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Descrito no inicio por pesquisadores, como organização em torno do distúrbio

central que é inaptidão das crianças em constituir relações normais com as


pessoas e em reagir normalmente à acontecimentos desde o começo da vida,
assim era aceito o autismo.

Autistas ainda recebem atualmente os mais diferentes diagnósticos médicos,


incluindo desde transtorno obsessivo-compulsivo, personalidade esquizoide,
esquizofrenia, transtornos de humor, deficiência mental isolada. Embora isto, o
quadro clínico do autismo já foi bem distinto e qualificado, manifestando-se por
comprometimento do relacionamento social, por repertório repetitivo e
estereotipado de comportamentos, por dificuldades de linguagem e por
insistência em determinadas rotinas.

Nos estudos de Marinho (2009) em 1933, o médico Howard Potter,


fundamentando-se nas pesquisas de Eugen Bleuler, discutiu o caso de seis
pessoas, nos quais, os sinais de alteração do comportamento e de isolamento
social começaram ainda na infância, propondo assim que se tratava de uma
esquizofrenia infantil, então os primeiros estudos referente ao autismo nos
remete a ideia de doença psíquica e não a um transtorno do desenvolvimento
da infância.

A definição de autismo teve inicio na primeira descrição por Leo Kanner, que
exibiu pesquisas em torno do Transtorno de Espectro Autista para o mundo
nomeando o transtorno de Distúrbio Autístico do Contato Afetivo, e apresentou
o fato de 11 crianças que exibiam como características em comum o
isolamento afetivo e emocional, movimentos estereotipados ,dificuldades de
comunicação, e um anseio obsessivo pela preservação da rotina, o que são as
principais características do transtorno até hoje.

O autismo em 1943, marcado por Leo Kanner virou um dos desvios


comportamentais mais analisados, tratados e questionados, que teve a
importância de identificar a diferença do comportamento esquizofrênico e do
autismo.

Hans Asperger, no mesmo tempo que Kanner observou que o padrão de


comportamento e habilidades que descreveu, ocorria preferencialmente em
meninos, que essas crianças exibiam deficiências sociais graves, falta de
empatia, pequena capacidade de fazer amizades, conversação de um lado só,
intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos
descoordenados. Apesar da aparente imaturidade verbal de seus assuntos,
Asperger chamava as crianças que estudou de pequenos educadores, devido à
capacidade de falar sobre um tema de maneira detalhada, a Síndrome de
Asperger deve seu nome a ele.

As causas do Autismo ainda são incógnitas, incidindo o problema da


etiologia, segundo Bosa e Callis (2000) distinguem que há dois grandes grupos
de hipóteses que se opõem, sendo essas as teorias biológicas e
psicogenéticas.

Conforme Klin (2006), a teoria psicogenética defendia a ideia de que a


criança com autismo era normal no período do nascimento, mas devido fatores
familiares no transcorrer do seu desenvolvimento, desencadeava um quadro
autista. Com base nas determinadas informações, Leboyer, chega à seguinte
conclusão: “[...] as teorias psicogênicas não parecem explicar a patologia do
autismo. Não podemos aceitar o modelo segundo o qual pais normais (com
frequência calorosos e afetuosos) seriam responsáveis por graves distúrbios de
seus filhos, enquanto seus irmãos são normais”.(LEBOYER,2005,p.49).

Quanto à abordagem biológica Assumpção e Pimentel (2000) afirmam que as


causas do autismo são incógnitas, porém varias doenças neurológicas foram
expostas como sintomas do autismo.

Mello (2001) esclarece que existem vários princípios de diagnósticos


utilizados para classificação do autismo. Os mais usados são o Manual de
Diagnóstico e de Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de
Psiquiatria, DSM – IV, e a Classificação Internacional de Doenças da
Organização Mundial de Saúde, o CID – 10, publicado pela Organização
Mundial de Saúde, sendo que, o diagnóstico deve ser feito por profissional
especializado.

Com o lançamento da quinta edição do DSM, os subtipos dos transtornos do


espectro do autismo são extintos. Os mesmos agora são diagnosticados em
um único espectro com diferentes níveis de gravidade. O DSM-V passa a
abranger todas as subcategorias da condição em um único diagnóstico
denominado Transtorno do Espectro Autista – TEA. A Síndrome de Asperger
não é mais considerada uma condição separada e o diagnóstico para autismo
passam a ser definido em duas classes: alteração da comunicação social e
pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados.

