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MAPEAMENTO E MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA SUB-BACIA DO REVUÉ, COM BASE EM IMAGENS SATÉLITE LANDSAΤ 5 SENSOR TM E LANDSAT 7
SENSOR ETM+ View project
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Beira, Moçambique
2013
I
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
PROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO E MESTRADO EM CIÊNCIAS
E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Beira, Moçambique
2013
II
DECLARAÇÃO
Nome do Autor:
_________________________________
Data:
Nome do Supervisor:
____________________________________
Data:
III
“A natureza criou o tapete sem fim que recobre a
superfície da terra. Dentro da
pelagem desse tapete vivem todos
os animais, respeitosamente.
Nenhum o estraga, nenhum rói,
excepto o homem.”
(Monteiro Lobato)
“
“Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para
esse lugar, onde as árvores vivem em paz”.
(Tom Jobim)
IV
A Deus, de Abraão, de Moisés e de Jó, dedico.
V
AGRADECIMENTO
Ao Dr Sérgio Moisés Anguirai Niquisse, pela grande orientação, acompanhamento nas etapas
mais importantes, contribuindo de forma essencial para a finalização deste trabalho, meus
sinceros agradecimentos.
Ao Professor Doutor Mário Caetano e Eng° Joel Dinis, pela co-orientação, incentivo e
sugestões necessárias para o desenvolvimento do trabalho.
Aos docentes da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente, Prof. Doutor Marco Painho,
Prof. Doutor Pedro Cabral, Prof. Doutor Miguel Neto, Prof. Doutor Nuno Neves, Prof.ª
Doutora Ana Cristina Costa, Prof.ª Doutora Ana Maria Ramalho Correira e Dra. Paula
Curvelo pela forma sábia como transmitiram os seus conhecimentos.
Aos meus pais, João Sozinho Nhongo (in memoria) e Maria Imaculada Feio, meus eternos
agradecimentos.
Aos meus irmãos, Emílio, João, Elsa e Kátia que sempre apostaram pelo sucesso dos meus
estudos.
A todos os meus colegas do curso de Mestrado, turma 2010 pelo apoio, auxílio e amizade
demostrada.
Aos meus familiares, amigos e aos demais, que sempre me apoiaram e em mim confiaram, os
meus sinceros agradecimentos!
VI
RESUMO
Este trabalho tem como objectivo mapear e monitorar a cobertura florestal na Sub-bacia do
Revué, com base em imagens satélites TM /LANDSAT 5 e ETM+ /LANDSAT 7, entre os
anos de 1995 a 2011 (todos no período de verão). A Sub-bacia do Revué, localiza-se na zona
central de Moçambique, na província de Manica, com uma área de cerca de 7.261,8km². Para
o mapeamento do uso e cobertura de terra, com vista a identificação das feições da cobertura
florestal, as imagens foram classificadas utilizando a classificação supervisionada Máxima
Verosimilhança, na qual identificou-se as seguintes classes: Floresta, Agricultura de sequeiro,
Corpo de água, Solo exposto e Áreas ardidas. Para exactidão global dos mapas utilizou-se o
Índice Kappa, que situou-se entre 0.5 (Boa) a 0.8 (Muito boa). Entretanto para a detecção de
mudanças adoptou-se a Análise de Pós-Classificação (AP-C). Os principais resultados foram,
a redução da cobertura florestal em cerca de 32.05% de 1995 à 2003 e cerca de 15.09% de
2003 à 2011. Os principais factores da redução da cobertura florestal foram: exploração
madereira, expansão das áreas agrícolas, queimadas, exploração de combustível lenhoso. As
mudanças ocorreram em quase todas áreas da sub-bacia do Revué, não apresentando focos
específicos.
VII
ABSTRACT
This work has as objective map and monitor the forest cover in the Sub-basin of the
Revue, on the basis of images satellites TM /Landsat 5 and ETM+ /Landsat 7 in a total of
three periods between the years 1995 to 2011 (all in the period of summer). The Sub-
basin of Revué, is located in the central area of Mozambique, in Manica province, with an
area of approximately 7,261.8 km². For the mapping of land use and cover, with a view to
identifying features of forest cover, the images were classified using the method of
Maximum Likelihood, in which we identified the following classes: Forests, Rain-fed
agriculture, Body of water, Exposed soil and Areas burned. For overall accuracy of the
maps the Kappa index was used, which was between 0.5 (good) to 0.8 (Very Good).
However for the arrest of changes adopted to Post-Classification Analyze, the main
results were the reduction of forest cover in about 32.05 % from 1995 to 2003 and
approximately 15.09 % from 2003 to 2011. The main factors of reduction in the order of
negative impacts were: logging, expansion of agricultural areas; burned, holding fuel
woody. The changes occurred in almost all areas of the sub-basin of the Revue, not
presenting specific foci.
Keywords: Forest coverage, Supervisioned classification, land use and cover, remote
sensing, change detection.
VIII
LISTA DE FIGURAS
IX
LISTA DE TABELAS
X
LISTA DE APÊNDICE
XI
LISTA DE ANEXO
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
XIII
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos da pesquisa .................................................................................................... 3
1.2. Hipóteses ......................................................................................................................... 3
XIV
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 42
APENDICE ............................................................................................................................. 51
ANEXO ................................................................................................................................... 54
XV
1. INTRODUÇÃO
Esta falta de informação, é devido a razões tais como a vastidão do país, a escassa rede de
transporte, a longa guerra civil, a falta de recursos financeiros e humanos, e falta de trabalhos
de investigação.
