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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - CETEC

BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

ALLANA VERENA SANTOS DE JESUS


Matrícula: 2022209750

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA


CONSTITUIÇÃO DA MEMBRANA PLASMÁTICA

Cruz das almas- BA / 2023


SUMÁRIO

1. OSMOSE
1.1. Introdução
1.2. Objetivo
1.3. Materiais e métodos
1.4. Resultados e Discussões
1.5. Conclusão.
2. EFEITOS EXTERNOS SOBRE A PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS
2.1. Introdução
2.2. Objetivo
2.3. Materiais e método
2.4. Resultados e discussões
2.5. Conclusão
1. OSMOSE

1.1. INTRODUÇÃO

A membrana plasmática é o elemento mediador da comunicação entre a célula e o seu


meio externo. Constitui uma barreira altamente seletiva, que determina a criação de um
compartimento interno com composição química própria, diferente do meio externo.
Além disto, possibilita a captação de sinais extracelulares (hormônios, por exemplo),
participando dos processos de reconhecimento e comunicação entre as células. Sua
flexibilidade permite mudanças na forma da célula e, em alguns casos, sua locomoção.
Lipídios e proteínas componentes da membrana plasmática participam de processos
metabólicos fundamentais. (MARZZOCO, TORRES, 2015)
A osmose é um processo em que a água se move através de uma membrana
semipermeável de uma região menos concentrada de solutos para uma região mais
concentrada, esse processo é fundamental para a manutenção do equilíbrio de água e solutos
em células e sistemas biológicos. Nesse processo, não há transporte de solutos, apenas de
água. A membrana semipermeável não permite a passagem dos solutos, pois não possui
facilitadores para esse transporte. A água flui da área menos concentrada em solutos para a
mais concentrada, para tentar diluir a região com maior concentração. Quando o meio externo
à célula, o lado fora da membrana, é mais concentrado em solutos do que o meio dentro da
célula, isso é chamado de meio hipertônico. Por outro lado, quando o meio dentro da célula é
mais concentrado do que o meio externo, é chamado de meio hipotônico. Quando ambos têm
concentrações semelhantes, é chamado de meio isotônico.
A força responsável por atrair a água para a região com maior quantidade de
solutos(sódio ou açúcar) é chamada de pressão osmótica. A pressão osmótica pode ser
definida como uma força externa exercida sobre a solução de modo que haja equilíbrio. A
pressão é proporcional à concentração da solução. A água pura, que não contém substâncias
dissolvidas, possui uma pressão osmótica igual a zero e essa pressão osmótica aumenta
conforme a concentração de soluto dissolvido na água se torna maior.
Uma diferença importante entre as células vegetais e animais está na capacidade de
resistir à pressão osmótica. As células vegetais têm uma parede celular feita de celulose, que é
capaz de suportar grandes pressões internas. Quando uma célula vegetal é colocada em um
meio hipotônico, a água entra na célula, tornando-a túrgida e inchada, mas ela não se rompe.
Isso é diferente das células animais, que não possuem parede celular e podem romper se
forem expostas a um meio menos concentrado do que a célula. Por esse motivo que animais
marinhos não podem sobreviver em água doce devido a essa diferença na capacidade de lidar
com a osmose (segue quadro com a comparação entre células animais e vegetais).

Solução Solução Solução


hipotónica isotónica hipertónica
Célula animal Sem parede Célula túrgida, Célula em Célula
celular com o potencial estado típico (o plasmolisada
para ocorrer a volume celular
ruptura celular. permanece
constante).

Célula vegetal Possui parede Apresenta um Uma célula em Célula


celular aumento no estado normal plasmolisada
volume mantém seu
vacuolar, o que volume celular
resulta na
aplicação de
pressão sobre a
parede celular.

Fonte: MOREIRA, 2014.

A osmose acontece para igualar as concentrações de solutos em ambos os lados da


membrana, resultando em um estado de equilíbrio. Quando esse equilíbrio é atingido, não há
mais deslocamento líquido através da membrana, embora as moléculas de água continuem se
movendo em ambas as direções, mantendo um estado estável. Esse processo desempenha um
papel fundamental na regulação do equilíbrio de água e solutos em células e sistemas
biológicos.

1.2. OBJETIVOS

O presente experimento teve como principal objetivo observar o processo de osmose nas
células da batata-inglesa (Solanum tuberosum L.)

1.3. MATERIAIS E PROCEDIMENTO

1. Os materiais usados no experimento incluíram um exemplar da espécie Solanum


tuberosum L. (batata-inglesa), uma lâmina para a seção da batata e cloreto de sódio
(NaCl).

