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ABR./1992 NBR 12589


Proteção de taludes e fixação de
margens em obras portuárias
ABNT-Associação
Brasileira de
Normas Técnicas

Sede:
Rio de Janeiro
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CEP 20003 - Caixa Postal 1680
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: PABX (021) 210 -3122
Telex: (021) 34333 ABNT - BR
EndereçoTelegráfico:
NORMATÉCNICA

Procedimento

Origem: Projeto 02:007.04-001/91


CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil
C E -0 2 :0 0 7 .0 4 - C o m is s ã o d e E s tu d o d e P ro te ç ã o d e T a lu d e s e F ix a ç ã o d e M a rg e n s
NBR 12589 - Protection of slopes and fixation of banks in dock civil construction -
Procedure
Copyright © 1990, Descriptors: Slopes. Fixation of banks. Dock construction
ABNT–Associação Brasileira
de Normas Técnicas
Printed in Brazil/ Palavras-chave: Proteção de taludes. Fixação de margens. 4 páginas
Impresso no Brasil Obras portuárias
Todos os direitos reservados

1 Objetivo 3.2 Dique longitudinal

Esta Norma fixa as condições exigíveis para a proteção de Estrutura localizada dentro do curso d’água e que acom-
taludes e fixação de margens em rios, canais de navega- panha o seu fluxo, desenhando nova linha de margem ar-
ção, lagos, estuários, baías e enseadas, junto a obras por- tificial. Pode produzir um assoreamento entre esta nova
tuárias, bem como recomenda solução que cause o me- linha de margem e a margem original. De forma geral é
nor impacto nas condições ambientais, de conformidade submetida aos esforços longitudinais produzidos pelo es-
com o horizonte do projeto e intensidade de utilização das coamento.
instalações.
3.3 Travessas
2 Documento complementar
Ligações do dorso do dique à margem, com a finalidade
Na aplicação desta Norma é necessário consultar: de evitar o escoamento entre a parte posterior do dique e
a margem original.
NBR 9782 - Ações em estruturas portuárias, marí-
timas ou fluviais - Procedimento 3.4 Aberturas

3 Definições Espaços livres que dão descontinuidades ao dique e per-


mitem a entrada de sedimentos para o assoreamento da
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições área abrigada.
de 3.1 a 3.4.
4 Condições gerais
3.1 Espigão 4.1 Estudos exigidos
Estrutura transversal ao escoamento, apoiada ou ancora- 4.1.1 A obra de proteção de taludes e fixação de margens
da à margem, avançando em direção ao centro do curso deve ser precedida de estudos minuciosos das ações que
d’água. Pode ser um único espigão isolado, destinado a atuam no trecho a ser defendido, bem como da natureza
uma proteção muito localizada (ex.: proteção de um en- da operação portuária vizinha, sua movimentação, tipo de
contro de ponte), ou um conjunto de espigões com eficiên- frota e possíveis fases futuras de ampliações.
cia maior na proteção de trechos mais extensos (ex.: pro-
teção de margens côncavas de curvas). 4.1.2 Destacam-se os seguintes estudos, embora não se
limitem a eles, conforme critério do projetista:
Nota: Os espigões não devem ser utilizados em rios cujas curvas
sejam muito acentuadas. a) pleno conhecimento de regime hidráulico de curso
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d’água e eventual descarga sólida, ou da ação de d’água e considerar algum elemento filtrante, para evitar
ondas residuais; que o escoamento atinja o embasamento da proteção pro-
vocando a fuga dos finos e comprometendo a sua
b) natureza, forma e exposição do talude ou margem estabilidade. Têm-se obtido soluções adequadas e eco-
à ação das águas; nômicas, fazendo combinação das diversas categorias de
obras a seguir:
c) conhecimento das correntes, ondas e variação de
nível d’água, incluindo eventuais ondas e correntes a) taludamento;
formadas pela passagem das embarcações;
b) revestimento;
d) situação e regime das águas pluviais e sua infiltra-
ção no terreno e lençol d’água; c) drenagem do terrapleno.

