na percepção sensorial de estímulos do ambiente, que pode ser em excesso
ou sem interesse.
Para chegar a um diagnóstico de autismo, o médico especialista, normalmente o
neuropediatra ou o psiquiatra infantil realiza uma entrevista com os pais e observa a
criança para avaliar os comportamentos. Além do médico especialista é importante ter
uma equipe multidisciplinar para auxiliar neste diagnóstico. Essa equipe normalmente é
formada por psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistente social e o
psicopedagogo entre outros profissionais.
Em alguns casos é solicitado testes genéticos ou exames específicos para identificar
problemas de saúde relacionados com o autismo e para descartar outras síndromes.

Mas não há exames de imagem ou de laboratório que confirmem o TEA. O diagnóstico é


clinico!

Esse diagnóstico costuma ocorrer quando a criança tem cerca de 2-3 anos de idade, mas
é possível diagnosticar mais cedo pois alguns sinais já são perceptíveis.
Alguns sinais:

A criança pode demorar um pouco mais para se desenvolver e interagir com o meio
externo. Então se demorar a falar, andar e responder as pessoas podem ser alguns
indícios do autismo. Além disso, os pais são os primeiros a notar que seu filho está
mostrando comportamentos incomuns, como não fazer contato visual, não responder
ao seu nome quando chamado, brincar com brinquedos de formas incomuns e
repetitivas. Por isso, é importante buscar ajuda especializada para ter certeza se é ou não
autismo.

Esses sinais devem estar presentes logo na infância, mas também podem ser percebidos
e aparecer aos poucos. Infelizmente, há casos de pessoas que demoram anos para ter
um diagnóstico correto e só vão descobrir que estão dentro do espectro do autismo na
vida adulta. Passam a vida inteira com dificuldades de socialização, comunicação
atípica e não conseguindo se encaixar nos padrões da sociedade e muitas vezes só.

1.2 Prevalência mundial do transtorno do espectro do autismo:

Segundo ‘DOUGLAS Molierke, NORTE.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento


caracterizado por déficits sociais, comunicativos e comportamentais. O TEA ainda não
tem nenhum fator etiológico patogênico e é definido como um transtorno crônico. Apesar
da prevalência do TEA ainda ser muito discutida, e haver poucos dados a nível mundial,
acredita-se que a prevalência esteja em uma crescente, principalmente nos últimos 10
anos. Segundo um busca realizada em PubMed, PsychlNFO, EMBASE, Lilacs e Cochrane,
de 1996 a 201 6, bem como revisaram a bibliografia das revisões destas buscas. As
pesquisas incluídas neste estudo apontaram a prevalência do autismo como objetivo
principal e de qualquer faixa etária.

Na busca na literatura encontrou artigos e destes foram lidos em sua íntegra. Ao todo,
mais de 3 milhões de indivíduos foram incluídos nesta pesquisa. Atualmente, o número
ainda é maior que as estimativas do último estudo. Publicado em 2 de dezembro de 2021,
o relatório anterior do CDC mostrava que 1 em cada 44 crianças aos 8 anos de idade era
diagnosticada autista, segundo dados coletados no ano de 2018, em contraponto com o
número atual de 1 em cada 36 crianças.
1.3 A diferença dos graus.

Grau 1: autismo leve

São pessoas autônomas em seu dia a dia e que muitas vezes podem nem perceber que
possuem a condição, suavizando os sinais de forma involuntária. Os autistas de grau 1,
porém, costumam ser mais adeptos à rotina e ter um pensamento fechado. Resistem a
iniciar interações sociais, a trocar olhares e são focados em si mesmos. Grau 2: autismo
moderado

Nestes casos, a condição já é mais evidente, e o indivíduo necessita de apoio no dia a dia
e terapias direcionadas.

