Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SANEAMENTO BÁSICO
Profs.: Cristina Ap. V. B. de Sales Oliveira
e Cristiano A. de Carvalho
3 SISTEMAS DE TRATAMENTO AVANÇADOS DE ÁGUA
Olá, aluno!
Bons estudos!
A Osmose Inversa (OI) força o fluxo de água ir no sentido contrário da osmose natural.
Essa técnica utiliza pressão com intensidade adequada, promovendo a concentração de
substâncias e possibilitando a retirada de bactérias, metais e pigmentos.
3
O processo ocorre com a água de alimentação é pressurizada para o vaso de pressão,
entrando em contato com o primeiro elemento da membrana. A água vai fluindo de
maneira tangencial à superfície da membrana, fazendo com que uma porção de água
passe para dentro do envelope de membrana, fluindo em espiral na direção do tubo de
coleta de permeado. Então, água que restou fica concentrada, fluindo para o elemento
seguinte. O processo é repetido até que o concentrado saia do vaso de pressão.
4
O projeto de instalação de OI deve se preocupar com a gestão do concentrado formado,
pois o mesmo pode precisar de tratamento antes do descarte, que pode ocorrer em
esgotos municipais, no oceano, em rio salobre ou estuário, injeção em poço profundo,
lagoas de evaporação e bacias de infiltração e irrigação.
Para compreender a osmose inversa, a pressão osmótica é essencial, visto que requer
uma força motriz para o fluxo na direção oposta. Para entendermos melhor o processo,
vamos considerar um vaso com uma divisória removível que será preenchido com duas
soluções com o mesmo nível. Deve-se encher o lado esquerdo com uma solução salina
concentrada e o outro lado com água pura. Em seguida retira-se a divisória sem
perturbar as soluções que, no início, estão em desequilíbrio; o sal se difundirá através
da água até que a concentração seja a mesma em todo o vaso. Os íons do sal irão se
difundir da esquerda para a direita e, para manter o princípio da conservação da massa,
um fluxo de moléculas de água deverá ocorrer na direção oposta, ou seja, o equilíbrio
requer transferência de massa nas duas direções.
Agora que o princípio foi descrito, iremos realizar alguns ajustes em nosso vaso.
Fecharemos a parte superior e acoplaremos tubos de manômetro. Devemos agora
substituir a divisória removível por uma membrana semipermeável, que irá permitir o
fluxo de água, mas impedirá o fluxo de sal. Criaremos, assim, um sistema
termodinamicamente instável toda vez que enchermos as câmaras com solução salina
e água pura, que deve ser equilibrado pela difusão.
5
Podemos aproximar a pressão osmótica pela equação de Van't Hoff (HOWE et al., 2016,
p. 305):
Vamos calcular a pressão osmótica do NaCl em uma solução de 1.000 mg/L a uma
temperatura de 20°C, considerando um coeficiente osmótico de 0,95 (HOWE et al.,
2016, p. 306).
6
Vamos calcular a pressão osmótica da glicose (C6H2O6) em uma solução de 1.000 mg/L
a uma temperatura de 20°C, considerando um coeficiente osmótico de 0,95. A glicose
(C6H2O6) é uma substância molecular, ou seja, não sofre dissociação. Logo, utilizamos
um mol de substância (HOWE et al., 2016, p. 307).
Vamos calcular a pressão osmótica do SrSO4 em uma solução de 1.000 mg/L a uma
temperatura de 20°C, considerando um coeficiente osmótico de 0,95 (HOWE et al.,
2016, p. 306).
Note que para os sais adicionados (substâncias iônicas) NaCl e SrSO4, temos a
dissociação do composto em dois íons, fazendo com que a concentração molar do íon
seja o dobro da concentração molar do sal adicionado. A pressão osmótica do NaCl é
mais elevada devido a sua massa molecular ser mais baixa. Apesar do SrSO4 e a glicose
terem praticamente a mesma massa molecular, a pressão osmótica do SrSO4 é o dobro
da glicose, porque ela se dissocia produzindo dois mols.
7
3.2 Adsorção
A área de superfície, Aad (m2/g), assume a forma cilíndrica dos poros. Sendo que:
8
Cálculo do Volume de um Adsorvente Poroso
Vamos supor que um grânulo de material adsorvente tenha poros cilíndricos com
diâmetro de 1 nm, porosidade de 50% e densidade de partícula de 1 g/cm3. Determine
a área da superfície interna do adsorvente.
Resolução:
D = m/v
9
Sabendo que a porosidade é de 50% (que corresponde a 0,5), temos:
Portanto,
dp = 1,0nm = 109 m
R = 5.1010 m, então:
O tamanho dos poros é classificado pela IUPAC – União Internacional de Química Pura e
Aplicada, que utiliza a seguinte convenção:
o Microporos: dp < 20 nm
o Mesoporos: 20 nm < dp < 500 nm
o Macroporos: 500 nm < dp
10
Fonte: HOWE et al., 2016, p. 340.
Carvão ativado;
Adsorventes sintéticos poliméricos;
Alumina ativada;
Zeolitos;
Hidróxido férrico granular ativado.
