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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral

Instituto Superior Politécnico de Tete


Associação Instituto Tecnológico Vale

Dissertação

LAVRA SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO DAS VIBRAÇÕES CAUSADAS POR


DESMONTE DE ROCHA COM EXPLOSIVOS EM ÁREAS PRÓXIMAS A
COMUNIDADES –ESTUDO DE CASO - MINA DE CARVÃO DE MOATIZE-
VALE MOÇAMBIQUE

Autor: MARCOS AFONSO JINJA CUSSAIA

Tete
Moçambique
2019
I
MARCOS AFONSO JINJA CUSSAIA

LAVRA SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO DAS VIBRAÇÕES CAUSADAS POR


DESMONTE DE ROCHA COM EXPLOSIVOS EM ÁREAS PRÓXIMAS A
COMUNIDADES –ESTUDO DE CASO - MINA DE CARVÃO DE MOATIZE-
VALE MOÇAMBIQUE

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado


Profissional em Engenharia Mineral do
Instituto Superior Politécnico de Tete e do
Instituto Tecnológico Vale, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre
em Engenharia Mineral.

Orientador: Prof. Vidal Félix Navarro Torres

Tete 2019

II
Mestrado Profissional em Engenharia Mineral

LAVRA SUSTENTÁVEL NO CONTEXTO DAS VIBRAÇÕES CAUSADAS POR


DESMONTE DE ROCHA COM EXPLOSIVOS EM ÁREAS PRÓXIMAS A
COMUNIDADES –ESTUDO DE CASO - MINA DE CARVÃO DE MOATIZE-
VALE MOÇAMBIQUE

Autor: Marcos Afonso Jinja Cussaia

Dissertação defendida e aprovada Junho de 2019 pela banca examinadora constituída


pelos professores:

________________________________________________________
Dr. Bernardo Bene
Presidente - Instituto Superior Politécnico de Tete (ISPT, Moçambique)

________________________________________________________
Dr. Vidal Félix Navarro Torres
Orientador - Instituto Tecnológico Vale (ITV)

________________________________________________________
Dr. Milene Sabino Lana
Membro externo – Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, Brasil)

________________________________________________________
Dr. Ildefonso Gusmão Dutra
Membro externo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, Brasil)
- Instituição (SIGLA)

___________________________________________________________
Dr. Adilson Curi,
Membro externo - Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP, Brasil)

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família pela força que me deu para poder elaborar este
trabalho e pelo encorajamento nos momentos difíceis.

IV
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter-me dado força e coragem para desafiar este curso e também ter
colocado pessoas que quando pensasse em desistir estivessem ao lado para animar.
Os meus agradecimentos vão, de seguida ao meu Orientador Pr.Dr. Vidal Félix Navarro
Torres, que me transmitiu os primeiros passos para elaboração deste trabalho, pela
paciência e ideias sabias que ajudaram a tornar numa realidade a minha dissertação.
Os meus agradecimentos são extensivos aos meus Docentes do mestrado, e vão a eles o
meu reconhecimento e gratidão pela paciência ao longo do tempo que durou o curso.
Os meus agradecimentos vão ao Mestre Leandro Silveira, pelo apoio que deu em campo
e carinho, na teoria e na pratica.
Aos colegas da Vale Bernardino Magasso que me acompanhou em campo na recolha de
dados, um homem incansável.
Aos meus colegas do mestrado na turma de lavra, estendo o meu obrigado pela
confiança, força e encorajamento durante a caminhada desta realidade.
Agradecer a Vale Moçambique por me ceder o espaço para desenvolver meu trabalho
de pesquisa, na pessoa de Leonardo Xirinda Gerente do Planejamento, ao Fidel Ataide
com os planos de perfuração e desmonte, Sérgio Fernando que nos deu todo apoio
logístico durante o estágio.
Finalmente agradeço a todos os que direta ou indiretamente deram confiança necessária
para realização deste trabalho.

V
EPÍGRAFE

Há uma só Terra, mas não um só mundo. Todos nós


dependemos de uma biosfera para conservarmos nossas vidas. Mesmo assim, cada
comunidade, cada país luta pela sobrevivência e pela prosperidade quase sem levar em
consideração o impacto que causa sobre os demais. Alguns consomem os recursos da
Terra a um tal ritmo que provavelmente pouco sobrará para as gerações futuras.
(BRUNDTLAND, 1991).

VI
RESUMO

O presente trabalho com a lavra sustentável no contexto das vibrações causadas por
desmonte de rocha com explosivos em áreas próximas a comunidades – estudo de caso
- mina de carvão de Moatize- vale Moçambique. Tem como objetivo Garantir a
sustentabilidade ambiental no contexto das vibrações e pressão acústica provocado por
desmonte de rocha com explosivos, gerando impacto aceitáveis sobre o
empreendimento bem como a vizinhança da mina de carvão Moatize, o trabalho trata
da aplicação de um processo matemático inovador, para a quantificação da
sustentabilidade ambiental em lavra de minas a céu aberto mediante o índice de
sustentabilidade ambiental baseado nos diversos parâmetros das quatro componentes
ambientais (atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera), a sua admissibilidade e
permanência ao longo do tempo. O modelo matemático foi aplicado para os parâmetros
vibração e pressão acústica para uma mina de carvão da VALE- Moçambique, na qual
foram realizados trabalhos de monitoramento sismográfico em campo e posterior
processamento de dados. Tal processo permite avaliar quantitativamente a
sustentabilidade das operações desta mina e pode ser aplicado a qualquer mina a céu
aberto

Palavras-chave: sustentabilidade ambiental, explosivo, detonação, vibrações, pressão


acústica, dano estrutural, impactos negativos, monitoramento sismográfico.

VII
ABSTRACT

The present entitled Sustainable mining in the response of vibrations caused by rock
blasting in areas near to the communities - case study Vale Mozambique - Moatize Coal
Mine, aims to control the vibration caused by the rock blasting operation and to
minimize the negative impacts to the population around the mine. In this study, it will
be the monitored vibrations generated by explosives at the Moatize Coal Mine, in Tete
province operated by Vale Mozambique, and it deals with the application of an
innovative mathematical process for the quantification of environmental sustainability
in mining of open pit mines through the environmental sustainability index based on the
various parameters of the four environmental components (atmosphere, lithosphere,
hydrosphere and biosphere), their admissibility and permanence over time. The
mathematical model was applied at the vibration and acoustic pressure parameters at the
Moatize Coal Mine, in which seismographic monitoring was carried out in the field in
order to gather data for subsequent data processing phases. That process allows a
quantitative evaluation of the sustainability of the operations at this mine and can be
applied to any open pit mine worldwide operating in the same conditions.

