Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROJETO DE BARRAGEM DE
TERRA

CARLOS BATISTA
MARCOS
ROBSON BARROS
OTÁVIO

RECIFE, JANEIRO DE 2018


2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2 BARRAGEM DE TERRA........................................................................................4
2.1 Função da barragem de terra......................................................................................4
2.2 Corpo da barragem.....................................................................................................5
2.3 Tipos de barragem de terra mais usadas....................................................................5
2.4 Fundação da barragem...............................................................................................6
2.5 Fatores relevantes na escolha do tipo e local da barragem........................................7
3 METODOLOGIA.....................................................................................................9
3.1 Levantamento Topográfico........................................................................................9
3.2 Estudos Hidrológicos.................................................................................................9
3.3 Estudo Geológico-Geotécnico.................................................................................10
4 DIMENSIONAMENTO DA BARRAGEM..........................................................12
4.1 Dados de Projeto......................................................................................................12
4.2 Informações Complementares.................................................................................13
Tabela 4 - Parâmetros do maciço da barragem...................................................................15
4.3 Memorial de Cálculo................................................................................................15
5 ESPECIFICAÇÕES DA BARRAGEM................................................................28
5.1 Tratamentos na barragem.........................................................................................28
5.2 Instrumentação.........................................................................................................30
Instrumentos Utilizados.....................................................................................................30
6 ANEXO.....................................................................................................................33
3

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório, realizado pela equipe 13 do período letivo de 2017.2, descreve a


metodologia e os procedimentos aplicados no projeto de uma barragem de terra homogênea,
a fim de atender à solicitação do professor Washington Moura, que leciona a disciplina de
Barragens.
Nesse projeto foi realizado o dimensionamento simplificado de uma barragem de terra
homogênea, visando maior eficiência da barragem e menor custo, além da racionalização
dos recursos naturais, bem como os aspectos relativos à segurança e funcionalidade da obra.
Para tanto, determinou-se a geometria da barragem para que não incorra em
instabilidade de seus taludes, nem demais problemas técnicos, tais como: transbordamento,
vazamentos no maciço ou defeitos nas fundações.
4

2 BARRAGEM DE TERRA

Barragem é um elemento estrutural construído transversalmente à direção de


escoamento de um curso d’água, destinado à criação de um reservatório artificial de
acumulação de água.
As barragens de terra constituem uma das mais antigas realizações humanas. São
consideradas barragens de terra aquelas em que a estrutura é fundamentalmente constituída
por solo ou enrocamento. O solo é utilizado como material de construção neste tipo de
obras, sendo extraído da área de implantação da barragem.
As barragens de terra são construídas por meio da compactação do solo, podendo ser
homogêneas, quando o solo está disponível em volume na jazida (e é de boa qualidade –
baixa permeabilidade), zoneadas, quando não há solo de boa qualidade disponível em
volume, ou enrocamento (com núcleo de concreto ou solo argiloso).
Este tipo de barragem, sob o ponto de vista ambiental, é a menos agressiva e pode ser
construída sobre fundações de baixa resistência, deformáveis. Além disso, é relativamente
barata, não exigindo pessoal especializado, quando comparado com a equipe que opera uma
barragem de concreto, por exemplo. Apesar de ser mais econômica e viável em relação aos
materiais, pois não depende de fornecedor, a construção desse tipo de barragem pode ser
afetada pelas condições climáticas (execução de aterro paralisada em período chuvoso).

2.1 Função da barragem de terra

Uma barragem tem como principais objetivos permitir a retenção de água, obtenção de
energia elétrica, controle de cheias e regularização de vazões, abastecimento doméstico e
industrial de água, irrigação, bebedouro de animais, recreação, criação de peixes, navegação
com eclusas, etc. e, dependendo da localização da barragem, ela pode se tornar um ponto
turístico para a cidade ou município ao qual está inserida.
5
2.2 Corpo da barragem

O corpo da barragem de terra pode ser homogêneo, no qual é composto de uma única
espécie de material, excluindo-se a proteção dos taludes. Nesse caso, o material da jazida
deve ser suficientemente impermeável, quando compactado na umidade ótima obter
permeabilidade em torno de 10‾⁷cm/s, e os taludes da ordem de 1:3.

O corpo da barragem também pode ser zoneado, onde esse tipo é representado por um
núcleo central impermeável, geralmente constituído por material argiloso, de baixa
permeabilidade, envolvido por zonas de materiais mais permeáveis que suportam e protegem
o núcleo. As zonas permeáveis consistem de areia, cascalho ou fragmentos de rocha, ou uma
mistura desses materiais.
O solo é o material mais nobre de uma barragem de terra e deve ser coletado em uma
jazida à montante da barragem, para assim evitar custos com a recuperação de áreas
degradadas e evitar o bota-fora da primeira camada de solo da jazida.

