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Libânio Pinheiro
Prof. Winston Zumaeta
Novembro / 2021
www.wlcursos.com.br
Aula 0 – Introdução
O tipo de estrutura a ser adotado neste curso é constituída por lajes maciças,
escadas, vigas, pilares e fundação de sapatas isoladas com carga centrada.
Nas próximas aulas, será discorrido sobre dados de projeto, posições e nomes dos
elementos, cortes e cotas horizontais e verticais.
Exercícios propostos
Exercícios resolvidos
As lajes com vigotas pré moldadas têm diversas vantagens: são mais leves, dispensam o
uso de formas, gastam menos concreto, são mais fáceis de executar e, portanto, mais
econômicas.
Nota aos alunos do curso: As lajes maciças foram escolhidas para este curso por razões
didáticas, uma vez que o cálculo delas envolve aspectos mais amplos.
Com a maior demanda por este tipo de laje vêm aumentando, a WL Cursos decidiu incluir
neste curso as lajes treliçadas, sem custo adicional. Elas serão estudadas no Módulo 23.
Sugerimos que você veja a nova programação, que já se encontra no site da WL Cursos.
• Planta do térreo;
• Pavimento tipo (três nesse edifício);
• Dois cortes;
• Fachada;
• Planta da cobertura.
10,10
10,10
2,00 x 1,20
2,00 x 1,20
0,90
A
0,90
9,74
9,74
0,90 x 2,10
0,90
0,90 x 2,10
3,74
3,74
0,90
12,85
12,85
3,05
3,05
1,02 3,78
1,02 3,78 0,90 x 0,60
0,90 x 0,60 0,70 x 2,10 Banheiro
1,37
1,32
0,70 x 2,10 Banheiro 1,50
1,37
1,32
1,50
3,74
1,50 x 1,20
1,50 x 1,20 Dormitório Dormitório
Dormitório Dormitório 0,90
0,90
B B
B B
4,58 0,60 0,60 3,78
4,58 0,60 0,60 3,78
1,50 x 1,20
1,50 x 1,20
0,90
A
0,90
Térreo Tipo
pavimento tipo, há uma janela na caixa da escada na mesma posição onde, no térreo,
encontrava-se a porta de acesso principal.
Nesse projeto, tem-se dois cortes. O corte longitudinal A-A mostra, da esquerda para
a direita, a janela da sala, a porta que divide a cozinha da área de serviço, a janela do
banheiro e a janela do dormitório. O corte transversal B-B mostra, da esquerda para a
direita, a parede que separa o dormitório da caixa da escada, os armários dos dormitórios,
a parede que divide o dormitório do banheiro e a janela do dormitório. É importante notar
que a janela do dormitório da esquerda está voltada para a fachada do edifício.
1,50
1,20
0,80
0,80
1,20
1,20
2,90
2,90
0,90
0,90
0,80
0,80
1,20
1,20
2,90
2,90
0,90
0,90
0,80
0,80
1,20
1,20
2,90
2,90
0,90
0,90
2,90
2,90
2,90
Fachada Cobertura
Exercício proposto
1) Como foram obtidos os valores de vão dos pilares do edifício deste curso?
Exercício resolvido
1) Como foram obtidos os valores de vão dos pilares do edifício deste curso?
Os vãos dos pilares foram admitidos como sendo as medidas de piso a piso, igual a 3 m,
com exceção dos pilares do primeiro piso, que vão do topo da fundação até o topo das
vigas do primeiro piso. Como o topo da fundação foi admitido 0,30 m abaixo do piso do
térreo, para esses pilares resultou um vão de 3,30 m.
Esta aula traz alguns dados adotados para o projeto estrutural, entre os quais:
Exercícios propostos
1) Listar as larguras das diferentes paredes do edifício, desde as larguras dos blocos
até as dimensões acabadas.
2) A platibanda adotada para o projeto do curso possui altura de 80 cm. Essa medida
é determinada de acordo com quais parâmetros?
4) É possível usar tijolos do tipo "baiano" nas paredes do projeto do curso, com
espessura aproximada de 9 cm, haja vista que as alvenarias não são estruturais?
