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SANEAMENTO

Estação da BASF em
Ludwigshafen - Alemanha
⬢ Manter todos os sistemas funcionando e coordenar os reparos e substituições
necessários.
⬢ Processam as águas residuais da comunidade para utilizar na diluição das águas
residuais químicas.
⬢ Torna-se compatível com as bactérias do processo, ou seja, os fenóis (OH) em altas
concentrações matariam as bactérias da planta, mas após a diluição, as bactérias são
capazes de degradar esse material.
⬢ Uma ampla gama de sensores, bombas e computadores funciona para esses propósitos.

2
A configuração do sistema elétrico para a instalação de estações de tratamento é
feita nos estágios iniciais de planejamento para o projeto. Conhecimento sobre
os conceitos de configuração do sistema saneamento básico orientam o projetista
em configurações típicas que podem ser aplicáveis ao projeto em questão

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FATOS CHAVE
⬢ Em 2020, 46% da população global (4,2 bilhões de pessoas) não usaram um
serviço de saneamento gerenciado com segurança.
⬢ Mais de 1,7 bilhão de pessoas ainda não contam com serviços de saneamento
básico, como banheiros particulares.
⬢ Destes, 494 milhões ainda defecam ao ar livre, por exemplo, nas sarjetas das
ruas, atrás de arbustos ou em corpos d'água abertos.
⬢ Em 2020, 45% das águas residuais domésticas geradas globalmente foram
descartadas sem tratamento seguro.

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1
Tratamento de água para
consumo humano
● Sequência de ações que visam melhorar as suas características físicas, químicas,
bacteriológicas e radiológicas;
● Água bruta é transformada em água potável;
● A qualidade da água deve sempre satisfazer aos padrões de potabilidade
○ Portaria do Ministério da Saúde – 2.914/2011
■ Critérios físicos, químicos, organolépticos, bacteriológicos e
radiológicos,
■ Define os Valores Máximos Permitidos (VMP) e estabelece a frequência
mínima de amostragens

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Instrumentos para a manutenção da
qualidade dos recursos hídricos
Estabelecimento de classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos
corpos d’água superficiais, além da fixação das condições de lançamento de efluentes:
– Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005.
● classificação dos corpos de água
● diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
● estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes
– Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011.
● complementa e altera a Resolução no 357/2005, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA)
● condições e padrões de lançamento de efluentes.
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Instrumentos para a manutenção da
qualidade dos recursos hídricos
*Clarificação por meio de filtração, desinfecção e correção do pH, quando necessário;
** Coagulação, floculação, desinfecção e correção do pH;
*** Remoção e/ou inativação de constituintes refratários aos processos convencionais.
Classe Tratamento
Especial Desinfecção
1 Tratamento simplificado*
2 Tratamento convencional**
3 Tratamento convencional ou avançado***
4 Navegação e harmonia paisagística
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Estações de Tratamento de Água
(ETA’s)

Componentes de um sistema de abastecimento de água. Fonte: Bezerra e Cheung (2013)

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Processos de uma ETA
● Remoção de substâncias flutuantes ou em
suspensão;
● Remoção de gases dissolvidos;
● Remoção parcial ou total de bactérias e
outros microrganismos;
● Correção de odor e sabor;
● Correção de dureza e controle da corrosão;
● Remoção ou redução de outras presenças
químicas.
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Métodos de tratamento de água
● Sedimentação
1. Os flocos e a água seguem para as bacias de sedimentação.
2. Nessas bacias, a água se move lentamente permitindo que os flocos se depositem
no fundo.
3. Armazenar essa água por algumas horas permitirá a sedimentação de partículas
densas e grandes, como lodo e areia, micróbios e partículas menores.
4. O tempo de sedimentação de 1 a 2 dias ajudará a remover partículas maiores e
micróbios como algas e argila.