2.3 Tipos de barragem de terra mais usadas

2.3.1 Barragem de terra homogênea

As barragens de corpo homogêneo são constituídas, totalmente, com material (SC ou


CL) considerado impermeável depois de compactado. São apropriadas para locais que
dispõem de boas condições de clima para construção e disponibilidade de material
impermeável para o corpo da barragem. Também é viável para a existência de uma fundação
flexível, de solo, argila ou areia.
6

2.3.2 Barragem zoneada

As barragens zoneadas são aquelas em que parte do maciço é construída com solo
adequado (argiloso - CH) e outra parte por material permeável (areia ou pedregulho). Assim,
elas são recomendadas para serem construídas em locais que não dispõem de solo de boa
qualidade para compor o maciço, em quantidades suficientes para a construção de todo o
corpo da barragem.

2.3.3 Barragem de terra com núcleo central ou enrocamento

A barragem de enrocamento é realizada do posicionamento de rochas antes e depois


de um núcleo argiloso impermeável (CL ou CH).
Esse tipo de barragem deve ser lançado sobre uma camada filtrante de apoio de no
mínimo 30 cm de espessura de material bem graduado, se o material utilizado no
enrocamento não apresentar granulometria que evite o “piping”, carreamento dos finos.

2.4 Fundação da barragem

A fundação da barragem pode ser em rocha ou em uma base flexível de solo


permeável ou impermeável. Quando em rocha, geralmente não há problemas em relação à
resistência. Já em função das perdas de água, que podem causar erosões perigosas, há
possibilidade de a rocha estar pouco a muito fissurada, recorrendo-se a tratamentos de
impermeabilização.
No caso de fundações em solos permeáveis, existe a possibilidade de perdas
excessivas de água e risco de rotura por “piping”.

Para evitar os problemas citados, é necessário estudar soluções desde a utilização de cortinas
de contenção e impermeabilização no prolongamento do eixo longitudinal da barragem, tapetes
filtrantes entre a fundação e a base de assentamento do corpo da barragem, ou até mesmo a
execução de drenos em brita e areia em toda a zona da fundação do corpo da barragem
7
constituídos por materiais argilosos que se estendem, por vezes, várias dezenas de
metros para montante.
Fundações em solos impermeáveis são fundações constituídas por solos finos,
suficientemente impermeáveis para ter que considerar qualquer tratamento relativo à
percolação ou a rotura por piping. Como já foi dito anteriormente, os principais problemas
em uma fundação referem-se à estabilidade, à rotura por cisalhamento e a possibilidade de
assentamentos excessivos.

2.5 Fatores relevantes na escolha do tipo e local da barragem

Para se escolher o tipo da barragem, é necessário um estudo multidisciplinar, no qual


vários fatores influenciam nessa decisão. Podemos assim dizer que o estudo para escolha do
tipo da barragem está em função de:

 Topografia

- Boqueirão estreito → barragem de Concreto

- Boqueirão aberto → barragem de Terra

 Geologia/Geotecnia

- Fundação em rocha → qualquer tipo de barragem

- Fundação em solo → barragem de terra

 Disponibilidade de Materiais

- Existência de solos argilosos → barragem terra

- Caso contrário → barragem de concreto


8

OBS.: Deve-se tentar utilizar o material de escavação no maciço da barragem.

 Clima

- Locais com taxas pluviométricas elevadas dificulta a execução de barragem de terra.

 Disponibilidade de equipamentos e mão de obra

Assim como o fator escolha do tipo, temos por outro lado que escolher o local da
barragem. Pode-se dizer que, assim como a escolha do tipo, a escolha do local também está
em função de algumas variáveis, como:

 Fator Social

- Remoção de cidades a serem inundadas

- Urgência devido a calamidades, como inundações e secas.

- Promover fixação de população através da oferta de empregos.

 Fator Político / Finalidade

- Política de Crescimento, pois sem energia elétrica não existe


desenvolvimento.

- Se a finalidade da barragem for para irrigação, é melhor que esta barragem esteja em
um nível mais alto que o local a ser irrigado, para que a água desça por gravidade.

 Fator Econômico
9

- Garantia de melhor retorno;

- Evitar local que conduza a maior desapropriação, inundação de cidades, zonas com
muitas benfeitorias, estradas, ferrovias, linhas de transmissão, etc.

 Fator hidrológico

- Vazão do rio versus Volume do reservatório

 Fator Cultural e Impacto Ambiental

- Preservação de sítios históricos;

- Mudanças no microclima, no sistema de águas do subsolo, inundação de florestas;


grandes espelhos d’água.

3 METODOLOGIA

3.1 Levantamento Topográfico

Analisa as características geográficas e topográficas do curso a ser estudado. A função


desse levantamento é a de preparar plantas topográficas que permitam verificar as secções
transversais mais favoráveis, calcular a área de inundação das secções escolhidas e obter o
perfil longitudinal do curso d’água e o comprimento do coroamento da barragem.
O método mais moderno para a obtenção de mapas topográficos é o uso da
10

aerofotogrametria, com o levantamento de mapas por meio de fotografias aéreas e de pontos


de controle altimétrico de campo.
Foram fornecidos, para o projeto, o perfil e a planta do boqueirão avaliado.