Exercício resolvido
2) A platibanda adotada para o projeto do curso possui altura de 80 cm. Essa medida
é determinada de acordo com quais parâmetros?
Uma rápida conversa com o construtor ou com o contratante do projeto pode definir o tipo
de telhado que será utilizado e sua inclinação.
Supondo 200 litros por pessoa por dia, e que a água armazenada deva ser suficiente para
abastecimento durante pelo menos 24 h, seriam necessários 16 x 200 = 3200 litros. Mesmo
considerando que parte dessa água seja armazenada no nível do solo, por exemplo 50%
(1600 litros), seriam necessárias ao menos três caixas elevadas de 500 litros (1500 litros),
para chegar próximo dos 3200 litros.
Depois se verificou que tal volume era pequeno, e que precisaria de, pelo menos, 1500L.
De acordo com as normas vigentes, a reserva técnica para incêndio não seria necessária,
pois ela se refere a edificações com área construída superior a 750 m² e/ou altura superior
a 12 m, que não é o caso do edifício do curso. Mesmo assim foi decidido colocar uma
reserva mínima de 20% do consumo diário, totalizando 2000L. Então, no cálculo final dos
pilares, será considerada a carga relativa às 2 caixas d'água de 1000L cada, para um
volume total de 2000L.
Neste projeto, tendo em conta o pequeno volume necessário para as caixas d’água
elevadas, suas cargas não influenciarão de forma significativa no cálculo dos pilares.
O material completo com a descrição do cálculo que resulta no volume final de 2000L pode
ser consultado no link a seguir: http://wlcursos.com.br/kr/caixa-dagua.
4) É possível usar tijolos do tipo "baiano" nas paredes do projeto do curso, com
espessura aproximada de 9 cm, haja vista que as alvenarias não são estruturais?
Será visto que as vigas serão adotadas com largura de pelo menos 14 cm, e os pilares com
pelo menos 19 cm. Se as alvenarias fossem com blocos de 9 cm, todas as vigas e pilares
ficariam salientes das paredes.
É um caso de aceitar ou não essas saliências. Deve-se ter em mente que evitá-las pode
garantir um maior valor comercial para o imóvel.
Portanto, antes de decidir sobre o tipo de bloco, seria o caso de consultar o arquiteto, os
proprietários ou outros envolvidos com a obra.
A protensão pode ser uma solução para esses problemas, mas isso acarreta custos
maiores.
Neste curso, nas seções transversais dos pilares, hx será a menor dimensão e hy , a
maior:
Em edifícios com quatro ou mais pavimentos, em geral, evita-se hx < 19 cm, porque,
no dimensionamento do pilar, a força normal característica Nk deve ser majorada por dois
coeficientes: γf , que em geral é igual a 1,4, e γn , que é dado pela tabela 13.1 da ABNT NBR
6118. Com essa majoração, encontra-se a força normal de cálculo:
Nd = γf ∙ γn ∙ Nk
Segundo a mesma norma supracitada, área mínima que a seção transversal do pilar
deve ter é 360 cm². A seguir, são dados alguns exemplos que atendem essa limitação:
Assim, pode-se perceber que há quatro pórticos na direção horizontal e três na direção
vertical, identificados por linhas tracejadas verdes na figura a seguir:
A linha em vermelho não é um pórtico, porque não possui uma continuidade de viga.
Na representação do pórtico vertical central na planta do edifício, é recomendável que se
prolongue uma viga por toda a sua extensão, mesmo não havendo paredes nas regiões da
sala e do dormitório esquerdo.
Exercícios propostos
6) A viga que atravessa um dos dormitórios poderia ser adotada sobre a parede que
os divide, assim evitando uma viga aparente em cima do armário?
Exercícios resolvidos
São vigas que recebem a carga de um pilar ao longo do seu vão, e transferem essa carga
para outros dois pilares.
Podem trazer problemas como maior altura da viga, o que pode prejudicar a arquitetura,
maiores taxas de armadura e problemas de construção, culminando em maiores custos.
Empregando cálculo manual, se pode afirmar com segurança se haveria ou não problemas
estruturais.
Poderia haver uma perda da rigidez nessa direção, com o edifício ficando mais deformável.
