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Prof.

Libânio Pinheiro
Prof. Winston Zumaeta

Projeto Estrutural de Edifícios sem Uso


de Software Comercial

Módulo 5 – Cisalhamento e flechas nas


lajes maciças

Abril / 2020
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Módulo 5
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Aula 1 – Verificação de cisalhamento em lajes maciças

Lajes maciças de edifícios resistem bem à flexão, como foi visto no módulo anterior,
e podem ter como efeito predominante a deformabilidade em serviço (Flechas), no Estado
Limite de Serviço relativo à Deformações Excessivas, ELS-DEF, que será visto nas aulas
seguintes.

Em geral, as lajes maciças resistem com folga ao cisalhamento, que é o assunto


desta aula.

Lajes sem armadura para força cortante correspondem quase à totalidade dos casos
em edifícios. A verificação dessas lajes será feita com base no item 19.4.1 da
ABNT NBR 6118:2014, de modo que:

V ≤V ou V ≥V

V é a força cortante à distância d da face do apoio (V , ), dada por:

V =  V ( = 1,4, em geral)

No cálculo usual, a favor da segurança, podem ser adotados:

–V , na face do apoio ou

–V , no eixo do apoio

V é a força cortante resistente de cálculo. Para lajes sem protensão, essa força
cortante resistente é dada por:

V =τ k (1,2 + 40 ρ ) b d

O cálculo de τ , que é a tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento,


é baseado no Item 19.4.1 da Norma:

τ = 0,25 f

f =f , /γ

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De acordo com o item 8.2.5 da Norma:

−f , = 0,7 f ;

/
−f = 0,3 f (Concretos de classe até C50).

Com esses valores, obtém-se:

τ = 0,25 f = 0,25 f , /γ = 0,25 . 0,7 f /γ =

/ /
0,25 . 0,7 . 0,3 f /γ = 0,0525 f /γ

/ /
Para γ = 1,4: τ = 0,0525 f /1,4, ou seja, τ = 0,0375 f

Para concreto C25:

/
τ = 0,0375 . 25 = 0,3206 MPa

Além de τ , V depende também dos valores de k, ρ , b e d.

k = 1 nos casos em que 50% da armadura inferior não chega até os apoios; nos
demais casos, pode-se admitir que k = |1,6 – d| ou k = 1, o maior deles, com d em metros.

ρ = , não maior que |0,02|

A é a área da armadura de tração na face do apoio, bw é igual a 1 m = 100 cm e d


é a altura útil da seção.

No projeto deste curso, será feita a verificação para o maior valor da força cortante
no eixo do apoio, que coincide com o valor da reação de apoio.

As reações de apoio foram obtidas no Módulo 3, Aula, 3, e se encontram


reproduzidas da figura indicada a seguir.

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Nota-se que o maior valor se refere à laje L5, ou seja, 12,31 kN/m. Portanto, para
uma faixa de 1 m = 100 cm de largura, tem-se:

V = 12,31 kN (No eixo do apoio, a favor da segurança)

V = 1,4 x 12,31

V = 17,23 kN

Como foi visto, a força cortante resistente é dada por:

V =τ k (1,2 + 40 ρ ) b d

Para concreto C25 e γ = 1,4:

τ = 0,0375 . 25 /
= 0,3206 MPa, ou seja, τ = 0,03206 kN/cm2

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De acordo com a Aula 8 do Módulo 4, Laje L5, para momento positivo na direção
vertical, a altura útil é d = 7,1 cm, para a qual resultou armadura positiva constituída por
 8 c/ 16 cm, que corresponde a uma área efetiva a = 3,14 cm²/m.

Com esse valor de d obtém-se:

k = |1,6 – d| = 1,6 – 0,071 = 1,529 m > 1,0  k = 1,529

Para A = 3,14 cm² na faixa de b = 100 cm:

,
ρ = = = 0,00442 = 0,442 %
. ,

V =τ k (1,2 + 40 ρ ) b d

V = 0,03206 ∙ 1,529 ∙ (1,2 + 40 ∙ 0,442/100) ∙ 100 ∙ 7,1

V = 47,92 kN ≥ V = 17,23 kN  A verificação é satisfeita com folga!

Nos demais casos desse pavimento tipo, como os valores de V são menores, a
verificação é satisfeita com mais folga.

Exercícios propostos

1) Defina o que são 𝑽𝑺𝒅 , 𝑽𝑹𝒅𝟏 e 𝝉𝑹𝒅 .

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Exercícios resolvidos

1) Defina o que são 𝑽𝑺𝒅 , 𝑽𝑹𝒅𝟏 e 𝝉𝑹𝒅 .

𝑉 é a força cortante à distância d da face do apoio,

𝑉 é a força cortante resistente de cálculo e

𝜏 é a tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento.

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Aula 2 – Lajes com maiores flechas

No cálculo de flechas em lajes com carga uniforme, a flecha inicial a é dada por:

α b p
a = ∙ ∙
100 12 E I

α  Coeficiente indicado nas Tabelas de Lajes, Tabela 2.5a;

b  Largura da seção (100 cm);

p  Carga uniforme, em kN/cm²;

 Menor vão, em cm;

E  Módulo de deformação, em kN/cm²;

I  Momento de inércia da seção, em cm4.