3.2 Estudos Hidrológicos

Trata-se da obtenção direta de valores de vazão através de leituras diárias, que


permitem calcular as vazões médias, diárias, mensais e anuais. Lembrando que a potência de
uma barragem é função da vazão do curso na secção da barragem e do seu desnível, pode-se
perceber a importância dos cálculos de vazão.
Nesse estudo a região é caracterizada pelo clima semi-árido, de rios geralmente
intermitentes e regime pluviométrico distribuindo-se entre dezembro e abril. Os estudos
hidrológicos forneceram, para o boqueirão I analisado, os seguintes elementos:
 Os hidrogramas de cheias máximas com tempo de retorno de 1000 e 25 anos.

 A curva de acumulação de água do reservatório do boqueirão I.

 A curva de VAZÃO REGULARIZADA X VOLUME ARMAZENADO.

 A curva de vazão regularizada versus volume armazenado (admitindo-se um porão de


6,0 metros de profundidade).

Importante salientar que, por se tratar de uma região que tem sua chuva distribuída de
dezembro a abril, deve-se planejar a construção da barragem de terra de maio a novembro,
pois só assim a chuva não molhará a jazida de empréstimo nem a terra que já se encontra
compactada da execução, atrasando o cronograma da obra.

3.3 Estudo Geológico-Geotécnico


11

Os trabalhos de geologia, realizados numa área onde se pretende implantar uma


barragem, se apoiam no desenvolvimento de itens fundamentais, como:
 Mapeamento geológico da área;

 Estudo da rocha de fundação;

 Estudo dos materiais de construçã=o.

3.3.1 Resumo da Geologia da Região

A região em estudo é constituída por rochas cristalofilianas do Pré- Cambriano, onde


se destacam duas metamórficas (gnaisse e micaxisto) e uma ígnea (granito).
Os metamórficos têm a direção variando de NE-SW para NS, com mergulhos
respectivamente para NW e W.
Recobrindo essas rochas, nas partes de baixada, são encontrados sedimentos
aluvionares, arenosos, com espessura média de 2,4 metros, com permeabilidade de
k=1,4x10-3 cm/s e NSPT=4 golpes.
O solo residual proveniente da intemperização química dessas rochas é pouco espesso,
apresentando uma espessura máxima de 0,3 metros. Não são encontrados talus nas encostas
e os coluviões assumem quantidades reduzidas, as quais se confundem com os próprios
aluviões.
As rochas metamórficas encontram-se alteradas logo abaixo do solo residual,
principalmente o micaxisto, revelando uma baixa recuperação nas sondagens rotativas, nos
trechos mais superiores. Já o granito, apresenta-se praticamente abaixo do solo residual,
embora mais fraturado.
Observa-se, pelos estereogramas polares, que todas as rochas locais acham- se muito
fraturadas, sendo presentes, nos metamórficos, dois sistemas de fraturas de cisalhamento e
um sistema de fraturas de tração. No granito pode ser visualizado, através de estereograma
polar, apenas um sistema de cisalhamento e um de tração.
12

Quanto à resistência dessas rochas, como fundação de barragem, poderá ser todas elas
consideradas de elevada resistência à compressão, embora a resistência ao cisalhamento
necessite ser analisada, em função da relação entre suas descontinuidades e as componentes
de tensão das obras. A resistência ao desgaste e a intemperização é normalmente mais
elevada no granito e mais reduzida no micaxisto.
Como materiais de construção, devem ser lembrados os seguintes aspectos:
 O micaxisto libera muita mica para os materiais terrosos;

 O granito fornece material mais arenoso, quando intemperizado;

 O granito e a gnaisse oferecem melhores características como agregado para concreto


e rachão para “rip rap”, principalmente o granito.
13

4 DIMENSIONAMENTO DA BARRAGEM

4.1 Dados de Projeto

DADOS DO PROJETO
Vazão regularizada requerida Q 192 l/s
Fetch do boqueirão F 3,6 km
Permeabilidade horizontal Kh 8,8 x10-7 cm/s
Relação entre a permeabilidade
Kh/Kv 3,1
horizontal e vertical do solo
Espessura média do aluvião 2,4 m
Espessura média do solo residual 0,3 m
Permeabilidade K 1,4x10-7 cm/s
golpe
NSPT 4
s

Tabela 1: Dados do Projeto

CARACTERÍSTICAS DO MATERIAL DO MACIÇO


C=0,25 Kg/cm2 C=0,35 Kg/cm2
U.U. Φ = 10 Graus C.U. Φ = 12 Graus
Ensaio de γ sec = 1,6 t/m3
compactação hótima = 11,8 %
Classificação
SC Areia argilosa
unificada do solo

Tabela 2: Características do material do maciço

Além destes dados ainda serão considerados:


a) Curva altura do maciço x volume do maciço (em anexo)

b) Curva vazão regularizada x volume armazenado (em anexo)

c) Curva Profundidade x Volume armazenado (em anexo)


14

d) Perfil e planta do boqueirão (em anexo)