A pesquisa foi desenvolvida com base nos produtos cartográficos referentes ao limite
administrativo, rede hidrográfica de Moçambique e imagens satélites. A metodologia
utilizada para o mapeamento e monitoramento da cobertura florestal foi a classificação
Máxima Verosimilhança (MaxVer) e Análise de Pós-Classificação (AP-C) respectivamente.
A área de estudo é a sub-bacia do Revué, ela é caracterizada por uma grande diversidade de
ecossistemas de flora e fauna. Devido à sua importância ecológica, e à sua ocorrência ao
longo dos afluentes dos rios, estes ecossistemas estão expostos a vários níveis de perturbação
e exploração, como: a exploração madereira, actividade agrícola e outras formas de uso e
1
cobertura de terra. Esta situação tem trazido diversos impactos negativos, ao meio ambiente
entre elas a destruição da biodiversidade natural e o aumento de erosão.
Assim sendo, a pesquisa foi estruturada de forma que no capítulo 1, para além da introdução,
apresentemos subcapítulos que enfoquem os objectivos e os propósitos da presente pesquisa,
tendo como base a sub-bacia como unidade de estudo e a sua importância ambiental.
2
1.1. Objectivos da pesquisa
Este trabalho tem como objectivo, mapear e monitorar a cobertura florestal da sub-bacia do
Revué entre os anos de 1995 à 2011, com base em imagens satélite LANDSAT 5 e 7.
1.2. Hipóteses
3
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo visa apresentar uma síntese dos conceitos fundamentais, para a compreessão
metodológica proposta nesta pesquisa.
A cobertura florestal é uma área medindo mais de 0,5 ha, com árvores maiores que 5 m de
altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros
insitu. Isso não inclui terra que está predominantemente sob uso agrícola ou urbano.” (FAO,
2004).
A sua manutenção, reduz a erosão do solo, melhora a qualidade da água por meio da
diminuição das cargas de sedimentos e protege as bacias e sub-bacias, favorecendo a
reciclagem e diversidade de recursos naturais, para a população do mundo todo, (SANTOS,
2007).
4
2.2. Princípio físico em detecção remota
A energia reflectida ou emitida pelos alvos naturais pode-se originar de fontes naturais como,
o Sol, a Terra, a radioactividade ou fontes artificiais como o radar e o laser. Dentre tais
fontes, o Sol é a fonte de radiação electromagnética (REM) mais importante utilizada na área
de detenção remota. (VENTURIER, 2007).
A REM é a forma de energia que se move à velocidade da luz, sendo em forma de ondas ou
de partículas electromagnéticas, não necessitando de um meio material para se propagar no
espaço (ROSENDO, 2005).
1
Espectro electromagnético é a representação contínua da radiação electromagnética, em termos de
comprimento de onda, frequência ou energia (ROSENDO, 2005).
5
Contudo as bandas do espectro electromagnético mais utilizado em detecção remota é a que
se estende do visível ao infravermelho (IR), sobretudo por sensores passivos enquanto os
sensores activos utilizam a parte do espectro correspondente as microondas recorrendo a
tecnologia do radar.(CAETANO, 2010; VENTURIER, 2007).
Cada banda espectral é responsável pela geração da imagem numa determinada faixa do
espectro electromagnético. No entanto, as faixas mais utilizadas nessa pesquisa compreendem
o visível, infravermelho próximo e infravermelho médio, as razões para sua utilização será
descrito a posterior.
A radiação solar que incide sobre a superfície da terra interage de forma diferente com cada
tipo de objecto, cada objecto emite, reflecte, absorve e transmite a radiação electromagnética
em função da sua composição físico-química, características moleculares e feições terrestres
(texturas, densidade), posição relativa das feições em relação ao ângulo de incidência solar.
Estes factores fazem com que cada objecto tenha seu próprio padrão espectral e consequente
a sua detenção e distinção. Padrão espectral é o conjunto dos valores sucessivos da
reflectância do objecto ao longo do espectro electromagnético, também conhecido como a
assinatura espectral ou comportamento espectral do objecto (MORAES, 2000). Ela pode ser
representada por meio de curvas que representam a variação de energia reflectida pelos
objectos.
Assim sendo, para uma melhor utilização dos dados de detecção remota, especificamente
para a detecção e monitoramento da cobertura florestal torna-se necessário conhecer o padrão
espectral dos fenómenos ou objecto em investigação, bem como os factores que influenciam,
tais comportamentos. Poís a detecção e monitoramento da cobertura florestal parte do
princípio que a sua alteração por outro uso de terra provoca alterações no seu comportamento
espectral e consequente a sua detecção.
Porém, segundo Freitas (2007), o padrão espectral de um alvo não pode ser tratado
isoladamente como se o comportamento espectral de um determinado alvo seguisse um
6
padrão único de resposta, resultado simplesmente da sua interacção com a energia
electromagnética.
Na região do visível (de 0.4 a 0.7 μm), ela é caracterizada por baixos valores de reflectância
nas regiões do azul (0.4 a 0.5 μm) e vermelho (0.6 a 0.7 μm), com um pico com maiores
valores na região do verde (0.5 a 0.6 μm), o que leva a que a vegetação em crescimento tenha
uma aparência verde, devido à absorção de cerca de 70 % à 90% da radiação do vermelho e
azul por parte da clorofila, para fornecimento de energia no processo de fotossíntese (Mather,
1993 apud GONCALVES, 2005).
