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MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS, GEOTECNIA E SANEAMENTO
AMBIENTAL

OBRAS DE
TERRA
Professora: Dra. Bruna Silveira Lira
SUMÁRIO

1. Identificação
2. Conteúdo Programático
3. Avaliações
4. Bibliografia

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IDENTIFICAÇÃO

1. Disciplina: Obras de Terra


2. Centro: Centro de Tecnologia
3. Departamento: Recursos Hídricos, Geotecnia e Saneamento
Ambiental
4. Professora: Bruna Lira, Doutora em Engenharia Civil e
Ambiental

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Conteúdo Programático
✗ Estudos preliminares: fatores técnico-econômicos, geológicos e
geotécnicos relevantes; investigações geológico-geotécnicas; áreas de
empréstimo e materiais.
✗ Propriedades geotécnicas de solos compactados e de enrocamentos.
✗ Propriedades mecânicas
✗ Propriedades hidráulicas

4
Conteúdo Programático
✗ Análises tensão-deformação, cálculo de deslocamentos.
✗ Análises de estabilidade de taludes.
✗ Métodos para aumentar a estabilidade
✗ Barragens: tipos, finalidades e seções típicas

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Conteúdo Programático
✗ Projeto de barragem.
✗ Considerações de projeto
✗ Parâmetros geotécnicos do aterro e da fundação
✗ Análise de fluxo
✗ Erosão Progressiva (piping)
✗ Filtros
✗ Análise de estabilidade e taludes
✗ Sequência construtiva
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Conteúdo Programático
✗ Aterros sobre solos moles.
✗ Investigações geotécnicas
✗ Aceleração de recalques
✗ Construção, monitoramento e instrumentação
✗ Solos reforçados: tipos e dimensionamentos.

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Conteúdo Programático
✗ Instrumentação de campo.
✗ Objetivos da Instrumentação
✗ Tipos de equipamentos: medidores de recalques superficial e
profundo, inclinômetros, piezômetros, medidores de tensão
total, tensiômetros
✗ Programação de instrumentação
✗ Interpretação e análise de resultados

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Conteúdo Programático
✗ Utilização de computação em Geotecnia
✗ Softwares de análise e projeto de obras de terra
✗ Projeto auxiliado por computador

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AVALIAÇÕES
1. 1ª Nota:
a. Avaliação Parcial 1 (AP1) = 10
2. 2ª Nota:
a. Avaliação Parcial 2 (AP2) = 10
3. 3ª Nota
a. Avaliação Parcial (AP3) = 10

10
bibliografia
1. ESTEVES, Virgílio Penalva. Barragem de Terras.
2. BUREAU, OF RECLAMATION, USA- Design of Small Dams
3. DNOCS – Roteiro para Projeto de Pequenos Açudes.
4. LAMBE, T.W. Mecânica de Suelos. México, Limusa, 1976
5. CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos - Obras de Terra e Fundações. Editora LTC,
2022
6. Gerscovich, D. M. S. Estabilidade de Taludes (2ª edição). Oficina de Textos, 2016

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Exemplos de Obras de Terra
12
Exemplos de Obras de Terra
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Falhas típicas em obras de terra
Rompimento de aterros sanitário

Solo Expansivo

Subsidência em trilhos Deslizamentos


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Obras de terra
✗ Objetivo
✗ Compreensão do comportamento do solo e a
interação entre o solo e quaisquer estruturas
construídas no solo
✗ Conhecimentos de
✗ Resistência e rigidez de solos e rochas,
✗ Métodos de análise de estruturas
✗ Escoamento das águas subterrâneas.
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Requisitos de desempenho em
obras

de terra
Requisitos de força
✗ Capacidade do solo ou rocha de aceitar as cargas transmitidas pela obra sem
falhar.
✗ A resistência do solo é governada por sua capacidade de suportar tensões de
cisalhamento.
✗ Requisitos de serviço
✗ Assentamento
✗ Elevação (solos expansivos)
✗ Inclinação
✗ Movimento lateral
✗ Durabilidade

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Requisitos de desempenho em
obras

de terra
Requisitos de construtibilidade
A obra deve ser projetada de forma que um empreiteiro possa construí-la sem ter que usar
métodos ou equipamentos extraordinários.
Existem muitos projetos potenciais que podem ser bastante satisfatórios do ponto de vista do
projeto, mas difíceis ou impossíveis de construir.

