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Síndrome de Asperger........................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 31
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FACULESTE
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Desenvolvimento Infantil da Criança Autista
Segundo Bosa (2002), são chamadas Autistas as crianças que tem inadaptação
para estabelecer relações normais com o outro, um atraso na aquisição da linguagem
e, quando ela se desenvolve, uma incapacitação de lhe dar um valor de comunicação.
Essas crianças apresentam igualmente estereótipos gestuais, uma necessidade de
manter imutável seu ambiente material, ainda que deem provas de uma memória
frequentemente notável. Contrastando com este quadro, elas têm, a julgar por seu
aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparência física normal.
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esquizofrênicos se refere a um retraimento ativo de imaginário. Na realidade sugere,
primeiramente, ”um retraimento”.
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Quanto à abordagem biológica Assumpção e Pimentel (2000) afirmam que as
causas do autismo são desconhecidas, porém varias doenças neurológicas e/ou
genéticas foram apresentadas como sintomas do autismo. Problemas cromossômicos,
gênicos, metabólicos e mesmo doenças transmitidas/adquiridas durante a gestação,
durante ou após o parto, podem estar associados diretamente ao autismo. Leboyer
menciona que:
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desenvolvimento, assim se apresenta e caracterizam-se de acordo com Tamanaha,
Perissinoto e Chiari:
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Segundo Lorna Wing (1979) as pessoas autistas possuem três grandes grupos
de perturbações, as quais se manifestam em três diferentes áreas de domínio, vindo
a prejudicá-las. São elas: a Área Social, a da Linguagem e Comunicação e a do
Comportamento e Pensamento. No entanto Baptista e Bosa (2002, p.34,) ressaltam
que apesar de Lorna Wing, distingui a tríade não são separáveis como leva a crer o
termo “tríade”, “a expressão resultou de mensurações estatísticas, demonstrando que
os comprometimentos que apareciam nessas áreas não ocorriam “ao acaso”;
apresentavam-se juntos, embora com intensidade e qualidades variadas.”
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poderosa de não serem perturbadas. Tudo o que é trazido para a criança do exterior, tudo o
que altera o seu meio externo ou interno representa uma intrusão assustadora”. No entanto
estudos recentes comprovam, segundo Trevarthen (1996, in: Baptista e Bossa, 2002, p.34),
“nem todos os autistas mostram aversão ao toque ou isolamento, alguns ao contrário, podem
buscar o contato físico, inclusive de uma forma intensa, quando não “pegajosa”, segundo
pais e professores”.
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ser indicio de falha da criança em compreender a fala do outro, “como se a criança
quisesse voltar às verbalizações para compreender seu conteúdo”.
A ecolalia mediata, a criança demora certo tempo para repetir o que escutou.
Segundo Fay (1980, in: Lamônica, 1992, p.4), a ecolalia poderia representar a intenção
da criança autista em manter certa interação social em faces as falhas para
compreender uma mensagem. Desta forma a ecolalia seria um esforço do autista para
participar da interação social, levando em consideração seu repertorio verbal ser
limitado.
Estima-se que cerca de cinquenta por cento dos autistas não desenvolvem a
linguagem durante toda a vida. Podemos então observar que a comunicação da
criança autista é caracterizado por falta de verbalização ou por ecolalia, sendo,
segundo Lamônica (1992) raro encontrar autistas que falam normalmente. O que
preconiza os cinemas, divulgando a noção de que indivíduos com autismo apresentam
talentos especiais, de modo que Pring, Hermelin, Buhler e Walker afirmam:
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A Área do Comportamento e Pensamento é a terceira área afetada, sendo que
ela é caracterizada pela rigidez do comportamento e do pensamento, e também a
precária imaginação. Destaca-se também o comportamento ritualista e muitas vezes
obsessivo, a ausência dos jogos de faz de conta, pois não percebem o objeto inteiro,
mas só uma parte, um detalhe, e não entendem para que serve o brinquedo, o atraso
intelectual e a dependência de rotinas.
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Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses
infantis, a Síndrome de Asperger, a
Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos
outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de
gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.
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Desenvolvimento. Nessa categoria, estão incluídos os alunos com diagnóstico de
autismo, Síndrome do Espectro Autista (Asperger), Transtorno Desintegrativo da
Infância (psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento - sem outra
especificação.
