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Inovação
Terapias gênicas, uma revolução a caminho
06
Doenças Raras
Esperança para 13 milhões de brasileiros
11
Diagnóstico
FÓRUM TERAPIAS GÊNICAS/AVANÇADAS: Informação genética pode transformar decisões clínicas
Geração de Valor na Jornada do Paciente 12
e do Sistema de Saúde Impacto Social
Diante do avanço tecnológico, sempre há um paciente
23 e 24 de outubro de 2019 15
Auditório da Anvisa – Brasília
Centros de Referência
Espera por consulta inviabiliza tratamentos
16
COMISSÃO ORGANIZADORA
Pesquisa
Coordenador Geral: Desenvolvimento de novas terapias avança no mundo
Bruno Abreu (Sindusfarma) 18
Marco Regulatório
Coordenador:
Reus Farias Filho (Sindusfarma) “A população brasileira não será cobaia”
22
Ana Clara Azevedo (Sarepta) Mercado
Aurélio Yamada (Biomarin) Definição de preços precisa acompanhar modernização
Fernanda Longo (ODC)
26
Gabriela Pimenta (Janssen) Valor em Saúde
Gabriela Tannus (AxiaBio)
Realização e organização Transparência de dados é premissa para mensurar custos
28
Gustavo Carbone (Sarepta)
Acesso
João Sanches (Novartis)
Incorporação da tecnologia exige novo modelo de gestão em saúde
Márcia Moscatelli (Ultragenyx) 32
Marcus Simões (SCMED/Anvisa) Legislação
Marjorie Nobrega (Janssen) APOIO Arcaísmo das regras dificulta parcerias
Misani Ronchini (Anvisa) 36
Omar Akl (Novartis) Judicialização
Raquel Fernandes (Janssen) Custo dobra quando o acesso é obtido por ordem da Justiça
38
Roberto Fernandes (ODC)
NOVO MODELO
Thiago Gonçalves (Novartis)
Diálogo entre setores é vital para encontrar sustentabilidade
Thomas Gierse (Biomarin) 40
Inovação
G
randes expectativas fo-
uma revolução
e agora vivemos o mo-
mento em que os resultados
começam a despontar, na for-
ma de diagnósticos precisos e
Como funciona • in vivo – o material genético dificados em laboratório, eles região indevida, pode ocasio-
é alterado diretamente no perdem o caráter nocivo e re- nar a mutagênese insercional,
Existem diferentes formas
corpo do paciente. cebem o DNA que deve ser in- quando o material genético in-
de introduzir genes funcionais
serido nas células-alvo. Ao in- terfere em elementos que re-
– capazes de reverter o quadro
Em ambos, o grande desa- fectá-las, levam consigo uma gulam a reprodução celular, re-
de algumas enfermidades ou
fio é encontrar vetores capazes ou mais cópias do gene alte- sultando em tumores.
estimular o sistema imune – no
de transferir o DNA de modo efi- rado, devolvendo ao corpo a Um desses novos cami-
interior de células. É possível
ciente. Isso porque o material ge- normalização de alguns pro- nhos é a edição de genes, que
tanto inserir um gene normal
nético precisa atravessar a mem- cessos até então ineficientes. consiste em usar uma proteína
para substituir um não-funcio-
brana plasmática da célula de Várias pesquisas estão em capaz de quebrar o DNA num
nal como apenas modificar um
forma íntegra e alcançar a posi- andamento a fim de melhorar ponto exato e, no momento da
gene anômalo. A troca e o re-
ção correta – do contrário, pode a entrega da molécula na cé- ruptura, inserir nela o material
paro, por sua vez, podem ser
acarretar uma resposta adversa lula receptora. A necessidade que substituirá o gene anôma-
feitos também de duas formas:
do organismo, como mutações decorre do fato de que, ape- lo, dispensando o uso de vetor
inesperadas, por exemplo. Em sar de perderem a patogeni- e diminuindo o risco de des-
• ex vivo – o pesquisador re-
outras palavras, é necessário um cidade, os vetores virais po- vios. Enquanto na forma clás-
A maior conclusão do projeto genoma foi explicar
move as células do paciente,
modifica ou substitui o gene
carregador que proteja o gene dem instigar uma resposta do sica há um grau de incerteza que a complexidade do ser humano está na codificação
até a entrega em seu destino. sistema imunológico que torna sobre onde o produto genético
em laboratório e depois rein-
Atualmente os vetores mais ineficaz a terapia. Outro ponto será inserido, com a edição é
de diferentes proteínas e não no número de genes”
sere a célula transforma-
utilizados são os vírus, em ra- chave é o endereçamento cor- possível tirar uma mutação es-
da no corpo do paciente (o
zão da facilidade com que con- reto, uma vez que o vetor, ao pecífica e colocar outro gene CAROLINA FISCHINGER
exemplo mais conhecido é o
seguem invadir as células. Mo- entrar acidentalmente em uma naquele lugar. Médica Geneticista
chamado CAR-T).
