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DESIGN DE MÓVEIS

AULA 2

Prof. Clécio Zeithamer


CONVERSA INICIAL

O objetivo desta aula é relacionar os tipos de processo produtivo e buscar entender um pouco

mais sobre as formas de construção de um móvel.

Desse modo, ao longo da aula, estudaremos sobre os seguintes temas:

Móveis de alta produção;

Móveis de baixa produção;

Nomenclatura de peças de móveis;


Aberturas, posições de portas e gavetas;

Tamponamentos.

CONTEXTUALIZANDO

Os móveis podem variar significativamente em sua forma, acabamento e características físicas em

função do processo produtivo pelo qual ele passou, de acordo com os materiais empregados e pela

maneira como foi construído. Por isso, é importante que um profissional que trabalha com projeto de

design de interiores tenha um bom conhecimento sobre os tipos de indústria de móveis e sobre os

padrões estruturais de um mobiliário, para que, no momento em que estiver atendendo um cliente e

executando o projeto de um ambiente, faça as melhores escolhas.

Por exemplo, um ambiente pode ser totalmente executado com móveis sob medida, com

mobiliário de produção seriada ou, ainda, ter os dois tipos de produto no mesmo ambiente. Sendo

assim, para que um designer de interiores ou arquiteto possa orientar adequadamente seu cliente, ele

precisa antes conhecer mais sobre esses assuntos. Dessa forma, daremos aqui mais alguns passos na

construção dos conhecimentos sobre design de móveis para interiores.


TEMA 1 – MÓVEIS DE ALTA PRODUÇÃO

Os fabricantes dessa classe de móveis buscam produtividade e aproveitamento de material,


tendo, como objetivos principais, custo reduzido e quantidade, porém, sem esquecer de outras

questões, como ergonomia, funcionalidade e estética. Dessa forma, as indústrias que produzem este
tipo de produto normalmente são de grande porte e possuem maquinários de alta tecnologia, muitas

vezes computadorizados e que permitem automatização (Correia, 2014).

Conforme já demonstramos em outro momento, os móveis executados no sistema de alta

produção podem ser divididos em seriados, modulares e planejados. Explicaremos em mais detalhes a

seguir.

1.1 MÓVEIS SERIADOS

Os móveis seriados apresentam algumas características específicas, como maior rapidez na

entrega de um produto encomendado – quando comparado a um móvel sob medida, por exemplo –,

entrega imediata em lojas com estoque e tamanhos padrão. Para tanto, um produto elaborado para

produção seriada precisa ser cuidadosamente projetado e prototipado durante sua fase de

desenvolvimento.

Figura 1 - Exemplo de móvel seriado

Créditos: Pixel-Shot/Shutterstock.

Assim, as equipes de designers executam rigorosas análises nos projetos e protótipos de móveis

seriados antes desses produtos entrarem na linha de produção, pois o objetivo é produzir em grandes

quantidades e, em função disso, é importante buscar o melhor aproveitamento de material e

agilidade em todo processo.


Seguindo essa linha de raciocínio, um mesmo modelo de móvel pode alcançar a marca de
milhares de peças executadas em um único dia. Desse modo, é possível que as empresas de móveis

seriados reduzam a margem de lucro por produto, porém esse valor será multiplicado por uma
grande quantidade de peças, fazendo com que empresa lucre devido à grande quantidade de peças

produzidas.

É comum empresas que operam nesse sistema trabalharem com linhas de produção, ou seja,

cada funcionário executa apenas um tipo de tarefa, manualmente ou com a ajuda de máquinas, de
forma a agilizar o processo. Por trabalhar com produções em larga escala, é comum, nesse tipo de

processo, as empresas operarem com estoques de produto, isto é, primeiro os produtos são

produzidos com base em uma demanda estimada, para então serem vendidos.

Outro benefício para consumidores que compram móveis seriados é o aumento de

possibilidades de uso, pois o mobiliário é produzido em tamanho padrão, sendo possível aproveitá-lo

em outros ambientes da casa ou do escritório. Nesse sentido, também são uma alternativa
interessante para quem mora em um imóvel alugado, uma vez que podem ser usados em outro

imóvel.

A grande demanda desse tipo de produto no mercado justifica os grandes números de produção,

ao mesmo tempo que reduz o seu preço (Correia, 2014). Apresentamos, a seguir, as principais

características dos móveis seriados.

a. Não necessitam de projetista para montar layouts e auxiliar nas vendas;

b. Os móveis são utilizados soltos nos ambientes;

c. Geralmente são produtos mais comuns;

d. Produção em série das peças;

e. As lojas ou fábricas podem trabalhar com estoque de móveis prontos;

f. Não possuem grande variedade de modelos e de materiais.

1.2 MÓVEIS MODULARES

Conforme o próprio nome dessa classe de mobiliário, são móveis produzidos em módulos. Dessa

maneira, o cliente, com o auxílio do projetista, pode executar seu projeto de acordo com o espaço

existente, suas necessidades e o orçamento disponível (Correia, 2014).


Figura 2 – Exemplo de cozinha modular

Créditos: HENADZI KlLENT/Shutterstock.

Devido à flexibilidade que o móvel modular oferece aos clientes, permitindo realizar projetos

onde os móveis se encaixam, complementam e aproveitam melhor o espaço, seus fabricantes

conseguem agregar mais valor ao seu produto.

