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ESTRUTURAS HIDRÁULICAS

Profª. Drª. Laura Maria C. F. Fais


1 INTRODUÇÃO
➢ Hidráulica  “hydros” + “aulos”  água; condução

➢ Obras que se destinam ao transporte e/ou aproveitamento


dos recursos hídricos (água)
2 BARRAGEM
✓ Estrutura construída para formar um lago artificial (reservatório);

✓ Múltiplos usos: abastecimento de água; produção de energia


elétrica; irrigação; regularização de cheias; navegação e lazer.

2.1 TIPOS DE BARRAGENS


✓ Classificação:

❖ Finalidade;

❖ Projeto Hidráulico

❖ Material.
2.1.1 Finalidade
➢ Represar rio para captação e desvio;
➢ Elevar o nível proporcionando desnível (aproveitamento
hidroelétrico) ou navegabilidade;
➢ Formação de reservatório regularização de vazões ou
amortecimento de ondas de enchente e ainda m. u.

2.1.2 Projeto Hidráulico


➢ Barragens vertedoras;
➢ Barragens não vertedoras.

2.1.3 Tipo de material


➢ Barragens de terra: homogênea ou núcleo impermeável;

➢ Barragem de enrocamento;

➢ Barragem de concreto: gravidade, arco, arco-gravidade e


contrafortes.
Barragem em arco
Barragem em arco
➢ Exemplo maior á a barragem
principal de Itaipú;
➢ Sub-pressão fica reduzida devido
a pequena área da base;
➢ Aumento da compressão sobre a
fundação;
➢ Exige maior tratamento das
fundações como tirantes e injeção
de calda de cimento;
➢ Maior economia de concreto, mas
necessita controle geológico
maior.

Barragens contrafortes
2.2 CONSIDERAÇÕES NO PROJETO DE BARRAGENS

2.2.1 Dados hidrológicos


➢ Determina capacidade do reservatório;
➢ Período de enchentes e secas.

2.2.2 Dados geológicos


➢ Furos de sondagem;
➢ Retirada de amostras para análise.

2.2.3 Dados do reservatório


➢ Levantamento da área a ser inundada;
➢ Levantamento das propriedades;
➢ Locação de estradas e utilidades públicas
2.3 FATORES FÍSICOS QUE INFLUEM NA ESCOLHA
DAS BARRAGENS
2.3.1 TOPOGRAFIA
➢ Locais rochosos e gargantas estreitas (Concreto tipo vertedora);
➢ Regiões montanhosas limitações ao transporte de materiais;
➢ Barragens de concreto eixo reto ou curvilíneo;
➢ Barragem gravidade (4 <L/H> 6);
➢ Barragem arco (L/H < 3);
➢ Locais largos (Concreto contrafortes) ou (Terra e Enrocamento).

2.3.2 GEOLOGIA E CONDIÇÕES DE FUNDAÇÃO


➢ Rocha sólida tem alta capacidade de carga e a resistência a
percolação (qq tipo e altura);
➢ Cascalhos adequados para barragens de terra, enrocamento e
pequenas de concreto gravidade (execução “cut-off”);
➢ Areia fina ou silte adequadas barragens de terra e pequenas de
concreto gravidade;
➢ Argila adequada para barragens de terra.
2.3.3 MATERIAIS DISPONÍVEIS NO LOCAL OU
NAS PROXIMIDADES
➢ Solo para aterros;
➢ Rochas para aterro e “rip rap” ou enrocamento de proteção;
➢ Agregados para concreto (areia e brita).

2.4.3 TAMANHO E LOCALIZAÇÃO DO VERTEDOR


➢ Grandes vazões tornam o vertedor mais importante do que o
tipo de barragem;
➢ Vertedor de grandes dimensões onera a obra (barragem
vertedora);
➢ Material escavado do canal do vertedor utilizado na barragem
de terra;
➢ Vertedor fora do corpo da barragem de material solto ou
vertedor Tulipa.
2.4 SEGURANÇA DAS BARRAGENS

➢ Barragens são utilizadas a mais de 5000 anos;

➢ Importante conhecimento de fatores que podem afetar segurança 


eventual colapso pode causar prejuízos catastróficos;

➢ Brasil e mundo  barragens estão envelhecendo


➢ Perini (2009)
❖ grande parte das barragens nacionais tem mais de 30 anos;
❖ muitas dessas foram construídas com critérios diferentes dos
mínimos estabelecidos atualmente;
❖ operadas e mantidas de maneira incorreta;
❖ algumas estão com a capacidade operacional limitada;
❖ representam perigo à segurança de pessoas e bens.