4.2 Informações Complementares

4.2.1 Aluvião arenoso

Considerando que a espessura da camada de aluvião é relativamente pequena,


possuindo uma baixa resistência e elevada permeabilidade, optou-se por fazer a limpeza do
terreno retirando vegetação, pedras superficiais e removendo a camada de espessura de 3,4m
de aluvião arenoso e também dos 0,3m de solo residual. Visando viabilidade e eficiência no
projeto, esse material aluvionar será utilizado como material para a execução do filtro da
barragem.
Quanto ao tratamento que deve ser dado à fundação, para a rocha fissurada, prossegue-
se com limpeza da rocha sã, retirando tudo o que a cobre. As cavernas serão preenchidas
com concreto dental ou solo do núcleo compactado, a depender de suas dimensões. Os
taludes, tanto negativos quanto verticais, serão eliminados, como também os pontos que
dificultem a compactação. Caso a rocha sã seja muito lisa se procederá com o
“apicoamento” ou o chapisco de cimento, para promover maior aderência na interface solo-
fundação. Em relação às fissuras, a depender da abertura das mesmas, serão jateadas, limpas
e preenchidas com uso de injeção de cimento de vedação.
Em toda a fundação, normalmente, se faz a limpeza cuidadosa e o programa de
injeções todos de uma só vez, antes de iniciar os trabalhos de compactação.

4.2.2 Corpo do maciço da barragem

Com os dados da tabela 2 e o auxílio do Bureau of Reclamation (tabela 3),


encontramos, para o solo SC, um índice de vazios correspondente a 0,48.
Com esses valores podemos calcular a porosidade do solo, o peso específico dos
grãos, o peso específico de compactação e o peso específico saturado.
15

Tabela 3: Parâmetros geotécnicos dos solos. Fonte: Bureau of Reclamation

Peso específico de compactação (γcomp):


γcomp = γsec (1+ hótima) (1)
γcomp = 1,6 x (1 + 0,11,8

γcomp = 1,789 tonf/m3

Calcula-se o peso específico saturado (γsat) para o corpo do maciço da barragem, pela
relação:
γsat = γseco + n* γágua (2)
Sendo a porosidade do corpo do maciço da barragem “n” é dada pela relação:
n = ε/(1+ ε), onde “ε” é o índice de vazios do solo.
ε
n =( 1+ ε ) (3)

0,48
n =( 1+ 0,48)
n=0,324
Então,o peso específico saturado (γsat) será:
16

γsat = γseco + n* γágua (4)


γsat = 1,6 + 0,324*1
γsat = 1,924 tonf/m3

Logo, os parâmetros determinados são:

EQUIPE 6
γágua 1 t/m³ = 10 KN/m3

γsec 1,6 t/m³ = 16 KN/m3

hótimo 11,8%
e(índice de vazios) 0,48
Solo SC
n(porosidade) 0,324
γComp=γh 1,789 t/m³ 17,89 KN/m3
γsat 1,924 t/m³ 19,24 KN/m3

Tabela 4 - Parâmetros do maciço da barragem

4.3 Memorial de Cálculo

Os dados utilizados no cálculo da altura do maciço são os seguintes:


 Vazão regularizada: Q = 192,0 l/s;
 Volume armazenado: V = 13.600.000 m³; (definido através do gráfico de vazão
regularizada versus volume armazenado, para suprir a demanda de 192 l/s);
 Profundidade da lâmina d’água a ser armazenada: P = 17,60 m; (através do gráfico
profundidade versus volume armazenado define-se a altura da lamina d’água da
barragem, de acordo com o volume armazenado);
 Fetch do boqueirão: L = 3,6 km.

4.3.1 Cálculo da folga


17

“Folga é a distância, medida na vertical, entre o topo do aterro e o nível das águas no
reservatório.” (Virgílio Penalva Esteves, [230]) Ou seja, a folga é a altura adicional do
coroamento da barragem em relação ao nível de máxima cheia, devendo ter em conta a
sismicidade da zona e também a amplitude das ondas geradas pela ação do vento.
O cálculo das folgas é necessário para evitar o escoamento sobre o coroamento da
barragem de terra que, caso a ultrapasse, poderá levar à ruptura.
Será apresentado a seguir o cálculo da folga necessária para manter a segurança da
barragem, em função da ação de ventos e ondas, da amortização de cheias e da previsão de
recalque.

a) Folga mínima devido à ação dos ventos e ondas

A folga mínima refere-se à situação de máxima cheia prevista para fins de projeto.
Esta folga visa, principalmente, a segurança contra o transbordamento por ação de ondas
formadas em condições previstas

Fmín,1 = 1,85 m

b) Folga devido à amortização de cheias - TR 1000 anos (cheia milenar)

A folga devido à segurança de cheias com tempo de retorno de 1000 anos é definida a
partir do valor da vazão máxima apresentada no histograma do boqueirão I na curva
referente ao TR 1000 ANOS. Sendo assim a vazão de pico referente ao TR =1000 anos é
QPICO = 520 m³/s.