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Requisitos de desempenho em
obras de terra
✗ Requisitos econômicos
Os projetos de obras de terra são geralmente mais conservadores do que os da superestrutura. Essa
abordagem se justifica pelos seguintes motivos:
✗ Os projetos dependem de nossas avaliações das condições do solo e da rocha. Essas
avaliações sempre incluem uma incerteza considerável.
✗ Há alguma incerteza na natureza e na distribuição da transferência de carga entre as
fundações e o solo
✗ As consequências de uma falha catastrófica são muito maiores.
No entanto, o superconservadorismo grosseiro não é justificado. Um projeto excessivamente conservador
pode ser muito caro para construir, especialmente com grandes estruturas onde a fundação é uma porção
maior do custo total do projeto.
Isso também é um tipo de “falha”: a falha em produzir um projeto econômico.

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PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA DO SUBSOLO
Qualquer projeto de engenharia, por
menor que seja, requer o conhecimento
adequado das características e
propriedades dos solos onde a obra irá ser
implantada.
Na prática, os depósitos de solo
naturais não são homogêneos. Em alguns
locais, a estratificação dos depósitos de
solo pode variar muito dentro de curtas
distâncias (15 a 30 m).
FATORES INICIAIS A CONSIDERAR
● Condições geológicas da área a estudar;
● Condições físicas da área de estudo (acesso,
drenagem, vegetação);
● Tipo de estrutura a ser suportada ou de obra a ser
realizada no local.
● Informações sobre estruturas vizinhas que possam
ser afetadas pela obra.
OBJETIVOS
a) Determinação da profundidade e espessura de cada camada
e sua extensão na direção horizontal;
b) Determinação da natureza do solo com sua descrição e
indicação da compacidade/consistência;
c) Profundidade da superfície da rocha e suas características;
d) Informações sobre a ocorrência de água no solo –
profundidade do lençol freático e suas variações;
e) Obtenção de amostras para medir as propriedades de
engenharia dos solos e das rochas.
ETAPAS DE INVESTIGAÇÃO
1. Estudos de Reconhecimento;
Abrangem investigações geológicas do local em estudo,
levantamentos aerofotogramétricos, mapas, etc..
2. Estudos para Anteprojeto
  Estudos realizados em locais definidos a partir da etapa anterior,
permitem a escolha de soluções técnicas e o dimensionamento de
estruturas de fundações.
3. Estudos para o Projeto Executivo
4. Investigação durante a construção
Estudos Preliminares e Planejamento
O número de sondagens e a sua localização em planta
dependem do
● tipo da estrutura,
● características especiais
● condições geotécnicas do subsolo.
O número de sondagens deve ser suficiente para
fornecer um quadro, o melhor possível, da provável
variação das camadas do subsolo do local em estudo.
Planejamento dos trabalhos de investigação
A investigação do subsolo deve ser feita através de pontos escolhidos e
distribuídos na área em estudo, seguindo diretrizes gerais das normas
específicas.

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De acordo com o estabelecido na Norma NBR 8036/2020 a
investigação do subsolo deve ser feita através de furos escolhidos e
distribuídos na área em estudo, dependendo da área a ser ocupada pela
construção, isto é, por sua projeção.
● Um furo para cada 200 m2 até 1200 m2;
● Um furo adicional para cada 400 m2 para área entre 1200 e 2400 m2 ;
● Acima de 2400 m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo
com o plano particular da construção.
Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser:

a) dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m²;

b) três para área entre 200 m² e 400 m².


Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos
edifícios, como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local

Mínimo de três sondagens

Distância máxima entre elas seja de 100 m


Profundidade das sondagens

A profundidade a ser explorada pelas


sondagens de simples reconhecimento é função
● Tipo de edifício ou obra,
● Características particulares de sua
estrutura,
● Forma da área carregada
● Condições geotécnicas e topográficas locais.
A exploração deve ser levada a profundidades tais que incluam
todas as camadas impróprias ou que sejam questionáveis como
apoio

“As sondagens devem atingir a profundidade onde o solo não


seja mais significativamente solicitado pelas cargas estruturais,
fixando-se como critério aquela profundidade onde o acréscimo de
pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menor
do que 10% da pressão geostática efetiva. (NBR 8036)”
As sondagens devem ser localizadas em planta e obedecer às seguintes
regras gerais:

a) na fase de estudos preliminares ou de planejamento do


empreendimento, as sondagens devem ser igualmente distribuídas em
toda a área;
b) na fase de projeto podem-se localizar as sondagens de acordo com
critério específico que leve em conta pormenores estruturais;

Quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser
distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento.
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
1.Métodos Indiretos:
São aqueles em que a determinação das propriedades das camadas do
subsolo é feita indiretamente pela medida de um parâmetro geofísico.
a) Resistividade Elétrica;
b) Método Sísmico.
2. Métodos Diretos:
São aqueles que utilizam amostras dos materiais existentes no
subsolo.
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
Resistividade Elétrica Medida de quanto o solo resiste ao fluxo elétrico.
Varia com a profundidade, sendo um fator crítico para
projetar sistemas de aterramento.

Principais fatores que influenciam a resistividade são:


● Variação composicional;
● Teor de umidade;
● Fração granulométrica;
● Grau de compactação.

Em geral, o solo constitui-se por diversas camadas,


cada uma possuindo um determinado valor de
resistividade e uma espessura.
Método Sísmico
Existem vários tipos de ondas
Utilizam de ondas sísmicas sísmicas, mas aquelas mais
comumente utilizadas para estudos
geotécnicos são as ondas
Perturbação mecânica do meio “que se
propaga sem deslocamento de compressionais e as ondas
material, apenas energia” cisalhantes.

Propagação da onda sísmica (a) Compressional


(b) Cisalhante. Fonte: Porto Soares (2009).

Elas diferem entre si pelo tipo de perturbação que geram em um meio:

Compressionais a perturbação é paralela à direção de propagação da onda

Cisalhantes são perpendiculares à direção de propagação da onda

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Método Sísmico

A variação de impedância (medida de resistência) é a propriedade que o método sísmico pretende


identificar para individualizar as diferentes camadas que constituem o subsolo.

Infuenciado por:

■ minerais componentes do subsolo;


■ níveis de compactação
■ consolidação da camada;
■ fluido que preenche os poros;
■ estrutura da rocha;

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Métodos Diretos de Prospecção
 I. Manuais II. Mecânicos
● Poços; ● Sondagem à percussão com
lavagem;
● Trincheiras; ● Sondagem rotativa;
● Trado manual; ● Sondagem especial com extração de
amostras indeformadas.
 
POÇOS DE SONDAGEM
Permitem o exame das camadas do subsolo ao
longo de suas paredes, e a retirada de
amostras deformadas ou indeformadas
(blocos).
A profundidade da investigação é limitada pela
presença do nível d’água ou desmoronamento
das paredes.
Com diâmetro mínimo de 60 cm, permitem um
exame visual das camadas do subsolo e de
suas características, bem como a retirada de
amostras indeformadas na forma de blocos.
Bloco de amostra indeformada
TRINCHEIRAS

São valas escavadas manual ou


mecanicamente. Permitem um exame visual
e contínuo do subsolo, ao longo, por exemplo
da seção de uma barragem ou de áreas de
empréstimo.