Nota-se que há grande influência de no valor de a , pois ele entra com quarta
potência ( ).

A figura indicada a seguir mostra o desenho unifilar visto no Módulo 2, Aula 3.

A tabela que se encontra na sequência mostra detalhes do pré-dimensionamento


das lajes.

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LAJE L1 = L6 L2 = L7 L5
ℓx 394,5 394,5 396
ℓy 476 516 473
0,7 ℓy 333,2 361,2 331,1
ℓ* 333,2 361,2 331,1
n 1 2 2
dest 8 8,3 7,6
hest (a) 11 11,3 10,6
h 10 10 10
Dimensões em centímetros
ℓx é o menor vão da laje e ℓy, o maior
ℓ* é menor valor entre o ℓx e ℓy
n é número de bordas engastadas, como será visto no Mód. 3
dest = (2,5 – 0,1 n) ℓ*/100 (Claudinei Pinheiro Machado)
hest = dest + 3 cm (Adotado c + ∅𝓵 /2 = 3 cm)
(a)
Pode ser adotado até 2 cm menos: verificar flecha no final

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No pré-dimensionamento foram considerados somente ℓx, ℓy e o número de bordas


engastadas, indicado pela letra n.

As possíveis lajes críticas são, então: L1 (= L6), L2 (= L7) e L5. As demais lajes têm
valores de ℓx pequenos.

Outros fatores também interferem, entre eles a carga p, o valor ℓx4 e razão dos vãos
= / . Portanto, a carga influi linearmente (p com expoente 1), mas há grande influência
do menor vão (ℓx4).

Do Módulo 3, Aula 2, tem-se a tabela das cargas nas lajes, reproduzida a seguir.

Lajes L1 = L6 L2 = L7 L3 L4 L5
Tipo 2A 3 5B 5A 4A
ℓx (m) 3,95 3,95 1,39 1,20 3,96
Características
ℓy (m) 4,76 5,16 3,28 4,73 4,73
 = ℓy/ℓx 1,21 1,31 2,36 3,94 1,19
Peso Próprio 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50
Piso +
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Revestimento
Ações (kN/m2) Paredes 0,00 0,00 0,00 0,00 2,96
g 3,50 3,50 3,50 3,50 6,46
q 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50
p 5,00 5,00 5,00 5,00 7,96

Nessa tabela, tem-se que g é carga permanente, q é a carga variável e p , a carga


total (g + q ), sendo todas essas cargas indicadas com seus valores característicos.

Todas as lajes têm mesma carga g = 3,50 kN/m², exceto L5 (6,46 kN/m²).

As cargas variáveis são as mesmas (q = 1,50 kN/m²), inclusive L5, e todas as lajes
têm mesma carga total p = 5,00 kN/m², exceto a L5 (7,96 kN/m²).

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Devido à carga ser maior na L5, sua flecha também pode ser maior. O vão dessa
laje, = 3,96 m, é pouco maior que o das lajes L1 e L2 (ℓx = 3,95 m). Assim, inicia-se pela
verificação da flecha na L5, com:

g = 6,46 kN/m²

q = 1,50 kN/m²

h = 10 cm

Exercícios propostos

1) Em lajes com carga uniforme, qual a grandeza que tem maior importância no
cálculo da flecha inicial 𝒂𝒊 ? Por quê?

2) Definir o que são 𝒈, 𝒒 e 𝒑 no cálculo de ações nas lajes, e descrever como


obter estes valores.

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Exercícios resolvidos

1) Em lajes com carga uniforme, qual a grandeza que tem maior importância no
cálculo da flecha inicial 𝒂𝒊 ? Por quê?

A grandeza que tem maior importância no cálculo da flecha inicial é , porque a


flecha inicial 𝑎 é diretamente proporcional ao valor de elevado à quarta potência.

2) Definir o que são 𝒈, 𝒒 e 𝒑 no cálculo de ações nas lajes, e descrever como


obter esses valores.

O valor 𝑔 corresponde à carga permanente, composto pela soma do peso próprio,


da carga de piso mais revestimento e da carga de paredes. O valor 𝑞 é a carga variável,
indicada pela NBR 6120, e 𝑝 é a carga total, ou seja, a soma de 𝑔 e 𝑞, sendo todos eles
valores característicos.

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Aula 3 – Momento de fissuração e verificação se há fissuras

O momento que mais influi na deformabilidade da laje é o maior momento positivo,


principalmente se houver fissuração devida a esse momento.

O motivo para a maior influência do momento positivo é que ele corresponde à maior
parte da laje, e o maior momento atua na parte central, onde as deformações são maiores.

Essas deformações maiores na parte central das lajes podem ser obtidas por
métodos elásticos, nos quais se baseiam as tabelas para cálculo das flechas iniciais,
utilizadas neste curso.