No geral nesta região, a maior parte da radiação incidente é absorvida pelos pigmentos
presentes nas folhas. Estes pigmentos (clorofilas e, caroteno e xantofilas) que variam de
espécie para espécie, absorvem a energia solar radiante nesta faixa de comprimento de onda,
e a convertem em calor, fluorescência ou em energia estocada através da fotossíntese
(PONZONI: 2001).
7
2,7μm, causando picos de reflectância entre as regiões de absorção, aproximadamente em
1,65μm e 2,2 μm. (GATES et all., 1965; ASNER, 1998; PONZONI 2001) apud FREITAS
2007). Estas características podem ser comprovadas na Figura 2.2.
8
Conforme Venturieri (2007), o efeito de cada factor é somado aos efeitos de todos os outros
factores, resultando num determinado comportamento que é a ponderação de todos os efeitos.
Ela comparada a reflectância espectral da vegetação, é bastante simples, poís toda a energia
que interage com a matéria é absorvida ou reflectida, não havendo a transmitancia, que
ocorrem com a vegetação. A sua curva de reflectância espectral apresenta menos variações do
que a curva da vegetação, e é caracterizada por ter uma baixa reflectância na região do
visível, aumentando gradualmente à medida que o comprimento de onda aumenta (CCRS,
2012).
Na região do visível (de 0.4 a 0.7 μm), a reflectância está maioritariamente condicionada pela
humidade e matéria orgânica existente nos solos (CCRS, 2012). A medida que aumentam
influencia, indirectamente, o comportamento espectral dos solos.
No infravermelho próximo (0.7 a 1.35 μm), há nesta região uma continuação do aumento da
reflectância, entretanto a humidade contida nos solos e em solos com grande percentagem de
óxido de ferro, a absorção da radiação pode alterar esta característica, sobretudo nos
comprimentos de onda 0.97 e 1.2 μm e 0.85 e 0.93 respectivamente.
Enquanto no infravermelho médio (a partir de 1.35 μm), há uma grande absorção por parte
da água nos comprimentos de onda de 1.4, 1.9 e 2.7 μm, pelo que, nestes comprimentos de
onda, a reflectância está dependente e inversamente relacionada com o conteúdo de humidade
existente no solo (GONÇALVES,2005).
9
2.3.4. Padrão espectral da água
No caso do comportamento espectral da água, ela caracteriza-se por reflectir muito pouco da
radiação da energia electromagnética, sobretudo na parte do infravermelho. Contudo a sua
identificação é feita mais facilmente em zonas do infravermelho do que no visível.
Entretanto, a sua caracterização deverá ser feita nos comprimentos de onda menores,
especialmente no visível, devido ao facto de nesta zona, haver uma maior reflectância
(Navalgund, 2001 apud GONÇALVES, 2005).
Segundo Curran (1985) apud Beltrame, 2008), a semelhança do que ocorre com o solo, a
reflectância da água sofre influências ambientais decisivas, como a profundidade do corpo de
água, o grau de rugosidade deste corpo e possíveis materiais em suspensão, como clorofila,
minerais e materiais orgânicos em decomposição
10
Figura 2.3 - Curvas típicas de reflectância espectral para vegetação, solo e água.
FONTE: Adaptada de Lillesand e Kiefer (1994).
Cada objecto identificado e extraído pode ser representado por um ou vários pixéis com
padrões espectrais semelhantes, representando esta a um uso e cobertura de terra (vegetação,
água, tipo de solo e de rocha) e por conseguinte produção de um mapa temático.
As técnicas de classificação de imagens multi espectrais podem ser divididas em dois grupos
distintos e principais: classificação supervisionada e não supervisionada. Nesta pesquisa
utilizaremos a classificação supervisionada.
11
De acordo com Lellesandetal (2004), este método compreende três procedimentos
básicos: Fase de treinamento (1), o analista identifica áreas amostrais representativas
incluindo a descrição numérica dos atributos espectrais para cada classe ou por outra se
identifica o Pixels que serão usados como representes das classes, a partir destes pixels
serão classificados os demais. Fase da classificação (2), é a classificação propriamente
dita, na qual cada pixel é rotulado pertencente a uma determinada classe de acordo com os
padrões de similaridade. Fase de saída (3) resultado da classificação, que são os mapas
temáticos, gráficos e tabelas e dados importantes aos SIG.
O método de mínima distância considera a média estatística para cada uma das classes, em
cada uma das bandas espectrais, classificando cada pixels á classe cuja média for mais
próxima a ele (CROSTA, 1999 apud BELTRAME 2008). Baseando-se em distância
Euclidiana ou distância Mahalanobis, sendo a primeira no espaço de atributo enquanto a
segunda refere-se a distribuição de frequência.
12
pertencer a determinada classe disponível, sendo esta uma classificação pixels a pixels.
(RICHARDS, 1993, apud Araújo. 1999).
