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CASA?
Quais são os benefícios que cada hortaliça pode fornecer para a minha saúde?
A seguir serão discutidos alguns dos fatores que exercem maior influência no
cultivo de hortaliças, com exceção aos fatores genéticos, que são particulares a
cada espécie.
Água
Todos os seres vivos, animais ou vegetais, necessitam de água para a
sua sobrevivência, desenvolvimento e reprodução. Nas plantas
herbáceas, como a maioria das hortaliças, a água representa cerca de
80% do seu peso; em plantas lenhosas, como as árvores, o percentual
fica próximo de 50%.
Dica!
Luz
A luminosidade, juntamente com a temperatura, são os fatores que
mais controlam a adaptação das culturas (espécies), sendo a luz,
provavelmente, o fator ambiental mais importante que interfere
diretamente no crescimento, na produção e floração das plantas.
SOLO
NUTRIENTES
Os nutrientes são indispensáveis à vida vegetal, sendo que, em muitos
casos, a falta ou insuficiência deles causa um atraso no desenvolvimento
das plantas e, em outros, elas não conseguem completar o seu ciclo de vida.
As plantas podem obter esses nutrientes de três fontes: do ar, retiram o dióxido
de carbono (CO2); da água, o oxigênio (O2) e o hidrogênio (H) e, do
solo, retiram os nutrientes minerais. Esses nutrientes minerais, essenciais às
plantas, são divididos em dois grupos. O primeiro grupo, chamado
de macronutrientes, por serem necessários em maiores quantidades, é
composto por nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio
(Mg) e enxofre (S). No segundo grupo temos os micronutrientes, necessários
em menores quantidades, sendo constituído por boro (B), cobre (Cu), cloro
(Cl), manganês (Mn), zinco (Zn), molibdênio (Mo) e ferro (Fe).
Nitrogênio (N)
Além de ser responsável pela coloração verde das folhas, desempenha um
papel fundamental, pois é componente de aminoácidos e outras moléculas,
como enzimas, proteínas e hormônios vegetais, importantes para o
metabolismo das plantas. A deficiência desse nutriente é extremamente
problemática para a planta, e caracteriza-se pelo amarelecimento (clorose) das
folhas mais velhas; em condições de maior gravidade desta deficiência, a
clorose estende-se por toda a planta.
Fósforo (P)
Ajuda a formar raízes fortes e abundantes; contribui para formação, no
amadurecimento dos frutos e é indispensável na formação de sementes. Os
sintomas de deficiência se refletem num menor crescimento das plantas, desde
os primeiros estágios de desenvolvimento; visualmente, observa-se
bronzeamento das folhas.
Potássio (K)
Está relacionado com a formação de talos e raízes fortes e vigorosos, além
de participar da ativação de muitas enzimas, do processo de fotossíntese e do
transporte de carboidratos. De maneira semelhante à deficiência de N, a falta
de K leva a uma clorose nas folhas mais velhas, seguida por necrose (morte)
das pontas e margens das folhas, fato que não ocorre com a deficiência de N.
Cálcio (Ca)
Ajuda no crescimento da raiz e do talo; é um importante componente
da parede celular, sendo indispensável para a maturação do pólen e
crescimento do tubo polínico. A deficiência em Ca aparece como
deformações nas folhas novas, morte das gemas apicais, das extremidades
das raízes e flacidez dos tecidos dos frutos, que evolui para uma necrose
funda, seca e negra.
Magnésio (Mg)
É o elemento principal na formação da clorofila, sem a qual as plantas não
produzem carboidratos, além de ser um importante ativador de enzimas do
metabolismo das plantas. A deficiência desse nutriente mostra uma clorose
entre as nervuras das folhas velhas da planta. Quando a deficiência é mais
severa, as áreas amarelas vão escurecendo, tornando-se posteriormente
necrosadas. A infecção causada por vírus causa sintomas parecidos, podendo
ser confundida com deficiência de magnésio; neste caso, deve se estar atento
à presença de insetos e/ou ácaros transmissores de viroses.