Para a verificação dos estados limites de deformação excessiva, segundo a ABNT


NBR 6118:2014, no item 11.8.3.1a, a consideração da combinação quase permanente
(md,cqp) pode ser necessária.

A Norma indica PODE, e não DEVE. Portanto ela deixa a critério do responsável pelo
projeto a escolha de outra solução, como, por exemplo, o emprego da combinação rara.

Nesta aula será considerada a combinação rara, cujo momento é igual ao relativo ao
momento característico mk. Portanto, esse valor já é conhecido, e como ele é um pouco
maior do que o da combinação quase permanente, ele se encontra a favor da segurança.

O estudo das combinações de serviço será visto neste curso com detalhes, no
módulo sobre Projeto de Viga Biapoiada (V10) – ELS. Essas combinações são indicadas
no item 11.8.3 da Norma.

De acordo com desenho unifilar com momentos fletores das lajes (Módulo 3, Aula
5), o maior momento fletor positivo é o m da L5. Portanto:

m , = m = 610 kN. cm/m

Esse valor deve ser comparado com momento de fissuração (m ), dado pelo Item
17.3.1 da Norma:

α .f .I
m =
y

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α = 1,5 para seções retangulares;

α  correlaciona aproximadamente f , com f (tração direta)

fct  resistência do concreto à tração direta

f ,  ELS-DEF (Deformações excessivas)

Pelo Item 8.2.5 da Norma (f , ef em MPa):

/
f , = 0,3 f , = 0,3 f (Concretos de classe até C50)

Para concreto C25:

f = 0,3 ∙ 25 = 2,565 MPa = 0,2565 kN/cm

. .
I = = = 8333 cm

y  distância da fibra mais tracionada (face inferior) até a LN da seção:

y = h − x = h − h⁄2 = h⁄2 = 10⁄2 = 5,0 cm

Resulta:

α .f .I 1,5 . 0,2565 . 8333


m = =
y 5,0

m = 641 kN. cm/m

Como m , = 610 < m = 641  Não há fissuras

Nesse caso, a flecha pode ser calculada com o momento de inércia I da seção bruta
(sem considerar presença da armadura).

Caso contrário (se m , > m ou m , > m ), deve-se empregar momento de


inércia equivalente (I ), que é dado pelo Item 17.3.2.1.1 da Norma. O uso de I acarreta
flechas com valores maiores.

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O procedimento para cálculo de I será visto com detalhes no módulo sobre Projeto
de Viga Biapoiada (V10) – ELS.

Exercícios propostos

1) Qual a combinação de serviço considerada pela NBR 6118:2014 na


verificação dos estados limites de deformação excessiva?

2) Nesta aula foi empregada a combinação rara. Por quê?

3) No cálculo de flechas em lajes, em que situação pode ser usado o momento


de inércia Ic da seção bruta de concreto? E quando deve ser empregado o momento
de inércia equivalente Ie?

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Exercícios resolvidos

1) Qual a combinação de serviço considerada pela NBR 6118:2014 na


verificação dos estados limites de deformação excessiva?

Segundo a NBR 6118:2014, no item 11.8.3.1a, a consideração da combinação quase


permanente pode ser necessária. A Norma indica PODE, e não DEVE. Portanto ela deixa
a critério do responsável pelo projeto a escolha de outra solução, como, por exemplo, o
emprego da combinação rara.

2) Nesta aula foi empregada a combinação rara. Por quê?

Porque o momento relativo à combinação rara é igual ao momento característico,


que já é conhecido, e seu valor é um pouco maior do que o da combinação quase
permanente. Portanto, uso de combinação rara leva a resultados a favor da segurança.

3) No cálculo de flechas em lajes, em que situação pode ser usado o momento


de inércia Ic da seção bruta de concreto? E quando deve ser empregado o momento
de inércia equivalente Ie?

A flecha em lajes pode ser calculada com o momento de inércia Ic da seção bruta
nos casos em que 𝑚 , < 𝑚 ou, a favor da segurança, quando 𝑚 , <𝑚 .

O momento de inércia equivalente Ie deve ser empregado quando 𝑚 , > 𝑚 , ou,


a critério do engenheiro responsável, 𝑚 , >𝑚 .

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Aula 4 – Flecha imediata

Na aula deste módulo sobre Lajes com Maiores Flechas foi visto que, no cálculo de
flechas em lajes com carga uniforme, a flecha inicial a (imediata) é dada por:

α b p
a = ∙ ∙
100 12 E I

Será feito o cálculo da flecha imediata (elástica) da L5, e se pode notar que α diminui
com número de bordas engastadas e aumenta para  maiores. Deve-se ter em mente que
o valor de b é 1 m = 100 cm, a depende linearmente da carga e que há grande influência
de ( ) no valor da flecha inicial. Além disso, a diminui com o aumento do módulo de
elasticidade E , que depende de f , e do momento de inércia I , que depende de h3.