Terapia CAR-T e vem sendo aplicado para o madas, as células T são inseri-
A
glesa para designar os recep- rus desarmados que carregam Entre as reações adversas s doenças raras são alvos prioritários das copolissacaridose, por exemplo, custa R$ 1 mi-
tores quiméricos de antígenos os receptores quiméricos, ou que o tratamento pode desen- terapias avançadas. Geralmente crôni- lhão por ano, pela vida toda, porque precisa re-
de células T. seja, as moléculas sintéticas cadear está a síndrome de li- cas, progressivas e incapacitantes, es- por, semanalmente, em ambiente hospitalar, uma
Trata-se de um procedi- preparadas para induzir as cé- beração de citocinas (febre e sas enfermidades afetam principalmente enzima que seu organismo não produz. A terapia
mento que combina terapia lulas T a reconhecer as células diminuição da pressão arterial crianças, e a maioria não dispõe de tra- gênica pode resolver esse tipo de problema com
celular, gênica e imunoterapia tumorais. Uma vez reprogra- nos dias seguintes à adminis- tamentos médicos. Segundo o Ministério da Saú- uma única intervenção.
tração, quando a defesa do or- de, uma doença é classificada rara quando tem
ganismo começa a combater incidência de até 65 casos por 100 mil habitan-
as células malignas), além de tes. Estima-se que 13 milhões de brasileiros se-
1 2 toxidade neurológica. jam acometidos por esse tipo de problema.
Coleta de sangue
do paciente para
obtenção de células T
Produção de células
CAR-T em laboratório
3
É importante ter em vis-
ta que, em função de ser uma
O número é alto. E a diversidade de distúrbios,
também. Existem de seis a oito mil tipos de doen-
6 a 8mil
tipos de doenças raras
30%
dos pacientes morrem
Inserção tecnologia recente e de alto ças raras no mundo, de acordo com a Organização antes dos 5 anos
custo, recorre-se a ela quan- Mundial da Saúde (OMS), das quais 80% têm ori-
80%
Célula T
gênica do
CAR
do as possibilidades de trata- gem genética. As demais decorrem de causas am-
têm origem
mento convencional se esgo- bientais, infecciosas, imunológicas, entre outras. genética
taram. Segundo Maiolino, a A prevalência de pesquisas de terapia gêni-
CAR-T tem sido utilizada em
pacientes com doenças mui-
ca voltadas a doenças raras se explica pelo ca-
ráter inovador dos tratamentos. O receio de efei- 75%
afetam
13milhões
de pessoas
com doenças raras
to avançadas, o que implica tos adversos importantes restringiu o uso inicial
Célula
Célula
CAR-T
CAR-T crianças no Brasil
numa taxa de sucesso poten- dessa tecnologia a pacientes sem outra chance
cialmente menor. “Ainda as- de cura. “Os tratamentos hoje são mais seguros,
sim, os resultados são mui- mas, ainda assim, doenças genéticas são o foco,
Célula de
câncer 4
Recepção to bons, com resposta global especialmente pelo alto custo dos tratamentos”,
7 de antígeno
quimérico
entre 50 a 100% por cento”, explica o geneticista Guilherme Baldo.
afirma. E existe a perspectiva “Tratar um paciente com terapia gênica cus-
7anos 40%
As células CAR-T
ligam-se às células
cancerígenas e 6 de que a incorporação des- ta hoje em torno de US$ 1 milhão a 2 milhões.
as destroem Infusão das 5 sa terapia às linhas anteriores Isso não a torna uma escolha viável para doenças é o tempo médio para dos pacientes recebem
diagnóstico errado
fechar o diagnóstico
células CAR-T Crescimento das células de tratamento aumente ainda que já dispõem de soluções mais baratas”, expli- de doenças raras ao longo da vida
no paciente CAR-T em laboratório
mais o percetual de eficácia ca Baldo. No caso de doenças raras, no entanto,
no resultado. a lógica é inversa. Um paciente que sofre de mu-
C
aracterizadas por uma
pode transformar
fícil diagnóstico, o que
leva muitos casos à descoberta
tardia. Isso contribui para o alto
índice de pacientes que mor-
Diante do avanço
tecnológico,
sempre há
um paciente
Carmela Grindler, diretora técnica de
saúde da secretaria do estado de são Paulo
A
de laboratório especializado
em exames genéticos s terapias gênicas são uma grande pro- impacto social que essas doenças provocam. Se-
messa para doenças complexas, o que gundo a médica Carmela Grindler, diretora técnica
explica a alta expectativa criada em tor- de Saúde da Secretaria do Estado de São Paulo,
no de resultados positivos. Mas, sob a 80% das famílias em que ocorre a manifestação
perspectiva do paciente e de seu con- de algum tipo de distúrbio considerado raro aca-
Sequenciamento de exoma texto familiar, existe um ganho muito importante bam chefiadas por mulheres, que perdem a em-
Hoje, dentre os exa- por algo em torno de US$ mitz, neurologista do Hospi- que é anterior ao desfecho clínico. pregabilidade devido à quantidade de faltas no tra-
mes genéticos mais robus- 6 mil. Hoje custa cerca de tal Pequeno Príncipe. “A medicina ascendeu a um grau nunca atin- balho ocasionadas pela doença do filho.