Para cada matriz de erro pode ser calculado o coeficiente Kappa, proposta por Cohen (1960),
expressa pela seguinte equação:
onde,
k = coeficiente ou estimador de Kappa
r- = números de linhas e colunas da matriz de erro; (número de classes);
xi+ = total de observações na linha i;
x+i = total de observações na coluna i;
N =número total de observações;
xij= número de elementos classificados correctamente;
Kappa Concordância
<0 Péssima
0-0.2 Ruim
0.2-0.4 Razoável
0.4-0.6 Moderada/Boa
0.6-0.8 Muito boa
0.8-1 Excelente
Fonte adaptada: Araújo 1999: p 48
13
2.4.2. Classificação não supervisionada
14
descrita e é denominada por classificação híbrida, recomendada nas classificações que
envolvem uma estratificação detalhada.
Ruiling Pu, et al. (2008), utilizaram a mesma metodologia, para mapeamento e detecção de
mudança na cobertura vegetal esparsa em Nevada, EUA. Eles concluíram que a classificação
em relação ao NDVI, proporcionou bons resultados, principalmente quando a análise feita é
multi temporal, poís ela minimiza os problemas da calibração radiométrica das imagens de
diferentes datas.
15
2.5. Detecção de mudanças
Tais técnicas fazem uso de imagens tomadas da mesma área em diferentes períodos e têm
como princípio que a mudança na superfície da terra resulta na alteração dos valores de
radiância dos pixels (AGUIAR, 2007). Dai a comparação de duas datas e consequente
monitoramento.
De acordo com MacLeodand Congalton (1998), quatro principais aspectos devem ser
considerados antes da implementação de tal técnica, no monitoramento dos recursos naturais:
(1) detectar se ocorreu mudanças, (2) identificar a natureza da mudança, (3) medir a extensão
da mudança e (4) definir o padrão espacial da mudança.
Existem uma gama de métodos de detecção de mudanças, dentre elas destacam-se: Análise de
Pós-classificação (AP-C), Análise de Vector de Mudança (AVM), Análise por Componentes
Principais (ACP), Razão de Imagens, Subtracção de Imagens e Diferença de Índices de
Vegetação. (ROSENDO, 2005).
Contudo no geral elas são classificadas em dois grupos distintos: 1) método que detectam
apenas a informação binária, ou seja, se ocorreu mudança ou não, tais como a Análise por
Componentes Principais, Diferença de Índices de Vegetação e Subtracção de Imagens; e 2)
métodos que qualificam as mudanças e identificam o tipo de mudança que ocorreu, como a
Análise por Vector de Mudanças e a Comparação Pós-classificação (JESUS, 2009).
16
Apesar de várias distinções e classificações, os métodos ou técnicas de detenção de mudanças
visão basicamente salientar determinados objectos e suas características e extracção da
informação espectral proveniente dos objectos na superfície terrestre existentes nas imagens
satélites. Cada técnica ou método é mais ajustável a detecção de mudanças de determinados
fenómenos ou objectos, acima descrito e cada possui o seu mérito.
Segundo Kiel (2008), refere que este método é mais óbvio e pode ser empreendida com a
classificação supervisionada e não supervisionada.
A AP-C vem sendo utilizado e desenvolvido por diversos autores, com objectivo de
monitorar a evolução da cobertura florestal.
17
Com, base em mesma metodologia, Neta (2009), utilizou imagens ALOS/PALSAR para a
detecção de incremento de desflorestamento na Amazonas, e chegou a conclusão que a
utilização da metodologia e das imagens seleccionadas, permitiu alcançar resultados
satisfatórios, detectando-se deste modo as áreas desflorestadas na área de estudo.
As medidas para a gestão integrada dos recursos renováveis, devem se considerar as bacias e
as suas sub-bacias como unidades coerente para o seu planeamento. Poís nestes
compartimentos geográficos, interagem as componentes do meio físico e biótico e as
comunidades locais.
Já para Barrella, (2001) apud Teodoro et all, (2007), clama que a bacia hidrográfica é um
conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada nas regiões mais altas do
relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou escoam superficialmente
formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol
freático.
Entretanto cada bacia é constituída por outras de ordem hierárquica e área inferior,
constituindo em relação a bacia, uma sub-bacia. Portanto, o conceito de sub-bacia, comparada
a de bacia, é bastante relativo e semelhante, a única diferença é a sua ordem hierárquica e
dimensão. Contudo vários estudos, apresentam o conceito de microbacia, referindo-se a sub-
bacia, SANTANA (2003); FAUSTINO (2006); CECILIO E REIS (2006).
18
Assim sendo, Lima (1994), refere que o conceito de microbacia é um tanto vago; primeiro,
porque não há um limite de tamanho para a sua caracterização e, em segundo lugar, porque
há que se fazer distinção entre dois critérios.
Já, Santana (2003); Fernandes, (2007), sugerem a substituição do termo microbacia por sub-
bacia hidrográfica, denominação mais compatível, pois o termo “microbacia”, constitui uma
denominação empírica, imprópria e subjectiva, embora o conceito de Sub-bacia seja discutido
por vários autores, SANTANA (2004); TEODORO et al, (2007); LEONARDO (2003),
MOSCA (2003).
Attanásio (2004), conceitua a sub-bacia como a unidade física caracterizada como uma área
de terra drenada por um determinado curso de água e limitada, perifericamente, pelo
chamado divisor de água. Enquanto Rochas apud Martins (2005), incorpora a componente
espacial e de dimensão, na conceitualização da sub-bacia hidrográfica, referindo se a áreas
entre 20.000ha e 30.000ha (200 km² e 300 km²).