Conforme mencionado anteriormente, para esse tipo de venda de mobiliário é necessária a

prévia execução de um projeto, o qual será apresentado com um orçamento para que o cliente

analise. Após a aprovação do projeto e do valor pelo cliente, o pedido pode ser efetuado, embora

essa rotina não seja uma regra, e cada loja ou empresa pode criar seu próprio processo de vendas.

Antes da criação do projeto, é necessário ter as medidas do ambiente a ser projetado. Deste

modo, é comum um projetista ir até a residência do cliente para efetuar essa medição do espaço.
Depois disso, o projeto é executado por meio de softwares específicos, nos quais estão os
módulos existentes na linha de produção de cada empresa, já prontos digitalmente e disponíveis em

uma biblioteca, facilitando assim a vida do desenhista, que terá os módulos prontos para encaixar no
ambiente (Correia, 2014). Geralmente, esse tipo de projeto não é cobrado, porém, só é entregue para

os clientes após o pedido fechado. Sendo assim, as visualizações e análises iniciais do projeto

precisam ocorrer na loja.

Assim, os módulos são projetados como caixas com dimensões padronizadas, com
preenchimentos internos e fechamentos frontais que oferecem uma função específica, como

gaveteiros, armários baixos ou altos de uma ou mais portas, com uma ou mais prateleiras, entre

outros, observando ainda que os módulos possuem tamanho fixo, ou seja, as medidas finais não

podem ser alteradas (Correia, 2014; Vale, 2013).

As principais características que os móveis modulares apresentam, segundo Vale (2013), são:

a. Composição do ambiente por um projetista a partir de módulos pré-existentes;

b. Nem sempre os módulos irão preencher os espaços totalmente, devido às limitações das

medidas dos módulos;

c. Um produto mais comum que apresenta alguns diferenciais;

d. Produção em série das peças;

e. Produto mais popular, com preços mais baixos;

f. As lojas ou fábricas podem trabalhar com estoque de módulos prontos;


g. Não possui grande variedade de modelos de materiais.

1.3 MÓVEIS PLANEJADOS

Os móveis planejados apresentam características semelhantes às dos móveis modulados,

entretanto, possuem a grande vantagem de permitirem alterações dimensionais nos módulos

(Correia, 2014). O objetivo principal é a melhor utilização do espaço, ou seja, um móvel planejado
emprega módulos pré-fabricados que se encaixam perfeitamente uns nos outros, e são concluídos

com peças de acabamento.

Figura 3 – Exemplo de cozinha planejada


Créditos: Stelmakh Oxana/Shutterstock.

Nesse sentido, são produzidos de maneira precisa, para que se encaixem em um ambiente

específico e, por isso, peças como prateleiras, tampos de mesa, nichos e até módulos, podem ter suas

dimensões editadas para que caibam perfeitamente no espaço disponível. Assim, é importante que a
medição dos ambientes seja executada da maneira precisa, pois pequenas diferenças em uma medida

podem prejudicar o momento da instalação.

As indústrias de móveis planejados agregam valor aos seus produtos oferecendo matéria-prima

de melhor qualidade e projetos com maior versatilidade, pois, além das alterações dimensionais dos

módulos, novas peças de mobiliário também podem ser criadas de acordo com a necessidade dos

clientes. Todos esses fatores juntos trazem maior liberdade de criação ao projetista e proporcionam

aos clientes a oportunidade de incorporar sua personalidade ao espaço (Correia, 2014).

Por esse motivo que, em projetos de planejados, é comum avaliar o ambiente em sua totalidade,

levando-se em consideração revestimento de piso, cor de paredes, tipos de luminárias, detalhes do

teto, estilo dos acessórios, entre outros. No caso de cozinhas, por exemplo, é importante avaliar

igualmente os eletrodomésticos que serão embutidos nos módulos ou nos vãos dos móveis.
Em função dessas questões todas, é importante empregar profissionais mais capacitados para
criar os layouts dos ambientes, habitualmente designers graduados ou projetistas com grande

experiência na área (Vale, 2013). Essa parte do projeto é geralmente realizada por um profissional que
trabalha em uma loja revendedora.

Para fabricação desse tipo de mobiliário, é comum utilizar painéis de MDP ou MDF com 15 ou 18

mm de espessura, com acabamentos em laminados melamínicos de baixa pressão (BP). No entanto,

essa não é uma regra. Para esse padrão de móveis, é comum também usar tamponamentos, que são
formas de construir a estrutura do mobiliário com uma aparência mais encorpada. Estudaremos com

mais profundidade o tema tamponamentos mais adiante.

Os móveis planejados, assim como os modulares, também possuem módulos em dimensões

padronizadas, os quais inclusive, são usados como base na elaboração dos projetos. Entretanto,

quando necessário, permitem alterações.

Elencamos, a seguir, conforme Vale (2013), as principais características dos móveis planejados:

a. Produção de peças com grande variedade de medidas diferentes;

b. Móveis de produção seriada, porém, montados no ambiente se apresentam sob medida;

c. Necessidade de alto controle interno na produção;

d. Lojas especializadas;

e. Custo mais elevado;


f. Montadores mais especializados;

g. Qualidade do produto elevada;

h. Necessidades de recorte na montagem;

i. Maior necessidade de designers;

j. Maior utilização de acessórios e ferragens;

k. Maior número de opções de materiais, acabamentos e cores.