➢ Importante que funcionem adequadamente e sejam constantemente


avaliadas quanto a sua segurança e funcionalidade;

➢ Brasil não possui uma cultura de monitoramento e regulamentações


das barragens e das demais estruturas hidráulicas, considerando tanto as
existentes, quanto as que deverão ser construídas.
➢ Muitas das tecnologias hoje em uso nos setores hídrico e energético
foram desenvolvidas na década de 70, quando a base de consumo
industrial era modesta e o país não dispunha de um sistema hidro
energético tão complexo como o atual;

➢ Cerca de 65% das barragens são pequenas;

➢ Oferecem mais riscos


❖ menos instrumentadas;

❖ sua construção não dispõe, na maioria das vezes de técnicas


construtivas refinadas;
❖ maioria dos países não possui um inventário preciso sobre o
número exato de pequenas barragens.
2.4.1 LEGISLAÇÃO

➢ Resolução CNRH nº 143/12  Estabelece critérios gerais de


classificação de barragens por categoria de risco, dano potencial
associado e pelo volume do reservatório, em atendimento ao art. 7° da
Lei n° 12.334, de 20 de setembro de 2010.

file:///C:/Users/Admin/Downloads/resolucao_cnrh_143__de_classifica
cao_barragens_categoria_risco.pdf

➢ Resolução CNRH nº 178/16  Altera a Resolução CNRH nº 144, de 10


de julho de 2012, que “Estabelece diretrizes para implementação da
Política Nacional de Segurança de Barragens, aplicação de seus
instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre
Segurança de Barragens, em atendimento ao art. 20 da Lei n° 12.334, de
20 de setembro de 2010, que alterou o art. 35 da Lei nº 9.433, de 8 de
janeiro de 1997”
file:///C:/Users/laura/Downloads/resolucao_cnrh_178.pdf
➢ Resolução ANA nº 742/11  estabelece a periodicidade, qualificação
da equipe responsável, conteúdo mínimo e nível de detalhamento das
inspeções de segurança regulares de barragens, conforme art. 9° da Lei
n° 12.334, de 20 de setembro de 2010.
http://arquivos.ana.gov.br/resolucoes/2011/742-2011.pdf

➢ Resoluções ANA nº 91/12  estabelece a periodicidade de atualização,


qualificação do responsável técnico e o nível de detalhamento do Plano
de Segurança de Barragem, conforme art. 8°, 10 e 19 da Lei n° 12.334,
de 20 de setembro de 2010.
http://arquivos.ana.gov.br/resolucoes/2012/91-2012.pdf
➢ Resolução ANA 236/17  Estabelece a periodicidade de execução ou
atualização, a qualificação dos responsáveis técnicos, o conteúdo
mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da
Barragem, das Inspeções de Segurança Regular e Especial, da Revisão
Periódica de Segurança de Barragem e do Plano de Ação de
Emergência, conforme art. 8°, 9°, 10, 11 e 12 da Lei n° 12.334 de 20 de
setembro de 2010, que estabelece a Política Nacional de Segurança de
Barragens - PNSB.

http://arquivos.ana.gov.br/resolucoes/2017/236-2017.pdf
2.4.2 BARRAGEM DE MALPASSET
➢ Arco de 61 metros de altura ;

➢ Rompeu no dia 2 de dezembro de 1959;

➢ Onda de cheia  11km até o Mediterrâneo, causando 421 mortes;

➢ 1954  início do enchimento do reservatório (22 hm³);

➢ 1959  surgência na ombreira direita, 20m a jusante da barragem;

➢ Início do período chuvoso  2 de dezembro nível máximo normal;