Valores de α (Tabela de lajes 2.5a)

Laje Tipo 4A
λ= Biengastada na direção
y

1,15 3,35
1,19 𝛂
1,2 3,74

Interpolando, tem-se:

α − 3,35 3,74 − 3,35 α − 3,35 0,39 0,39


=  =  α = 3,35 + 0,04 ∙  α = 3,662
1,19 − 1,15 1,20 − 1,15 0,04 0,05 0,05

Também poderia ser adotado o valor mais próximo, α = 3,74, que é 2% maior.

O valor de p é dado por:

p = g + .q

  Fator de redução de combinação quase permanente para ELS

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Na Aula 2 deste Módulo 5, viu-se que g = g = 6,46 kN/m e q = q = 1,50 kN/m².

Numa definição adaptada da Tabela 11.4 da Norma, como já foi visto, pode-se dizer
que a combinação quase permanente pode ser necessária na verificação de ELS-DEF.

De acordo com o Item 11.8.3.1a da Norma, o valor de  é indicado na Tabela 11.2


dessa Norma, e para cargas acidentais de edifícios residenciais,  = 0,3.

Assim:

p = g +  . q = 6,46 + 0,3 . 1,50 = 6,91 kN/m  p = 6,91. 10 kN/cm ;

= 3,96 m = 3,96 ∙ 10 cm

Os módulos de elasticidade são calculados segundo o item 8.2.8 da Norma, onde:

Eci  módulo de elasticidade inicial

Ecs  módulo de elasticidade secante

E = α . 5600 f  para f de 20 MPa a 50 MPa

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O valor de α depende do tipo de agregado (Item 8.2.8 da Norma):

α = 1,2 para basalto e diabásio;

α = 1,0 para granito e gnaisse;

α = 0,9 para calcário;

α = 0,7 para arenito.

Admitindo agregado graúdo constituído por granito, α = 1,0, ou seja:

E = 1,0 . 5600 √25 = 28000 MPa

E = 2800 kN/cm

De acordo com o item 8.2.8 da Norma, o módulo de deformação secante é:

E =α ∙ E

f
α = 0,8 + 0,2 ∙ ≤ 1,0
80

25
α = 0,8 + 0,2 ∙  α = 0,8 + 0,0625  α = 0,8625
80

E = 0,8625 ∙ E = 0,8625 ∙ 2800 = 2415 kN/cm² = 0,2415 ∙ 10 kN/cm²

. .
I = = = 8333 cm (Idem aula anterior)

∙ , , ∙ ∙ , ∙
a = ∙ ∙ = ∙ ∙
∙ , ∙ ∙ , ∙

Portanto, o valor da flecha inicial resulta:

𝐚𝐢 = 𝟎, 𝟐𝟓𝟖 𝐜𝐦

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Exercícios propostos

1) Identifique quais grandezas são diretamente proporcionais ( D ) e quais são

inversamente proporcionais ( I ) ao valor da flecha inicial:

( )𝐸 ( )𝛼 ( )𝐼 ( ) ( )𝑏 ( )𝑝

2) Aumentar o 𝒇𝒄𝒌 do concreto pode reduzir a flecha inicial de uma laje?


Por quê?

3) A determinação do valor de 𝜶 depende de quais grandezas?

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Exercícios resolvidos

1) Identifique quais grandezas são diretamente proporcionais ( D ) e quais são

inversamente proporcionais ( I ) ao valor da flecha inicial:

(I)𝐸 (D)𝛼 (I)𝐼 (D) (D)𝑏 (D)𝑝

2) Aumentar o 𝒇𝒄𝒌 do concreto pode reduzir a flecha inicial de uma laje?


Por quê?

Porque um maior valor de 𝑓 aumentaria o módulo de elasticidade secante, que por


sua vez reduziria o valor de 𝑎 .

3) A determinação do valor de 𝜶 depende de quais grandezas?

Deve-se conhecer o tipo de vínculo da laje e valor de 𝜆, de acordo com a Tabela de


Lajes 2.5a.

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Aula 5 – Flecha diferida e flecha total

A flecha total é dada por:

a = a + a = a + α ∙ a = a (1 + α )

O índice f refere-se a “flow”, fluência em português.

Segundo o Item 17.3.2.1.2 da Norma:

a  Flecha relativa a carga de longa duração, em função da fluência


α =
1 + 50 ′

  Coeficiente que depende do tempo

A
 =
bd

Pelo Item 4.2.3 da Norma:

A  área da armadura longitudinal de compressão, no caso de armadura dupla, se houver;


Se não houver: A = 0, que é o que acontece, em geral.

  coeficiente em função do tempo, que pode ser obtido com as expressões:

 (t) = 0,68 (0,996 ) t ,


para t ≤ 70 meses

 (t) = 2 para t > 70 meses

t  tempo, em meses, em que se deseja calcular a flecha diferida

Pela tabela 17.1, tem-se valores do coeficiente  em função do tempo (incluído


t = 0,25).

