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AULA 2
O objetivo desta aula é relacionar os tipos de processo produtivo e buscar entender um pouco
Tamponamentos.
CONTEXTUALIZANDO
função do processo produtivo pelo qual ele passou, de acordo com os materiais empregados e pela
maneira como foi construído. Por isso, é importante que um profissional que trabalha com projeto de
design de interiores tenha um bom conhecimento sobre os tipos de indústria de móveis e sobre os
padrões estruturais de um mobiliário, para que, no momento em que estiver atendendo um cliente e
Por exemplo, um ambiente pode ser totalmente executado com móveis sob medida, com
mobiliário de produção seriada ou, ainda, ter os dois tipos de produto no mesmo ambiente. Sendo
assim, para que um designer de interiores ou arquiteto possa orientar adequadamente seu cliente, ele
precisa antes conhecer mais sobre esses assuntos. Dessa forma, daremos aqui mais alguns passos na
questões, como ergonomia, funcionalidade e estética. Dessa forma, as indústrias que produzem este
tipo de produto normalmente são de grande porte e possuem maquinários de alta tecnologia, muitas
produção podem ser divididos em seriados, modulares e planejados. Explicaremos em mais detalhes a
seguir.
entrega de um produto encomendado – quando comparado a um móvel sob medida, por exemplo –,
entrega imediata em lojas com estoque e tamanhos padrão. Para tanto, um produto elaborado para
produção seriada precisa ser cuidadosamente projetado e prototipado durante sua fase de
desenvolvimento.
Créditos: Pixel-Shot/Shutterstock.
Assim, as equipes de designers executam rigorosas análises nos projetos e protótipos de móveis
seriados antes desses produtos entrarem na linha de produção, pois o objetivo é produzir em grandes
seriados reduzam a margem de lucro por produto, porém esse valor será multiplicado por uma
grande quantidade de peças, fazendo com que empresa lucre devido à grande quantidade de peças
produzidas.
É comum empresas que operam nesse sistema trabalharem com linhas de produção, ou seja,
cada funcionário executa apenas um tipo de tarefa, manualmente ou com a ajuda de máquinas, de
forma a agilizar o processo. Por trabalhar com produções em larga escala, é comum, nesse tipo de
processo, as empresas operarem com estoques de produto, isto é, primeiro os produtos são
produzidos com base em uma demanda estimada, para então serem vendidos.
possibilidades de uso, pois o mobiliário é produzido em tamanho padrão, sendo possível aproveitá-lo
em outros ambientes da casa ou do escritório. Nesse sentido, também são uma alternativa
interessante para quem mora em um imóvel alugado, uma vez que podem ser usados em outro
imóvel.
A grande demanda desse tipo de produto no mercado justifica os grandes números de produção,
ao mesmo tempo que reduz o seu preço (Correia, 2014). Apresentamos, a seguir, as principais
Conforme o próprio nome dessa classe de mobiliário, são móveis produzidos em módulos. Dessa
maneira, o cliente, com o auxílio do projetista, pode executar seu projeto de acordo com o espaço
Devido à flexibilidade que o móvel modular oferece aos clientes, permitindo realizar projetos
prévia execução de um projeto, o qual será apresentado com um orçamento para que o cliente
analise. Após a aprovação do projeto e do valor pelo cliente, o pedido pode ser efetuado, embora
essa rotina não seja uma regra, e cada loja ou empresa pode criar seu próprio processo de vendas.
Antes da criação do projeto, é necessário ter as medidas do ambiente a ser projetado. Deste
modo, é comum um projetista ir até a residência do cliente para efetuar essa medição do espaço.
