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SANEAMENTO BÁSICO
Profs.: Cristina Ap. V. B. de Sales Oliveira
e Cristiano A. de Carvalho
4 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS
Olá, aluno!
Bons estudos!
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Tabela 4.1 – Níveis de tratamento de esgoto.
De acordo com Von Sperling (2005), o tratamento preliminar de esgoto tem por principal
objetivo remover os sólidos grosseiros, sólidos flutuantes, óleos e graxas, através da
utilização de grades, caixas de areia e tanque de remoção de óleos e graxas. Nesta etapa
inclui-se ainda um dispositivo para medição de vazão, conhecida por calha parshall,
podendo, entretanto, ser utilizados vertedores ou métodos de medição em tubulações
fechadas. Esta etapa de tratamento tem por finalidade proteger os equipamentos de
transporte de efluentes (válvulas, bombas e tubulações) e preservar as unidades
seguintes de possíveis entupimentos e obstruções.
De acordo com Von Sperling (2005), Santos (2017) e Menezes (2017), nesta etapa inicial
de tratamento de esgotos, os dispositivos utilizados são:
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Gradeamento: constituído por grades de ferro ou aço dispostos paralelamente e
espaçadas de forma a impedir a passagem de sólidos grosseiros de dimensões
maiores. Nesta fase há grades grossas, médias e finas, e a remoção dos materiais
indesejáveis pode ser mecânica ou manual.
Caixas de Areia (desarenadores): dispositivo indicado à remoção de substâncias
com características de sedimentação similares à areia. Através do processo de
sedimentação, os materiais mais pesados vão para o fundo do tanque e a matéria
orgânica segue para ser removida nas unidades seguintes. A caixa de areia pode ser
retangular ou quadrada.
Tanque de remoção de óleos e graxas: destinado à remoção de matérias flutuantes,
entre eles os óleos e graxas, que possuem a características de serem imiscíveis com
a água e, portanto, ficam dispersos no efluente.
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Tanques de equalização: são utilizados para equalizar a vazão e concentração do
esgoto para garantir homogeneidade nas características do efluente e melhorar a
eficácia do tratamento.
Coagulação e floculação: consiste na adição de agentes coagulantes (sulfato de
alumínio, cloreto férrico ou outro polímero) para melhorar a eficiência do processo
de sedimentação. A coagulação possibilita a aglutinação e agrupamento de
partículas coloidais de forma a aumentar o seu peso e favorecer a sedimentação. As
partículas aglomeradas se chocam umas com as outras, formando flocos maiores e
posteriormente sedimentam-se, processo este denominado floculação.
Flotação: este processo de separação de sólidos e líquidos é destinado à remoção
de materiais suspensos através da injeção de ar. A substância presente no líquido
adere às bolhas de ar e, devido a uma interação hidrofóbica (ou seja, fobia de água),
esta faz com que a substância se afaste do líquido, causando tensão superficial no
efluente e formação de uma espuma na parte de cima do líquido, que
posteriormente é removida.
Digestão: nesta etapa ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, onde
há redução da carga de organismos patogênicos e redução do volume de matéria no
efluente, que posteriormente é submetida a um processo de adensamento.
Secagem do Lodo: este processo permite uma redução no volume de lodo
possibilitando seu reaproveitamento.
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Os tratamentos secundários mais usuais são: lagoas de estabilização, filtros biológicos,
lodos ativados, tanques sépticos, filtros anaeróbios, reatores UASB. De maneira geral,
de acordo com Santos (2017), a combinação entre tratamento primário e secundário
consegue reduzir em torno de 60% a 99% a concentração de DBO e coliformes.
Lagoa Facultativa
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Segundo Von Sperling (2005), a eficiência na remoção de DBO desta configuração de
lagoa pode variar entre 70% a 90%.
Esta configuração de lagoa pode receber o esgoto bruto ou previamente tratado por
uma lagoa anaeróbia, por exemplo. Na primeira configuração é chamada de lagoa
primária e, na segunda, de lagoa secundária.