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Métodos de tratamento de água
● Desinfecção
○ A desinfecção remove bactérias,
vírus e parasitas causadores de
doenças.
○ O cloro é mais conhecido por
ajudar na desinfecção da água.
Inclui agentes oxidantes que
eliminam instantaneamente todas
as bactérias da água.

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Métodos de tratamento de água
● Filtração
○ A filtração ajuda a remover as partículas à
medida que a água passa por um filtro.
○ Esses filtros são compostos de areia e
cascalho ou antracito triturado.
○ A filtração combina todas as impurezas e
partículas perigosas que flutuam na água.

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Métodos de tratamento de água
● Oxidação
○ Contaminantes inorgânicos são
removidos pelo processo de oxidação
química e auxiliam na remoção de
partículas coaguladas para destruir
compostos causadores de odor e sabor.
○ Os oxidantes são injetados na forma de
líquido ou gás.

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Métodos de tratamento de água
● Adsorção
○ Remove contaminantes orgânicos e inorgânicos da água.
○ Adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma
superfície sólida (o adsorvente).
○ Eles incluem meios estacionários como óxido metálico,
troca iônica e carvão ativado.

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Métodos de tratamento de água
● Coagulação e floculação
○ A coagulação é o processo de adição de sulfato de alumínio a água não
tratada ou bruta.
■ As partículas de sujeira coagulam na água ou ficam grudadas.
■ Os métodos de coagulação incluem compressões de camada iônica,
complexação de superfície e neutralização de carga, coagulação por
varredura e ponte polimérica.
○ A floculação é o que permite que a água coagulada se misture com as
partículas que colidem para formar mais flocos.

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Etapas do tratamento de água

1. Peneiramento: As telas removem grandes


sólidos flutuantes ou suspensos no
processo de entrada para evitar danos aos
equipamentos ou plantas.

2. Aeração: A água torna-se aerada depois


de ter sido exposta para absorver o
oxigênio do ar. Gases solúveis nocivos
como CO2 e sulfeto de hidrogênio são
expelidos por aeração.

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Etapas do tratamento de água

3. Coagulação e Floculação: Produtos


químicos coagulantes são misturados na água
para remover partículas finas remanescentes
suspensas na água.

4. Sedimentação: Grandes flocos que são


espalhados no fundo de um tanque são
decantados pelo processo de sedimentação. O
material acumulado é chamado de lodo que é
levado para destinação adequada após o
processo.

5. Cloração: Cloro é usado para ajudar a


remover microorganismos patogênicos.

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Tipos de estações de tratamento de água

Os tipos de unidade incluídas em


uma ETA dependem:

● Qualidade da água bruta,


● Do porte da cidade,
● Existência de produtos
químicos,
● Custos,
● Mão de obra qualificada

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Geração de subprodutos indesejáveis

– Lodos e as águas de lavagem de filtros, as quais contém a maior parte dos sólidos
separados da água durante o tratamento.
– Aplicações – disposição no solo, fabricação de cimento, fabricação de tijolos, cultivo de
grama comercial, compostagem, solo comercial e plantações de cítricos.

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2
Tratamento de efluentes
industriais
Efluentes líquidos: Despejos líquidos
provenientes de diversas atividades ou
processos.
Origem: doméstica e industrial

Os efluentes domésticos estão cada vez


mais semelhantes aos industriais por
apresentarem microcontaminantes de
difícil remoção nos tratamentos
convencionais.

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Processos de tratamento dos efluentes
líquidos
Os processos podem ser classificados em
físicos, químicos e biológicos
Devido a tais processos não atuarem de forma
isolada, a classificação final será função da
predominância de um determinado processo
unitário

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Processos físicos
Remoção de substâncias fisicamente
separáveis dos líquidos ou que não se
encontram dissolvidas, como a remoção de
sólidos grosseiros, sedimentáveis.
Exemplo: gradeamento, sedimentação, flotação e
filtração.