Faustino (2004), declara que as sub-bacias são bacias com áreas maiores que 100 km² e
menores que 700 km².
Em suma, o termo sub-bacia, esta relacionada com a ordem hierárquica dos cursos de água,
isto é formado por canais de 1°, 2° e em alguns casos da 3° ordem, a sua dimensão, e
existência de divisores de água, dentro duma malha hídrica. Assim sendo área de estudo
enquadra-se dentro deste conceito.
Contudo importa referir que a subdivisão de uma bacia hidrográfica de maior ordem em seus
componentes (sub-bacias) permite a pontualização de problemas difusos, tornando mais fácil
a identificação de focos de degradação de recursos naturais, da natureza dos processos de
degradação ambiental instalados e o grau de comprometimento da produção sustentada
existente (FERNADES & SILVA, 1994).
O seu uso e aplicação para estudos de problemas ambientais são fundamentais, pois também
contém informações físicas, biológicas e sócio-economica, sendo que nenhuma pode ser
desconsiderada. (BALDISSERA, 2005).
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A área de estudo é a sub-bacia do Revué, parte da Bacia do Búzi, que se localiza na zona
central de Moçambique, na província de Manica, entre as seguintes coordenadas (19°27’26’’
e 18°31’14’’ de Latitude Sul, e 19°04’10’’ e 18°06’03’’ de Longitude Oeste), limitada a norte
pela bacia do púnguè, a sul Sub-bacia de Lucite, a este rio Macicato (Distrito de Búzi) e a
oeste a República do Zimbabwe, como Ilustra a figura 3.
Ela possui uma área de 7.261,8km², abrangendo parte de três distritos, dentre os quais
consideram-se integrantes da referida bacia os postos administrativos de Machipanda,
Manica, Messica, Mavonde, Vandúzi (Distrito de Manica); Matsinho, Cafumpe, Zembe,
Macate, Inchope (Gondola); Rotanda, Sussundenga, Mucha (Distrito de Sussundenga).
20
3.1.1.Clima
Segundo a classificação climática de Koppën, a área de estudo abrange dois tipos Climáticos
distintos: O clima tropical chuvoso de savana (Aw), dominante e predominante na parte
central e este da sub-bacia e clima tropical temperado húmido (Cw) ao oeste. Com duas
estações distintas, chuvosa e seca com a repartição das chuvas desigual durante todo o ano.
(MAE, 2005).
A precipitação média anual na estacão mais próxima (Messambuzi) é de cerca de 1000 -1171
mm, enquanto a evapotranspiração potencial anual, está na ordem dos 1220-1271mm, sendo
esta superior ao valor da precipitação média anual (MAE, 2005).
A maior queda pluviométrica ocorre no período entre Novembro e Março do ano seguinte.
Abril e Outubro são meses de transição, com quedas pluviométricas mais baixas entre 40 e 50
mm. A estação seca inicia de Maio a Setembro onde as precipitações não excedem os 20mm.
O Balanço hídrico permite apurar que o período de maior volume de água ocorre do mês de
Novembro a Março, na qual a precipitação é maior em relação a quantidade da
evapotranspiração. A temperatura média anual está na ordem de 23,0°c e 21,0°c. (MAE,
2005).
3.1.2. Hidrografia
A sub-bacia do Revué, faz parte da bacia do Búzi, a sua rede hidrográfica compreende um rio
principal (Revué) e vários afluentes e uma albufeira (Albufeira de Chicamba). Pelas
características topográficas a área não permite o desenvolvimento de lagos ou pântanos. De
acordo com classificação de Horton os rios pertencem a 4 ordem.
Segundo Carmona (2009), esta área de estudo pertence a bacia hidrográfica designada de
Complexo de Base. É a unidade constituída por águas subterrânea de boa qualidade. Os
aquíferos apresentam uma produtividade que varia de média a boa.
21
3.1.3. Relevo e solo
No centro da bacia predomina a zona planáltica, com altitude de 500 a 700m, moderadamente
dissecado de vales de erosão e insebergues isolados e uma zona de transição comaltitude
variando entre 200-500 m, fortemente dessecado, vales incisivos, estreitos e profundos (200-
100m) e a jusante da sub-bacia, a zona de planície, com 200-300 m de altitude, atravessados
nas partes interiores e central das depressões por rios incisos (CARMONA,2009).
O solo predominante, mostra uma estreita relação com a geologia e o clima da região e são
localmente modificados pela topografia e o regime hídrico, sendo basicamente solos argilosos
vermelhos óxidos; solos livicos com textura franco-arenosa. Nas planícies aluvionares dos
depósitos do rio Revué, os principais solos predominantes são solos de textura franco-
argiloso-limosa, de cores acinzentadas escuras (MUCHANGOS, 1999).
3.1.4. Vegetação
A área de estudo é caracterizada pelas formações florestais de folhas caducas, com notáveis
riquezas das espécies e comportando sobretudo Combretum imberbe (Monzo); Pterocarpus
angolenses (Umbila); Guibourtiaconjugata (chacate preto); Millettiastuhlmannii(jambire);
Afzeliaquanzensis(Chanfuta);Dalbergiamelanoxylon(Pau-preto); Brachystegiasp; (Messasa),
Pericorpsis Angolensis (Tchuanga), (DNFFB, 1990).
Trata-se de uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco
grosso, com amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. (MUCHANGOS,
1999).