tos, há o sequenciamento R$ 1 mil. A ideia é tornar Reconhecido como uma gido, mas diante de um médico sempre existe um “São famílias aniquiladas. A assistência não é
completo do exoma, que o diagnóstico de doenças das mais importantes fer- paciente”, lembra a geneticista Carolina Fischinger. concessão. É direito humano. E essas mulheres não
rastreia toda a região co- raras mais rápido, preciso ramentas para a investi- Ela enfatiza os benefícios da avaliação genética, devem ser humilhadas, implorando pelo tratamento
dificante do genoma hu- e acessível”, revela David gação genética na atuali- que permite fechar o diagnóstico causal, mesmo dos filhos. Elas são brasileiras, têm direito à terapêu-
mano em busca de alte- Schlesinger, neurologista dade, o exoma precisa se quando ele não vem acompanhado por alternati- tica gênica de alto custo. Não é só quem pode pa-
rações. Ele é capaz de e diretor do laboratório de tornar presente nas indica- va de tratamento. “Para os pais, é muito importan- gar que tem direito. Todos nós temos filhos, netos,
detectar os genes respon- genética Mendelics. ções médicas, mas ele exi- te saber o que motivou a doença da criança”, diz. 30% das doenças raras são mutações espontâne-
sáveis por doenças com- A realidade mostra que ge uma complexa interpre- A neurologista Mara Lucia Schmitz reforça a as, todos nós temos direito”, afirma a médica.
plexas e solucionar casos o valor ainda está longe de tação dos resultados e não importância do diagnóstico preciso para amparar Outro ponto importante no enfoque social é in-
incertos. Está incorporado permitir acesso a todos os descarta a análise clínica. emocionalmente os familiares. “Muitas vezes o de- clusão do doente raro. Ele precisa ter empregabi-
ao SUS como primeira li- brasileiros que necessitam. “Tem de saber o que pro- sespero dos pais se dá por não entender o que se lidade para custear a si próprio. Carmela Grindler
nha de diagnóstico de de- “A disponibilidade pelo SUS curar, por isso o diagnósti- passa com o filho. A definição da doença ajuda a destaca a necessidade de garantir dignidade aos
ficiência intelectual. é extremamente limitada e co deve começar sempre diminuir a angústia. Eles deixam de peregrinar por que não terão mudança efetiva com os novos tra-
O preço, no entanto, os pais não têm como pa- pela avaliação do paciente. consultórios em busca de respostas e passam a tamentos: “Alguém foi mais produtivo na vida do
é uma forte barreira para gar, eles pedem ajuda na O exame não pode ser uma enfrentar a situação de outra forma”, relata. que Stephen Hawking? Não é possível julgar o ser
a utilização. “Quando sur- igreja para custear o exa- muleta para médicos”, afir- Mas não basta diagnosticar, é preciso imple- humano pelo seu grau de deficiência ou depen-
giu, o exoma era realizado me”, afirma Mara Lucia Sch- ma o geneticista Baratela. mentar políticas públicas capazes de minorar o dência. É preciso olhar para o que ele representa”.
Antoine Daher,
presidente da Casa Hunter
GABRIELA TANNUS,
Moderadora do Fórum Terapias Gênicas
Espera por
D
ois anos é o tempo de todo o país. As consultas são claros, ele passa pelo pronto- criança que poderia ser normal
espera que uma crian- difíceis, levam no mínimo 1hora -atendimento e perambula de passe a ser especial”, explica.
ça enfrenta para con- para que o médico entenda o médico em médico para tra- Não menos importante é
seguir uma consulta no que afeta o paciente. É impos- tar os sintomas”, diz Carme- a falta de capacitação como
Desenvolvimento
E
xistem hoje pelo me-
de novas terapias
nos 953 companhias no
mundo que desenvol-
vem medicina regenera-
tiva, incluindo empresas
Cenário atual
953
Empresas que desenvolvem medicina regenerativa
Precisamos ter nossas no mundo, incluindo companhias que atuam nas áreas
de terapia gênica, celular e engenharia de tecidos
pesquisas clínicas,
é mandatório,
sem isso estaremos 521 América
233 Europa
164 Ásia
do Norte e Israel
perdendo o bonde
da história” 1 África
ANGELO MAIOLINO América
Lindsey Scull, diretora da 13 do Sul 6 Brasil 21 Oceania
Alliance for Regenerative Medicine
No Brasil, cientistas que so aos benefícios das novas rizonte de 40 a 60 novas te- tentes nacionais e isso ajuda-
atuam na área avaliam que o tecnologias ainda mais res- rapias gênicas a serem lan- rá a garantir a sustentabilida-
país está longe de poder ti- trito. “Tudo é feito nos paí- çadas até 2030. Isso é, na de do sistema”, preconiza.