FTR1000 = 2 m

c) Folga devido à amortização de cheias TR 25 anos

A área definida pelo gráfico fornecido pela curva da cheia de tempo de retorno de 25
anos é o volume que o reservatório terá de ser capaz de absorver para efeito da amortização
da cheia. V = 13.950.000m³
18

Para absorver esse volume, a barragem deverá ter uma folga de quase a altura da
barragem, mas esse volume será lançado à jusante através do vertedouro, o qual já possui a
folga para a cheia milenar, suportando a de 25 anos.
20

d) Folga de previsão de recalque

O material do maciço sofre recalque ao adensar, o que nos obriga a admitir uma folga
adicional. Em barragens de terra é comum se admitir um recalque médio de 1 a 1,5% da
altura total do maciço.
Foi considerado um recalque de 1,5% da altura total da barragem. Sendo assim temos:
Frec = (1,5%) x ( P + Fmín,1 + FTR1000) (11)

P = altura total da lâmina de água da barragem


Fmín,1 = folga mínima devido ação dos ventos e ondas
F TR1000 = Folga devido à amortização de cheias para TR= 1000 anos Frec =
folga de previsão de recalque

Fmín,rec = (1,5%) x (18,5 + 1,85 + 2)

Fmín,rec = 0,34 m

A folga total, portanto, será:

FT = (Fmín,1 + F TR1000 + Frec) = 1,85 + 2,00 + 0,34

FT ≈ 4,20 m

4.3.2 Altura da Barragem

A altura do maciço será dada pela análise das parcelas abaixo listadas:
 Profundidade d'água a ser armazenada na barragem;
 Altura da folga devido às ondas;
 Altura máxima de água acima da soleira do vertedouro (cheia milenar);
21

 Altura de recalque do maciço da barragem.

Altura total da barragem

Adotando como parâmetro inicial o Hinicial para poder determinar a geometria final do
maciço adotou-se, para a segurança, uma folga adicional de 1,3 m, para que dessa forma o
nível d’água não se iguale com o nível de coroamento:

HB = 23,60m

4.3.3 Cálculo da largura do coroamento

O coroamento da barragem corresponde à superfície que delimita o corpo da barragem


na parte superior. A fim de facilitar a execução da barragem, a largura de coroamento não
deve ser inferior a 3 metros. Como se trata de uma barragem de pequeno porte, seguimos as
recomendações de “Bureau of Reclamation”. Então, temos:
H
b= +3
 Coroamento sem circulação de veículos: 5 (Bureau of Reclamation)

onde:
b=largura de coroamento da barragem (m) H=altura
da barragem (m)

Logo, sendo H = 23,6m  b = 7,721m


Sendo assim, foi adotada no projeto uma largura b = 8,0m para o coroamento da
barragem. A fim de facilitar a drenagem no perfil transversal, o coroamento terá uma
declividade de 2% do eixo para montante e jusante (Figura 2), evitando a ocorrência de
erosões provocadas por águas da chuva.
22

Para Figura 2 - Drenagem do coroamento proteção


contra possíveis
danos causados por intempéries no coroamento, faremos uso de uma camada de cascalho de
10 cm de espessura, a fim de evitar erosões provocadas por águas de chuva.
Sugere-se, também, a colocação de um paramento, perfeitamente alinhado e
nivelado, em toda extensão do coroamento, tanto no lado de montante como no lado de
jusante, com o objetivo de proteção, já que haverá circulação de carros e de pedestres,
servindo também como instrumentação, pois qualquer alteração na integridade da barragem,
como recalque, por exemplo, poderá ser observado no desalinhamento do corrimão.

4.3.4 Estabilidade dos taludes

Para calcular os coeficientes de segurança, isto é, verificar a estabilidade destes


taludes, foi utilizado o software SLOPE/W, versão 2012 estudante, no qual foi escolhido o
método de avaliação mais rigoroso, Morgenstern Price.
Foi realizada a determinação dos coeficientes de segurança nos casos: após a
construção (montante e jusante), barragem em operação (jusante) e em esvaziamento rápido
(montante).

Caso 1 - Final da construção da barragem


23

Durante a construção de uma barragem de terra, à medida que as camadas vão sendo
compactadas, a tensão total a um dado nível vai aumentando. Esse aumento provoca,
simultaneamente, pressões intersticiais devido à compressibilidade do maciço e ao seu baixo
coeficiente de permeabilidade. Assim, os esforços atuantes são função do peso do solo e das
consequentes pressões neutras induzidas, decorrentes do tipo e do teor de umidade dos solos
colocados e do ritmo construtivo.
Como a construção ocorre de forma rápida podemos considerar que a argila do
maciço não consegue adensar nem drenar. Logo, utiliza-se o ensaio triaxial UU na análise de
estabilidade.

Dados γcomp(g/cm³) c (Kg/cm²) φ (º)

Maciço - Jusante 1,789 0,25 10

Maciço - Montante 1,789 0,25 10

Tabela 5: Dados para o caso 1

Caso 2 - Reservatório em operação

Durante o enchimento do reservatório, estabelecem-se fluxos de percolação,


constituindo progressivamente uma rede de fluxo permanente. Uma vez que a água percola
de montante para jusante, a pressão de percolação é favorável à estabilidade do talude de
montante e desfavorável à do talude de jusante.
Procedeu-se, portanto, à análise o talude de jusante, já que o talude de montante recebe
o efeito da pressão da água do reservatório, favorecendo a estabilidade.
Para esta situação crítica, considerou-se o ensaio triaxial CU.