Também, haveria uma concentração de tensões na laje, na região próxima ao P2, pois o
comportamento seria de laje lisa com viga no contorno.
Porém, na região da sala, a viga poderia ser calculada como sendo viga-faixa (ou viga
chata) embutida na laje. Seria então uma viga contínua com mudança de seção sobre o
P5. A NBR 6118 indica qual seria a largura colaborante da laje nesse trecho.
Deve ser tomado cuidado maior no detalhamento das armaduras nessa região,
principalmente com a armadura negativa sobre o P5 e com os estribos na laje, na região
entre o P5 e o P2.
Sem a viga, o comportamento fugiria do usual para um edifício de pequeno porte. Seria
melhor analisar o edifício utilizando um software adequado.
Ela pode ser dispensada se houver necessidade disso. Nesse caso poderia ser admitida
uma viga embutida na laje, trabalhando como viga-faixa, ou viga chata, ou viga larga,
contínua com os demais tramos da viga. Nesse caso, a viga continuaria sendo calculada
como contínua, mas com variação de seção. A Norma indica como determinar a largura
colaborante nesse trecho de viga-faixa. O uso de viga-faixa contínua com os outros tramos
leva a uma complicação no detalhamento da armadura da viga, na região em que há
mudança de seção.
A afirmativa está correta, porém não é tão simples. Há diversos fatores envolvidos e
dificilmente o engenheiro tem liberdade para adotar os vãos que quiser entre pilares. Em
geral essa escolha fica condicionada a exigências arquitetônicas, altura do edifício, etc. Mas
a existência de vão econômico da ordem de 4,5 m a 5 m é verdadeira.
6) A viga que atravessa um dos dormitórios poderia ser adotada sobre a parede que
os divide, assim evitando uma viga aparente em cima do armário?
A viga passando pelo armário não seria aparente, pois ela estaria dentro do armário. E
como o pé-direito é alto, poderia ser executado um maleiro também mais alto, para
compensar a presença da viga. Porém, passar a viga pela parede seria sim uma alternativa.
Neste caso, também haveria inconvenientes, como por exemplo:
3. A viga dentro da parede seria apoiada em outra viga, fora do pilar, o que é um
inconveniente construtivo;
4. O pilar da fachada também precisaria ser deslocado, caso em que as vigas das fachadas
da frente e do fundo deixariam de ser iguais, ou seja, teríamos mais um inconveniente
construtivo.
Pode-se notar que sempre há inconvenientes, e a opção por cada alternativa depende da
escolha do autor do projeto.
A transição do pilar gera momento fletor, que pode ser resistido pela viga do andar. Há
necessidade, também, de maior atenção com as armaduras do pilar.
Algumas barras morrerão nessa altura, por conta da transição. Haverá outras nascendo,
que poderão precisar de chumbadores específicos adicionais, com comprimento de
Há casos em que pode haver necessidade de criar um bloco de transição, para transferir
os esforços do pilar de cima para o pilar de baixo.
Podem ser considerados casos especiais as obras de pequeno vulto, como residências e
edifícios de poucos pavimentos, em que as cargas nos pilares são de pequena intensidade
O uso de pilares com 7 cm é impossível. Na NBR 6118:2014, no item 7.4.7.6, na tabela 7.2,
o menor cobrimento que a norma estabelece para pilares é 2,5 cm.
Usando o cobrimento de 2,5 cm de cada lado, temos 5 cm. Considerando estribo de 0,5
cm, com um ramo de cada lado, a soma dá 1 cm. No item 18.4.2.1 a norma estabelece que
o diâmetro mínimo da barra longitudinal é 10 mm = 1 cm.
O item 18.4.2.2 estabelece que deve existir pelo menos uma barra em cada vértice da
seção transversal do pilar, então em uma seção retangular devemos colocar pelo menos 4
barras de 1 cm. Se for analisar em uma seção, pelo menos 2 barras. Tudo isso vai resultar
em:
Considerando que as duas barras longitudinais estão encostadas, o que também não é
permitido por norma. No mesmo item 18.4.2.2, a norma estabelece que o espaçamento
mínimo livre entre as faces das barras longitudinais deve ser 20 mm = 2,0 cm.