TEMA 2 – MÓVEIS DE BAIXA PRODUÇÃO

Grande parte das empresas que fabricam móveis de baixa produção são familiares ou

microempresas, dessa forma, possuem um processo de produção diferenciado, com alto valor

agregado.
Os fabricantes desse tipo de mobiliário podem atender indústrias de móveis planejados,

fabricando peças com medidas que não existem na linha de produção destas, porém, muitas vezes

podem ser marcenarias ou estofarias que trabalham em parceria com designers de interiores e
arquitetos que já possuem seus próprios clientes (Correia, 2014).

Conforme já mencionamos em nossos estudos, os móveis de baixa produção pode ser semi-

industriais ou artesanais, conforme explanaremos a seguir.

2.1 MÓVEIS SEMI-INDUSTRIAIS

Um móvel produzido dentro de um processo semi-industrial é aquele executado manualmente

com ou sem ajuda de máquinas, e em menor escala. Podem ser utilizados métodos de produções

similares para os clientes, porém, cada projeto é diferente do outro, tanto no estilo, como nas suas

dimensões.

Geralmente, os móveis semi-industriais são executados por marcenarias e/ou estofarias. Assim, o
marceneiro ou o estofador são os profissionais com as habilidades necessárias para a produção de

móveis de madeira ou estofados, utilizando matérias-primas e instrumentos adequados. Entretanto, é

comum que esses profissionais não tenham educação técnica formal na leitura de projetos técnicos

(Santana, 2021).

Um dos grandes benefícios de um móvel semi-industrial é a possibilidade de o cliente adquirir

um móvel único, executado de acordo com suas necessidades e preferências estéticas, como um

móvel sob medida ou uma peça solta no ambiente, que denominamos móvel exclusivo. Essa

característica possibilita que os ambientes de uma casa ou espaço comercial representem com mais

exatidão a personalidade dos seus proprietários.

2.1.1 Móvel exclusivo

Há diversos móveis exclusivos ou soltos que podem ser produzidos por marcenarias, como

poltronas, pufes, estofados de dois ou mais lugares, cabeceiras de cama estofada, cristaleiras, mesas

de jantar, mesas de centro e/ou lateral, cadeiras, criados-mudos, cômodas, berços, entre outros.

Figura 4 – Exemplo de móvel exclusivo solto em madeira


Créditos: 3dmitruk/Shutterstock.

Móveis soltos também podem ser executados por vidraçarias, marmorarias, serralherias, entre

outros. As possibilidades são inúmeras, basta usar a criatividade, como:

a. Vidraçaria: mesa lateral executada totalmente em vidro;

b. Marmoraria: mesa de jantar feita totalmente de mármore;

c. Serralheria: cadeira ou cama executadas em tubo e arames de aço, conforme a Figura 5.

Figura 5 – Exemplo de móvel exclusivo solto em aço


Créditos: 3dmitruk/Shutterstock.

2.1.2 Móvel sob medida

Outra modalidade é o móvel sob medida, o qual se assemelha muito aos móveis planejados, nas

seguintes características:

a. São produzidos para se encaixar perfeitamente em um ambiente específico;

b. Exigem a necessidade de medições precisas dos espaços;


c. Demandam o emprego de designers graduados, projetistas experientes na área ou arquitetos.

A diferença do móvel sob medida para o planejado está no fato de que este último é executado

em um processo de alta produção, no qual apenas algumas peças são feitas com medidas especiais,

ao passo que no móvel sob medida o processo é de baixa produção, e todas as peças são produzidas

com medidas especiais.

Figura 6 – Exemplo de cozinha sob medida

Créditos: Simon Annable/Shutterstock.


São comumente fabricados em madeira reconstituída tipo MDF, normalmente em chapas de 18
mm de espessura. Para esse padrão de móveis também é usual fazer tamponamentos, que são formas

de aumentar a espessura de prateleiras, tampos e estrutura dos móveis, melhorando assim o


acabamento final e valorizando o ambiente.

Há vários acabamentos para madeira (MDF): laminado melamínico tipo de baixa pressão (BP),

lâminas naturais e pinturas. Pelo fato de que projetos de marcenaria permitem inúmeras

possibilidades, eles atraem aqueles clientes que desejam móveis personalizados e com maior
aproveitamento do espaço. Sobre os tipos de madeiras reconstituídas e acabamentos, esse é um tema

no qual vamos nos aprofundar em breve.

As principais características que os móveis sob medida apresentam são, segundo Vale (2013):

a. Produção menos industrializada;

b. Grande variedade de materiais e cores;


c. Utilização de lâmina naturais de madeira e pintura;

d. Peças especiais;

e. Possibilidade de utilizar madeira maciça;

f. Total ocupação dos espaços dos ambientes;

g. Móveis projetados na totalidade;

h. Projetos realizados por designers e arquitetos;

i. Mobiliário de padrão mais elevado;

j. Mobiliário que supre as necessidades dos clientes de maneira mais ampla;

k. Mão de obra especializada;

l. Prazo de entrega maior;

m. A produção possui padrão.

