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Universidade Federal Rural do Semiarido – UFERSA

Centro de Engenharias – C.E. / Departamento de Engenharia Civil


Instalações Hidrosanitárias – AMB 1066

Aula 02:
Instalações Prediais de Água Fria
Parte 1

Introdução e genaralidades sobre IPAF

Prof. Dr. Adriano Gomes de Matos


2.1. Introdução

Prof. Dr. Adriano Gomes de Matos


2.1. Introdução

O uso de água fria potável nos prédios constitui condição indispensável para o
atendimento de condições básicas de higiene, habitabilidade e conforto.

Mas há quem procure reduzir o custo da obra sacrificando as instalações:

Seja com emprego inadequado de certos materiais;

Seja com o subdimensionamento das tubulações, peças e acessórios.

O desconforto, os prejuízos e as questões que decorrem do descaso para com o


projeto, as especificações e a execução das instalações são realidades que muitos
experimentam pessoalmente.

Em 1998 foi aprovada a NBR 5626 que estabelece normas para o projeto e a
execução de instalações prediais de água fria.

Estudantes e profissionais não podem prescindir da consulta e utilização desta


norma.
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2.2. Generalidades

Prof. Dr. Adriano Gomes de Matos


2.2. Generalidades

Um projeto completo de instalações hidráulicas compreende:

i. Planta, cortes, detalhes e vistas isométricas com dimensionamento e traçado dos


condutores;

ii. Memórias descritivas, justificativas e de cálculo;

iii. Especificações do material e normas para sua aplicação;

iv. Orçamento, compreendendo o levantamento dos quantitativos e dos preços


unitários e global da obra.

Para o projeto são necessários:

i. As plantas de arquitetura;

ii. Entendimento (reuniões) com o arquiteto e o calculista, afim de se conseguir a


solução mais estética dentro da melhor técnica e economia.

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2.2. Generalidades

A escala de projeto mais usual é a de 1/50, podendo, em alguns casos, ser de 1/100.
Os detalhes devem ser feitos em 1/20 ou 1/25.

De acordo com a norma, as instalações de água fria devem ser projetadas de modo
a:

i. Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente,


com pressões e velocidades adequadas ao perfeito funcionamento das peças de
utilização e dos sistemas de tubulações;

ii. Preservar rigorosamente a quantidade de água do sistema de abastecimento;

iii. Preservar o máximo conforto dos usuários, incluindo-se a redução dos níveis de
ruído.

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2.3. Abastecimento aos prédios

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2.3. Abastecimento aos prédios

As redes de abastecimento de água das cidades compreendem as adutoras, as linhas


alimentadoras e as linhas distribuidoras.

Cabe às linhas distribuidoras fornecer água às derivações para o abastecimento de


cada prédio.

A inexistência de linha alimentadora no local da construção pode exigir outra


solução para o abastecimento, como a captação de águas subterrâneas através de
poços.

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2.3. Abastecimento aos prédios 2.3.1. Partes Constituintes

Uma instalação predial de água fria constitui-se basicamente das seguintes partes:

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2.3.1. partes constituintes
2.3. Abastecimento aos
prédios

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2.3.1. partes constituintes
2.3. Abastecimento aos
prédios

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2.3.1. partes constituintes
2.3. Abastecimento aos
prédios

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2.3. Abastecimento aos prédios 2.3.1. Partes Constituintes

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2.4. Ramal Predial

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2.4. Ramal Predial

O abastecimento nos prédios é feito através de um Ramal Predial, o qual


compreende:

É o trecho da tubulação compreendida entre


o distribuidor público de água e a instalação
predial caracterizado pelo aparelho medidor
ou limitador de descarga, considerado como
parte integrante do ramal externo.

É o trecho da tubulação que se estende a


partir do aparelho medidor ou limitador de
consumo, i.e., do ramal predial até a válvula
do flutuador (torneira de bóia à entrada de
um reservatório).

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2.4. Ramal Predial

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2.4. Ramal Predial

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2.4. Ramal Predial

Quando a linha distribuidora é assentada após a construção do edifício (rede nova),


a ligação pode ser feita com “T” na própria rede.

Isso acontece quando se instala um ramal novo ou de maior capacidade, após a


construção do prédio ou em decorrência da ampliação de suas instalações.

