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TECNOLOGIAS PARA

SANEAMENTO BÁSICO
Profs.: Cristina Ap. V. B. de Sales Oliveira
e Cristiano A. de Carvalho
4 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

Olá, aluno!

Neste bloco serão apresentados os conceitos envolvendo as principais etapas do


tratamento de esgotos domésticos. Abordaremos os tratamentos preliminar e primário,
que consistem na remoção de sólidos grosseiros, seguido do tratamento secundário,
que pode ser realizado com tecnologias que envolvem decomposição aeróbia e
anaeróbia. Por fim, serão apresentadas as principais tecnologias envolvendo o
tratamento terciário, que é recomendado para a remoção de poluentes específicos, bem
como o tratamento dos lodos gerados nos processos.

Bons estudos!

4.1 Tratamento preliminar e primário de esgotos

O sistema de tratamento de esgoto é constituído por operações unitárias em série para


remoção de poluentes presentes nos efluentes. O grau de tratamento a ser utilizado
depende do corpo d’água receptor, da capacidade de autodepuração do recurso hídrico
e das condições estabelecidas pelos instrumentos legais. O sistema de tratamento de
esgoto pode ser dividido em tratamento preliminar, primário, secundário e terciário.

O tratamento preliminar consiste na remoção de sólidos grosseiros; já o primário tem


por objetivo reduzir os sólidos sedimentáveis, e ambos utilizam mecanismos físicos de
remoção de substâncias indesejáveis. No nível secundário tem-se a remoção de sólidos
finos e dissolvidos através de mecanismos biológicos. O terciário nem sempre é utilizado
nas estações de tratamento de esgoto, por ser indicado à remoção de poluentes
específicos ou até mesmo para complementar o tratamento dos níveis anteriores, o que
encarece o processo por se tratar de tecnologias mais dispendiosas.

A Tabela 4.1 apresenta os níveis de tratamento disponíveis e as respectivas substâncias


removidas:

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Tabela 4.1 – Níveis de tratamento de esgoto.

Nível de Tratamento Remoção


Sólidos suspensos e grosseiros e areia.
Preliminar
Sólidos suspensos sedimentáveis.
DBO suspensa (matéria orgânica componente dos
Primário
sólidos suspensos sedimentáveis).

DBO suspensa (matéria orgânica suspensa fina, não


removida no tratamento primário).
Secundário
DBO suspensa (matéria orgânica na forma de sólidos
dissolvidos).
Nutrientes.
Organismos patogênicos.
Compostos não biodegradáveis.
Terciário
Metais Pesados.

Sólidos inorgânicos dissolvidos e sólidos suspensos


remanescentes.

Fonte: Von Sperling (1995) apud Mendonça e Mendonça, 2017, p. 53.

De acordo com Von Sperling (2005), o tratamento preliminar de esgoto tem por principal
objetivo remover os sólidos grosseiros, sólidos flutuantes, óleos e graxas, através da
utilização de grades, caixas de areia e tanque de remoção de óleos e graxas. Nesta etapa
inclui-se ainda um dispositivo para medição de vazão, conhecida por calha parshall,
podendo, entretanto, ser utilizados vertedores ou métodos de medição em tubulações
fechadas. Esta etapa de tratamento tem por finalidade proteger os equipamentos de
transporte de efluentes (válvulas, bombas e tubulações) e preservar as unidades
seguintes de possíveis entupimentos e obstruções.

De acordo com Von Sperling (2005), Santos (2017) e Menezes (2017), nesta etapa inicial
de tratamento de esgotos, os dispositivos utilizados são:

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 Gradeamento: constituído por grades de ferro ou aço dispostos paralelamente e
espaçadas de forma a impedir a passagem de sólidos grosseiros de dimensões
maiores. Nesta fase há grades grossas, médias e finas, e a remoção dos materiais
indesejáveis pode ser mecânica ou manual.
 Caixas de Areia (desarenadores): dispositivo indicado à remoção de substâncias
com características de sedimentação similares à areia. Através do processo de
sedimentação, os materiais mais pesados vão para o fundo do tanque e a matéria
orgânica segue para ser removida nas unidades seguintes. A caixa de areia pode ser
retangular ou quadrada.
 Tanque de remoção de óleos e graxas: destinado à remoção de matérias flutuantes,
entre eles os óleos e graxas, que possuem a características de serem imiscíveis com
a água e, portanto, ficam dispersos no efluente.

O tratamento primário consiste na remoção de sólidos não grosseiros em suspensa


sedimentáveis ou flutuantes através do processo de sedimentação. Considerando que
parte dos materiais presentes no efluente corresponde à matéria orgânica, nesta etapa
ocorre a redução desta pela sedimentação, que implica na diminuição da carga de DBO
favorecendo a próxima etapa do tratamento (o processo secundário). Os processos que
compõem o sistema primário de tratamento de esgoto podem ser divididos em:

 Sedimentação: consiste em remover os sólidos remanescentes da etapa anterior


através da diferença de densidade entre sólido-líquido em tanques de sedimentação
(decantadores). Para obter uma boa redução de sólidos nesta etapa é preciso que a
velocidade do efluente seja lenta para que, através da ação da gravidade, os sólidos
suspensos de maior densidade que o líquido possam sedimentar gradualmente para
o fundo do decantador. O lodo que permanece no final do decantador é removido
periodicamente através de raspadores mecânicos ou sistema de bombeamento. As
substâncias de menor densidade, como óleos e graxas, permanecem na superfície
do líquido, sendo removidos e encaminhados ao tratamento.

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 Tanques de equalização: são utilizados para equalizar a vazão e concentração do
esgoto para garantir homogeneidade nas características do efluente e melhorar a
eficácia do tratamento.
 Coagulação e floculação: consiste na adição de agentes coagulantes (sulfato de
alumínio, cloreto férrico ou outro polímero) para melhorar a eficiência do processo
de sedimentação. A coagulação possibilita a aglutinação e agrupamento de
partículas coloidais de forma a aumentar o seu peso e favorecer a sedimentação. As
partículas aglomeradas se chocam umas com as outras, formando flocos maiores e
posteriormente sedimentam-se, processo este denominado floculação.
 Flotação: este processo de separação de sólidos e líquidos é destinado à remoção
de materiais suspensos através da injeção de ar. A substância presente no líquido
adere às bolhas de ar e, devido a uma interação hidrofóbica (ou seja, fobia de água),
esta faz com que a substância se afaste do líquido, causando tensão superficial no
efluente e formação de uma espuma na parte de cima do líquido, que
posteriormente é removida.
 Digestão: nesta etapa ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, onde
há redução da carga de organismos patogênicos e redução do volume de matéria no
efluente, que posteriormente é submetida a um processo de adensamento.
 Secagem do Lodo: este processo permite uma redução no volume de lodo
possibilitando seu reaproveitamento.

De acordo com Santos (2017), os tratamentos preliminar e primário possibilitam uma


redução de cerca de 60% a 70% da matéria orgânica e 20% a 40% da DBO do efluente
doméstico.