Key words: sustainability, explosive, blasting, vibration, acoustic pressure, structural


damage, negative impacts, seismograph monitoring,

VIII
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Critérios de Escavabilidade,..............................................................................8

Tabela 2: Tabela de correlação de erros dos modelos de Kamali e Ataei (2010)...........12

Tabela 3: Quantidade máxima de explosivos por espera em cada detonação.................14

Tabela 4: Características das ondas sísmicas..................................................................23

Tabela 5: Velocidade típica de ondas compressionais....................................................24

Tabela 6: Componente, indicadores e parâmetros ambientais em lavra de minas a céu


aberto...............................................................................................................................32

Tabela 7: Velocidades de vibração de partículas e danos associados.............................38

Tabela 8: Nível de pressão acústica.................................................................................40

Tabela 9 Parâmetros controláveis de plano de fogo para minimização de efeitos


indesejáveis:....................................................................................................................41

Tabela 10 Indice de sustentabilidae ambiental ISA:Ranking e Pontuacao 2005............45

Tabela 11 Velocidade máxima admissível de vibração de partículas em mm/s segundo a


Norma NP 2074-2015-Portugal.......................................................................................50

Tabela 12: Norma USBM – Estados Unidos (adaptado de Bacci, 2000)........................51

Tabela 13 Limites máximos de vibração para conforto humano, segundo Transport


Noise Management..........................................................................................................51

Tabela 14 Limites máximos de pressão acústica para conforto humano, segundo


Transport Noise...............................................................................................................51

Tabela 15: Limites de vibração de partícula de pico por faixa de frequência, segundo
ABNT-NBR 9653:2005...................................................................................................52

Tabela 16: Qualificação da sustentabilidade ambiental de lavra de minas a céu aberto. 56

Tabela 17: Parâmetros utilizados no modelo geomecânico do maciço rochoso por


grupamento geológico.....................................................................................................62

Tabela 18: Dados dos desmontes monitorados na mina de Moatize...............................66

Tabela 19: Parâmetros empíricos típicos para diferentes litologias................................70

Tabela 20: Padrões de admissibilidade para estruturas e incomodidade humana...........79

Tabela 21: Zonas críticas para o desmonte controlado...................................................81

IX
Tabela 22: Tabela 2 Dados dos pontos monitorados para o desmonte 1.........................92

Tabela 23: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 2............................92

Tabela 24 Dados dos pontos monitorados para o desmonte 2.........................................92

Tabela 25 Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 2.............................93

Tabela 26: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 3.......................................93

Tabela 27: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 3............................93

Tabela 28 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 4......................................93

Tabela 29: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 4............................94

Tabela 30 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 5......................................94

Tabela 31: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 5...........................94

Tabela 32 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 6......................................95

Tabela 33: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 6............................95

Tabela 34: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 7.......................................95

Tabela 35: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 7............................95

Tabela 36: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 8.......................................96

Tabela 37: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 8............................96

Tabela 38: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 9.......................................96

Tabela 39: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 9............................96

Tabela 40: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 10.....................................97

Tabela 41: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 10..........................97

Tabela 42: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 11.....................................97

Tabela 43: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 11..........................97

Tabela 44: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 12..........................98

Tabela 45: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 13.....................................98

Tabela 46: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 13..........................98

Tabela 47: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 14.....................................98

Tabela 48: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 14..........................99

X
Tabela 49: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 15.....................................99

Tabela 50: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 15..........................99

Tabela 51: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 16.....................................99

Tabela 52: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 16........................100

XI
LISTA DE FIGURAS

Figura 1– Relação entre a lavra a céu aberto e o meio ambiente......................................2

Figura 2: Fluxograma da Execução de um Desmonte com Recurso a Explosivos...........9

Figura 3 Geometria do desmonte....................................................................................10

Figura 4: Localizacao dos sismográficos no koroun III..................................................11

Figura 5 Mina de cobre Sarcheshmeh.............................................................................13

Figura 6:Mapa de iso-velocidades...................................................................................15

Figura 7 Mapas de isso-velocidade resultado da metodologia de Iramina(2002)...........16

Figura 8 Mapa de isso-velocidade simulando modelo de distribuição ideal dos pontos.17

Figura 9 Mapa de iso-linhas de níveis de ruído estimados para período diurno e noturno
para implantação mineira................................................................................................18

Figura 10 Caverna próxima a pedreira do Tourah...........................................................19

Figura 11 Mapa de de contornos da bancada superior da pedreira do Tourah................19

Figura 12Mapa de contorno da bancada inferior da pedreira do Tourah.......................20

Figura 13 carregamentos mecânicos e suas respetivas ondas.........................................21

Figura 14 Gráfico de tensão de deformação....................................................................22

Figura 15 Tipos de ondas sísmicas..................................................................................23

Figura 16 Formação e propagação de fraturas sob crateras de impacto.........................25

Figura 17: Padrões de fratura com diferentes formas de onda de pressão......................26

Figura 18: Padrões de fratura com diferentes formas de onda de pressão num modelo de
uma face livre..................................................................................................................27

Figura 19:sequencias de detonação em rochas situadas próximo a face livre.................30

Figura 20: Indicadores ambientais da lavra de minas a céu aberto.................................32

XII
Figura 21: Gráfico –Distribuição da energia de detonação.............................................33

Figura 22 : Diagrama de distribuição da energia de detonação.......................................34

Figura 23: Modificações das vibrações ao se propagarem por terrenos de diferentes


estruturas e características...............................................................................................36

Figura 24:Zonas distintas definidas na rocha ao redor de uma carga explosiva, após a
detonação.........................................................................................................................37

Figura 25 Efeito vibratório no corpo humano segundo diferentes eixos.........................39

Figura 26: Resposta humana as vibrações segundo Goldamn (esquerda) e segundo


Oriard (direita),................................................................................................................40

Figura 27 Pressão acústica e frequências associadas de atividades humanas.................41

Figura 28 Metodologia para controle de vibrações devido a desmonte de rochas com


explosivos........................................................................................................................43

Figura 29 Metodologia para o cálculo da sustentabilidade de equipamentos.................46

Figura 30 Critérios e pontuação avaliados na quantificação da sustentabilidade de


equipamentos...................................................................................................................47

Figura 31 Índice de sustentabilidade segundo os principais indicadores........................47

Figura 32 Output do aplicativo “Green Proforma...........................................................48

Figura 33 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Juruaçu no


estado de São Paulo.........................................................................................................49

Figura 34 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Riúma no


estado de São Paulo.........................................................................................................50

Figura 35 Representação dos limites de velocidade de vibração de partícula em função


da frequência,:.................................................................................................................53

Figura 36. Primeiro critério de sustentabilidade..............................................................55

Figura 37: Segundo critério de sustentabilidade.............................................................55

XIII
Figura 38 Terceiro critério...............................................................................................56

Figura 39: Terceiro critério de sustentabilidade..............................................................56

Figura 40: Imagem de satélite mostrando a localização da cidade de Tete, Moatize, o rio
Zambezi e a mina de Moatize..........................................................................................59

