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PROJETO DE BARRAGEM DE
TERRA
CARLOS BATISTA
MARCOS
ROBSON BARROS
OTÁVIO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2 BARRAGEM DE TERRA........................................................................................4
2.1 Função da barragem de terra......................................................................................4
2.2 Corpo da barragem.....................................................................................................5
2.3 Tipos de barragem de terra mais usadas....................................................................5
2.4 Fundação da barragem...............................................................................................6
2.5 Fatores relevantes na escolha do tipo e local da barragem........................................7
3 METODOLOGIA.....................................................................................................9
3.1 Levantamento Topográfico........................................................................................9
3.2 Estudos Hidrológicos.................................................................................................9
3.3 Estudo Geológico-Geotécnico.................................................................................10
4 DIMENSIONAMENTO DA BARRAGEM..........................................................12
4.1 Dados de Projeto......................................................................................................12
4.2 Informações Complementares.................................................................................13
Tabela 4 - Parâmetros do maciço da barragem...................................................................15
4.3 Memorial de Cálculo................................................................................................15
5 ESPECIFICAÇÕES DA BARRAGEM................................................................28
5.1 Tratamentos na barragem.........................................................................................28
5.2 Instrumentação.........................................................................................................30
Instrumentos Utilizados.....................................................................................................30
6 ANEXO.....................................................................................................................33
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1 INTRODUÇÃO
2 BARRAGEM DE TERRA
Uma barragem tem como principais objetivos permitir a retenção de água, obtenção de
energia elétrica, controle de cheias e regularização de vazões, abastecimento doméstico e
industrial de água, irrigação, bebedouro de animais, recreação, criação de peixes, navegação
com eclusas, etc. e, dependendo da localização da barragem, ela pode se tornar um ponto
turístico para a cidade ou município ao qual está inserida.
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2.2 Corpo da barragem
O corpo da barragem de terra pode ser homogêneo, no qual é composto de uma única
espécie de material, excluindo-se a proteção dos taludes. Nesse caso, o material da jazida
deve ser suficientemente impermeável, quando compactado na umidade ótima obter
permeabilidade em torno de 10‾⁷cm/s, e os taludes da ordem de 1:3.
O corpo da barragem também pode ser zoneado, onde esse tipo é representado por um
núcleo central impermeável, geralmente constituído por material argiloso, de baixa
permeabilidade, envolvido por zonas de materiais mais permeáveis que suportam e protegem
o núcleo. As zonas permeáveis consistem de areia, cascalho ou fragmentos de rocha, ou uma
mistura desses materiais.
O solo é o material mais nobre de uma barragem de terra e deve ser coletado em uma
jazida à montante da barragem, para assim evitar custos com a recuperação de áreas
degradadas e evitar o bota-fora da primeira camada de solo da jazida.
As barragens zoneadas são aquelas em que parte do maciço é construída com solo
adequado (argiloso - CH) e outra parte por material permeável (areia ou pedregulho). Assim,
elas são recomendadas para serem construídas em locais que não dispõem de solo de boa
qualidade para compor o maciço, em quantidades suficientes para a construção de todo o
corpo da barragem.
Para evitar os problemas citados, é necessário estudar soluções desde a utilização de cortinas
de contenção e impermeabilização no prolongamento do eixo longitudinal da barragem, tapetes
filtrantes entre a fundação e a base de assentamento do corpo da barragem, ou até mesmo a
execução de drenos em brita e areia em toda a zona da fundação do corpo da barragem
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constituídos por materiais argilosos que se estendem, por vezes, várias dezenas de
metros para montante.
Fundações em solos impermeáveis são fundações constituídas por solos finos,
suficientemente impermeáveis para ter que considerar qualquer tratamento relativo à
percolação ou a rotura por piping. Como já foi dito anteriormente, os principais problemas
em uma fundação referem-se à estabilidade, à rotura por cisalhamento e a possibilidade de
assentamentos excessivos.
Topografia
Geologia/Geotecnia
Disponibilidade de Materiais
Clima
Assim como o fator escolha do tipo, temos por outro lado que escolher o local da
barragem. Pode-se dizer que, assim como a escolha do tipo, a escolha do local também está
em função de algumas variáveis, como:
Fator Social
- Se a finalidade da barragem for para irrigação, é melhor que esta barragem esteja em
um nível mais alto que o local a ser irrigado, para que a água desça por gravidade.
Fator Econômico
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- Evitar local que conduza a maior desapropriação, inundação de cidades, zonas com
muitas benfeitorias, estradas, ferrovias, linhas de transmissão, etc.
