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Características Químicas

•Enxofre

O íon sulfato ocorre naturalmente na maioria das águas e


também está presente nas águas residuárias. O enxofre é
necessário na síntese das proteínas e liberado na sua
degradação. O sulfato é reduzido biologicamente sobre
condições anaeróbicas a sulfeto, o qual pode se combinar
com o hidrogênio para formar sulfeto de hidrogênio (H2S).

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Características Químicas

•Gases

Os gases comumente encontrados nas águas residuárias


incluem o nitrogênio(N2), oxigênio (O2), dióxido de carbono
(CO2), sulfeto de hidrogênio (H2S), amônia (NH3) e metano
(CH4). Os três primeiros são gases normalmente
encontrados na atmosfera e estarão presentes em todas as
águas expostas ao ar. Já os três últimos são derivados da
decomposição da matéria orgânica presente nas águas
residuárias e são parâmetros importantes com respeito à
segurança e saúde do trabalhador.

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Características Químicas

•Constituintes Metálicos

Quantidades traços de muitos metais, como cádmio (Cd),


cromo (Cr), cobre (Cu), ferro (Fe), chumbo (Pb), manganês
(Mn), mercúrio (Hg), níquel (Ni) e zinco (Zn) são importantes
constituintes da maiorias das águas. Muitos desses metais
são ainda classificados como poluentes prioritários. A
presença de algum desses metais em excesso irá interferir
em muitos usos benéficos da água por causa de sua
toxicidade. Então, é desejável freqüentemente a medida e
controle da concentração dessas substâncias na água.

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Constituintes Orgânicos

Constituintes orgânicos são normalmente compostos de uma


combinação de carbono, hidrogênio e oxigênio, junto com o
nitrogênio em alguns casos. A matéria orgânica presente nas
águas residuárias consiste tipicamente de proteínas (40 a 60
porcento), carbohidratos (25 a 50 porcento) e óleo e graxas
(8 a 12 porcento). Além desses compostos juntamente com
a uréia, as águas residuárias contêm ainda pequenas
quantidades de uma variedade de compostos orgânicos
sintéticos, com estruturas variando de uma simples molécula
até compostos extremamente complexos.

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Constituintes Orgânicos

•Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

O parâmetro mais usual de medição de poluição orgânica


aplicado à ambas águas, residuárias e superficiais, é a DBO
5 dias (DBO5). Esta determinação envolve a medida do
oxigênio dissolvido utilizada pelos microorganismos na
oxidação da matéria orgânica. A DBO é então empregada na
determinação da quantidade aproximada de oxigênio que
será necessário para oxidar biologicamente a matéria
orgânica presente.

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Constituintes Orgânicos

CURVA DE DBO

DBO (mg/L)
DBO 2º ESTÁGIO
----------------------------------------------------------------------
DBO m
DBOu
-------------------------------------------------------------------------

DBO
5
________

t ( dias)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30

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Constituintes Orgânicos

Matéria não-carbonácea, como a amônia, é produzida


durante a hidrólise das proteínas. É conhecido que um
número de bactérias são capazes de oxidar a amônia a
nitrito e posteriormente a nitrato. As reações generalizadas
são:

Conversão da amônia a nitrito (como pelas Nitrosomonas):


NH3 + 3/2O2  HNO2 + H2O

Conversão do nitrito a nitrato (como pelas Nitrobacter):


HNO2 + 1/2O2  HNO3

A conversão global da amônia a nitrato:


NH3 + 2O2  HNO3 + H2O
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Constituintes Orgânicos

•Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Este teste é também utilizado para medir o conteúdo de


matéria orgânica de águas residuárias e águas naturais. O
oxigênio equivalente da matéria orgânica que pode ser
oxidado é medido usando-se um agente oxidante em meio
ácido (dicromato de potássio).

A DQO em um despejo é, em geral, mais alta do que a DBO,


em virtude da maior facilidade com que grande número de
compostos pode ser oxidado por via química do que por via
biológica.

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Constituintes Orgânicos

Relação DQO/DBO5 baixa:


- a fração biodegradável é elevada;
- provável indicação para tratamento biológico.