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Processos químicos
Há a utilização de um produto químico. São
raramente utilizados de forma isolada e, por via
de regra, são selecionados apenas quando os
processos físicos e biológicos não atendem.
Exemplo: coagulação e floculação, precipitação
e oxidação química, adsorção, desinfecção e
neutralização.
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Processos biológicos
A remoção de contaminantes se dá por meio
de atividade metabólica dos microrganismos.
Exemplo: remoção de matéria orgânica,
nitrificação, desnitrificação, remoção de fósforo,
redução de sulfato, etc.

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Níveis de eficiência do tratamento
dos efluentes líquidos
⬢ Tratamento preliminar: remoção de sólidos grosseiros;
⬢ Tratamento primário: remoção de sólidos sedimentáveis e parte da
matéria orgânica;
⬢ Tratamento secundário: remoção de matéria orgânica (tratamento
biológico);
⬢ Tratamento terciário: remoção de poluentes específicos (nutrientes,
metais, compostos não biodegradáveis, etc) ou remoção complementar
de poluentes;
⬢ Tratamento avançado: remoção de materiais suspensos e dissolvidos
remanescentes, visando a reutilização do efluente. 27
Tratamento Preliminar
⬢ Gradeamento
⬡ Barras paralelas de ferro ou aço carbono, posicionadas transversalmente
ao canal de chegada dos efluentes nas ETE’s.
⬡ Classificação:
⬡ Quanto à capacidade de retenção de sólidos (espaçamento entre
as barras): grade grosseira, média ou fina;
⬡ Quanto ao modelo de instalação: verticalmente, inclinada ou
curvas;
⬡ Quanto à forma de limpeza: manual ou mecanizada;

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Tratamento Preliminar
⬢ Gradeamento

29
Tratamento Preliminar
⬢ Desarenação
A remoção da areia é realizada por meio de sedimentação. Tal
remoção é necessária para:
⬢ Evitar desgaste nos equipamentos e tubulações;
⬢ Evitar o assoreamento da unidade;
⬢ Eliminar ou reduzir a possibilidade de entupimentos em
tubulações,
⬢ tanques, orifícios;
⬢ Facilitar o transporte líquido.

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Tratamento Preliminar
⬢ Decantador primário
⬢ Os efluentes escoam permitindo que os sólidos
em suspensão sedimentem no fundo;
⬢ São obtidas remoções da ordem de 40 a 60% dos
sólidos em suspensão.
⬢ A eficiência pode ser melhorada com a adição de
produtos químicos;

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Tratamento Secundário
Realizado por microrganismos em processos biológicos naturais, sob
condições controladas.
Lagoas de estabilização: constituídas de forma simples onde os esgotos entram
em uma extremidade e saem na oposta. São classificadas quanto ao suprimento
de oxigênio:
⬢ Convencional – O2 é fornecido pelas algas;
⬢ Aeradas artificialmente – O2 é fornecido por aeradores.
Demandam grandes áreas.

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Tratamento Secundário
⬢ Tipos de lagoas de estabilização convencional
⬢ Lagoas anaeróbias
⬡ Usadas antes da outras lagoas para estabilizar rapidamente parte da DBO
(recebe esgoto bruto). A DBO remanescente é removida na lagoa facultativa
ou na aeróbia.
⬢ Lagoas facultativas
⬡ De menor profundidade, há um ambiente aeróbio na camada superior
decorrente da produção fotossintetizante das algas, e anaeróbio na camada
inferior.
⬢ Lagoas de maturação (aeróbias)
⬡ Remoção de patogênicos pela radiação solar, elevado pH e elevado OD. 33
Características Vantagens Desvantagens

Profundidade ideal > 3 m;


