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Prof.

Libânio Pinheiro
Prof. Winston Zumaeta

Projeto Estrutural de Edifícios sem Uso


de Software Comercial

Módulo 3 – Esforços das lajes maciças

Fevereiro / 2020
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Módulo 3
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Aula 1 – Desenho unifilar e vínculos das lajes

Com base no desenho unifilar, será apresentado critério aproximado para escolher
a vinculação das lajes.

A forma estrutural e o desenho unifilar foram obtidos no módulo 2. Relembrando, o


desenho unifilar indica:

- Eixos das vigas

- Distâncias de eixo a eixo nas duas direções

- Espaço da escada representado por um “x”

- Nomes das lajes L1, L2... L7

- Nomes das vigas V1, V2... V11

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Representação dos tipos de apoio

Borda livre Simplesmente apoiada Engastada

Livre: não há apoio (bordas sem vigas, lajes em balanço)

Simplesmente apoiada: não há continuidade (extremidades)

Engastada: há continuidade entre lajes de mesmo porte

Lajes contínuas de mesmo porte: engaste

Critério para considerar engastadas duas lajes adjacentes

- baseado nos valores dos momentos negativos m’

- m’ com valores próximos, porém ainda não se conhecem esses momentos

pℓ2x
Tabelas p/ cálculo de momentos fletores nas duas direções: m = μ
100

- 𝜇 é um coeficiente adimensional que depende dos vínculos e da razão λ = ℓ𝑦 /ℓ𝑥


- em geral têm valores próximos

- p é o valor característico da carga total (em geral varia pouco de uma laje para outra)
- L5 é exceção, por conta das cargas de paredes

- ℓ𝑥 é o menor vão da laje;

- ℓ𝑦 é o maior.

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Momentos nas bordas são muito influenciados por 𝓵𝒙 ². Um critério inicial para se
considerar lajes engastadas é:

𝓵𝒙 ² da laje com maior 𝓵𝒙 ≤ 2 𝓵𝒙 ² da laje com menor 𝓵𝒙

Observações:

- Se a regra acima não for respeitada, a laje com menor ℓ𝑥 pode ser considerada engastada,
e a outra, apoiada

- Se as lajes tiverem o mesmo ℓ𝑥 , a regra confirmará que as duas podem ser admitidas
engastadas

- Outros critérios podem ser adotados, de acordo com o autor do projeto

Vínculos das lajes

Vínculos L1 – L2 e L6 – L7:

Lajes L1 e L6: Lajes L2 e L7:


ℓ𝑥 = 394,5 cm = 3,945 m ℓ𝑥 = 394,5 cm = 3,945 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,945² ≅ 15,56 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 3,945² ≅ 31,13
15,56 < 31,13 ∴ Engastadas
Vínculos L2 – L5 e L5 – L7:

Laje L5: Lajes L2 e L7:


ℓ𝑥 = 396 cm = 3,96 m ℓ𝑥 = 394,5 cm = 3,945 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,96² ≅ 15,68 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 3,945² ≅ 31,13
15,68 < 31,13 ∴ Engastadas

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Vínculo L1 – L3

Laje L1: Laje L3:


ℓ𝑥 = 394,5 cm = 3,945 m ℓ𝑥 = 139 cm = 1,39 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,945² ≅ 15,56 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 1,39² ≅ 3,86
15,56 < 3,86 ∴ Falso. Maior apoiada e menor engastada
Vínculo L4 – L5

Laje L5: Laje L4:


ℓ𝑥 = 396 cm = 3,96 m ℓ𝑥 = 120 cm = 1,20 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,96² ≅ 15,68 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 1,20² ≅ 2,88
15,68 < 2,88 ∴ Falso. Maior apoiada e menor engastada.

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Vínculo L3 – L4

Laje L3: Laje L4:


ℓ𝑥 = 139 cm = 1,39 m ℓ𝑥 = 120 cm = 1,20 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 1,39² ≅ 1,93 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 1,20² ≅ 2,88
1,93 < 2,88 ∴ Falso. Engastadas? L3 sim, L4 não.
A L4 teria só um trecho pequeno engastado. A maior parte é apoiada na viga V9.
Para ser admitida engastada, precisaria ter pelo menos 2/3 da borda engastada, ou seja:

2/3 de 473 cm ≅ 315 cm ≫ 139 cm

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Vínculo L3 – Escada

Escada: Laje L3:


ℓ𝑥 = 334 cm = 3,34 m ℓ𝑥 = 139 cm = 1,39 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,34² ≅ 11,16 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 1,39² ≅ 3,86
11,16 < 3,86 ∴ Falso. Escada apoiada e L3 engastada

Vínculos L2 – L4 e L4 – L7

Laje L2 e L7: Laje L4:


ℓ𝑥 = 394,5 cm = 3,945 m ℓ𝑥 = 120 cm = 1,20 m
ℓ𝑥 ² da laje com maior ℓ𝑥 2 ℓ𝑥 ² da laje com menor ℓ𝑥
ℓ𝑥 ² = 3,945² ≅ 15,56 2 ℓ𝑥 ² = 2 ∙ 1,20² ≅ 2,88
15,56 < 2,88 ∴ Falso. Maiores apoiadas e menor engastada

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Critério para cálculo usando tabelas

Borda inferior de L2 e borda superior de L7: engastadas em toda essa borda

Comprimento engastado de L2 e L7 (3,96 m) > 2/3 de 5,16 (3,44 m)

Considerar ℓ𝑥 ² na análise dos vínculos: aproximação aceitável

Com rigor: comparar momentos nas bordas (dependem de 𝜇, p e ℓ𝑥 ²)

Se houver diferença de h (por exemplo ≥ 2 cm), analisar o caso de considerar engastada a


laje de h menor e apoiada a de h maior.

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Exercícios propostos

1) Se o vínculo da laje L4 com a laje L3 tivesse 300 cm, a laje L4 poderia estar
engastada na L3?

2) Como uma análise rigorosa deveria ser feita para se determinar o tipo de
vinculação das bordas de lajes?

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Exercícios resolvidos

1) Se o vínculo da laje L4 com a laje L3 tivesse 300 cm, a laje L4 poderia estar
engastada na L3?

Não, pois o recomendado para se considerar esse vínculo como engastamento é se L4


tiver pelo menos 2/3 de sua borda em contato com a L3, o que não ocorre.

2) Como uma análise rigorosa deveria ser feita para se determinar o tipo de
vinculação das bordas de lajes?

Deveriam ser comparados os momentos fletores nas bordas das lajes, que dependem de
𝜇, p e ℓ𝑥 ².

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Aula 2 – Cargas nas lajes

Para lajes com bordas apoiadas ou engastadas, os tipos de laje, ou casos de


vinculação, são indicados a seguir.

Então, o tipo de laje é determinado de acordo com a figura anterior.

Para calcular as cargas nas lajes (ações), não é necessário saber qual é o tipo
dessas lajes. Mas nas etapas seguintes sim, no cálculo das reações de apoio e dos
momentos fletores. Por isso, o tipo das lajes foi incluído nas características indicadas na
tabela que se encontra a seguir.

O desenho unifilar nos mostra ℓx e ℓy . Outras cargas indicadas na tabela são o peso
próprio, as de piso mais revestimento e as cargas de parede.

pp = h (m) ∙ 25 (γconcr em kN/m³) = 0,10 ∙ 25 → pp = 2,50 kN/m²

Piso + revestimento: adotado 1,00 kN/m² → 𝑝𝑝𝑖𝑠𝑜+𝑟𝑒𝑣 = 1,00 kN/m²

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Lajes L1 = L6 L2 = L7 L3 L4 L5

Tipo 2A 3 5B 5A 4A

ℓx (m) 3,945 3,945 1,39 1,20 3,96


Características
ℓy (m) 4,76 5,16 3,28 4,73 4,73

𝛌 = ℓy/ℓx 1,21 1,31 2,36 3,94 1,19

Peso Próprio 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50

Piso +
1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Revestimento

Ações (kN/m2) Paredes 0,00 0,00 0,00 0,00 2,96

g 3,50 3,50 3,50 3,50 6,46

q 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50

p 5,00 5,00 5,00 5,00 7,96

Paredes (blocos de concreto, argamassa e revestimento)

Usa-se a ABNT NBR 6120 Cargas para o cálculo de estruturas de edificações,


conforme visto no Módulo 2 – Aula 5, onde foram obtidas as cargas de parede.

Parede de 18 cm: 2,8 kN/m²

Parede de 23 cm: 3,5 kN/m²

Há paredes mais leves, por exemplo, com blocos cerâmicos. Para se conhecer as
cargas de parede, precisamos da planta de arquitetura, e para localizarmos as lajes usamos
a forma estrutural.