Conclusão: na pior das situações se poderia ter um pilar com seção de 10 cm, o que mesmo
assim está fora de norma.
Na NBR 6118:2003, era permitido pilar com 12 cm, na norma de 2014, é permitido pilar com
14 cm no mínimo.
Ainda, a norma de desempenho (NBR 15575-2:2013), em seu item 7.2.2.1, permite utilizar
uma dimensão menor que a mínima recomendada na NBR 6118, isso apenas para casas
térreas e sobrados, desde que a altura total não ultrapasse 6,0 m.
Como foi dito na aula anterior, devem-se formar pórticos com a união de vigas e
pilares nas duas direções, de forma a garantir a rigidez do edifício para resistir a ações
verticais (cargas) e horizontais (vento).
A função dos pórticos também é distribuir esforços horizontais entre eles, e diminuir
os deslocamentos horizontais nas duas direções.
Deve ser considerada a deformabilidade nas duas direções do edifício. Para garantir
mais rigidez na direção horizontal, nessa direção serão adotadas as maiores dimensões
dos pilares das fachadas da frente e do fundo e dos pilares laterais da direita do edifício,
totalizando oito pilares com maior dimensão na direção horizontal.
Para garantir rigidez também na direção vertical, nessa direção serão adotadas as
maiores dimensões dos quatro pilares da caixa da escada.
Sobre as dimensões dos pilares, o valor de hx foi definido como 19 cm, podendo ser
alterado posteriormente, se for necessário. Os valores de hy dependem de um pré-
dimensionamento ou do próprio dimensionamento dos pilares.
Exercícios propostos
5) Por que se adotou uma viga na parte superior da escada? Que vantagens isso
traz?
6) No exercício feito nesta aula, a seção transversal dos pilares centrais da fachada
de frente e de fundo foi acrescida para o lado esquerdo. Haveria algum problema se
a dimensão fosse acrescida para ambos os lados, de tal forma que a viga
perpendicular à fachada apoiasse nos seus respectivos centros? Há algum problema
em ter acrescido os pilares para apenas um lado?
Exercícios resolvidos
Não. Convém garantir que haja resistência às deformações nas duas direções do edifício,
considerando uma planta regular usual.
Depende. O vento sempre produzirá forças nas construções, a depender da sua forma, da
região e edificações em seu entorno, do tipo de terreno e de outros obstáculos.
Porém, a sua altura em relação ao solo possui boa parcela de influência na ordem de
grandeza das forças horizontais as quais o edifício está sujeito, de tal forma que, segundo
recomendações mais atuais do Instituto Brasileiro do Concreto – IBRACON, a consideração
da ação do vento só pode ser desconsiderada no cálculo para construções de no máximo
4 pavimentos, conforme o trecho a seguir, que foi retirado da Prática Recomendada deste
instituto:
“8.4.1Efeito do vento
5) Por que se adotou uma viga na parte superior da escada? Que vantagens isso
traz?
A adoção dessa viga permite dispensar vigas inclinadas nas laterais da escada. A escada
vai ser apoiada na viga do andar e em viga horizontal no nível do patamar intermediário. A
solução com vigas inclinadas, por sua vez, dificulta a execução da escada e levam a maior
custo.
6) No exercício feito nesta aula, a seção transversal dos pilares centrais da fachada
de frente e de fundo foi acrescida para o lado esquerdo. Haveria algum problema se
a dimensão fosse acrescida para ambos os lados, de tal forma que a viga
perpendicular à fachada apoiasse nos seus respectivos centros? Há algum problema
em ter acrescido os pilares para apenas um lado?
O fato de a viga perpendicular ser descentralizada não tem problema, pois provoca um
esforço localizado que será equilibrado pela viga da fachada. Além disso, a quantidade de
armadura e sua disposição não serão alteradas pelo fato da viga ser descentralizada.
Esses assuntos ficarão mais claros ao longo do curso, após o estudo de vigas e pilares.
As lajes são delimitadas pelas vigas. Após a adoção das vigas considerando a
formação de pórticos, deve ser analisada a necessidade de mais vigas por conta de
deformações nas lajes, que devem atender limites fixados. Os seguintes aspectos
interferem no valor das flechas:
Agora, serão dadas algumas diretrizes que podem auxiliar na definição das posições
das lajes:
- Esforços maiores;
- Mais armadura;
- Maior custo.