𝐋
𝑨=
𝐋𝐬
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O valor correspondente à taxa de aplicação é dado em função da temperatura, latitude,
exposição solar, altitude, entre outros. Para regiões com inverno quente e alta
insolação, considera-se valores de LS em torno de 240 a 350 Kg DBO/ha.d; para inverno
e insolação moderados, adotam-se valores entre 120 a 240 Kg DBO/ha.d; e para
invernos frios e baixa insolação, os valores comumente adotados são 100 a 180 Kg
DBO/ha.d. Existem modelos e equações empíricos que determinam a taxa de aplicação
superficial em função da temperatura média do ar no mês mais frio do ano, como mostra
a equação abaixo. Adota-se este critério por ser uma condição crítica no que se refere à
velocidade das reações bioquímicas.
𝐕
𝒕=
𝐐
Onde:
Q = vazão média afluente (m3/d), que corresponde à média entre a vazão afluente e
efluente
(𝐐𝐚𝐟𝐥 − 𝐐 𝐞𝐟𝐥)
𝑸𝒎𝒆𝒅 =
𝟐
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Em lagoas facultativas primárias adota-se um tempo de detenção hidráulica em torno
de 15 a 45 dias.
Estes dois tipos de regime hidráulicos podem ser adaptados para outras configurações
possíveis, como, por exemplo, reatores de mistura completa em série e fluxo disperso.
Dentre as opções apresentadas, a ordem de eficiência na remoção de DBO é obtida por
lagoa de fluxo em pistão, série de lagoas de mistura completa e lagoa única de mistura
completa.
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Na literatura, os valores usuais de k (20oC) para lagoas primárias (recebendo esgoto
bruto) é de 0,3 a 0,4 d-1, e para as lagoas secundárias (recendo efluente de uma lagoa)
os valores variam entre 0,25 a 0,32d-1.
𝒌𝑻 = 𝒌𝟐𝟎 ∗ 𝜽(𝑻−𝟐𝟎)
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Exemplo 1: Determine a concentração de DBO solúvel efluente (S) utilizando as fórmulas
para os diferentes tipos de regimes hidráulico existentes:
Dados: DBO total afluente: S0 = 250 mg/l, coeficiente de remoção de DBO k = 0,30 d-1
(utilizar em todas as configurações), tempo de detenção hidráulico t = 30 dias,
temperatura do líquido/dia = 20oC.
Fluxo em Pistão:
𝐒𝐨 𝟐𝟓𝟎
𝐒= 𝐭 = = 𝟖, 𝟐𝟔 𝐦𝐠/𝐥
𝟑𝟎
(𝟏 + 𝐤 ∗ 𝐧)𝐧 (𝟏 + 𝟎, 𝟑𝟎 ∗ 𝟐 )𝟐
𝐒𝐨 𝟐𝟓𝟎
𝐒= = = 𝟐𝟓 𝐦𝐠/𝐥
(𝟏 + 𝐤 ∗ 𝐭) (𝟏 + 𝟎, 𝟑𝟎 ∗ 𝟑𝟎)
(𝐒𝐨 − 𝐒) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝐄=
𝐒𝐨
Fluxo em Pistão:
Lagoa Anaeróbia-Facultativa
Embora as bactérias anaeróbias possuam uma taxa metabólica mais lenta que as
aeróbias, estas são responsáveis pela redução de DBO em torno de 50% a 70%,
favorecendo a próxima etapa do tratamento. A lagoa facultativa receberá o efluente da
primeira lagoa e, como este foi previamente tratado, poderá ter menores dimensões.
Essa junção das duas lagoas possibilita uma redução de área em torno de 1/3 do que
seria necessário se fosse utilizada apenas a facultativa. Esta configuração foi
primeiramente utilizada na Austrália e por isso recebeu o nome de sistema australiano
(MENDONÇA E MENDONÇA, 2017, p. 249).
𝑳
𝑽=
𝑳𝒗
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O tempo de detenção hidráulico para lagoas anaeróbias-facultativas que recebem
esgotos domésticos varia entre 3 a 6 dias. Porém, para calcular o tempo de detenção
hidráulico após o cálculo do volume da lagoa, utiliza se o equacionamento abaixo, onde,
t = tempo de detenção (d); V= volume da lagoa (m3); Q = vazão média afluente (m3/d).