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Paredes sobre a L5:

Comprimento total das paredes (arquitetura): 3,78 + 3,05 = 6,83 m

Altura das paredes: altura de piso a piso – altura da laje = 3,00 – 0,10 = 2,90 m

Parede de 18 cm: 2,8 kN/m²

Peso por metro quadrado

𝑝𝑝𝑎𝑟 = (6,83 x 2,90 x 2,8) / (3,96 x 4,73) = 2,96 kN/m²

g é a carga permanente total

q é a carga variável (ABNT NBR 6120)

p é a carga total (valor característico)

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Exercícios propostos

1) Qual o tipo de laje “mais engastada”: o tipo 3 ou 4B?

2) Listar as cargas que são consideradas nas lajes, com seus símbolos e
significados.

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Exercícios resolvidos

1) Qual o tipo de laje “mais engastada”: o tipo 3 ou 4B?

Seria o tipo 4B, que apresenta suas duas bordas maiores engastadas, enquanto que a
laje tipo 3 só possui duas bordas adjacentes.

2) Listar as cargas que são consideradas nas lajes, com seus símbolos e
significados.

Devem ser consideradas as cargas de parede, relativas a blocos de concreto, argamassa


e revestimento, a carga g, que é a carga permanente total e q, que é a carga variável
dada pela ABNT NBR 6120.

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Aula 3 – Reações de apoio das lajes

O cálculo das reações de apoio das lajes é feito com as Tabelas de Lajes: 2.2a, 2.2b
e 2.2c, que são baseadas no Processo das Áreas (item 14.7.6.1 da ABNT NBR 6118:2014).

Com esse processo, tem-se tabelas com coeficientes adimensionais tabelados: νx


ν′x νy ν′y , que dependem das condições de apoio e da relação λ = ℓy / ℓx .

plx plx
vx  x v' x  ' x
10 10
pl pl
vy  y x v' y  ' y x
10 10

O fator de multiplicação depende de ℓx para todos os casos.

O v é indicado com letra minúscula pois corresponde a força por unidade de largura
(kN/m).

As tabelas completas 2.2a, 2.2b e 2.2c podem ser baixadas gratuitamente através
do link:

Baixe aqui as tabelas de reações de apoio

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Reações de apoio das lajes

Lajes L1 = L6 L2 = L7 L3 L4 L5

Tipo 2A 3 5B 5A 4A

ℓx (m) 3,945 3,945 1,39 1,20 3,96


Características
ℓy (m) 4,76 5,16 3,28 4,73 4,73

𝛌 = ℓy/ℓx 1,21 1,31 2,36 3,94 1,19

Ações (kN/m2) p 5,00 5,00 5,00 5,00 7,96

x 2,218 2,65 - 4,38 1,716

'x - 3,918 5 6,25 -

y 2,916 2,17 1,71 - -

Reações de Apoio 'y 4,276 3,17 2,5 3,17 3,904

(kN/m) vx 4,38 5,23 - 2,63 5,41

v'x - 7,73 3,48 3,75 -

vy 5,75 4,28 1,19 - -

v'y 8,43 6,25 1,74 1,90 12,31

As reações calculadas encontram-se identificadas no desenho unifilar, dentro de


semicírculos, nas duas direções.

Lembrar que a direção x é a do menor vão da laje, e a direção y, a do maior.

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Em bordas opostas, com mesmo vínculo, as reações iguais:

- Na L1, 𝑣𝑥 = 4,38 kN/m na V1 e na V2

Em bordas opostas, com vínculos diferentes, as reações são diferentes:

- Na L1, 𝑣𝑦 = 5,75 kN/m na V7 e 𝑣′𝑦 = 8,43 kN/m na V9

Na mesma direção, a reação na borda engastada é maior que na apoiada.

Um procedimento semelhante é adotado para as demais lajes, com o cuidado para


não trocar as direções.

A reação da escada na V3 (15,43 kN/m) será obtida no cálculo da escada, com


mesmo valor na viga VE do patamar intermediário.

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Exercícios propostos

1) Diferenciar cada um dos seguintes coeficientes (ni) relativos ao cálculo das


reações de apoio: 𝝂𝒙 , 𝝂′𝒙 , 𝝂𝒚 e 𝝂′𝒚 .

2) É correto dizer que, na mesma direção, as reações nas bordas engastadas são
maiores que nas bordas apoiadas? Por quê?

3) O que significa a letra v (vê)? Como seu valor é calculado?