Pesquisas CAR-T pelo mundo
China e Estados Unidos estão muito à frente dos demais países
rar proveito desses recursos. ses desenvolvidos e chega verdade, uma máquina que Apesar de todas as difi-
“Estamos muito atrasados, aqui por um preço imprati- gira: você ter medicamentos culdades, em algumas áreas
nos faltam centros equipa- cável. Se fizéssemos pesqui- no mercado permite também o Brasil apresenta uma base
dos que atendam todos os sas no Brasil, seria mais fácil que a indústria financie as fu- bem desenvolvida, como nos
protocolos de biosseguran- incorporá-las ao sistema de turas pesquisas”, explica. processos que envolvem a te- 55 Canadá
ça e sejam capazes de pres- saúde e conheceríamos me- Cientistas capazes não rapia CAR-T, cujo caminho é
tar serviços fundamentais lhor a eficácia de cada medi- nos faltam. “Nossos pro- bastante promissor, segun- Estados
para a pesquisa clínica. Não
277 390 China
camento”, avalia Jonas Sau- fissionais são de altíssi- do Angelo Maiolino, diretor da Unidos
temos verbas para fazer es- te, médico geneticista do mo nível”, assegura Antoine Associação Brasileira de He- Arábia 6 Japão
tudos e dependemos do in- Hospital de Clínicas de Por- Daher, presidente da Casa matologia, Hemoterapia e Te- 5 Saudita
teresse da indústria farma- to Alegre. Hunter, entidade de apoio a rapia Celular (ABHH). “Esta-
1 Brasil
cêutica para ir adiante”, diz Bruno Abreu, diretor de doentes raros. “A terapia gê- mos evoluindo muito rápido,
8 Austrália
Guilherme Baldo, professor Mercado e Assuntos Jurídicos nica em poucos anos será por isso precisamos fortemen-
da Universidade Federal do do Sindusfarma, vê o alinha- uma ferramenta para tratar te de mais ensaios clínicos da
Rio Grande do Sul. mento dos grupos de pes- todo o tipo de doença, não indústria aplicados em nossos
O resultado da falta de quisas com a indústria como só as raras. Se investirmos centros. Temos total condição
investimento torna o aces- fundamental. “Temos um ho- em pesquisas, teremos pa- de fazer acontecer”, afirma. Fonte: https://clinicaltrials.gov & http://www.chictr.org.cn
William Dib,
presidente da Anvisa
S
alvar vidas, curar definiti- O trabalho, em andamen- em células (RDC 214) e a defi- sana Mastellaro, acredita que a
vamente doenças antes to, está a cargo da Gerência nição dos procedimentos e re- Anvisa está no caminho certo.
Para Anvisa, avaliação técnica dos sem nenhum tratamen-
to, melhorar exponen-
de Sangue, Tecidos, Células e
Órgãos, ligado à Anvisa. João
quisitos regulatórios para a re-
alização de ensaios clínicos
“Ter regulamentação para es-
tes produtos coloca a Anvisa
riscos aos pacientes é prioridade cialmente a qualidade Batista da Silva Júnior, gerente com produto de terapia avan- em patamar semelhante ao de
de vida dos pacientes: as pers- da área, ressalta esse impera- çada no Brasil (RDC 260). outras autoridades regulatórias
na missão de estabelecer marco pectivas reais das terapias gê- tivo no processo de registro de “A experiência internacio- de referência, como FDA, EMA
regulatório moderno para Produtos nicas permitem vislumbrar uma produtos e terapias avançadas. nal mostra que a agência re- e PMDA do Japão”, diz. “Ter
nova ordem mundial na saúde. “Não se pode disponibilizar um guladora precisa estar muito pesquisas clínicas sendo reali-
de Terapias Avançadas Mas o tamanho da ambição é produto terapêutico para seres próxima dos desenvolvedo- zadas no país vai trazer opor-
proporcional aos desafios. Efi- humanos sem ter todo um ar- res nesse momento”, afirma tunidade e esperança de trata-
cácia, riscos e alto custo são cabouço em estudos pré-clíni- Silva Júnior, que usa como o mento e muitas vezes de cura
algumas das questões que se cos”, afirma. “O balanço entre exemplo os Estados Unidos. à nossa população”.