Enxofre (S)
É um importante componente de compostos orgânicos, presente
nos aminoácidos cisteína e metionina. Os sintomas da falta de S são
semelhantes à deficiência de nitrogênio, porém, a clorose se manifesta nas
folhas novas.
Boro (B): sua falta causa redução do tamanho das plantas, deformação das
folhas mais novas e morte das gemas apicais.
Cobre (Cu): a deficiência em cobre altera o tamanho, a textura e a coloração
das folhas, tornando-as extremamente grandes, com um aspecto flácido e uma
tonalidade verde-escuro.
Cloro (Cl): a deficiência leva ao murchamento, clorose, bronzeamento e
posterior deformação das folhas, podendo se manifestar tanto nas folhas novas
quanto nas velhas.
Manganês (Mn): sua falta causa clorose entre as nervuras das folhas.
Zinco (Zn): os sintomas de sua falta são caracterizados pelo encurtamento dos
entrenós, redução do tamanho, deformação e clorose das folhas.
Molibdênio (Mo): os sintomas de deficiência variam de acordo com a espécie.
Nas leguminosas, como a ervilha e a lentilha, é observada uma clorose nas
folhas velhas, semelhante à causada pela falta de N; nas brássicas, como
repolho e couve, o sintoma causado é conhecido por “rabo de chicote”, sendo
caracterizado apenas pelo crescimento da nervura principal. Mas, de maneira
geral, os sintomas mostram um amarelecimento das folhas mais velhas e
possíveis necroses marginais.
Ferro (Fe): causa clorose das folhas novas, permanecendo apenas as
nervuras verde-claras, deixando uma aparência de uma rede verde e fina sobre
um fundo amarelo.
Principais fontes orgânicas de nutrientes
Você pode ter restos vegetais em casa, provenientes da cozinha e quer utilizar na sua horta,
mas não sabe exatamente quais nutrientes eles fornecem. Também você pode perceber um
sintoma de deficiência nutricional nas suas plantas e quer saber qual seria a fonte ideal para
suprir essa necessidade. Abaixo estão as principais fontes de nutrientes para a produção
orgânica que são permitidas pela legislação de produção orgânica brasileira e que podem
ajudá-lo a decidir que adubos utilizar na sua horta.
Nitrogênio
Estercos puros de animais diversos, cama e urina de animais, espécies
leguminosas de adubos verdes (mucunas, crotalárias, guandu, feijão de porco,
feijão bravo do Ceará, etc.), resíduos agroindustriais como torta de oleaginosas
(mamona, algodão, soja) e de cacau, palhadas (gramíneas secas) e resíduos
de culturas leguminosas como soja e feijão, farinha de sangue, farinha de
peixe, composto orgânico, biofertilizantes, bokashis, entre outros.
Potássio
Cinzas, cascas de café, pós de rochas silicatadas com altos teores de potássio,
talos de banana, entre outros.
Fósforo
Fosfatos naturais extraídos de rocha e farinha de ossos.
Micronutrientes
Alguns pós de rocha, estercos, fontes minerais permitidas (ex.: óxido de cobre
e outros utilizados nos biofertilizantes, que são de baixa solubilidade).
Tipos de hortaliças
Em função do grande número de espécies e a particularidade de cada
cultura, foi necessário que se desenvolvesse uma metodologia capaz de
mostrar as semelhanças e as diferenças botânicas e também do ponto
de vista tecnoólogico entre as espécies e, uma metodologia antiga,
baseada nas partes utilizadas para alimentação humana e de valor
econômico, vem sendo utilizada pelo Sistema Nacional de Centrais de
Abastecimento (Ceasas), classificando as hortaliças em três grupos:
Alho
Para o cultivo do alho, o plantio é realizado por meio de bulbilhos (dente do
alho) que são plantados inteiros, com o ápice (ponta mais fina) para cima.
Chuchu
Na cultura do chuchu, plantam-se também os chuchus-sementes, depois de
terem lançado as brotações. Eles são colocados superficialmente nos
canteiros, lado a lado, sendo realmente plantados em sulcos, depois que as
brotações atingirem cerca de 12 cm. Não é indicado cobrir os chuchus com
terra, para evitar o apodrecimento.