O adsorvente mais utilizado é o carvão ativado devido ao seu baixo custo em relação
aos outros adsorventes e, principalmente, pela sua eficácia na adsorção de uma vasta
gama de contaminantes.
11
Adsorção Química
Adsorção Física
Ocorre a troca iônica com um íon na fase aquosa por um íon na fase sólida. Durante o
tratamento de água potável, utiliza-se como meio de troca uma resina polimérica
sintética, sendo que o divinilbenzeno (DVB) e utilizado para reticular o suporte principal
do polímero (ANDRADE, 2018; HOWE et al., 2016).
12
Classificação das Resinas por Grupo Funcional
Temos quatro tipos de resinas de troca iônica que são baseados nos grupos funcionais
ligados ao suporte principal da resina. São eles:
A troca iônica utiliza um contator de leito fixo ou suspenso durante a operação, que é
similar aos contatores utilizados para adsorção, sendo que a diferença básica entre a
troca iônica e a adsorção está na capacidade de os meios utilizados de troca iônica serem
muito mais rápidos. A resina de troca iônica pode ser facilmente regenerada no local, o
que é uma grande vantagem em relação aos meios de adsorção que, em geral, tem de
ser substituídos ou tirados do local para regeneração. A capacidade de troca
corresponde à quantidade máxima de íons que pode ser trocada antes de a resina ser
regenerada.
13
Oxidação Avançada
14
Já a oxidação avançada ocorre com a adição ou a presença de vários reagentes na água
que formam espécies altamente reativas, conhecidas como radical hidroxila, que é uma
espécie transitória. Este radical é extremamente reativo, o que não o torna seletivo,
fazendo com que qualquer espécie reduzida seja oxidada. De acordo com Andrade
(2018), principal foco da oxidação avançada são os combustíveis, solventes,
medicamentos humano e veterinário, pesticidas agrícolas e herbicidas, ou seja,
produtos químicos orgânicos sintéticos (PQOS).
A oxidação avançada possui uma série de benefícios inerentes sobre outros processos
de tratamento. São eles:
A eficiência dos processos de oxidação avançada pode ser afetada por alguns fatores.
São eles:
Quando a água apresentar menos transitividade para luz, o processo UV/H2O2 irá gerar
menos radicais hidroxila, sendo que a taxa de geração dos radicais hidroxila também
será afetada pelo pH da água.
Impacto do pH
O pH afeta a carga dos compostos orgânicos se eles forem ácidos ou bases fracas.
15
3.4 Aeração, air stripping
De acordo com Howe et al. (2016), a aeração e o air stripping utilizam contatores de
água-ar com a finalidade de aumentar o contato entre as fases liquida e gasosa. Com o
aumento da interface ar-água, o processo de transferência de massa de absorção ou
dessorção se torna mais rápido com taxas acima do habitual; em resumo, as substancias
voláteis se movimentam com mais rapidez da água para o ar, bem como os gases
solúveis se movimentam com mais rapidez do ar para água.
Contatores de fase gasosa: dispersam gotas de água para uma fase de gás contínua.
Contatores inundados: dispersam bolhas de ar na fase líquida contínua.
Os contatores ar-água mais utilizados para o arraste com ar são torres e aeradores, e os
principais fatores que controlam a seleção do tipo de contator ar-água para o arraste
são o grau desejado de arraste do composto e a constante de Henry do composto.
São critérios para escolha das torres: possuir uma constante de Henry baixa (ou seja,
não ser muito volátil, o que nos leva a uma elevada afinidade do composto com água)
ou um elevado grau de arraste. Os critérios para a escolha dos aeradores são contrários
aos das torres, ou seja, baixa solubilidade ou volatilidade elevada, o que nos leva a um
gás com baixa afinidade na água ou o grau desejado de arraste não muito elevado.
16
Para remoções inferiores a 90%, podemos utilizar sistemas de aeração economicamente
viáveis, tais como:
Aeração difusa
Aeração de pulverização
Aeração mecânica
Fontes de resíduos
Quantidades de resíduos
Constituintes de interesse
Restrições ambientais e regulamentares
17
Podemos classificar os principais resíduos produzidos pelo tratamento de água em:
Líquidos;
Líquidos resultantes dos processos de espessamento de lodo;
Resíduos gasosos provenientes de processos de tratamento de água especializados.
18
Tabela 3.2 – Processo de tratamento dos resíduos líquidos.
19
Tabela 3.4 – Resíduos gasosos de processos de tratamento.
Conhecemos a osmose inversa (OI), que força o fluxo de água a ir no sentido contrário
da osmose natural, utilizando uma pressão com intensidade adequada, que promove a
concentração de substâncias e possibilita a retirada de bactérias, metais e pigmentos. O
tratamento é realizado em uma membrana semipermeável que separa solutos que
estão dissolvidos na água.
Todos os processos de tratamento de água geram resíduos que devem ser tratados,
fazendo com que o planejamento, o descarte ou a reutilização destes resíduos que são
constituídos por compostos sólidos, gasosos, líquidos e semissólidos se tornem tarefas
importantes que são desempenhadas na gestão de resíduos e devem ser concebidas no
projeto das instalações.
21
REFERÊNCIAS
22
23