4.2 Tratamento Secundário de Esgoto

O tratamento secundário de esgoto consiste na remoção de substâncias indesejáveis


que não foram removidas nas etapas anteriores, através de tratamento biológico,
mediante reações bioquímicas realizadas por microrganismos. Nesta etapa do
tratamento são removidos tanto a matéria orgânica como também alguns nutrientes
como fósforo e nitrogênio, através da decomposição anaeróbia e aeróbia.

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Os tratamentos secundários mais usuais são: lagoas de estabilização, filtros biológicos,
lodos ativados, tanques sépticos, filtros anaeróbios, reatores UASB. De maneira geral,
de acordo com Santos (2017), a combinação entre tratamento primário e secundário
consegue reduzir em torno de 60% a 99% a concentração de DBO e coliformes.

Segundo Telles (2010), as lagoas de estabilização consistem em tanques escavados no


solo de forma a receberem continuamente o esgoto a ser tratado. Nestas instalações, o
esgoto afluente entra em uma extremidade da lagoa e sai na extremidade oposta. O
efluente permanece um tempo elevado neste reservatório, denominado tempo de
retenção, e, pela ação dos microrganismos, a matéria orgânica é degradada. Esta é
considerada uma tecnologia muito eficiente, simples, de operação e manutenção
barata; entretanto, como requer disponibilidade de grandes áreas, é recomendada para
tratar pequenas vazões de efluentes.

As lagoas de estabilização podem ser facultativas, anaeróbia-facultativa, aerada


facultativa, aerada – decantação e maturação.

 Lagoa Facultativa

Nesta configuração, o tratamento de esgoto ocorre de forma natural, de modo que o


efluente permanece retido um tempo elevado (15 a 20 dias) para que a ação dos
microrganismos degrade a matéria orgânica.

Na superfície da lagoa há predominância de processo aeróbio devido à presença de luz;


já a parte inferior favorece os processos anaeróbios devido à presença de sedimentos
que formam os lodos de fundo. O lodo de fundo se converte em CO2, CH4 e demais
compostos. O processo de decomposição da matéria orgânica dissolvida (que não
sedimenta) é realizado por bactérias facultativas que se desenvolvem tanto em
condições aeróbias quanto anaeróbias. Essas bactérias utilizam a matéria orgânica como
fonte de alimento através do processo de respiração.

Na parte superior da lagoa ocorre o tratamento aeróbio, e o oxigênio é fornecido pelo


processo de fotossíntese realizado pelas algas; por esta razão, as lagoas facultativas são
recomendadas para regiões com maior incidência solar e baixa nebulosidade.

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Segundo Von Sperling (2005), a eficiência na remoção de DBO desta configuração de
lagoa pode variar entre 70% a 90%.

Fonte: Mendonça e Mendonça, 2017, p. 225.

Figura 4.1 – Processo de Estabilização em lagoas facultativas.

Esta configuração de lagoa pode receber o esgoto bruto ou previamente tratado por
uma lagoa anaeróbia, por exemplo. Na primeira configuração é chamada de lagoa
primária e, na segunda, de lagoa secundária.

De acordo com Von Sperling (1996), os critérios de dimensionamento de lagoas


facultativas são:

o Taxa de Aplicação Superficial: a área necessária para o tratamento do efluente é


relacionada com a taxa de aplicação superficial do esgoto, onde: A = Área requerida para
a lagoa (ha), L = Carga de DBO afluente (Kg DBO/d) e Ls = taxa de aplicação superficial
(Kg DBO/ha.d).

𝐋
𝑨=
𝐋𝐬

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O valor correspondente à taxa de aplicação é dado em função da temperatura, latitude,
exposição solar, altitude, entre outros. Para regiões com inverno quente e alta
insolação, considera-se valores de LS em torno de 240 a 350 Kg DBO/ha.d; para inverno
e insolação moderados, adotam-se valores entre 120 a 240 Kg DBO/ha.d; e para
invernos frios e baixa insolação, os valores comumente adotados são 100 a 180 Kg
DBO/ha.d. Existem modelos e equações empíricos que determinam a taxa de aplicação
superficial em função da temperatura média do ar no mês mais frio do ano, como mostra
a equação abaixo. Adota-se este critério por ser uma condição crítica no que se refere à
velocidade das reações bioquímicas.

𝑳𝒔 = 𝟑𝟓𝟎 × (𝟏, 𝟏𝟎𝟕 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟐 × 𝑻)(𝑻−𝟐𝟓)

o Tempo de Detenção Hidráulica: tempo necessário para que os microrganismos


consigam decompor a matéria orgânica. Este parâmetro é dado pela equação abaixo.
Os valores de vazão média de afluente é a média entre a vazão afluente (Qafl) e a efluente
(Qefl). A vazão efluente (Qefl) é determinada em função de fenômenos climáticos, como
a parcela de precipitação que pode se juntar aos líquidos a serem tratados e a
evaporação, que pode ser maior em dias mais quentes e de baixa precipitação. Também
deve ser somada a este parâmetro a parcela de infiltração no solo.

𝐕
𝒕=
𝐐

Onde:

t = tempo de detenção hidráulica

V = volume da lagoa (m3)

Q = vazão média afluente (m3/d), que corresponde à média entre a vazão afluente e
efluente

(𝐐𝐚𝐟𝐥 − 𝐐 𝐞𝐟𝐥)
𝑸𝒎𝒆𝒅 =
𝟐

𝑸𝒆𝒇𝒍 = 𝑸 𝒂𝒇𝒍 + 𝑸 𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒑𝒊𝒕𝒂çã𝒐 − 𝑸 𝒊𝒏𝒇𝒊𝒍𝒕𝒓𝒂çã𝒐 − 𝑸 𝒆𝒗𝒂𝒑𝒐𝒓𝒂çã𝒐)

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Em lagoas facultativas primárias adota-se um tempo de detenção hidráulica em torno
de 15 a 45 dias.

o Profundidade e Relação Comprimento/Largura: a profundidade é necessária para


que ocorra incidência de radiação solar. A profundidade está relacionada ao volume e à
área (H=V/A). Costuma-se adotar valores entre 1,5 a 2 metros. A relação
comprimento/largura (L/B) deve ser fixada entre 2 e 4.

A eficiência da remoção de DBO do esgoto está condicionada ao tipo de regime


hidráulico empregado. Dentre as possibilidades, destacam-se:

 Fluxo em pistão: o fluxo funciona como um êmbolo; as partículas são mantidas


em sua forma primária, permanecendo estacionadas na lagoa por um período
equivalente ao tempo de detenção hidráulico (não ocorrem misturas
longitudinais). Nesta configuração, a relação comprimento/largura é elevada, e
a concentração próxima à entrada da lagoa é diferente da concentração na saída.
 Reatores de mistura completa: ocorre uma homogeneização das partículas em
toda a extensão da lagoa, de forma a favorecer a dispersão do poluente. Esta
configuração apresenta uma menor eficiência na remoção da DBO. Os reatores
de mistura completa são predominantemente quadrados, e a concentração
próxima à entrada é igual à concentração na saída.