Depois disso, o projeto é executado por meio de softwares específicos, nos quais estão os
módulos existentes na linha de produção de cada empresa, já prontos digitalmente e disponíveis em
uma biblioteca, facilitando assim a vida do desenhista, que terá os módulos prontos para encaixar no
ambiente (Correia, 2014). Geralmente, esse tipo de projeto não é cobrado, porém, só é entregue para
os clientes após o pedido fechado. Sendo assim, as visualizações e análises iniciais do projeto
Assim, os módulos são projetados como caixas com dimensões padronizadas, com
preenchimentos internos e fechamentos frontais que oferecem uma função específica, como
gaveteiros, armários baixos ou altos de uma ou mais portas, com uma ou mais prateleiras, entre
outros, observando ainda que os módulos possuem tamanho fixo, ou seja, as medidas finais não
As principais características que os móveis modulares apresentam, segundo Vale (2013), são:
b. Nem sempre os módulos irão preencher os espaços totalmente, devido às limitações das
(Correia, 2014). O objetivo principal é a melhor utilização do espaço, ou seja, um móvel planejado
emprega módulos pré-fabricados que se encaixam perfeitamente uns nos outros, e são concluídos
Nesse sentido, são produzidos de maneira precisa, para que se encaixem em um ambiente
específico e, por isso, peças como prateleiras, tampos de mesa, nichos e até módulos, podem ter suas
dimensões editadas para que caibam perfeitamente no espaço disponível. Assim, é importante que a
medição dos ambientes seja executada da maneira precisa, pois pequenas diferenças em uma medida
As indústrias de móveis planejados agregam valor aos seus produtos oferecendo matéria-prima
de melhor qualidade e projetos com maior versatilidade, pois, além das alterações dimensionais dos
módulos, novas peças de mobiliário também podem ser criadas de acordo com a necessidade dos
clientes. Todos esses fatores juntos trazem maior liberdade de criação ao projetista e proporcionam
Por esse motivo que, em projetos de planejados, é comum avaliar o ambiente em sua totalidade,
teto, estilo dos acessórios, entre outros. No caso de cozinhas, por exemplo, é importante avaliar
igualmente os eletrodomésticos que serão embutidos nos módulos ou nos vãos dos móveis.
Em função dessas questões todas, é importante empregar profissionais mais capacitados para
criar os layouts dos ambientes, habitualmente designers graduados ou projetistas com grande
experiência na área (Vale, 2013). Essa parte do projeto é geralmente realizada por um profissional que
trabalha em uma loja revendedora.
Para fabricação desse tipo de mobiliário, é comum utilizar painéis de MDP ou MDF com 15 ou 18
essa não é uma regra. Para esse padrão de móveis, é comum também usar tamponamentos, que são
formas de construir a estrutura do mobiliário com uma aparência mais encorpada. Estudaremos com
padronizadas, os quais inclusive, são usados como base na elaboração dos projetos. Entretanto,
Elencamos, a seguir, conforme Vale (2013), as principais características dos móveis planejados:
d. Lojas especializadas;
Grande parte das empresas que fabricam móveis de baixa produção são familiares ou
microempresas, dessa forma, possuem um processo de produção diferenciado, com alto valor
agregado.
Os fabricantes desse tipo de mobiliário podem atender indústrias de móveis planejados,
fabricando peças com medidas que não existem na linha de produção destas, porém, muitas vezes
podem ser marcenarias ou estofarias que trabalham em parceria com designers de interiores e
arquitetos que já possuem seus próprios clientes (Correia, 2014).
Conforme já mencionamos em nossos estudos, os móveis de baixa produção pode ser semi-
com ou sem ajuda de máquinas, e em menor escala. Podem ser utilizados métodos de produções
similares para os clientes, porém, cada projeto é diferente do outro, tanto no estilo, como nas suas
dimensões.
Geralmente, os móveis semi-industriais são executados por marcenarias e/ou estofarias. Assim, o
marceneiro ou o estofador são os profissionais com as habilidades necessárias para a produção de
comum que esses profissionais não tenham educação técnica formal na leitura de projetos técnicos
(Santana, 2021).
um móvel único, executado de acordo com suas necessidades e preferências estéticas, como um
móvel sob medida ou uma peça solta no ambiente, que denominamos móvel exclusivo. Essa
característica possibilita que os ambientes de uma casa ou espaço comercial representem com mais
Há diversos móveis exclusivos ou soltos que podem ser produzidos por marcenarias, como
poltronas, pufes, estofados de dois ou mais lugares, cabeceiras de cama estofada, cristaleiras, mesas
de jantar, mesas de centro e/ou lateral, cadeiras, criados-mudos, cômodas, berços, entre outros.