Couve
A couve, também conhecida por couve manteiga, tem sido propagada
vegetativamente, retirando-se as brotações laterais que se desenvolvem no
caule, ou mesmo as folhas mais jovens, sendo então plantadas no local
definitivo.
Rabanete
O rabanete não aguenta o transplantio deve ser plantado por meio de
semeadura direta. Deve ser semeado em sulcos com 1-1,5 cm de
profundidade, efetuando- se o desbaste assim que as plantinhas atinjam 5 cm
de altura.
Cenoura
A cenoura é totalmente intolerante a qualquer tipo de transplantio, em função
do risco de deformidades nas raízes, sendo indicada a semeadura direta na
profundidade de 1-1,5 cm.
Almeirão
O almeirão, que diferentemente da alface e da chicória, possui raízes sem
ramificação lateral e mais profundas, por essa razão não suporta o transplantio.
Salsinha e coentro
A salsinha e o coentro também são semeados diretamente numa profundidade
de 0,5-1 cm e, quando apresentarem de três a quatro folhas definitivas, deve-
se realizar o desbaste.
Pepino
O pepino pode ser semeado diretamente no canteiro ou pode ser feito o
transplantio de mudas. No caso da semeadura direta, recomenda-se colocar de
duas a três sementes no sulco, numa profundidade de 2 cm e no espaçamento
recomendado.
Abobrinha
As raízes da abobrinha quando danificadas não se recuperam; por essa razão,
deve ser semeada diretamente em sulcos ou covas, colocando-se de três a
cinco sementes espaçadas umas das outras cobertas por 2 a 3 cm de solo.
Uma alternativa à cobertura das covas/sulcos com solo é a utilização de casca
de arroz ou palhada, o que favorece a germinação e a emergência das
plântulas, além de manter a umidade no local.
Quiabo
As sementes de quiabo apresentam dormência, o que pode acarretar uma
geminação demorada e emergência irregular; por isso recomenda-se colocar
as sementes em um saquinho de pano e deixá-las imersas em água por um
período de 24 horas, um dia antes do plantio. Deve-se semear de três a cinco
por vez, numa profundidade de 2-3 cm. No caso do uso de mudas, durante o
transplantio deve-se ter cuidado para não danificar o sistema radicular.
A sua horta pode ser instalada em qualquer local, na sua varanda, na janela, no corredor, na área de
serviço e, se você tiver um quintal, melhor ainda. Mas, independente do local, é preciso levar em
consideração alguns fatores importantes, já discutidos nas sessões anteriores, para o bom denvovimento
das plantas e sucesso da sua horta.
o o local escolhido deve ser arejado, ensolarado e iluminado durante a boa parte do dia, para que as
plantas recebam pelo menos de 4 a 5 horas de luz solar;
o o solo (terra) a ser utlizado deve ser fofo, sem pedras, plásticos ou resíduos (sobras) de construção;
o não ter sido utilizado para deposito de lixo ou retirado próximo de áreas de esgoto ou fossa séptica, a
fim de evitar contaminações biológicas;
Além do plantio convencional em canteiros, diretamente no solo, podemos adaptar muitos recipientes
para produzirmos hortaliças. No entanto, é muito importante que eles tenham uma profundidade
mínima, para permitir adequado desenvolvimento do sistema radicular das plantas e estejam perfurados
na parte inferior, permitindo que o excesso de água escoe. Sugerimos, a seguir, alguns recipientes:
o Canos de PVC cortados ao meio;
o Garrafa pet e recipientes plásticos em geral. Recipientes de materiais de limpeza devem ser muito
bem limpos para retirar todo o resíduo, antes de serem utilizados;
Preparo do solo
Agora que já escolhemos os recipientes que serão utilizados, vamos preparar o solo para o plantio. Nos
plantios comerciais, é necessário saber exatamente as quantidades dos nutrientes que estão no solo,
para não comprometação e, para isso, tem que ser feita uma análise química do solo, em laboratórios. No
entanto, não precisaremos fazer isso na nossa Horta em Pequenos Espaços, porque a quantidade de
plantas é menor e, com isso conseguimos fazer uma recomendação básica para preparo e manutenção
do solo, que será colocado nos vasos, para que sua produção seja sempre satisfatória.
o Adubo orgânico, 17 litros de esterco curtido de aves ou 34 litros de esterco curtido de gado;
Misture todos os ingredientes até que fique uma mistura uniforme. Caso você não precise desta
quantidade de solo, basta fazer uma regra de três para saber a quantidade que precisará de cada insumo.