Figura 41 Modelo de elevação digital mostrando as diferentes seções da mina, a posição


da comunidade.................................................................................................................60

Figura 42: Geologia regional...........................................................................................61

Figura 43: Posições das seções transversais da seção 4 da mina de Moatize..................62

Figura 44 Seção transversal 1 da seção 4 da mina de Moatize.......................................62

Figura 45 Seção transversal 2 da seção 4 da mina de Moatize.......................................63

Figura 46 Fotografia da campanha de monitoramento na comunidade de Moatize........64

Figura 47– Fotografia da campanha de monitoramento na comunidade de Moatize......65

Figura 48 Pontos de desmonte e monitoramento com os respectivos valores medidos de


PVS..................................................................................................................................65

Figura 49: Histograma de frequências de vibração medidas na direção longitudinal.....67

Figura 50: Histograma de frequências de vibração medidas na direção transversal.......68

Figura 51: Histograma de frequências de vibração medidas na direção vertical............68

Figura 52: Dispersão geral de dados PVS x Distância....................................................69

Figura 53:Dispersão geral de dados pressão acústica x distância...................................70

Figura 54 Gráfico da velocidade de vibração das partículas, carga máxima por espera e
distância obtido pelo LabFit® para a campanha de monitoramento Mina carvão em
Moatze Moçambique.......................................................................................................71

Figura 55:Variação de cargas máxima por espera em Kg em relação as distâncias para


diferentes velocidades de vibração admissíveis..............................................................72

XIV
Figura 56 Mapa de isovelocidades segundo a lei de propagação das vibrações para o
conjunto de todas detonações na Mina Vale Moatize.....................................................73

Figura 57 Gráfico da pressão acústica, carga máxima por espera e................................74

Figura 58:ilustra a carga máxima por espera admissível em função da distância...........75

Figura 59: Mapa de iso-valores de pressão acústica segundo a lei de propagação para o
conjunto de todas detonações na Mina da Vale Mocambique........................................76

Figura 60 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a vibrações para a Mina de


carvão Moatize Moçambique..........................................................................................78

Figura 61 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a pressão acústica para a


Mina de carvão Moatize Tete..........................................................................................79

Figura 62: Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de
desmonte para o ponto de monitoramento, para as velocidades de vibração limite........81

Figura 63 Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de


desmonte para o ponto de monitoramento, para as pressões acústicas limite.................82

XV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

∅ f – diâmetro do furo
C p – velocidade de propagação de ondas P no terreno
H f – altura da carga de fundo no furo
K i – constantes empíricas de Ash
Pf – pressão de detonação
ρe – massa volúmica da substância explosiva
ρi – pressão de detonação
ρr – massa volúmica da rocha
ρt – resistência à tracção dinâmica
ANZEC - Australia New Zeeland Explorers Club
CETESB- Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CMRI- Central Mining Research Institute
DIN: Deutsches Institut für Normung – Instituto Alemão para Normatização
NBR: Norma Brasileira elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
PPV: Peak Particle Velocity
PVS: Peak Vector Sum – Soma vetorial-da velocidade pico das partículas
Q – peso da carga explosiva detonada por retardo R – raio do furo RQD – rock quality
designation
RMR: Rock Mass Ratio
S – espaçamento
T – atacamento
t – tempo de retardo unitário entre fiadas
UNE: Una Norma Española.
USBM: United States Bureau of Mining
v – velocidade vibratória de pico da partícula – também referida como PVS realv –
velocidade vibratória de pico da partícula obtida em campo estimadav – velocidade
vibratória de pico da partícula estimada
α – ângulo de inclinação do furo
A – afastamento
D – distância entre os pontos de solicitação e monitorização
G – furação abaixo do piso

XVI
H – altura da bancada
H – altura da carga de coluna no furo
ISPT – Instituto Superior Politécnico de Tete
ITV – Instituto Tecnológico Vale
MI q– consumo específico de explosivo
Q – peso da carga explosiva detonada por retardo
R – raio do furo
RQD – rock quality designation
S – Espaçamento
T – Atacamento
V – Velocidade limite de vibração de pico da partícula
VOD – velocidade de detonação
W – Energia
f – perfuração específica
q – consumo específico de explosivo
t – tempo de retardo unitário entre fiadas
ρc – impedância do meio
σ −¿tensão dinâmica
τ – tempo de retardo
WCED, 1987-

XVII
Sumário:

DEDICATÓRIA................................................................................................................I

AGRADECIMENTOS.....................................................................................................II

EPÍGRAFE......................................................................................................................III

RESUMO........................................................................................................................IV

ABSTRACT.....................................................................................................................V

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................VI

LISTA DE TABELAS...................................................................................................VII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS..................................................................VIII

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3

1.1. Justificativa.............................................................................................................5

1.2. OBJETIVOS...........................................................................................................5

1.2.1. OBJETIVOS GERAIS........................................................................................5

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................5


1.3. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA............................................................................6

Pergunta de partida............................................................................................................7

1.4. Hipóteses....................................................................................................................7

2. REFERENCIAL TEÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA......................8

2.1.2. DESMONTE COM EXPLOSIVOS:...............................................................9


2.1.3. GEOMETRIA DO DESMONTE...................................................................10
2.5.1. INDICADORES E PARÂMETROS AMBIENTAIS EM LAVRA DE
MINAS A CÉU ABERTO.......................................................................................33
2.5.2. VIBRAÇÕES E PRESSÃO ACÚSTICA..........................................................34
2.5.2.1. VIBRAÇÕES..............................................................................................34
2.5.3. INCÔMODO HUMANO CAUSADO PELAS VIBRAÇÕES......................41
2.5.4. EFEITOS DA PRESSÃO ACÚSTICA.........................................................42
2.5.5. PARÂMETROS OPERACIONAIS IMPORTANTES PARA O CONTROLE
DAS VIBRAÇÕES E PRESSÃO ACÚSTICA.......................................................43
2.5.6. LEI DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES.................................................44
2.6. MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL.........................................................................46
2.6.1. A HISTÓRIA DOS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE E DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.............................................................46
2.6.2. PROCESSO DE QUANTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE...........47
2.7. NORMAS E PADRÕES DE VIBRAÇÃO E PRESSÃO ACÚSTICA...............53
2.7.1. NORMAS E PADRÕES INTERNACIONAIS.............................................53
2.7.2. Normas ou Padrões Nacionais.......................................................................56
2.8. Modelagem matemática da sustentabilidade ambiental em lavra de minas a céu
aberto...........................................................................................................................57
2.8.1. Sustentabilidade Ambiental da Lavra de Minas a Céu Aberto......................57
2.8.2. Índices de sustentabilidade (ISA,G,W,B)......................................................57
3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................60