22
3.2. Material
Para realização desta pesquisa foram utilizados, dados cartográficos, imagens de satélites e
materiais de campo, relacionados a baixo.
Com a escolha de datas próximas, as influências do clima, fenologia e iluminação da cena são
minoradas pela comparação de uma mesma época do ano para todas as imagens. Elas já
possuem os mesmos sistemas de referência, com os dados cartográficos de base (WGS 84-
World Geodesic System 1984), não necessitando de correcções geométricas, radiométrica,
poís já possuem correcção de nível 1T. Elas foram adquiridas através da plataforma GLOVIS
da NASA (http://glovis.usgs.gov/), todas em formato GeoTIF.
O programa LANDSAT foi desenvolvido pela NASA no início dos anos 70, com objectivo
de colectar dados sobre os recursos naturais renováveis e não-renováveis da superfície
terrestre. O programa iniciou no ano de 1972 com o lançamento do primeiro satélite
LANDSAT 1.
23
(AdvancedLandsat Sensor), foi lançado em 15 de Abril de 1999. Os dois satélites têm uma
resolução radiométrica de 8 bits (256 níveis de cinza); Resolução temporal de 16 dias, com
uma orbita não-geoestacionária quase polar com altitude média de 705 km. As principais
características dos sensores utilizados na pesquisa estão descritas a seguir.
O dado cartográfico de base utilizado nesta pesquisa como suporte às informações obtidas
das imagens são: Rede hidrográfica; Limite administrativo; Bacias hidrográficas, Mapa de
Uso e cobertura de solo, Altimetria, todos de Moçambique, em formato vectorial.
24
3.3. Método
A metodologia desenvolvida nesta pesquisa pode ser observada através do fluxograma das
actividades de pesquisa (Figura 3.2).
Com objectivo de mapear e monitorar a cobertura florestal, optou-se pela utilização de dois
métodos, que pudessem, fornecer resultados satisfatórios, no mapeamento de uso e cobertura
de terra e no monitoramento da cobertura florestal. Classificação Máxima Verosimilhança,
para o mapeamento e Análise de Pós-Classificação para detecção de mudanças.
Validação tematica
Detenção de mudança
(Analise de Pós-Classificação)
A aquisição das imagens espectrais consistiu, na escolha das imagens LANDSAT, referentes
ao mês de Setembro, dos anos em análise. Contemplando os meses de Setembro do ano de
1995, 2003 e 2011. Em seguida foi submetido o pedido NASA, e as imagens foram
disponibilizadas através da plataforma GLOVIS(http://glovis.usgs.gov/).
25
Para a delimitação da sub-bacia de Revué, foram utilizadas as bases cartográficas como: a
rede hidrográfica, limites vectorial da bacia do Búzi, na qual faz parte a sub-bacia do Revué e
pontos altimétricos da bacia de Búzi. O processamento foi realizado no ambiente ArcMap10,
com base no aplicativo Hidrologia, e Interpoladores,e envolveu os seguintes procedimentos:
Posteriormente foram utilizados os dados de direcção de fluxo, para se obter o limite da sub-
bacia, a partir da drenagem da bacia (Basin). Finalmente com base em limites das sub-bacias
existentes, no formato raster foi digitalizado em tela, na qual extraiu-se a área de estudo em
formato vectorial. Os resultados poderão ser observados na figura A.1 apresentados no
Apêndice A.
Para a identificação e extracção da informação contida nas imagens com vista a classificação,
para posterior mapeamento e monitoramento, foram testadas várias composições coloridas e
optou-se pela 4-5-3, associando ao canal vermelho a banda 4, canal verde a banda 5 e canal
26
azul a banda 3. Esta composição colorida, apresentou bons resultados, permitindo realçar a
cobertura vegetal, poís este aparece em tons de cor vermelho, e permite descrimina-lo dos
principais objectos na área de estudo. As composições coloridas para os anos 1995, 2003 e
2011, poderão ser observadas no apêndice A, figura A.2, A.3 e A.4.
De acordo com Barbosa et all, (2001), um programa LEGAL é estruturado em uma lista de
sentenças que descrevem um procedimento, ou um conjunto de acções sobre dados espaciais.
Tais sentenças são estruturadas em quatro grandes grupos:
27
1) Declaração de variáveis;
2) Instanciações de variáveis;
3) Operações de álgebra de mapas;
4) Comando de controle;
Com base nesta linguagem de programação, foram gerados mapas temáticos de detenção de
mudança, evidenciando áreas de desflorestamento; manutenção florestal ou regeneração,
também designado por reflorestamento.
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta pesquisa teve como principal objectivo mapear e monitorar a cobertura florestal com
base em imagens satélite LANDSAT, do sensor TM e ETM+, utilizando especificamente as
bandas do Vermelho, Infravermelho médio e Infravermelho próximo, com vista a identificar
e quantificar as mudanças na cobertura florestal no período em análise.
Amostras
Descrição das áreas temática
utilizadas
29
Agriculturas de sequeiro - Estas áreas compreendem campos agrícolas, na
qual no período em análise, a terra apresentava-se com gramíneas no período
de preparação de terra, apresentando semelhança do padrão de resposta
espectral, com áreas de regeneração ou em estágio inicial de plántio,
contudo são espaços na qual são praticadas a agricultura. E foram
identificadas pela cor azul-clara.