No Quadro 1, nós apresentamos as quantidades necessárias para o preparo de 05 volumes de solo.
Quadro 1. Insumos e suas respectivas medidas, para o preparo de 40, 30, 20, 10 e 5 litros de solo.
Se você não tiver acesso aos adubos minerais (NPK) e termofosfato, é possível utilizar somente os
estercos ou composto orgânico e farinha de ossos, substituindo-os respectivamente.
A liberação dos nutrientes para as plantas será um pouco mais lenta, mas não vai prejudicar em
nada a sua horta.
Ferramentas:
Vai auxiliar muito o cultivo da sua horta se você tiver as seguintes ferramentas:
o pazinha larga – usada para o preparo da terra para o plantio, inserção e remoção de adubo e até mesmo remoção
de pedras;
o pazinha transplantadora ou estreita– para transplantar mudas de bandejas ou copinhos para o local definitivo;
o rastelo ou ancinho de mão - revirar o solo e ajudar na remoção de ervas daninhas em espaços onde o garfo não
alcança. Também serve para recolher folhas secas do chão;
E ainda:
o regador ou mangueira – para irrigar sua horta;
Para escolher as espécies a serem cultivadas, comece com as hortaliças que você e sua família gostam
de se alimentar e que sejam de ciclo mais curto, como alface e temperos de folha, como cebolinha e
coentro. Você vai se sentirmais animado em continuar a cultivar, pois já vai ver o resultado logo! Faça
também um planejamento da sua produção, ou seja, pense também em ter uma rotina de plantio, para
que sempre se tenha hortaliças para colher. Pode ser semanal, por exemplo, de acordo com a média de
consumo nesse período, para que não haja desperdício. Que tal?
Uma planta doente apresenta alguma desordem fisiológica que altera seu desenvolvimento.
Para caracterizar uma doença, essa desordem fisiológica deve apresentar mais duas
características: ser uma irritação contínua e ser provocada por um agente causal primário.
Quando o agente causal é um organismo vivo (fungo, bactéria, vírus, nematóide, viróide,
protozoário, micoplasma e outros), a doença é denominada biótica e é considerada infecciosa,
ou seja, o patógeno pode crescer e multiplicar-se na planta doente e se disseminar para outras
plantas sadias.
2. Eliminar toda a planta infestada pela doença. Eliminando também a terra que estava com a planta
infestada e fazendo a sanitização do vaso.
Calda de fumo
Picar 100 g de fumo e colocar em meio litro de álcool, acrescentando meio litro
de água. Deixar curtir por 15 dias. Depois, dissolver 100 g de sabão neutro em
10 litros de água e acrescentar à mistura. Aplicar na forma de pulverizações
para controle de vaquinhas, cochonilhas, lagartas e pulgões.
Calda de cebola
Colocar 500 g de cebola picada em cinco litros de água. Curtir por 10 dias.
Coar e colocar meio litro em 1,5 litros de água para aplicar na forma de
pulverizações. Age como repelente para pulgões, lagartas e vaquinhas.
Cravo-de-defunto
Colocar 50 g de flores de camomila em um litro de água. Deixar de molho por
três dias, agitando quatro vezes por dia. Coar e aplicar três vezes por semana,
visando o controle de doenças fúngicas.
Calda sulfocálcica
Tem ação protetora contra ácaros, insetos-pragas e algumas doenças. Para o
preparo dessa calda, misture em um recipiente 0,8 kg cal hidratada em 2,5
litros de água morna. Coloque o enxofre (1,25 kg) lentamente, sempre agitando
com um bastão de madeira e completando o volume até 5 litros. Deixe ferver
até ficar com a coloração avermelhada. Ao esfriar, guarde em lugar sem
iluminação por um período de até uma semana. Na aplicação diluir 0,1 litro
(100 mL) do produto em 2 litros de água.