3.1. Caracterização da área de estudo.........................................................................61


3.1.1. Localização Geográfica da Região.................................................................61
3.2. DADOS DA CAMPANHA DE MONITORAMENTO.......................................66
3.3. TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS.................................................69
3.4. Lei de propagação de vibrações........................................................................71
3.4.2. Mapa de isovalores de vibração.....................................................................74
3.4. Lei de propagação de pressão acústica.................................................................75
3.4.1. Mapa de isovalores de pressão acústica....................................................77
3.5. Índice de sustentabilidade geotécnica...............................................................78
3.5.1. Índice de sustentabilidade geotécnica Devido a vibrações........................78
3.6. Carga máxima admissível e planos de fogo para desmontes controlados........81
3.6.1. Carga Máxima Admissível e Áreas Críticas para Desmonte Controlado. 81
4. ANÁLISE DE RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................84

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................85

5.1. CONCLUSÕES................................................................................................85
5.2. RECOMENDAÇÕES.......................................................................................86
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................87

APENDICE 1..................................................................................................................94

1
1. INTRODUÇÃO

A mineração é uma atividade base para o desenvolvimento do homem social e


econômico (COULSON, 2012). Entre tanto Nem sempre este homem conviveu em
harmonia com o seu “redor” durante este tempo.
No meio natural da Terra se relacionam e convivem as componentes não bióticas
(atmosfera, litosfera e hidrosfera) e as componentes bióticas (homem, plantas, animais,
e todos outros seres vivos que atuam num determinado ecossistema). A existência e a
inter-relação entre tais componentes são essenciais para a manutenção da vida em todo
planeta. Alimentos, água, medicamentos, combustíveis, metais e matérias-primas das
mais diversas são exemplos de serviços trazidos a uma dada população local. As
atividades dos seres vivos proporcionam atividades funcionais, tais como a geração e
proteção dos solos a conservação de uma proporção adequada de mistura de gases,
transformação de resíduos, restauração de sistemas após alterações.
Segundo (EHRLICH, P.R; EHRLICH, A. H. 1991). A humanidade depende da
conservação do ambiente para a sua existência, bem como o planeta necessita da inter-
relação entre homem e ambiente para sua manutenção.
A (Figura 1) mostra a relação das quatro componentes do ambiente que ocorrem ao
nível da indústria de mineração e em particular ao nível da lavra de minas a céu aberto
Figura 1– Relação entre a lavra a céu aberto e o meio ambiente

Fonte:NAVARRO TORRES, V. F., et al. (2005)

2
Segundo A IFC - International Finance Corporation (2007) a mineração é uma
atividade que altera o ambiente mediante as operações de lavra, geração de poeira,
ruído, vibração, emissão de gases poluentes na atmosfera disposição de pilhas de estéril,
barragens de rejeitos, modificação de taludes naturais, alteração das águas superficiais e
subterrâneas. Existem riscos dos impactos na biodiversidade e na saúde humana
quando estes impactos ambientais não são controlados.
O (WCED, 1987) define o desenvolvimento sustentável como aquele que atenda às
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprirem suas próprias necessidades. E para (UN, 2010) o desenvolvimento
sustentável deve reconhecer a interdependência dos três pilares da sustentabilidade:
ambiental, social e econômico,.
Segundo (NAVARRO TORRES, V. F.; GAMA, C. D., 2006) a sustentabilidade é um
conceito derivado do desenvolvimento sustentável e pode ser definido como as ações e
atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem
comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está
diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material agrediindo em
níveis toleraveis o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente
para que eles se mantenham no futuro .
Dessa forma, resulta de grande importância um processo de quantificação da
sustentabilidade em especial na lavra de minas a céu aberto, uma vez que tal aspecto é
maioritariamente tratado de forma subjetiva e qualitativa
Navarro Torres, V. F., et al. (2015) desenvolveram um modelo matemático baseado nos
diversos parâmetros das quatro componentes ambientais (atmosfera, litosfera,
hidrosfera e biosfera), capaz de quantificar a sustentabilidade ambiental em lavra de
minas a céu aberto. Tal modelo foi validado para minas de pequeno porte do estado de
São Paulo, mas não em minas de ferro da Vale.
para validação do modelo matemático desenvolvido nos trabalhos anteriores, Navarro
Torres,et al. (2016) aplicaram em lavra de uma mina a céu aberto da Vale mina de
Fazendão pertencente ao Complexo Mariana.
O mesmo modelo será aplicado neste projeto na mina da carvão de Moatize.

3
1.1. Justificativa

A escolha deste tema foi importante porque ajudará a empresa a garantir a


sustentabilidade no que conserne as vibrações e pressão acustica consequentemente
estará a fazer fluir o valor “cuidar do nosso planeta”.
Para a comunidade será relevante porque as vibracoes e encomodo humano estara no
nivel aceitavel.O tema deste trabalho ( lavra sustentável devido a vibrações em áreas
próximas a comunidades) foi desenvolvida com intuito de propor, soluccionar e
controlar as vibracoes provocadas pelo desmonte de rocha na de Moatize, afim de
evitar incómodo da população vizinha o que implica verificar e melhorar os planos de
fogo, estabelecer interface entre o planeamento e operação para alcançar ganhos
operacionais para a empresa.
O presente trabalho visa rever os seguintes itens extremamentes importantes para a
execução do desmonte de rocha: a geometria, o desempenho do sistema de iniciação,
desempenho da detonação, fragmentação e danos causados pelo desmonte às infra
estruturas próximas a mina.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVOS GERAIS

Garantir a sustentabilidade ambiental no contexto das vibrações e pressão acústica


provocado por desmonte de rocha com explosivos, gerando impacto aceitáveis sobre o
empreendimento bem como a vizinhança da mina de carvão Moatize

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Avaliar o nível de sustentabilidade na mina de carvão Moatize.

 Criar mapas de isovalores da pressão acústica e vibrações.

 Determinar a Lei de Propagação de Vibrações desde a cava da mina até a


comunidade de Moatize.

4
 Determinar a carga explosiva máxima por retardo para proteger estruturas e

 incómodo humano da comunidade de Moatize.

 Determinar a lei de propagação de vibrações e pressão acústica para o local de


estudo

 Determinar a carga máxima admissível por espera a ser utilizada no desmonte de


rochas com explosivos na mina carvão de Moatize para uma velocidade limite
admissível de vibração e níveis de pressão acústica segundo normas/padrões
Portuguesa NP 2074:2015(IPQ,2015) e (QUEENSLAND,201) para danos
estruturais e incômodo humano respectivamente.