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Tempo (t)
0 0,25 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 ≥ 70
em meses
Coeficiente
0 0,44 0,54 0,68 0,84 0,95 1,05 1,12 1,36 1,64 1,89 2
 (t)

O valor de  é dado por:

 =  (t) −  (t )

t  Idade, em meses, relativa à aplicação da carga de longa duração

Para  = 0, tempo infinito (t  70 meses) e supondo carregamento total na retirada


do escoramento com t0 = 1 mês:

 
α = = =  =  (t) −  (t ) = 2 − 0,68 = 1,32
1 + 50 1 + 50 ∙ 0

A flecha total, para a = 0,258 obtida na aula 4 deste módulo, será:

a = a (1 + α ) = 0,258 (1 + 1,32) = 0,258 ∙ 2,32

𝐚𝐭 ≅ 𝟎, 𝟔𝟎 𝐜𝐦

Para  = 0, tempo infinito (t  70 meses) e supondo carregamento total na retirada


do escoramento com t0 = 0,5 mês (aproximadamente duas semanas):

 
α = = =  =  (t) −  (t ) = 2 − 0,54 = 1,46
1 + 50 1 + 50 ∙ 0

A flecha total, para a = 0,258, será:

a = a (1 + α ) = 0,258 (1 + 1,46) = 0,258 ∙ 2,46

𝐚𝐭 ≅ 𝟎, 𝟔𝟑 𝐜𝐦 (5% maior do que a relativa a t = 1 mês)

Para  = 0, tempo infinito (t  70 meses) e supondo carregamento total na retirada


do escoramento com t0 = 0,25 mês (aproximadamente uma semana):

 
α = = =  =  (t) −  (t ) = 2 − 0,44 = 1,56
1 + 50 1 + 50 ∙ 0

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Módulo 5
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A flecha total, para a = 0,258, será:

a = a (1 + α ) = 0,258 (1 + 1,56) = 0,258 ∙ 2,56

𝐚𝐭 ≅ 𝟎, 𝟔𝟔 𝐜𝐦 (10% maior do que a relativa a t = 1 mês)

Observação: quanto mais cedo for aplicada a carga, maior será a flecha, ou o
contrário, quanto mais tarde for aplicada a carga, menor será a flecha.

Deve-se lembrar que a laje deve ter resistência suficiente para resistir o
carregamento aplicado por ocasião da retirada do escoramento.

Exercícios propostos

1) Descrever o processo de cálculo da flecha final.

2) No cálculo da flecha final, em quais situações se tem  ≠ 𝟎?

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Módulo 5
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Exercícios resolvidos

1) Descrever o processo de cálculo da flecha final.

Determina-se  (𝑡) e  (𝑡 ) para se calcular o coeficiente .

Com o valor de  e de , calcula-se o valor do coeficiente 𝛼 relativo à fluência ao


longo do tempo. Conhecido o valor da flecha inicial, obtém-se o valor da flecha final, dada
por 𝑎 = 𝑎 1 + 𝛼 .

2) No cálculo da flecha final, em quais situações se tem  ≠ 𝟎?

No caso de armadura longitudinal de compressão, ou seja, quando a laje requer o


uso de armadura dupla.

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Aula 6 – Verificação das flechas

A flecha limite é dada pela tabela 13.2 da Norma. O valor crítico, em geral, é o relativo
à aceitabilidade sensorial.

Para a L5, seu valor é:

a = =

a = 1,58 cm

Verificação:

𝐚𝐭 = 𝟎, 𝟓𝟐 𝐜𝐦 < 𝐚𝐥𝐢𝐦 = 𝟏, 𝟓𝟖 𝐜𝐦 OK

Portanto, a flecha na L5 é verificada com folga, para o limite de aceitabilidade


sensorial.

Neste e em outros projetos, podem ser necessárias verificações de outros efeitos


indicados na Tabela 13.3 da Norma.

Fazendo a verificação para outras possíveis lajes críticas, L1 (= L6) e L2 (= L7), na


Aula 2 deste Módulo 5, viu-se que:

– L1: borda menor engastada (Tipo 2A), ℓx = 395 cm,  = 1,21

– α = 5,00 (mais próximo), gk = 3,50 kN/m2, qk = 1,50 kN/m2

– p = g +  . q = 3,50 + 0,3 . 1,50  p = 3,95 kN/m = 3,95 . 10 kN/cm

– E , I e (1 + α ) = 2,32 não se alteram.

Verificação da flecha na L1:

∙ , , ∙ ∙ , ∙
a = ∙ ∙ = ∙ ∙
∙ , ∙ ∙ , ∙

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Módulo 5
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a = 0,172 cm

𝐚𝐭 = 𝟎, 𝟒𝟎 𝐜𝐦

a = = = 1,58

𝐚𝐭 = 𝟎, 𝟒𝟎 𝐜𝐦 < 𝐚𝐥𝐢𝐦 = 𝟏, 𝟓𝟖 𝐜𝐦

A flecha da L1 também é verificada com folga.