Geralmente são diagnosticados ainda na infância por sua dificuldade de socializar,


podendo ter atraso de fala ou se comunicar de forma desconexa. Com um
acompanhamento correto, porém, podem ter um funcionamento regular da vida e até ter
certa independência. Grau 3: autismo severo

Precisam de apoio constante. Alguns sequer desenvolvem a capacidade de


comunicação verbal. Tendem ao isolamento e a uma forte fixação em objetos de
interesse. Podem ser agressivos, a si ou aos outros, em momentos de estresse. Mesmo
com acompanhamento terapêutico, têm pouca autonomia e podem, inclusive, chegar a
ser considerados juridicamente incapazes.

Precisam de apoio constante. Alguns sequer desenvolvem a capacidade de


comunicação verbal. Tendem ao isolamento e a uma forte fixação em objetos de
interesse. Podem ser agressivos, a si ou aos outros, em momentos de estresse.
Ainda é bastante comum que os pais de filhos autistas comentem que demoraram a ter
um diagnóstico correto. Essa situação é bastante preocupante, pois a identificação dos
sinais do TEA em sua fase inicial é fundamental para iniciar uma intervenção precoce e
assim melhorar a qualidade de vida dos autistas.
1.4 Atividades física que os portadores de transtorno espectro autista (TEA)
podem praticar.

Caminhada e natação: são atividades ideais para pessoas autistas. Essas são
opções que agregam com á saúde. Basquete, futebol, vôlei e outras modalidades
também são de suma importância para o conforto físico e mental.

Em geral, são bastante recomendadas! Porém, em alguns casos o excesso de barulho,


como em esportes coletivos, podem ser estressantes.
A relação entre o exercício físico e o bem-estar mental tem sido de grande interesse,
a prática regular de atividade física libera endorfinas, neurotransmissores que
contribuem para uma sensação de tranquilidade.

Transtorno mentais tornam-se preocupante para a saúde pública. O objetivo


fundamental que a prática física desempenha nessa contenda são: conquistar o
conforto mental, leveza, calmaria e bem- estar. Além disso, ajuda no tratamento
terapêutico e evitando o uso de fármacos.

Quais os benefícios que as atividades físicas trazem para desenvolvimento do


autista?

As atividades físicas são cheias de benefícios que desenvolvem as pessoas com


espectro autista, principalmente na infância, além dos relacionados ao
desenvolvimento físico e motor, os exercícios ajudam também a ampliar a
comunicação social, a autoestima e a regulação da rotina.

Durante a realização de movimentos frequente também e possível aprimorar a


percepção do entorno, aumentar a noção entre espaço, tempo e ambiente em aquele
indivíduo vive, conhecer melhor a postura corporal, criar cada vez mais independência
no dia a dia, melhorar as habilidades acadêmicas e sociais, reduzir estereotipias e
movimentos repetitivos.
“O aluno com autismo não é capaz de aprender, mas possui forma peculiar de responder aos estímulos,
culminado por trazer-lhe um comportamento diferenciado, que pode ser responsável tanto por grandes
angústias quanto por grandes descobertas, dependendo da ajuda que ele receber”. (CUNHA,
2011,p.68).
“ Estima-se que ocorra um caso de autismo a cada 42 nascimentos de meninos, enquanto para o sexo
feminino seria de um caso para cada 189 meninas (TEIXEIRA, 2016).”
“Teixeira (2016), o transtorno do espectro autista pode ser definido como um conjunto de condições
comportamentais caracterizada por prejuízos no desenvolvimento de habilidades sociais da
comunicação e da organização da criança.”

O estudo propiciou identificar implicações positivas decorrentes da prática de


atividades esportivas para indivíduos com transtorno do espectro autista. Os
benefícios são de natureza psicossocial, física e cognitiva.

Pelos achados, embora tenha se percebido carências de pesquisas sobre o objeto de


estudo, deve-se estimular a participação ativa dos indivíduos com TEA em atividades
físicas e esportivas. Ademais, o profissional de Educação Física tem importância
fundamental neste processo, sendo indispensável sua atuação junto ao grupo e o
desenvolvimento de pesquisas mais robustas, com delineamentos metodológicos com
melhores evidências científica.

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