Móveis soltos também podem ser executados por vidraçarias, marmorarias, serralherias, entre
Outra modalidade é o móvel sob medida, o qual se assemelha muito aos móveis planejados, nas
seguintes características:
A diferença do móvel sob medida para o planejado está no fato de que este último é executado
em um processo de alta produção, no qual apenas algumas peças são feitas com medidas especiais,
ao passo que no móvel sob medida o processo é de baixa produção, e todas as peças são produzidas
Há vários acabamentos para madeira (MDF): laminado melamínico tipo de baixa pressão (BP),
lâminas naturais e pinturas. Pelo fato de que projetos de marcenaria permitem inúmeras
possibilidades, eles atraem aqueles clientes que desejam móveis personalizados e com maior
aproveitamento do espaço. Sobre os tipos de madeiras reconstituídas e acabamentos, esse é um tema
As principais características que os móveis sob medida apresentam são, segundo Vale (2013):
d. Peças especiais;
a emoção e intenção de quem o confeccionou pode ser refletida no traço e no estilo artístico do
produto.
O artesanato é um trabalho executado por um artesão, que usa matéria-prima natural e, muitas
vezes, regional. Por esse motivo, esse tipo de produto pode apresentar marcas de uma época,
características de uma região ou ser identificado como um objeto pertencente à cultura popular.
De acordo com Santana (2007), há várias classes de artesãos, definidas de acordo o objetivo do
profissional. Há o artesão-artista, que visa despertar no público admiração e devoção; o artesão
profissional, que produz objetos em série, utilizando apenas instrumentos mais básicos, mas com
metas comerciais; e o artesão semi-industrial, que mescla técnicas manuais com mecanismos
Nesse sentido, o artesanato gera renda e emprego em todo território nacional e é considerado
um importante produto do turismo no Brasil (Brasil, 2019). Em função disso, a profissão de artesão foi
regulamentada em 2015, por meio de incentivo e diretrizes para políticas públicas, dando assim
origem à carteira profissional para essa categoria e autorizando o Poder Executivo a apoiar esses
Geralmente, esses profissionais criam núcleos de artesãos com poucos membros, os quais
possuem, em comum, o desejo de aperfeiçoar o saber artesanal. Esses grupos também podem ser
segmentados em outras classes, conforme seus objetivos. Assim, podem ter uma estruturação mais
ou menos formal, de produção familiar e, dessa maneira, alcançarem metas comuns e mais eficazes
de divulgação e comercialização (Santana, 2007).
processo produtivo poderão executar esse móvel de maneira correta e sem dúvidas.
Nesse processo, nem sempre o marceneiro que irá executá-lo terá contato direto com o designer
ou arquiteto que concebeu o mobiliário, ou, ainda, nem sempre todos os profissionais estarão
disponíveis para sanar dúvidas que possam surgir durante a execução. Por isso, é importante o
casos, com detalhes de algumas peças especiais, contendo as vistas ortogonais com dimensões das
faces mais importantes e também das perspectivas. Assim, cada uma dessas partes detalhadas precisa
ter um nome específico para que seja devidamente identificada durante o processo de produção e no
momento da montagem.
Para você conhecer os nomes de cada uma das peças de um móvel, apresentamos na sequência
uma mesa de cabeceira em perspectiva de conjunto, ou seja, do móvel montado, e duas perspectivas
Saber o nome dessas peças também é importante para melhorar a comunicação entre o
marceneiro e o designer/arquiteto, pois, dessa forma, todos estarão usando a mesma nomenclatura
um marceneiro telefona para o designer/arquiteto que criou o móvel e informa que está em dúvida
sobre que material usar no fundo da gaveta, e esse profissional entende que se trata da traseira da
gaveta.
Sendo assim, na Figura 8 é possível vermos, da esquerda para a direita, a perspectiva da mesa de
cabeceira; no centro, o mesmo produto, com a gaveta e porta aberta; e, na imagem da direita, uma
perspectiva mostrando a face inferior e posterior, para que, desse modo, entendam perfeitamente o
perspectiva explodida, na qual é possível ver cada um dos componentes que fazem parte desse
puxadores.
as peças de um produto. Nesse tipo de projeto, é comum inserir uma tabela contendo o nome de
cada peça, o material, acabamento das faces e topos, dimensões, a quantidade de componentes por
produto, entre outros. Essas informações podem variar em função do processo produtivo de cada
empresa e para qual finalidade será usada a perspectiva explodida. A Tabela 1 mostra o número de
cada peça, que poderia ser um código cadastrado no sistema de uma empresa com os respectivos
nomes.
Tabela 1 – Perspectiva explodida da mesa de cabeceira (realizado com o software Sketchup)
Nº Componente
M1 Tampo
M2 Fundo
M3 Lateral direita
M4 Lateral esquerda
M5 Prateleira
M6 Base ou sóculo
M7 Rodapé
M8 Porta
PX1 Puxador
C1 Cavilha
D1 Dobradiça
GM Gaveta média
descrição da peça, o que torna o projeto didático e de fácil entendimento para quem for utilizá-lo.
