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1. Introdução
Seres humanos que não possuam nenhuma necessidade especial (deficiência física,
intelectual, etc.) traduzem emoções e sentimentos facilmente: pela fala e pelo modo de agir,
geralmente. Desta forma, comunicar-se com o mundo e relacionar-se com pessoas a sua volta
é normal, é simples; isto é uma capacidade é inerente a ela. Mas o convívio em sociedade –
que ensina comportamentos e posturas – é sempre fácil ou ocorre de maneira saudável e
adequada?
Este trabalho tem como objetivo, portanto, expor o que é definido por Transtornos do
Espectro Autista (TEA), reunindo o que há de mais importante nos materiais acadêmicos e
documentos das associações pró-conhecimento do Autismo. Abordaremos aqui cunho
informativo, englobando informações acerca de seu conceito, classificação, atendimento e
como é tratado no Autismo no contexto educativo.
O Autismo vem sendo estudado há quase seis décadas e foi descrito pela primeira vez
no ano de 1943, pelo médico austríaco, mas residente em Baltimore, nos EUA, no artigo de
título (em português) “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, que está disponível na
Associação de Amigos do Autista (AMA) (apud MELLO 2007, p. 15).
Há várias definições sobre o que é o autismo e o que ele caracteriza num indivíduo
que a tem. Segundo Mello (2007, p. 16), o autismo é um distúrbio de desenvolvimento que se
apresenta antes do três anos de idade, e que afeta com grande impacto, múltiplas e
importantes áreas do desenvolvimento humano, tais como a comunicação, interação social,
capacidade de adaptação e aprendizado. A incidência do autismo é quatro vezes mais no sexo
masculino do que no feminino, e pode ter autismo qualquer pessoa, de qualquer grupo étnico,
origem geográfica ou situação econômica, e a causa do autismo é completamente
desconhecida.
Pode houver complicações antes, durante ou após o parto que possa ocasionar a
criança o Autismo, mas as causas não são completamente conhecidas. Mello (2009, p. 17)
aponta que é recomendado, em termos de prevenção do autismo, são os cuidados gerais a
todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de produtos químicos, remédios,
álcool ou tabaco.
Não há medicamentos específicos para tratar o Autismo, entretanto, pode ser receitado
às pessoas com TEA quando há outra doença relacionada ao transtorno, como epilepsia, por
exemplo (Cartilha da DPESP, 2011, p. 05), que ocorre em 30% dos autistas, mais comum na
infância e na adolescência (MELLO, p. 19).
2.1 Processos diagnósticos
O processo diagnóstico para contentar se uma criança realmente tem TEA deve ser
feito com uma equipe multidisciplinar. A história, o contexto e vivências de uma pessoa com
autismo são importantes para o diagnóstico também, pois é necessário que isso seja discutido
a fim de contentar o diagnóstico (Ministério da Saúde, p. 44).
Interação social recíproca: a criança evita contato visual, recusa também o contato físico, e é
bastante comum que a criança apresente um vínculo bastante específico de exagerado com
uma pessoa (pai, mãe, babá, por exemplo) e que não consegue se afastar desta pessoa para
realizar suas atividades diárias.
O Ministério da Saúde ressalta que é importante possuir essas categorizações, mas que
é apenas uma visão categorial, que enxerga dos diversos quadros de autismo. Englobada a
elas fica o diagnóstico do TEA, e em profundidade estas categorias diagnósticas. Apenas a
Síndrome de Rett não engloba no diagnóstico de autismo.
3. Autismo e educação
É sabido, para os profissionais da educação, que a Educação Inclusiva é papel novo nas
escolas regulares. Em 1990, na Conferência Mundial de Educação para Todos foi discutido
com muito afinco que a educação era um instrumento de inclusão social. Na Declaração de
Salamanca, em 1994, foi estabelecida que o entendimento sobre o que é uma escola inclusiva
era aquela que oferecia caminhos para a criação de uma sociedade com menos preconceitos e
com visão de melhoria, oferecendo, para isto, melhores e válidas oportunidades aos seus
cidadãos.
Nas Leis e Diretrizes Básicas de 1996, esta questão ficou ainda mais assídua, pois foi
estabelecida em lei para que o aluno com necessidades especiais fosse realmente incluído.