Relação DQO/DBO5 elevada:

- a fração inerte (não biodegradável) é elevada;

- se a fração não biodegradável não for importante em


termos de poluição do corpo receptor, possível
indicação para tratamento biológico;

- se a fração não biodegradável for importante em


termos de poluição do corpo receptor, provável
indicação para tratamento físico-químico.
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Constituintes Orgânicos

•Carbono Orgânico Total (COT)

Neste teste, o carbono orgânico é medido diretamente, e


não indiretamente através da determinação do oxigênio
consumido, como nos casos anteriores. COT é um teste
instrumental, e tem se mostrado satisfatório em amostras
com reduzidas quantidades de matéria orgânica. O teste do
COT mede todo o carbono liberado na forma de CO2.

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Técnicas de Tratamento

O tratamento de águas residuárias pode incluir várias


técnicas e pode ser realizado, de maneira a garantir um grau
de tratamento compatível com as condições desejadas pelo
rio. As diversas fases ou graus de tratamento convencional
costumam ser classificados como:

•Tratamento preliminar;

•Tratamento primário;

•Tratamento secundário;

•Tratamento terciário.

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Tratamento Preliminar

Destina-se à preparação dos efluentes para uma disposição


ou tratamento subsequente. As unidades preliminares
podem compreender:

-Grades ou desintegradores;

-Caixas de areia ou desarenadores;

-Tanques de remoção de óleos e graxas;

-Aeração preliminar;

-Tratamento dos gases.

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Tratamento Primário

Além das operações preliminares poderá incluir:

-Decantação primária;

-Precipitação química;

-Digestão dos lodos;

-Disposição sobre o terreno, incineração ou


afastamento dos lodos resultantes;

-Desinfecção;

-Filtros grosseiros.
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Tratamento Secundário

São aqueles que apresentam tratamento biológico:

-Filtração biológica aeróbia;

-Filtração biológica anaeróbia;

-Lodos ativados;

-Reatores anaeróbios.

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Tratamento Secundário

São aqueles que objetivam a remoção de nutrientes e


poluentes específicos:

-Adsorção;

-Troca iônica;

-Osmose Reversa;

-Eletrodiálise.

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Gradeamento

A primeira operação unitária geralmente encontrada nas


estações de tratamento de águas residuárias. Este processo
objetiva remover os sólidos suspensos ou flutuantes
grosseiros que, geralmente, acompanham as águas
residuárias. No canal de entrada de uma estação de
tratamento interpõem-se uma grade de barras com limpeza
manual ou mecânica.

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Gradeamento

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Peneiramento

O peneiramento tem como objetivo principal, a remoção


de sólidos grosseiros com granulometria maior que 0,25
mm. As peneiras podem ser classificadas em estáticas e
rotativas. Estas devem ser usadas principalmente, em
sistemas de tratamento de águas residuárias industriais,
sendo que, em muitos casos, os sólidos separados
podem ser reaproveitados.

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Peneiras Estáticas

Neste tipo de operação o efluente flui na parte superior,


passando pela peneira inclinada, sendo posteriormente
encaminhado para unidade seguinte. Os sólidos fixados na
peneira são empurrados pela força do próprio efluente. Este
tipo de peneira é muito empregado nas indústrias; de
celulose e papel, têxtil, nos frigoríficos, curtumes, fábricas de
sucos, como também na remoção de sólidos suspensos de
esgotos sanitários.

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Peneiras Rotativas

Nesta peneira, o efluente penetra através da parte superior da


peneira, atravessa as fendas, sendo recolhido na caixa inferior.
Os sólidos são removidos por uma lâmina raspadora, sendo
recolhido em um vaso coletor.

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Separação Água-Óleo

Os líquidos, as pastas e demais corpos não miscíveis


com a água, mas que têm peso específico menor, e
portanto tendem a flutuar na superfície, podem ser
retidos por dispositivos muito simples, denominados
caixas de gordura. Os esgotos domésticos possuem
grande quantidade de óleos, graxas e outros materiais
flutuantes. Existe então, a necessidade da remoção
destes materiais para se evitar: obstruções dos
coletores, aderência nas peças especiais das redes de
esgoto, acúmulo nas unidades de tratamento e
principalmente aspectos desagradáveis no corpo
receptor.