Estes dois tipos de regime hidráulicos podem ser adaptados para outras configurações
possíveis, como, por exemplo, reatores de mistura completa em série e fluxo disperso.
Dentre as opções apresentadas, a ordem de eficiência na remoção de DBO é obtida por
lagoa de fluxo em pistão, série de lagoas de mistura completa e lagoa única de mistura
completa.

Dentre as diversas opções, tem-se utilizado principalmente os reatores de mistura


completa, devido à disponibilidade de dados na literatura e à simplicidade dos cálculos
de dimensionamento, como, por exemplo, o coeficiente de remoção de DBO (k), que é
determinado pelo regime hidráulico utilizado.

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Na literatura, os valores usuais de k (20oC) para lagoas primárias (recebendo esgoto
bruto) é de 0,3 a 0,4 d-1, e para as lagoas secundárias (recendo efluente de uma lagoa)
os valores variam entre 0,25 a 0,32d-1.

O valor de K pode ser ajustado em função da temperatura através da equação abaixo,


onde K = coeficiente de remoção de DBO em uma temperatura do líquido de 20 oC, KT =
coeficiente de remoção de DBO em uma temperatura de líquido T qualquer (oC), e θ
representa o coeficiente de temperatura.

𝒌𝑻 = 𝒌𝟐𝟎 ∗ 𝜽(𝑻−𝟐𝟎)

A Figura 4.2 apresenta os cálculos da concentração de DBO efluente para os diversos


tipos de regime hidráulico utilizados, onde: S0 = concentração de DBO total afluente
(mg/L), S = concentração de DBO solúvel efluente (mg/L), K = coeficiente de remoção de
DBO (d-1), t = tempo de detenção total (d), n = número de lagoas em série (-), d = número
de dispersão (adimensional).

Fonte: Von Sperling, 1996.

Figura 4.2 – Equações para o cálculo da concentração de DBO efluente para os


diferentes regimes hidráulicos.

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Exemplo 1: Determine a concentração de DBO solúvel efluente (S) utilizando as fórmulas
para os diferentes tipos de regimes hidráulico existentes:

a) célula de fluxo em pistão,

b) duas células de mistura completa em série,

c) uma célula única de mistura completa.

Dados: DBO total afluente: S0 = 250 mg/l, coeficiente de remoção de DBO k = 0,30 d-1
(utilizar em todas as configurações), tempo de detenção hidráulico t = 30 dias,
temperatura do líquido/dia = 20oC.

Fluxo em Pistão:

𝐒 = 𝐒𝐨 ∗ 𝐞−𝐤∗𝐭 = 𝟐𝟓𝟎 ∗ 𝐞−𝟎,𝟑𝟎∗𝟑𝟎 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟑𝟏 𝐦𝐠/𝐥

Mistura completa em série (2 células):

𝐒𝐨 𝟐𝟓𝟎
𝐒= 𝐭 = = 𝟖, 𝟐𝟔 𝐦𝐠/𝐥
𝟑𝟎
(𝟏 + 𝐤 ∗ 𝐧)𝐧 (𝟏 + 𝟎, 𝟑𝟎 ∗ 𝟐 )𝟐

Mistura completa (1 célula):

𝐒𝐨 𝟐𝟓𝟎
𝐒= = = 𝟐𝟓 𝐦𝐠/𝐥
(𝟏 + 𝐤 ∗ 𝐭) (𝟏 + 𝟎, 𝟑𝟎 ∗ 𝟑𝟎)

A eficiência do sistema é dada pela equação a seguir:

(𝐒𝐨 − 𝐒) ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝐄=
𝐒𝐨

Fluxo em Pistão:

(250 - 0,0031) * 100 / 250 = 99,99%

Mistura completa em série:

(250 - 8,26) * 100 / 250 = 96,7%

Mistura completa célula única:

(250 - 25) * 100 / 250 = 90%


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Como podemos observar pelos resultados obtidos, o sistema de lagoas facultativas que
apresentou maior eficiência na remoção de DBO foi o fluxo em pistão.

 Lagoa Anaeróbia-Facultativa

Esta configuração consiste na junção de lagoas anaeróbias, as quais requerem menores


áreas, porém com profundidade maior em torno de 4 a 5 metros, de forma a impedir a
entrada de oxigênio e favorecendo o processo anaeróbio, seguidas de lagoas
facultativas convencionais.

Embora as bactérias anaeróbias possuam uma taxa metabólica mais lenta que as
aeróbias, estas são responsáveis pela redução de DBO em torno de 50% a 70%,
favorecendo a próxima etapa do tratamento. A lagoa facultativa receberá o efluente da
primeira lagoa e, como este foi previamente tratado, poderá ter menores dimensões.
Essa junção das duas lagoas possibilita uma redução de área em torno de 1/3 do que
seria necessário se fosse utilizada apenas a facultativa. Esta configuração foi
primeiramente utilizada na Austrália e por isso recebeu o nome de sistema australiano
(MENDONÇA E MENDONÇA, 2017, p. 249).

De acordo com Von Sperling (1996), para o dimensionamento desta configuração de


lagoas utilizam-se praticamente os mesmos critérios da configuração anterior: taxa de
aplicação volumétrica, tempo de detenção hidráulico, profundidade e relação
comprimento/largura.

As taxas de aplicação volumétrica de esgoto comumente utilizadas variam em de 0,1 a


0,3 KgDBO5/m3d. O volume da lagoa é determinado pela equação a seguir, onde o V
representa o volume necessário para a lagoa (m3), L= carga de DBO total afluente
(solúvel + particulada) (KgDBO5/d); LV = taxa de aplicação volumétrica (KgDBO5/m3d).

Como trata-se de aplicação volumétrica, há um parâmetro muito importante no


dimensionamento que é carga de DBO. Este parâmetro é determinado pela vazão e a
concentração de DBO (carga = concentração x vazão).

𝑳
𝑽=
𝑳𝒗
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O tempo de detenção hidráulico para lagoas anaeróbias-facultativas que recebem
esgotos domésticos varia entre 3 a 6 dias. Porém, para calcular o tempo de detenção
hidráulico após o cálculo do volume da lagoa, utiliza se o equacionamento abaixo, onde,
t = tempo de detenção (d); V= volume da lagoa (m3); Q = vazão média afluente (m3/d).
𝑽
𝒕=
𝑸
Com relação aos parâmetros profundidade e relações comprimento/largura (L/B), esta
configuração de lagoa requer prevalência de condições anaeróbias e, portanto, estas
precisam ser mais profundas que as facultativas. Os valores mais usuais para este tipo
de lagoa concentram-se na faixa de 3,5 a 5,0 m, e a relação comprimento/largura (L/B)
comumente empregada varia entre 1 a 3. Para determinar a eficiência na remoção de
DBO da lagoa, utiliza-se como parâmetro a temperatura média do ar no mês mais frio,
como apresentado na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Cálculo da eficiência na remoção de DBO em função da temperatura


do ar no mês mais frio.

Temperatura média do ar no
Eficiência
mês mais frio (oC)
10 a 25 2T +20
>25 70
Fonte: Von Sperling, 1996.