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2.4. Ramal Predial

Se a linha distribuidora já estiver pronta quando o prédio for construído, há várias


soluções para a inserção do ramal externo:
3°)
2°)
1°)

• Com
•• Fechar
Com oo os
encanamento
encanamento distribuidor em
registros dodistribuidor
distribuidor,em
carga,
carga, pode-se
isolando porém, usarnele
o trechosem
umaabrir
máquina
da execução rosca
do
que
ramal;
1.
1. fura, abre, rosqueia
para inserir e adapta
o registro o registro de derivação;
de derivação.

•• Fazer um furodeve
A tubulação no distribuidor,
estar em bomabrindo
estado rosca em seguida;
para permitir o rosqueamento;
2.
2.
•• Atarraxar o registro de derivação;
3. Pode-se fazer derivações, i.e., ramais com até 2 ½“ (60 mm) de diâmetro.
3.
• Com o registro de derivação fechado, possibilita-se a reabertura dos
registros do distribuidor enquanto se completa a ligação do encanamento do
4. ramal predial.

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2.4. Ramal Predial

Utiliza-se então o Colar de Tomada, também chamado bridge ou colar de luneta.

Esse dispositivo permite fazer a colocação do registro de derivação também sem


interromper o abastecimento de água na rede pública.

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2.4. Ramal Predial

Para diâmetros de até 2”, o ramal pode ser executado em Cobre, PVC ou
Polietileno; para diâmetros acima de 2”, ferro fundido.

Em alguns municípios é adaptado ao ramal externo no trecho sobre o passeio um


tipo de registro de fecho denominado passeio, colocado numa caixa de dimensões
tais que a manobra do registro só pode ser realizada com chave de boca.

A finalidade é possibilitar à repartição competente desligar a água sem penetrar na


propriedade particular.

Alguns municípios optaram por cobrança judicial, abolindo o passeio.


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2.4. Ramal Predial

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2.4. Ramal Predial 2.4.1. Medição de Consumo

O ramal externo termina no hidrômetro (aparelho medidor de consumo de água).

Na caixa onde é colocado o hidrômetro existe um registro de pressão ou de gaveta


no ramal externo e um no ramal interno.

Todos os componentes do ramal externo são de obrigação da concessionária de


água, inclusive o hidrômetro.
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2.4. Ramal Predial 2.4.2. Tipos de Hidrômetros

Hidrômetros Volumétricos

Usados geralmente para pequenas descargas.

Baseia-se no número de vezes que uma câmara de volume conhecido é enchida e


esvaziada.

Exige água sem detritos.

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2.4. Ramal Predial 2.4.2. Tipos de Hidrômetros

Hidrômetros Taquimétricos ou Velocimétrico (de velocidade)

Baseia-se na dependência que existe entre a descarga e a velocidade de rotação de


uma turbina.

Geralmente são mais simples, de construção mais fácil, menor custo e, mais
empregados.

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2.4. Ramal Predial 2.4.2. Tipos de Hidrômetros

Pena d’água

Solução provisória devido à falta ocasional de hidrômetros, são utilizados os


limitadores de vazão, conhecidos também como pena d’água.

A pena d’água é um tubo de pequeno comprimento com um estrangulamento tal


que, pela perda de carga oferecida ao escoamento, reduz a descarga que entra no
ramal interno a valor prefixado.

Evidentemente, não mede a vazão, mas limita o consumo para evitar desperdícios.

A cobrança, neste caso, é de acordo com a quantidade de moradores e cômodos na


residência que recebe a pena d'água.

Era muito usado na evolução das grandes cidades metropolitanas na qual o governo
não possui um controle do abastecimento, nas décadas de 40 e 50.

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2.4. Ramal Predial 2.4.2. Tipos de Hidrômetros

Pena d’água

Solução provisória devido à falta ocasional de hidrômetros, são utilizados os


limitadores de vazão, conhecidos também como pena d’água.

A pena d’água é um tubo de pequeno comprimento com um estrangulamento tal


que, pela perda de carga oferecida ao escoamento, reduz a descarga que entra no
ramal interno a valor prefixado.

Evidentemente, não mede a vazão, mas limita o consumo para evitar desperdícios.

A cobrança, neste caso, é de acordo com a quantidade de moradores e cômodos na


residência que recebe a pena d'água.

Era muito usado na evolução das grandes cidades metropolitanas na qual o governo
não possui um controle do abastecimento, nas décadas de 40 e 50.