Uma alternativa para lajes maciças são as lajes nervuradas, que requerem alturas
maiores, mas têm menor peso próprio e maior rigidez, o que leva a flechas menores. Ao
fim deste curso, serão vistas as lajes nervuradas treliçadas.
Laje maciça
Laje nervurada
No edifício ora estudado, se fosse adotada laje única ao lado da escada, o corredor,
a cozinha, a área de serviço e o banheiro se apoiariam nela. Haveria vãos livres da ordem
de 4,5 m a 5 m (um tanto grandes) e existiriam três paredes (corredor, área de serviço e
banheiro) apoiadas nessa laje. Para aliviar essa laje suposta, maior e mais carregada, será
adotada viga embaixo da parede do corredor:
Exercícios propostos
d – A NBR 6118:2014 não permite que paredes se apoiem diretamente nas lajes ( )
2) Para que serve a viga presente na caixa da escada, identificada na figura a seguir?
Exercícios resolvidos
d - A NBR 6118:2014 não permite que paredes se apoiem diretamente nas lajes ( )
2) Para que serve a viga presente na caixa da escada, identificada na figura a seguir?
A escada precisa de um apoio no nível do andar, que poderia ser a viga (V2), que fica acima
da caixa da escada, na forma estrutural. Precisa também de uma viga horizontal no nível
do patamar intermediário (VE), apoiada nos dois pilares que ficam abaixo da caixa da
escada, na forma estrutural.
Nesse caso, na arquitetura, o vão livre da caixa de escada seria de 4,55 m, na direção
vertical. Para apoiar a escada só nessas duas vigas (VE e V2), será visto mais adiante que
esse vão é muito grande. Teríamos de colocar mais duas vigas, na direção vertical, que
seriam inclinadas nas regiões dos degraus. Com essas duas vigas inclinadas, a escada
passaria a ter, também, apoios laterais, com distância livre de 3,10 m entre eles.
Essas vigas inclinadas seriam difíceis de executar e exigiriam muita armadura, ficando
muito caras.
Há solução melhor sem essas vigas inclinadas, que pode ser adotada em edifícios desse
tipo: cria-se uma viga interna, que neste curso será chamada de Viga 3, ou simplesmente
V3, no nível do patamar superior, e a escada passa a ter um vão livre 3,19 m (entre VE e
V3), muito menor que o vão livre de 4,55 m, relativo à solução anterior, sem vigas inclinadas.
É bom lembrar que o momento fletor depende do vão elevado ao quadrado, e é com o
momento fletor que são calculadas as armaduras longitudinais das vigas.
Portanto, essa é explicação para se adotar a viga V3, resultando uma escada mais barata
e mais fácil de executar.
Os nomes das lajes devem ser indicados com caracteres maiores (como L1, L2...
L7). Embaixo do nome, com caracteres menores, deve ser colocado “h =“. O valor de h, ou
seja, a altura da laje, não é identificado agora porque será determinado em aula futura,
quando se fizer um pré-dimensionamento das lajes. Tanto o nome das lajes como “h =”
devem ser colocados próximos dos centros das lajes.
Podem ser usados critérios diferentes para cada andar. Por exemplo, no pavimento
tipo, pode-se usar LT1, LT2 etc., na cobertura LC1, LC2, e assim por diante. Cada critério
depende da escolha do engenheiro estrutural.
Exercício proposto
Exercício resolvido
Uma laje deve ser identificada por meio da letra maiúscula “L” seguida de um número que
a diferencia das demais lajes do pavimento, por exemplo L1, L2 etc.
Cada viga deve ter um único nome, mesmo que tenha mais de um tramo. Inicia-se
pelo nome da viga V1, posicionado no alto do desenho, à esquerda do primeiro tramo, sobre
a viga. O nome da viga deve ser anotado com caracteres maiores que os de sua seção
transversal, que serão indicados depois.
Logo após o nome de cada viga horizontal, é mostrada sua seção transversal, com
caracteres menores. Como ainda não se conhecem as alturas das vigas, nesta etapa são
indicadas apenas as larguras, seguidas de uma barra inclinada.