Porém, cada empresa ou profissional pode criar seu próprio sistema de nomenclaturas e numeração.
Nosso objetivo aqui é demonstrar maneiras de nomear as peças que possam facilitar a produção.
Outro detalhe apresentado no desenho é um canal ao longo das peças M3 e M4, que serve para
Observe ainda, na Tabela 1, que a gaveta média (GM) é um componente que contém vários
outros subcomponentes. Dessa maneira, ela pode ser replicada para vários outros produtos. Esse
desse jeito porque ele não sobrecarrega a prancha de desenho com muitas informações. Da mesma
maneira, componentes padrões, como dobradiças, puxadores, pinos de prateleira, cavilhas, entre
Tabela 2 – Perspectiva explodida da gaveta média (GM) (realizado com o software Sketchup)
Nº Componente
G1 Frente externa
G2 Frente interna
G3 Traseira
G5 Fundo
CR1 Corrediça
Na Tabela 2, as laterais direita e esquerda são iguais. Sendo assim, foi possível empregar o
mesmo componente nos dois lados. Sobre cavilhas, são peças cilíndricas, geralmente fabricadas em
madeira, mas podem ser também em plástico ou metal. Possuem várias funções, e uma delas é servir
de guia no momento de encaixar uma peça na outra, de maneira a posicionar as peças corretamente
e de forma estável, facilitado a segunda etapa de fixação, a qual pode ser por meio de parafusos e/ou
dispositivos de fixação (sobre os quais trataremos futuramente). Além disso, eles aumentam a
resistência mecânica do móvel.
possíveis dispositivos de montagem, pois o mercado disponibiliza inúmeras soluções para cada
situação e, em função disso, iremos estudar esse assunto mais detalhadamente em breve.
Além das classificações mencionadas anteriormente por tipo de processo produtivo e de matéria-
prima empregada para melhorar o entendimento, dividimos aqui o mobiliário por tipo de abertura de
Para cada projeto, podem ser definidos um tipo específico de abertura de portas e um de posição
Todos os tipos de aberturas de portas – de giro, correr, sanfonada e basculante – podem ser
encontrados nos móveis de alta e de baixa produção, porém, o tipo mais comum de abertura é o de
giro.
Como vimos, o mercado oferece incontáveis possibilidades de ferragens para executar a mesma
função. Por essa razão, só demonstraremos aqui os tipos de aberturas sem a aplicação da ferragem.
No entanto, há várias marcas de ferragens de renome no mercado que oferecem catálogos pra
estudaremos a seguir.
a. Abertura de giro: também conhecida como porta de abrir, é o tipo mais comum, mais acessível e
fácil de encontrar no mercado. Quando um armário possui duas portas, é possível abrir e
acessar todo o móvel internamente, diferentemente da porta de correr, que se abre uma de
cada vez. Como desvantagem, há a questão do espaço externo necessário para abrir a porta,
avançando mais que os outros modelos, pois há situações em que não existe espaço disponível
software Sketchup)
Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.
ferragens de vários padrões, das mais simples às mais sofisticadas. Sua vantagem é não ocupar
espaço externamente na frente do móvel quando as portas são abertas. Como desvantagem, só
libera o acesso de um vão por vez ao abrir a porta (conforme Figura 11), porém, possibilita
portas maiores. As portas de correr consomem mais espaço internamente com relação à
c. Abertura sanfonada: também conhecida como porta articulada, utiliza ferragens menos comuns
no mercado, porém, pode ser encontrada em lojas especializadas em acessórios para móveis.
São interessantes para situações em que não existe muito espaço para abertura da porta na
frente do móvel, pois as portas normalmente são divididas em duas e, ao abrir, dobram-se ao
meio. Assim, ocupam aproximadamente a metade do espaço que uma porta com abertura de
giro ocuparia. Outra vantagem é a possibilidade de acessar todo o móvel internamente ao abrir.