Segundo Bosa (2002), são chamadas Autistas as crianças que tem


inadaptação para estabelecer relações normais com o outro, um atraso na
aquisição da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacitação de lhe
dar um valor de comunicação. Essas crianças apresentam igualmente
estereótipos gestuais, uma necessidade de manter imutável seu ambiente
material, ainda que dêem provas de uma memória frequentemente notável.

A nova edição do DSM trouxe uma nova estrutura de sintomas, e a tríade de


sintomas que modela déficits de comunicação separadamente de prejuízos
sociais, onde trata-se de déficits constantes na comunicação social e na
interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue,
atualmente ou por historia prévia. São estes: Déficits na reciprocidade sócio
emocional variando da dificuldade em estabelecer uma conversa normal, e
dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais, déficits no
comportamento comunicativos não verbais usados para a interação social
variando de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade
no contato visual e linguagem corporal, e déficits para desenvolver, manter e
compreender relacionamentos mostrando-se a dificuldade em ajustar o
comportamento para se adequar a contextos sociais diversos.

DSM- V(...) O transtorno do espectro autista é frequentemente associado


com comprometimento intelectual e transtorno estrutural da linguagem, que
devem ser registradas conforme os especificadores relevantes quando
aplicáveis. Muitos indivíduos com autismo apresentam sintomas psiquiátricos
que não fazem parte dos critérios diagnosticados para o transtorno( cerca de
70% das pessoas com transtorno do espectro autista podem ter um transtorno
mental comórbido, e 40% podem ter dois ou mais transtornos mentais
cómorbidos).
Suas aparições são bem variáveis, indo do extremo com ausência de
desenvolvimento da linguagem, isolamento social e dependência nas
atividades de vida diária até aqueles que se formam em universidades e
atingem funcionamento social, mantendo algumas dificuldades de comunicação
e de interação social.

Como o autismo é determinado por um conjunto comum de sintomas, se


reconhece que ele seja mais bem representado por uma exclusiva categoria
diagnóstica, adaptável conforme apresentação clínica individual, que permite
incluir especificidades clínicas como, transtornos genéticos conhecidos,
epilepsia, deficiência intelectual e outros. Um transtorno na forma de espectro
único reflete melhor o estágio de conhecimento sobre a patologia e sua
apresentação clínica.

Na última década, o destaque se dá sobre a redução da idade para


diagnosticar o autismo, que se da partir dos 18 meses da criança , em um
experimento de diminuir o sofrimento da família, bem como tornar os
profissionais da saúde mais vigilantes.

De acordo com Lampreia (2008, p. 399):

A idade do surgimento das características autísticas é outro


fator complicador na definição do ‗autismo‘. Tradicionalmente,
o autismo tem sido visto como uma síndrome inata, com
características aparentes já nos primeiros meses de vida.
Contudo, tem sido cada vez mais freqüente o relato de casos
em que há um desenvolvimento típico até os 18 meses com
uma posterior regressão e clara perda de palavras adquiridas.
E são comuns relatos de regressão pelos pais não só em
casos de atraso no desenvolvimento e problemas de
linguagem.

Rivière (2004), entre outros pesquisadores, apontam para a interferência


pedagógica como um dos grandes aliados para tratamento de pessoas com
autismo. Não se sabe ainda como curar um autista, mas, restringir a
dependência quem sabe seja o caminho dos atendimentos e dos processos
recomendados. As restrições de comunicação, os comportamentos associados
ao isolamento, talvez sejam, dentre outros sintomas, os motivos da busca pela
melhor intervenção terapêutica e psicopedagógica.
A percepção das necessidades e das particularidades de comunicação de
cada pessoa alude no reconhecimento da diversidade como um parâmetro
norteador da proposta pedagógica. Para Rivière (2004, p. 248): “O autismo
requer do sistema educacional duas coisas importantes: diversidade e
personalização.”

Portanto, para que haja intervenções pedagógicas eficazes é necessário que


se leve em consideração essa diversidade.

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