1.3. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

O presente trabalho sobre o tema: “Lavra sustentável devido a vibrações em áreas


próximas a comunidades – Caso estudo mina de Moatize” com a ideia é entender o
fenômeno de vibrações oriundas das detonações que de certa forma criam incômodos
na região circunvizinha.
E frequente nas minas notar-se alguns pontos críticos de pico no que concerne aos
níveis de vibração admissível consoante a norma ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas.( NBR 9653),estas vibrações continuam se fazendo sentir até o
presente momento daí que surge seguinte pergunta: “ Quais são as principais causas das
vibrações que chegam a criar alguns danos nas infraestruturas circunvizinhas, da mina
bem como no próprio maciço remanescente”?
Com a realização deste trabalho a fim de responder a esta pergunta usando a coleta de
dados, questionando os engenheiros da mina, acompanhando o monitoramento usando
sismógrafo. Para uma melhoria na qualidade ambiental do entorno das minerações
Partindo-se desse princípio e observando os resultados de detonações com explosivos
de propriedades diversas, aparecera o seguinte questionamento: usando-se a mesma
quantidade de explosivos em massa nas detonações, mantendo-se os demais
parâmetros, porém utilizando-se explosivos com diferente energia de liberação, será
que o efeito resultante de danos é o mesmo? Se não, por que a forma de previsão de
danos será, então, baseada na quantidade em massa de explosivo por espera e não na

5
quantidade de energia a ser liberada pelas cargas?

Pergunta de partida
Como controlar as vibrações do desmonte de rocha com uso de explosivo?
1.4. Hipóteses
 Evitar o excesso de carga nos furos
 Controlar a iniciação dos furos
 Evitar malha com muitos furos próximo

6
 Material de tamponamento;
 Controlar a quantidade de furos que saem em simultâneo;

2. REFERENCIAL TEÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO CIENTÍFICA

2.1. DESMONTE DE ROCHA NAS MINAS CÉU ABERTO

2.1.1. DESMONTE DE ROCHA

O desmonte de um maciço rochoso consiste na fragmentação e desagregação do


material previamente existente. Esta desagregação ocorre é quando as tensões
introduzidas no terreno são superiores às tensões de rotura do material, originam a sua
faturação e consequente desagregação. Promove-se o desmonte quando se permite a
criação de um vazio num maciço rochoso, como consequência de que quando é
necessário a extração de uma substância útil existente na rocha tendo em vista o seu
beneficiamento.

A escavabilidade do material determina o método de escavação a utilizar entre estes os


meios mecânicos ou desmontes com recursos a explosivos (González de Vallejo, et al.,
2002).

A escavabilidade é um parâmetro que permite, com base em grandezas relacionadas


com as características do terreno, classificar o melhor método, sob os pontos de vista
técnicos e económicos, de desmonte a aplicar. Pode ainda ser definida como a
capacidade de resistência à ação proporcionada pelos equipamentos de escavação, tanto
os mecânicos, como os explosivos (Bastos, 1998).

Na Tabela 1, apresentam-se importantes critérios para avaliar a escavabilidade, das


rochas relacionando os parâmetros determinados com a aplicação para a qual foram
desenvolvidos:

7
Tabela 1: Critérios de Escavabilidade,

Fonte: Bastos, (1998)

2.1.2. DESMONTE COM EXPLOSIVOS:

Os critérios para a escolha do método de desmonte devem ter em conta o propósito para
o qual vão ser executados, bem como a escavabilidade do maciço. A aplicação de
explosivos em desmontes é o método mais eficiente quando o maciço é bastante
competente, ou seja, quando o recurso a meios mecânicos não é exequível em tempo útil
e a um custo aceitável. Como contrapartida, é o método que acarreta mais impactos
durante e imediatamente após a sua execução. Para a execução de um desmonte, é
necessário estudar as condicionantes, com o intuito de calibrar as variáveis, como se
pode analisar na Figura 2: (González de Vallejo, et al., 2002).

8
Figura 2: Fluxograma da Execução de um Desmonte com Recurso a Explosivos

Fonte: González de Vallejo, et al., (2002)

2.1.3. GEOMETRIA DO DESMONTE

As características geométricas do desmonte são formuladas tendo em consideração as


regulamentações existentes, bem como as propriedades dos equipamentos mecânicos
auxiliares às operações de desmonte e transporte do material, e ainda dos impactos
inerentes dos desmontes. A geometria de um plano de fogo consiste numa série de
parâmetros que são adaptados tendo como objetivo a obtenção do material fragmentado
conforme as características desejadas, bem como assegurar que a amplitude dos
impactes ambientais e sociais não ultrapassem os limites legais (JOSÉ GOMES 2016).

9
A Figura 3 expõe os parâmetros associados à geometria do desmonte:

Figura 3 Geometria do desmonte

Fonte: JOSÉ GOMES, (2016)

2.2.1. EXPLOSIVOS.

Substância explosiva, é um composto ou mistura de compostos químicos , que, quando


iniciados por calor, impacto, fricção ou choque, têm capacidade de entrar numa rápida
decomposição, libertando enormes quantidades de calor e gás (Hartman, 1992).

2.3. MONITORAMENTO SISMOGRÁFICO

Várias literaturas, e artigos descrevem os monitoramentos sismográficos, em diferentes


tipos de mina céu aberto tanto como subterrânea, e muitos deles tiveram como objetivo
de avaliar os danos causados pelas detonações com explosivos nos edifícios vizinhos da
mina.

,Elsemen (2000) para análise das vibrações do solo e da pressão acústica na Pedreira de
Calcário da Egyptian Cement Company ,analisou o efeito do método de iniciação do
explosivo na intensidade das vibrações e pressão acústica. Foram monitoradas 15
detonações, usando diferentes cargas por espera e números de furo total, utilizando um
sismógrafo SSU-2000DK, e dez microssismógrafos SSU. As leituras foram feitas em

10
todas as faces da pedreira e em todos bancos, para obter melhores dados de propagação
das vibrações e seus efeitos nos empreendimentos mais próximos.

Elseman (2000) nos seus resultados concluiu que maior parte das frequências estavam
nas fachas de 5HZ e 30 HZ, nos edifícios mais próximos a pedreira e com frequências
baixas de 71,4 % inferiores a 10HZ, quanto ao nível de vibração seguro, no mesmo
estudo chegou-se à conclusão de que a iniciação elétrica produzia menor nível de
vibração e maior taxa de atenuação comparativamente ao cordel detonante.

Kamali & Ataei (2000), realizaram estudos com objetivos de prever a velocidade de
pico das partículas (PPV), nas operações de detonações na escavação das usina de
barragem Karoun III no Irão, usando sismógrafos modelo UVS5500 da Nitro Nobel que
foram fixados em 11 pontos obtendo 28 eventos.

Fonte: Kamali e Ataei (2010)


Kamali e Ataei (2010) na sua pesquisa para determinar o (PPV) utilizaram três técnicas
empíricas e redes neurais, os resultados obtidos foram interpretados e comparados,
concluíram que as redes neurais artificiais é o melhor para a previsão do (PPV) em
relação com outros métodos citados na Tabela2.