Fator hidrológico
3 METODOLOGIA
Importante salientar que, por se tratar de uma região que tem sua chuva distribuída de
dezembro a abril, deve-se planejar a construção da barragem de terra de maio a novembro,
pois só assim a chuva não molhará a jazida de empréstimo nem a terra que já se encontra
compactada da execução, atrasando o cronograma da obra.
Quanto à resistência dessas rochas, como fundação de barragem, poderá ser todas elas
consideradas de elevada resistência à compressão, embora a resistência ao cisalhamento
necessite ser analisada, em função da relação entre suas descontinuidades e as componentes
de tensão das obras. A resistência ao desgaste e a intemperização é normalmente mais
elevada no granito e mais reduzida no micaxisto.
Como materiais de construção, devem ser lembrados os seguintes aspectos:
O micaxisto libera muita mica para os materiais terrosos;
4 DIMENSIONAMENTO DA BARRAGEM
DADOS DO PROJETO
Vazão regularizada requerida Q 192 l/s
Fetch do boqueirão F 3,6 km
Permeabilidade horizontal Kh 8,8 x10-7 cm/s
Relação entre a permeabilidade
Kh/Kv 3,1
horizontal e vertical do solo
Espessura média do aluvião 2,4 m
Espessura média do solo residual 0,3 m
Permeabilidade K 1,4x10-7 cm/s
golpe
NSPT 4
s
Calcula-se o peso específico saturado (γsat) para o corpo do maciço da barragem, pela
relação:
γsat = γseco + n* γágua (2)
Sendo a porosidade do corpo do maciço da barragem “n” é dada pela relação:
n = ε/(1+ ε), onde “ε” é o índice de vazios do solo.
ε
n =( 1+ ε ) (3)
0,48
n =( 1+ 0,48)
n=0,324
Então,o peso específico saturado (γsat) será:
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EQUIPE 6
γágua 1 t/m³ = 10 KN/m3
hótimo 11,8%
e(índice de vazios) 0,48
Solo SC
n(porosidade) 0,324
γComp=γh 1,789 t/m³ 17,89 KN/m3
γsat 1,924 t/m³ 19,24 KN/m3
“Folga é a distância, medida na vertical, entre o topo do aterro e o nível das águas no
reservatório.” (Virgílio Penalva Esteves, [230]) Ou seja, a folga é a altura adicional do
coroamento da barragem em relação ao nível de máxima cheia, devendo ter em conta a
sismicidade da zona e também a amplitude das ondas geradas pela ação do vento.
O cálculo das folgas é necessário para evitar o escoamento sobre o coroamento da
barragem de terra que, caso a ultrapasse, poderá levar à ruptura.
Será apresentado a seguir o cálculo da folga necessária para manter a segurança da
barragem, em função da ação de ventos e ondas, da amortização de cheias e da previsão de
recalque.
A folga mínima refere-se à situação de máxima cheia prevista para fins de projeto.
Esta folga visa, principalmente, a segurança contra o transbordamento por ação de ondas
formadas em condições previstas
Fmín,1 = 1,85 m
A folga devido à segurança de cheias com tempo de retorno de 1000 anos é definida a
partir do valor da vazão máxima apresentada no histograma do boqueirão I na curva
referente ao TR 1000 ANOS. Sendo assim a vazão de pico referente ao TR =1000 anos é
QPICO = 520 m³/s.
FTR1000 = 2 m
A área definida pelo gráfico fornecido pela curva da cheia de tempo de retorno de 25
anos é o volume que o reservatório terá de ser capaz de absorver para efeito da amortização
da cheia. V = 13.950.000m³
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Para absorver esse volume, a barragem deverá ter uma folga de quase a altura da
barragem, mas esse volume será lançado à jusante através do vertedouro, o qual já possui a
folga para a cheia milenar, suportando a de 25 anos.
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O material do maciço sofre recalque ao adensar, o que nos obriga a admitir uma folga
adicional. Em barragens de terra é comum se admitir um recalque médio de 1 a 1,5% da
altura total do maciço.