Todas as demais vigas estão dentro de paredes com blocos de 14 cm, atendendo
as condições da arquitetura. Portanto, elas terão largura de 14 cm.
Assim, usa-se o mesmo critério das vigas horizontais, iniciando pela viga do alto à
esquerda, V6, seguindo então da esquerda para a direita e de cima para baixo. Portanto,
na direção vertical, encontram-se as vigas de V6 até V11, todas elas com largura de 14 cm.
Vale dizer que, no dimensionamento final, uma ou mais vigas poderão ter suas
dimensões alteradas.
Exercícios propostos
d - Recomenda-se evitar vigas com largura menor que as paredes que as contêm ( )
Exercícios resolvidos
d - Recomenda-se evitar vigas com largura menor que as paredes que as contêm ( X )
Em princípio, elas podem sim apresentar a mesma configuração das vigas dos andares
superiores. Porém, como não há lajes no térreo, as paredes da área de serviço, do banheiro
e do armário dos quartos também precisam de vigas-baldrame.
Não há necessidade de vigas fechando o retângulo do edifício, mas elas podem sim ser
colocadas, a critério do engenheiro estrutural.
No projeto, a menor dimensão adotada para pilares será de 19 cm, como visto em
aula anterior. A outra dimensão ainda não é conhecida e será definida em aulas futuras,
quando se tratar do pré-dimensionamento dos pilares. Portanto, nesta etapa, será
identificada apenas a menor dimensão.
Exercício proposto
1) Que cuidados devem ser tomados quando os nomes dos pilares forem
posicionamos na planta estrutural?
Exercício resolvido
1) Que cuidados devem ser tomados quando os nomes dos pilares forem
posicionamos na planta estrutural?
Deve-se buscar sempre manter o alinhamento horizontal e vertical dos nomes dos pilares,
quando possível, e não “poluir” o desenho. Assim, evita-se a concentração de
informações e a planta se torna mais legível.
Os cortes mostram as ligações entre as lajes e as vigas, e deve ser indicado pelo
menos um corte em cada direção, o que será adotado neste projeto.
O corte horizontal pode ser rebatido interno, a aproximadamente 1/3 dos vãos das
lajes na direção perpendicular, como se pode ver na ligação de L1 e L2 com V7, V9 e V11.
Este problema também ocorre se o corte for posicionado na parte inferior da ligação
de L6 e L7 com V6, V9 e V11. Na parte superior dessa ligação, abaixo da V4, não há esse
acúmulo de informações. Em suma, deve-se evitar interferência do corte com nomes de
lajes e vigas.
Outra posição para indicar o corte horizontal é fora da forma estrutural (rebatido
externo). É possível fazer este corte acima da V1 ou abaixo da V5.
Entre as posições possíveis, o corte escolhido para este curso foi o rebatido interno,
abaixo da V4.
Exercícios propostos
b - Na metade da laje ( )
Exercícios resolvidos
b - Na metade da laje ( )
Se não há laje chegando na viga, mostra-se só a viga. Um corte horizontal passando pelo
vazio da escada mostraria, à esquerda desse vazio, só a viga V8. Não há lajes chegando
nela nesse trecho.
Pelo mesmo motivo, à esquerda da viga V9, também não haveria laje. À direita da V9,
indica-se a L4 chegando nela.
Continuando o corte, devem ser indicadas as vigas V10 e V11, com a laje L4 chegando na
V10 e a L5 chegando na V10 e na V11.
O procedimento desta aula é semelhante ao que foi mostrado na aula anterior. Pode-
se fazer um corte vertical rebatido interno nas lajes L7, L5 e L2, passando a 1/3 dos vãos
das lajes L7 e L2, a partir da V11. Outras posições poderiam ser adotadas, porém haveria
interferência com os nomes das lajes, vigas e pilares.
O vão da escada está indicado por linhas em X. Ela será detalhada em desenhos
específicos.
Esta aula mostrará como são colocadas as cotas horizontais, sendo importante
lembrar que as dimensões da arquitetura são indicadas em metros, e da forma estrutural,
em centímetros.