Com base na eficiência, determina-se a concentração de DBO efluente à lagoa


anaeróbia, conforme a equação a seguir:

(𝑺𝒐 − 𝑫𝑩𝑶 𝒆𝒇𝒍)


𝑬= ∗ 𝟏𝟎𝟎
𝑺𝒐
𝟏−𝑬
𝑫𝑩𝑶 𝒆𝒇𝒍 = 𝑺𝒐 ∗
𝟏𝟎𝟎

Esta configuração requer, após a lagoa anaeróbia, a instalação de uma lagoa facultativa
para complementar a remoção da DBO. Neste caso, o cálculo de dimensionamento é
igual ao apresentado no item anterior, apenas o coeficiente de remoção de DBO (k) a
ser utilizado deve ser para lagoas facultativas consideradas secundárias, ou seja, as que
receberam esgoto previamente tratados (os valores de k variam entre 0,25 a 0,32d -1).
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 Lagoa Aerada Facultativa

Recomendada para tratamento aeróbio de pequenas dimensões, sendo o oxigênio


disponibilizado através de aeradores. Nesta configuração há a necessidade de energia
elétrica para acionar os dispositivos eletromecânicos, que fornecerão oxigênio ao
sistema para o tratamento do esgoto pelas bactérias aeróbias.

Os aeradores são utilizados para fornecer oxigênio ao sistema, não sendo responsáveis
pela suspensão das partículas presentes que tendem a sedimentar e formar uma
camada de lodo no fundo do tanque. Por esta razão, estas lagoas são denominadas
facultativas, sendo que no final do tanque ocorre a decomposição anaeróbia (ausência
de oxigênio).

Os principais aeradores utilizados são de eixo vertical, que ocasionam um


turbilhonamento na água quando rotacionados. Estes devem ser distribuídos
uniformemente na parte aeróbia da lagoa e, se forem utilizados tanques retangulares,
estes devem ser instalados próximos à entrada do tanque devido à maior demanda de
oxigênio nesta região.

Segundo Von Sperling (1996), os parâmetros utilizados para o dimensionamento desta


lagoa são o tempo de detenção hidráulico, que varia entre 5 a 10 dias, e a profundidade,
onde os valores usuais estão entre 2,5 a 4,0 metros. O coeficiente de remoção (k)
utilizado nesta configuração de lagoa varia entre 0,6 a 0,8 d-1 para DBO solúvel.

A esta configuração adiciona-se a parte de fornecimento de energia. A equação que


representa a energia necessária para acionar os aeradores é dada pela equação abaixo,
onde d representa a densidade de potência (W/m3), Pot é a potência instalada (W) e V
representa do volume do reator (m3). De acordo com Menezes e Mendonça (2017), os
valores usuais de densidade de potência para lagoas aeradas facultativas variam em
torno de 0,75 a 1,50 W/m3.

𝑷𝒐𝒕
∅=
𝑽

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Com relação à quantidade de oxigênio a ser fornecida ao sistema através dos aeradores
para decompor a matéria orgânica, tem-se a equação a seguir, onde RO corresponde à
quantidade de oxigênio (kgO2/d), a = coeficiente (entre 0,8 a 1,2 kgO2/kg DBO5), Q =
vazão afluente (m3/d), So = concentração de DBO5 total (solúvel + particulada) afluente
(g/m3), S = concentração de DBO5 solúvel (g/m3), 1000 = conversão de unidades (kgg).

(𝑺𝒐 − 𝑺)
𝑹𝑶 = 𝒂 ∗ 𝑸 ∗
𝟏𝟎𝟎𝟎

Os requisitos energéticos para acionamento dos aeradores são dimensionados em


função da demanda de oxigênio necessária ao processo. A eficiência de oxigenação (EO)
dada em kO2/kWh varia em torno de 0,55 a 0,65 kgO2/kWh. Dessa forma, a potência
requerida para fornecer oxigênio ao sistema de lagoas aeróbias-facultativas é
representada pela equação a seguir, onde RE corresponde ao requisito energético (kW),
e o número adimensional 24 é utilizado para converter dias para horas (24h/d).

𝑹𝑶
𝑹𝑬 =
𝟐𝟒 ∗ 𝑬𝑶

 Lagoa Aerada – Decantação

Para reduzir o tamanho da área necessária para o tratamento de efluentes utilizando a


lagoa aeróbia, esta configuração permite aumentar o nível de oxigenação do tanque
através da turbulência, que favorece a suspensão de materiais sólidos. Dentre eles, a
matéria orgânica, promovendo a ação das bactérias pelo maior contato entre elas.

O tempo de detenção hidráulico para a lagoa aerada varia em torno de 2 a 4 dias e a


profundidade usual entre 2,5 a 4 metros. Muito embora a eficiência desta configuração
de lagoa seja alta, ainda não é possível o lançamento direto no corpo receptor, pois há
presença de biomassa (massa sólida suspensa) que pode demandar oxigênio do corpo
hídrico receptor, ocasionando degradação da qualidade de água. Como alternativa,
pode-se instalar uma chamada lagoa de decantação, que tem por objetivo promover a
sedimentação desta massa sólida suspensa. A junção destas duas lagoas em série
permite o lançamento do efluente diretamente no corpo hídrico, uma vez que grande
parte deste sólido suspenso foi decantado.

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A lagoa de decantação tem um tempo de detenção hidráulico destinado à clarificação
maior ou igual a 1 dia e profundidade em torno de 1,5 metros. Para decomposição do
lodo sedimentado, o tempo não pode ser superior a 2 dias, para evitar proliferação de
algas, e a profundidade maior que 3 metros, para promover as condições anaeróbias
(VON SPERLING, 1996, VON SPERLING, 2005).

 Lagoa de Maturação

Recomendada para dar polimento ao efluente de outros sistemas de lagoas de


estabilização ou até mesmo de outros processos de tratamento de esgoto, esta lagoa
promove a remoção de organismos patogênicos, sendo uma tecnologia mais simples e
menos dispendiosa do que a cloração.

A lagoa de polimento, que se assemelha à de maturação, é utilizada para tratar os


efluentes dos reatores anaeróbios (reator UASB), uma vez que estes dispositivos não
promovem uma eficiente remoção de DBO. Estas lagoas possuem profundidade menor
para promover alta incidência de radiação solar e, portanto, favorecer a atividade
fotossintética e alta concentração de oxigênio dissolvido para ação efetiva dos
microrganismos. A eficiência de remoção de DBO é de 99,9% (VON SPERLING, 1996).

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Fonte: Von Sperling, 1996 apud Mendonça e Mendonça, 2017, p. 250.

Figura 4.3 – Tipos de Lagoas de Estabilização.

Os filtros biológicos são dispositivos preenchidos com materiais inertes (pedras, britas
ou plástico – materiais sintéticos conhecidos por anéis de rashing que possuem a
vantagem de ser mais leves e possuir maior área superficial), formando um suporte onde
a biomassa responsável pela decomposição do efluente permanece aderida, dando
origem a um meio filtrante (biofilme).

