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Geologia de

Engenharia em
Rodovias
Discentes: Isabela Guimarães; Leonardo Nemésio;
Lorenzo Capelane; Lucas Fontanetti; Sabrina
Cardoso
Docente: Prof. Dr. Fábio Reis
01

SUMÁRIO
Introdução

02 Fases de estudo e investigação


geológico-geotécnico
- Condicionantes geológicos
- Problemas geológicos
- Ensaios
- Estudos geológico-geotécnicos
- Materiais naturais de construção
- Estabilização de taludes: Tratamento de
maciços
01
INTRODUÇÃO
Introdução
❏ Obras lineares: rodovias/estradas, ferrovias, vias, canais, dutos e linhas de
transmissão
❏ Rodovia: Obra linear, voltada ao transporte e deslocamento.
❏ Grande extensão: Atravessa frequentemente estados e regiões diferentes com
características distintas de relevo, vegetação, geologia e condições geotécnicas.
❏ Viabilização de um projeto requer estudos geológicos, geotécnicos e
geomórficos
❏ Estudos auxiliam na definição de traçados e soluções de engenharia mais adequadas para a
instalação da obra
❏ Consulta de informações já existentes: Mapeamentos realizados, cartas
topográficas, mapas pedológicos, geomorfológicos, geológicos, hidrológicos,
sismológicos, documentos de avaliação de impactos ambientais etc.
Rodovias no Brasil

❏ Importância: Malha rodoviária para transportes de carga e locomoção


❏ Desde o advento da república, o modal rodoviário foi priorizado em detrimento
do ferroviário e fluvial
❏ “Governar é abrir estradas”. Dr. Washington Luís, presidente do Brasil, 1926
❏ Extensão territorial exige a construção de extensas rodovias
❏ Rede de 1.355.00 km de rodovias, apresentando 30% dessa malha danificada pela
falta de conservação e apenas 14.000 km pavimentados
❏ Ligações interurbanas predominantemente por estradas de terra ou com pouca
pavimentação
❏ Frota automobilística: Brasil apresenta-se como o sétimo país no ranking
mundial da indústria automobilística
Panorama histórico nacional

❏ Início das construções das estradas ocorreram apenas no século XIX e rodovias
apenas na década de 1920.
❏ Primeira rodovia construída no Nordeste, resultante de programa de combate às
secas
❏ Em 1928 foi inaugurada a primeira rodovia pavimentada, a Rio-Petrópolis, hoje
denominada Washington Luís
❏ Impulso nas construções de rodovias nas décadas de 1940 e 1950, decorrente de
três principais fatores:
❏ Criação do Fundo Rodoviário Nacional (1946)
❏ Fundação da Petrobrás (1954)
❏ Implantação da indústria automobilística nacional (1957)
Panorama histórico nacional

❏ Plano Nacional de Viação (1973) definiu o sistema rodoviário federal:


❏ 8 rodovias radiais com início em Brasília
❏ 14 rodovias longitudinais, no sentido norte-sul
❏ 21 rodovias transversais, no sentido leste-oeste
❏ 29 rodovias diagonais
❏ 78 rodovias de ligação entre cidades
❏ A partir de 1970, ocorre uma degradação do sistema rodoviário decorrente das
dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, implicando em:
❏ Construção de novas estradas paralisadas ou em ritmo muito lento
❏ A manutenção deixou de obedecer a requisitos elementares
❏ A situação acarretou em prejuízos econômicos e acidentes.
Usos, sinalização e manutenção de
rodovias
❏ A rodovia pode assumir 3 funções principais:
❏ Rodovias comerciais
❏ Rodovias turísticas
❏ Rodovias militares
❏ A sinalização é realizada de modo a orientar os motoristas quanto aos limites de
velocidade adequados a cada trecho, às entradas e saídas e às distâncias de cada
localidade servida pela rodovia.
❏ A manutenção, a cargo dos órgãos governamentais ou supervisionados por eles, deve
ser permanente e interferir o mínimo possível no tráfego.
❏ Tipos de manutenções comuns: remendar buracos na superfície, cimentar
rachaduras, nivelar estradas de terra, renivelar placas de concreto, consertar
proteções, reparar valetas, aterros e cortes, pintar a sinalização e remover a
vegetação excessiva
❏ A manutenção se mostra como fator fundamental para atender as atividades
essenciais exercidas pelas rodovias no Brasil
02
FASES DE ESTUDO E
INVESTIGAÇÃO
GEOLÓGICO-
GEOTÉCNICO
Fases de Estudo
Fase de Planejamento
Aspectos de interesse: Condicionantes
Geológicos