Calda bordalesa
Colocar 100 g de sulfato de cobre em um saco de pano e mergulhar em cinco
litros de água quente, deixando de molho durante 24 horas.
Planta do gergelim
As folhas dessa planta contêm uma substância que contamina os fungos, que
são criados através dos vegetais levados por formigas, causando o fim dos
formigueiros. Dê preferência ao gergelim de semente preta.
Dieta e saúde
O aumento da expectativa de vida observado nos últimos anos lançou um novo
desafio, o de melhorar a qualidade de vida durante o envelhecimento. Essa
melhoria inclui a prevenção ou controle de doenças crônicas associadas ao
envelhecimento, como doenças cardiovasculares (hipertensão, isquemia,
ataque cardíaco), diabetes, osteoporose, doenças neurodegenerativas
(demência, doença de Parkinson) e câncer. Hoje existem conhecimento
científico e novas tecnologias que ajudam as pessoas a viver melhor. Fatores
como estilo de vida saudável, diagnóstico precoce de doenças, imunização e
medicamentos são fundamentais para envelhecer com saúde.
Estudos têm mostrado que fatores ligados ao estilo de vida, como uma dieta
saudável, atividade física e não fumar influenciam mais do que fatores
genéticos na prevenção de doenças associadas ao envelhecimento. A boa
alimentação é um dos fatores determinantes do envelhecimento saudável, que
inclui baixo risco de adoecer ou ter algum problema relacionado a doenças,
elevada função física e mental e uma vida ativa.
Embora remonte às origens da civilização, a relação entre alimentação e saúde
nunca foi tão estreita quanto nos dias de hoje. Muitos estudos comprovaram a
relação existente entre dieta e doença. Atualmente se sabe que uma dieta
inadequada, rica em gordura (principalmente gordura saturada e colesterol), sal
e açúcar e pobre em carboidratos complexos, vitaminas e minerais, aliada a um
estilo de vida sedentário, são responsáveis pelo aumento das doenças ligadas
à má alimentação, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares,
hipertensão, osteoporose e câncer. Por outro lado, uma dieta equilibrada,
com doses balanceadas de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas,
minerais e água, variada e moderada, não só aumenta a saúde e o bem estar
como reduz o risco de doenças.
Carboidratos
Os carboidratos (açúcares) fornecem a maior parte da energia que o corpo
utiliza diariamente. Eles podem ser classificados em simples, de absorção
rápida, ou complexos, de absorção lenta. Os açúcares simples, como glicose e
frutose, estão presentes principalmente nas frutas, mas também na cenoura e
batata-doce. A sacarose, o açúcar de mesa extraído da cana-de-açúcar, é
encontrado nas frutas e hortaliças, principalmente na beterraba. Os açúcares
complexos estão presentes em todos os vegetais integrais. O mais importante,
do ponto de vista nutricional, é o amido, o nutriente mais facilmente digerido e
transformado em energia pelo corpo humano, presente em hortaliças como
batata-doce, inhame e cará.
Fibras
As fibras são componentes dos alimentos que não são digeridos nem
absorvidos, mas cuja passagem pelo trato gastrointestinal traz benefícios
importantes para o organismo. O consumo adequado de fibras previne a prisão
de ventre e as hemorroidas e pode auxiliar na prevenção da obesidade,
diabete, câncer de cólon, úlceras e doenças coronarianas. As fibras dão
sensação de saciedade, têm ação anti-inflamatória, estimulam o funcionamento
do intestino e absorvem líquidos e substâncias químicas, auxiliando na redução
do colesterol e glicose no sangue.
Proteínas
As proteínas são responsáveis pela construção e manutenção dos tecidos,
defesa do organismo e transporte de substâncias. Ervilha, grão-de-bico, lentilha
e soja verde são exemplos de hortaliças ricas em proteínas.
