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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Laboratório de Bioengenharia (8261)

TRATAMENTO DE ÁGUAS - COAGULAÇÃO/FLOCULAÇÃO

Acadêmica: Nathan Pepinelli dos Santos RA: 104060


Professora: Drª. Isabela Maria Reck Paulino Turma: 01

MARINGÁ, 2024
1. INTRODUÇÃO

A água in natura nunca é pura, ela contém solutos inorgânicos (ex.:cálcio,


magnésio), solutos orgânicos (ex: ácidos húmicos) e também alguns gases
dissolvidos (ex.: CO2,O2 ). Após o último contato com o solo, seja por percorrer
a superfície terrestre ou penetrar pelas camadas rochosas, as impurezas
contidas na água são incrementadas devido ao grande poder de dissolução que
ela possui. Daí a necessidade de se tratar essa água antes de usá-la.
As águas que possuem partículas finamente divididas em suspensão e
partículas coloidais necessitam de um tratamento químico capaz de propiciar a
deposição desses materiais, com um baixo período de detenção. Esse
tratamento é realizado provocando-se a coagulação, sendo geralmente
empregado o sulfato de alumínio ou o cloreto férrico. O sulfato de alumínio,
normalmente, é o produto mais utilizado, tanto pelas suas propriedades como
pelo seu menor custo.
Diante disso, o objetivo desta aula prática é avaliar o efeito da adição de
diferentes coagulantes para tratamento de água.

2. METODOLOGIA

Será utilizada uma amostra de água captada na estação de tratamento da


SANEPAR. Esta água tem uma turbidez inicial de aproximadamente 100 NTU.
Quando for usá-la misturar bem o galãozinho para que amostra fique
homogênea. Serão utilizados dois tipos de coagulantes, um coagulante químico
sulfato de alumínio, e outro coagulante natural a partir das sementes de Moringa
oleífera.
Preparo do coagulante Moringa salina 1% (concentração inicial de 10000mg/L).
Este coagulante foi preparado triturando-se, em liquidificador, por 3min 1g de
semente descascada com 100 mL de solução de NaCl 1M e filtrando-se em
papel de filtro comum, sob vácuo.
Dosagem de coagulante usada na aula prática = 50 mg/L.

O coagulante Sulfato de alumínio foi preparado na concentração de 1% (1g de


sulfato de alumínio em 100 mL de água destilada).
Dosagem utilizada de coagulante usada na aula prática = 20 mg/L
Colocar 200 mL de água (amostra) em um béquer, ligar o agitador na velocidade
de mistura rápida, adicionar a quantidade adequada de acordo com cada
coagulante e proceder a agitação rápida (100 rpm por 3 minutos) e agitação lenta
(20 rpm por 15 minutos). Fazer o cálculo da quantidade de cada coagulante na
concentração correspondente.
Desligar a agitação e esperar a decantação por 30min.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O processo de coagulação/floculação consiste na adição de um coagulante à


água bruta, seguida pela mistura rápida para promover a formação de flocos.
Esses flocos são aglomerados de partículas que se tornam maiores e mais
pesados, facilitando sua remoção por sedimentação ou filtração. Após a
coagulação/floculação, a água passa por etapas adicionais de decantação,
filtração e desinfecção antes de ser distribuída para o consumo.
Na etapa de coagulação, as partículas coloidais são neutralizadas e agrupadas
em partículas maiores por meio da utilização de coagulantes, que eliminam a
carga negativa da superfície das partículas, reduzindo a repulsão entre elas.
Além disso, a agitação rápida favorece o choque entre as partículas. Os
coagulantes mais comuns são os sais de ferro e alumínio, que promovem a
formação de flocos ao precipitarem junto com as impurezas neutralizadas.
Na etapa de floculação, as partículas neutralizadas durante a coagulação são
agrupadas para formar flocos, auxiliados por um floculante (polímero) que se liga
a elas por meio de "pontes". Os flocos crescem em peso e tamanho, o que
permite sua sedimentação devido à ação da gravidade. Posteriormente, os
flocos podem ser separados da água por processos como decantação e filtração.
Durante essa fase, a massa de água é agitada mecanicamente, mas em uma
velocidade mais lenta para garantir um bom contato entre as partículas e os
flocos, sem destruir aqueles já formados.
Existem coagulantes químicos e naturais que podem ser utilizados no processo
de coagulação/floculação. Os coagulantes químicos mais comuns incluem
sulfato de alumínio, cloreto férrico e polímeros sintéticos. Esses produtos
químicos têm a capacidade de neutralizar cargas elétricas das partículas
suspensas na água, facilitando sua aglutinação e formação de flocos. Já os
coagulantes naturais, como sementes de moringa e taninos extraídos de plantas,
também podem ser empregados com sucesso, oferecendo uma alternativa mais
sustentável e ecologicamente correta.
Para avaliar a eficácia de um processo de tratamento de água, diversos
parâmetros são comumente utilizados. Entre os principais estão a turbidez, que
mede a quantidade de partículas suspensas na água, e a concentração de
sólidos em suspensão. Além disso, pH, alcalinidade, demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) e demanda química de oxigênio (DQO) são parâmetros
frequentemente analisados para garantir a eficiência do tratamento e a qualidade
da água final.
As absorbâncias foram medidas usando um método que emprega diversas
concentrações de coagulante. A partir da curva de concentração de matéria orgânica na
água, conforme descrita pela equação (1), determinou-se a concentração de matéria
orgânica restante após o processo de coagulação e floculação para cada concentração
de Al2(SO4)3.

𝐴𝑏𝑠 = 10,93 × (𝑚𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑎) + 0,197 eq. (1)

Os resultados obtidos estão expostos na tabela (1).

Tabela 1. Resultados de jar test utilizando sulfato de alumínio em diferentes


concentrações.

[Al₂(SO₄)₃] Sol. de Al₂(SO₄)₃ Água (mL) Abs [Mat. Orgânica] (mg/L)


(mg/L) (mL)

5 0,25 500 0,259 0,0057


10 0,50 500 0,051 0
15 0,75 500 0,044 0
20 1,00 500 0,032 0

Levando em conta que a absorvância da água pura é de 0,068 e que a


absorvância permaneceu abaixo desse valor na concentração de 10 mg/l de
sulfato de alumínio, podemos concluir que essa concentração foi suficiente para
a remoção completa de elementos e substâncias indesejáveis. Além disso, o teor
orgânico nessa solução foi zero, indicando que não houve necessidade de
adição de quantidades adicionais de coagulante, como já havia sido concluído
com uma dose menor.

4. CONCLUSÃO

Por meio deste experimento, foi possível monitorar o efeito dos coagulantes no
processo de purificação da água, demonstrando que a concentração de sulfato
de alumínio a 10 mg/L é eficaz o bastante para remover eficazmente as
impurezas da água.

5. REFERÊNCIAS

FREIRE, F. B. FREITAS, S. I. de. Avaliação da remoção de cor de um efluente


têxtil sintético. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, Espírito Santo
do Pinhal, v. 7, n. 3, p.241-249, 09 set. 2010.

SOUZA, P. C. PEREIRA, N. C. GONÇALVES, M. S. FILHO, N. C. RODRIGUES,


P. H. JAMARIM, V. M. Estudo do tratamento de efluente têxtil através de
processos de coagulação/floculação e eletrocoagulação. E-xacta, Belo
Horizonte, v. 9, n. 2, p.123-132, 30 nov. 2016.

Rodrigues, P.A. E, BOAVENTURA, R.A.R. Optimização do processo de


coagulação/floculação química na ETA do Ferro. Universidade do Porto.
Faculdade de Engenharia, 2004.

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