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Exercícios resolvidos

1) Diferenciar cada um dos seguintes coeficientes (ni) relativos ao cálculo das


reações de apoio: 𝝂𝒙 , 𝝂′𝒙 , 𝝂𝒚 e 𝝂′𝒚 .

Os coeficientes 𝜈𝑥 e 𝜈𝑦 (ni x e ni y) são relativos às bordas apoiadas que recebem as


cargas das faixas de largura unitária (1 m), na direção dos vãos ℓ𝑥 e ℓ𝑦 respectivamente,
ou seja, permitem calcular as reações de apoio em bordas perpendiculares aos vãos ℓ𝑥 e
ℓ𝑦 respectivamente. Já 𝜈′𝑥 e 𝜈′𝑦 são valores relativos a bordas engastadas.

2) É correto dizer que, na mesma direção, as reações nas bordas engastadas são
maiores que nas bordas apoiadas? Por quê?

Sim. As bordas engastadas tendem a absorver maior parcela de carga, devido à sua
condição de maior rigidez, por conta de momento negativo em borda oposta a uma borda
apoiada. Em linguagem informal, pode-se dizer que o momento negativo puxa carga para
a borda em que ele atua.

3) O que significa a letra v (vê)? Como seu valor é calculado?

As letras v (vx, v’x, vy e v’y) representam as reações de apoio nas bordas das lajes por
unidade de comprimento, sendo calculadas em função de 𝜆, ℓ𝑥 e p.

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Aula 4 – Momentos fletores das lajes isoladas

O cálculo dos momentos fletores, das lajes admitidas isoladas, é feito com as
Tabelas de Lajes 2.3a, 2.3b e 2.3c, que são baseadas nas tabelas de Bares. Essas foram
obtidas por diferenças finitas (cálculo elástico) e coeficiente de Poisson ν = 0,15.

Com o procedimento ora apresentado, semelhante ao usado para as reações de


apoio, tem-se tabelas com coeficientes adimensionais tabelados, 𝜇𝑥 , 𝜇′𝑥 , 𝜇𝑦 e 𝜇′𝑦 , que
dependem das condições de apoio e da relação λ = ℓy / ℓx .

Os momentos fletores por unidade de largura são dados pelas expressões:

p   2x p   2x
mx   x  m' x  ' x 
100 100

p   2x p   2x
my   y  m' y  ' y 
100 100

𝑚𝑥 , 𝑚′𝑥 → momentos fletores na direção do vão ℓ𝑥

𝑚𝑦 , 𝑚′𝑦 → momentos fletores na direção do vão ℓ𝑦

O fator de multiplicação depende de ℓx para as duas direções.

Para as lajes armadas em uma direção, a condição admitida será λ = ℓy / ℓx > 2.

O m é indicado com letra minúscula, pois refere-se a momento por unidade de


largura (kN.m/m).

As tabelas completas 2.2a, 2.2b e 2.2c podem ser baixadas gratuitamente através
do link:

Baixe aqui as tabelas de momentos fletores

O cálculo dos momentos fletores das lajes isoladas, em (kN.m/m), é indicado na


tabela a seguir.

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Lajes L1 = L6 L2 = L7 L3 L4 L5

Tipo 2A 3 5B 5A 4A
ℓx (m) 3,945 3,945 1,39 1,20 3,96
Características
ℓy (m) 4,76 5,16 3,28 4,73 4,73
𝛌 = ℓy/ℓx 1,21 1,31 2,36 3,94 1,19
Ações (kN/m2) p 5,00 5,00 5,00 5,00 7,96

x 4,42 4,10 4,17 7,03 3,16


'x - 9,43 8,33 12,50 -
y 3,87 2,49 0,88 1,80 3,54

Momentos Fletores 'y 9,94 7,82 5,64 8,12 8,57


(kNm/m) mx 3,44 3,19 0,40 0,51 3,95
m'x - 7,33 0,80 0,90 -
my 3,01 1,94 0,09 0,13 4,42
m'y 7,73 6,09 0,54 0,58 10,70

Com base nessa tabela, os momentos podem ser indicados no desenho unifilar, na
direção de seus planos de flexão.

Notar que a direção x é a do menor vão da laje (não é a do vetor momento), e a


direção y, a do maior. Por convenção, os momentos fletores nos vãos são positivos, e nos
apoios, negativos.