Convergência regulatória
São os Estados Unidos duto de terapia gênica em dronização mundial.
que detêm hoje a maior quan- análise, para tratamento de Em agosto passado, a An-
ENSAIOS CLÍNICOS DESDE A RDC 260, de 2018
3 5 3 2
tidade de registros de produ- distrofia da retina hereditária. E visa submeteu o tema das te-
tos de terapias avançadas no a cooperação com outros paí- rapias gênicas a consulta pú-
mundo. Somam 16, conside- ses é fundamental. “Nós segui- blica (CP 706), e a previsão é
rando a inclusão de células de mos um modelo internacional, que os resultados sejam publi- APROVADOS EM CURSO EM ANÁLISE INDEFERIDOS
cordão umbilical, que não é fei- porque esse desenvolvimen- cados no início de 2020. Nes- Terapia gênica in vivo Terapia Celular Avançada Terapia gênica in vivo Terapia gênica
ta em outros países. Sem elas, to é global. Precisamos en- sa consulta estão sendo pro- nas áreas de hematologia na área de ortopedia e terapia gênica ex vivo in vivo
esse número cai para oito – o tender isso de forma adequa- postos quatro tipos de registro: e neurologia (patrocinador nacional) nas áreas de oftalmologia
(patrocinador global) e oncologia
mesmo dos registros na Euro- da, para que possamos fazer completo, simplificado, apro- (patrocinador global)
pa. Muito à frente está a Coreia o Brasil se desenvolver nessa vação condicional e, excepcio-
do Sul, com 14 registros; Ín- área com a mesma qualidade nalmente, com dispensa de re-
dia e Japão contam com qua- e competividade”, diz Silva Jú- gistro (ver quadro). A princípio,
tro; Canadá, duas; e Austrália nior. Apesar de as normas se- a prioridade seria dada a pro-
e China, uma. rem convergentes, ele destaca dutos desenvolvidos em en-
Hoje, o Brasil tem um pro- que isso não significa uma pa- saio clínicos no país.
Relatório de todos os estudos não-clínicos e clínicos realizados com o produto, que pode ser
Após o recebimento, e se comprovado o enquadramento em categoria prioritária,
CLASSE I a Anvisa terá o prazo de 120 dias para se manifestar. A validade do registro CLASSE I
enquadrado como prioritário nos casos de doença rara, negligenciada, emergente ou reemergente,
(simplificado) para emergências em saúde pública ou condições sérias debilitantes e nas situações em que nã
seria de 5 anos, com possibilidade de renovação.
vhouver alternativa terapêutica disponível
São exigidos documentação e estudos mais extensivos para casos que não se
CLASSE II enquadrem como prioritários. Após o recebimento, a Anvisa terá 365 dias para CLASSE II Relatório de todos os estudos não-clínicos e clínicos realizados com o produto, além de dossiê de
(completo) se manifestar. A validade seria também de 5 anos, com renovação. qualidade, nos casos previstos do art. 23 do Capítulo V da CP 706.
Utilização em condição séria debilitante, em situações de inexistência de terapia Relatório de todos os estudos não-clínicos e clínicos realizados com o produto, além de
CLASSE III alternativa comparável. A Anvisa terá prazo de 180 dias para se manifestar. CLASSE III cronograma completo de estudos clínicos ainda a serem realizados para reavaliações da eficácia,
(sob aprovação condicional) A validade seria de um ano, com possibilidade de renovação até cinco. bula e informações médicas.
Aplica-se a produtos desenvolvidos para paciente específico, para tratamento de DISPENSA Notificação à Anvisa com informações sobre o uso e a experiência clínica prévia com o produto
DISPENSA DE REGISTRO doenças sem alternativa terapêutica no país e sob risco de vida iminente.
A Anvisa terá o prazo de 30 dias para manifestar-se. DE REGISTRO
e informações de dados não clínicos e clínicos disponíveis.
O produto não é passível de comercialização.
PREÇOS PRECISA
de precificação dos produtos. De lá para
cá, houve várias tentativas de revisão des-
sa resolução, sem sucesso. No momento,
há uma nova tentativa em andamento, mas
A
emergência de novas tecnologias cado e Assuntos Jurídicos do Sindusfarma, tados Unidos, na Colômbia, no Canadá e
da área médica representa um de- para quem dois dos grandes problemas são na Venezuela, entre outros.
morbidade, qualidade de vida
safio global no que se refere à via- a carga tributária e o modelo arcaico de ta- “Nós estamos rompendo uma barrei- e efeitos colaterais, sempre
bilização econômica de tratamen- belamento e controle de preços. ra de conhecimento muito importante”, diz
tos e medicamentos. No Brasil elas Abreu lembra que a Câmara de Re- Nelson Mussolini, presidente executivo do
considerando a gravidade da doença”
evidenciaram problemas antigos e conheci- gulação do Mercado de Medicamentos Sindusfarma. “Precisamos saber como os
dos, que, diante da nova realidade, torna- (CMED), órgão interministerial da Agência governos vão tratar essa nova forma de sal- Meriem Bouslouk-Marx
ram a discussão inadiável. “A régua subiu de Vigilância Sanitária (Anvisa), nasceu em var vidas, de levar as pessoas para o am- Especialista em incorporação de medicamentos
bastante”, diz Bruno Abreu, diretor de Mer- 2003 com previsão de duração de um ano, biente produtivo.”