2.2 MÓVEIS ARTESANAIS

Um produto artesanal é executado manualmente, com ou sem recursos semi-industriais, em que

a emoção e intenção de quem o confeccionou pode ser refletida no traço e no estilo artístico do

produto.

Figura 7 – Exemplo de móveis artesanais


Créditos: brizmaker/Shutterstock.

Móveis executados de forma seriada em maquinários modernos geralmente são desconectados

da personalidade de seus fabricantes. No entanto, móveis executados manualmente transmitem

características das pessoas que os criaram. Sendo assim, quando um produto é

verdadeiramente confeccionado à mão, nossa admiração transcende o objeto e o percebemos como

uma herança do talento do artesão (Booth, Sam; Plunkett, 2015).

O artesanato é um trabalho executado por um artesão, que usa matéria-prima natural e, muitas

vezes, regional. Por esse motivo, esse tipo de produto pode apresentar marcas de uma época,

características de uma região ou ser identificado como um objeto pertencente à cultura popular.

De acordo com Santana (2007), há várias classes de artesãos, definidas de acordo o objetivo do
profissional. Há o artesão-artista, que visa despertar no público admiração e devoção; o artesão

profissional, que produz objetos em série, utilizando apenas instrumentos mais básicos, mas com
metas comerciais; e o artesão semi-industrial, que mescla técnicas manuais com mecanismos

semiautomatizados – capaz, portanto, de produzir inúmeros produtos iguais.

Nesse sentido, o artesanato gera renda e emprego em todo território nacional e é considerado

um importante produto do turismo no Brasil (Brasil, 2019). Em função disso, a profissão de artesão foi

regulamentada em 2015, por meio de incentivo e diretrizes para políticas públicas, dando assim

origem à carteira profissional para essa categoria e autorizando o Poder Executivo a apoiar esses

trabalhadores (Baldo, 2015; Brasil, 2015).

Geralmente, esses profissionais criam núcleos de artesãos com poucos membros, os quais

possuem, em comum, o desejo de aperfeiçoar o saber artesanal. Esses grupos também podem ser

segmentados em outras classes, conforme seus objetivos. Assim, podem ter uma estruturação mais
ou menos formal, de produção familiar e, dessa maneira, alcançarem metas comuns e mais eficazes
de divulgação e comercialização (Santana, 2007).

TEMA 3 – NOMENCLATURA DE PEÇAS DE MÓVEIS

Quando fazemos um projeto técnico executivo de um móvel, é importante detalharmos


minuciosamente cada uma das partes que compõem o produto, de forma que todos os envolvidos no

processo produtivo poderão executar esse móvel de maneira correta e sem dúvidas.

Nesse processo, nem sempre o marceneiro que irá executá-lo terá contato direto com o designer
ou arquiteto que concebeu o mobiliário, ou, ainda, nem sempre todos os profissionais estarão

disponíveis para sanar dúvidas que possam surgir durante a execução. Por isso, é importante o

projeto ser bem detalhado e completo, de modo que seja autoexplicativo.

O projeto técnico deverá apresentar desenhos de conjunto do móvel no ambiente e, em alguns

casos, com detalhes de algumas peças especiais, contendo as vistas ortogonais com dimensões das

faces mais importantes e também das perspectivas. Assim, cada uma dessas partes detalhadas precisa
ter um nome específico para que seja devidamente identificada durante o processo de produção e no

momento da montagem.

Para você conhecer os nomes de cada uma das peças de um móvel, apresentamos na sequência

uma mesa de cabeceira em perspectiva de conjunto, ou seja, do móvel montado, e duas perspectivas

explodidas, mostrando cada uma das peças com sugestões de nomes.

Saber o nome dessas peças também é importante para melhorar a comunicação entre o

marceneiro e o designer/arquiteto, pois, dessa forma, todos estarão usando a mesma nomenclatura

quando estiverem conversando, reduzindo, assim, as possibilidades de mal-entendidos. Por exemplo,

um marceneiro telefona para o designer/arquiteto que criou o móvel e informa que está em dúvida

sobre que material usar no fundo da gaveta, e esse profissional entende que se trata da traseira da

gaveta.

Sendo assim, na Figura 8 é possível vermos, da esquerda para a direita, a perspectiva da mesa de

cabeceira; no centro, o mesmo produto, com a gaveta e porta aberta; e, na imagem da direita, uma

perspectiva mostrando a face inferior e posterior, para que, desse modo, entendam perfeitamente o

produto como um todo.


Figura 8 – Perspectivas de conjunto da mesa de cabeceira (realizado com o software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Na sequência, na Tabela 1, conforme já mencionado, temos a mesma mesa de cabeceira em uma

perspectiva explodida, na qual é possível ver cada um dos componentes que fazem parte desse

produto, contendo as peças de madeira e algumas ferragens, como dobradiças, corrediças e

puxadores.