Tempo de Detenção Hidráulica Ocupa menos áreas,
Lagoas
(TDH) – 2 a 5 dias; Recebe cargas orgânicas Emana maus odores
anaeróbias
Eficiência – 50 a 70% da remoção elevadas, Baixo custo
da DBO.
Profundidade ideal 1,5 a 3 m; Não produz mau cheiro,
Lagoas TDH – > 20 dias; É eficiente, Recebe carga
Ocupa grandes áreas
facultativas Eficiência – 70 a 90% da remoção orgânica elevada, Baixo
da DBO. custo.
Elevado poder de
Profundidade ideal 0,8 a 1,2 m; desinfecção, Baixíssimo
Lagoas de Alta produção de matéria
TDH – 5 a 10 dias; custo quando comparado
maturação orgânica em suspensão
Eficiência – 70 a 90% da remoção aos processos
(aeróbias) (proliferação de algas).
de coliformes fecais. convencionais de
desinfecção

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3
Tratamento de efluentes
gasosos
Tratamento de efluentes gasosos
⬢ A separação dos contaminantes pode ser efetuada por
diversos mecanismos, empregados isoladamente ou em
conjunto;
⬢ Para as partículas sólidas ou líquidas, o processo é do
tipo físico e não há variação de natureza química;
⬢ Para os gases, o processo pode implicar modificações em
sua natureza.
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Fatores que influenciam a escolha do
coletor de poluentes atmosféricos
⬢ Grau de purificação desejado;
⬢ Custo;
⬢ Concentração, tamanho e distribuição granulométrica das
partículas;
⬢ Propriedades físicas (viscosidade, umidade e densidade) e
químicas dos contaminantes;
⬢ Condições do ar de transporte (temperatura, pressão e umidade);
⬢ Facilidade de limpeza e manutenção.
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Equipamentos de controle de
emissões atmosféricas
⬢ Câmaras de sedimentação
⬢ Ciclones e Multiciclones
⬢ Filtros de manga
⬢ Precipitadores eletrostáticos
⬢ Lavadores de gases

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Câmaras de sedimentação
gravitacional
Câmara de expansão, na qual ocorre a redução da velocidade do
gás até um ponto em que as partículas nele em suspensão são
“capturadas” pela ação da gravidade (sedimentação). Em geral,
quanto maior a partícula, maior a taxa de sedimentação.

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Câmaras de sedimentação
gravitacional
⬢ Vantagens
⬡ Projeto, construção e instalação simples;
⬡ Baixo custo de instalação e de
manutenção;
⬢ Desvantagens
⬡ Baixa eficiência para pequenas
partículas;
⬡ Requer espaço relativamente grande para 40
Ciclones
Os ciclones consistem em um cilindro de
paredes espessas, em que o fluxo de ar é
introduzido tangencialmente. Esse fluxo segue
um trajeto em espiral, formando um vórtice que
impulsiona as partículas sólidas para a parede
externa do cilindro. As partículas são então
coletadas na parte inferior do equipamento e
descartadas.
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Multiciclones
Os multiciclones são uma evolução dos
ciclones, constituídos por vários
ciclones em série.
A eficiência na separação de partículas é
aumentada, uma vez que o fluxo de ar
ou líquido passa por várias fases de
separação.
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Ciclones e Multiciclones
⬢ Vantagens
⬡ Baixo custo de construção e de manutenção;
⬡ Fácil de operar;
⬡ Exige espaço relativamente pequeno para instalação
⬢ Desvantagens
⬡ Baixa eficiência para pequenas partículas;
⬡ Necessidade de segundo coletor;
⬡ Possibilidade de abrasão para determinadas partículas e
determinadas velocidades. 43
Filtros de mangas
Cilindros que permitem a
passagem do ar, enquanto
retêm as partículas sólidas.
Podem ser feitas de tecidos ou
materiais cerâmicos porosos.
Os filtros precisam ser
trocados para que o sistema
não perca o rendimento. 44
Filtros de mangas
⬢ Vantagens
⬡ Proporciona altas eficiências de coleta, chegando a mais de
99,9%;
⬡ Pouco sensível a flutuação de vazão e concentração;
⬡ Operação e manutenção simples;
⬡ Vida útil longa, chega a 20 anos.
⬢ Desvantagens
⬡ Temperatura máxima restringida pelo material da manga;
⬡ Custo de manutenção alto. 45
Precipitadores eletrostáticos
⬢ No precipitador é criado um campo eletrostático que carrega as partículas presentes
nos gases
⬢ Posteriormente são atraídas por placas eletrizadas, ficando presas às mesmas.
⬢ O poluente deve ser suscetível à ionização. Materiais que não respondem a
estímulos elétricos não serão atraídos pelas placas.