mente da necessidade de conter os altos custos mento de risco”. Seria este o caminho, segundo
de dados é
Um dos seus pilares é a transição do modelo de Um ponto fundamental é a transparência.
pagamentos por procedimento para o pagamen- Segundo Abicalaffe, ela passa por medir a per-
to por resultado clínico obtido. formance e o desempenho dos prestadores de
“Uma das grandes características do concei- serviço, expediente que é realidade em outros pa-
A
Indicador composto único de 0 a 100 gerado a partir de outros
mensuração do valor em saúde, des- “O fundamental do conceito de valor é exa- para a gestão e o tratamento, mas também para indicadores relacionados ao custo da produção de serviços
dependendo da perspectiva de retorno, diferentes para o financia-
de sempre fundamental para as ges- tamente conseguir um sistema de saúde que viabilizar os contratos de partilha de risco. dor e prestador de serviço. Aplicada a ponderação p de qualidade
tões públicas e privadas no setor, torna- efetivamente consiga entregar resultados, des- “É possível ter um EVS para o corpo clínico de no total, o peso do IQ na equação vai significar 30%.
-se crucial no que se refere às terapias fechos clínicos, aos pacientes. Mas obviamen- um hospital, para os médicos cooperados de uma P Peso da qualidade (0 a 1)
avançadas em razão do seu alto custo. te com um custo adequado para fazer essa en- entidade ou para um doença. Mas tudo tem a ver
Boa parte dos especialistas hoje defende que trega”, afirma Cesar Abicalaffe, presidente do como são compostos os indicadores entre quali-
o foco na definição desse valor não deve estar Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS). dade e custo”, diz. Por meio da fórmula, pode-se
na remuneração dos serviços prestados, mas Não é um desafio simples. mensurar os indicadores isoladamente, saber quais envolvidos no sistema. “A aplicação disso não é
sim no paciente, na sua experiência e no ganho No mundo, o conceito de Value-Based são bons e ruins, e no final ter um índice único. nada fácil, porque nós estamos quebrando um
de qualidade de vida. E, para integrar o usuário Healthcare (VBHC) está à frente dessa tendência. No modelo proposto, existe um peso maior paradigma. O modelo tradicional é centrado no
nesse processo, é preciso, antes de tudo, trans- Seu idealizador, Michel Porter, professor e pesqui- para a qualidade, exatamente para atender à ne- prestador de serviço, e nós precisamos centrar
parência nos dados. sador da Universidade de Harvard, parte justa- cessidade de compartilhar riscos entre todos os no paciente. Isso requer muito trabalho.”
Informação e
Compartilhamento
financiamento
No caso das terapias avan-
de riscoS amplia
çadas, há uma dificuldade de
origem: por serem tecnolo-
gias novas, os dados são sem-
as possibilidades
pre insuficientes para avaliar o
custo-efetividade dos produ-
André Cezar Médici,
tos. “Nas terapias tradicionais,
economista de saúde do Banco Mundial
é fácil prever o que pode acon-
tecer no longo prazo, mas isso
não ocorre com a terapia gê-
A
nica”, diz Jeremy Schafer, da s terapias gênicas representam não ape- empresas precisam pensar modelos de retorno
Territorialidade Precision for Value and Health. nas um rompimento de paradigma no a longo prazo, em comparação com custos de
No sistema público, que as diferenças de infra-estrutu- Ele destaca que isso é um tratamento das doenças, mas também tratamentos paliativos que podem, eventualmen-
atende a 75% da população, ra entre esses lugares distin- complicador em modelos de nos modelos de negócio da indústria far- te, consumir recursos ainda maiores ao longo de
o desafio é semelhante, mas tos, o que muda radicalmente financiamento baseados no macêutica. Quem diz é André Cezar Mé- toda a vida do paciente. Isso é de especial consi-
com diferenças importantes. a perspectiva do paciente. curto prazo, como ocorre nos dici, economista de saúde do Banco Mundial, deração em sistemas públicos universais, com o
Joselito Pedrosa, consultor de A assimetria de informação EUA e em vários países. para quem novos modelos de financiamento se SUS. “Na saúde suplementar, no entanto, temos
Gestão em Saúde, lembra que entre os envolvidos, especial- “Custos iniciais significati- impõem nessa nova realidade. um problema. As economias podem não ser re-
o Brasil é o único país do mun- mente da parte dos usuários, vos podem esgotar os recur- “A eficiência alocativa representa muito a lógi- compensadas porque os pacientes têm a possi-
do com mais de 100 milhões é outro complicador para a sos financeiros antes que os ca pela qual as empresas farmacêuticas funcionam bilidade de trocar de operadora”, diz.