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Tem-se momentos positivos nos centros das lajes e negativos junto aos apoios, que
nesses últimos são os momentos junto às vigas de apoio. Como exemplo, são indicados os
momentos na laje L1 (momentos em kN.m/m):

- Direção x é vertical e 𝑚𝑥 = 3,44 (centro da L1); não há 𝑚′𝑥

- Direção y é horizontal: 𝑚𝑦 = 3,01 (centro da L1) e 𝑚′𝑦 = 7,73 (junto à V9)

Faz-se um procedimento semelhante para demais lajes, com cuidado para não trocar
direções.

Exercício proposto

1) Indicar o que diferencia cada um dos seguintes valores: 𝒎𝒙 , 𝒎′𝒙 𝒎𝒚 , 𝒎′𝒚 .

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Exercício resolvido

1) Indicar o que diferencia cada um dos seguintes valores: 𝒎𝒙 , 𝒎′𝒙 𝒎𝒚 , 𝒎′𝒚 .

Os valores 𝑚𝑥 e 𝑚′𝑥 são os momentos fletores na direção do vão ℓ𝑥 (armadura na direção


desse vão), já os valores 𝑚𝑦 e 𝑚′𝑦 são os momentos fletores na direção do vão ℓ𝑦 . Os
momentos 𝑚𝑥 e 𝑚𝑦 atuam no centro da laje, e 𝑚′𝑥 e 𝑚′𝑦 , nos centros dos respectivos
apoios.

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Aula 5 – Compatibilização dos momentos fletores

Os momentos foram calculados como se fossem de engastamento perfeito: na


realidade não são! Em geral, os momentos negativos são diferentes de cada lado dos
apoios, havendo necessidade de compatibilização (independente para cada direção).

Critério para momentos negativos

Se os momentos são diferentes de cada lado: adota-se maior valor entre a média e
0,8 do maior; se m = 0 de um lado, utiliza-se o momento calculado do outro lado. Exemplos:

Vínculo L1 – L2 (kN.m/m): 7,73 e 6,09


média 6,91; 0,8 x 7,73 = 6,18 Adota-se o maior: 6,91.
Idem para o vínculo L6 – L7
Vínculo L3 – L4 (kN.m/m): 0,54 e 0
Adota-se: 0,54
Vínculo L4 – L5 (kN.m/m): 0,90 e 0
Adota-se: 0,90
Vínculo Escada – L3 (kN.m/m): 0 e 0,80
Adota-se: 0,80
Idem para o vínculo L3 – L1
Vínculo L7 – L4 (kN.m/m): 0 e 0,58
Adota-se: 0,58
Idem para o vínculo L4 – L2
Vínculo L7 – L5 (kN.m/m): 7,33 e 10,70

média 9,02; 0,8 x 10,70 = 8,56 Adota-se o maior: 9,02


Idem para o vínculo L5 – L2

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A compatibilização dos momentos negativos deve ser indicada no desenho unifilar.

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Critério para momentos positivos: Vínculo L1-L2

Quando o momento positivo aumenta, ele deve ser corrigido.

Quando diminui, não, ou seja, não se deve diminuir o momento positivo, devido à
compatibilização.

Também se pode dizer que não deve ser considerado momento positivo menor do
aquele que existia antes da compatibilização dos momentos negativos.

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Compatibilização de três ou mais lajes contínuas: Vínculos L7-L5-L2

Nota-se que, na correção do momento positivo da L5, devem ser considerados os


acréscimos referentes à compatibilização dos negativos tanto junto à L7 quanto junto à L2.

Verifica-se, também, que os momentos positivos na L7 e na L2 não são corrigidos.

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Exercício proposto

1) Analisar as seguintes afirmações e marcar a(s) alternativa(s) INCORRETA(S):

( ) A maioria dos momentos são calculados como engastamento perfeito, logo


dispensam a compatibilização;

( ) Quando for necessário realizar a compatibilização de momentos fletores, essa


compatibilização é feita para apenas uma direção;

( ) Se os momentos negativos são diferentes de cada lado de um vínculo, sempre pode


ser adotado o maior valor entre a média e 0,8 do maior;

( ) Momentos positivos não precisam ser compatibilizados quando o momento negativo


compatibilizado for maior.