Permitem a coleta de amostras


deformadas e indeformadas. Muito
empregadas em escavações em taludes.
SONDAGEM À TRADO

● Simples, rápido e econômico


● Executada manualmente com o auxílio
de trados (tipo concha ou helicoidal).
● Pode-se obter a posição do nível d’água
(NA) e coletar amostras para ensaios
geotécnicos e geológicos.
● Seu avanço é limitado pelo NA ou pelo
excesso de resistência de solos
contendo camadas de pedregulhos ou
areias muito compactas.
Uso de trado motorizado
MÉTODOS MECÂNICOS DE SONDAGEM
SONDAGEM À PERCUSSÃO COM LAVAGEM (SPT)
Baseado na norma NBR 6484/2020 o ensaio tem os seguintes objetivos:

1. Determinar os tipos de solos em suas respectivas profundidades de


ocorrência;
2. Determinar a posição do nível d´água;
3. Obter os índices de resistência à penetração (nspt) a cada metro de
profundidade.
SEQUÊNCIA EXECUTIVA PARA O SPT
1. Locação do furo com determinação de
uma cota de referência (RN);
2. Execução do furo, inicialmente com o
trado, posteriormente por meio de
lavagem à percussão;
3. Ensaio de penetração, determinação do
número N, com retirada de amostra;
4. Determinação da posição do nível
d’água;
ESQUEMA DA CRAVAÇÃO
DO AMOSTRADOR SPT
EQUIPAMENTO SPT

Foto: Erinaldo Cavalcante


SPT – EXECUÇÃO DO FURO

Exame táctil-visual do solo escavado


SPT – EXECUÇÃO DO FURO

Exame táctil-visual do solo escavado


Exame visual
1 – Caracterização por tamanho das partículas
• Espalhar a amostra de solo seco em uma fina camada sobre
uma superfície plana;
• Com as mãos, separar as partículas visíveis a olho nu. As
partículas visíveis a olho nu correspondem à areia e
pedregulho;
• O que restar (material fino) corresponde ao silte e argila.
2 – Caracterização por cor
• As cores claras e brilhantes são características de solos
inorgânicos;
• As cores marrom escuro, verde oliva ou preta são
características de solos orgânicos.

Foto: Erinaldo Cavalcante


SPT – EXECUÇÃO DO FURO

Exame táctil-visual do solo escavado


Exame táctil
Textura é feita por estimativa, esfrega-se uma massa de solo úmida entre os dedos
● As partículas finas (siltes e argilas) se impregnam na mão, ficando isoladas as
partículas arenosas.
● Definido se o solo é uma areia ou um solo fino, resta estimar se os finos apresentam
características de siltes ou de argilas.
○ Areia = Sensação de aspereza, não plástico, não pegajoso
○ Silte = Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso
○ Argila = Sensação sedosidade, plástico, pegajoso

Foto: Erinaldo Cavalcante


SPT – EXECUÇÃO DO FURO

Exame táctil-visual do solo escavado


Exame táctil
Resistência do solo seco:
Torrões de solo
→ Argilas são resistentes a pressão dos dedos
→ Siltes são menos resistentes e se pulverizam quando quebradas
→ Areias nem formam torrões.

Plasticidade do solo
Moldar bolinhas ou cilindros de solo úmido
→ argilas são moldáveis enquanto as areias não são moldáveis.

Dispersão em água
Misturar uma porção de solo seco com água em um recipiente transparente, agitando-o
→ Argilas sedimentam mais lentamente que silte e bem mais que areias, quando dispersas em água.

Foto: Erinaldo Cavalcante


ESQUEMA DE REALIZAÇÃO DO
ENSAIO SPT
RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO - NSPT

Solo perturbado 15cm

15cm
Número de golpes para
30cm
30cm finais de penetração
15cm

NSPT : Número de golpes necessários para cravar os


últimos 30cm do amostrador no solo.
Fim do ensaio
O ensaio SPT deve ser realizado só até que uma as seguintes condições
sejam alcançadas:

● Quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração


dos 15 cm iniciais do amostrador;
● Quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração
dos 30 cm iniciais do amostrador;
● Quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração
dos 45 cm do amostrador.