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2.5. Tipos de Sistemas

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2.5. Tipos de Sistemas

Sistema Direto

Sistemas de
Sistema Indireto
distribuição

Sistema Misto

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.1. Sistema Direto

A alimentação da rede interna é feita diretamente pelo ramal predial.

Essa modalidade requer abastecimento público com continuidade, abundância e


pressão suficiente, pois não há reservatórios no prédio.

Não é muito usado em nossas cidades. Muito usado na Europa.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.1. Sistema Direto

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.1. Sistema Direto

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.1. Sistema Direto

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Usam-se reservatórios para compensar a intermitência ou as irregularidades no


abastecimento de água e as variações de pressão decorrentes das variações horárias
de consumo.

Vantagem:

Permite que a rede pública, em vez de ser dimensionada para a descarga máxima,
seja dimensionada para atender à descarga média.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


1°) Sistema Indireto Sem Bombeamento

A pressão na rede é suficiente para abastecer


um reservatório de acumulação, na parte mais
elevada do prédio (caixa d’água). A
distribuição interna será feita por esse
reservatório.

Obviamente indicado para edifícios com até


três pavimentos (9 metros de altura).

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


1°) Sistema Indireto Sem Bombeamento

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


2°) Sistema Indireto Com Bombeamento

A pressão na rede é insuficiente para abastecer


um reservatório elevado, geralmente com
edifícios com mais de três pavimentos (9
metros de altura).

Utiliza-se um reservatório inferior (cisterna),


onde a água é recalcada por bombas que,
conforme o tipo de instalação, abastecerão um
reservatório elevado, do qual partirá a rede de
distribuição interna por gravidade.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


2°) Sistema Indireto Com Bombeamento

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


3°) Sistema Indireto Hidropneumático

Sistema que requer um equipamento para pressurização da água a partir do


reservatório inferior.

É adotado sempre que há necessidade de obter determinada pressão em pontos


específicos do sistema predial e tal pressão não possa ser oferecida pelo sistema
indireto por gravidade, ou quando, por razões técnicas e econômicas, furta-se de
construir reservatório elevado.

Demanda alguns cuidados especiais. Além do custo adicional, exige manutenção


periódica.

Caso falte energia, fica inoperante, demandando um gerador alternativo para


funcionar.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


3°) Sistema Indireto Hidropneumático

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


3°) Sistema Indireto Hidropneumático

3.1.) Sistema Hidropneumático utilizando reservatório superior

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.2. Sistema Indireto

Podem acontecer três casos:


3°) Sistema Indireto Hidropneumático

3.2.) Sistema Hidropneumático com

reservatório superior de emergência

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.3. Sistema Misto

Combinação de dois sistemas mencionados, p.ex., direto e indireto, i.e., uma parte
da instalação é ligada diretamente na rede pública, a outra, no reservatório predial.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.3. Sistema Misto

Sistema mais usual e vantajoso que os demais, pois algumas peças podem ser
alimentadas diretamente pela rede pública, como torneiras externas, tanques em
áreas de serviço ou edículas, decks no pavimento térreo..

Neste caso, como a pressão da rede pública quase sempre é maior do que a obtida a
partir do reservatório superior, os aparelhos terão maior pressão.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.4. Casos Particulares

Mais de um reservatório elevado (Caixa de Quebra-pressão)


Se o número de pavimentos conduzir a uma pressão
máxima na coluna, superior a 40 mca (400 kPa), pode-se
optar por construir dois reservatórios elevados (ou mais,
conforme altura do edifício), de modo que cada um
atenda a 12 ou 13 pavimentos.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.4. Casos Particulares

Válvula Redutora de Pressão (VRP)


A dificuldade de executar um barrilete intermediário tem levado os projetistas a
preverem apenas reservatórios superiores e empregarem Válvulas de Redução de
Pressão (VRP), em vez de reservatório intermediário, não obstante, a válvula tem
que ter excelente qualidade e o inconveniente de exigir eventuais regulagens.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.4. Casos Particulares

Válvula Redutora de Pressão (VRP)


A solução de colocar a VRP ao pé da
coluna evita que, havendo necessidade
de regulagem na válvula, se tenha que
incomodar morador de andar
intermediário.

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2.5. Tipos de Sistemas 2.5.4. Casos Particulares

Válvula Redutora de Pressão (VRP)

A VRP também pode ser colocada em


determinado pavimento (a ser
calculado).

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- Sawabona!

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