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Exercício resolvido

1) Analisar as seguintes afirmações e marcar a(s) alternativa(s) INCORRETA(S):

( X ) A maioria dos momentos são calculados como engastamento perfeito, logo


dispensam a compatibilização;

( X ) Quando for necessário realizar a compatibilização de momentos fletores, essa


compatibilização é feita para apenas uma direção;

( X ) Se os momentos negativos são diferentes de cada lado de um vínculo, sempre pode


ser adotado o maior valor entre a média e 0,8 do maior;

( ) Momentos positivos não precisam ser compatibilizados quando o momento negativo


compatibilizado for maior.

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Autores

Prof. Libânio Pinheiro


1. Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, EESC-
USP, em 1972.
2. Engenheiro Projetista de Estruturas de Concreto Armado, de 1974 a 1984.
3. Professor de Estruturas de Concreto na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUCCamp,
SP, de 1976 a 1984.
4. Mestre em Engenharia de Estruturas pela EESC-USP, em 1981.
5. Professor de Estruturas de Concreto na Faculdade de Engenharia Civil de São José do Rio Preto,
SP, em 1981.
6. Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, de 1981 a 2018, em Dedicação Exclusiva
desde 1985, onde ministrou aulas na pós-graduação desde 1987, para alunos de Mestrado e de Doutorado.
7. Doutor de Engenharia de Estruturas pela EESC-USP, em 1988.
8. Pesquisador Associado da Universidade Estadual da Pennsylvania, PENN STATE, em State College, EUA, onde
desenvolveu programa de Pós-Doutorado, de setembro de 1989 a agosto de 1990.
9. Coordenador de Pesquisa do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, de 1990 a 1993, onde
também foi Coordenador de Graduação, de 1998 a 2003, e Coordenador da Disciplina Estágio em Estruturas, de 1999 a
2005.
10. Pesquisador do CNPq, de 1994 a 2005, e Coordenador de Grupo de Pesquisa do CNPq, sobre Estruturas de
Concreto, até 2010.
11. Membro do Comitê Técnico 301 do IBRACON, de 2004 a 2010.
12. Membro do Conselho de Coeditores da Revista IBRACON de Estruturas (IBRACON Structural Journal), de 2004 a
2006, e do Comitê Científico do Congresso Brasileiro do Concreto, em 2004, 2005, 2013 e 2014.
13. No Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, foi pioneiro em pesquisas sobre: teoria das
charneiras plásticas aplicada a projetos de lajes de edifícios, alvenaria estrutural, concreto de alta resistência,
pavimentos de concreto (pavimentação), elementos estruturais de polímeros reciclados, lajes alveolares e concreto com
poliestireno expandido, EPS.
14. Nesse Departamento, desenvolveu também pesquisas sobre: concreto armado, estruturas de edifícios e lajes e
paredes de concreto pré-moldado.
15. Sobre os temas relacionados nos dois itens anteriores, orientou dezenas de alunos de Iniciação Científica, Mestrado
e Doutorado, de 1986 a 2017.
16. Ao longo da carreira como pesquisador, publicou mais de uma centena de trabalhos, no Brasil e no Exterior, a
maioria junto com seus alunos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado.
17. Atualmente trabalha com cursos on-line sobre Estruturas de Concreto.

Prof. Winston Zumaeta


1. Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Amazonas, UFAM, em 2008.
2. Licenciado em Matemática pela mesma Instituição, no mesmo ano.
3. Especialista em Projeto de Estruturas de Concreto para edifícios pela Faculdade de Engenharia
São Paulo, FESP, em 2011.
4. Especialista em Didática de Ensino Superior pela Universidade Nilton Lins, UNINILTON LINS, em
2013.
5. Mestre em Engenharia de Estruturas pela USP, em 2011.
6. Doutor em Engenharia de Estruturas pela USP, em 2017.
7. Desde fevereiro de 2008, vem trabalhando com projetos de estruturas de concreto para edifícios
utilizando o software TQS.
8. Representante da empresa TQS Informática desde o dia 23 de março de 2011.
9. Foi coordenador de projetos na SECOPE Engenharia até fevereiro de 2015, onde teve a oportunidade de participar
de diversos projetos estruturais de edificações, entre eles: Edifício da Fametro, Edifício Terezina 275, Condomínio
Privilege, Edifício Green View, Edifício The Office, Edifício Smart, Bumbódromo, Condomínio Family, Hospital (HUGV),
residências, etc.
10. Atualmente é instrutor de cursos do software TQS e cursos sobre estabilidade global de edifícios na cidade de
Manaus, e é professor no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Amazonas, UFAM, atuando na área de
Estruturas, Mecânica das Estruturas e Estruturas de Concreto.

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