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Precipitadores eletrostáticos
⬢ Vantagens
⬡ Pequena perda de carga em comparação com a perda de cargas dos filtros
de mangas;
⬡ Facilidade de limpeza;
⬡ Capacidade de operar com gases quentes;
⬡ Vida útil longa.
⬢ Desvantagens
⬡ Custo alto;
⬡ Exige grandes espaços para a sua instalação;
⬡ Riscos de explosões, quando processa gases ou partículas combustíveis;
⬡ Exige medidas especiais de segurança; 47
Lavadores de gases
⬢ Equipamentos coletores em que o gás
contendo o contaminante entra em contato
com o líquido lavador se agregando ao mesmo
por impactação (caso os contaminantes
sejam partículas) ou por absorção (caso os
contaminantes sejam gasosos).

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Lavadores de gases
⬢ Vantagens
⬡ Controle de partículas adesivas;
⬡ Não possui restrição em relação à temperatura e umidade dos gases;
⬡ Recomendados para controle de substâncias explosivas;
⬢ Desvantagens
⬡ Alto potencial para problemas de corrosão;
⬡ O particulado coletado pode ser contaminada e não reciclável;
⬡ Alto consumo de energia (devido às quedas de pressão do sistema)

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Escolha do coletor

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4
Gerenciamento de resíduos
sólidos
3.1 LEGISLAÇÕES NACIONAIS
Setores industriais deveriam apresentar ao órgão estadual de
meio ambiente informações sobre

Geração,
características,
armazenamento, Reverter a situação
Resolução de ausência de
transporte,
CONAMA nº informações
tratamento,
313/2002 (BRASIL, precisas sobre
reutilização,
2002)
reciclagem, quantidade, tipo e
recuperação e destino dos RS
disposição final
3.1 LEGISLAÇÕES NACIONAIS

Inventário
Nacional dos órgãos IBAMA
Resíduos ambientais

Atualizadas a cada dois anos


3.1 LEGISLAÇÕES NACIONAIS
Política Nacional de Resíduos
Sólidos ( Lei 12305/10)
“material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a
cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível.”

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Divisão dos resíduos sólidos quanto à origem
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Classificação (ABNT NBR 10004:2004)
– Classe I – Perigosos

Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade, Patogenicidade

– Classe II A – Não inertes

Biodegradabilidade, Combustibilidade ou Solubilidade em água

– Classe II B – Inertes

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Classificação de Resíduos segundo a norma ABNT NBR 10004 (ABNT, 2004a)
CONAMA nº 313/2002

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GESTÃO E GERENCIAMENTO
INTEGRADOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Gestão: definição de um conjunto de Gerenciamento: é a realização
normas e diretrizes que regulamentem do que a gestão delibera, através
os arranjos institucionais (identificação da ação administrativa, de
dos diferentes agentes envolvidos e controle e planejamento de todas
seus respectivos papéis), os as etapas do processo.
instrumentos legais e os mecanismos
de financiamento.