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Perfil Individual
de Sondagem à
Percussão
APLICAÇÕES DO SPT
○ Estabilidade de taludes e propriedade dos solos

Ângulo de atrito (ϕ) Coesão (c) Peso específico (𝛾)

α: ângulo entre a força normal e


vertical
APLICAÇÕES DO SPT

Previsão da capacidade de
carga de fundações
superficiais e profundas
APLICAÇÕES DO SPT

Identificação do tipo de
solo (compacidade e
consistência)

NORMA
6484/2020
SONDAGENS ROTATIVAS
● Empregadas na perfuração de rochas, matacões e
solos de alta resistência.
● Tem como principal objetivo a obtenção de
testemunhos (amostras de rochas) para
identificação das descontinuidades do maciço
rochoso,
● Permite a realização de ensaios “in situ”, como por
exemplo o ensaio de perda d’água ou infiltração.
Realização de Sondagem Rotativa
SONDAGENS ESPECIAIS
Ensaio de Penetração de Cone - NBR 12069/91 (Cancelada)

● Determinação estratigráfica de perfis de solos,


● Avaliação de propriedades dos materiais investigados
● Cravação estática lenta de um cone mecânico ou elétrico que armazena
em um computador os dados a cada 20 cm.
● O cone alocado nesta bomba hidráulica é penetrado no terreno a uma
velocidade de 2 cm por segundo.

Ensaio Piezo Cone Penetration Test – CPTu

● Perfil contínuo do solo (incrementos de profundidade de 1 a 5 cm)


● Medida de poropressão

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Depois de cravado, ele obtém os dados de forma automática e o próprio
sistema captura os índices e faz o registro contínuo desses dados ao longo da
profundidade.

Esse método de investigação do solo fornece:


● a resistência de ponta (qc);
● a resistência do atrito lateral (fs);
● pressão dinâmica dos poros (Ud);
● pressão porosa estática (Ueq);
● Temperatura;
CPTu
● inclinação.

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Aspectos do Cone de Penetração
Ensaio depelos
Conjunto de equipamentos composto placa
seguintes sistemas básicos:
● sistema de reação;
● sistema de transmissão de cargas;
● sistema de leitura.

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A carga é aplicada na placa em estágios sucessivos de no máximo 20% da taxa
admissível provável do solo.
Em cada estágio de carga é feita a leitura dos recalques após a aplicação de cada
carga em intervalos sucessivamente dobrados, como 1, 2, 4, 8 minutos etc.
Só deve ocorrer acréscimo de carga após a estabilização dos recalques.
A norma fala que ao alcançar a carga máxima no ensaio, caso não ocorra a ruptura,
ela deverá ser mantida por no mínimo 12 horas.
O descarregamento também é feito em estágios sucessivos, desde que não sejam
superiores a 25% da carga total.

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Com os resultados do ensaio é realizada a curva de pressão-recalque.
Cálculo do Módulo de Deformabilidade,
Ev
Calcula-se por meio da curva carga-
assentamento a partir da inclinação da secante
entre os pontos 0,3.σmax e 0,7.σmax,

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PERMEÂMETRO GUELPH

● Medições da condutividade hidráulica


saturada do solo
● Obtém-se a taxa de infiltração do líquido
no solo, mantendo-se constante a carga
hidráulica durante todo o ensaio.

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● Aplica um volume de água constante num
orifício aberto por trado no solo, de
aproximadamente 50 cm de profundidade.
● Espera-se estabilizar o bulbo do solo
saturado (taxa de queda constante)
● O poço alcançará um valor constante que
pode ser medido (uma carga constante
conhecida).
● O índice de saída constante de água, o
diâmetro do furo, e a altura da água no poço
são usados para determinar a condutividade
hidráulica saturada de campo do solo.

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Kfs - condutividade hidráulica de campo saturado, expressa em cm/s;
X – constante correspondente à área do tubo (reservatório de água) utilizado, em cm².
R1 e R2 - taxas de infiltração estabilizadas correspondentes a H1 e H2 respectivamente, em
cm/s
H1 e H2 - altura da coluna da água em diferentes medições

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Permeabilidade em furos de sondagem
Medida da vazão, representada pelo volume d’água absorvido ou retirado, durante um intervalo
de tempo, em função da aplicação de diferentes pressões induzidas por colunas d’água, resultante
da injeção ou da retirada (bombeamento) de água do furo.

