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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

COORDENAÇÃO DE ENSINO TÉCNICO

Laboratório de Processos Industriais II– Turma: QUI IV

Profª Patrícia Procópio Pontes

Data da prática: 13/03/2018

Debora Almeida

Isabela Silva Paiva

Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Belo Horizonte

Março, 2018
1. Introdução
O Brasil, nos últimos anos, tem se caracterizado por esforços para o desenvolvimento de
tecnologias para a remoção da matéria orgânica de efluentes e atualmente o aumento
das exigências ambientais coloca o desafio de buscar alternativas par a o controle da
concentração de compostos nitrogenados de águas residuárias (ISOLDI & KOETZ,
1998).

A Demanda Química de Oxigênio (DQO) é um indicador de matéria orgânica, ou seja, a


concentração de oxigênio consumido para oxidação da matéria orgânica, e esta por ser
biodegradável ou não, estando em meio ácido e em condições energéticas acionadas por
um oxidante forte. O parâmetro DBO estima a concentração de matéria orgânica de
acordo com o oxigênio consumido.

Segundo Von Sperling : “A matéria orgânica presente nos corpos d’água e nos esgotos é
uma característica de primordial importância, sendo a causadora do principal problema
de poluição das águas: o consumo do oxigênio dissolvido pelos microrganismos nos
seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica.” Através
da utilização de método indiretos pode-se fazer a quantificação da matéria orgânica ou
da sua potencialidade poluidora. Nesta perspectiva existe duas principais categorias,
uma que é a análise através da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e DQO, e a
outra categoria é a medição do carbono orgânico (Carbono Orgânico Total - COT).

A Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01, de 05 de Maio de 2008,


estabelece um padrão de lançamento de DQO de até 180 mg/L ou “tratamento com
eficiência de redução de DQO em no mínimo 55% e média anual igual ou superior a
65% para sistemas de esgotos sanitários e de percolados de aterros sanitários
municipais; tratamento com eficiência de redução de DQO em no mínimo 70% e média
anual igual ou superior a 75% para os demais sistemas; se tratar de efluentes de
indústria têxtil, o padrão será de 250 mg/L. Análise de DQO é m ais utilizada para
concentrações que estão acima de 5 mg de O 2 /L, isso ocorre em águas com maiores
teores de matéria orgânica.

A oxidação do dicromato de potássio é muito grande, resultando na ação dos


microorganismos. Os resultados da DQO são sempre maiores do que os resultados da
DBO. A DBO mede na amostra a fração que é biodegradável, e quanto mais próximo
este valor estiver da DQO mais biodegradável será o efluente. A avaliação do potencial
de matéria redutora de uma amostra é através de um processo de oxidação química em
meio ácido que se emprega o dicromato de potássio (K2Cr2O7) que é o reagente
oxidante, em quantidades conhecidas. Neste processo o carbono orgânico de um
carboidrato, por um exemplo, é convertido em gás carbônico e água. A quantidade de
matéria oxidada expressa em equivalente de oxigênio é proporcional a quantidade do
reagente oxidante consumido. Substâncias inorgânicas oxidáveis, como nitritos,
cloretos, que reage com o catalisador Ag2SO4, entre outros, também é quantificada. A
quantificação é feita por titulação do dicromato de potássio remanescente após a
digestão.

2. Metodologia
2.1 Materiais
 Bureta 25 mL;
 Erlenmeyer de 250 mL;
 Tubo de ensaio com tampa rosqueável de10 mL;
 Pipeta volumétrica de 2 mL;
 Pipeta graduada de 5mL;
 Pipeta de Pasteur;
2.2 Reagentes
 Amostra de água;
 K2Cr2O7 0,1N;
 Solução H2SO4 + Ag2SO4;
 Solução padrão de sulfato ferroso amonical (FAS) 0,0125 N;
 Indicador ferroina;
2.3 EPI’s e EPC’s
 Jaleco;
 Luvas;
2.4 Procedimento
I. Preparação das cubetas de reação
 Lavou cuidadosamente o tubo de ensaio e deixou secar em uma estufa.
 Pipetou-se 2 mL da solução K2Cr2O7 0,1N e transferiu-se para o tubo de ensaio.
 Adicionou-se 3,5 mL de H2SO4 + Ag2SO4.
* Preparo de cubetas realizado pela técnica de laboratório

II. Determinação da DQO


 Aqueceu-se o tubo a uma temperatura de 150º C durante 1 hora.
 Transferiu-se 2 mL da amostra de água para o tubo de DQO já preparado e
homogeneizou-se completamente.
 Para a preparação do branco adicionou-se 2 mL de água deionizada em tubos de
DQO já preparados e homogeneizou-se completamente.
 Levou-se os tubos com amostra e com branco ao reator de DQO durante 2 horas.
 Após esse tempo aguardou os tubos atingirem a temperatura ambiente.
** Até esse momento da prática foi realizado pela técnica de laboratório