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Separação Água-Óleo

Caixas separadoras instaladas em uma indústria de bebidas


(esquerda) e a outra em um posto de serviço (direita).

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Sedimentação

Os sólidos suspensos naturalmente sedimentáveis, os


sólidos suspensos coloidais sedimentáveis após Floculação
química, e ainda, os flocos formados no tratamento
biológicos deslocam-se para o fundo do tanque, por ação da
gravidade, desde que a movimentação da água seja
suficientemente lenta.

Os decantadores são unidades dimensionadas, para que o


líquido tenha uma baixa velocidade, possibilitando assim, a
sedimentação de algumas partículas.

23
Decantadores

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Filtração

Para completar a remoção de SS, processada


em tratamentos biológicos ou químicos, pode-
se efetuar uma filtração usando filtro de areia,
de terra diatomácea, ou mesmo micropeneira.

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Flotação

Trata-se do processo inverso ao da decantação, ou seja, os


sólidos ou líquidos suspensos, devido à densidade menor do
que da água ou a uma pressurização com ar comprimido
seguida de liberação à pressão atmosférica, sobem à
superfície da água no tanque, de onde são removidos.

A flotação é o movimento ascendente de partículas,


provocado pelo aumento das forças de empuxo em relação às
gravitacionais. Essas forças de empuxo são causadas, pela
adesão de bolhas de ar nas partículas sólidas.

26
Flotação

27
Flotação
Flotação com ar disperso

Consiste em introduzir o ar diretamente no líquido, através de


difusores, no fundo do tanque, mantendo-se o líquido à pressão
atmosférica. Este sistema tem baixa eficiência na remoção de
sólidos e óleos, sendo recomendado para remoção de espumas.

Flotação com ar dissolvido

Consiste em receber o efluente em um tanque em que uma


bomba recalca o efluente a um tanque de retenção, enquanto o ar
é aplicado, com controle do valor admissível, na sucção da
bomba. A pressão no tanque de retenção é de 2 a 4 atm,
suficiente para se conseguir a saturação do ar. Faz-se a
introdução de ar no líquido sob pressão, seguido de
despressurização na base do flotador, levando à formação de
bolhas minúsculas.
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Aeração

A aeração das águas residuárias é necessária principalmente


para os processos biológicos de tratamento, como lagoas
aeradas e sistemas de lodos ativados. Ao sistemas aerados
descritos anteriormente necessitam de um suprimento de
oxigênio. Dependendo das características do processo,
diferentes tipos de aeradores podem ser usados.

Vários tipos de aeradores foram desenvolvidos ao longo do


tempo, podendo ser classificados em dois grupos: os aeradores
de superfície ou mecânicos e os submersos. Os primeiros
agitam o efluente para introduzir ar da atmosfera usando pás,
laminas, brochas e sistemas propelentes diversos, enquanto
que os submersos, formadores bolhas, injetam o ar na base do
sistema.
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Aeradores

Esquema de insuflação de ar e aeração mecânica.

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Aeração

Aeradores flutuantes e fíxos.

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Aeração

Difusores de microporos na forma de discos,


tubos, domos e pratos são usualmente feitos
de cerâmica, plástico ou membranas flexíveis
perfuradas embora outros materiais possam
ser usados. Estes equipamentos produzem
bolhas de diâmetro aproximado 1-5 mm em
água limpa, a um dado fluxo de ar por
minuto.(As bolhas ficam normalmente
maiores com o aumento do fluxo.)

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Aeração

Sopradores de ar e malha difusora.

Difusor de membrana tubo.

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Processos Químicos

Os processos usados para tratamento de águas residuárias


no qual o tratamento se consegue por meio de reações
químicas são chamados de processos químicos.