Como desvantagem, são ferragens um pouco mais complexas para montagem e de custo maior
Observe ainda, na Figura 11, a posição do puxador, que se altera em função de cada tipo de
abertura. Na de giro, os dois puxadores ficam na lateral interna das portas, posicionados de forma
centralizada no armário; na de correr, os puxadores ficam na lateral externa das portas; na de abertura
sanfonada, os puxadores se encontram centralizados, próximos à divisão das portas, na aba externa.
empregado em armários com formatos mais horizontais, que ficam numa posição mais alta. Nesses
casos, com abertura da porta para cima (observe a Figura 12). Menos comum, o armário basculante
com porta de abertura para baixo geralmente é utilizado na parte inferior de balcões. Os armários
basculantes são comumente utilizados em cozinhas e escritórios, e são uma opção interessante
quando se possui um armário com largura maior que a altura. A Figura 12 mostra portas basculantes
Saiba Mais
Para entender um pouco mais sobre tipos de abertura de portas, assista aos vídeos a seguir.
Häfele BR. Um armário – três tipos de abertura/porta dobradiça. Disponível em: <http
As portas, além do tipo de abertura, também podem ser projetadas com diferentes posições em
relação à estrutura do móvel (sem considerar os tamponamentos). Podem ser embutidas na estrutura
ou sobrepostas, com cobrimento total ou parcial. Isso pode ser definido em função do estilo do
móvel, do padrão, do gosto do cliente ou designer. Alguns tipos específicos são mais difíceis de
executar e exigem maior cuidado no acabamento. Essas posições também servem para as gavetas. A
Figura 13 ilustra dois casos, um de porta embutida e outro de sobreposta com cobrimento total.
lateral do móvel.
Figura 14 – Exemplo de porta sobreposta com cobrimento total e parcial (realizado com o software
Sketchup)
Portas embutidas e com cobrimento total exigem um nível maior de acabamento, de precisão na
regulagem das ferragens e nas dimensões finais do móvel, quando comparadas com portas de
cobrimento parcial. Em contrapartida, portas com cobrimento parcial exigem menos regulagem, pois
possuem um vão maior entre uma porta e outra, ou entre o final de uma porta e a lateral do móvel,
esquema de posição entre porta e lateral do móvel, ilustrando os três casos aqui comentados.
Figura 15 – Vista superior com esquema de posições de porta (realizado com o software Sketchup)
sobrepostas, como na Figura 16. Provavelmente, os gaveteiros de uma linha de móveis de alta ou
baixa produção irão seguir o mesmo padrão de posição das portas, criando assim, uma harmonia no
conjunto.
Figura 16 – Vista superior com esquema de posições de frente de gaveta (realizado com o software
Sketchup)
Fonte: Zeithamer, 2021, com o software Sketchup.
TEMA 5 – TAMPONAMENTOS
No tema anterior, vimos dois diagramas abordando os tipos de abertura de portas e posições de
portas e gavetas. Agora, trataremos de tamponamentos. Para facilitar seu entendimento, iremos
móvel e deixá-lo mais robusto, por meio de um revestimento extra na caixa do móvel, que é uma
Esse processo é utilizado mais comumente em móveis planejados e sob medida com o objetivo
de melhorar o acabamento final do produto. Assim, o tamponamento deixa o móvel mais encorpado,
possibilitando embutir portas e gavetas e ajudando a esconder cabeças de parafusos que poderiam
ficar visíveis nas faces externas do móvel. Além disso, evita também o uso de tapa-furos. Esse tipo de
acabamento tem um custo mais elevado, pois utiliza uma ou mais camadas extras de madeira.
Conforme o diagrama apresentado na Figura 10, o tamponamento pode ser completo ou parcial.
Na representação da Figura 18, o tamponamento é completo, pois todas as faces são completamente
revestidas com uma camada extra de madeira, podendo, inclusive, ser uma camada extra dupla.
mm, que são as espessuras de chapas encontradas no mercado, ou, em alguns casos, com até duas
camadas extras de cada uma dessas chapas, dobrando assim a espessura do tamponamento.
No topo dos tamponamentos, são executados acabamentos com fitas de borda, geralmente no
mesmo padrão do corpo do móvel, que são faixas de um material plástico – comumente PVC – que
será abordado em breve. Quando o tamponamento é duplo, a fita de borda cobre todo o topo da
estrutura, escondendo a emenda das duas camadas de madeira, conferindo uma sensação de unidade
e solidez ao produto.
Com relação à junção das placas de tamponamento e da fita de borda, pode ser em meia
esquadria, conforme demonstrado na Figura 19, porém, não é o tipo mais empregado por sua
dificuldade de execução.