Foi considerado um recalque de 1,5% da altura total da barragem. Sendo assim temos:
Frec = (1,5%) x ( P + Fmín,1 + FTR1000) (11)
Fmín,rec = 0,34 m
FT ≈ 4,20 m
A altura do maciço será dada pela análise das parcelas abaixo listadas:
Profundidade d'água a ser armazenada na barragem;
Altura da folga devido às ondas;
Altura máxima de água acima da soleira do vertedouro (cheia milenar);
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Adotando como parâmetro inicial o Hinicial para poder determinar a geometria final do
maciço adotou-se, para a segurança, uma folga adicional de 1,3 m, para que dessa forma o
nível d’água não se iguale com o nível de coroamento:
HB = 23,60m
onde:
b=largura de coroamento da barragem (m) H=altura
da barragem (m)
Durante a construção de uma barragem de terra, à medida que as camadas vão sendo
compactadas, a tensão total a um dado nível vai aumentando. Esse aumento provoca,
simultaneamente, pressões intersticiais devido à compressibilidade do maciço e ao seu baixo
coeficiente de permeabilidade. Assim, os esforços atuantes são função do peso do solo e das
consequentes pressões neutras induzidas, decorrentes do tipo e do teor de umidade dos solos
colocados e do ritmo construtivo.
Como a construção ocorre de forma rápida podemos considerar que a argila do
maciço não consegue adensar nem drenar. Logo, utiliza-se o ensaio triaxial UU na análise de
estabilidade.
√
' Ky
Fator de correção das medidas horizontais: x= .x
K
x
Geometria corrigida
Em relação ao eixo da
X (Kv/Kh)^(1/2) X'
barragem
112 0,568 63,312 Xmontante
64 0,568 36,35 Xjusante
sentido transversal a cada 20 metros. Estas valetas estão localizadas na berma no paramento
de jusante, com largura de 2m. Como é recomendada uma distância mínima de 10 m entre
valetas, foi adotada uma valeta na crista da barragem, uma na meia altura do talude e uma
terceira no pé do talude. Nos contatos do maciço de jusante com os encontros, deve ser feito
um canal de drenagem.
As principais funções dos filtros são:
Proteger o maciço contra o fenômeno do piping;
Facilitar a drenagem, possibilitando a redução da força de percolação e da pressão
neutra;
Selar zonas fissuradas no núcleo ou maciço;
Dissipação das poropressões devido à compactação.
Como a barragem é de pequeno porte, porém maior que 20m, tomou-se um filtro
inclinado (para reduzir efeitos de deformações diferenciais dos materiais) de 1m de
espessura, um tapete drenante de 3,4m de espessura e um dreno de pé.
Relativamente ao material constituinte do filtro, este deve ser um material granular
bem graduado para que as forças de percolação desenvolvidas no seu interior sejam
pequenas e se evite o carreamento de partículas do solo através dele. Ou seja, é necessário
reter os finos e possuir alto coeficiente de permeabilidade para diminuir o gradiente
hidráulico.
Partindo-se da definição que a granulometria de um filtro é função da granulometria
do material a ser protegido e ainda possuir autoestabilidade, isto é, ser filtro de si mesmo,
estudos permitiram o estabelecimento de certas regras e alguns critérios para o seu
dimensionamento que devem ser observados:
Nº de Linhas de Fluxo = 4
Nº de linhas de Equipotenciais = 9
Nf
Qc= xhxLx
K Nd (12)
3 −9
Qc= x ( 22,7−3,4 ) x 88,3 x (1,3 x 10 )
4
onde foi admitida a vazão do corpo da barragem (Qc) igual à vazão do filtro (Qf).
Obtemos, pela Lei de Darcy, uma espessura de:
Qf
Esp 1=
K
−8
1,88 x 10
Esp 1= −3
8,8 x 10
−6
Esp 1=2,61 x 10 m
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Para o escoamento das águas recolhidas pelo filtro vertical, projetou-se um tapete
drenante, horizontal, situado entre o pé do filtro vertical e o dreno de pé a jusante. A vazão
que o tapete deve suportar é equivalente à soma das parcelas que percola pela fundação e
pelo corpo da barragem.
A função deste é de interceptar a água que percola pelo maciço impedindo que ele
chegue até o talude de jusante e também captar a água que venha a percolar pela fundação.
Para o tapete drenante, pode ser utilizada uma areia com coeficiente de permeabilidade
menor, uma vez que aqui não existe o risco do carreamento do material do maciço da
barragem.
e = 0,426m
4.3.6.3 Dreno de Pé
O dreno de pé é uma vala trapezoidal cuja abertura deve ser feita no sentido do aclive,
servindo de saída para o sistema de drenagem interna (coleta das águas do filtro horizontal)
e deverá, no seu ápice, manter uma diferença de 1m para a superfície superior do tapete.
Todas as transições entre solo e areia, areia e pedregulho e este enrocamento de pé,
deverão obedecer aos critérios de filtro do USACE e de TERZAGHI.
5 ESPECIFICAÇÕES DA BARRAGEM
O tratamento das ombreiras é realizado à medida que o corpo da barragem for sendo
executado e suas cotas elevadas, facilitando assim sua execução.