A perspectiva explodida é interessante porque possibilita demonstrar em um só desenho todas

as peças de um produto. Nesse tipo de projeto, é comum inserir uma tabela contendo o nome de

cada peça, o material, acabamento das faces e topos, dimensões, a quantidade de componentes por

produto, entre outros. Essas informações podem variar em função do processo produtivo de cada

empresa e para qual finalidade será usada a perspectiva explodida. A Tabela 1 mostra o número de

cada peça, que poderia ser um código cadastrado no sistema de uma empresa com os respectivos

nomes.
Tabela 1 – Perspectiva explodida da mesa de cabeceira (realizado com o software Sketchup)

PERSPECTIVA EXPLODIDA MESA DE CABECEIRA

Nº Componente

M1 Tampo

M2 Fundo

M3 Lateral direita

M4 Lateral esquerda

M5 Prateleira

M6 Base ou sóculo

M7 Rodapé

M8 Porta

PX1 Puxador

C1 Cavilha

P1 Pino apoio prateleira

D1 Dobradiça

GM Gaveta média

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.


Como é possível perceber na tabela, os nomes de cada componente são praticamente uma

descrição da peça, o que torna o projeto didático e de fácil entendimento para quem for utilizá-lo.

Porém, cada empresa ou profissional pode criar seu próprio sistema de nomenclaturas e numeração.
Nosso objetivo aqui é demonstrar maneiras de nomear as peças que possam facilitar a produção.

Outro detalhe apresentado no desenho é um canal ao longo das peças M3 e M4, que serve para

encaixar o fundo de maneira justaposta no momento da montagem. Esse tipo de procedimento é

bem usual, pois facilita a montagem e melhora o acabamento final.

Observe ainda, na Tabela 1, que a gaveta média (GM) é um componente que contém vários

outros subcomponentes. Dessa maneira, ela pode ser replicada para vários outros produtos. Esse

processo agiliza o projeto e padroniza os produtos. É também interessante executarmos o projeto

desse jeito porque ele não sobrecarrega a prancha de desenho com muitas informações. Da mesma

maneira, componentes padrões, como dobradiças, puxadores, pinos de prateleira, cavilhas, entre

outros, também podem ser utilizados para diversos projetos diferentes.

Na sequência, apresentamos a Figura 9, que contém a perspectiva frontal e posterior da gaveta

montada, e a Tabela 2, com perspectiva explodida e descrição das peças da gaveta.

Figura 9 – Perspectivas de conjunto da gaveta média (realizado com o software Sketchup)

Créditos: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.


Observe que a gaveta possui a frente dupla, ou seja, uma peça externa e outra interna (peças G1
e G2 da Tabela 2). Esse procedimento é comum principalmente entre os marceneiros, pois é uma

maneira de esconder parafusos e facilitar o acabamento final.

Tabela 2 – Perspectiva explodida da gaveta média (GM) (realizado com o software Sketchup)

PERSPECTIVA EXPLODIDA GAVETA MÉDIA

Nº Componente

G1 Frente externa

G2 Frente interna

G3 Traseira

G4 Lateral direita e esquerda

G5 Fundo

CR1 Corrediça

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Na Tabela 2, as laterais direita e esquerda são iguais. Sendo assim, foi possível empregar o

mesmo componente nos dois lados. Sobre cavilhas, são peças cilíndricas, geralmente fabricadas em

madeira, mas podem ser também em plástico ou metal. Possuem várias funções, e uma delas é servir

de guia no momento de encaixar uma peça na outra, de maneira a posicionar as peças corretamente

e de forma estável, facilitado a segunda etapa de fixação, a qual pode ser por meio de parafusos e/ou
dispositivos de fixação (sobre os quais trataremos futuramente). Além disso, eles aumentam a
resistência mecânica do móvel.

Nesse momento, não acrescentamos nas perspectivas explodidas e tabelas os parafusos e

possíveis dispositivos de montagem, pois o mercado disponibiliza inúmeras soluções para cada
situação e, em função disso, iremos estudar esse assunto mais detalhadamente em breve.

TEMA 4 – ABERTURAS, POSIÇÕES DE PORTAS E GAVETAS

Além das classificações mencionadas anteriormente por tipo de processo produtivo e de matéria-
prima empregada para melhorar o entendimento, dividimos aqui o mobiliário por tipo de abertura de

portas e posições de portas e gavetas, conforme o diagrama da Figura 10.

Figura 10 – Diagrama de abertura de portas e posições de portas e gavetas

Fonte: Zeithamer, 2021.

Para cada projeto, podem ser definidos um tipo específico de abertura de portas e um de posição

de portas e gavetas, sempre visando à ergonomia, funcionalidade, estilo e acabamento final do


mobiliário.

4.1 ABERTURA DE PORTAS

Todos os tipos de aberturas de portas – de giro, correr, sanfonada e basculante – podem ser

encontrados nos móveis de alta e de baixa produção, porém, o tipo mais comum de abertura é o de
giro.

Há inúmeras possibilidades de ferragens para cada tipo de abertura, e o consumidor poderá

escolher o modelo em função da marca, qualidade, acabamento, preço, disponibilidade no mercado,


gosto pessoal ou engenharia de funcionamento de cada ferragem.

Como vimos, o mercado oferece incontáveis possibilidades de ferragens para executar a mesma

função. Por essa razão, só demonstraremos aqui os tipos de aberturas sem a aplicação da ferragem.

No entanto, há várias marcas de ferragens de renome no mercado que oferecem catálogos pra

consulta on-line ou para download.