Fazendo agora a verificação da flecha na L2, nesta as bordas adjacentes são


engastadas (Tipo 3),  = 1,31, α = 3,80 (o valor mais próximo), e os demais valores não se
alteram. Assim:

∙ , , ∙ ∙ , ∙
a = ∙ ∙ = ∙ ∙
∙ , ∙ ∙ , ∙

a = 0,131 cm

a = 0,30 cm

a = = = 1,58

𝐚𝐭 = 𝟎, 𝟑𝟎 𝐜𝐦 < 𝐚𝐥𝐢𝐦 = 𝟏, 𝟓𝟖 𝐜𝐦

A flecha na L2 também é verificada, com mais folga ainda. Portanto, a altura


h = 10 cm é adequada com relação às flechas.

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Módulo 5
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Aula 7 – Aceitabilidade sensorial: vibrações sentidas no piso

As verificações são feitas obedecendo a tabela 13.3 da Norma:

A razão da limitação é “outro”. Deve-se ressaltar que o deslocamento a considerar é


devido a cargas acidentais, com a flecha limite definida por /350.

As lajes mais importantes a se considerar são aquelas com maiores valores de ,


ou seja, L1 e L2 ( = 3,95 m) e L5 ( = 3,96 m), maiores valores de q/p (valores em
serviço) e maiores flechas iniciais.

Por exemplo, a laje L1 tem flecha inicial maior que a laje L2 e maior valor de q/p do
que a laje L5.

Para a laje L1: q = 1,50 kN/m², p = 3,95 kN/m² e a = 0,172 cm. Logo:

q/p = 1,50/3,95 ≅ 0,38 (igual valor na L2)

A flecha inicial da carga variável é obtida por regra de três:

,
=  a =a ∙ = 0,172 ∙  a = 0,065 cm
,

,
𝐚𝐥𝐢𝐦 = = = 1,127 cm

a = 0,065 cm < a = 1,127 cm

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Portanto, a verificação atende a tabela 13.3 da Norma com muita folga, pois
a < 6% de a .

Igual procedimento poderia ser aplicado para L2 = L7 e L5, e os respectivos valores


são indicados na tabela indicada a seguir.

q
p (serv)
Laje 𝓵𝐱 (m) Mód. - Aula (carac) q/p 𝐚𝐢𝐩 (cm) 𝐚𝐢𝐪 (cm) 𝐚𝐥𝐢𝐦 (cm)
(kN/m²)
(kN/m²)

L1 = L6 3,945 5-6 1,50 3,95 0,38 0,172 0,065 1,127


L2 = L7 3,945 5-6 1,50 3,95 0,38 0,131 0,050 1,127
L5 3,96 5-4 1,50 6,91 0,22 0,258 0,056 1,131

Exercícios propostos

1) Nos efeitos de aceitabilidade sensorial da tabela 13.3 da NBR 6118:2014, qual


o critério mais rigoroso quanto ao deslocamento limite? Por quê?

2) Qual o critério mais importante quando se considera a aceitabilidade


sensorial para vibrações sentidas no piso: 𝒒/𝒑, 𝓵𝒙 ou as flechas iniciais?

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Exercícios resolvidos

1) Nos efeitos de aceitabilidade sensorial da tabela 13.3 da NBR 6118:2014, qual


o critério mais rigoroso quanto ao deslocamento limite? Por quê?

É o critério de vibrações sentidas no piso, que possui maior denominador no cálculo


do deslocamento limite. Então resulta um menor valor de flecha limite quando comparado
com o critério visual.

2) Qual o critério mais importante quando se considera a aceitabilidade


sensorial para vibrações sentidas no piso: 𝒒/𝒑, 𝓵𝒙 ou as flechas iniciais?

Devem ser analisados os maiores valores dentre essas três grandezas, usando
esses valores para avaliar qual é a laje que se recomendada para iniciar a análise do
deslocamento limite.

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Aula 8 – Efeitos em paredes

Esses efeitos também são baseados na tabela 13.3 da Norma, indicada a seguir,
sobre limites para deslocamentos com efeitos em elementos não estruturais.

Na tabela mostrada, o vão deve ser tomado na direção na qual a parede se


desenvolve.

Nessa tabela são citados como exemplos alvenaria, caixilhos e revestimentos, com
o deslocamento a se considerar após construção da parede. O deslocamento limite é o
menor valor entre /500 e 10 mm, com um terceiro limite relativo a rotação ϴ = 0,0017 rad,
sendo ϴ uma rotação no elemento que suporta a parede.

Considerando que a parede tenha sido construída no tempo t , , só interessa a


flecha após t , .

Como foi dito, o deslocamento limite é o menor valor entre /500 e 10 mm, sendo
o vão na direção da parede. O limite de rotação da laje, ϴ = 0,0017 rad, exige o uso
de cálculo diferencial, que não é objetivo deste curso.

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Módulo 5
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Assim, será admitido que, em geral, as rotações máximas atendem os limites da


Norma quando os limites das flechas são respeitados.

Em geral, as paredes são construídas depois da retirada do escoramento, caso


contrário, elas sofrem efeitos da deformação total.