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O efluente passa pelo meio filtrante, e a presença dessa biomassa em contato com o
líquido promove a decomposição da matéria orgânica. Nos filtros biológicos, a passagem
de oxigênio necessária para respiração dos microrganismos é realizada através dos
espaços vazios entre o meio suporte. O esgoto é adicionado ao filtro através de um
sistema de gotejamento por meio de um distribuidor rotativo. A parte líquida escoa pelo
meio suporte e a matéria orgânica é decomposta pela película microbiana formada
neste meio. Este material permanece um período até ser degradado pelos
microrganismos.

O princípio de operação do filtro biológico não é o peneiramento, uma vez que o


material suporte permita a passagem de efluente muito facilmente, o que rege este
tratamento é o meio filtrante constituído de uma película microbiana que se
encarregará de decompor a matéria orgânica.

Estes dispositivos são recomendados para serem usados após o efluente passar pelos
reatores anaeróbios, e podem ter características distintas e classificados em função da
taxa de aplicação orgânica: filtros biológicos percolados de baixa carga, filtros biológicos
percolados de alta carga, biofiltros aerados submersos e biodiscos.

A eficiência do tratamento de efluentes a partir de filtros biológicos depende da área


específica (superfície de contato entre o líquido a ser tratado e o meio suporte)
(NUVOLARI, 2011; JORDÃO, 2005).

 Filtros Biológicos Percolados de Baixa Carga

É baixa a quantidade de DBO tratada em filtro de baixa carga e, portanto, apresenta


menor disponibilidade de alimento para a bactéria, resultando em degradação parcial
do lodo e maior eficiência de remoção de DBO; entretanto, requerem maior área para
tratar os efluentes.

Embora não seja utilizada a recirculação de efluentes neste tipo de filtro, em algumas
situações faz-se necessário para garantir a porcentagem de umidade mínima para o
biofilme, como por exemplo quando há um menor volume de esgoto afluente. A taxa de
aplicação hidráulica deste tipo de filtro varia em torno de 1 a 4 m3/m2.dia.

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 Filtros Biológicos Percolados de Alta Carga

Estes são similares aos de baixa carga, com a diferença que têm capacidade de receber
maior carga de DBO, requerendo, assim, menor área; entretanto, a eficiência de
remoção de matéria orgânica é menor e o lodo deve ser tratado em unidades externas.

Outra diferença nesta configuração de filtro é a recirculação do efluente, com o intuito


de regularizar a vazão durante todo o dia (uma vez que à noite o volume de esgoto a ser
tratado é reduzido), equilibrar a carga afluente e possibilitar um novo contato entre o
meio filtrante e matéria orgânica que não foi tratada. Ao contrato do sistema de lodo
ativado, o que recircula nos filtros biológicos é o efluente e não o lodo gerado no
processo. A taxa de aplicação hidráulica deste tipo de filtro varia em torno de 10 a 60
m3/m2.dia.

 Biofiltros Aerados Submersos

Esta tecnologia consiste em um tanque preenchido com material poroso por onde flui o
efluente e o ar. O biofiltro é composto por três fases: a sólida, constituída pelo meio
suporte; a líquida, composta pelo líquido (esgoto); por fim, a fase gasosa, formada pelos
gases produzidos pela atividade biológica.

O fluxo de ar é no sentido ascendente, enquanto que o efluente pode ser ascendente


ou descendente. Os biofiltros aerados podem ser de preenchimento granular ou de leito
estruturado. O material granular assume o papel de meio filtrante, onde as colônias de
microrganismos ficam aderidas, apresentando como vantagem uma maior área de
contato com o efluente a ser tratado.

Nesta configuração há acumulo de biomassa em suspensão nos meios e, portanto, faz-


se necessária uma lavagem para remoção do excesso de biomassa acumulada, como
mostra a Figura 4.4. O biofiltro aerado estruturado consiste em um meio fixo, como
ocorre nos filtros biológicos, podendo ser de plástico ou brita. Nesta configuração não
há retenção de biomassa em suspensão no meio filtrante e, portanto, não há
necessidade de retrolavagem (VON SPERLING, 2005; JORDÃO, 2005).

19
Fonte: adaptado de Jordão, 2005.

Figura 4.4 – Filtro Biológico.

 Biodiscos

Consiste na utilização de discos espaçados na horizontal que rotacionam lentamente de


forma que uma metade da área superficial do disco fique submersa no efluente e, a
outra, fica exposta à atmosfera. Há a formação de uma camada de biofilme aderida aos
discos e, quando essa camada se torna muito extensa, se desprende do biofilme e
permanece suspensa do meio líquido devido à rotação dos discos.

Os discos são utilizados para formação de uma película microbiana que tem por objetivo
promover o contato com o esgoto e a aeração do esgoto. Este sistema pode ser
precedido de um decantador primário ou reatores anaeróbios.

Após o esgoto passar pelos biodiscos, há a necessidade de permanecer um tempo num


decantador secundário para sedimentação dos sólidos suspensos. Esta tecnologia é
recomendada para tratar esgotos de pequenas comunidades. Devido à limitação do
tamanho dos discos, tem grande eficácia na remoção de DBO. É um sistema dispendioso
e pode apresentar instabilidade.

O tratamento anaeróbio, realizado na ausência de oxigênio, apresenta como vantagem


a menor produção e de lodo e se divide em Filtro Anaeróbio e Reator Anaeróbio de
Manta de lodo, também chamado de Reator UASB.

20
 Filtro Anaeróbio – Tanque Séptico

Trata-se de uma tecnologia empregada para tratar baixas vazões de esgoto, sendo
formada por um tanque séptico com o objetivo de remover sólidos em suspensão que,
ao sedimentarem, são submetidos ao processo de digestão anaeróbia no fundo do
reservatório. Este tanque pode ser de câmara única, onde não há separação das zonas
de sedimentação e digestão, ou pode ser de câmaras sobrepostas, nas quais a
sedimentação é realizada na parte superior e o lodo digerido na parte inferior.

Em complemento ao tanque séptico, o filtro anaeróbio auxilia no processo de


tratamento de efluentes realizando a remoção da DBO. O princípio de funcionamento é
similar ao de filtros anaeróbios, onde há a formação de um meio filtrante em que a
biomassa cresce aderida a um meio suporte. Neste caso, o fluxo do afluente é
ascendente e o filtro permanece submerso para que os espaços vazios fiquem em
contato com o líquido a ser tratado. Como neste dispositivo a carga de DBO é alta e o
sistema é submetido a uma condição anaeróbia, o volume do reator é menor. Esta
configuração apresenta uma menor eficiência na remoção de matéria orgânica se
comparada ao tratamento aeróbio, e ainda há formação de gases que podem causar
maus odores.

 Reatores anaeróbio de manta de lodo – Reator UASB

O reator anaeróbio de fluxo ascendente de manta de lodo, também conhecido por


Reator UASB (upflow anaerobic sludge blanket), consiste em um tratamento anaeróbio
onde a biomassa cresce dispersa no meio líquido e não se adere a um meio suporte,
como nos demais tratamentos. A matéria orgânica a ser tratada forma pequenos
grânulos decorrentes da aglutinação de bactérias, de forma a servir de meio para a
formação de novas bactérias e dar origem ao tratamento.