de habitantes a ter um sistema mensuração correta dos des- benefícios sejam alcançados”, hoje”, explica Médici. “O preço do bem ou serviço Entre as alternativas pensadas para a resolu-
de saúde universal integrado. fechos. O resultado é a persis- afirma. No Brasil, as incertezas oferecido deve refletir os custos marginais de pro- ção desses dilemas está o modelo de comparti-
Nessa realidade, outras variá- tência da profusão de tabelas sobre a eficácia – e a seguran- dução – o custo de oportunidade. Se a eficiência lhamento de riscos, em que pacientes ou segura-
veis precisam entrar na conta como instrumento de negocia- ça – dessas novas terapias é alocativa for priorizada, as empresas podem ter difi- dores-prestadores não pagam se a terapia falhar
da definição de valor. ção. “O modelo de remunera- uma questão que também que culdade em obter uma retorno adequado do investi- em produzir o resultado clínico esperado. As em-
“Existe a perspectiva do ção está falido, beneficia al- se impõe aos atuais critérios mento ajustado ao risco, porque os custos de Pes- presas farmacêuticas assumem parte dos riscos
médico, do prestador de saú- guém que a gente não sabe de definição de preço. quisa e Desenvolvimento não serão recuperados.” e dos custos se os resultados não forem alcança-
de, que é muito diferente do ainda quem é, mas que não Priscila Gebrim Louly, da Para ilustrar a dimensão do problema, Médici dos. “Esse modelo tem sido usado com sucesso
gestor público em diferentes beneficia o sistema e não be- Câmara de Regulação do usa números dos Estados Unidos, onde as estima- na França e na Espanha para gerenciar os custos
lugares do país”, diz. “Territo- neficia o usuário. Todo mun- Mercado de Medicamentos tivas apontam para investimentos entre US$ 1,3 bi- de alguns medicamentos, e o Medicare, nos Es-
rialidade é um fator de pon- do sai perdendo.” A velocida- (CMED) diz que o marco regu- lhão e US$ 2,6 bilhões para o desenvolvimento de tados Unidos, já usa acordos assim para cobrir o
deração. (…) O valor no Rio de da tecnologia, segundo ele, latório da entidade já está sen- um agente biológico, mais barato que o genético. gene da leucemia linfoblástica”.
Grande do Sul vai ser diferente impõe mais desafios. “Na hora do revisto. “São terapias de al- Mas o valor máximo pode chegar a US$ 5 bilhões Este último, segundo Médici, torna as terapias
do Acre, como é diferente en- em que você termina de anali- tíssimo custo em nível mundial. levando-se em contas as falhas no processo. A gênicas as principais candidatas a preços base-
tre a população da Zona Les- sar um processo de incorpora- O desafio é como estabelecer Merck, por exemplo, afirma que 75% de seus cus- ados em valor. “A precificação baseada em valor
te e do Morumbi, em São Pau- ção de um produto para a saú- um preço justo, tanto no pon- tos de Pesquisa e Desenvolvimento correspondem deve vir da perspectiva do paciente e da sociedade
lo”. Segundo ele, um aspecto de, já existe outra tecnologia to de vista da indústria, do pa- a falhas. Um custo sem retorno e desestimulante. e levar em consideração o benefício líquido da tera-
fundamental a considerar são mais nova batendo na porta”. ciente e financiador”, afirma. Fato é que, com a perspectiva de cura, as pia genética ao longo da vida do indivíduo”, finaliza.
Incorporação da
A
mudança radical no Para vencer essa arrebentação, é um passo para o futuro, mas tos, uma vez que se economi-
modo como tratamos é indispensável começar pela reconhece que torná-la aces- zaria com os tratamentos atuais
as doenças tem ainda mudança do próprio sistema, sível não é uma questão fácil e que demandam internações e
um longo e comple- que hoje não tem como incor- exigirá muito debate. “Precisa- procedimentos por toda a vida
SUS e ANS
Além da inovação com o tério da Saúde. Se não, vamos maior participação das organi- cobrir os custos desses novos rio Scarabel, diretor da Agên- Jurídicos do Sindusfarma, que
desenvolvimento de novas me- entrar em colapso.” zações de pacientes nas avalia- tratamentos, pois não teriam a cia Nacional de Saúde Suple- acompanha Scarabel no plei-
todologias, há outras deman- A questão a ser encarada, ções de custo-benefício para a compensação garantida com mentar (ANS). “Temos vários to de atualizar os mecanismos
das no caminho em debate na portanto, é desenhar um novo incorporação de tecnologias. o fim dos longos tratamentos. pagadores, com diversos ta- regulatórios, com mais transpa-
sociedade brasileira e no mun- modelo de saúde sustentá- Schafer relata que um dos No Brasil, a ANS (Agência manhos. Das 733 operadoras rência e envolvimento da socie-
do. “A questão não é somen- vel para o Brasil. “Temos de ser grandes problemas nos Es- Nacional de Saúde Suplemen- existentes no Brasil, 447 têm dade. “A solução passa tam-
te como enfrentar o alto custo parceiros. No futuro não vai mais tados Unidos é que a maio- tar) enfrenta o mesmo obstá- até 20 mil vidas. Precisamos bém por mudanças de cultura.