Lipídeos
Os lipídeos ou gorduras são responsáveis pelo armazenamento de energia,
proteção dos órgãos e regulação da temperatura. As hortaliças são pobres em
lipídeos, porém algumas contêm lipídeos importantes como o ácido linoleico
(ômega-6), que atua no controle da pressão sanguínea, coagulação, quebra de
gordura e resposta imunológica. As sementes de hortaliças como a abóbora
são ricas em lipídeos.
Vitaminas
As vitaminas e os minerais são nutrientes não calóricos necessários em
pequena quantidade. As vitaminas são compostos essenciais para todas as
reações que ocorrem no organismo. Elas são facilmente degradadas na
presença de calor, ar e luz. As frutas e hortaliças são ricas em vitaminas,
principalmente pró-vitamina A (crescimento e desenvolvimento do corpo, saúde
dos olhos e da pele, proteção contra radicais livres); nas vitaminas C
(cicatrização, absorção de ferro, proteção contra radicais livres); e do complexo
B (crescimento, produção de energia). As hortaliças contêm também vitamina
E, que atua na manutenção da pele e na proteção contra radicais livres e
vitamina K. As vitaminas são substâncias extremamente lábeis (facilmente
decompostas) e devem ser consumidas de forma regular, já que a maioria não
pode ser armazenada.
Minerais
Os minerais desempenham diversas funções no organismo, dentre elas
composição da estrutura do corpo, crescimento, regulação do metabolismo,
manutenção do equilíbrio hídrico e transmissão dos impulsos nervosos.
Antioxidantes
Muitos de nossos problemas de saúde devem-se à ação de formas tóxicas do
oxigênio, os oxidantes, que resultam de processos metabólicos normais
(respiração) ou provêm do ambiente (poluentes do ar, pesticidas, fumo, drogas)
e que contribuem para os processos que levam a aterosclerose, câncer,
problemas nas articulações e no sistema nervoso e envelhecimento precoce.
As frutas e hortaliças são ricas em fitoquímicos, vitaminas e minerais que
atuam como antioxidantes, inibindo a ação dos oxidantes.
Carotenoides
Carotenóides são pigmentos que possuem diferentes colorações, variando
entre o amarelo, alaranjado e vermelho, que dão a cor de várias frutas,
hortaliças, temperos e ervas. Cores mais escuras estão associadas a maiores
teores desses pigmentos. Uma importante função de alguns carotenóides é o
seu papel como precursores de vitamina A, ou seja, eles podem ser
convertidos em vitamina A no organismo conforme a necessidade. Neste
aspecto, os carotenóides podem ser agrupados em dois grupos: com e sem
atividade de pró-vitamina A.
Polifenois
Os polifenóis são os antioxidantes mais abundantes na dieta, estando
presentes em todas as hortaliças e frutas. Uma dieta rica em polifenóis tem
impacto positivo na pressão sanguínea, reduz o risco de doenças do coração,
de alguns tipos de câncer e de processos inflamatórios, além de reduzir a
absorção de glicose, melhorando a glicemia.
Flavonóides
Existem mais de 6.000 flavonóides conhecidos, quase todos com atividade
antioxidante. Além desta, esses compostos também possuem atividade
antialérgica, anti-inflamatória, antiviral e anticarcinogênica. Hortaliças como
cebola, couve, rúcula, brócolis e tomate são ricas no flavonóide quercetina,
enquanto salsa, aipo e pimentão vermelho são ricas em apigenina.
Organossulfurados
Os organossulfurados presentes em hortaliças como cebola e alho possuem
atividade antioxidante, anticancerígena e antibacteriana. Compostos como a
alicina, liberada após esmagamento do alho, também ajudam na prevenção do
câncer de estômago e de doenças cardiovasculares, além de proteger contra
artrose.
Glicosinolatos
Os glicosinolatos presentes em brássicas como couve, brócolis, couve-flor,
mostarda, agrião e repolho são indutores de enzimas detoxificantes. O
consumo de cinco ou mais porções dessas hortaliças por semana está
associado a uma redução significativa no risco de câncer, principalmente de
bexiga, cólon e pulmão.