➢ Processo praticamente instantâneo, causado principalmente pela


elevação da poropressão da água na rocha da fundação e consequente
separação da barragem de sua fundação, provocando o seu
rotacionamento
Figura 1: Fotos da Barragem de Malpasset, no sul da França, antes e depois da rutpura.
(Fonte: http://ecolo.org/documents/documents_in_french/malpasset/malpasset.htm)
2.4.3 BARRAGEM DE ST. FRANCIS – EUA - 1928
➢ Concreto gravidade arqueada, com 62,5 m de altura;

➢ 72 km ao norte de Los Angeles;

➢ Rompeu na noite de 12 de março de 1928;

➢ Enchimento do reservatório começou em 1926 e atingiu seu máximo


(46,9 hm³) março de 1928.

➢ Não houve alerta  ruptura e, em cerca de 70 minutos, o volume


praticamente total do reservatório foi liberado para jusante.

➢ Onda propagou-se por aproximadamente 84km até o oceano Pacífico


e atingiu sua altura máxima de 38m a cerca de 1,6km da barragem;

➢ Qp imediatamente a jusante da barragem foi estimada como sendo


superior a 14.000 m³/s.
➢ Possível causa  deslizamento da ombreira esquerda, cuja fundação
que não suportou a força exercida pela barragem e pela água, devido
às características geológicas do local;

➢ Dias antes da ruptura, foram detectadas trincas, alguns vazamentos


pela estrutura e surgências pela fundação;

➢ Medidas de investigação das causas desses problemas foram tomadas


e notificadas, mas não se julgou que a estrutura estivesse ameaçada.
Imagens da barragem de St. Francis antes e depois do acidente (ROGER, 2006)
2.4.4 BARRAGEM DE VACCARO – BRASIL, 2014
➢ Ponte Serrada (SC), Rio
Irani

➢ Particular

➢ 27/06/2014

➢ 14h 30min
2.4.5 MOUNT POLLEY MINE – CANADA, 2014
➢ British Coloumb,

➢ Barragem de Rejeitos

➢ Operando com nível mais alto

➢ http://www.mining.com/amazing-aerial-video-of-mount-
polley-tailings-breach-76060/
3.5 OROVILLE DAM, 2017
➢ Califórnia, EUA

➢ Problemas com vertedor principal e de emergência


3 TOMADAS D’ÁGUA
➢ Transição entre o escoamento livre e o forçado

3.1 FINALIDADE

➢ Captar e conduzir a água aos órgãos adutores (turbinas);


➢ Impedir a entrada de corpos flutuantes;
➢ Impedir ou reduzir depósitos de sedimentos;
➢ Reduzir perdas de carga na entrada de água;
➢ Permitir controlar a vazão na adução;
➢ Permitir fechar a entrada quando necessário.

➢ Projeto delicado  modelos hidráulicos


3.2 TIPOS DE TOMADA
➢ Grande profundidade;
➢ Pequena profundidade

3.3 POSIÇÃO DA TOMADA


➢ Traçado do túnel;
➢ Curso d’água;
➢ Prever descarga de material sólido
➢ Estrutura de proteção aos peixes

➢ Integradas na barragem ou na extremidade de túneis ou canais de


derivação
3.4 NÍVEL DA TOMADA

➢ Cota inferior do nível de água mínimo útil;


➢ Mais alto possível  comportas mais leves;
➢ Submergência adequada

Fig.1 Esquemas de tomadas d’água


Fig.2 Tipos de emboque nas tomadas d’água
Fig. 3 Usina de Xingó, Rio São Francisco, SE
Fig. 4 Usina Hidrelétrica de Xavantes, Rio Paranapanema
3.5 CONDIÇÕES GERAIS

➢ Turbina  velocidade uniforme

➢ Segundo Fisher e Frankee, citado por Gulliver e Arndt (1991)


❖ Descolamento
❖ Vórtices
❖ 5% entre a Vlocal e Vmed

➢ A montante da tomada  0,8 a 1,2m/s

➢ Tomada super dimensionada  depósito de sedimento


3.5.1 VÓRTICES
➢ Diminuição da vazão
➢ Perda do rendimento
➢ Escoamento transitório Fig. 6 Tomadas d’água horizontais e
verticais
➢ Cavitação