e) formação e natureza de material que constitui o so- 5.2.1 Taludamento


lo e conhecimento de suas propriedades, peculia-
ridades e parâmetros de projeto; Trata-se de efetuar um corte no talude da margem de
forma a torná-lo estável. Com cuidados específicos o ta-
f) existência de outros cursos d’água próximos, pere- lude pode ser formado por aterros. Esta obra é a mais
nes ou temporários; econômica, mas de aplicação restrita a trechos retilíneos
ou de pequena curvatura, onde a ação hidrodinâmica
g) conhecimento das construções existentes da obra sobre as margens é pouco acentuada. Normalmente, os
portuária e, eventualmente, de áreas urbanas con- taludes apresentam inclinação no trecho submerso dife-
frontantes e sua futura evolução. rente da do trecho acima das águas, podendo apresentar
trecho horizontal formando uma berma. Geralmente é o
4.2 A solução adotada deve ser avaliada por comparação primeiro estágio para posterior revestimento.
com obras semelhantes e por métodos de cálculo ple-
namente reconhecidos como válidos para análise da es- 5.2.2 Revestimento
tabilidade do terrapleno e da obra de proteção e/ou
fixação. Para melhor conhecimento da direção e compor- Consiste na colocação de um material mais resistente
tamento das correntes e, dependendo do vulto da proteção, sobre o talude. Dentro desta classe existem inúmeros
pode ser indicada a pesquisa em modelo hidráulico e/ou tipos de obras, das quais consideram-se as mais impor-
matemático. tantes:

4.2.1 O projeto de estabilização deve obedecer às indica- a) colocação de faxinas e colchões de material vege-
ções e condições de segurança indicadas na NBR 9782. tal:

5 Condições específicas - geralmente são empregadas em taludes sub-


mersos em locais com pequena variação de nível
5.1 Tipos de obras de proteção de taludes e de fixação d’água;
de margens
- são proteções indicadas para locais em que a
Tanto as obras de proteção de talude como as de fixação mão-de-obra é barata e há abundância de mate-
de margem, também denominadas obras de proteção di- rial para sua confecção;
reta ou indireta, respectivamente, têm por objetivo a con-
tenção do material marginal ou a criação de margem em - exigem cuidadoso trabalho de manutenção;
determinada posição. As proteções diretas, feitas sobre
os taludes, são recomendadas quando se deseja fixar b) substituição da camada superficial por pedregu-
definitivamente a margem na posição em que se encon- lho, cascalho ou pedra britada:
tra. Estas obras exigem manutenção contínua e cuidado-
sa. Cuidados especiais devem ser tomados em suas - trata-se de uma solução simples, destinada a
extremidades de montante e jusante. As proteções indiretas escoamentos de baixa velocidade;
são utilizadas quando se deseja recompor ou regularizar o
traçado da margem. Estas obras têm indicações específi- - há necessidade de um cuidadoso trabalho de
cas de uso, pois podem reduzir a seção de escoamento e manutenção;
podem ter conseqüências ambientais. Permitem, por ve-
zes, a execução escalonada da obra. c) revestimento com enrocamento de blocos soltos,
gabiões-manta tipo Reno, sacos de areia simples
5.2 Proteção de talude ou proteção direta ou com argamassa:

As obras de proteção de talude são aquelas executadas - neste tipo de revestimento os elementos cons-
diretamente sobre a margem, não permitindo desconti- titutivos da proteção devem ser dimensionados
nuidade. Estas obras podem ser de caráter temporário ou para resistir às ações hidrodinâmicas, quer do
permanente, dependendo da natureza do material em- próprio escoamento, quer da ação de ondas;
pregado na proteção. Podem ser ainda impermeáveis ou
permeáveis. Deve-se prever uma solução adequada para - deve-se verificar, também, a estabilidade do talu-
evitar colapso nos casos de mudança brusca de nível de;
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- nos casos de enrocamento, deve-se observar 5.2.3.1.1 Drenagem superficial


graduação adequada do material;
O terrapleno deve ter os caimentos adequados para per-
- no caso de gabiões, deve-se utilizar malha resis- mitir a coleta, condução e despejo das águas em locais
tente à corrosão, às ações mecânicas e outras previamente preparados para tal fim. Deve-se evitar seu
que possam comprometer sua integridade; escoamento diretamente sobre talude não protegido.

d) alvenaria de pedra seca, pedra rejuntada e lajotas


5.2.3.1.2 Drenagem profunda
pré-fabricadas:

- este tipo de proteção é mais utilizado em locais Dependendo da natureza do terrapleno, do nível do lençol
sujeitos à ação moderada de correntes e peque- freático e da possibilidade de afluxo de águas subterrâ-
nas variações do nível de água, onde não se neas, recomenda-se a execução de drenagem profunda
deseja a retenção de vegetação ou detritos car- vertical e/ou horizontal ao longo das margens. As águas
reados pelo escoamento; coletadas devem ser convenientemente conduzidas a
locais previamente preparados, observando-se a cota do
- deve estar embasado sobre camada de granu- nível d’água adjacente. No caso da cota de despejo ser
lometria adequada; projetada abaixo do nível d’água, prevendo o funciona-
mento afogado durante certos períodos, devem ser pro-
e) revestimento asfáltico: jetados e executados dispositivos para impedir a fuga do
material granular do terrapleno. Outras situações de possí-
- este pode ser um revestimento que vai do empre- vel fuga de materiais subjacentes devem ser identificadas
go de pedra com imprimação, no caso mais sim- e prevenidas.
ples, ao uso de concreto asfáltico;
5.3 Fixação de margens ou proteção indireta
- deve ser executado sobre um a cam ada de m ate-
rial filtrante, com drenagem adequada; 5.3.1 A proteção indireta é indicada em regiões onde seja
necessário recompor margens erodidas, quer por razões
Nota: Deve-se tomar cuidado quanto a possível libe-
ração de elementos poluentes no curso d’água,
de melhoria de traçado, quer para proteção de obras mar-
como ocorre com o alcatrão. ginais. Também são indicadas onde o talude da margem
interfere com a soleira do canal de navegação ou bacia de
f) revestimento de concreto sob forma de laje armada espera ou evolução. Estas obras podem ser de caráter
ou não, fundida no local ou pré-moldada: temporário ou permanente.

- o projeto deve seguir dimensionamento estrutural 5.3.1.1 As obras temporárias destinam-se a atender situa-
adequado para resistir aos esforços atuantes; ção emergencial ou em casos em que, após um avanço
indesejado da margem devido a um processo de asso-
- trata-se de estrutura rígida que pode entrar em reamento, torna-se necessária uma drenagem.
colapso no caso de solapamento ou acomoda-
ções de terreno. 5.3.1.2 Nas obras permanentes, o material constituinte de-
ve ter uma vida longa, tais como o enrocamento, gabiões,
Notas: a) Os cuidados comuns a estes tipos de revestimento são
blocos de concreto, etc., conduzindo a obras que, no caso
quanto à proteção do pé do talude, que representa o
ponto mais frágil da obra. Os revestimentos impermeá-
de alterações futuras, podem se tornar onerosas.
veis, ou de baixa permeabilidade, devem contar com
sistema de drenagem adequado para eliminar a pres- Nota: Dependendo das características hidrossedimentológicas
são hidrostática sob o revestimento. Os revestimentos do curso d’água, o projeto pode prever obras impermeá-
permeáveis devem contar com filtros para evitar a fuga veis ou permeáveis. Neste último caso, a obra permite a
do material fino que constitui o talude. Os filtros podem passagem do escoamento com velocidade reduzida, anu-
ser feitos com material granular com dimensões ade- lando o efeito erosivo. Se o curso d’água transportar grande
quadas ou com geotêxteis. carga de sedimentos, possibilitará o assoreamento mais
rápido na região abrigada.
b) Os revestimentos como os asfálticos, as alvenarias e
lajes de concreto têm a qualidade de apresentar melhor 5.3.2 Consideram-se os três seguintes tipos de obras de
acabamento superficial e de não permitir o crescimento
proteção indireta:
de vegetação e retenção de detritos, mantendo sempre
a rugosidade das margens.
a) muros de arrimo;
5.2.3 Drenagem do terrapleno
b) espigões;
5.2.3.1 Deve ser analisada a drenagem do terrapleno con-
tínuo, tendo em vista as precipitações pluviais, possi-
c) diques longitudinais.
bilidades de alagamento e condições do terreno, con-
siderando-se:
5.3.2.1 Muros de arrimo
a) drenagem superficial;
São obras destinadas a regiões onde o talude submerso
b) drenagem profunda. interfere com o canal de navegação ou onde o terrapleno
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da obra portuária ou urbana avança restringindo o canal de 5.3.2.3 Diques longitudinais