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Responsabilidades na gestão e
gerenciamento

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Hierarquia de estratégias de gestão e
gerenciamento de resíduos sólidos
Não Geração Redução Reutilização Reciclagem

Com transformação
Sem transformação Recuperação biológica, física ou físico-
biológica, física ou físico- Energética

Política Nacional química


química

de Resíduos Tratamento

Sólidos
Físico Químico Biológico

Disposição Final

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Gerenciamento de RS

Ações exercidas, direta ou indiretamente, no gerenciamento de Resíduos Sólidos envolve


Os resíduos são recolhidos junto ao gerador e encaminhados para a
1. a coleta destinação final. Quando existe uma segregação prévia de acordo com a
constituição ou composição dos resíduos, tem-se a Coleta Seletiva
2. o transporte (PNRS).
3. o transbordo Os resíduos, uma vez coletados, devem ser transportados até os pontos de
4. o tratamento destinação final, sejam eles as indústrias de reciclagem, os centrais de
tratamento ou os aterros.
5. a destinação final dos resíduos sólidos
6. a disposição final dos rejeitos.

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TRATAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
Técnicas que possibilitam a estabilização e redução de volume dos resíduos.
● Compostagem
● Vermicompostagem
● Remediação
● Incineração Destinação final dos resíduos sólidos
● Aproveitamento energético
● Reciclagem

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TRATAMENTOS

COMPOSTAGEM

Processo de obtenção de
composto orgânico por
meio de tratamento
aeróbico. Este composto
pode ser aplicado ao solo Figura: Tratamento por
para melhorar suas Compostagem (Fonte:
https://marcosbadra.wordpress.com/2012/12/02/compostagem-de-residuos-solido
características. s-organicos-no-brasil/)
Compostagem
Processo de obtenção de composto orgânico por meio de tratamento aeróbico.
As tecnologias de compostagem podem ser divididas em três grupos:

● Processo convencional (Windrow)


○ Os resíduos são dispostos em montes de forma cônica (pilhas de compostagem) ou de forma prismática
com seção triangular (leiras de compostagem).
○ Essas pilhas de resíduo devem ser periodicamente revolvidas e umedecidas para aeração.
● Processo das leiras estáticas aeradas
○ Não há revolvimento: a aeração é conseguida insuflando-se ar pela base da leira. De acordo com
Bidone & Povinelli (2010), isso acelera o processo, mas exige um maior controle das condições da
massa de resíduo.
● Reatores aeróbios
○ Chamados de usinas de compostagem, os resíduos são compostados dentro de cilindros rotativos
horizontais.

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Vermicompostagem
Processo complementar à compostagem que visa a melhorar as características do composto, aumentando
a disponibilização de macro e micronutrientes e produzindo um material mais estável (Bidone &
Povinelli, 2010)

Criação de minhocas

As minhocas fragmentam a matéria


orgânica facilitando o trabalho dos
microorganismos

66
TRATAMENTOS

REMEDIAÇÃO

Empregado em casos de contaminação com poluentes orgânicos, Figura: Tratamento por


Remediação (Fonte:
http://carusoambiental.com.b
hidrocarbonetos de petróleo e derivados, solventes clorados e
r/site/lixao-aterro-
metais pesados. O processo é constituído por três técnicas: controlado- e-aterro-
sanitario/)
1. Biorremediação: introdução de ar e nutrientes no
solo contaminado para o desenvolvimento de
microorganismos.
2. Termorremediação: fornos de queima que provocam a
evaporação dos contaminantes voláteis no solo.
3. Lavagem dos solos.
TRATAMENTOS
CO-PROCESSAMENTO

Figura: Tratamento por


Co-Processamento
(Fonte:http://www.votorantim-cimentos.com.br/Responsabilidade
/residuos.htm)
TRATAMENTOS
INCINERAÇÃO

