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Autismo severo: conheça mais sobre o

autismo nível 3

Gabriela Bandeira
Atualizado em 13 de julho de 2023

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que muda a forma como a pessoa


vê e interage com o mundo e com as outras pessoas. As dificuldades em comunicação e
interação social resultam em dificuldades de socialização e de conexão com o mundo à
sua volta.
De acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, o diagnóstico de autismo leva em
consideração o nível de necessidade de suporte de cada pessoa no espectro, são os
chamados graus de autismo. Entre eles, está o autismo nível 3, também conhecido como
autismo severo.
Neste artigo, explicamos mais sobre o autismo severo, critérios para o diagnóstico,
intervenções e mais.

Conheça os graus de autismo


O DSM-5 classifica os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) em níveis que vão do
1 ao 3. São eles:
• Autismo Nível 1: menor necessidade de apoio no dia a dia
• Autismo Nível 2: popularmente conhecido como autismo moderado, nesse nível
a pessoa precisa de um pouco mais de apoio em sua rotina
• Autismo Nível 3: conhecido como autismo severo, a pessoa precisa de mais
apoio para as atividades da vida diária.
Vale reforçar que essa classificação tem como principal função entender o nível de
necessidade de suporte que aquela pessoa vai precisar para realizar o que chamamos
de atividades da vida diária (AVDs) e se relacionar com o mundo e as pessoas.

O que é autismo severo?


O termo “autismo severo” não existe dentro da classificação do DSM-5. No documento,
as pessoas com mais comprometimento em algumas questões, e que vão precisar de mais
necessidade de suporte, estão dentro do nível 3.
No entanto, como uma forma de simplificar o entendimento do diagnóstico e até mesmo
explicar a condição da pessoa, muitos profissionais e famílias chamam o autismo nível 3
de autismo severo.
Pessoas com autismo nível 3 podem ser mais dependentes de seus cuidadores para
realizar as chamadas atividades da vida diária (AVDs). Ou seja, mesmo as tarefas mais
simples, como se vestir, tomar banho ou comer demanda que os pais ou quem estiver com
eles precisem ajudar em suas execuções.

Características do autismo severo


Pessoas com autismo nível 3 precisam de apoio substancial nas tarefas do dia a dia. Por
isso, elas têm graves déficits na comunicação e interação social e também nos padrões de
comportamentos restritos e repetitivos. Algumas das características comuns em pessoas
com autismo severo são:

Comunicação
• Déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis
• Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal
• Déficits graves nas habilidades de comunicação social não-verbal
• Dificuldade para iniciar interações sociais
• Exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais de outros

Comportamentos restritos e repetitivos


• Inflexibilidade de comportamentos causa interferência significativa no
funcionamento em um ou mais contextos
• Extrema dificuldade em lidar com a mudança
• Comportamentos restritos e repetitivos interferem acentuadamente no
funcionamento em todas as grandes esferas
• Grande sofrimento ou dificuldade para mudar o foco ou as ações

Autismo severo: quais são os sinais?


De modo geral, os sinais do autismo severo podem ser mais perceptíveis do que os de
outros graus do espectro, como o autismo severo. Ainda assim, é importante que desde a
primeira infância os pais estejam atentos aos seguintes sinais:
• Pouco ou nenhum contato visual
• Apresentar resistência ao toque
• A criança apresenta predileção por objetos que não causam interesse em outras
pessoas
• Brincar de maneira diferente das outras crianças (exemplo: colocar o carrinho de
ponta cabeça e girar as rodinhas
• Não desenvolver a fala ou desenvolver pouco até os 2 anos
Existem ainda outros sinais que podem contribuir para a busca do diagnóstico de autismo.

Quem pode dar o diagnóstico de autismo nível 3?


Assim como qualquer outro diagnóstico, o laudo de autismo nível 3 só pode ser emitido
por médicos especialistas depois que a pessoa passa por uma série de avaliações com uma
equipe multidisciplinar formada por:
• Terapeuta ocupacional
• Psicólogo
• Enfermeiro
• Fonoaudiólogo
• Nutricionista
• Entre outros
Por isso, o mais indicado é que, ao perceber ou ser alertada dos sinais de TEA, a família
busque ajuda do pediatra, neuropediatra ou (neurologista infantil) ou psiquiatra infantil.
Vale reforçar que a intervenção pode ser iniciada imediatamente, sem precisar esperar
pelo diagnóstico. Isso porque, quanto antes começarem, maiores são os ganhos devido à
neuroplasticidade.

Como a família precisa se adaptar para ajudar o autista nível 3?


Independentemente do nível de necessidade de suporte que uma pessoa no espectro do
autismo tem, é importante que você entenda que todos podem aprender e se
desenvolver. Assim, uma das primeiras coisas que a família deve fazer é acreditar no
potencial de desenvolvimento daquela criança.
Além disso, é importante começar o quanto antes a fazer as intervenções necessárias e
buscar aquelas que são baseadas em práticas com evidências científicas. Você pode
também tomar algumas iniciativas que serão essenciais no desenvolvimento da criança:
• Incentive a independência:, fazendo a criança praticar atividades no dia a dia
• Faça parte de uma comunidade: conheça pessoas que vivem uma realidade
parecida e troque experiências e desabafos
• Invista no treinamento de pais: esse serviço é essencial e vai te ajudar a lidar
com comportamentos no dia a dia

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