Mesmo assim, para efeito de exemplo, na laje L5 será considerada a construção da


parede do banheiro antes da retirada do escoramento, admitindo-se que essa retirada
ocorra com t = 1 mês. Portanto, para a parede do banheiro tem, então, t = 1 mês, e
= = 396 cm.

No Módulo 5, Aula 5, obteve-se a = 0,60 cm para carga aplicada com t = 1 mês. A


flecha limite é:

a = /500 = 396/500 = 0,79 < 1 cm

,
a = 0,60 cm < a = 0,79  ≅ 0,76
,

Assim, tem-se o limite atendido com folga para a parede do banheiro, com
a < 0,76 a .

Para a parede da área de serviço, o valor de a é maior, ou seja:

a = /500 = 473/500 = 0,95 < 1 cm

,
a = 0,60 cm < a = 0,95  ≅ 0,63
,

Assim, tem-se o limite atendido com mais folga ainda, com a < 0,63 a .

Convém destacar que, se houvesse parede em um vão maior que 5 m, nesse caso
resultaria a = 1 cm.

Será admitido agora que a parede do banheiro seja construída logo após a retirada
do escoramento, que é a condição recomendada (a favor da segurança).

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Nesse caso, a laje terá deformação inicial devida à carga total, que inclui a
decorrente da carga de parede. Novamente, como foi visto no Módulo 5, Aula 5, obteve-se
a = 0,60 cm para carga aplicada com t = 1 mês.

A parede se acomoda à deformação decorrente de seu peso próprio. Logo, só


interessa a flecha diferida, conforme foi indicado no Módulo 5, Aula 5. Então:

t = 1 mês  a = a − a = 0,60 − 0,258  a ≅ 0,34 cm

Portanto:

,
a = 0,34 cm < a = 0,79  ≅ 0,43
,

Verifica-se que o limite foi atendido com mais folga, com a < 0,43 a .

Admitindo agora que a parede do banheiro seja construída 2 meses após a retirada
do escoramento, tem-se 𝑡 , = 3 meses.

A flecha inicial não depende do tempo de aplicação da carga, então a = 0,238 cm.
Admite-se que a laje tenha deformação inicial devida à carga total, que inclui a decorrente
da carga de parede. Os efeitos em paredes só dependem da fluência após carga total.
Assim:

a =α ∙a

α =  =  (t) −  (t ) = 2 − 0,95 = 1,05 (Módulo 5, Aula 5)

a = 1,05 ∙ 0,238 ≅ 0,25

,
a = 0,25 cm < a = 0,79  ≅ 0,32
,

O limite foi atendido com folga para a parede do banheiro, com a < 0,32 a .

Conclui-se que, após a retirada do escoramento, quanto mais tarde forem


construídas as paredes, menores serão os efeitos sobre elas.

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Exercícios propostos

1) Por que não se recomenda que as paredes sejam construídas antes da


retirada do escoramento?

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Exercícios resolvidos

1) Por que não se recomenda que as paredes sejam construídas antes da


retirada do escoramento?

Porque assim elas sofrerão efeitos da deformação total. Se forem construídas após
a retirada do escoramento, quanto mais tarde forem construídas as paredes, menores serão
os efeitos sobre elas.

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Aula 9 – Eventuais providências se o limite das flechas não for atendido

Nas lajes do edifício deste curso, não são necessárias providências. Se fossem, as
providências possíveis seriam (não necessariamente nesta ordem):

– Retardar retirada do escoramento e/ou aplicação da carga (diminui  e α );

– Adotar contraflecha, levantando a fôrma na região central da laje, mantendo h constante.


Em geral esse cuidado não é tomado, piorando o desempenho da laje;

– Adotar A  armadura de compressão no centro da laje, junto à face superior


(′ aumenta e α diminui);

– Aumentar h (aumenta a carga, mas aumenta muito o momento de inércia);

– Diminuir vãos: alterar a forma estrutural, adotando mais vigas. Em geral isso é evitado,
pois acarreta retrabalho.

Outra solução possível consiste em aumentar f . Nesse caso:

– E aumentaria;

– a e a diminuiriam.

Porém, o comum é adotar o mesmo f para todo o edifício; não se adotam valores
diferentes de f para um só ou para poucos elementos estruturais.

Nos casos em que se decidir por contraflecha (a ), o valor limite é indicado na


observação 2 da Tabela 13.2 da Norma:

a , = /350

Por exemplo, para a L5:

396
a , = = 1,13 cm
350

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É usual adotar valores múltiplos de 0,5 cm. Portanto, nesse caso, poderiam ser
adotadas contraflechas de 0,5 cm ou 1 cm (se elas fossem necessárias). O importante é
ser atendida a seguinte condição: a − a ≤ a .

Exercícios propostos

1) Para redução das flechas em lajes, quais das seguintes práticas são menos
recomendadas? Por quê?

( ) Aumentar 𝑓 ;

( ) Adotar 𝐴 ;

( ) Diminuir vãos, ou seja, alterar forma estrutural, adotando mais vigas;

( ) Retardar retirada do escoramento e/ou aplicação da carga;

( ) Adotar contraflecha.