Retira-se todo solo residual presente nas ombreiras que, por ventura, possa prejudicar
sua resistência. Limpa-se superficialmente com jato d’água de modo a deixar as ombreiras
em condições suficientes para melhorar a interação entre o maciço e as ombreiras.
Numa das ombreiras, será instalado o vertedouro da barragem de terra, considerando
que lá existe solos já estabilizados ou rocha.
Para esta proteção é necessário colocar meios fios em toda extensão do coroamento,
tanto no lado de montante, como no lado de jusante, com saídas laterais para os taludes.
Deve se ter uma grande atenção em relação ao seu nivelamento.
A proteção do coroamento deve ter 7,80 m de largura, sendo feita através do seu
revestimento com uma camada de pedrisco, com espessura de aproximadamente 10cm e
com declividade de 2% do eixo para montante e jusante, a fim de evitar erosões provocadas
por águas de chuva e facilitar o escoamento das mesmas.
Em nosso trabalho foi dado um aluvião de 2,4m e solo residual de 0,30m. Para se
evitar a perda de água pela fundação optou-se pela retirada destes materiais até se encontrar
a rocha que servirá de fundação para a barragem.
Assim, a fundação garantirá apoio estável sob qualquer condição de carga e saturação,
evitando infiltrações não controladas para prevenir perdas que possam
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por em risco a própria estabilidade da estrutura, assim como afetar seriamente seu
aproveitamento pela grandeza das perdas.
A proteção do paramento de montante será feita com enrocamento lançado (rip rap)
com o objetivo de dissipar as energias das ondas. O enrocamento será feito com pedras de
granito e gnaisse, encontradas na região da construção da barragem e a geometria das pedras
deve ser tal que proporcione maior dificuldade ao movimento, sendo, portanto, preferíveis
as angulares às arredondadas. As pedras devem ter dimensões e pesos para resistir à ação
das ondas.
A eficácia deste sistema depende de fatores como a qualidade da rocha, peso,
dimensão e forma das pedras, espessura total da proteção, inclinação do talude e mergulho
da onda. As pedras devem ser lançadas sobre uma zona de
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material bem graduado, que efetue a transição granulométrica adequada para as terras do
maciço, evitando o “piping”.
5.2 Instrumentação
Instrumentos Utilizados
Este tipo de instrumentação é constituído por um tubo PVC cuja extremidade inferior
é acoplada uma célula e possui o trecho perfurado de tubo envolvido com geotêxtil inserido
em um bulbo de material drenante e confinada num trecho limitado por uma camada selante.
Em superfície, o instrumento deve ser devidamente protegido contra atos de vandalismo. A
pressão da água na região do bulbo é convertida diretamente.
As principais vantagens deste tipo de instrumento são: elevada confiabilidade,
simplicidade, durabilidade, e custos reduzidos, bem como a possibilidade de
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verificação do seu desempenho. Como desvantagens principais estão: alto tempo de resposta
para materiais de baixa permeabilidade, interferência na praça de construção, não é
adequado para determinação de poropressão no período de construção, não permite medição
de pressões negativas, restrições de localização a montante da linha d`água e maiores
dificuldades de acesso aos terminais de leitura em relação a outros tipos de instrumentos.
Na barragem dimensionada foram utilizados 3 piezômetros do tipo Casagrande, na
jusante. Os mesmos foram locados ao longo do dreno, iniciando no começo do filtro
horizontal e finalizando no dreno de pé. Detalhes podem ser visto na planta.
5.2.4 Inclinômetro
6 ANEXO
36
RESULTADOS DO GEOSLOPE
37
PLANILHA DE
DIMENSIONAMENTO
Características do Maciço
U.U. C 0,25 kg/cm²
Construção
ϕ 10 º 1º
C.U. C 0,35 kg/cm² Operação
ϕ 12 º 2º Esvaz. Rápido
γÁGUA 1,00 t/m³
→ 10,00 kN/m³
γSEC 1,60 t/m³
→ 16,00 kN/m³
hÓTIMA 11,80%
Índice de Vazios 0,480
Porosidade 0,324
γCOMP 1,789 t/m³
→ 17,79 kN/m³
Dados do Projeto
Vazão regularizada requerida (Q) 192 l/s
Fetch do boqueirão (F) 3,6 km
Permeabilidade horizontal (Kh) 8,80E-07 cm/s
Relação entre a permeabilidade horizontal e vertical 3,1 Kh/Kv
Espessura média do aluvião 2,4 m
Espessura máxima do solo residual 0,3 m
Permeabilidade (K) 1,40E-03 cm/s
NSPT 4 golpes