Processos químicos, em conjunto com várias operações


físicas, foram desenvolvidos para um tratamento secundário
completo de águas residuárias brutas, incluindo a remoção
de nitrogênio e fósforo ou ambos. Processos químicos foram
ainda desenvolvidos para remoção de fósforo por
precipitação, e foram designados para serem utilizados em
conjunto com os processos biológicos. Outros processos
químicos foram desenvolvidos para remoção de metais
pesados e para alguns compostos orgânicos específicos.
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Processos Aplicações
Processo oxidativo Remoção de compostos orgânicos refratários
avançado
Coagulação química A desestabilização química de partículas nas águas
residuárias provocada pela agregação durante a
floculação
Desinfecção química Desinfecção com cloro, compostos clorados, bromo e
ozônio.
Controle de crescimento de limo nos esgotos
Controle de odores
Neutralização química Controle do pH
Oxidação química Remoção de DBO, graxas, etc.

Remoção de amônia (NH 4 )
Destruição de microorganismos
Controle de odores nos esgotos, estações elevatórias e
nas estações de tratamento
Remoção de compostos orgânicos resistentes
Precipitação química Remoção de sólidos suspensos totais e DBO em
sedimentadores primários
Remoção de fósforo
Remoção de metais pesados
Tratamento físico-químico
Controle da corrosão devido ao H2S
Estabilização química Estabilização de efluentes tratados

Troca de íons Remoção de amônia (NH 4 ), metais pesados, sólidos
dissolvidos totais
Remoção de compostos orgânicos
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Coagulação Química

A mistura do coagulante e do efluente provoca a hidrolisação,


polimerização e a reação com a alcalinidade, formando
hidróxidos denominados de gel, produzindo, na solução, íons
positivos. Estes íons desestabilizarão as cargas negativas
dos colóides e sólidos em suspensão permitindo a
aglomeração das partículas e, consequentemente, a
formação de flocos.

Os flocos assim formados poderão ser separados da água


através da decantação, flotação ou filtração.

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Coagulação Química

Segundo o Principio de “Hardy-Schulze”, o poder coagulante


de uma substância é função de carga de seu íon ativo” .

Assim, para partículas carregadas negativamente, cátions


com cargas elevadas como o alumínio (Al3+) e o ferro (Fe3+),
são os mais efetivos.

Entre os coagulantes mais utilizados, podemos citar:


Al2(SO4)3 (sulfato de alumínio), FeCl3 (cloreto férrico), NaAlO2
(aluminato de sódio), FeSO4 (sulfato ferroso) e polímeros de
natureza catiônica.

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Coagulação Química

 Formação de gel de hidróxido (insolúvel)

Al2 (SO4 )3.18H2O  3Ca(HCO3 )2  3CaSO4  2Al(OH)3  6CO2  18H2O

2FeCl3  3Ca(HCO3 )2  2Fe(OH)3  3CaCl2  6CO2

FeSO4 .7H 2O  Ca (HCO3 ) 2  Fe(HCO3 ) 2  CaSO4  7H 2O


Fe(HCO3 ) 2  2Ca (OH) 2  Fe(OH) 2  2CaCO3  2H 2O
4Fe(OH) 2  O 2  2H 2O  4Fe(OH)3 
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Precipitação Química

A precipitação química consiste em mudar a solubilidade e tornar


insolúveis algumas, ou todas, as substâncias dissolvidas numa corrente
líquida, alterando-se o equilíbrio químico, com base nos seguintes
procedimentos:

Adição de uma substância que rege quimicamente com a


substância em solução, formando um composto insolúvel;

Adição de uma substância que altera o equilíbrio de solubilidade,


de forma a não mais favorecer a permanência da substância em
solução;

Adição de compostos que reagem entre si formando um


precipitado que irá arrastar ou adsorver a substância a ser
removida (co-precipitação);