Retira-se ou injeta-se determinado


volume de água na cavidade e
registram-se as variações do nível
piezométrico no furo de sondagem
ao longo do tempo.

● S é a área transversal do furo de


sondagem
● H é o nível piezometrico
● T é o tempo
● C é coeficiente de forma relativo
à cavidade

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áreas de empréstimo e materiais
✗ No projeto de terraplanagem o material retirado
do corte pode ser usado para a confecção dos
aterros, como compensação de massa. Caso a
quantidade ou qualidade do solo não seja
adequada, o material do aterro será coletado de
locais conhecidos como empréstimo. Em situações
em que sobre material do corte, esse será lançado
como bota-fora.

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Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

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PERGUNTAS?
⊷ Profa.Bruna Silveira Lira
⊷ bruna.lira@ufpi.edu.br

70
COMPACTA
ÇÃO DE
SOLOS
Visa melhorar suas características, não só
quanto à resistência, mas também nos
aspectos: Permeabilidade,
COMPACTAÇÃO do solo é o processo manual ou compressibilidade, etc ...
mecânico que tem por objetivo a redução de seu
volume de vazios pela expulsão do ar, e, assim,
aumentar sua resistência tornando-o mais estável.

72
Os fundamentos da compactação de solos foram desenvolvidos por
Ralph Proctor que, na década de 20, postulou ser a compactação uma
função de quatro variáveis:
● Peso específico seco;
● Umidade;
● Energia de compactação;
● Tipo de solo (solo grosso,solo fino,etc.)

•Aplicação: em diversas obras de engenharia

-Aterros para diversas utilidades;

- as camadas constitutivas dos pavimentos;

- construção de barragens de terra; etc.

OBS: o tipo de obra e de solo disponível vão ditar o processo de compactação a ser
empregado, a umidade em que o solo deve ser compactado e a densidade a ser
73
atingida.
Proctor em 1933, mostrou que aplicando-se uma certa energia de compactação, a
massa específica resultante é função da umidade em que o solo estiver.
● Quando se compacta com umidade baixa, o atrito entre as partículas é muito
alto e não se consegue uma significativa redução dos vazios.
● Quando se compacta com umidade alta, a água provoca um certo efeito de
lubrificação entre as partículas, que deslizam entre si, acomodando-se num
arranjo mais compacto.
O objetivo principal da compactação é obter um
solo, de tal maneira estruturado, que possua e
mantenha um comportamento mecânico
adequado ao longo de toda vida útil da obra.

74
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
Em 1933, o Eng. Norte americano Ralph Proctor
postulou os procedimentos básicos para a execução
do ensaio de compactação.

● A energia de compactação utilizada na


realização destes ensaios é hoje conhecida
como energia de compactação "Proctor
Normal".

1. Após preparada a amostra de solo, a mesma é


colocada em um recipiente cilíndrico com
volume igual a 1000ml e compactada com um
soquete de 2500g, caindo de uma altura de
aproximadamente 30cm, em três camadas com
25 golpes do soquete por camada;
2. Este processo é repetido para amostras de solo
com diferentes valores de umidade, utilizando-
se em média 5 pontos para a obtenção da curva
de compactação.
75
De cada processo pega-se pequena amostra e determina a umidade (w);

Pesa- se a amostra com o cilindro → Pbh – Pmolde = Pamostra

Volume do cilindro é conhecido → V;

у=Pamostra/V;

• Com уd e w, traça-se a curva de

compactação, tendo nas ordenadas os

pesos específicos do solo seco e

nas abscissas os teores de umidade.

76
77
Solos finos precisam de
mais água para atingir
a umidade ótima

78
79
80
81
COMPACTAÇÃO NO CAMPO
• Os princípios que governam a compactação no campo são os mesmos
estabelecidos para os ensaios de laboratório.

• As massas específicas secas máximas são função do tipo de solo, do teor de


umidade e da energia empregada.

• O objetivo principal é proporcionar ao solo, para a energia de compactação


adotada, a maior resistência estável possível.

• Entende-se por estabilidade a manutenção das propriedades por todo o tempo


de vida útil da obra.