➢ Submergência adequada
❖ Horizontais  S/D > 0,7 e
F < 0,5
❖ Verticais  estudo em
modelo
➢ Classificados de acordo com Padmanabhan e Hecker (1983)
➢ Anwar (1978)  S V VD DV 2 Q
, , , ,
D gD   S
Tipo de vórtice Descrição

1 Rotação superficial sem depressão


2 Depressão superficial
3 Núcleo sem presença de ar
4 Sucção de partículas flutuantes, mas não ar
5 Bolhas de ar engolidas pela tomada
6 Núcleo de ar completamente desenvolvido até a tomada

1 2 3

4 5 6

Fig. 7 Classificação do tipo de vórtice, segundo Padmanabhan e Hecker (1983)


➢ Ferreira e Genovez (2001)  vazões de ar de até 50% da vazão 
perda de até 70% na eficiência e 50% na potência
➢ Vibração

Fig. 9 Desempenho de uma turbina tipo Francis para velocidade constante, segundo
BUREAU OF RECLAMATION (1976).
Fig. 10 Estruturas empregadas para impedir a formação de vórtices, segundo
Gulliver e Arndt (1991)
3.6 EQUIPAMENTOS DAS TOMADAS

3.6.1 Comportas e Stop-Logs

Fig. 12 Esquemas de comportas


Figura 13 Tipo e utilização de comportas
➢ Plana, tipo vagão  facilidade de manutenção e estanqueidade

➢ Tipo segmento  menor esforço para a manobra.

➢ Tipo de acionamento - elétrico


- hidráulico

➢ Suportes - cabos metálicos


- correntes
➢ Operação - operador
- automática
➢ - Possibilidade de reduzir a seção do conduto para reduzir o
tamanho da comporta

➢ Projeto estrutural depende da pressão d'água.


❖ NA máx montante
❖ Conduto vazio a jusante
4 VERTEDORES
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

➢ Descarregam o excesso de água acumulado nos reservatórios.

➢ Falhas no vertedor  podem comprometer a segurança da barragem e


causar danos.
❖ subida excessiva do nível: inundações a montante
❖ vazões excessivas: enchentes à jusante
❖ colapso da barragem

➢ Não permitem que sejam excedidas as cotas fixadas

➢ Evitam que seja colocada em risco sua própria estrutura ou outras


estruturas do aproveitamento

➢ Galgamento e colapso
➢ Barragens de acumulação/aproveitamentos hidrelétricos  grandes
vazões pelas turbinas  pequenas descargas.

➢ Barragens com pequena capacidade de armazenamento: capacidade do


vertedor é próxima do pico do escoamento.

➢ Escoamento em alta velocidade  bacias de dissipação são projetadas


para restituir as vazões com baixa velocidade, sem provocar erosão a
jusante

➢ Determinação das vazões de projeto é um ponto crítico, especialmente


para barragens de terra e enrocamento

➢ Uso de dois vertedores


❖ Serviço: vazões menores, mais frequentes
❖ Emergência (auxiliar): grandes descargas
➢ Vários tipos
❖ Extravasor
❖ Orifício
❖ Canal lateral
❖ Tulipa
❖ Labirinto

➢ Fatores que influenciam na seleção:


❖ Fatores econômicos
❖ Fatores topográficos
❖ Tipo de barragem
❖ Condicionantes de projeto
❖ Freqüência e duração da operação
➢ Segundo JANSEN (1988):
Considerações funcionais:
❖ Capacidade adequada para acomodar a vazão de projeto
❖ Compatível com o tipo de barragem
❖ Satisfazer as exigências de projeto
❖ Adequação às condições topográficas e geológicas
❖ Adoção de elementos acessórios econômicos
❖ Projeto que considere quantidade e duração dos eventos

Considerações quanto a segurança:


❖ Grande segurança na operação
❖ Estruturalmente seguro para todo o intervalo de descargas
❖ Estruturas de saída controladas para manter a barragem em
segurança
❖ Risco na área à jusante avaliado corretamente
❖ Segurança e precisão na estimativa das vazões de projeto
ROTEIRO PARA O PROJETO DE UM VERTEDOR:

➢ Determinar a vazão de saída e sobrecarga no reservatório para atender


ao projeto
➢ Selecionar algumas alternativas (aqui deverá ser considerado o
vertedor auxiliar)
➢ Combinar os diversos componentes da estrutura
➢ Realizar o estudo econômico
➢ Escolher o vertedor que seja mais apropriado
4.2 VERTEDOR TIPO EXTRAVASOR

➢ Mais comum, simples de construir, com aplicação para um grande


intervalo de vazões.

➢ Crista  perfil normal

➢ Pressões subatmosféricas  cavitação, com vibração e abrasão da


superfície do vertedor.

➢ Podem funcionar com o sem comportas


1- crista do vertedor/vão; 2-pilar; 3-paramento de jusante; 4-bacia de dissipação;
5-enrocamento de proteção; 6 - comporta; 7- casa de força

Figura 1 Esquema de um vertedor tipo extravasor, extraída de CHADWICK e MORFETT


(1999)
4.2.2 Considerações do projeto

➢Cavitação: formação e colapso de bolhas cheias de vapor, que formam-


se em zonas onde a pressão local desce até a pressão de vapor e o colapso
inicia-se mais a jusante, quando as bolhas são transportadas para uma
região onde a pressão é superior à pressão de vapor

➢ Solução: limitar pressões negativas e dar ao paramento um acabamento


cuidadoso

➢Depressões não devem exceder –6 m.c.a.

➢ Aeração do escoamento para ter pressões atmosféricas abaixo da lâmina


d’água

➢DALFRE FILHO, GENOVEZ e LUVIZOTTO (2002)  equipamento que permite


avaliar o desgaste ocasionado pela cavitação em amostras de concreto
empregados em estruturas hidráulicas
Figura11 Vertedor da Usina de Xingó
Figura 12 Aeradores no vertedor da Usina de Xingó
4.3 ORIFÍCIO

➢Não recomendado para altas


quedas em locais que não possuem
uma boa fundação.

➢ Entupimento do orifício.
4.4 CANAL LATERAL

➢Locais onde não há largura suficiente para um vertedor


extravasor.

➢ Não recomendado para barragens com grande vazão de


projeto.

➢ Não possui comportas.


4.5 VERTEDOR EM LABIRINTO

➢ Vertedor com soleira cuja crista se desenvolve segundo uma linha


quebrada, repetindo módulos

➢ Pequena espessura  0,50 m e altura até 5,0m

➢ Alturas superiores  muros com maior espessura e lajes de fundo


mais resistentes

➢ Desvantagens  não se adapta bem à colocação de comportas

➢ Vantagens
❖ Passar maior vazão com cargas menores;
❖ Aumento na vazão de projeto e não há espaço para novos
vertedores;
❖ Mais econômicos do que comportas.
Figura 14 Geometria de vertedores em labirinto

Figura 15 Vertedor tipo Labirinto de K. Acerboune (Argelia), recebido do LNEC


4.6 VERTEDOR TIPO SIFÃO
➢Vazões baixas

➢ Espaço reduzido para outro tipo

➢ Manter o nível do reservatório praticamente constante.

➢Tubo fechado com a forma de um U invertido.

➢Formado por cinco partes:


❖ entrada;
❖ ramal superior;
❖ garganta ou seção de controle;
❖ ramal inferior;
❖ saída

➢ Crista coincide com o nível das águas normais no reservatório

➢ Escoamento semelhante ao de um vertedor extravasor


Figura 17 Vertedor tipo sifão, adaptado de CHADWICK e MORFETT (1999)
4.7 VERTEDOR TIPO TULIPA

4.7.1 Elementos Característicos

Figura 19 Esquema de um vertedor tipo tulipa, segundo Novak et al. (1996).


➢Esquema de estrutura em poço vertical com funções combinadas, segundo Bollrich
(1971).
4.7.2 CARACTERÍSTICAS DO ESCOAMENTO

➢Figura 20 Tipos de escoamento num vertedor tulipa, segundo Şentürk (1994).


