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UNIVERSIDADEESTADUAL DE LONDRINA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
CCE – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

FERNANDA MUGNAINI LULU DE TOLEDO

DEFINIÇÃO DE ETAPAS PARA TRATAMENTO DE


EFLUENTE

Londrina
2018
O presente trabalho descreve uma estação de tratamento de efluente dentro de uma
indústria. Inicialmente testes para a água foram feitos para a definição do tratamento, os testes
registraram a presença de sólidos suspensos, matéria orgânica (DBO5 = 300 kgDBO/ha.d),
metais (Fe2+, Cu2+), fosfatos (HPO42-) e nitratos. A partir dessas características das águas
residuais, um esquema de tratamento foi desenvolvido (Figura 1).

Figura 1: Etapas de tratamento do efluente

1. TRATAMENTO PRELIMINAR

No tratamento preliminar, por meio de processos físicos, é retirado da água residual os


sólidos mais grossos, o corpo de água residual do presente trabalho não consta dados de sólidos
sedimentares, sendo assim esse tratamento será aplicado para o reforço do tratamento.
 Gradeamento: na primeira etapa do tratamento preliminar efluente é
encaminhado para a estação de tratamento de efluente (ETE), quando chega passa pela etapa
de gradeamento, onde a grade que é levemente inclinada é usada para reter a sujeira de maior
porte.
 Caixa de areia: também chamado de desarenador, responsável por reter sólidos
sedimentares que não ficaram retidos no gradeamento, o fluxo de água nele é controlado pela
quantidade de sólidos sedimentares presente na água, como não foram apresentados dados de
sólidos sedimentares, conclui-se que não há sólidos sedimentares na água residual, sendo assim
o fluxo no desarenador pode ser mais rápido.
 Calha Parshall: incluso no final da caixa de areia é um medidor de vazão, que
garante que o fluxo seja apropriado (não seja muito intenso ou fraco) para que o tratamento
aplicado nas próximas etapas seja efetivo.

2. TRATAMENTO PRIMÁRIO

Nesta etapa, processos físicos e as vezes químicos (no caso da aplicação de agentes
coagulantes) são aplicados para a retirada de sólidos suspensos na água do esgoto, mas
juntamente com a retirada desses sólidos a carga orgânica e fosfatos (em forma de polifosfatos)
são parcialmente retirados.
 Remoção do cobre: feita pela eletrodeposição (reação de oxido-redução) que
vai promover a precipitação do cobre metálico. O cobre deve ser removido antes da etapa
biológica, pois o mesmo interfere no desenvolvimento dos microorganismos.
 Decantador primário: responsável pela retirada de sólidos suspensos
(partículas densas, matéria orgânica, fosfatos), apresenta uma pá rotativa que promove o
encontro dos sólidos e a coagulação, se apenas esse processo físico não for suficiente na
remoção dos sólidos suspensos pode ser adicionado um agente de coagulação.

3. TRATAMENTO SECUNDÁRIO

Esta fase do tratamento do esgoto tem como objetivo a retirada de materiais orgânicos
que então solubilizados ou materiais orgânicos suspensos que não foram retirados na fase de
tratamento primário.
 Reator biológico: responsável pelo consumo de poluentes orgânicos da água
residual que não puderam ser removidos nas etapas anteriores. Este reator, para potencializar o
consumo da matéria orgânica, é um tanque onde há adição de um lodo ativado (oriundo do
tanque de decantação secundário) e também é airado, para aumentar a quantidade de gás
oxigênio dissolvido. Nessa etapa além do consumo de poluentes orgânicos, se houver
nitrogênio amoníaco ele é transformado em nitrato (que será removido mais a frente), se houver
fosfatos orgânicos, eles serão transformados em hidrogenofosfato (também removido em etapas
posteriores) e também pode haver precipitação de ferro devido a airação da água nessa etapa.
 Decantador secundário: nesta etapa, a material que sai do reator biológico
junto com a água residual, e decantado, este material (lodo) como comentado acima volta ao
reator biológico para ajudar no consumo dos poluentes orgânicos processados na etapa anterior.

4. TRATAMENTO TERCIÁRIO

Esta última fase do tratamento do esgoto e é executada apenas quando há presença de


insumos que não são retirados nas etapas anteriores, como microrganismos patológicos ou
alguns metais, etc.
 Desnitrificação: onde é causada a transformação dos nitratos em nitrogênio
gasoso. Para isso, é promovida uma reação com os nitratos e carboidratos em meio ácido
 Remoção do hidrogenofosfato e ferro: para a retirada do hidrogenofosfato
(HPO42-) a água é submetida a uma processo de precipitação desse espécime por meio da reação
com o cal (Ca(OH)2). Já o ferro é retirado pela precipitação por meio da oxidação para Fe3+,
nessa etapa foi adicionado o cal, que é uma base, o que pode ajudar na precipitação do ferro,
pois o em pH mais altos óxidos de ferro são mais insolúveis.
 Ajuste de pH: caso os tratamentos aplicados tenham feito com que o pH se
distancie do pH aceito para lançamento em corpos da água (5-9).
REFERÊNCIAS

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução. Resolução n° 430, de


13 de maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do
Meio Ambiente-CONAMA. Disponível em: https://www.simae.sc.gov.br/uploads/pagina/
arquivos/resolucao-conama-n-4302011.pdf.

REDE DE CAPACITAÇÃO E EXTENSÃO TECNOLÓGICA EM SANEAMENTO


AMBIENTAL. Processo de tratamento de esgoto: guia do profissional em treinamento.
Disponível em: https://www.mdr.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/Arquivos_PDF/recesa
/processosdetratamentodeesgoto-nivel2.pdf. Acesso em 25 ago. 20.

SPERLING, Marcos Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de


esgotos. 3° ed. Belo horizonte: Editora UFMG, 2005.

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