30
Como se pode constatar na figura 4.1, a cobertura florestal, era a classe predominante na área
de estudo, ocupando uma área considerável, de cerca de 68,9% da área da sub-bacia, o
equivalente a 5.003,9 km2, com a sua ocorrência um pouco por toda sub-bacia,
principalmente a sudeste, nordeste e no centro.
Solo exposto, com pouca ocorrência predominava a noroeste da sub-bacia, junto a fronteira
do Zimbabwe, onde há maior ocorrência de cadeias montanhosas. Por sua vez os corpos de
água, já predominavam na parte central da sub-bacia, local onde se localiza a Albufeira de
Chicamba.
31
4.1.2. Uso e cobertura de terra do ano de 2003
Em relação as florestas, houve uma grande redução passando a ocupar, 36.9% da área total da
sub-bacia, com a sua ocorrência, a sudeste.
Já a classe solo exposto, teve um acréscimo da área, devido a expansão das áreas urbanas,
concretamente a norte e este da área da sub-bacia.
Entretanto corpo de água, manteve-se constante neste período. Contudo importa referir que,
em relação a cursos de água menor, o caso do rio Messica, Vandúzi, Munhinga,
Mhamangutena, Toa, Gonzue, não foi possível a sua detenção, em virtude da baixa resolução
espacial das imagens utilizadas.
32
Figura 4.2 - Uso e cobertura de terra da sub-bacia do Revue do ano 2003
33
No ano de 2011 a agricultura de sequeiro, voltou a aumentar e a predominar na área de estudo
com cerca de 68% da área total, o equivalente a 4.934,7km². Um aumento na ordem de 6.8%
da área, em detrimento da cobertura florestal.
Em relação a classe corpo de água, houve um ligeiro aumento em cerca de 0.1%, as causa
mais prováveis do seu acréscimo foi o aumento da precipitação a montante, na República do
Zimbabwe
Nesta época, identificou-se uma nova cobertura de terra, que são as zonas ardidas, na ordem
de 432.8 km, o que significa 6.0% da área total. Estas zonas ardidas, surgem principalmente
em áreas antes ocupadas pela cobertura florestal, na parte central e sudoeste da bacia. Esses
dados podem ser constatados na figura 4.3.
34
4.2. Validação temática
A qualidade da classificação foi validada, com base na matriz de erro, anteriormente descrita
e para cada matriz de erro foi calculado o coeficiente Kappa.
Em 2011, a qualidade da classificação foi muito boa, e alguns factores influenciaram para que
o desempenho na imagem fossem consideravelmente melhor que dos anos de 1995 e de 2003.
Dentre elas destaca-se a utilização de dados e informações colectadas no campo; o uso das
imagens de alta resolução do sistema Google Earth para o auxílio à classificação mais recente
e o elevado número das classes avaliadas.
De maneira geral as classes que apresentaram um maior grau de confusão foram: floresta,
agricultura de sequeiro e solo exposto.
35
Tabela 4.5 – Qualidade da classificação digital de 30/09/1995
Matriz de erro 1995
Classes Floresta Corpo de Solo Agricultura de ∑ Linha
água exposto sequeiro
Floresta 20 0 0 3 23
Corpo de água 0 5 0 0 5
Solo exposto 0 0 14 2 16
Agricultura de sequeiro 0 0 0 19 19
∑ coluna 20 5 14 24 63
Cálculo do coeficiente Kappa das amostras
∑ Linha x Coluna 63
∑Linha2 3969
∑Diagonal 58
Índice Kappa 0,592
36
4.3. Detecção de mudanças
Mudança da cobertura florestal, é a conversão de um tipo de vegetação para outro tipo de uso
e ou cobertura ao longo de um determinado período. Caso a cobertura seja considerada
inferiores a 10%, em relação a vegetação anterior é considerada como desmatamento ou
desflorestamento.(SAKET, 1994)
A figura 4.4., apresenta uma síntese de resultados, e partir dela, pode-se ter uma noção real
sobre as mudanças ocorridas na cobertura florestal, isto é, áreas de Regeneração, Manutenção
e desflorestamento.
37
4.3.1. Detecção de mudança do período de 1995 à 2003
38
madereira, sobretudo em regime de concessão florestal e licença simples, com o surgimento
de empresas privadas, estatais e pessoas singulares. Contudo importa referir que os maiores
exploradores, eram os detentores das licenças em regime de concessões florestais.
Neste período as áreas de exploração em regime de licença simples era de 2.000 m³, as
maiores espécies, exploradas com maior incidência foram a Pterocarpus angolenses
(Umbila), Milletiasthulmanii (panga-panga),Brachystegiasp. (messasa), Afzeliaquanzensis
(chanfuta).
De acordo com Argola (2004), para além das empresas florestais, as industrias, localizadas na
área de estudo, contribuiram, para a redução da cobertura florestal, o caso da fábrica têxtil de
Chimoio (Têxtil-África), industrias panificadoras, para além de restaurantes e hotéis, na qual
o consumo diário rondava 70 toneladas. De acordo com o mesmo autor as espécies mais
exploradas eram da 3° e 4° espécies, o caso de Pericorpsis Angolensis (Tchunga)
Brachystegiasp. (Messsassa).
Das observações feitas na área de estudo, permite constatar que depois da agricultura, a
exploração de combustível lenhoso (carvão) é vista como a actividade redutora da cobertura
florestal, segundo as conclusões Campbell et all (2000); Santos (2003); Argola (2004).