Figura 21 Curva de descarga do vertedor tipo tulipa, segundo Şentürk (1994), adaptado de
USBR (1987)
Fig. 22 Formação do “boil” na tulipa,
segundo FAIS (2007)

Foto 7.2 Escoamento


com a curva C3, para
a vazão de
afogamento.

Fig. 23 Escoamento para a vazão de


afogamento, segundo FAIS (2007)
Figura 24 Vista do vertedor tipo tulipa da Usina de Caconde - SP
➢ FAIS (2007) realizou estudo em modelo físico, do vertedor tulipa de
Paraitinga, e analisou o efeito da mudança da curva de ligação entre o
poço vertical e o túnel

➢Foram propostas duas novas geometrias: uma curva clotóide (C3) e


uma curva com uma geometria chamada de C4

➢ Com a mudança, verificou-se um aumento na vazão de afogamento em


27% para a curva clotóide, e 35% para a curva C4
678,40 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
676,961 0
Poço vertical x
5
10
15
20 CURVA CIRCULAR C1
25 CURVA ORIGINAL C2
30 CURVA C3
658,267 35 CURVA C4
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
y 626,917
100

Fig. 16 Sobreposição das curvas, segundo Fais (2007)


4.7.3 PROBLEMAS NA OPERAÇÃO DO VERTEDOR

➢Problemas: dissipação da elevada energia cinética do escoamento,


otimização da curva de ligação poço – túnel e o do arrastamento de ar.

➢ Arraste de ar: importante determinar a quantidade de ar arrastada em


função da vazão liquida para dimensionar as estruturas a jusante.
Verificar se permitem a passagem da mistura ar – água.

Figura 25 Vazão de água e ar característica dos vertedores tulipa, segundo Genovez


(1997)
➢ GENOVEZ e MACIEL (1998) determinaram, para fins de
dimensionamento, a máxima vazão de ar Qa que pode arrastada
neste vertedor em função da relação entre o diâmetro D do poço
e o seu comprimento L.

➢ Vazão de ar obtida nesta expressão deveria ser usada para


determinar, junto com a vazão líquida, a seção do túnel de
descarga.
23


Q L
  a  0,10   K 8 5 Q 2 5  / 4Q  1
35

Q D
Figura 26 Curva de variação de D/L em função de (Qa/Qa lim )max extraído de GENOVEZ (1997)

,
5 BUEIROS
➢ Tubulações curtas com finalidade de drenar água através de
obstruções.

➢ Diferentes materiais e formas.

➢ Escolha depende de vários fatores


❖ perfil da rodovia
❖ características do canal
❖ estimativa das vazões máximas
❖ custos de construção e manutenção
❖ estimativa de vida útil

➢ Construção do aterro: mudança brusca das características do


escoamento.
➢ Hidráulica do bueiro: necessário para engenheiros de estradas
interessados em projetos de bueiros, e para engenheiros
hidráulicos, interessados em avaliar a descarga através dos
mesmos.

➢ Vazão de pico no bueiro pode ser avaliada através do


conhecimento das máximas alturas de água a montante e a jusante
do bueiro. Método muito empregado para a medição das descargas
em pequenas áreas de drenagem.

5.1 GEOMETRIA DO BUEIRO

➢ Depende:
• do custo de construção
• da limitação da altura de água de montante
• da altura do aterro
• das características hidráulicas.
➢ Definida a localização do bueiro, obtém-se a cota da entrada, a
cota da saída e também o comprimento total do bueiro.
➢ Carga na entrada do bueiro: fatores de ordem econômica ou
regulamentação existente.

➢ Estrutura de entrada: diversas configurações, pré-moldadas ou


construídas no local.

➢ Devem ser levados em consideração os seguintes fatores:


• características relativas à estabilidade estrutural
• controle de erosão
• depósito de materiais
• estética.
➢A capacidade do bueiro
pode ser melhorada com a
escolha certa da entrada.

➢Seção de entrada
representa: contração do
escoamento, portanto
seção de controle.

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