21
De acordo com Jordão (2005), o reator UASB possui as seguintes características
construtivas:

 Câmara de digestão anaeróbia na parte inferior do tanque, por onde o esgoto entra
de forma ascendente. A matéria orgânica permanece um tempo em contato com o
lodo formado nesta parte do reator, dando origem à digestão anaeróbia.
 Separador de fases, que delimita as zonas de sedimentação e a câmara de coleta de
gases formados no processo (CH4, e CO2), pois trata-se de digestão anaeróbia.
 Zona de transição entre a câmara de digestão e a região destinada à sedimentação.
 Zona de sedimentação, onde há acúmulo de sólidos e flocos formados no processo.
 Zona de acúmulo de gases, uma vez que há formação de gases que ficam retidos na
parte superior do tanque.

O lodo formado na parte inferior do tanque é mantido em suspensão pelo fluxo


ascendente dos esgotos, de forma a promover uma floculação com a formação de uma
camada de grânulos de lodo anaeróbio ativado. O efluente, ao passar por essa camada,
é submetido à ação de bactérias anaeróbias e, portanto, digerido. O líquido é
direcionado a uma zona de decantação localizada na parte superior do tanque, e o lodo
sedimentado, juntando-se ao anteriormente formado, dá origem à mata de lodo
responsável pelo tratamento de novos efluentes, como mostra a Figura 4.5.

O efluente do reator deve ser submetido a um tratamento complementar. O processo


atinge o equilíbrio em torno de cinco meses, a contar do início do funcionamento do
reator, e o excesso de lodo, segundo Costa (2014), deve ser removido periodicamente e
encaminhado à disposição final.

22
Fonte: Chernicharo, 2007.

Figura 4.5 – Reator Anaeróbio de Manta de Lodo (UASB).

A eficiência média de 65% de remoção de DQO e 70% de DQO dependem de controle


operacional de alguns parâmetros, como: tempos de detenção hidráulico, cargas
volumétricas orgânicas e hidráulicas, velocidade ascensional, profundidade do reator,
distribuição do afluente, compartimento de decantação.

A seguir são apresentados, de acordo com Campos (1999) e Jordão (2005), os principais
parâmetros de controle operacional do reator UASB.

 Tempos de detenção hidráulico (TDH): o tempo de detenção hidráulico varia com


a temperatura, porém valores típicos entre 6 a 10 horas são considerados nos projetos.
Em todo caso, o TDH pode ser determinado pela equação a seguir onde V refere-se ao
volume total do reator (m3), Q representa a vazão de efluente (m3/d) e o TDH é o tempo
que o esgoto precisa permanecer no reator em dias.

𝑽
𝑻𝑫𝑯 =
𝑸

23
Tabela 4.3 – Tempo de Detenção hidráulico em função da temperatura.

Temperatura (oC) Tempo médio (h)


15 a 17 > = 10
18 a 21 >=8
22 a 25 >=7
>25 >=6

 Carga volumétrica orgânica (COV): representa a massa de matéria orgânica


aplicada no reator pelo volume do tanque, podendo ser representada pela equação a
seguir, onde COV dado por kgDQO/m3.d é calculado pelo produto da vazão de efluente
(m3/d) pela concentração de substrato afluente (kgDQO/m3) dividido pelo volume do
reator (m3). Valores típicos considerados em projetos de UASB variam e torno de 2,5 a
3,5 kgDQO/m3.d para esgotos domésticos.

𝑸𝒙𝑺
𝑪𝑶𝑽 =
𝑽

 Carga volumétrica hidráulica (CHV): representa o volume de esgotos a serem


tratados diariamente no reator por unidade de volume. É determinada pela equação a
seguir, onde Q é a vazão de efluente (m3/d) e V representa o volume do reator (m3);
também pode ser calculada pelo inverso do tempo de detenção hidráulica.

𝑸 𝟏
𝑪𝑯𝑽 = =
𝑽 𝑻𝑫𝑯

 Velocidade ascensional: deve ser bem dimensionado, pois permite o melhor


contato entre a biomassa e o afluente a ser tratado, garantindo boa eficiência no
processo de decomposição de matéria orgânica. A velocidade ascensional (v) em m/h é
calculada a partir da relação entre a Q- vazão afluente (m3/h) e a A- seção transversal
do reator (m2). Outra forma de determinar a velocidade ascensional é em função da
altura do reator e o TDH, como apresentado na equação a seguir. As velocidades
ascensionais variam em torno de 0,5 a 0,7 m/h para vazões afluentes baixas, de 0,9 a
1,1 para vazões máximas.

𝑸 𝑯
𝒗= =
𝑨 𝑻𝑫𝑯
24
 Profundidade: os reatores devem ter entre 4,0 a 6,0 metros de profundidade,
sendo 2,5 destinado ao compartimento de lodo onde ocorre a digestão anaeróbia, e a
parte destinada a sedimentação de 1,5 metros.

 Distribuição do afluente: a distribuição equitativa do esgoto garante uma melhor


mistura e reduz a incidência de zonas mortas na parte inferior do reator. O efluente é
direcionado ao fundo do reator na zona de leito de lodo através de tubos de distribuição.
Dados experimentais recomendam tubos de distribuição com diâmetros variando em
torno de 75 a 100 mm. O número de distribuidores de esgoto no interior do reator
anaeróbio tipo UASB é fundamental para garantir o bom contato entre o esgoto a ser
tratado e a manta de lodo, onde será realizada a decomposição da matéria orgânica.
Para tanto, é necessário dimensionar corretamente o sistema de distribuição, que é
determinado em função da área da seção transversal do reator e da área de influência
de cada distribuidor, como apresenta a equação a seguir, onde N d = número de
distribuidores, A é a área da seção transversal do reator (m2) e Ad é a área de influência
de cada distribuidor que, no caso de esgotos domésticos, varia em torno de 2,0 a 3,0 m2.

𝑨
𝑵𝒅 =
𝑨𝒅

 Zona de decantação: região onde ocorre a separação dos gases, líquidos e sólidos,
localizada na parte superior do reator. Esta separação é necessária para manter o lodo
anaeróbio dentro do tanque de forma a garantir maior tempo de retenção de sólidos. A
separação dos gases gerados no processo da fase líquida promove a sedimentação do
lodo presente. O tempo de detenção hidráulica no decantador varia em torno de 1 a 2
horas.

A produção de lodo proveniente de tratamento anaeróbio é baixa em relação aos


processos aeróbios, configurando uma grande vantagem deste tipo de tecnologia. A
quantidade de lodo produzido nos reatores UASB varia em torno de 0,15 a
0,20kgSST/kgDQO afluente e, por conta do elevado tempo de residência, possibilita um
alto grau de estabilização, não necessitando de tratamento complementar.

25
O cálculo da produção de lodo nestes reatores é dado pela equação a seguir, onde: Plodo
representa a produção de sólidos no sistema (kgSST/d), Y é o coeficiente de produção
de sólidos no sistema (kgSST/kgDQOapl), que no caso de esgotos domésticos varia entre
0,10 a 0,20 kgSST/kgDQO, e a DQOapl representa a carga de DQO aplicada no reator em
kgDQO/d.