Alteração da temperatura de uma solução saturada ou próxima à


saturação para diminuir a solubilidade da substância presente.
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Composto Compostos
químico removidos pH Vantagens Desvantagens
utilizado
Hidróxido de As, Cd, Comumente utilizado O lodo é desidratado facilmente.
lcio (cal) Cr(III), Cu, 9,4 Efetivo Gera um grande volume de lodo.
Fe, Mn, Ni, Econômico Interfere com agentes complexantes
Pb e Zn. quando da estabilização da lama de
hidróxidos. Dosagem excessiva
pode reduzir a qualidade de
efluentes. A lama gerada não é
adequada para a recuperação do
metal.
Hidróxido de As, Cd, 9 a 11 Gera um volume menor Mais caro que o óxido de cálcio;
sódio (soda Cr(III), Cu, de lodo; Requer equipamentos de grande
ustica) Fe, Mn, Ni, Excelente eficiência de porte para a separação dos sólidos,
Pb, Zn, e Ag. neutralização; porque o material precipitado é
O lodo é adequado para muito fino.
a recuperação de metais.
Óxido ou As, Cd, 8 a 9 Efetivo para tratamento Reagente de custo bastante
hidróxido de Cr(III), Cu, de efluentes com baixa elevado;
agnésio Fe, Mn, Ni, concentração de metais Requer uma quantidade de três a
Pb, e Zn. (<50 mg/L); quatro vezes superior à
Pequeno volume de lodo; estequiométrica, para elevar o pH a
Fácil desidratação do valores entre 8 e 9.
lodo.
ulfetos As, Cd, 9 A solubilidade dos Pode gerar gás sulfídrico em
lúveis Cr(III), Fe, sulfetos é menor que a condições ácidas;
(sulfeto de Mn, Pb e Zn. dos hidróxidos; O efluente tratado pode ter sulfeto
dio) Os cromatos não em excesso após o tratamento;
requerem etapa de A formação rápida de precipitado
redução; pode dificultar a precipitação.
Não é afetado pela
maioria dos agentes
quelantes. 40
Precipitação Química do Fósforo

- Reação com FeCl3

Fe 3  PO43  FePO4 

- Reação com Ca(OH)2

3Ca 2   2 PO 43  Ca 3 ( PO 4 ) 2 

- Reação com Al2(SO4)3

Al 3  PO43  AlPO4 

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Oxidação-Redução Química

As reações de oxidação-redução química são aquelas na quais o estado de


oxidação de pelo menos um dos reagentes envolvidos é elevado, e o outro,
reduzido, conforme representa a reação entre o cianeto e o permanganato em
meio alcalino. Na reação, o estado de oxidação do cianeto é elevado de –1 para
+1, ao passo que do permanganato diminui de –1 para –2:

2MnO4  CN   2MnO42   CNO   H 2 O

Embora as reações de oxidação ocorram ao mesmo tempo em que as de redução,


na prática, utilizam-se os termos oxidação ou redução separadamente, de acordo
com o contaminante presente. Quando se utiliza um agente oxidante para reagir
com o contaminante de interesse, por exemplo, diz-se que o processo é de
oxidação e, quando o agente é redutor, diz-se que o processo é de redução.
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Oxidação-Redução Química

OXIDANTE CONTAMINANTE
Ozônio Sulfeto, odores, cianetos, compostos orgânicos
Ar Sulfitos, sulfetos, íons ferrosos (muito lentamente)
Cloro gás Sulfeto, mercaptanas
Cloro gás em meio alcalino Cianeto (CN)
Dióxido de cloro Cianeto, pesticidas (Diquat e Paraquat)
Hipoclorito de sódio Cianeto, chumbo
Hipoclorito de cálcio Cianeto
Permanganato de potássio Cianeto, odores, chumbo
Permanganato Fenol, pesticidas (Diquat e Paraquat), compostos
orgânicos contendo enxofre, formaldeído, manganês.
Peróxido de hidrogênio Fenol, cianeto, compostos contendo enxofre, chumbo.

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Oxidação-Redução Química

COMPOSTOS APLICAÇÃO
Dióxido de enxofre (gases de exaustão);
Sulfitos (bissulfito de sódio, metabissulfito de
sódio, hidrossulfitos de sódio); Cromo hexavalente
Sulfato ferroso;
Zinco metálico em pó.
Borohidreto de sódio Mercúrio, tetralquil chumbo,
prata

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Processos Biológicos

A matéria orgânica solúvel não pode ser


reduzida por processos físicos. Os processos
biológicos de tratamento procuram reproduzir
de forma controlada e compacta os
mecanismos bioquímicos de decomposição
orgânica existentes na natureza. Os
tratamentos biológicos podem ser aeróbios ou
anaeróbios. A seguir são apresentados os tipos
de processos biológicos aeróbios em função de
suas características.
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Lodo Ativado

Esse processo consiste em um tanque de aeração,


por onde passa a água residuária que se mistura com
lodo ativo reciclado e recebe a quantidade de
oxigênio necessária ao metabolismo bacteriano, seja
pela agitação provocada por uma aerador mecânico
superficial, seja pela insuflação de ar comprimido ou,
mesmo, oxigênio puro. Segue-se, então, a
decantação, também chamada clarificação, onde os
flocos biológicos se sedimentam e são recirculados
ao tanque de aeração.