Relevo Natureza dos terrenos

- - Substrato geológico
Colina
- - Cobertura pedológica
Plano
- Montanhoso
erosão;
empastilhamento;
instabilização.
➢ Traçado da rodovia;
➢ altura dos cortes e aterros;
➢ materiais;
➢ estabilidade.
Fase de Projeto:
Viabilidade
Trechos singulares:
Problemas Geológicos

❏ Erosão
❏ Desagregação superficial em taludes
❏ Movimento de massa
- Escorregamentos (inclinação, descontinuidades, percolação de
água, em aterros ou em massas coluviais)
- Queda e rolamento de blocos
Fase de Projeto:
Anteprojeto
Estudos geológico-geotécnicos:
Métodos de superfície

❏ Mapeamento geológico

❏ Confecção de mapa

❏ Aspectos geológicos importantes (solo, rochas, estruturas geológicas, dados


hidrológicos)
Estudos geológico-geotécnicos:
Métodos de subsuperfície

❏ Poços de inspeção

❏ Sondagens a trado

❏ Sondagens a percussão

❏ Sondagens rotativas

❏ Investigação geofísica
Métodos de subsuperfície
Poços de inspeção

➢ Caracterização do solo e nível freático


➢ medição de estruturas geológicas (influências
nos taludes)
➢ Coleta de amostras deformadas e indeformadas
Métodos de subsuperfície
Sondagem a trado

➢ Coleta de amostras deformadas e indeformadas


➢ Análoga aos poços
Métodos de subsuperfície
Sondagens a percussão

➢ Amostragem e classificação de solos


➢ Índice de resistência
➢ Nível d’água
➢ Caracterização preliminar do maciço
Métodos de subsuperfície
Sondagens rotativas

➢ Precisão para definir o topo rochoso


➢ Avaliação do maciço rochoso
Métodos de subsuperfície
Investigação Geofísica

➢ Rápida e barata
➢ Espessura do capeamento
➢ Profundidade do nível freático
➢ Condições da rocha
Estudos geológico-geotécnicos:
Ensaios

❏ SPT ❏ Compactação

❏ Lavagem por tempo ❏ Penetração

❏ Densidade in situ ❏ Abrasão

❏ Umidade ❏ Compressão (simples ou triaxial)

❏ Palheta ❏ Análise petrográfica


Caracterização e classificação de
maciços
❏ Litologia ❏ Índice de qualidade da rochas (IQR
❏ Grau de alteração ou RQD)

❏ Grau de coerência ❏ Sistema Q

❏ Descontinuidades: família de ❏ Sistema RMR


fratura, espaçamento, rugosidade,
persistência, preenchimento
Materiais naturais de construção:

Tráfego estimado e condições meteorológicas


➢ Pavimento: sistemas de camadas (desgaste) colocadas sobre o subleito.

➢ Desgaste→ revestimento/superfície do pavimento:


● Resistência à cargas verticais e desgaste
● Superfície plana e áspera
● Mais comum o uso de macadame ordinário revestido com camada betuminosa
● Tráfego leve: pavimento aderente e resistente aos desgastes
● Tráfego pesado: fundações mais sólidas

➢ Subleito→ fundação do pavimento:


● Resistência de cargas verticais
● Normalmente macadame ordinário ou concreto magro
● Espessura variando de 15 a 25 cm
Materiais naturais de construção:

Pavimentos flexiveis: associados a pavimentos com revestimento asfálticos

Capper & Cassie (2008)


Materiais naturais de construção:
Base, Sub-Base e Reforço do Subleito
➢ classificados em: materiais granulares e solos, materiais estabilizados quimicamente ou
cimentados, e materiais asfálticos

● granulares e solos: brita graduada simples (BGS) e bica ou brita corrida; macadame
hidráulico; macadame a seco; misturas estabilizadas granulometricamente ; solo-agregado;
solo natural; solo melhorado com cimento ou cal.

● cimentados: brita graduada tratada com cimento (BGTC); solo-cimento; solo-cal; solo-cal-
cimento; concreto rolado (CCR – concreto compactado a rolo).