𝑷𝒍𝒐𝒅𝒐 = 𝒀. 𝑫𝑸𝑶𝒂𝒑𝒍

A produção volumétrica é dada pela equação a seguir, onde γ representa a densidade


do lodo (1020 a 1040 kg/m3), C a concentração do lodo (%) e Vlodo a produção
volumétrica do lodo (m3/d).

𝑷𝒍𝒐𝒅𝒐
𝑽𝒍𝒐𝒅𝒐 =
𝜸. 𝑪

Os sistemas de lodos ativados são considerados tratamentos aeróbios, onde a biomassa


cresce em suspensão na parte líquida do fluido, não havendo meio suporte dedicado ao
desenvolvimento de biomassa, que permanece retida em decorrência da recirculação
do lodo. O oxigênio utilizado no processo é fornecido através de aeradores superficiais,
difusores e introdução de oxigênio puro diretamente no reator.

Estes sistemas são recomendados para condições de baixa disponibilidade de área e


para tratar efluentes pós-reatores anaeróbios, sendo que estes vêm substituir os
decantadores primários. Outra vantagem desse sistema é que o efluente possui
melhores características, podendo ser descartado no corpo hídrico; entretanto, como
requer fornecimento de energia e as instalações mecânicas do sistema são complexas,
o custo de operação e manutenção encarece o processo. Outra característica
importante deste tratamento aeróbio é a alta produção de lodo, que precisa ser tratado
para o adequado descarte.

O lodo proveniente dos processos aeróbios é enviado para o interior do reator


anaeróbio de forma a complementar a camada de manta de lodo necessária à
biodigestão da matéria orgânica. Esta tecnologia geralmente é constituída por um
decantador primário que objetiva a remoção de sólidos suspensos, tanque de aeração

26
para fornecimento de oxigênio, decantador secundário para remoção dos flocos
formados pela massa microbiana, além da estação elevatória de recirculação dos flocos
formados. Este sistema possui uma eficiência de remoção de matéria orgânica na ordem
de 90% a 98%.

O decantador secundário tem por objetivo remover os sólidos não sedimentados nas
etapas anteriores. Os sedimentos são então recirculados para o reator aerado para
contribuir para o processo de digestão.

O tempo de retenção celular, também denominado idade do lodo, é definido como a


relação entre a quantidade de lodo biológico existente no reator e a quantidade de lodo
biológico removida por dia. Quanto maior a permanência dos sólidos no sistema, maior
a eficiência do processo, uma vez que a biomassa tem tempo suficiente para decompor
a matéria orgânica.

O parâmetro Alimento / Microrganismos (A/M) é definido como a quantidade de


alimento (DBO) fornecida ao dia por unidade de biomassa do reator, sendo
representado pelo SSV – sólidos suspensos voláteis no tanque de aeração em
kgDBO/kgSSV.dia.

Segundo Santos (2017), os principais sistemas de lodos ativados podem ser divididos
em: sistema convencional de lodos ativados, aeração prolongada e reatores sequenciais
por batelada.

 Lodos ativados convencional: destinado à remoção de sólidos, é constituído por


grades, caixa de areia, decantadores primários, tanque de aeração e decantador
secundário. A matéria orgânica sedimentada no primeiro decantador é removida antes
do fluxo seguir para o tanque de aeração (reator aeróbio). No tanque de aeração o fluxo
de esgoto é continuo e, portanto, o fornecimento de alimentos às bactérias possibilita
o crescimento excessivo das mesmas. Neste caso, faz-se necessária a remoção do
excesso de biomassa formada no tanque, também com o intuito de favorecer a
sedimentação no decantador secundário.

27
Neste sistema a idade do lodo é usualmente da ordem de 4 a 10 dias, a relação A/M na
faixa de 0,25 a 0,50 kgDBO/kgSSV.dia, e o tempo de detenção hidráulica no reator em
torno de 6 a 8 horas. O lodo gerado no processo requer um tratamento complementar,
pois ainda pode conter um elevado teor de matéria orgânica.

 Lodos ativados por aeração prolongada: nesta configuração, a biomassa


permanece um maior período de tempo no tanque (em torno de 18 a 30 dias), de forma
que a disponibilidade de alimento fica reduzida para a mesma carga de DBO afluente.
Entretanto, neste caso, como há maior idade do lodo, o reator possui maior volume e o
tempo de detenção hidráulico varia em torno de 16 a 24 horas. Devido à menor
disponibilidade de alimento, as bactérias utilizam suas próprias matérias orgânicas para
seus processos metabólicos. Esta configuração possibilita a estabilização do lodo no
interior do reator, dispensando um tratamento complementar, desde que não haja
formação excessiva de lodo de outras formas.

Esse sistema dispensa o decantador primário para evitar o tratamento complementar


do lodo gerado nesta unidade. A principal desvantagem é a necessidade de maior
fornecimento de energia no processo.

 Lodos ativados por batelada: a diferença desta configuração é que nos anteriores
o fluxo da entrada de esgoto era contínuo, e no de batelada deve ser intermitente. Esta
configuração compreende todas as unidades anteriores num único reator, constituindo
um reator de mistura completa, dispensando a unidade de decantação.

O processo de decomposição de matéria orgânica no reator por batelada é divido em


etapas: enchimento (entrada de esgoto bruto); reação (aeração e/ou mistura da massa
líquida no interior do reator); sedimentação (separação dos sólidos em suspensão);
descarte do efluente tratado (retirada do esgoto tratado); repouso (remoção do lodo
excedente).

28
4.3 Tratamento Terciário de Esgoto

O tratamento terciário, por ser dispendioso, é utilizado apenas para remoção de


poluentes específicos ou para complementar os tratamentos anteriores. Consiste na
utilização de produtos químicos para remoção de organismos patogênicos, nutrientes
como fósforo e nitrogênio e também indicado para ajuste de cor e turbidez da água. A
seleção da técnica depende dos requisitos de qualidade do afluente almejados e do tipo
de substância deseja-se remover. De acordo com Telles (2010) existem algumas
tecnologias mais avançadas indicadas para remoção de sólidos suspensos, sólidos
dissolvidos, compostos orgânicos e também para realizar a desinfecção dos efluentes.

Remoção de sólidos dissolvidos e salinidade:

 Osmose reversa: o tratamento é realizado através da passagem do efluente a ser


tratado por uma membrana semipermeável, capaz de remover as substâncias
orgânicas e inorgânicas dissolvidas no efluente. Esta técnica também é utilizada
para tratamento de água salina, promovendo a dessalinização.
 Troca iônica: técnica indicada para desmineralizar a água, que consiste na troca de
íons presentes nos poluentes do efluente a ser tratado, e os íons da resina
polimérica que pode ser resina catiônica fracamente ácida ou fortemente ácida e
resina aniônica fracamente básica ou fortemente básica.
 Eletrodiálise: técnica que consiste em separar substâncias através de uma
membrana semipermeável a partir da diferença de potencial elétrico aplicado às
membranas e dos íons presentes no efluentes.