2. A etapa inicial do procedimento envolveu o corte da Solanum tuberosum ao meio,


com a utilização de uma lâmina, e a criação de duas cavidades centrais em ambos os
lados da batata.

3. Subsequentemente, sob apenas uma das cavidades criadas, foi inserida uma
quantidade de cloreto de sódio (NaCl).

4. Decorridos alguns minutos, procedeu-se à observação das alterações ocorridas.


1.4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao se criar duas cavidades em um lado de uma batata e adicionar sal em uma delas,
algo interessante ocorre devido à osmose. A osmose é o processo em que a água flui através
de uma membrana semipermeável para igualar as concentrações de solutos em ambos os lados
da membrana. Nesse caso, a batata age como uma célula vegetal, e o sal é um soluto. Quando
é adicionado sal a uma das cavidades, a concentração de solutos nessa cavidade se torna
maior do que na batata em si. Como resultado, a água começa a se mover da batata, que é
hipotônica em relação à solução salina na cavidade, para a cavidade que se torna hipertônica
devido ao sal. A água fluirá da batata para a cavidade com sal na tentativa de equalizar as
concentrações.
O que foi observado é que a cavidade com sal na batata começará a acumular água e
inchar à medida que a osmose ocorre. A outra cavidade, sem sal, não mostrará esse inchaço,
pois não há um gradiente de concentração significativo para a água fluir nessa direção.
Esse experimento é uma demonstração simples e eficaz de como a osmose funciona e como as
células vegetais respondem às diferenças de concentração de solutos em seu ambiente.

Batata-inglesa (Solanum tuberosum L.) Tempo(minutos)

A batata após ter se passado cerca de 10


minutos.

1.5. CONCLUSÃO

Com base no resultado do experimento, conclui-se que a osmose está ocorrendo na


batata quando uma das cavidades é preenchida com sal. A água está se movendo da batata
(lado hipotônico) para a cavidade com sal (lado hipertônico) para tentar equalizar as
concentrações de solutos. Isso resulta em um inchaço na cavidade com sal, à medida que a
água é acumulada. Esse experimento demonstra a osmose e como as células vegetais, como a
batata, respondem às diferenças de concentração de solutos em seu ambiente.
É importante notar que em um contexto biológico, isso é semelhante ao que ocorre nas
células vegetais quando colocadas em um ambiente com maior concentração de solutos. O
processo de osmose é fundamental para a regulação do equilíbrio de água nas células e é uma
parte importante da biologia vegetal e de outros organismos.

2. EXPERIMENTO DA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS DA


BETERRABA

2.1. INTRODUÇÃO

A maioria das plantas contém pigmentos armazenados no interior de seus vacúolos. O


vacúolo é envolto por uma membrana semipermeável semelhante à que recobre a célula,
conhecida como tonoplasto. Essa membrana é constituída por uma bicamada fosfolipídica
com propriedades típicas desse tipo de molécula. A permeabilidade seletiva do tonoplasto
desempenha um papel crucial em diversos processos, incluindo a osmose, permitindo que a
água entre e saia do vacúolo sem transportar os pigmentos nele armazenados. No mais, certos
fatores podem interferir nessa característica vital para o funcionamento da célula. Portanto,
este relatório tem como objetivo esclarecer esses fatores e tentar compreendê-los de maneira
mais aprofundada.

2.2. OBJETIVO

O experimento visa analisar como a capacidade do tonoplasto de permitir que a água


entre e saia do vacúolo sem carregar os pigmentos armazenados é afetada por diferentes
variáveis ou condições. Ao fazer isso, o experimento busca esclarecer os mecanismos
subjacentes à permeabilidade seletiva do tonoplasto e a sua importância para o funcionamento
das células vegetais.

2.3 MATERIAIS E MÉTODOS

• Suporte para tubos de ensaio


2.3.1 Materiais • Placa de Petri
• Béqueres
• Cubos/1cm de raízes de beterraba • Pipetas
• 5 tubos de ensaio • Placa aquecedora
• Água • Acetona
• Água destilada
2.3.2 Solventes • CCl Cálcio
• EDT
• Detergente

Metodologia: Etiquetou-se os tubos de ensaio de (1,2,3,4,5) adicionou-se os volumes


de cada solvente com o auxílio de uma pipeta, de acordo com a tabela abaixo:

Tubo 1 5ml Acetona Beterraba 1 cubo de 1cm

Tubo 2 5ml CCL Cálcio Beterraba 1 cubo de 1cm

Tubo 3 5ml Detergente Beterraba 1 cubo de 1cm

Tubo 4 5ml Água destilada Beterraba 1 cubo de 1 cm

Tubo 5 5ml EDT Beterraba 1 cubo de 1cm

Foram cortados 5 cubos de aproximadamente 1 cm de comprimento de uma raiz de


beterraba vermelha e lavados por cerca de 2 minutos, em água corrente, até que não saiam
mais pigmentos pelas superfícies de corte. Depois foi inserido um cubo de beterraba em cada
um dos tubos de ensaio e 5ml de cada substância conforme o quadro acima, deixando
incubado à temperatura ambiente por 5 minutos. Após esse período foram observadas as
diferenças na mistura 1, 2 ,3, 4 e 5

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A tabela abaixo mostra os resultados obtidos através de todos os procedimentos


realizados na prática.

Conteúdos dos tubos Resultado Descrição

● Tubo de ensaio 1: Tubo 1: Após 10 minutos


Acetona à não houve alteração aparente
temperatura nas membranas.
ambiente.
● Tubo de ensaio 2: Tubo 2: Após 10 minutos
CCL cálcio à não houve alteração na
temperatura membrana já que não
ambiente. apresentou nenhuma
coloração na solução.
● Tubo de ensaio 3:
Detergente à Tubo 3: Após 10 minutos
temperatura houve alteração na
ambiente. membrana já que apresentou
coloração na solução.
● 1 tubo de ensaio 5:
EDT à temperatura Tubo 5:
ambiente.

● Tubo de ensaio 4: Tubo 4: Após ser aquecido


Água destilada até o ponto de ebulição
houve vazamento de
betacianina, é notado
alteração das membranas
devido a coloração.

Os resultados sugerem que o detergente causou alterações na permeabilidade seletiva


do tonoplasto, permitindo a liberação de pigmentos. Por outro lado, a acetona e o CCL Cálcio
não tiveram o mesmo efeito. O aquecimento da água destilada também resultou em alterações
nas membranas, demonstrando a influência da temperatura.
Esses resultados indicam a importância da permeabilidade seletiva do tonoplasto e como
substâncias específicas e condições podem afetá-la, o que é relevante para o funcionamento
das células vegetais.
A temperatura exerce influência direta na liberação do pigmento betanina do interior
da célula, uma vez que o aumento da temperatura provoca a agitação dessas moléculas e
desorganiza a permeabilidade seletiva das membranas. Temperaturas elevadas resultam na
desnaturação de substâncias específicas, como ocorreu na amostra 04(tubo contendo água
destilada) a qual foi colocada sob a lamparina.
As moléculas de detergente, semelhantes aos fosfolipídios que formam a membrana,
possuem uma característica anfipática, ou seja, têm uma parte polar e outra apolar. Isso
permite que as moléculas de detergente interajam de maneira eficaz com ambas as regiões
polar e apolar da membrana, resultando em um aumento significativo na permeabilidade da
membrana plasmática. Essa interação facilita a liberação da betacianina. Além disso, o
detergente também estabelece interações com a betacianina.

2.5. CONCLUSÃO

Com base nos resultados apresentados e na discussão realizada, podes-se concluir que
a temperatura tem um impacto direto na liberação do pigmento betanina do interior da célula.
O aumento da temperatura agita as moléculas e desorganiza a permeabilidade seletiva das
membranas, levando à liberação da betanina. Além disso, o detergente também demonstrou
ser eficaz na alteração da permeabilidade da membrana. As moléculas de detergente, devido à
sua natureza anfipática, interagem bem tanto com a parte polar quanto com a parte apolar da
membrana, aumentando a permeabilidade da membrana plasmática. Isso facilita a saída da
betacianina, demonstrando a capacidade do detergente de afetar a integridade da membrana
celular.
Em resumo, tanto a temperatura quanto o detergente podem afetar a permeabilidade
seletiva das membranas das células vegetais, resultando na liberação de pigmentos como a
betanina. Essas observações são importantes para entender como fatores externos e
substâncias podem influenciar o funcionamento de células vegetais.

2.6 BIBLIOGRAFIA

COOPER, Geoffrey M.. A Célula: uma abordagem molecular, A.. 2. ed. PORTO ALEGRE:
Artmed, 2002., P. 408.

MOREIRA, C.(2014) Osmose, Rev. Ciência Elem., V2(04):241

MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica, 4ª ed., Ed. Guanabara Koogan, 2015.

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