39
4.3.2. Detecçcão de mudança do período de 2003 a 2011
Neste período, surge a regeneração florestal, com uma área de cerca de 300.8 km, com
pequenos fragmentos, localizada principalmente a Nordeste e Sudeste da sub-bacia. Um dos
factores que esta na origem da regeneração florestal é o reflorestamento, feito pelas empresas
INFLOMA e MOFLOR, com seus campos localizados nestas áreas. Isto pode ser constatado
na figura A5, no Apêndice A.
40
Os principais factores redutores da cobertura florestal foram: a exploração madeireira, a
expansão das áreas agrícolas, queimadas descontroladas e a expansão urbana, tendo chegado
a mesma conclusão Eureka (2011), DNFFB (2012).
Este tipo de licença que se limita a um volume anual de corte de 500 m³, não constitui a
prática adequada às políticas de utilização e conservação dos recursos, poís permite a
proliferação livre (sem registo comercial) de operadores sem capacidade para implementar
medidas de conservação requeridas pela Lei, por um lado. DNFFB (2012).
Por outro lado, à falta de capacidade de fiscalização das instituições do Estado agrava a
inserção destes operadores num sistema gestão florestal sustentada, algumas vezes
aumentando a sua área de exploração sem o conhecimento do Estado. No período em análise,
existia cerca de 10 exploradores florestais em regime de licença simples. No anexoA, tabela
A1 poderão ser observados os detalhes.
Neste período, houve um aumento das áreas agrícolas, não só ao longo dos cursos de água,
mais também por toda área de estudo, isto pode ser comprovado nos mapas de uso de terra de
2003 e 2011, como também na tabela B1, no apêndice B, sobre a evolução de uso e cobertura
de terra.
Outro factor, não menos importante foi a expansão urbana, principalmente, a expansão da
cidade de Chimoio e Manica a norte e oeste da sub-bacia, respectivamente.
41
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 CONCLUSÕES
Após a realização deste trabalho de pesquisa, de acordo com os resultados obtidos chegamos
as seguinte conclusões e recomendações.
No ano de 2003, não se detectou um novo uso e cobertura de terra, contudo houve uma
redução da cobertura florestal em detrimento das áreas agrícolas. Já em 2011, surgem as
queimadas, e consumiram uma grande parte da cobertura florestal, entretanto importa referir
que as áreas agrícolas continuaram a predominar na sub-bacia.
De Setembro de 1995 à Setembro de 2003, a cobertura florestal sofreu uma perda de 2.327,6
km² da área, o equivalente a 46,5% da área total. Cerca de 2.676,3 km² da cobertura florestal
foram mantidas sobretudo no centro e sudeste da sub-bacia.
Ao fazer-se uma avaliação em torno da evolução da cobertura florestal, foi possível perceber
um cenário bastante crítico na sub-bacia do Revué, pelo facto do período em análise
(1995/2011), ter se verificado uma área considerável de desflorestamento equivalendo a
43.1%, a manutenção florestal com 45.7% e a regeneração com apenas 11.2%.
42
As principais causas da redução da cobertura florestal, com base nos dados adquiridos, e nas
visitas ao campo foram: a exploração madereira, a expansão das áreas agrícolas; as
queimadas, e a exploração do combustível lenhoso.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Primeiro, com base nos resultados deste trabalho e de todos apresentados pela revisão
bibliográfica, urge a necessidade de a breve trecho realizar-se um programa de âmbito
nacional de detenção de mudanças da cobertura florestal, pois a falta de informação, abre
espaço para exploração desenfreada dos recursos florestal.
43
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44
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2001. In: MOMTYEIRO, A.M.V. et al. Introduçao a Ciencia da Geoinformaçao. Sao Jose
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actividade do garimpo. Caso do rio Messica. Dissertação de licenciatura. Universidade
pedagógica. Beira. 8-10 pp
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Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de
Engenharia Rural,. pp 10.
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desflorestamento em tempo real. Dissertaçao de mestrado. INPE, Sao Jose dos Campos.
Acedido em 4 Fevereiro de 2012 em: http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-
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abril de 2012 em: www.ufrgs.br/ppgsr/publicacoes/Dissert_RobertoKiel.pdfpp48, 49.
Lillesand, T et al. (2004). Remote Sensing and image Interpretation. Fifth Edition..John
Wiley & Sons, Inc. pp 1.pp 763
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Apostila LCF/ESALQ. Piracicaba, SP.
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reflectancia dos alvos naturais. Brasilia: Universidade de Brasilia - UNB.
Acedido em 20 de Março de 2012 em:
www.ecologia.ib.usp.br/lepac/bie5759/CAP8_FJPonzoni.pdf. pp 157-1999.
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Torres, D.R (2011) Análise multitemporal do uso da terra e cobertura florestal com dados
dos satélites LANDSAT e ALOS.UFSM. Santa Maria, RS, Brasil
50
APENDICE A
51
Figura A3 - Composição colorida do ano de 2003
52
Figura A5 - Área de Reflorestamento. MOFLOR (Distrito de Gondola)
53
APENDICE B
Tabela da evolução de uso e cobertura de terra para os três períodos em análise 1995, 2003,
2011.
ANEXO A
Tabela de exploradores florestais em regime de licença simples, das áreas que fazem parte da
sub-bacia do Revué.
54