Remoção de Sólidos em Suspensão:

 Macro, microfiltração, ultrafiltração: consiste na passagem do fluxo de efluente


perpendicularmente a um meio filtrante, constituído de areia, carvão, antracito
entre outros elementos. O meio filtrante pode ser único ou múltiplos, e estes
sistemas se aplicam à remoção de substâncias de até 1 micrometro, 0,05 a 10
micrômetro para macro e microfiltração respectivamente. A ultrafiltração é
realizada sob pressões superiores a 145 psi (10 bar) para remoção de sólidos
suspensos de alto peso molecular.
29
 Clarificação: destinada a remover sólidos suspensos através da adição de produtos
químicos responsáveis pela oxidação da matéria orgânica. A formação de
partículas permite que ocorra uma sedimentação dos sólidos.

Remoção de Compostos Orgânicos:

 Ozonização: a ozonização consiste de processos oxidativos avançados (POA’s) que


utilizam o ozônio como agente oxidante e/ou catalisadores (Fe, Mn) na presença ou
não de fonte de irradiação de forma a gerar radicais livres que são altamente
reativos e aptos a estabilizar as substâncias orgânicas presentes nos esgotos.
 Carvão ativado: o carvão ativado possui a característica de adsorver seletivamente
as substâncias orgânicas presentes nos efluentes. A adsorção é um processo de
transferência de massa do tipo sólido-fluido, na qual há atração de forças
intermoleculares fracas entre o adsorvente e as moléculas adsorvidas. O carvão
ativado é uma substância natural com alta porosidade obtendo uma grande área
superficial, o que promove maior contato com o efluente a ser tratado.

Desinfecção:

 Radiação Ultravioleta: processo que consiste em submeter o efluente à radiação


fornecida por lâmpadas especiais e equipamentos a laser. É um mecanismo físico
que promove, por absorção da luz, uma reação fotoquímica capaz de alterar
componentes moleculares essenciais para as funções celulares dos microrganismos
presentes no efluente. As principais vantagens dessa tecnologia são a simplicidade
operacional, a baixa exigência de área de instalação, alta eficiência na remoção de
substâncias indesejadas e a não geração de subprodutos devido a não utilização de
produtos químicos.
 Cloro: é a tecnologia mais empregada na desinfecção de efluentes, que consiste na
adição de cloro para remover os microrganismos patogênicos presentes. O cloro
pode ser aplicado como solução de hipoclorito ou na forma gasosa (hipoclorito de
sódio). Esta substância também é utilizada no tratamento de águas para
abastecimento, de forma a garantir a potabilidade.

30
4.3 Tratamento de lodo de esgoto

O tratamento dos subprodutos gerados nos diferentes processos é essencial para o


tratamento de efluentes. O tratamento do lodo consiste de algumas etapas bem
definidas, como, segundo Von Sperling (2005):

 Adensamento: é um processo físico que consiste na remoção da umidade e,


portanto, na redução do volume através da concentração de sólidos. Essa etapa pode
ser realizada através de adensadores por gravidade, que são similares aos decantadores,
flotadores por ar dissolvido, na qual há introdução de ar em forma de pequenas bolhas
que, em movimento ascensional, tendem a arrastar as partículas de lodo para próximo
da superfície e facilitar a remoção, as centrífugas ou as prensas desaguadoras.

 Estabilização: consiste na remoção de matéria orgânica de forma a amenizar os


maus odores gerados no processo. Os processos de estabilização podem ser de duas
formas: biológica, realizadas por meio de microrganismos que farão a decomposição da
matéria orgânica remanescente no lodo; química, através de oxidação química e
térmica, realizada em recipientes hermeticamente fechados, onde há o fornecimento
de calor para decomposição da fração volátil de matéria orgânica presente no lodo.

 Condicionamento: é a preparação do lodo mediante adição de produtos químicos,


como coagulantes e polieletrólitos, capazes de facilitar o processo de desidratação.
Geralmente é instalado a montante da unidade de desidratação, e os principais
utilizados são: sulfato de alumínio, cloreto férrico, sulfato ferroso e cal virgem.

 Desidratação: permite reduzir a água presente no logo gerado e contribuir para


minimizar seu volume; pode ser realizada através da evaporação e percolação, ou ainda
através de processos mecânicos como filtração, compactação e centrifugação, que
requerem menor área de instalação e em menor tempo. Os processos naturais de
desidratação do lodo são realizados em leitos de secagem, e os processos mecanizados
são realizados em filtros prensa, centrífugas ou prensas desaguadoras.

31
Apresenta como vantagem a redução de custos com transporte, uma vez que tem um
maior volume de lodo que poderá ser levado ao tratamento e ou disposição final. As
vantagens estendem-se: à facilidade no manejo do lodo, ao aumento o poder calorífico,
viabilizando o processo de incineração e, principalmente, à redução do volume de
sólidos a serem descartados em aterros sanitários. Com a redução da umidade, haverá
menor formação de lixiviados.

 Desinfecção: consiste na remoção de organismos patogênicos presentes no lodo, e


não causa riscos à saúde caso a destinação final seja a disposição no solo. Pode ser
realizada através de compostagem, que é um processo aeróbio de decomposição de
matéria orgânica em condições de temperatura, pH, oxigênio, umidade e nutrientes
controladas.

Outras maneiras empregadas para efetuar a desinfeção dos lodos gerados são: digestão
aeróbia auto térmica, caleação ou estabilização alcalina, que propõe a adição de cal para
aumentar o pH para 12, de forma a reduzir a população microbiana, a pasteurização que
consiste no aquecimento do lodo em torno de 70oC por 30 minutos e secagem térmica.

 Disposição final: é para onde deve ser encaminhado após o tratamento do lodo.
Dentre as possibilidades, destacam-se os aterros sanitários, que consistem de valas
compactadas e cobertas com solo. Outra forma de tratamento do lodo é através de
incineração, processo de decomposição térmica via oxidação em que os produtos
gerados são dióxido de carbono e água, e a parte sólida é transformada em cinzas. A
técnica de landfarming consiste na disposição superficial no solo, sendo que na camada
superior a parte orgânica é decomposta, e a parcela inorgânica é fixada ao solo.

32
Conclusão

Neste bloco foram apresentadas as principais tecnologias utilizadas nos diferentes níveis
de tratamento de esgoto. Os tratamentos preliminar e primário consistem na remoção
de sólidos grosseiros e suspensos. O tratamento secundário é recomendado para
remoção de matéria orgânica mediante tecnologias que utilizam princípios biológicos
de remoção de substâncias indesejáveis. O tratamento terciário é utilizado
eventualmente, apenas para remoção de poluentes específicos por se tratar de
tecnologias dispendiosas. O lodo gerado nos diferentes processos deverá ser tratado e
disposto adequadamente de forma a assegurar condições de saúde pública e proteção
do meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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Controlada no Solo. Projeto PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 1999.

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lodo (UASB): uma abordagem concisa - Série Temática: Tecnologias Ambientais:
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Paulo: Edgard Blücher, 2017.

MENEZES; I. S., MENDONÇA, L. C. Avaliação do tratamento preliminar da estação de


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Estabilização, v. 03. Minas Gerais: ABES, 1996.

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