Tabela 2: Tabela de correlação de erros dos modelos de Kamali e Ataei (2010)

Fonte Kamali & Ataei (2000)

Autores como Ghasemi, Ataei e Hashemosseine (2012), também realizaram


monitoramentos sismográficos, utilizaram 4 sismógrafos, monitorados 30 detonações
com mesmas características, os mesmos autores para prever o PPV desenvolveram um
modelo de logica luzzy usando os dados coletados nas detonações monitoradas na mina
cobre Sarcheshmeh, no sudoeste do Irao, (figura 5). Para determinar o PPV primeiro
recorreram aos métodos empíricos convencionais e analise de regressão múltipla, e
depois compararam os resultados dos métodos (modelo fuzzy e empírico), concluíram

11
que o modelo fuzzy têm alta precisão de previsão nos resultados e pode ser usado como
indicador de confiança na previsão das vibrações nas minas.

Figura 4 Mina de cobre Sarcheshmeh

Fonte:Ghasemi;Ataei e Hashemolhosseini (2012)

Para manter a estabilidade dos tuneis subterrâneos na mina Tongkeng na China os


autores Wu & You (2001) desenvolveram um estudo onde realizaram monitoramento
sismográfico de cinco detonações, utilizando sismógrafos da Instantel marca Blamate
III.

Para determinar a quantidade máxima de explosivos por espera a ser utilizado nas minas
monitoradas Wu & You(2011),combinaram a fórmula de Sadaovsk (Equação 1), com a
estabilidade das galerias de pontos monitorados usando o Coeficiente Global C (
Comprehensive Coefficiente Method),Seu objetivo foi determinar a quantidade máxima
de explosivos a ser utilizado nas detonações a fim de diminuir vibrações nos pontos
monitorados conforme tabela 3.

1 /3 b
Q
VPP=k ( ) (1)
R
Onde:
VPP = velocidade de pico das partículas (mm/s)
K e b = coeficientes do local (adimensionais)
Q = Carga máxima por espera (kg)
R = distância do ponto de captação ao ponto central da detonação.
C = Coeficiente Global

12
Tabela 3: Quantidade máxima de explosivos por espera em cada detonação

Fonte: (Wu, 2011)

Muitos outros autores como Alvares-Vigital (2012), Haibo et al. (2012), Rao (2012),
França et al. (2012), Hamidi; Niraz e Vraksin (2011), Adetoyinbo et al.(2010), Arora e
DEy (2010), Elevli e Arpaz (2010), kujur (2010), Pal e Brahma (2010),Afeni e Osasan
(2009), Castilo e Vizcarra (2009), Koppe et al (2009), Dollora Neto; Ferreira e Dourado
(2008), Alcudia et al.(2007), Khaled; Rahman e Makarem (2007) , Ribeiro e Ferreira
(2007), Valencia (2007), Araujo Neto (2006), Dallora Neto e Ferrreira (2006), Murthy e
Day (2004), Dollora Neto (2004), Rai e Singh (2004), Murthy et al (2003), Tariq
(2003), Egan et al (2001), Armstrong (2001). Realizaram o monitoramento sismográfico
com o fim de prever os valores de PPV utilizando apenas o modelo empírico nas
diferentes minas subterrâneas e a céu aberto.

A Geosonic Inc, uma empresa que fabrica sismógrafos, para medir o efeito das
vibrações do solo provocadas por detonação com explosivos nas edificações próximas
da mina desenvolveu um sistema chamado “Isso-seismic map”, figura 5. Foram
distribuídas grandes quantidades de sismógrafos por toda mina, o que permitiu maior
precisão nas medidas e ter melhor informação da contribuição da Geologia nos danos
das estruturas.

13
Figura 5:Mapa de iso-velocidades elaborados pela Geosonics

Fonte: Reil,(1998)

Os mapas Geosonics foram adaptados para adequar as condições reais de uma pedreira
em São Paulo por Iramina (2002),onde usou 9 sismógrafos sendo 8 de

Modelo SSU Micro-seimograph e 1 SSU DK2000 da Geosonic, monitorou 8


detonações com os aparelhos montados em linha recta,e considerando como um único
ponto,

Para Iramina (2002) as interações das ondas de choque são complexas e dependentes
aos factores como topografia, características geomecânicas da rocha e litologia, no
campo próximo, enquanto que para campo distante, o amortecimento da onda pode ser
simulado pela equação carga-distancia.

Para Iramina (2002) os gráficos da distância-carga podem criar gráficos semelhantes aos
do Isso-seismic. Para cada tipo de rocha pode se estabelecer leis de propagação
específica a partir dos valores de vibração resultantes dos desmontes, correlacionado

14
com a distância, a equação da carga máxima por espera e resultado tantos pontos
monitorados e ajustados na curva de um gráfico.

Mapas obtidos por Iramina (2002), figura 6 e 7, criados por valores reais dos
monitoramentos e simulação ideal de distribuição para as 8 diferentes direções , todos
Sistema de coordenadas UTM(Universal Transverse Mercator).

Figura 6 Mapas de isso-velocidade resultado da metodologia de Iramina (2002)

Fonte: Iramina,(2002)

15
Figura 7 Mapa de iso-velocidade simulando modelo de distribuição ideal dos pontos

Fonte: Iramina, (2002).

Giselle (Canedo 2013), para ruído ambiental aplicou mapa de iso-linhas, criando mapas
de curvas de isso-ruídos, com cores representando cada faixa de nível de pressão
acústica, para uma boa interpretação espacial. O estudo foi realizado no Rio de Janeiro,
(Brasil), numa área onde se pretendia instalar um empreendimento mineiro figura 9.

Os mapas de Schrage permitem clara visualização da distribuição espacial da pressão


acústica, e permitem analisar e prever o nivel de ruido, antes da implanatação da mina.

16
Figura 8 Mapa de iso-linhas de níveis de ruído estimados para período diurno e noturno para implantação
mineira

Fonte: Giselle Canedo (2013).

Numa pedreira de calcário do Tourach, Cairo,Egipto o Governo local havia colocado


muitas restrições nas operações de detonação com explosivos, onde a carga máxima por
detonação deveria ser de 3 toneladas ao máximo,e PPV de 5mm/s, e os custos de
operação eram elevados sendo assim o Khaled; Rahman e Bagy (2007) realizaram os

17
monitoramentos na tal pedreira para avaliar o nível das vibrações nas circundantes da
caverna. Figura(10)

Figura 9 Caverna próxima a pedreira do Tourah

Fonte: Khaled;Rahman e Bagy (2007)

Khaled;Rahman e Bagy (2007)para monitorar os desmontes usaram sismográficos da


REF TEK, modelo 130-SMA. Para avaliar a atenuação de PPV com aumento da
distância, para tal estudo monitoraram 14 detonações, 4 perto do campo e 10 longe do
campo, as detonações tinham mesmas características variando o modo de iniciação e
retardos. No fim elaboraram mapas de contorno de PPV para as bancadas inferiores
tanto as superiores, o trabalho ajudou a manter aberta a pedreira e aumentar a sua vida
útil sem criar danos nas infraestruturas históricas.

18
Figura 10 contornos de PPV da bancada superior da pedreira do Tourah (m)

Fonte: Khaled;Rahman e Bagy, (2007).