𝑽
𝒕=
𝑸
Com relação aos parâmetros profundidade e relações comprimento/largura (L/B), esta
configuração de lagoa requer prevalência de condições anaeróbias e, portanto, estas
precisam ser mais profundas que as facultativas. Os valores mais usuais para este tipo
de lagoa concentram-se na faixa de 3,5 a 5,0 m, e a relação comprimento/largura (L/B)
comumente empregada varia entre 1 a 3. Para determinar a eficiência na remoção de
DBO da lagoa, utiliza-se como parâmetro a temperatura média do ar no mês mais frio,
como apresentado na Tabela 4.2.
Temperatura média do ar no
Eficiência
mês mais frio (oC)
10 a 25 2T +20
>25 70
Fonte: Von Sperling, 1996.
Esta configuração requer, após a lagoa anaeróbia, a instalação de uma lagoa facultativa
para complementar a remoção da DBO. Neste caso, o cálculo de dimensionamento é
igual ao apresentado no item anterior, apenas o coeficiente de remoção de DBO (k) a
ser utilizado deve ser para lagoas facultativas consideradas secundárias, ou seja, as que
receberam esgoto previamente tratados (os valores de k variam entre 0,25 a 0,32d -1).
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Lagoa Aerada Facultativa
Os aeradores são utilizados para fornecer oxigênio ao sistema, não sendo responsáveis
pela suspensão das partículas presentes que tendem a sedimentar e formar uma
camada de lodo no fundo do tanque. Por esta razão, estas lagoas são denominadas
facultativas, sendo que no final do tanque ocorre a decomposição anaeróbia (ausência
de oxigênio).
𝑷𝒐𝒕
∅=
𝑽
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Com relação à quantidade de oxigênio a ser fornecida ao sistema através dos aeradores
para decompor a matéria orgânica, tem-se a equação a seguir, onde RO corresponde à
quantidade de oxigênio (kgO2/d), a = coeficiente (entre 0,8 a 1,2 kgO2/kg DBO5), Q =
vazão afluente (m3/d), So = concentração de DBO5 total (solúvel + particulada) afluente
(g/m3), S = concentração de DBO5 solúvel (g/m3), 1000 = conversão de unidades (kgg).
(𝑺𝒐 − 𝑺)
𝑹𝑶 = 𝒂 ∗ 𝑸 ∗
𝟏𝟎𝟎𝟎
𝑹𝑶
𝑹𝑬 =
𝟐𝟒 ∗ 𝑬𝑶
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A lagoa de decantação tem um tempo de detenção hidráulico destinado à clarificação
maior ou igual a 1 dia e profundidade em torno de 1,5 metros. Para decomposição do
lodo sedimentado, o tempo não pode ser superior a 2 dias, para evitar proliferação de
algas, e a profundidade maior que 3 metros, para promover as condições anaeróbias
(VON SPERLING, 1996, VON SPERLING, 2005).
Lagoa de Maturação
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Fonte: Von Sperling, 1996 apud Mendonça e Mendonça, 2017, p. 250.
Os filtros biológicos são dispositivos preenchidos com materiais inertes (pedras, britas
ou plástico – materiais sintéticos conhecidos por anéis de rashing que possuem a
vantagem de ser mais leves e possuir maior área superficial), formando um suporte onde
a biomassa responsável pela decomposição do efluente permanece aderida, dando
origem a um meio filtrante (biofilme).
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O efluente passa pelo meio filtrante, e a presença dessa biomassa em contato com o
líquido promove a decomposição da matéria orgânica. Nos filtros biológicos, a passagem
de oxigênio necessária para respiração dos microrganismos é realizada através dos
espaços vazios entre o meio suporte. O esgoto é adicionado ao filtro através de um
sistema de gotejamento por meio de um distribuidor rotativo. A parte líquida escoa pelo
meio suporte e a matéria orgânica é decomposta pela película microbiana formada
neste meio. Este material permanece um período até ser degradado pelos
microrganismos.
Estes dispositivos são recomendados para serem usados após o efluente passar pelos
reatores anaeróbios, e podem ter características distintas e classificados em função da
taxa de aplicação orgânica: filtros biológicos percolados de baixa carga, filtros biológicos
percolados de alta carga, biofiltros aerados submersos e biodiscos.