Consiste no processo de oxidação térmica sob


alta temperatura na qual ocorre a
decomposição da matéria orgânica (resíduo),
transformando-a em uma fase gasosa e outra
sólida. Tem a finalidade de diminuir o volume
ou eliminá-lo. As cinzas devem ser
devidamente dispostas em aterros
industriais quando for constatado resíduo de Figura: Tratamento por
Incineração
alta periculosidade. O resíduo a ser (Fonte:http://www.liberdadeambiental.com.br/incine
incinerado deve ser conhecido devido a r
acao.php)
poluição causada pelos gases gerados, para
que todas as medidas e dispositivos de
controle sejam corretamente acionado.
Aproveitamento Energético
Determinados resíduos podem ser usados para a obtenção de energia na forma de calor, eletricidade ou
combustíveis alternativos

● Reaproveitamento direto, os resíduos são usados diretamente como a fonte de energia, podendo
passar antes por alguns processos simples de tratamento como fragmentação ou moagem.

● Aproveitamento indireto, os resíduos são convertidos por via química ou biológica em outros
materiais, os quais são empregados como fonte de energia.

Ex:. Usinas de cimento, produção de biogás a partir de resíduos orgânicos em biodigestores e a captação
de gás metano de aterros sanitários.

A PNRS admite a recuperação energética, desde que comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e
que esteja implementado um programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo
órgão ambiental competente.
70
TRATAMENTOS
REPROCESSAMENTO

Reaproveitamento de resíduos.
Baseia-se na fusão de resíduos após
reação química, fazendo com que os
produtos obtidos sejam, geralmente,
considerados materiais seguros na
produção de matéria-prima para a
fabricação de outros produtos. Figura: Tratamento por
Reprocessamento
(Fonte:http://trabalhocsta.blogspot.com.br/2013/05/vantagens-e
-
desvantagens-da-reciclagem.html)
DISPOSIÇÃO FINAL

Após a implementação da PNRS, a legislação não admite mais os


lixões como uma forma de disposição final. Eles estão proibidos
e devem ser convertidos em aterros sanitários ou controlados.

● Aterros sanitários - Classe II A


● Aterros de resíduos industriais - Classe I Perigosos
● Aterros de inertes - Classe II B

72
Aterros sanitários
Obra de engenharia que possibilita o confinamento dos resíduos, minimizando os riscos à saúde pública e os
impactos ambientais negativos.

● Dentro do aterro, os resíduos são biodegradados em condições de anaerobiose.


● Esse processo tem como vantagens a estabilização, a longo prazo, dos resíduos e uma ligeira diminuição no
seu volume.
● Porém, tal processo gera produtos líquidos (lixiviado, conhecido popularmente como chorume) e gasosos,
que escapam da massa de resíduo.

Para que os impactos sejam os mínimos possíveis, há uma série de requisitos a serem seguidos na construção e
operação de um aterro sanitário, tais como: divisão em células, compactação dos resíduos, cobertura, sistema e
impermeabilização, sistemas de drenagem e tratamento para líquidos e gases, monitoramento geotécnico e
ambiental, entre outros. (Boscov, 2008)

73
Aterros sanitários
Critérios de projeto

(a) seleção do local,

(b) projeto global e componentes do sistema,

(c) materiais empregados

(d) operação, monitoramento e o

(e) planejamento para o fechamento

(f) planejamento pós-fechamento do aterro.

74
Aterros sanitários
a) Segmentação por células

Segmentar em células significa isolar volumes discretos de resíduos em unidades separadas por barreiras
impermeáveis. As células são vedadas no topo para inibir a infiltração da água e o volume percolado é orientado
para um sistema de coleta. A segmentação em células auxilia no controle de migração do percolado, evitando a
contaminação de áreas adjacentes.

b) Revestimento de fundo

O revestimento de fundo visa a proteção ambiental, tendo a função de impedir a percolação do efluente gerado no
interior do aterro para o subsolo, através da retenção ou atenuação contaminantes suspensos ou dissolvidos no
percolado para o subsolo e lençol freático. É constituído por sistemas de impermeabilização e drenagem.