Cada um desses modelos de abertura de porta oferece vantagens e desvantagens, conforme

estudaremos a seguir.

a. Abertura de giro: também conhecida como porta de abrir, é o tipo mais comum, mais acessível e

fácil de encontrar no mercado. Quando um armário possui duas portas, é possível abrir e

acessar todo o móvel internamente, diferentemente da porta de correr, que se abre uma de

cada vez. Como desvantagem, há a questão do espaço externo necessário para abrir a porta,

avançando mais que os outros modelos, pois há situações em que não existe espaço disponível

no ambiente pra o giro completo da porta.

Figura 11 – Exemplos de abertura de porta sanfonada, de correr e de giro (realizados com o

software Sketchup)
Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

b. Abertura de correr: também conhecida como deslizante, é relativamente comum, e há opções de

ferragens de vários padrões, das mais simples às mais sofisticadas. Sua vantagem é não ocupar

espaço externamente na frente do móvel quando as portas são abertas. Como desvantagem, só
libera o acesso de um vão por vez ao abrir a porta (conforme Figura 11), porém, possibilita

portas maiores. As portas de correr consomem mais espaço internamente com relação à

profundidade do armário, devido à sobreposição das portas e as ferragens.

c. Abertura sanfonada: também conhecida como porta articulada, utiliza ferragens menos comuns

no mercado, porém, pode ser encontrada em lojas especializadas em acessórios para móveis.

São interessantes para situações em que não existe muito espaço para abertura da porta na

frente do móvel, pois as portas normalmente são divididas em duas e, ao abrir, dobram-se ao

meio. Assim, ocupam aproximadamente a metade do espaço que uma porta com abertura de

giro ocuparia. Outra vantagem é a possibilidade de acessar todo o móvel internamente ao abrir.

Como desvantagem, são ferragens um pouco mais complexas para montagem e de custo maior

do que uma ferragem para abertura de giro, por exemplo.

Os nomes dos tipos de aberturas de porta podem variar de acordo com


a denominação de cada fabricante de ferragens, como apresentamos aqui.

Observe ainda, na Figura 11, a posição do puxador, que se altera em função de cada tipo de
abertura. Na de giro, os dois puxadores ficam na lateral interna das portas, posicionados de forma

centralizada no armário; na de correr, os puxadores ficam na lateral externa das portas; na de abertura
sanfonada, os puxadores se encontram centralizados, próximos à divisão das portas, na aba externa.

Outro tipo de abertura de porta bastante conhecido e utilizado é o basculante, geralmente

empregado em armários com formatos mais horizontais, que ficam numa posição mais alta. Nesses
casos, com abertura da porta para cima (observe a Figura 12). Menos comum, o armário basculante

com porta de abertura para baixo geralmente é utilizado na parte inferior de balcões. Os armários

basculantes são comumente utilizados em cozinhas e escritórios, e são uma opção interessante

quando se possui um armário com largura maior que a altura. A Figura 12 mostra portas basculantes

com abertura para cima e para baixo (superior e inferior).

Figura 12 – Exemplo de abertura de porta basculante (realizado com o software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Saiba Mais

Para entender um pouco mais sobre tipos de abertura de portas, assista aos vídeos a seguir.

Häfele BR. Um armário – três tipos de abertura/porta dobradiça. Disponível em: <http

s://youtu.be/OBJLYDmIC0o>. Acesso em: 8 nov. 2021.


Häfele BR. Um armário – três tipos de abertura/porta articulada. Disponível em: <http

s://youtu.be/VolTndGnDpk>. Acesso em: 8 nov. 2021.

Häfele BR. Tipos de portas para mobiliário. Disponível em: <https://youtu.be/wV-VHEO5


W4c>. Acesso em: 8 nov. 2021.

4.2 POSIÇÃO DE PORTAS E GAVETAS

As portas, além do tipo de abertura, também podem ser projetadas com diferentes posições em

relação à estrutura do móvel (sem considerar os tamponamentos). Podem ser embutidas na estrutura

ou sobrepostas, com cobrimento total ou parcial. Isso pode ser definido em função do estilo do

móvel, do padrão, do gosto do cliente ou designer. Alguns tipos específicos são mais difíceis de

executar e exigem maior cuidado no acabamento. Essas posições também servem para as gavetas. A

Figura 13 ilustra dois casos, um de porta embutida e outro de sobreposta com cobrimento total.

Figura 13 – Exemplo de porta embutida e sobreposta (realizado com o software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.


Há dobradiças específicas para cada tipo de posição de porta. A Figura 14 ilustra mais dois casos,
e é possível observar que, na porta de cobrimento parcial, fica um sulco entre o final da porta e a

lateral do móvel.

Figura 14 – Exemplo de porta sobreposta com cobrimento total e parcial (realizado com o software

Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Portas embutidas e com cobrimento total exigem um nível maior de acabamento, de precisão na

regulagem das ferragens e nas dimensões finais do móvel, quando comparadas com portas de

cobrimento parcial. Em contrapartida, portas com cobrimento parcial exigem menos regulagem, pois

possuem um vão maior entre uma porta e outra, ou entre o final de uma porta e a lateral do móvel,

aumentando, assim, a tolerância na regulagem. A Figura 15, em vista superior, demonstra um

esquema de posição entre porta e lateral do móvel, ilustrando os três casos aqui comentados.
Figura 15 – Vista superior com esquema de posições de porta (realizado com o software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Como comentado anteriormente, as frentes de gavetas também podem ser embutidas ou

sobrepostas, como na Figura 16. Provavelmente, os gaveteiros de uma linha de móveis de alta ou
baixa produção irão seguir o mesmo padrão de posição das portas, criando assim, uma harmonia no

conjunto.