A compactação no campo ocorre por meio de esforços de pressão, impacto,


vibração ou por uma combinação destes. De um modo geral os processos de
compactação combinam a vibração com a pressão, já que a vibração utilizada
82 isoladamente tem pouca eficiência.
Compactador Manual
Os compactadores de solo manuais são
ETAPAS DA COMPACTAÇÃO NO CAMPO indicados para compactação de solos em
I - Escolha da jazida ou área de empréstimo; áreas confinadas, tais como: obras de
II - Transporte e espalhamento do solo; saneamento, instalações hidráulicas,
III - Molhagem e homogeneização do solo; elétricas, telefônicas, galerias, etc.
IV - Compactação. Locais onde se torna impossível utilizar-
se outros compactadores.

83
Rolo pé-de-carneiro ● Consta de um tambor oco, no
qual se inserem saliências de
comprimentos de 20 a 25 cm (ou
mais), denominadas patas, e que
ficam em fileiras desencontradas.
● Pressão de contato de 1400 –
7000 kN/m2
● São indicados para efetuar a
compactação de solos coesivos

84
Rolo vibratório ● Ideal para solos não coesivos
● O motor de acionamento da massa
excêntrica vibratória é independente do
que impulsiona o movimento do rolo
● As frequências empregadas oscilam entre
1000 a 4800 ciclos por minuto, sendo mais
utilizadas, em geral, as mais baixas.
● O rendimento é maior a baixas
velocidades de deslocamento, pois a
compactação depende do tempo total em
que as oscilações são aplicadas sobre a
superfície.

85
Rolo Pneumático

86
CONTROLE DA COMPACTAÇÃO

87
Entre 90 e 95%

4 - Caso estas especificações não sejam atendidas, o solo terá de ser revolvido, e uma
nova compactação deverá ser efetuada.
88
5 - Para a determinação da umidade no campo utiliza-se normalmente o umidímetro
denominado "Speedy".
Coloca-se em um recipiente hermeticamente fechado, uma quantidade de solo úmido sob o contato de carbureto de
cálcio. Posteriormente, isso resultará na formação do gás acetileno, que gerará uma pressão interna. Essa pressão
será registrada e por uma tabela de aferição, convertida em teor de umidade do solo.

6 – Para se obter a massa específica aparente seca do solo no campo, após a


compactação pode-se utilizar o método para determinação da massa específica aparente
com o emprego do frasco de areia ou da cravação do cilindro (no caso do solo ser fino)
89
Ensaio – DNER 092/94
Determinação da massa específica aparente “in situ”, com emprego do frasco de areia

Este método usa uma areia preparada


previamente no laboratório para a determinação
do volume do furo realizado na camada de aterro,
e conseqüente determinação da massa específica
seca desta camada.
Ensaio – DNER 092/94
Determinação da massa específica aparente “in situ”, com emprego do frasco de areia

1 - Faz-se um cavidade na camada do solo


compactado, extraindo-se o solo e pesando-o em
seguida.
2 - Para se medir o volume da cavidade, coloca-se
o frasco de areia com a parte do funil para baixo
sobre a mesma e abre-se a torneira do frasco,
deixando-se que a areia contida no frasco encha a
cavidade por completo.
3 - O volume de areia que saiu do frasco é igual
ao volume de solo escavado, de modo que o peso
específico do solo pode ser determinado.
INFLUÊNCIA DA
COMPACTAÇÃO
✗ Permeabilidade
✗ Resistência ao cisalhamento
✗ Compressibilidade

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PERMEABILIDADE
O engenheiro deve prever pressões de água, vazões e, em determinados, é um
desafio obter uma resposta correta.

Na Figura, observa-se uma


situação em que há nível de água
suspenso, nível d’água local e uma
camada mais permeável na qual as
pressões de água não estão regidas
pelo os condicionantes locais, e
sim por uma carga de pressão mais
elevada.

93
Para se determinar as pressões de água e vazões, o engenheiro deve
estabelecer um modelo de fluxo e, a partir deste determinar estas
respostas para o projeto, como mostra a Figura, e eventualmente,
projetar os dispositivos de drenagem.

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