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24/02/2022

Saneamento II
Aula: 2
Prof. Elias Neto
elias.neto.eab@gmail.com

Fonte das imagens: SESAMM, NOTÍCIA TODO DIA

O que são esgotos sanitários?

Despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de infiltração


e a contribuição pluvial parasitária (NBR 9648 ABNT, 1986)

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Esgoto doméstico

• É o despejo líquido resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas


humanas;

Efluente industrial

• É o despejo líquido resultante de operações e processos industriais, em que a água não


fica incorporada ao produto (ex. águas de lavagem; água constituinte da matéria prima,
após a desidratação). Os efluentes industriais apresentam características peculiares ao
processo industrial que os geram.

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Esgoto sanitário

• É predominantemente doméstico, apresenta características essencialmente orgânicas


com cerca de 99,9% de água e 0,1% de sólidos em dissolução ou em suspensão. (Esse
pequeno teor relativo de sólidos torna o esgoto um líquido com características
hidráulicas similares às da água.)

Água;
99,90%

Sólidos;
0,10%

Efluentes líquidos: características qualitativas

• Características físicas: Associada à presença de sólidos (ex. Turbidez, cor) ou


características ambientais (ex. Temperatura);

• Características químicas: Associada à presença de substâncias orgânicas e inorgânicas


(ex. pH, dureza, matéria orgânica);

• Características biológicas: microrganismos são associados à:

• transformações de matéria nos ciclos biogeoquímicos;

• transmissão de doenças de veiculação hídrica (ex. Cólera)

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Esgoto sanitário: características qualitativas

Constituinte Pedregal Cali Bennekon


(mg/L)
DBO 369 95 231
DQO 727 267 520
Nitrogênio 44 24 45
Orgânico 10 7 -
Amônia 34 17 -
Fósforo total 11 1 18
Sulfato 18 - 15
Cloreto 110 -
Cálcio 110 - 4
Temperatura 26 27 20
Máxima oC
Temperatura 24 24 8
Mínima oC
Fonte: van Handel & Lettinga (1994)

Esgoto sanitário: características quantitativas baseada no


consumo de água

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Efluentes líquidos: Por que afastá-los?

• Minimização De Impacto:
• Estética do ambiente;
• Erosão;
• Interferência nos outros sistemas (vias públicas, etc.);
• Saúde pública

Efluentes líquidos: destinos

• SOLO: fossas sépticas; áreas de “sacrifício”; irrigação (atingem os corpos d’água


subterrâneos – as disposições devem ser controladas) ;

• CORPOS D’ÁGUA NATURAIS : lagoas, rios, oceanos;

• POTENCIAL DOS RECEPTORES: associada à capacidade de retenção (ex.sólidos),


destoxificação (compostos tóxicos) e depuração dos efluentes (matéria orgânica).

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Efluentes líquidos: por que tratá-los?

• MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL:

• Proteção do ambiente, essencialmente da água.

• “ACELERAR” CICLOS BIOGEOQUÍMICOS:

• ciclo entre os meios biótico e abiótico em que ocorre intercâmbio de elementos


químicos (C, N, P, S, etc.) acompanhado de ganhos e perdas de energia.

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Efluentes líquidos: por que tratá-los?


• A atividade antropogênica contribui para introdução de substâncias na água, alterando
sua qualidade e ciclos relacionados.

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos: objetivos

• Corrigir suas características indesejáveis, tornando-os adequados à disposição final ou


reúso.

• As características devem obedecer aos parâmetros de qualidade:

• Lançamento, corpo receptor (Legislação)

• Água de reúso (Qualidade necessária)

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Legislação : Classificação das águas CONAMA (357, 410 e 430)

• Possibilidade de lançamento de esgoto em corpos de água receptores;

• Enquadramento das águas doces para abastecimento doméstico:

• Classe especial: utilização sem prévia ou simples desinfecção

• Classe 1: utilização após tratamento simplificado

• Classe 2: utilização após tratamento convencional

• Classe 3: utilização após tratamento convencional

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Legislação Estadual : Padrões de emissão de efluentes líquidos


Decreto 54.487, de 26/06/09 (Art. 19)

• Art. 19: Se houver sistema público de esgotos, em condições de atendimento, os

efluentes de qualquer fonte poluidora deverão ser nele lançados.

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Legislação Estadual : Padrões de emissão de efluentes líquidos


Decreto 54.487, de 26/06/09 (Art. 19)

• Art.19B: Os efluentes líquidos, exceto os de origem sanitária, lançados nos sistemas


públicos de coleta de esgotos, estão sujeitos a pré-tratamento, que os enquadre no Art.
19A.

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Legislação Estadual : Padrões de emissão de efluentes líquidos


Decreto 54.487, de 26/06/09 (Art. 19)

• Art.19C: Os efluentes líquidos industriais deverão ser segregados,


conforme sua origem e destino:
• Águas pluviais
• Efluentes sanitários e industriais conjuntos ou segregados
• Águas de refrigeração

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos

• Inspirados em fenômenos que ocorrem na natureza;

• Tratamento ocorre em etapas que progressivamente fornecem efluente de melhor


qualidade;

• Procura-se otimizar os processos e minimizar custos;

• Deve-se respeitar as restrições de lançamento e os recursos disponíveis.

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Zonas de autodepuração

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Auto depuração dos corpos receptores e o tratamento


de efluentes líquidos

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Estudos de diluição: Legislação ambiental

• Padrão de lançamento (DBO):

• Concentração ≤ 60𝑚𝑔/𝐿 ou;

• Eficiência de remoção no tratamento ≥ 60% , no caso de esgotos domésticos ou


85% (situação geral);

• Padrão do corpo d’água (Classe 3):

• DBO: concentração ≤ 10mg/L;

• OD: concentração ≥ 4mg/L;

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Estudos de diluição: Aplicação

• Cálculo da DBO após mistura com despejo:


• DBO da mistura:

(𝑄𝑟∗𝐷𝐵𝑂𝑟+𝑄𝑒∗𝐷𝐵𝑂𝑒)
DBO =
𝑄𝑟+𝑄𝑒

• DBO: demanda bioquímica de oxigênio no ponto de mistura (mg/L);


• DBOr: demanda bioquímica de oxigênio do rio (mg/L);
• DBOe: demanda bioquímica de oxigênio do despejo (mg/L);
• Qr: vazão do rio (L/dia);
• Qe: vazão do despejo (L/dia).

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos - níveis

Nível Remoção
Preliminar Sólidos em suspensão grosseiros
Primário Sólidos em suspensão sedimentáveis
Secundário Matéria orgânica dissolvida e finamente
particulada
Terciário Matéria orgânica remanescente
Nutrientes (nitrogênio)
Pós-tratamento Constituintes remanescente (tóxicos, ...)
Sólidos dissolvidos inorgânicos
Organismos patogênicos (desinfecção)

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos - fluxograma

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Sistema de tratamento de efluentes líquidos : concepção

• Função das características do efluente bruto e das desejadas para o efluente tratado;

• Fatores importantes na concepção :


• Características da água residuária;
• Padrões a serem atendidos;
• Segregação e mistura de despejos;
• Adequação das operações de separação: sólido/sólido; sólido/líquido; sólido/gás;
líquido/gás.
• Disponibilidade de área;
• Disponibilidade de recursos ($ e técnico);

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Para pensar ...

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Leitura complementar

• Coleta e transporte de esgoto sanitário (Milton Tomoyuki Tsutiya e Pedro Além Sobrino);
• Instituto Trata Brasil (http://www.tratabrasil.org.br/);

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