navegação. Podem ser:
O projeto dos diques longitudinais deve prever:
a) gabiões tipo caixa;
a) tipo de obra
b) alvenaria de pedra ou blocos ciclópicos;
- dependendo do fato de ser temporária ou não,
c) paliçadas de estaca prancha; das características hidrossedimentológicas e dos
materiais disponíveis na região. Há situações em
que se pode optar pela construção de uma obra
d) cortinas contínuas ou paredes-diafragma em con-
permeável temporária até ocorrer a deposição de
creto.
material entre o dique e a margem. Posteriormen-
te, deve-se substituí-la pela permanente com a
5.3.2.1.1 Sendo obras de sustentação, devem ser di-
finalidade de consolidar a nova margem;
mensionadas de forma a garantir a estabilidade diante dos
esforços oriundos do terreno e possíveis sobrecargas.
b) geometria do curso d’água no trecho protegido
Nas obras permeáveis deve-se atentar para a colocação
de filtro ou manta geotêxtil. Nas obras impermeáveis deve- - definindo a nova linha de margem, o início e o tér-
se prever drenos adequados. mino do dique, a posição das travessas e abertu-
ras, se houver. As travessas estabelecidas atrás
5.3.2.2 Espigões
do dique devem ser ancoradas à margem primi-
tiva formando tramos e normalmente são espaça-
O projeto de espigões deve atender a: das de uma distância, d, tal que 2B < d < 5B, onde
B é = a largura do canal. Estas travessas
a) geometria do curso d’água no trecho protegido têm como cota máxima a mesma cota do
coroamento do dique. Com a finalidade de favo-
- definindo a linha imaginária da nova margem, o recer o assoreamento na parte posterior do di-
posicionamento dos espigões, espaçamento en- que, podem ser abertas bocas de largura próxi-
tre si, orientação em relação à direção do fluxo (se ma a um quinto da largura do canal;
normal ou inclinado em relação às linhas de cor-
rente); c) geometria do dique

b) geometria do espigão - definindo as dimensões dos elementos cons-


titutivos, o grau de submergência, detalhes de
- definindo as dimensões dos elementos cons- fundação, seção transversal considerando crité-
titutivos, o grau de submergência e detalhes de rios de estabilidade se for em maciço, proteção
fundação, seção transversal, considerando crité- contra a erosão junto ao pé do maciço na face
rios de estabilidade se for em maçico, en- voltada para o escoamento, travessas, enrai-
raizamento junto à margem, inclinação do dorso zamento, coroamento no caso de serem galgá-
do espigão, proteção da cabeça do espigão e veis e armadura (carapaça) no caso de ocorrência
regiões adjacentes do leito. de ondas.

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