2) Porquê é recomendado adotar valores múltiplos de 0,5 cm para as


contraflechas?

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Exercícios resolvidos

1) Para redução das flechas em lajes, quais das seguintes práticas são menos
recomendadas? Por quê?

( X ) Aumentar 𝑓 ;

( ) Adotar 𝐴 ;

( X ) Diminuir vãos, ou seja, alterar forma estrutural, adotando mais vigas;

( ) Retardar retirada do escoramento e/ou aplicação da carga;

( ) Adotar contraflecha.

Não é uma prática comum adotar valores diferentes de 𝑓 para um só ou para


poucos elementos estruturais.

Alterar a forma estrutural causa retrabalho, que gera custos e perda de tempo.

2) Porquê é recomendado adotar valores múltiplos de 0,5 cm para as


contraflechas?

Porque o processo de cálculo de flechas é apenas aproximado.

Além disso, na obra não há condições de adotar valores das contraflechas com
grande precisão.

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Autores

Prof. Libânio Pinheiro


1. Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, EESC-
USP, em 1972.
2. Engenheiro Projetista de Estruturas de Concreto Armado, de 1974 a 1984.
3. Professor de Estruturas de Concreto na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUCCamp,
SP, de 1976 a 1984.
4. Mestre em Engenharia de Estruturas pela EESC-USP, em 1981.
5. Professor de Estruturas de Concreto na Faculdade de Engenharia Civil de São José do Rio Preto,
SP, em 1981.
6. Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, de 1981 a 2018, em Dedicação Exclusiva
desde 1985, onde ministrou aulas na pós-graduação desde 1987, para alunos de Mestrado e de Doutorado.
7. Doutor de Engenharia de Estruturas pela EESC-USP, em 1988.
8. Pesquisador Associado da Universidade Estadual da Pennsylvania, PENN STATE, em State College, EUA, onde
desenvolveu programa de Pós-Doutorado, de setembro de 1989 a agosto de 1990.
9. Coordenador de Pesquisa do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, de 1990 a 1993, onde
também foi Coordenador de Graduação, de 1998 a 2003, e Coordenador da Disciplina Estágio em Estruturas, de 1999 a
2005.
10. Pesquisador do CNPq, de 1994 a 2005, e Coordenador de Grupo de Pesquisa do CNPq, sobre Estruturas de
Concreto, até 2010.
11. Membro do Comitê Técnico 301 do IBRACON, de 2004 a 2010.
12. Membro do Conselho de Coeditores da Revista IBRACON de Estruturas (IBRACON Structural Journal), de 2004 a
2006, e do Comitê Científico do Congresso Brasileiro do Concreto, em 2004, 2005, 2013 e 2014.
13. No Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, foi pioneiro em pesquisas sobre: teoria das
charneiras plásticas aplicada a projetos de lajes de edifícios, alvenaria estrutural, concreto de alta resistência,
pavimentos de concreto (pavimentação), elementos estruturais de polímeros reciclados, lajes alveolares e concreto com
poliestireno expandido, EPS.
14. Nesse Departamento, desenvolveu também pesquisas sobre: concreto armado, estruturas de edifícios e lajes e
paredes de concreto pré-moldado.
15. Sobre os temas relacionados nos dois itens anteriores, orientou dezenas de alunos de Iniciação Científica, Mestrado
e Doutorado, de 1986 a 2017.
16. Ao longo da carreira como pesquisador, publicou mais de uma centena de trabalhos, no Brasil e no Exterior, a
maioria junto com seus alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado.
17. Atualmente trabalha com cursos on-line sobre Estruturas de Concreto.

Prof. Winston Zumaeta


1. Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Amazonas, UFAM, em 2008.
2. Licenciado em Matemática pela mesma Instituição, no mesmo ano.
3. Especialista em Projeto de Estruturas de Concreto para edifícios pela Faculdade de Engenharia
São Paulo, FESP, em 2011.
4. Especialista em Didática de Ensino Superior pela Universidade Nilton Lins, UNINILTON LINS, em
2013.
5. Mestre em Engenharia de Estruturas pela USP, em 2011.
6. Doutor em Engenharia de Estruturas pela USP, em 2017.
7. Desde fevereiro de 2008, vem trabalhando com projetos de estruturas de concreto para edifícios
utilizando o software TQS.
8. Representante da empresa TQS Informática desde o dia 23 de março de 2011.
9. Foi coordenador de projetos na SECOPE Engenharia até fevereiro de 2015, onde teve a oportunidade de participar
de diversos projetos estruturais de edificações, entre eles: Edifício da Fametro, Edifício Terezina 275, Condomínio
Privilege, Edifício Green View, Edifício The Office, Edifício Smart, Bumbódromo, Condomínio Family, Hospital (HUGV),
residências, etc.
10. Atualmente é instrutor de cursos do software TQS e cursos sobre estabilidade global de edifícios na cidade de
Manaus, e é professor no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Amazonas, UFAM, atuando na área de
Estruturas, Mecânica das Estruturas e Estruturas de Concreto.

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