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Curso de Psicologia
Turma Lps025
Manaus – Amazonas
2023
DATA: _____/_____/_____
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), após
inúmeros estudos, foi possível concluir que o autismo é uma condição complexa e
poligênica, ou seja, existem inúmeros genes que contribuem para o seu
desenvolvimento.
Tendo como base uma análise de material genético de mais de 7.000 pessoas
com o TEA, e 13.000 irmãos e familiares de pessoas com TEA, pesquisadores
conseguiram identificar 134 genes como sendo os principais que estão relacionados
ao TE em um novo estudo. A pesquisa foi realizada por estudiosos do hospital
pediátrico canadense Hospital For Sick Children, e foi publicada em um periódico
infantil no dia 10 de novembro de 2022, e teve a sua última avaliação em 4 de agosto
de 2023. Essa foi a maior análise genética relacionado ao TEA.
Após coletar o material genético, os pesquisadores fizeram uso da técnica do
sequenciamento completo do genoma, que tem por sigla WGS, e assim, foi possível
identificar 134 genes ligados ao autismo.
De acordo com o estudo, a maioria das variações está relacionada ao número
de cópias dos genes (CNVs). Dá-se esse nome dado às duplicações de genes, ou
sejam ganhou ou aumento de conteúdo genômico ou deleções.
Os genes afetados pelas CNVs – em sua maioria – estão envolvidos em duas
funções biológicas principais: sinapse glutamatérgico.
O glutamatérgico é amplamente distribuído no sistema nervoso central e seu
principal neurotransmissor é o GLUTAMATATO, este sistema é responsável pela
memória e aprendizagem - funções cognitivas) e condução axonal (através da qual o
impulso nervoso é transmitido).
A perda da ação do glutamato pode levar ao comportamento autista, segundo
estudos.
As CNVs são extremamente raras e apenas algumas alterações recorrentes
foram descritas, como duplicações 15q11-q13, microduplicações 16p11.2 e deleções
22q11-13. E mudanças nos genes SHANK3, NLGN3, NLGN4 e NRXN1.
CNVs em Regiões Cromossômicas (SHANK3): é um gene que se localiza no
cromossomo 22q13.3. Este codifica a proteína Shank3, regulando como proteína da
área de densidade pós-sináptica e atua regulando e interagindo com outras proteínas,
incluindo proteínas receptoras de canais iônicos, do citoesqueleto e enzimas de
moléculas de sinalização. A SHANK3 está intimamente relacionada com a
sinaptogênese, maturação das espinhas dendríticas, indução de espinhas dendríticas
funcionais, estabilidade dos receptores de glutamato e estabilidade das sinapses. A
ocorrência frequente de pacientes autistas com rearranjos em 15q11-q13 e 22q11.2
pode ser, em parte, devido à organização molecular específica dessas regiões
cromossômicas, como surgem esses rearranjos por recombinação meiótica desigual
entre grupos de baixa cópia de repetição.
Cromossomo 15q11-q13: pesquisas em grandes grupos com indivíduos
portadores dos Transtornos do Espectro Autista têm associado o cromossomo 15q11-
q13 como o sítio com maior frequência de anormalidades cromossômicas já detectado
nos TEA, e polimorfismo genético no cromossomo 15. 15q11-q13 no locus GABRB3
(codifica o receptor de GABA, o principal neurotransmissor inibidor cerebral) – foi
estudado como um gene candidato ao autismo, porém os resultados obtidos foram
inconsistentes, sob um modelo de hereditariedade dominante. A conclusão fenotípica
atribuída as CNVs na região 15q11-q13 é heterogênea. No entanto, há predomínio do
atraso de desenvolvimento global, a dificuldade na linguagem, a hipotonia e as
estereotipias motoras. Também se identificou evidências na ligação genética com o
fenótipo “insistência na repetição”. Essa variação fenotípica pode estar relacionada à
região ou a extensão, ou ainda, a outras mutações em genes envolvidos pelas CNVs.
Consequentemente, a descrição do quadro clínico associado a uma dessas variações
será facilitada pela detecção de novos casos de probandos com essas deleções e
duplicações. Essas alterações são encontradas em indivíduos acometidos pelo
transtorno de hiperatividade e déficits de atenção, bem como, transtorno obsessivo-
compulsivo, transtorno bipolar e epilepsia, e não apenas em indivíduos autistas, pode
haver também em indivíduos clinicamente normais.
Estudos mostram a participação dos genes MDGA2, FHIT, HTR2A, SHANK2,
GRIA3, ZNF778, PRKCα, CDH15, DIAPH3, GCH1, GRM5, MARK1, SLC17A6,
IMMP2L, BZRAP1, SYNGAP1, ANK3, MAP1A, GABRR2, LAMC3, LRRC7, LRRIQ3,
CADPS1, NUFIP, SEMA3A, SNAP29, MBD2, GAD2, DGKH e PARD3, para a
manifestação autista.
Outro loci não identificados anteriormente foram 2q37, 5p15, 11q25, 16q22.3,
17p11.2, 18q21.1, 18q23, 22q11.2, 22q13. 3 e Xp22.2-p22.3. As regiões que podem
conter genes que contribuem para a manifestação do fenótipo autista incluem 2q, 3Q,
7q (ligação significativa), e 11p, 17q (sugestiva ligação em mais de um estudo).
Diversos estudos de associação e de genes candidatos têm sido realizados,
sugerem o envolvimento de genes do sistema de serotonina, genes do sistema
gamaaminobutírico e numerosos outros genes tais como PIK3CG (7q22), RELN
(7q22), NRCAM (7q22.3), LAMB1 (7q31.1), WNT2 (7q31.2) e FOXP2 (7q31), GRM8
(7q31) e UBE2H (7q32).
CNVs recorrentes em TEA estão localizadas nas regiões cromossômicas 7q11,
15q11-q13, 16p11-p12, 17p11, 22q13.
3.3. Expressividade Variável
O TEA possui expressividade variável, o que significa que os sintomas e
características do TEA podem se manifestar de forma diferente nos indivíduos
afetados. A expressividade variável é uma característica comum de muitas condições
genéticas complexas, incluindo o TEA.
A expressividade variável no TEA pode ser observada nos seguintes aspectos:
Gravidade dos sintomas: A gravidade dos sintomas do TEA pode variar
amplamente. Alguns indivíduos podem apresentar sintomas mais leves e ser capazes
de funcionar de forma relativamente independente, enquanto outros podem enfrentar
problemas significativos de comunicação, interação social e comportamento.
Escala de espectro: O TEA é frequentemente descrito como um espectro,
refletindo a variabilidade na expressão dos sintomas. Algumas pessoas nesse
espectro podem exibir características mais orientadas para a comunicação, enquanto
outras podem exibir padrões de comportamento repetitivos mais pronunciados.
3.4. A Penetrância
4. DIAGNÓTICO
5. TRATAMENTOS
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