Você está na página 1de 4

Critérios diagnósticos

Os critérios diagnósticos servem para obter uma maior precisão no diagnóstico


do paciente e a partir deles é possível classificar o grau de severidade do
autismo, como também identificar as necessidades de intervenções e serviços
de suporte.
O diagnóstico precoce é muito importante no tratamento das crianças com
transtorno do espectro autista, visto que quanto mais cedo a intervenção for
iniciada, melhores oportunidades de desenvolvimento são proporcionadas para
aqueles com essa condição. O diagnóstico é considerado como precoce a
partir dos 5 anos de idade.
A Lei 13.438/2017, sancionada em 2017 torna obrigatório o uso de um
protocolo padronizado para avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico
de crianças de até 18 meses de idade.
O DSM-5 é agora a referência padrão que os profissionais de saúde usam para
diagnosticar condições mentais e comportamentais, incluindo autismo.
O diagnóstico do TEA é feito com base em critérios estabelecidos no DSM-5-
TR. Para ser diagnosticado com TEA, uma pessoa deve apresentar todas as
cinco condições abaixo:

 Déficits persistentes na comunicação e interação social:

Dificuldade na interação com as outras pessoas e problemas em


compreender e usar linguagens verbais e não verbais. Incluindo atraso ou
ausência na aquisição da fala e dificuldades para se expressar, falta de
contato visual e expressões faciais. Afeta a capacidade em fazer amizades,
interesse em atividades sociais, dificultando a compreensão e expressão
das emoções próprias e dos outros.

 Comportamentos restritos e repetitivos:

Apresentam movimentos repetitivos como agitar as mãos e balançar o


corpo, padrões de comportamento como repetições ao brincar ou realizar
alguma atividade e interesses intensos por assuntos específicos. Esses
comportamentos interferem na capacidade de aprender habilidades sociais
e na adaptação às mudanças na rotina.

 Presença dos sintomas em idade precoce da vida e em contextos


sociais:

Para que um indivíduo seja diagnosticado com o TEA, é necessário que


os sintomas estejam presentes desde a infância, mesmo se os sintomas
possam ser percebidos somente após a sua interação com outras
pessoas.

 Prejuízos significativos na vida diária:

Os sintomas devem ser graves o suficiente para trazer prejuízos em sua


vida social e em diferentes contextos. Embora muitas pessoas possam
apresentar alguns desses traços em menor quantidade, a diferença
entre ter traços e ter um diagnóstico de autismo é a dimensão do
prejuízo que esses traços trazem para a vida da pessoa.

 Exclusão de outra condição que explique melhor os sintomas:

Os sintomas não podem ser melhores encaixados em outra condição


médica ou psiquiátrica, deve-se descartar todas as outras condições que
tem os aspectos parecidos para realmente ser diagnosticado no
espectro autista.

O diagnóstico de autismo deve ser feito por um profissional de saúde


qualificado, que pode ser um médico neurologista ou psiquiatra
especializado, desde que levem em consideração a história clínica e o
desenvolvimento do indivíduo, além de considerar avaliações
específicas de outros agentes de saúde e educação que acompanham o
sujeito.

NÍVEIS DO TEA

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – Quinta edição (O


DSM-5), divide o transtorno do espectro autista em diferentes níveis conforme
algumas características do indivíduo com autismo. De modo geral, é dividido
em graus leve, moderado e severo, ou níveis 1, 2 e 3, respectivamente.

- Grau 1 - Autismo leve

Neste nível, as principais dificuldades estão relacionadas aos déficits na


comunicação, sem muitas comorbidades associadas. Por esse motivo,
pessoas com autismo leve são frequentemente rotuladas como
desinteressadas. Em relação à interação social, é perceptível um
prejuízo significativo, com dificuldades para iniciar interações e presença
de respostas atípicas no contexto social. Por exemplo, é uma pessoa
que é capaz de falar frases completas e se envolver em algumas
interações, mas tem dificuldade na conversação e falha ao tentar fazer
amizades de forma adequada e bem-sucedida. Quanto aos
comportamentos restritos e repetitivos, é necessário haver uma
inflexibilidade que cause interferência no funcionamento.
Resumidamente, isso se refere à dificuldade em mudar de atividade e
problemas com organização e planejamento.
- Grau 2 - Autismo moderado

O autismo de grau moderado apresenta características mais complexas


em comparação ao grau anterior. Nesse caso, a ausência de
verbalização pode ser um dos desafios enfrentados pela pessoa afetada
e, geralmente, há um maior número de comorbidades associadas ao
diagnóstico.

Referente as habilidades de comunicação, existem déficits significativos


na comunicação verbal e não verbal, além de prejuízos sociais
aparentes, mesmo com apoio. Por exemplo: a pessoa interage, mas tem
interesses específicos limitados e apresenta comunicação não verbal
consideravelmente inadequada. Há uma grande dificuldade em lidar com
mudanças, alternar o foco e a presença de comportamentos repetitivos.

- Grau 3 - Autismo severo

O autismo nível 3, também conhecido como autismo severo, é o nível


mais grave dentro do espectro do autismo.

Os indivíduos com autismo nível 3 geralmente enfrentam desafios


significativos na comunicação e na interação social. Eles podem
apresentar atrasos na aquisição da fala ou não desenvolver a linguagem
verbal, optando pela comunicação não verbal ou usando sistemas
alternativos como a comunicação por imagens ou a linguagem de sinais.
Além disso, podem ter dificuldades em entender e usar a linguagem não
verbal, como expressões faciais, gestos e contato visual.

Em termos de comportamento, pode ser caracterizado por estereotipias,


ou seja, comportamentos repetitivos e limitados. Também podem
manifestar sensibilidades sensoriais intensas, sendo hipersensíveis ou
hipoativos a estímulos sensoriais, como ruídos, cheiros, toques ou luzes.

Na interação social, geralmente têm dificuldade em estabelecer e manter


relacionamentos. Além disso, podem apresentar comportamentos
estereotipados ou repetitivos, como fixação intensa em um único
assunto ou atividade. Outros comportamentos que podem ser
observados incluem comportamentos autolesivos e comportamentos
agressivos, tanto direcionados a si mesmos como a outras pessoas, que
podem ocorrer devido à frustração, desconforto ou dificuldade de lidar
com mudanças na rotina.

É importante destacar que cada indivíduo com qualquer nível de autismo é


único, com diferentes pontos fortes e desafios. O diagnóstico deve ser feito por
profissionais especializados na área, como psicólogos ou psiquiatras, levando
em consideração a observação dos comportamentos e o histórico de
desenvolvimento da criança ou adulto. O suporte adequado, incluindo terapias
e intervenções direcionadas, pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e
promover o desenvolvimento das habilidades individuais.
REFERÊNCIAS:

NEUROSABER. DSM-5 E TEA: O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO. Disponível


em: <https://institutoneurosaber.com.br/dsm-5-e-tea-o-diagnostico-do-autismo/
#:~:text=Categorias%20em%20que%20o%20TEA>.
As 5 Condições Obrigatórias para o Diagnóstico de Autismo (2023).
Disponível em:
<https://www.adapte.com.vc/blog/5_condicoes_do_autismo/#:~:text=Categorias
%20em%20que%20o%20TEA>. Acesso em: 14 out. 2023.
Cartilha DSM-5 e o Diagnóstico de TEA. Disponível em:
<https://autismoerealidade.org.br/convivendo-com-o-tea/cartilhas/cartilha-dsm-
5-e-o-diagnostico-de-tea/>.

Você também pode gostar