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Lodo Ativado

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Lodo Ativado

A biomassa é separada no decantador secundário devido à sua


propriedade de flocular e de sedimentar. Tal se deve à produção de
uma matriz gelatinosa, que permite a aglutinação das bactérias,
protozoários e outros microrganismos, responsáveis pela remoção da
matéria orgânica, em flocos macroscópicos. Os flocos possuem
dimensões bem superiores às dos microrganismos, individualmente, o
que facilita sua sedimentação

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Sistema Convencional

No sistema convencional, para se economizar energia para a


aeração e reduzir o volume do reator biológico, parte da
matéria orgânica (em suspensão, sedimentável) dos esgotos é
retirada antes do tanque de aeração, através do decantador
primário. Assim, os sistemas de lodos ativados convencional
têm, como parte integrante, também o tratamento primário.

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Aeração Prolongada

Caso a biomassa permaneça no sistema por um período mais


longo, da ordem de 18 a 30 dias (daí o nome aeração
prolongada), recebendo a mesma carga de DBO do esgoto bruto
que o sistema convencional, haverá menor disponibilidade de
alimento para as bactérias. A quantidade de biomassa é maior
que no sistema de lodos ativados convencional, o volume do
reator aeróbio é também maior, e o tempo de detenção do líquido
é em torno de 16 a 24 horas. Portanto, há menos matéria
orgânica por unidade de volume do tanque de aeração e também
por unidade de biomassa do reator. Em decorrência, as bactérias,
para sobreviver, passam a utilizar nos seus processos
metabólicos a própria matéria orgânica biodegradável
componente das suas células. Esta matéria orgânica celular é
convertida em gás carbônico e água, por meio da respiração. Isto
corresponde a uma estabilização da biomassa, ocorrendo no
próprio tanque de aeração. 50
Aeração Prolongada

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Fluxo Intermitente (batelada)

O princípio do processo de lodos ativados com


operação intermitente consiste na incorporação de
todas as unidades, processos e operações
normalmente associados ao tratamento tradicional de
lodos ativados, quais sejam, decantação primária,
oxidação biológica e decantação secundária, em um
único tanque. Utilizando um tanque único, esses
processos e operações passam a ser simplesmente
seqüências no tempo, e não unidades separadas,
como ocorre nos processos convencionais de fluxo
contínuo.

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Fluxo Intermitente (batelada)

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Valo de Oxidação

Desenvolvido pelos holandeses, trata-se de processo muito


semelhante ao de lodo ativado e consiste de um tanque de
aeração na forma de um canal aproximadamente circular,
onde a água residuária é movimentada e aerada por uma
espécie de escova cilíndrica, de eixo horizontal, que gira na
superfície líquida. Sendo análogo ao processo de aeração
prolongada, pode funcionar como decantador de fluxo
intermitente, ou com decantador à parte (de fluxo contínuo).

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Lagoas Aeróbias e Aeradas

Quando não há limitações no tamanho do terreno, é válido


pensar em lagoas artificiais. Dependendo do seu
dimensionamento, podem ser aeróbias, facultativas – se a
camada superior é aeróbia e a inferior anaeróbia – ou
anaeróbias. É possível ainda, introduzir artificialmente
oxigênio mediante aeração e, com isso, aumentar a carga
orgânica aplicada, ou diminuir o tamanho da lagoa. Tem-se
então, a lagoa aerada que, por seu turno, será aeróbia ou
facultativa, dependendo da intensidade da aeração.