Figura 16 – Vista superior com esquema de posições de frente de gaveta (realizado com o software

Sketchup)
Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

TEMA 5 – TAMPONAMENTOS

No tema anterior, vimos dois diagramas abordando os tipos de abertura de portas e posições de

portas e gavetas. Agora, trataremos de tamponamentos. Para facilitar seu entendimento, iremos

dividir o acabamento de móveis por tamponamento completo, parcial ou sem tamponamento,

conforme diagrama da Figura 17.

Figura 17 – Vista superior com esquema de posições de frente de gaveta

Fonte: Zeithamer, 2021.


O que é tamponamento? Podemos dizer que é um processo para melhorar o acabamento do

móvel e deixá-lo mais robusto, por meio de um revestimento extra na caixa do móvel, que é uma

placa adicional de madeira, geralmente de algum tipo de madeira reconstituída.

Esse processo é utilizado mais comumente em móveis planejados e sob medida com o objetivo
de melhorar o acabamento final do produto. Assim, o tamponamento deixa o móvel mais encorpado,

possibilitando embutir portas e gavetas e ajudando a esconder cabeças de parafusos que poderiam

ficar visíveis nas faces externas do móvel. Além disso, evita também o uso de tapa-furos. Esse tipo de
acabamento tem um custo mais elevado, pois utiliza uma ou mais camadas extras de madeira.

5.1 TAMPONAMENTO COMPLETO

Conforme o diagrama apresentado na Figura 10, o tamponamento pode ser completo ou parcial.

Na representação da Figura 18, o tamponamento é completo, pois todas as faces são completamente

revestidas com uma camada extra de madeira, podendo, inclusive, ser uma camada extra dupla.

Um móvel pode ter um tamponamento executado com uma camada de 15 mm, 18 mm ou 25

mm, que são as espessuras de chapas encontradas no mercado, ou, em alguns casos, com até duas

camadas extras de cada uma dessas chapas, dobrando assim a espessura do tamponamento.

Figura 18 – Esquema de montagem de tamponamento (realizado com o software Sketchup)


Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

No topo dos tamponamentos, são executados acabamentos com fitas de borda, geralmente no

mesmo padrão do corpo do móvel, que são faixas de um material plástico – comumente PVC – que
será abordado em breve. Quando o tamponamento é duplo, a fita de borda cobre todo o topo da

estrutura, escondendo a emenda das duas camadas de madeira, conferindo uma sensação de unidade

e solidez ao produto.

Figura 19 – Tamponamento com e sem porta (realizado com o software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Com relação à junção das placas de tamponamento e da fita de borda, pode ser em meia

esquadria, conforme demonstrado na Figura 19, porém, não é o tipo mais empregado por sua
dificuldade de execução.

Em um tamponamento, a caixa interna geralmente aparece recuada, inclusive para embutir


portas e gavetas. É nessa caixa interna que são fixadas as dobradiças. A Figura 20 apresenta um

exemplo diferenciado de tamponamento, no qual a caixa interna se sobressai, em sua profundidade,


em relação ao tamponamento. Esse tipo de efeito geralmente é mais usado em nichos e estantes.

Figura 20 – Exemplo de caixa mais profunda que o tamponamento (realizado com o software
Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.


5.2 TAMPONAMENTO PARCIAL

Quando ou mais faces do móvel não aparece, não é necessário fazer um tamponamento

completo. Nesses casos, nas faces que ficam escondidas, pode ser executada apenas uma faixa frontal
de madeira, na mesma espessura do restante do tamponamento. A Figura 21 demonstra um tampo
na parte superior do móvel.

Figura 21 – Tamponamento parcial e sem tamponamento – parte superior do móvel (realizado com o

software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Ainda a respeito da Figura 21, podemos notar que no primeiro móvel (à esquerda) não há

tamponamento, pois ele não possui caixa interna. Nele, pode ser feito uma lateral com camada dupla

de madeira, para que fique mais encorpado, e usar dobradiça específica para que a porta fique

embutida na caixa. Na parte superior, como ela irá receber um tampo, basta fazer uma estrutura

engrossada na mesma espessura da lateral, reduzindo assim a quantidade de material empregado.


Figura 22 – Tamponamento parcial e sem tamponamento – parte inferior do móvel (realizado com o

software Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Na parte inferior, o móvel, principalmente quando se trata de um balcão que ficará apoiado em

um rodapé ou mesmo suspenso, com fixação na parede, a face inferior não aparece, podendo ser

realizado um tamponamento parcial, como representado na Figura 22. Novamente, no móvel mais à

esquerda, por não se tratar de tamponamento, pode ser executada uma base com a frente

engrossada na mesma espessura da lateral, para reduzir a quantidade de material empregado.

Figura 23 – Tamponamento parcial nas laterais (realizado com o software Sketchup)


Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Quando se trata de um móvel alto, que ficará encostado no teto, por exemplo, e que será

encaixado entre duas paredes ou entre dois outros móveis, também não há a necessidade de se fazer

tamponamento completo nas faces que não ficarem aparentes, como é o caso da Figura 23, na qual

apenas a base possui painel com tamponamento completo.