Dados γcomp(g/cm³) c (Kg/cm²) φ (º)


Maciço – jusante 1,779 0,35 12

Tabela 5: Dados para o caso 2


24

Caso 3 - Esvaziamento rápido

O esvaziamento rápido do reservatório corresponde a um rebaixamento rápido do


nível de água do reservatório, situação crítica para o maciço de montante da barragem.
Foram utilizados os mesmos parâmetros de resistência do ensaio triaxial CU para a
realização da análise desta hipótese.

Dados γsat(g/cm³) c (Kg/cm²) φ (º)


Maciço – montante 1,924 0,35 12

Tabela 6: Dados para o caso 3

Os resultados encontrados para os diversos fatores de segurança encontram-se no


anexo.

4.3.5 Rede de Percolação

Após a definição das dimensões finais da barragem, traçamos a rede de percolação a


ser desenvolvida no maciço da barragem, composto de areia argilosa (SC) e, para os filtros,
consideramos os parâmetros de uma areia bem graduada (SW).
Na situação de reservatório cheio, foi utilizado o artifício de “Sansioe”, que consiste
no cálculo de um coeficiente que, multiplicado pelas dimensões horizontais da barragem,
tem-se a geometria apropriada para o traçado da rede de percolação, tornando uniformes os
coeficientes de permeabilidade horizontal e vertical (kh e kv). Ou seja, um meio
inicialmente anisotrópico pode ser considerado agora isotrópico, haja vista que a
permeabilidade na horizontal na realidade é diferente da vertical.
O cálculo deste coeficiente está demonstrado abaixo.

Aplicando o artifício de Sansioe


25

Relação entre as permeabilidades verticais e horizontais do solo foi de 0,18.


' Ky
Fator de correção das medidas horizontais: x= .x
K
x

Geometria corrigida

Feitas as correções, uma nova geometria (corrigida) - em termos da coordenada x -


proporciona a geometria para a definição das linhas do maciço da barragem de terra.

Em relação ao eixo da
X (Kv/Kh)^(1/2) X'
barragem
112 0,568 63,312 Xmontante
64 0,568 36,35 Xjusante

Tabela 7 : Geometria Corrigida

Foram considerados para o projeto os seguintes valores para o nº de linhas de fluxo e


equipotenciais:

 Nº de canais de fluxo (Nf) = 4

 Nº de quedas equipotenciais (Nd) = 9

4.3.6 Dimensionamento do Sistema de Drenagem interna

O sistema de drenagem superficial conta com uma sarjeta de seção trapezoidal no


sentido longitudinal com declividade de 1/100 e de canaletas no
26

sentido transversal a cada 20 metros. Estas valetas estão localizadas na berma no paramento
de jusante, com largura de 2m. Como é recomendada uma distância mínima de 10 m entre
valetas, foi adotada uma valeta na crista da barragem, uma na meia altura do talude e uma
terceira no pé do talude. Nos contatos do maciço de jusante com os encontros, deve ser feito
um canal de drenagem.
As principais funções dos filtros são:
 Proteger o maciço contra o fenômeno do piping;
 Facilitar a drenagem, possibilitando a redução da força de percolação e da pressão
neutra;
 Selar zonas fissuradas no núcleo ou maciço;
 Dissipação das poropressões devido à compactação.

Como a barragem é de pequeno porte, porém maior que 20m, tomou-se um filtro
inclinado (para reduzir efeitos de deformações diferenciais dos materiais) de 1m de
espessura, um tapete drenante de 3,4m de espessura e um dreno de pé.
Relativamente ao material constituinte do filtro, este deve ser um material granular
bem graduado para que as forças de percolação desenvolvidas no seu interior sejam
pequenas e se evite o carreamento de partículas do solo através dele. Ou seja, é necessário
reter os finos e possuir alto coeficiente de permeabilidade para diminuir o gradiente
hidráulico.
Partindo-se da definição que a granulometria de um filtro é função da granulometria
do material a ser protegido e ainda possuir autoestabilidade, isto é, ser filtro de si mesmo,
estudos permitiram o estabelecimento de certas regras e alguns critérios para o seu
dimensionamento que devem ser observados:

D 85( Filtro) D 15 (Filtro ) D 15 ( Filtro)


Aberturamaxima ≤ 5 a 40 ≤5 a 40 =5 a 40
D 85 (Base D 15(Base )
de um tubo de )
descarga

4.3.6.1 Filtro Vertical


27

Para o cálculo do dimensionamento do filtro vertical foram considerados os seguintes


dados:
 Coeficiente de permeabilidade para solos anisotrópicos = 4,998 x10-9 m/s

 Nº de Linhas de Fluxo = 4

 Nº de linhas de Equipotenciais = 9

 Desnível dos níveis d’água = 17,6 m

 Vazão que passa pelo corpo da barragem (Qc)

Nf
Qc= xhxLx
K Nd (12)

3 −9
Qc= x ( 22,7−3,4 ) x 88,3 x (1,3 x 10 )
4

Qc = 3,91 x 10-8 m³/s

onde foi admitida a vazão do corpo da barragem (Qc) igual à vazão do filtro (Qf).
Obtemos, pela Lei de Darcy, uma espessura de:

Qf
Esp 1=
K
−8
1,88 x 10
Esp 1= −3
8,8 x 10

−6
Esp 1=2,61 x 10 m
28

Foi adotado, para evitar contaminações de solos vizinhos, 1m na largura do filtro


vertical.