Figura 11. Mapa de contorno de PPV da bancada inferior da pedreira do Tourah (m)

Fonte: Khaled,Rahman e Bagy (2007)

2.3. DINÂMICA DAS DETONAÇÕES

Neste subcapitulo serão abordado alguns conceitos da Dinâmica das Rochas, que tem a
ver com ação das explosivos nos maciços rochosos, em função nos seus mecanismos de
rotura e propriedades geomecânicas .

19
A dinâmica das rochas é uma parte da mecânica de rochas que se dedica com o
carregamento dinâmico, deformação e fraturação da rocha com o tempo. Variando da
iniciação de cargas dinâmicas, transmissão e atenuação de carregamentos dinâmicos,
fraturamento e dano sob carregamento dinâmico para suportar a rocha sob condições
dinâmicas (ZHAO, 2011). O desmonte de rocha começa por libertar um pico de energia
que decresce rapidamente com o tempo, figura (12), é importante o no estudo da
propagação de ondas geradas pelo desmonte de rochas com explosivos para perceber o
fenômeno.

Figura 12: Carregamentos mecânicos e suas respetivas ondas

Fonte: Zhao, (2011)

É importante distinguir as ondas sísmicas (ou de tensão) e as ondas de choque. As ondas


sísmicas são resultado da natureza elástica dos materiais rochosos, ou seja, após a
passagem das ondas, os materiais retomam a sua posição original, e as ondas de choque
são as que conduzem os materiais à rotura. Podemos observar o comportamento dos
corpos em relação a tensões nos diagramas de tensão vs. deformação, (figura 13).

As ondas de choque devido a sua elevada velocidade causam roturas bruscas nos
maciços rochosos, mais o fenómeno dessipativo é negativo devido às elevadas
velocidades essas ondas devem ser levado com maior relevância na análise de
detonações em maciços rochosos, (Bernardo, 2009).

20
Figura 13 Gráfico de tensão deformação

Fonte:(Bernardo, 2004)

Convém acrescentar que nos maciços rochosos o comportamento elástico é válido


apenas para pequenas magnitudes do esforço aplicado, dado que estes são
caracterizados por possuírem anisotropias, heterogeneidades e descontinuidades. É por
esta razão que é necessário considerar os mecanismos de dissipação de energia, que se
traduzem na atenuação das ondas sísmicas, isto é, na diminuição da amplitude do
impulso com a distância percorrida e, consequentemente, com o tempo decorrido
(Bernardo, 2004).

A atenuação das ondas sísmicas pode ser explicada por diversos mecanismos, como por
exemplo as características dos materiais rochosos, elasticidade, atrito nas
descontinuidades. Estes mecanismos implicam uma diminuição da tensão associada à
amplitude das ondas emitidas que é independente da atenuação devida simplesmente ao
aumento da distância de propagação da onda sísmica (Dinis da Gama, 2007).

21
Existem dois tipos de ondas sísmicas: as volumétricas (ondas P e S) e as de superfície
(ondas L e R), Estas ondas sísmicas apresentam várias particularidades (Tabela 4) e seus
respectivos efeitos no terreno podem ser representados esquematicamente segundo a
Figura 15.cuja representação pode ser observada na Figura , onde se ilustra a direção de
propagação das ondas, bem como o movimento de vibração das partículas.

Tabela 4: Características das ondas sísmicas.

Fonte: Dinis da Gama, (2007).

22
Figura 14 Tipos de ondas sísmicas

Fonte: Dinis da Gama, (2007).

As velocidades de vibração registradas pelos sismógrafos de engenharia são as


velocidades de vibração das partículas do terreno, e não da velocidade de propagação de
ondas P. Isto é, as ondas P se propagam no terreno em uma velocidade muito superior a
velocidade de vibração (da ordem de 5000 m/s) que as mesmas causam nas partículas
do terreno após uma detonação (da ordem de 50 mm/s).

Mais ainda, conhecer a velocidade das ondas compressionais para os vários tipos de
rochas (Tabela 5) para a posterior comparação com dados de campo é de extrema
importância no caso do desmonte de rochas com explosivos, uma vez que a partir delas

23
e das de corte pode-se estimar o módulo dinâmico de Young do maciço em questão e
assim prever a deformação de tal maciço sob um dado carregamento dinâmico

Tabela 5: Velocidade típica de ondas compressionais

Fonte: Zhao, (2011)

Segundo Barton (2007) o módulo dinâmico de Poisson pode ser calculado mediante a
equação (2).

2
2 3(V p /V s) −4
Edin =V s xρx 2 (2)
(V p /V s ) −1

Onde:

V s : é a velocidade de ondas S

V p: é a velocidade de ondas P

⍴: é a densidade da rocha em questão.

Ai; Ahrens (2004) estudaram a determinação tensão de ruptura e os quatro tipos de


fraturas, concêntrica, radiais, perto da superfície e cônicas, que podem ser produzidas
sob crateras de impacto. A formação e propagação de fraturas sob crateras de impacto
também foi modelada por simulação computacional, conforme Figura 16.

Figura 15 Formação e propagação de fraturas sob crateras de impacto

24
Fonte: Ai; Ahrens (2004)

Cho, et al. (2003) sugerem um modelo numérico utilizando o modelo de zona de


processo de fratura (FPZ). Tal modelo elimina a complexidade numérica decorrente da
intensidade da tensão inicial. Para uma simulação mais razoável do processo de fratura
na rocha, a análise utilizada incorporou o processo de fratura dinâmica e a
heterogeneidade da rocha ao modelo FPZ. O método proposto é chamado "análise de
processo de fratura dinâmica", conforme mostrado nas Figuras 17 e 18.

Figura 16: Padrões de fratura com diferentes formas de onda de pressão

Fonte: Cho, et al. ( 2003)

25
A análise do processo de fratura dinâmica é baseada no conceito de mecânica da fratura
fractal, que apoia o processo hierárquico de fratura na rocha. Consequentemente, o
método de análise proposto torna possível explicar processos de faturamento sob várias
condições de carga.

Os parâmetros que caracterizam as ondas segundo (Bernardo, 2004):

 amplitude (m) – magnitude da afetação de uma partícula, a partir da sua posição


de repouso (pode ser expressa sob a forma de um deslocamento, de uma
velocidade ou de uma aceleração):
 Deslocamento (m) – espaço percorrido por uma partícula, quando excitada pela
onda;
 Velocidade de vibração (m/s) – deslocamento das partículas, causado pela
passagem da onda, por unidade de tempo;
 Aceleração (m/s2) – variação da velocidade das partículas, por unidade de
tempo;
 Período (s) – tempo necessário para completar um ciclo;
 Comprimento de onda (m) – comprimento de um ciclo completo;
 Frequência (Hz) – número de ciclos por segundo.