Embora não seja utilizada a recirculação de efluentes neste tipo de filtro, em algumas
situações faz-se necessário para garantir a porcentagem de umidade mínima para o
biofilme, como por exemplo quando há um menor volume de esgoto afluente. A taxa de
aplicação hidráulica deste tipo de filtro varia em torno de 1 a 4 m3/m2.dia.
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Filtros Biológicos Percolados de Alta Carga
Estes são similares aos de baixa carga, com a diferença que têm capacidade de receber
maior carga de DBO, requerendo, assim, menor área; entretanto, a eficiência de
remoção de matéria orgânica é menor e o lodo deve ser tratado em unidades externas.
Esta tecnologia consiste em um tanque preenchido com material poroso por onde flui o
efluente e o ar. O biofiltro é composto por três fases: a sólida, constituída pelo meio
suporte; a líquida, composta pelo líquido (esgoto); por fim, a fase gasosa, formada pelos
gases produzidos pela atividade biológica.
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Fonte: adaptado de Jordão, 2005.
Biodiscos
Os discos são utilizados para formação de uma película microbiana que tem por objetivo
promover o contato com o esgoto e a aeração do esgoto. Este sistema pode ser
precedido de um decantador primário ou reatores anaeróbios.
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Filtro Anaeróbio – Tanque Séptico
Trata-se de uma tecnologia empregada para tratar baixas vazões de esgoto, sendo
formada por um tanque séptico com o objetivo de remover sólidos em suspensão que,
ao sedimentarem, são submetidos ao processo de digestão anaeróbia no fundo do
reservatório. Este tanque pode ser de câmara única, onde não há separação das zonas
de sedimentação e digestão, ou pode ser de câmaras sobrepostas, nas quais a
sedimentação é realizada na parte superior e o lodo digerido na parte inferior.
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De acordo com Jordão (2005), o reator UASB possui as seguintes características
construtivas:
Câmara de digestão anaeróbia na parte inferior do tanque, por onde o esgoto entra
de forma ascendente. A matéria orgânica permanece um tempo em contato com o
lodo formado nesta parte do reator, dando origem à digestão anaeróbia.
Separador de fases, que delimita as zonas de sedimentação e a câmara de coleta de
gases formados no processo (CH4, e CO2), pois trata-se de digestão anaeróbia.
Zona de transição entre a câmara de digestão e a região destinada à sedimentação.
Zona de sedimentação, onde há acúmulo de sólidos e flocos formados no processo.
Zona de acúmulo de gases, uma vez que há formação de gases que ficam retidos na
parte superior do tanque.
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Fonte: Chernicharo, 2007.
A seguir são apresentados, de acordo com Campos (1999) e Jordão (2005), os principais
parâmetros de controle operacional do reator UASB.
𝑽
𝑻𝑫𝑯 =
𝑸
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Tabela 4.3 – Tempo de Detenção hidráulico em função da temperatura.
𝑸𝒙𝑺
𝑪𝑶𝑽 =
𝑽
𝑸 𝟏
𝑪𝑯𝑽 = =
𝑽 𝑻𝑫𝑯
𝑸 𝑯
𝒗= =
𝑨 𝑻𝑫𝑯
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Profundidade: os reatores devem ter entre 4,0 a 6,0 metros de profundidade,
sendo 2,5 destinado ao compartimento de lodo onde ocorre a digestão anaeróbia, e a
parte destinada a sedimentação de 1,5 metros.
𝑨
𝑵𝒅 =
𝑨𝒅
Zona de decantação: região onde ocorre a separação dos gases, líquidos e sólidos,
localizada na parte superior do reator. Esta separação é necessária para manter o lodo
anaeróbio dentro do tanque de forma a garantir maior tempo de retenção de sólidos. A
separação dos gases gerados no processo da fase líquida promove a sedimentação do
lodo presente. O tempo de detenção hidráulica no decantador varia em torno de 1 a 2
horas.
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O cálculo da produção de lodo nestes reatores é dado pela equação a seguir, onde: Plodo
representa a produção de sólidos no sistema (kgSST/d), Y é o coeficiente de produção
de sólidos no sistema (kgSST/kgDQOapl), que no caso de esgotos domésticos varia entre
0,10 a 0,20 kgSST/kgDQO, e a DQOapl representa a carga de DQO aplicada no reator em
kgDQO/d.