Reflita: um conjunto de gavetas ou de portas pode ser do tipo cobrimento total – quando

analisamos a relação entre as frentes externas das gavetas com a caixaria estrutural – e ser

“visualmente” do tipo embutida, quando empregamos tamponamentos.

5.3 SEM TAMPONAMENTO

Agora, abordaremos o acabamento estrutural para móveis sem tamponamento. Por serem mais

simples, deixamos esses casos para o final. Na Figura 25, é representada uma caixa que possui

acabamento engrossado, o qual pode dar um efeito parecido com o tamponamento, caso as portas e

gavetas sejam no sistema embutido.


Figura 24 – Caixa sem tamponamento e caixa com engrossamento interno (realizado com o software
Sketchup)

Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

No exemplo da Figura 24, o móvel foi executado com uma caixa simples, sem tamponamento.

Apenas as bordas frontais laterais e a superior foram engrossadas pelo lado interno, dando uma
sensação de maior robustez ao móvel. Esse efeito vai aumentar após a aplicação das portas e gavetas.

Como esse móvel em específico é um armário aéreo, a base foi executada completa, ou seja, com

camada dupla de madeira, pois se fosse feito um engrossamento iria ficar um degrau na parte interna

do móvel e, se fosse embaixo, esse ficaria aparente.

Tampos e prateleiras também podem ter apenas suas frentes engrossadas para economizar
material, e isso pode ocorrer com outros materiais além da madeira, como tampos em mármore ou

granito, como demonstrado na Figura 25.

Figura 25 – Engrossamento de tampos e prateleiras (realizado com o software Sketchup)


Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.

Os engrossamentos podem ser executados na parte interna ou externa dos móveis, dependendo

de cada situação. O designer ou arquiteto, com ajuda de um marceneiro (se for um móvel de baixa

produção), ou engenheiro de produção (caso seja de alta produção), podem definir juntos as

melhores situações para se executar um engrossamento.

Saiba Mais

Para saber mais sobre tamponamento, assista ao vídeo a seguir:

Leandro Mendes. Diferença do móvel tamponado para o móvel sem tamponamento!!.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jtAPvstmJhI>. Acesso em: 8 nov. 2021.

TROCANDO IDEIAS

Acesse o fórum e troque ideias com os colegas sobre outros produtos que podem ser modulados

além de cozinhas e quartos, como estofados.

NA PRÁTICA
Pratique o que aprendeu nesta aula pesquisando imagens na internet de ambientes que

possuam:

Móveis de alta produção: seriados e planejados;

Móveis de baixa produção: semi-industriais e artesanais;


Aberturas, posições de portas e gavetas: todas as opções apresentadas nessa aula;

Tamponamentos.

Armazene em seu banco de imagens pelo menos uma imagem de cada caso para usarmos como
referência em futuros trabalhos.

Visite também ao menos uma loja de móveis modulares, planejados ou um ambiente sob

medida, e analise as diferenças.

FINALIZANDO

Nesta aula, entramos em contato com vários assuntos interessantes: móveis de alta e baixa
produção, nomenclatura de peças, aberturas, posições de portas e gavetas e tamponamentos.

Demos, portanto, mais um importante passo na construção de novos conhecimentos na área de

design de móveis para interiores.

REFERÊNCIAS

BALDO, C. C. Profissão de artesão é reconhecida a partir de regulamentação. Diário Gaúcho, 28

out. 2015. Disponível em: <http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2015/10/profissao-

de-artesao-e-reconhecida-a-partir-de-regulamentacao-4888877.html>. Acesso em: 8 nov. 2021.

BOOTH, S.; PLUNKETT, D. Mobiliário para o design de interiores. 1. ed. São Paulo: Gili, 2015.

BRASIL Lei n. 13.180, 22 de outubro de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 out. 2015.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13180.htm>. Acesso

em: 8 nov. 2021.

BRASIL. Ministério do Turismo. Hoje é o dia mundial do artesão. 19 mar. 2019. Disponível em:

<https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/hoje-e-o-dia-mundial-do-artesao>.
Acesso em: 8 nov. 2021.

CORREIA, R. L. Móveis de madeira: modos construtivos e características. 65 p. Trabalho de


Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Industrial Madeireira) – Universidade Federal do

Paraná, Curitiba, 2014. Disponível em: <https://docplayer.com.br/47633863-Universidade-federal-do-


parana-rafael-luis-correia-moveis-de-madeira-modos-construtivos-e-caracteristicas.html>. Acesso

em: 8 nov. 2021.

MICHAELIS. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: 8 nov. 2021.

SANTANA, A. L. Artesão. Info Escola, 2007. Disponível em:

<https://www.infoescola.com/profissoes/artesao/>. Acesso em: 8 nov. 2021.

TAVARES, L. J. C. Design do mobiliário. Porto Alegre: Sagah, 2018.

VALE, R. T. Qual é a diferença entre móveis modulados, móveis planejados e móveis sob
medida? 2013. Disponível em: <https://tecnicasdemarcenaria.blogspot.com/search?q=sob+medida>.

Acesso em: 8 nov. 2021.

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