dessas terapias, mas também funcionar a fórmula do Ministé- ria das pessoas está no siste- culo, com as dificuldades adi- discutir o impacto econômico.” Quando temos um grande de-
como modernizar o SUS”, diz rio da Saúde e das operadoras ma privado, em que o usuário cionais no que se refere aos “A solução do problema, e safio como este, precisamos
Antoine Daher, presidente da sempre como compradores e pode mudar de seguro a qual- mecanismos regulatórios do é um grande problema, é con- aproveitá-lo. Essa é uma jane-
Casa Hunter. “E isso não pode da indústria sempre vendedora”, quer momento – o que inibe o país. “Nós precisamos de um junta”, reforça Bruno Abreu, di- la de oportunidade que não po-
ser atribuição apenas do Minis- afirma Daher, que reivindica uma interesse das operadoras em novo modelo”, afirma Rogé- retor de Mercado e Assuntos demos perder”, complementa.
Renata Cury,
“S
especialista em Direito na Saúde
e não mudarmos o obras, feita para outro tipo de visível de um modelo que pre-
Fernando Mendes Garcia Neto,
sistema existente mercado, e nós a usamos na cisa de profundos ajustes. “O
diretor da Anvisa
hoje – amarrado, saúde”, diz o secretário. A de- Brasil tem um dos poucos
legalista, burocrá- fasagem irradia-se em outros sistemas de acesso universal Nelson Mussolini, Alessandra Bastos
tico –, não vamos mecanismos do setor. à saúde que faz uma compra e Denizar Vianna
conseguir financiar as terapias O diretor de Mercado e As- única, inicial e paga tudo na
inovadoras”. A afirmação de suntos Jurídicos do Sindusfar- entrada. Não possui nenhum
Denizar Vianna, secretário de ma, Bruno Abreu, concorda. outro mecanismo posterior de
Ciência, Tecnologia e Insumos “A legislação tem que acom- bonificação e penalização, ba- ra neste entrave, uma vez sistema de pagamento por precificar medicamentos.
Estratégicos do Ministério da panhar o espírito inovador das seados em resultados”, afirma que prevê, justamente, o pa- partilha de risco é mais valioso Mas há obstáculos legais
Saúde, escancara uma ques- novas tecnologias que estão Denizar Vianna. É bom para gamento por desfecho clí- e gera economia para um país que impedem arranjos contra-
tão-chave. Na ordem do dia, chegando, para que permita a negociar preço com a indús- nico – saída para encarar os em desenvolvimento”. Intitula- tuais nesse sentido. A inade-
está a urgência de reforma da sua incorporação nos sistemas tria, mas é algo que impede a altos custos. “A partilha de ris- do The End of the Internatio- quação da Lei de Licitações,
atual legislação para enfrentar de saúde com agilidade, trans- implementação de alternativas cos estabelece possibilidades nal Reference Pricing System? ressaltada por Denizar Vian-
os novos tempos. parência e segurança jurídica.” de financiamento para as tera- de parcerias entre os setores (2015), o estudo assinado pe- na, novamente está no centro
Ilustra com clareza essa Alessandra Bastos, dire- pias gênicas. público e privado, que antes los professores Ulf Persson e do problema, ao prever que os
questão a obrigatoriedade de tora da Anvisa, lembra que a A eventual adoção do mo- eram quase antagônicos”, diz Bengt Jönsson chega a essa contratos durem apenas um
usar a Lei de Licitações (1993) autarquia está presa a uma delo de partilha de risco, que Renata Cury, especialista em conclusão comparando o ano na grande maioria dos ca-
para as compras governa- lei de 1976 que define o que vem ganhando força no mun- Direito na Saúde. novo modelo e o tradicional, sos. “Nós precisamos mudar.
mentais de medicamentos. “É é medicamento. do para a incorporação de te- “Um estudo sueco”, ela que se baseia no Preço In- Nós precisamos flexibilizar as
uma lei pensada para contratar O arcaísmo é a face mais rapias avançadas, esbar- prossegue, “mostra como o ternacional de referência para regras”, conclui Renata Cury.
A
s complexidades técni- Além da sangria no orça- à Justiça, mas isso deve ser ex-
Nelson Mussolini,
presidente executivo do Sindusfarma
A
entrada das novas tec- ger. Entre as urgências estão mente. É um dinheiro que vai tério da Saúde.
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