𝑷𝒍𝒐𝒅𝒐 = 𝒀. 𝑫𝑸𝑶𝒂𝒑𝒍
𝑷𝒍𝒐𝒅𝒐
𝑽𝒍𝒐𝒅𝒐 =
𝜸. 𝑪
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para fornecimento de oxigênio, decantador secundário para remoção dos flocos
formados pela massa microbiana, além da estação elevatória de recirculação dos flocos
formados. Este sistema possui uma eficiência de remoção de matéria orgânica na ordem
de 90% a 98%.
O decantador secundário tem por objetivo remover os sólidos não sedimentados nas
etapas anteriores. Os sedimentos são então recirculados para o reator aerado para
contribuir para o processo de digestão.
Segundo Santos (2017), os principais sistemas de lodos ativados podem ser divididos
em: sistema convencional de lodos ativados, aeração prolongada e reatores sequenciais
por batelada.
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Neste sistema a idade do lodo é usualmente da ordem de 4 a 10 dias, a relação A/M na
faixa de 0,25 a 0,50 kgDBO/kgSSV.dia, e o tempo de detenção hidráulica no reator em
torno de 6 a 8 horas. O lodo gerado no processo requer um tratamento complementar,
pois ainda pode conter um elevado teor de matéria orgânica.
Lodos ativados por batelada: a diferença desta configuração é que nos anteriores
o fluxo da entrada de esgoto era contínuo, e no de batelada deve ser intermitente. Esta
configuração compreende todas as unidades anteriores num único reator, constituindo
um reator de mistura completa, dispensando a unidade de decantação.
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4.3 Tratamento Terciário de Esgoto
Desinfecção:
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4.3 Tratamento de lodo de esgoto
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Apresenta como vantagem a redução de custos com transporte, uma vez que tem um
maior volume de lodo que poderá ser levado ao tratamento e ou disposição final. As
vantagens estendem-se: à facilidade no manejo do lodo, ao aumento o poder calorífico,
viabilizando o processo de incineração e, principalmente, à redução do volume de
sólidos a serem descartados em aterros sanitários. Com a redução da umidade, haverá
menor formação de lixiviados.
Outras maneiras empregadas para efetuar a desinfeção dos lodos gerados são: digestão
aeróbia auto térmica, caleação ou estabilização alcalina, que propõe a adição de cal para
aumentar o pH para 12, de forma a reduzir a população microbiana, a pasteurização que
consiste no aquecimento do lodo em torno de 70oC por 30 minutos e secagem térmica.
Disposição final: é para onde deve ser encaminhado após o tratamento do lodo.
Dentre as possibilidades, destacam-se os aterros sanitários, que consistem de valas
compactadas e cobertas com solo. Outra forma de tratamento do lodo é através de
incineração, processo de decomposição térmica via oxidação em que os produtos
gerados são dióxido de carbono e água, e a parte sólida é transformada em cinzas. A
técnica de landfarming consiste na disposição superficial no solo, sendo que na camada
superior a parte orgânica é decomposta, e a parcela inorgânica é fixada ao solo.
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Conclusão
Neste bloco foram apresentadas as principais tecnologias utilizadas nos diferentes níveis
de tratamento de esgoto. Os tratamentos preliminar e primário consistem na remoção
de sólidos grosseiros e suspensos. O tratamento secundário é recomendado para
remoção de matéria orgânica mediante tecnologias que utilizam princípios biológicos
de remoção de substâncias indesejáveis. O tratamento terciário é utilizado
eventualmente, apenas para remoção de poluentes específicos por se tratar de
tecnologias dispendiosas. O lodo gerado nos diferentes processos deverá ser tratado e
disposto adequadamente de forma a assegurar condições de saúde pública e proteção
do meio ambiente.
REFERÊNCIAS
33
NUVOLARI, A. Esgoto Sanitário – Coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 2.
ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2011.
TELLES, D.; COSTA, R. Reúso da água: conceitos, teorias e práticas. São Paulo: Edgard
Blücher, 2007.
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