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Autores como Klin (2006), Mercadante e Rosário (2009) ressaltam que
embora existam critérios para o diagnóstico do autismo e da Síndrome de Asperger é
visível a variabilidade de apresentações clínicas. De acordo com essas afirmações,
pode-se presumir que não exista um único padrão de autismo ou de Síndrome de
Asperger, mas há “variações no desenho do cérebro social que implicam modos de
funcionar distintos, ainda que tenham sempre em comum uma desadaptação precoce
dos processos de sociabilidade” (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009, p. 19).
Síndrome de rett
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A Síndrome de Rett foi identificada em 1966 por Andréas Rett, tendo ficado mais
conhecida após o trabalho de Hagberg. É uma desordem do desenvolvimento
neurológico, acometendo em sua maioria crianças do sexo feminino,
aproximadamente 1 em cada 10.000 a
20.000, mas também atinge criança do sexo
masculino meninas nascidas vivas (os
meninos normalmente não resistem e
morrem precocemente).
Do ponto de vista clínico, a Síndrome de Rett pode ser organizada em quatro etapas,
de acordo com Mercadante (2007), conforme segue:
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Rapidamente destrutiva: Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, com
regressão psicomotora, choro imotivado, irritabilidade, perda da fala adquirida,
comportamento autista e movimentos estereotipados das mãos. Podem ocorrer
irregularidades respiratórias e epilepsia.
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Síndrome de Asperger
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A interação da criança com Síndrome de Asperger com outras crianças se
torna difícil, pois demonstra pouca empatia e apresenta comportamento excêntrico;
Teixeira (2006) afirma que o
desenvolvimento inicial da criança parece normal, contudo, no decorrer dos anos, seu
discurso se torna diferente, monótono, peculiar e há, com frequência, a presença de
preocupações obsessivas. É um transtorno de múltiplas funções do psiquismo, com
afetação principal nas áreas do relacionamento interpessoal e da comunicação,
embora a fala seja relativamente normal.
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Conforme Ferrari (2012), a expressão transtornos invasivos do desenvolvimento
agrega um conjunto de problemas do desenvolvimento das funções psicológicas,
geralmente aquelas envolvidas na apropriação de aptidões para as relações sociais e
para a utilização da linguagem.
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A definição sobre psicose, apresentada pelo DSM-IV, é entendida como uma
perda dos limites do ego ou um amplo prejuízo no teste da realidade. O termo psicose
refere-se a delírios, quaisquer alucinações proeminentes, discurso desorganizado ou
catatônico. Assim, a psicose pode ser definida como uma desordem mental na qual
ocorre um comprometimento do pensamento, da capacidade de perceber a realidade
sem distorções e do relacionamento interpessoal (SADOCK, 2000).
Existem muitos conceitos diferentes para o termo psicose, tais como perda do
contato com a realidade de forma temporária ou definitiva; perturbação psíquica grave
(podendo gerar uma desintegração das estruturas da personalidade); e personalidade
que se fragmenta (ASSUMPÇÃO, 1993; TENGAN; MAIA, 2004).
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observação e análise da interação social e do conteúdo dos pensamentos, o que deixa o
diagnóstico incomum na infância, sendo extremamente inusitados os relatos de incidência
em idade inferior a cinco anos (MCKENNA; GORDON; RAPAPORT, 1994; HOLLIS, 2000).
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Essa categoria diagnóstica é utilizada (DSM-IV) quando há prejuízo severo e
invasivo no desenvolvimento da interação social e são excluídas as hipóteses de
autismo, Síndrome de Asperger e Psicose Infantil.
Novos delineamentos
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É significativo ressaltar que na edição do DSM-V foi suprimida a classificação
por subtipos e proposta a categoria diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo,
pois a comunidade científica considerou que o transtorno autista, o transtorno de
Asperger e o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação não são
desordens distintas, mas parte de um transtorno único e contínuo, de médio a severo
prejuízo, nos domínios da comunicação e dos comportamentos\interesses restritos e
repetitivos (KAJIHARA, 2014, p. 25).
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alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
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Concepção psicomotora de desenvolvimento
dos sistemas de comunicação que ela estabelece com o seu ambiente. Estas trocas entre
a criança, o mundo das pessoas e o mundo dos objetos, que se faz através da ação corporal,
favorecem o conhecimento de si mesma e a apreensão do mundo que a cerca.
Ao nascer a criança se depara com um universo complexo, regido por leis que
orientam o comportamento das pessoas e objetos. Ela terá, portanto, que descobrir e
assimilar a forma como o seu ambiente está organizado para atender de forma
satisfatória às solicitações que lhe são dirigidas.