4.3.6.2 Filtro Horizontal

Para o escoamento das águas recolhidas pelo filtro vertical, projetou-se um tapete
drenante, horizontal, situado entre o pé do filtro vertical e o dreno de pé a jusante. A vazão
que o tapete deve suportar é equivalente à soma das parcelas que percola pela fundação e
pelo corpo da barragem.

A função deste é de interceptar a água que percola pelo maciço impedindo que ele
chegue até o talude de jusante e também captar a água que venha a percolar pela fundação.

Para o tapete drenante, pode ser utilizada uma areia com coeficiente de permeabilidade
menor, uma vez que aqui não existe o risco do carreamento do material do maciço da
barragem.

e = 0,426m

Foi adotado 2,4 m de espessura do filtro horizontal para aproveitamento do material


drenante, aluvião, e redução do custo.

4.3.6.3 Dreno de Pé

O dreno de pé é uma vala trapezoidal cuja abertura deve ser feita no sentido do aclive,
servindo de saída para o sistema de drenagem interna (coleta das águas do filtro horizontal)
e deverá, no seu ápice, manter uma diferença de 1m para a superfície superior do tapete.

Todas as transições entre solo e areia, areia e pedregulho e este enrocamento de pé,
deverão obedecer aos critérios de filtro do USACE e de TERZAGHI.

Os drenos de pé devem possuir uma altura de 1/3 da altura total da barragem.


Além disso, devem ter inclinação de 45° dentro do talude de jusante.
29

5 ESPECIFICAÇÕES DA BARRAGEM

5.1 Tratamentos na barragem

5.1.1 Tratamento de ombreiras


30

O tratamento das ombreiras é realizado à medida que o corpo da barragem for sendo
executado e suas cotas elevadas, facilitando assim sua execução.
Retira-se todo solo residual presente nas ombreiras que, por ventura, possa prejudicar
sua resistência. Limpa-se superficialmente com jato d’água de modo a deixar as ombreiras
em condições suficientes para melhorar a interação entre o maciço e as ombreiras.
Numa das ombreiras, será instalado o vertedouro da barragem de terra, considerando
que lá existe solos já estabilizados ou rocha.

5.1.2 Proteção de Coroamento

Para esta proteção é necessário colocar meios fios em toda extensão do coroamento,
tanto no lado de montante, como no lado de jusante, com saídas laterais para os taludes.
Deve se ter uma grande atenção em relação ao seu nivelamento.
A proteção do coroamento deve ter 7,80 m de largura, sendo feita através do seu
revestimento com uma camada de pedrisco, com espessura de aproximadamente 10cm e
com declividade de 2% do eixo para montante e jusante, a fim de evitar erosões provocadas
por águas de chuva e facilitar o escoamento das mesmas.

5.1.3 Tratamento de fundação

Em nosso trabalho foi dado um aluvião de 2,4m e solo residual de 0,30m. Para se
evitar a perda de água pela fundação optou-se pela retirada destes materiais até se encontrar
a rocha que servirá de fundação para a barragem.
Assim, a fundação garantirá apoio estável sob qualquer condição de carga e saturação,
evitando infiltrações não controladas para prevenir perdas que possam
31

por em risco a própria estabilidade da estrutura, assim como afetar seriamente seu
aproveitamento pela grandeza das perdas.

5.1.4 Proteção dos taludes

5.1.4.1 Proteção do Paramento de Jusante

O método de proteção adotado é a plantação de vegetação local (pois a mesma já está


adaptada ao microclima da região), protegendo o paramento de jusante contra a ação dos
ventos e das chuvas, e um sistema de drenagem superficial eficiente, a fim de captar,
controlar e escoar as águas superficiais.
A drenagem superficial deve ter uma sarjeta de seção retangular moldada “in loco”, de
largura igual a 0,50m, no sentido longitudinal com declividade de 1/100 e de canaletas no
sentido transversal a cada 50 metros. Estas valetas estão localizadas em bermas no
paramento, com largura de até 1m. Como é recomendada uma distância mínima de 10 m
entre valetas, foi adotada uma valeta na crista, uma na meia altura do talude e uma terceira
no pé do talude.