Inicia-se com a identificação das larguras das vigas, que possuem 14 cm de largura,
e através da medida interna horizontal da caixa da escada, de 3,10 m, pode ser definida a
cota da forma estrutural equivalente a ela. Neste caso, soma-se a cota interna de 3,10 m
com 2 cm de revestimento de cada lado, o que resulta em 314 cm.
A cota do balanço esquerdo, na viga V4, pode ser obtida a partir da cota da parede
de fundo (1006 cm), subtraindo-se as cotas definidas até agora, próximas à viga V4,
resultando um balanço de 134 cm.
Usando essas cotas, já podem ser definidas as cotas das lajes L1 e L2, novamente
identificando as dimensões das vigas e os vãos das lajes, sendo estes obtidos por meio
das cotas já definidas pouco acima da viga V4.
Outra informação que pode ajudar no entendimento do que foi feito até agora é
colocar, fora do desenho de arquitetura, um corte com as dimensões da arquitetura
(posicionadas acima do desenho do corte) e da estrutura (abaixo do desenho do corte).
Exercícios propostos
Exercícios resolvidos
Inicia-se identificando as cotas das vigas sem o revestimento. A seguir, subtrai-se de cada
ambiente o valor do revestimento das paredes, de cada lado do ambiente.
A medida interna, também sem revestimento, seria: 400 – 14 – 14 = 372 cm. Portanto, as
medidas do cômodo, sem revestimento, seriam: 400 cm x 372 cm (externa e interna,
respectivamente).
Partindo dessas medidas com revestimento, caso fosse necessário obter as medidas sem
revestimento (paredes e vigas), na externa (404 cm), seria necessário subtrair 2 x 2 cm,
chegando aos 400 cm.
E para obter as medidas internas, também sem revestimento, à medida 368 cm (com
revestimento), precisa somar 2 x 2 cm, resultando 372 cm.
Para as cotas parciais, o melhor local é atravessando as lajes L2, L5 e L7, devido ao
espaço para as informações na forma estrutural. Colocam-se então as larguras das vigas
da frente e do fundo, e as das vigas internas. As outras medidas são obtidas na arquitetura.
Como exemplo, a cota do vão da laje L7 é obtida pela soma da cota interna da parede
do dormitório (3,74 cm) com 2 cm de revestimento de cada lado, o que resulta em 378 cm.
As outras medidas são obtidas de forma análoga.
A cota do vão da laje L3 é obtida pela soma da cota do patamar do nível do andar
(1,37 m) com 2 cm de revestimento da parede sobre a viga V2, e subtraindo 14 cm da viga
V3. Isso resulta em 125 cm.
Assim, considera-se cotada toda a forma estrutural, tanto com cotas horizontais
quanto verticais.
Exercícios propostos
Exercícios resolvidos
O corte horizontal rebatido externo visto na aula 11, com cotas da arquitetura e da forma
estrutural, foi feito por razões didáticas, pois havia certa complexidade.
Na direção vertical, essa complexidade não existe. Portanto o corte vertical externo, com
cotas da arquitetura e da forma estrutural, não é necessário. Porém, nada impede que ele
seja feito.
As cotas da escada são obtidas na forma estrutural, inclusive a da VE, de 314 cm.
Dividindo este valor por dois, obtém-se a largura da escada (157 cm).
A largura da viga V3 e a largura do patamar do nível do andar (125 cm) são obtidas
na forma estrutural, bem como a cota externa de 459 cm.
A partir dessas cotas, pode ser obtida a largura do patamar intermediário, que resulta
em 138 cm.
Essas cotas podem ser representadas dentro da caixa da escada ou fora dela, de
forma a complementar as informações que serão passadas à obra.
Exercícios propostos
Exercícios resolvidos
Partiu-se da medida de 459 cm, obtida para a região do banheiro, da cozinha e da área de
serviço. Para os degraus, foram admitidos 7 de 26 cm, resultando 182 cm (7 x 26).
Sobraram para os patamares 277 cm (459 – 182). Em vez de considerar dois patamares
de 138,5 cm (277 / 2), para trabalhar com números inteiros, o patamar no nível do andar foi
adotado com 139 cm, e o outro, com 138 cm.
Isto foi feito apenas para trabalhar com números inteiros, em centímetros.