Figura 20 – Exemplo de caixa mais profunda que o tamponamento (realizado com o software
Sketchup)
Quando ou mais faces do móvel não aparece, não é necessário fazer um tamponamento
completo. Nesses casos, nas faces que ficam escondidas, pode ser executada apenas uma faixa frontal
de madeira, na mesma espessura do restante do tamponamento. A Figura 21 demonstra um tampo
na parte superior do móvel.
Figura 21 – Tamponamento parcial e sem tamponamento – parte superior do móvel (realizado com o
software Sketchup)
Ainda a respeito da Figura 21, podemos notar que no primeiro móvel (à esquerda) não há
tamponamento, pois ele não possui caixa interna. Nele, pode ser feito uma lateral com camada dupla
de madeira, para que fique mais encorpado, e usar dobradiça específica para que a porta fique
embutida na caixa. Na parte superior, como ela irá receber um tampo, basta fazer uma estrutura
software Sketchup)
Na parte inferior, o móvel, principalmente quando se trata de um balcão que ficará apoiado em
um rodapé ou mesmo suspenso, com fixação na parede, a face inferior não aparece, podendo ser
realizado um tamponamento parcial, como representado na Figura 22. Novamente, no móvel mais à
esquerda, por não se tratar de tamponamento, pode ser executada uma base com a frente
Quando se trata de um móvel alto, que ficará encostado no teto, por exemplo, e que será
encaixado entre duas paredes ou entre dois outros móveis, também não há a necessidade de se fazer
tamponamento completo nas faces que não ficarem aparentes, como é o caso da Figura 23, na qual
Reflita: um conjunto de gavetas ou de portas pode ser do tipo cobrimento total – quando
analisamos a relação entre as frentes externas das gavetas com a caixaria estrutural – e ser
Agora, abordaremos o acabamento estrutural para móveis sem tamponamento. Por serem mais
simples, deixamos esses casos para o final. Na Figura 25, é representada uma caixa que possui
acabamento engrossado, o qual pode dar um efeito parecido com o tamponamento, caso as portas e
No exemplo da Figura 24, o móvel foi executado com uma caixa simples, sem tamponamento.
Apenas as bordas frontais laterais e a superior foram engrossadas pelo lado interno, dando uma
sensação de maior robustez ao móvel. Esse efeito vai aumentar após a aplicação das portas e gavetas.
Como esse móvel em específico é um armário aéreo, a base foi executada completa, ou seja, com
camada dupla de madeira, pois se fosse feito um engrossamento iria ficar um degrau na parte interna
Tampos e prateleiras também podem ter apenas suas frentes engrossadas para economizar
material, e isso pode ocorrer com outros materiais além da madeira, como tampos em mármore ou
Os engrossamentos podem ser executados na parte interna ou externa dos móveis, dependendo
de cada situação. O designer ou arquiteto, com ajuda de um marceneiro (se for um móvel de baixa
produção), ou engenheiro de produção (caso seja de alta produção), podem definir juntos as
Saiba Mais
TROCANDO IDEIAS
Acesse o fórum e troque ideias com os colegas sobre outros produtos que podem ser modulados
NA PRÁTICA
Pratique o que aprendeu nesta aula pesquisando imagens na internet de ambientes que
possuam:
Tamponamentos.
Armazene em seu banco de imagens pelo menos uma imagem de cada caso para usarmos como
referência em futuros trabalhos.
Visite também ao menos uma loja de móveis modulares, planejados ou um ambiente sob
FINALIZANDO
Nesta aula, entramos em contato com vários assuntos interessantes: móveis de alta e baixa
produção, nomenclatura de peças, aberturas, posições de portas e gavetas e tamponamentos.
REFERÊNCIAS
BOOTH, S.; PLUNKETT, D. Mobiliário para o design de interiores. 1. ed. São Paulo: Gili, 2015.
BRASIL Lei n. 13.180, 22 de outubro de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 out. 2015.
BRASIL. Ministério do Turismo. Hoje é o dia mundial do artesão. 19 mar. 2019. Disponível em:
<https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/ultimas-noticias/hoje-e-o-dia-mundial-do-artesao>.
Acesso em: 8 nov. 2021.
VALE, R. T. Qual é a diferença entre móveis modulados, móveis planejados e móveis sob
medida? 2013. Disponível em: <https://tecnicasdemarcenaria.blogspot.com/search?q=sob+medida>.