 Transferiu-se quantitativamente o conteúdo de um tubo de ensaio para um


erlenmeyer, para essa transferência quantitativa utilizou-se 1 mL de água
deionizada na lavagem do tubo.
 Adicionou-se uma gota de ferroína ao erlenmeyer.
 Titulou-se a amostra com FAS 0,0125 N.
3. Resultados e discussões

Na preparação das cubetas de reação acrescentou-se Ag2SO4 para servir como


catalisador. Substâncias orgânicas com baixo peso molecular, como ácidos graxos, não
são oxidados apenas com o acréscimo do dicromato para que a reação aconteça é
necessário o auxílio de um catalisador. O H2SO4 que foi acrescentado junto é para
deixar o meio ácido assim o dicromato de potássio funciona como um oxidante forte se
estiver em elevada temperatura. É importante ressaltar que hidrocarbonetos aromáticos
e piridinas não são oxidados sob nenhuma circunstância.

O Excesso de dicromato de potássio é titulado com a FAS a equação 1 exemplifica a


reação que acontece no meio.

Reação 1: Titulação do excesso de K2Cr2O7

Cr2O72- + 6Fe2+ + 14H+ → 2Cr3+ + 6Fe3+ + 7H2O

Na análise de efluentes em ETE's é feita uma relação dos resultados de DQO/DBO o


resultado dessa relação indica se a fração biodegradável é baixa ou alta. Se for obtido
um resultado baixo na relação resulta-se uma fração alta de matéria biodegradável e é
indicado um tratamento biológico no efluente, caso obtenha-se um resultado alto na
relação revela uma fração alta de matéria inerte, ou seja, não biodegradável para saber o
tratamento deve-se avaliar o nível de poluição do corpo hídrico receptor.

O teste de DQO tem como vantagens o curto tempo para realização e obtenção dos
resultados ( 2 a 3 horas), indica a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a
matéria orgânica presente e o teste indica apena a oxidação da matéria orgânica não
havendo interferência de nitrificação.
Já como desvantagens tem que na DQO além da oxidação da fração biodegradável há
também oxidação da fação inerte que causa uma superestimação da quantidade de
oxigênio consumido, outro fator que influencia nessa superestimação é que algumas
matérias inorgânicas podem ser oxidadas interferindo assim no resultado. Outra
desvantagem é a de que o DQO não fornece resultados de consumo de oxigênio a longo
prazo.

A seguir estão apresentados os cálculos da demanda química de oxigênio.

Cálculo 1: Exemplificação do cálculo

DQO = ((B-A) X N X Fc x 8000) /C


B = Volume de FAS utilizado na titulação do branco (mL)
A = Volume de FAS utilizado na titulação da amostra (mL)
N = Normalidade do FAS
Fc = Fator de correção da solução padrão FAS

DQO = ((16,09 – 7,06) X 0,0125 X 1 x 8000) /2

DQO = 451,5 O2/L

A Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01, de 05 de Maio de 2008,


estabelece um padrão de lançamento de DQO de até 180 mg/L, porém como
demonstrado acima o resultado da DQO foi de 451,5 mg O2/L o que enforca, portanto,
que este valor encontrado de DQO sugere a ocorrência de grande concentração de
matéria orgânica, indicando a necessidade de um tratamento antes do lançamento em
corpos d’água.

4. Conclusão

O resultado não atendeu as diretrizes vigentes na COPAM, sendo assim afirmando a


necessidade de um tratamento prévio do efluente para redução da DBO, com uma
eficiência de redução já estabelecida de acordo com a sua procedência.

5. Resíduos

O resíduo da prática foi designado para tratamento correto.

REFERÊNCIAS
ISOLDI, L. A; KOET Z, P. R. Remoción de nitrógeno de aguas residuales de la industrialización de
arroz en reatores performantes. In: T ALLER Y SEMINARIO LATINOAMERICANO DE
TRATAMIENTO ANAERÓBICO DE AGUAS RESIDUALES, 5., 1998, Viña del Mar. Anales. Viña
del Mar: UCVP/IAWQ/UTFSM, 1998. p. 234.
CONSELHO ESTADUAL D E POLÍTICA AMB IENTAL MG. Lei Delegada nº 01, Minuta da
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG, de 05 de Maio de 2008. Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento. Disponível em
:<http://www.mma.gov.br/port/conama/processos/EFABF603/DeliberaNormativaConjuntaCOPAM-
CERHno01- 2008>; Acesso em : 18 de Março 2018.

VON SPERLING, M. Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Belo Horizonte:
DESA-UFMG, v.1, 2005. 64 p.

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