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Nas suas interações mais primitivas o bebê dispõe apenas do seu próprio corpo
como instrumento de comunicação e é através de um diálogo não verbal, mas
essencialmente corporal que ele desenvolverá suas habilidades físicas, cognitivas e
afetivas cujo aperfeiçoamento progressivo facilita a integração e comunicação do
indivíduo com o seu ambiente.
Nesta fase o envolvimento afetivo entre o bebê e as pessoas que lhe dispensam
cuidados é essencial pois facilita a compreensão das mensagens préverbais que a
criança transmite através de uma linguagem corporal traduzida por gestos e atitudes
(choro, sono, ritmos biológicos). A afetividade é, portanto, o elemento essencial sobre
o qual se estabelece a forma mais primitiva da comunicação humana, denominada
diálogo tônico (Ajuriaguerra, em Coste, 1981).
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Observa-se que algumas crianças apresentam dificuldades em comunicar-se
de modo compreensivo com o mundo das pessoas e objetos e "parecem, muitas
vezes, mais felizes quando sozinhas, atuando como se nada além de si mesmas
existisse à sua volta, dando a impressão de silenciosa sabedoria (Jerusalinsky, 1984,
p. 21). Esta situação define o aspecto mais característico da síndrome descrita
inicialmente por Kanner, em 1943, como autismo infantil primitivo (Leboyer, 1987;
Jerusalinsky, 1984; Tustin, 1972).
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Ao nascer o bebê vive uma fase essencialmente autista que faz parte do
desenvolvimento infantil normal. Segundo Mahler,
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Muitas vezes, esse processo de individuação e organização do eu - que permite
à criança reconhecer o mundo dos objetos e das pessoas e assimilar as leis que
orientam as relações do ser com o meio ambiente - não se faz de modo satisfatório
por circunstâncias diversas que envolvem, fatores de ordem psicoafetiva e/ou orgânica
e que tornam o crescimento psicológico um processo doloroso.
Algumas crianças superam esta fase naturalmente; outras a vivem como algo
extremamente doloroso, gerando um estado caracterizado por Mahler como de
"profundo desgosto e luto interno" ao qual Winnicott chamou depressão psicótica ou
depressão primitiva como preferem denominar Rank e Putnam (em Tustin, 1972). Para
estes autores é este estado, que se traduz por uma incapacidade extrema de tolerar
as frustrações mais primitivas como o afastamento da mãe ou substituta ou do
seio/mamadeira que alimenta, que pode determinar alterações no curso do
desenvolvimento psicológico da criança, levando algumas vezes ao não uso das
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faculdades cognitivas com o objetivo de evitar o reconhecimento da própria
individualidade que confronta a criança com a situação, anteriormente mencionada, de
não-eu.
Vários autores estão em acordo com relação à importância da dimensão afetiva que
envolve o ser na fase mais primitiva do seu desenvolvimento.
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Esta análise preliminar mostra-se essencial quando se lida com crianças que
apresentam dificuldades de comunicação e relação com o mundo.
REFERÊNCIAS
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras.
Psiquiatr. São Paulo, 2006.
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LAMÔNICA, Dionísia Aparecida Cusin. Utilização de variações da técnica do
ensino incidental para promover o desenvolvimento da comunicação oral de uma
criança diagnosticada autista. Bauru, USC, 1992. (Cadernos de divulgação cultural)
LEBOYER, Marion. Autismo infantil: fatos e modelos. 5ª ed. Campinas, SP, Papirus,
2005.
MELLO, Ana Maria S. Ros. Autismo: guia prático. 2ª ed. São Paulo, Corde,2001.
TAMANAHA, Ana Carina; Perissinoto ,JACY, Chiari, Brasilia Maria. Uma breve
revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome
de Asperger. Rev. soc. bras. fonoaudiol. V.13 n.3 São Paulo 2008.
SPITZ, R. A. (1977). El primer ãno de vida del niño. Madrid: Aquilar S. A. de Ediciones.
32
TUSTIN, F. (1972). Autismo e psicose infantil. Rio de Janeiro: Imago. Vayer, P.
(1982). A criança diante do mundo, na idade da aprendizagem escolar. Porto Alegre:
Editora Artes Médicas.
33
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
FERRARI, P. Autismo Infantil – o que é e como tratar. São Paulo: Paulinas, 2012.
KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. The Nervous Child, New York,
v. 2, p. 217-250, 1943.
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatr.
[online]. 2006, v. 28, suppl.1, pp.s3-s11.
34
technology in individuals with autism spectrum disorders: pilot study. Arq. NeuroPsiquiatr, São
Paulo, v. 64, n. 3a, p.559-562, 2006.
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