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Filtro Biológico

Um tanque geralmente circular, com enchimento de pedra britada


grossa (5 a 10 cm) ou peças de plástico, recebendo lentamente a
água residuária que escorre pelos interstícios até o fundo de
onde é drenada, cria, nas pedras, um limo de bactérias. Esse
limo aproveita a matéria orgânica solúvel, transformando-a em
novas bactérias. Pouco a pouco, as colônias desprendem-se em
flocos, posteriormente removidos no decantador. O suprimento
de oxigênio é feito através do ar, que entra pelo fundo.

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Digestores

A digestão anaeróbia é um processo fermentativo, ao qual


podem ser submetidos diversos tipos de resíduos orgânicos.
Portanto, a própria fossa constitui um digestor. A produção de
biogás no processo exige tanques fechados, em cujo topo é
acumulado e, normalmente, aproveitado como combustível.
Os digestores de lodo podem ser do tipo convencional, alta
carga ou tipo dois estágios.

57
Lagoa Anaeróbia

Dependendo do seu dimensionamento, uma lagoa artificial


poderá funcionar anaerobicamente, conforme se viu
anteriormente.

58
Filtro Anaeróbio

Consiste em um tanque fechado ocupado


parcialmente com pedras ou peças de plástico; a
água residuária entra junto à base, percola esse
espaço e sai pela parte superior; as células retidas
no meio permanecem mais tempo no tanque do que
a massa de água, resultando a eficiência do
processo.

59
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

Esses digestores caracterizam-se pela distribuição da água


residuária junto à base do tanque e a saída do efluente na
parte superior; o lodo concentrado acumula-se até uma
determinada altura, mantida estacionária através de descarte
do excesso; esse lodo é granulado (floculado) e tem elevada
atividade metanogênica; uma abóbada convenientemente
construída permite o recolhimento do biogás produzido.
BIOGÁS

EFLUENTE

ESGOTO

GRADE CAIXA DE
AREIA
granulado
Lodo

Excesso
de lodo

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Tratamento Terciário

O tratamento terciário ou avançado tanto pode


designar uma conjugação de diversos processos
visando uma depuração maior do efluente, como
referir-se a um processo específico não
convencional.

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Adsorção

Micropoluentes orgânicos resistentes à ação


biológica são removidos por adsorção em carvão
ativado, que pode ser adicionado em pó ou
granulado (100 a 200 mg/L).O uso do carvão em pó
pode exigir filtração ou floculação e decantação. A
preparação ou regeneração do carvão ativado é feita
com vapor a 9000C.

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Troca Iônica

Teores indesejáveis de sólidos dissolvidos causados por


condições naturais, poluição ou reuso continuado, podem ser
reduzidos pelo processo de troca iônica. Íons de determinada
espécie podem ser deslocados de um material de troca
insolúvel (resinas trocadoras) por íons de espécie diferente
em solução. Por exemplo, a dureza de uma água pode ser
reduzida, fazendo-a passar por uma resina de troca catiônica
de sódio, o qual substituirá os íons de cálcio e magnésio da
água dura.

63
Troca Iônica

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Osmose Reversa

Técnica de desmineralização de água é a osmose reversa


que, além disso, remove eventuais micropoluentes orgânicos
dissolvidos. Se um recipiente for dividido por uma membrana
semipermeável (acetato de celulose ou nylon) e um lado
contiver água pura e o outro uma solução, haverá passagem
de água pura a solução com conseqüente diluição. Para que
isso não aconteça, é preciso exercer determinada pressão na
solução (pressão osmótica). Se for aplicada uma pressão
superior, haverá passagem da água da solução para o lado da
água pura, com conseqüente aumento de concentração da
solução. Isto constitui a osmose reversa e pode ser usada
para obter água mais limpa, a partir de uma água residuária.

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Osmose Reversa

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Eletrodiálise

Esse processo permite a remoção de íons da água, aplicando-


se um potencial elétrico através dela. Dessa aplicação resulta
a migração de cátions e ânions para o catodo e anodo,
respectivamente. Colocando-se no meio líquido,
alternadamente, membranas separadoras permeáveis
somente a cátions e somente a ânions, tem-se
compartimentos com soluções mais diluídas e mais
concentradas. Para não afetar as membranas, os sólidos
suspensos devem ser removidos antes.

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