5.1.4.2 Proteção do Paramento de Montante

A proteção do paramento de montante será feita com enrocamento lançado (rip rap)
com o objetivo de dissipar as energias das ondas. O enrocamento será feito com pedras de
granito e gnaisse, encontradas na região da construção da barragem e a geometria das pedras
deve ser tal que proporcione maior dificuldade ao movimento, sendo, portanto, preferíveis
as angulares às arredondadas. As pedras devem ter dimensões e pesos para resistir à ação
das ondas.
A eficácia deste sistema depende de fatores como a qualidade da rocha, peso,
dimensão e forma das pedras, espessura total da proteção, inclinação do talude e mergulho
da onda. As pedras devem ser lançadas sobre uma zona de
32

material bem graduado, que efetue a transição granulométrica adequada para as terras do
maciço, evitando o “piping”.

5.2 Instrumentação

Os principais objetivos da instrumentação de uma barragem são:


 Testar o comportamento da obra durante a construção e a validade dos critérios
utilizados no projeto;

 Observar a segurança da obra durante sua vida útil;

 Acumular experiências com repercussão na segurança e economia das barragens a


projetar e construir no futuro.

Instrumentos Utilizados

Os instrumentos foram posicionados nos locais mais críticos no que se refere ao


desenvolvimento dos parâmetros a serem medidos, como mostrados a seguir.

5.2.1 Piezômetro de Tubo Aberto (Tipo Casagrande)

Este tipo de instrumentação é constituído por um tubo PVC cuja extremidade inferior
é acoplada uma célula e possui o trecho perfurado de tubo envolvido com geotêxtil inserido
em um bulbo de material drenante e confinada num trecho limitado por uma camada selante.
Em superfície, o instrumento deve ser devidamente protegido contra atos de vandalismo. A
pressão da água na região do bulbo é convertida diretamente.
As principais vantagens deste tipo de instrumento são: elevada confiabilidade,
simplicidade, durabilidade, e custos reduzidos, bem como a possibilidade de
33

verificação do seu desempenho. Como desvantagens principais estão: alto tempo de resposta
para materiais de baixa permeabilidade, interferência na praça de construção, não é
adequado para determinação de poropressão no período de construção, não permite medição
de pressões negativas, restrições de localização a montante da linha d`água e maiores
dificuldades de acesso aos terminais de leitura em relação a outros tipos de instrumentos.
Na barragem dimensionada foram utilizados 3 piezômetros do tipo Casagrande, na
jusante. Os mesmos foram locados ao longo do dreno, iniciando no começo do filtro
horizontal e finalizando no dreno de pé. Detalhes podem ser visto na planta.

5.2.2 Meio Fio no Coroamento

O meio fio no coroamento foi escolhido para medir os deslocamentos superficiais


horizontais e verticais do maciço, por seu baixo custo e fácil instalação.
Os deslocamentos verticais são medidos através de nivelamento e, os horizontais,
através de levantamentos topográficos por processos de triangulação.
Visualmente podem ser percebidos deslocamentos quando o meio fio perde seu
alinhamento.

5.2.3 Medidor Magnético De Recalque

O medidor de recalque escolhido para medir deslocamentos verticais ao longo da


profundidade foi o de placas magnéticas, pois apresenta facilidade construtiva, de instalação
e de reparos a danos ocorridos; independe de serviços topográficos quando da execução das
leituras; baixo custo; sensor acessível a qualquer instante para eventuais reparos;
durabilidade; não limitação do número de placas e possibilidade da instalação de placas na
fundação, denominadas “aranhas”.
Foram instaladas placas em 2 pontos diferentes, 7 placas no eixo da barragem e 6 na
montante.
34

5.2.4 Inclinômetro

Os inclinômetros foram escolhidos por possibilitarem a determinação dos


componentes dos deslocamentos horizontais em duas direções ortogonais, ao longo do
comprimento do instrumento e apresenta boa confiabilidade.
Foram instalados 2 inclinômetros, um localizado no paramento de montante e um no
paramento de jusante, para acompanhamento dos deslocamentos.
35

6 ANEXO
36

RESULTADOS DO GEOSLOPE
37

Figura 3 – Barragem após construção – Talude de Montante

Figura 4 – Barragem após construção – Talude de Jusante


38

Figura 5 – Barragem em operação – Talude de Jusante

Figura 6 – Barragem em esvaziamento rápido – Talude de Montante


39

PLANILHA DE
DIMENSIONAMENTO
Características do Maciço
U.U. C 0,25 kg/cm²
Construção
ϕ 10 º 1º
C.U. C 0,35 kg/cm² Operação
ϕ 12 º 2º Esvaz. Rápido
γÁGUA 1,00 t/m³
→ 10,00 kN/m³
γSEC 1,60 t/m³
→ 16,00 kN/m³
hÓTIMA 11,80%
Índice de Vazios 0,480
Porosidade 0,324
γCOMP 1,789 t/m³
→ 17,79 kN/m³

γSAT 1,92 t/m³ → 19,24 kN/m³

Dados do Projeto
Vazão regularizada requerida (Q) 192 l/s
Fetch do boqueirão (F) 3,6 km
Permeabilidade horizontal (Kh) 8,80E-07 cm/s
Relação entre a permeabilidade horizontal e vertical 3,1 Kh/Kv
Espessura média do aluvião 2,4 m
Espessura máxima do solo residual 0,3 m
Permeabilidade (K) 1,40E-03 cm/s
NSPT 4 golpes

Você também pode gostar