● asfálticas: solo-asfalto; solo-emulsão; macadame betuminoso e base asfáltica de módulo


elevado.
Materiais naturais de construção:
Base, Sub-Base e Reforço do Subleito

Capper & Cassie (2008)


Tratamento de maciços naturais
Introdução e objetivos

Reforço
Tratamento de Maciços na construção em

Redução de custos
rodovias

Melhoria das características


originais

Aumento da segurança
Estabilidade dos maciços
em
encostas
Tratamento de maciços naturais
Seleção do tipo adequado

Método de tratamento de maciço adequado depende diretamente do BENEFÍCIO OBTIDO com


este:

1. Segurança - avaliação de riscos potenciais e durabilidade da obra;

2. Custo da solução;

3. Viabilidade construtiva.
Tratamento de maciços naturais
Estabilização de taludes

❏ Modificação da geometria (retaludamento)

❏ Obras de drenagem

❏ Obras de proteção superficial

❏ Obras de contenção
Retaludamento
Modificação da geometria

● Altera geometria da encosta;

● Retirada de material após


terraplenagem, para redução de
altura e ângulo de inclinação da
encosta ou talude de corte;

● Feito em bermas;

● Normalmente 2:1;
Vantagens: Efeitos permanentes
Evita movimentos de massa
Dias (2016)
Obras de drenagem

● Escoamento rápido da água da


chuva, impedindo infiltração e
erosão superficial, melhoram
as condições de estabilidade;

● Drenos Horizontais Profundos


(DHP);

● Cavas e valetas;

● Rebaixamento do nível freático


Obras de drenagem - DHP

Cunha et al. (1991)

Carvalho
Obras de drenagem - outros tipos de drenos
Obras de proteção superficial

● Proteção superficial dos taludes,


aterros ou encostas naturais auxilia
muito na estabilização;

● Impede erosão e infiltração;

● Revestimento vegetal
Imprimação asfáltica
Concreto
projetado e gunita
Telas metálicas
Obras de proteção superficial

Revestimento vegetal Imprimação asfáltica


Obras de proteção superficial

Concreto projetado e gunita Telas metálicas


Obras de contenção

● Muros de arrimo ou muros de


gravidade: Concreto ciclópico;
Concreto
armado;
Gabiões;
Solo-cimento ensacado;

● Chumbadores e tirantes para


fixação de blocos ou conter
estruturas do maciço; Obra de contenção na Av. Niemeyer (Rio de Janeiro)
Estabilização de taludes
Obras de contenção - muros de arrimo ou de gravidade

Concreto ciclópico Concreto armado Gabiões

Carvalho et al. (1991


Estabilização de taludes
Obras de contenção - chumbadores e tirantes
● Esquema de tirante:

● Cortina de tirantes:

Carvalho et al. (1991


Estabilização de taludes
Obras de contenção - estacas-raiz
● Estacas-raiz utilizadas para estabilizar taludes:

Oliveira e Brito (1998


Fase de Projeto:
Projeto Executivo

- dados, normas e especificações que definem de forma


detalhada a obra e orientações de ação;
Implantação
Operação e Manutenção
Obrigado(a)!
Referências
CAPPER, P. L.; CASSIE, W. F., Pavimentação asfáltica: Formação básica para engenheiros. 1°ed. Programa Asfalto nas
Universidades, Petrobras Distribuidora S.A., 2008.

CARVALHO, P. A. S. de Manual de geotecnia: Taludes de rodovias: orientação para diagnóstico e soluções de seus
problemas. São Paulo: Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de São Paulo, Instituto de Pesquisa Tecnológicas,
1991. 388 p.

CUNHA, M.A.;FARAH,F.;CERRI, L. E. S; GOMES, L. A.; GALVÊS, M.L.; BITAR,O. Y.; AUGUSTO FILHO, O.; SILVA,
W.S. Ocupação de encostas. Instituto de Pesquisas Tecnológicas, São Paulo. 1991.

DIAS, L. C. A Influência dos Estudos Geotécnicos para a Determinação de Soluções de Estruturas de Contenção
Universidade de Brasília. DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL. p. 88, 2016.

DNER-PRO 014 (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem). Mapeamento geológico-geotécnico para obras viárias.
Norma Técnica. 1995.

OLIVEIRA, AM dos S.; BRITO, SNA de. Geologia de engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia, 1998.

RODRIGUES, J. M. de A., Método de Culmann. Ancoragens e tirantes. Apostila de Obras de Terra I. Escola
Politécnica/UFRJ. Departamento de Construção Civil. Rio de Janeiro, 2011.

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