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76
Aterros sanitários
c) Drenagem de gases formados na massa dos resíduos

A degradação da matéria orgânica presente nos resíduos gera gases (composto na maior parte de metano e gás
carbônico) que são conduzidos por drenos verticais e horizontais instalados no interior da massa de resíduos, até a
superfície do aterro, onde podem ser podem ser aproveitados para a geração de energia ou queimado (créditos de
carbono).

d) Dimensionamento de coberturas

O “controle” da infiltração das águas pluviais para a massa de resíduos, assim como do escape do gás gerado pode
ser feita com a aplicação de coberturas sobre o aterro de RSU. Estas podem ser compostas por uma ou várias
camadas de diferentes materiais (solos, resíduos não reativos e geossintéticos). O dimensionamento de sistemas de
cobertura baseia-se nas propriedades de solo não saturados e nas condições climáticas do local.

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78
Aterros sanitários
e) Dimensionamento de sistemas para coleta do escoamento superficial

O sistema de coleta das águas pluviais objetiva controlar a erosão das camadas cobertura e consequentemente
manter a integridades das mesmas. O dimensionamento é feito a partir dos registros pluviométricos e da estimativa
do coeficiente de escoamento superficial (relação entre a quantidade de água não infiltrada pela quantidade
precipitada).

f) Conhecimento das características hidromecânicas dos resíduos e solos

O conhecimento das propriedades do RSU permite estimar a resistência do maciço, realizar a análise da
estabilidade da massa de resíduos, e depende do desempenho do sistema de drenagem, para controlar a migração
dos percolados e gases e as pressões neutras dentro do maciço.

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Aterros sanitários
Seleção de locais
● Garantir a segurança estrutural e ambiental do depósito a longo prazo;
● Impedir a contaminação do ar, águas superficiais, águas subterrâneas, subsolo, fauna e flora locais;
● Minimizar custos de transporte de resíduos a partir dos pontos de coleta, de desapropriação de terrenos e de
desvalorização de propriedades no entorno;
● Minimizar outros tipos de impactos sociais e econômicos.

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Aterros sanitários
Seleção de locais
Características desejáveis do subsolo que irá abrigar os resíduos pode-se citar:

● baixa permeabilidade em profundidade,


● lençol freático profundo,
● alta capacidade de adsorção,
● capacidade de suporte adequada e homogeneidade.

Características desejáveis do local pode-se citar:

● baixa densidade populacional,


● proximidade da fonte geradora e vias de transporte,
● baixo índice de precipitação,
● pouca declividade e distância razoável a fonte de água potável.
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Aterros de resíduos industriais
Os aterros para resíduos industriais perigosos são construídos de forma análoga aos aterros sanitários. Entretanto,
devem ser executados e operados de modo muito mais criterioso em função do elevado risco ao meio ambiente.

Deve haver sistemas de detecção de vazamentos pela camada de impermeabilização e uma drenagem muito mais
efetiva das águas pluviais (Bidone & Povinelli, 2010).

Muitas vezes, é útil encapsular os resíduos perigosos. Este processo consiste em aplicar reações químicas que
transformam o resíduo em uma forma menos solúvel e menos tóxica, associando-o a polímeros impermeáveis ou
cristais estáveis (Bidone & Povinelli, 2010)

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Aterros de inertes
Estes são aterros principalmente voltados para os resíduos da construção civil.

De acordo com a Resolução 307/2002 do Conama, não basta confinar estes resíduos no menor volume possível,
mas se deve mantê-los segregados e reservados, de modo a possibilitar seu eventual uso futuro.

Ou seja, os aterros de inertes devem funcionar como locais de armazenamento. Deve ser possível uma futura
reutilização da área para outros fins.

Os RCC não podem ser dispostos em aterros sanitários.

Entretanto, podem sim ser usados como material de construção na operação destes, normalmente na pavimentação
das vias de acesso. Para isto, é interessante licenciar uma área anexa ao aterro sanitário para que funcione como
aterro de inertes.

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Dúvidas
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