Todavia, para isto ocorrer de forma adequada, o investimento no profissional professor deve
ser de extrema importância. Cabe, ainda, atualmente, ressaltar a formação do professor a
elaboração e a de métodos, abordagens pedagógicas adequadas ao seu alunado para que
melhor seja feita o processo de inclusão escolar, principalmente se este aluno for autista
(MELLO, p. 3). Cabe à escola dar vias seguras de possibilidades de experiências que
abranjam o convívio social do aluno, permitindo que ele possa se incluir, e, de forma mais
efetiva, desenvolver processos psicológicos posteriores (MATTOS; NUERNBERG, 2011)
No que tange ao processo de inclusão de pessoas com autismo na sala de aula, existe
poucos estudos na literatura sobre inclusão das pessoas com TEA (idem, passim). Entretanto,
um estudo examinou que em salas de aula onde os professores tinham relacionamentos
positivos com seus alunos, o índice de problemas comportamentais foi menor, e elas foram
mais socialmente incluídas em sala de aula. Observa-se, então, que o papel do professor é
fundamental para que o processo de inclusão ocorra de forma satisfatória (KRISTEN,
BRAND & CONNIE, 2003 apud MATTOS; NUERNBERG, 2011).
Em muitos casos, o processo de inclusão não ocorre efetivamente, pois é comum que
professores confundam os princípios de integração e inclusão. Mattos e Nuerbenberg (2011)
salientam que apesar de serem vocábulos sinônimos em alguns países, no âmbito educacional
nacional há uma tendência diferenciadora entre os dois: integração refere-se na possibilidade
de os indivíduos com alguma deficiência frequentarem escolas comum de ensino, cujo
currículo e métodos estão com olhares voltados a ensinar pessoas com certo ‘grau de
normalidade; a inclusão, em contrapartida, muda-se o foco do indivíduo referente à escola,
fazendo com que a escola e o sistema educacional e social adaptem-se para suprir
necessidades da criança com deficiência.
No contexto do que se refere à criança com autismo e sua inclusão, Jordan (2005)
(apud MATTOS; NUERNBERG, 2011) aponta a necessidade de orientação aos professores
quanto aos processos de inclusão/integração, pois a falta de conhecimento sobre os
transtornos do autismo impede de identificar e de adaptar de maneira correta as necessidades
desses alunos.
Portanto, para viabilizar ainda mais este processo de inclusão do aluno autista na escola
regular é indispensável trabalhar em conjunto com as salas de apoio e com professores
especializados para que seja realizada de maneira efetiva a inclusão destes alunos e trabalhar
em sala de aula com os alunos as maneiras de inclusão.
4. Considerações finais
Apesar da grande parcela de estudos sobre o autismo, ainda, mesmo depois de seis
séculos, não há estudo comprovativos sobre as causa deste transtorno. Neste trabalho,
competiu explanar sobre o que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e contextualizar as
literaturas existentes sobre este tema, que mesmo bastante proveitosas ainda insuficientes.
Vale ainda salientar que mesmo com tantos e novos métodos de diagnóstico e recursos já
existentes dentro de escolar públicas e privadas estão longe de ser o suficiente para um
tratamento adequado das pessoas com deficiência, principalmente para as pessoas com
autismo.
É preciso ver o aluno especial menos como alguém incompreensível e incapaz, e mais
como um ser humano que, assim como todos, absorve tudo o que acontece ao seu redor à sua
própria maneira. Tendo em vista suas limitações, é nosso papel enquanto educadores fornecer
as oportunidades necessárias para que ele viva em seu máximo potencial. Cabe a nós ainda,
futuros educadores, tornarmos pesquisadores sobre o autismo e sobre qualquer outra
deficiência, para bem mais incluir qualquer aluno.
REFERÊNCIAS
MELLO, A. M. S. R. de. Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE,
2007. 104 p.: il.
SÃO PAULO. Defensoria Pública do Estado de São Paulo et alia. Direitos das Pessoas com
Autismo. São Paulo: EDEPE, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde et. alia. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com
Transtornos do Espectro do Autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do
SUS/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saude. Departamento de Ações
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Psicologia & sociedade. São Paulo, SP. Vol. 21, n. 1 (jan./abr. 2009), p.65-74.
REFERÊNCIAS
MELLO, A. M. S. R. de. Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE,
2007. 104 p.: il.
SÃO PAULO. Defensoria Pública do Estado de São Paulo et alia. Direitos das Pessoas com
Autismo. São Paulo: EDEPE, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde et. alia. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com
Transtornos do Espectro do Autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do
SUS/Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saude. Departamento de Ações
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Psicologia & sociedade. São Paulo, SP. Vol. 21, n. 1 (jan./abr. 2009), p.65-74.
O que é autismo?HTTP://AUTISMOEREALIDADE.ORG/INFORME-
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