A velocidade da partícula é o parâmetro que melhor caracteriza a propagação de


vibrações em maciços rochosos, razão pela qual os critérios de dano estrutural se
baseiam neste descritor (Konya & Walter, 1990).

As vibrações nos terrenos propagam-se sob a forma de ondas, transportando tensões


dinâmicas que podem ser expressas de acordo com a (Equação 3):

σ =ρcv (3)
em que, σ representa a tensão dinâmica, ρc representa a impedância do meio e v a
velocidade vibratória das partículas no maciço. A impedância característica de um meio
( ρc ) é definida pelo produto da sua massa volúmica pela velocidade de propagação
ondulatória característica desse meio.

Deve-se a Cook (1958) o desenvolvimento da teoria hidrodinâmica da detonação e suas


aplicações às substâncias explosivas. Essa teoria, em conjunto com a utilização de leis
termodinâmicas, da teoria cinética e da equação de estado modificada para os gases,

26
permitiu pela primeira vez aceder ao cálculo rigoroso de pressões de detonação,
temperaturas, velocidades de reação, etc..

Muitas teorias têm sido propostas sobre o mecanismo de fragmentação das rochas
devido à ação das substâncias explosivas. Tal como foi referido anteriormente, segundo
Konya e Walter, dois mecanismos distintos têm lugar neste processo: em primeiro lugar,
uma onda de choque, do tipo compressiva, desenvolve-se em torno da carga explosiva;
em segundo lugar, após a passagem da onda de compressão ao longo da rocha, a pressão
do gás no furo submete novamente a rocha a tensões de compressão.

Sendo assim, a detonação das cargas explosivas nos furos, ocorre em duas fases
distintas (Bernardo, 2009):
 fase dinâmica – o maciço é sujeito a uma perturbação dinâmica violenta,
aplicada num curto espaço de tempo, que é produzida por uma onda de choque
que se desloca a uma velocidade que é essencialmente dependente do tipo de
rocha, mas também do tipo de explosivo. A onda, propagando-se radialmente a
partir do furo, é gradualmente atenuada com a distância, o que dá lugar a um
regime de propagação duma onda de tensão compressiva, do tipo sónico;
 Fase quase-estática – é caracterizada pela expansão dos gases resultantes da
detonação da carga explosiva, originando a aplicação de tensões elevadas, em
regime quase estacionário. A designação atribuída (quase-estática) deve-se à
ordem de grandeza dos tempos associados a esta fase, visto que, enquanto que a
propagação das ondas de tensão ocorre na ordem de grandeza das dezenas de
microssegundos, a pressurização dos gases ocorre por vários milissegundos.

Assim, a fase dinâmica corresponderá à ação das ondas de choque no maciço rochoso,
e a fase quase-estática é aquela devida ao trabalho mecânico realizado pelos gases
provenientes da reação química de decomposição do explosivo, ou seja, corresponde ao
deslocamento dos blocos do maciço rochoso.

Há que salientar ainda a contribuição de um outro mecanismo no arranque de rochas


com explosivos: a rotura por reflexão de ondas em superfícies livres da rocha. Quando
as cargas explosivas são detonadas nas proximidades dessas superfícies, ocorre um tipo
de fracturação característico, designado por “escamação periférica, cuja natureza
depende exclusivamente do mecanismo dinâmico desencadeado pela onda de choque,

27
não havendo qualquer participação da energia contida nos gases da explosão (Dinis da
Gama, 2003).

A onda originada pela pressão de detonação é compressiva e ao encontrar uma face livre
de rocha, sofre reflexões e refracções sobre a interface rocha/ar. O impulso de
compressão é refletido sob a forma de impulso de tração que, ao propagar-se para o
interior da rocha, ocasiona com facilidade roturas por tração, uma vez que a resistência
da rocha à tracção é da ordem de 1/10 da resistência à compressão.

É precisamente devido ao mecanismo de reflexão das ondas de tracção que, na maioria


das vezes, as cargas explosivas se colocam junto da face livre da rocha, procurando
optimizar esta distância (afastamento à face livre).

Logo após a detonação, tem lugar a deformação da zona fragmentada em torno do furo,
seguindo-se a iniciação e propagação de fraturas radiais por acção da tensão de tracção,
na direcção tangencial, associada à onda emitida. Quando esta última atinge a superfície
de separação rocha-ar, passa a transportar tracções na direcção radial, que originam a
escamação periférica, a qual se vai desenvolvendo até maior ou menor distância para o
interior do maciço rochoso, simultaneamente com o prolongamento das fracturas radiais
previamente formadas. Finalmente, os gases da explosão passam a desenvolver o
processo de expansão, do qual resultam a abertura das fendas radiais, a definição da
forma geométrica final da cratera e ainda a projecção dos fragmentos de rocha
arrancados (Dinis da Gama, 2007). Para a propagação de fracturas radiais contribui
também a existência de micro-fracturas naturais e outras fissuras, sobretudo as causadas
pelas operações de perfuração, que precedem o arranque com explosivos (Bernardo,
2004). A sequência dos eventos encontra-se esquematizada na Figura 3.4.

28
Figura 17:sequencias de detonação em rochas situadas próximo a face livre

Fonte: Hartman, (1992)

A explicação mais comum para as fraturas radiais consiste na existência do campo de


tensões estáticas que se forma em torno de uma cavidade circular aberta num material
elástico, sujeito a uma pressão interna. Tal campo de tensões é caracterizado por uma
compressão radial e uma tração tangencial, sendo esta última responsável pelas roturas
radialmente orientadas, quando o seu valor excede a resistência à tração do material
(Dinis da Gama, 2007).

É conveniente referir que a transmissão de energia da substância explosiva para o


material rochoso varia com a razão entre impedâncias características dos dois meios em
contato (o explosivo e a rocha), as quais deverão ser da mesma ordem de grandeza, de
modo a permitir uma transmissão máxima de energia. Quando existem volumes de ar
entre o explosivo e a rocha (má escolha do diâmetro das cargas) a introdução desse
meio de baixa impedância característica dá lugar a deficientes transmissões energéticas,
inviabilizando o aproveitamento de energia para o trabalho útil de fragmentação do
maciço (Dinis da Gama, 2007).

29
2.4. IMPACTOS AMBIENTAIS EM LAVRA DE MINAS A CÉU ABERTO

2.4.1. INDICADORES E PARÂMETROS AMBIENTAIS EM LAVRA DE


MINAS A CÉU ABERTO

Baseado nos principais quatro componentes ambientais, os indicadores para a avaliação


da sustentabilidade ambiental em áreas influenciadas pela lavra de minas a céu aberto
são os seguintes (Figura 20):

a) Maciço rochoso; b) Atmosfera; c) Água superficial e subterrânea; d)


Biodiversidade.

Figura 18: Indicadores ambientais da lavra de minas a céu aberto.

Fonte: Torres, at al (2016)

30
Cada um dos índices de sustentabilidade está suportado por diversos indicadores
ambientais e este a sua vez por diversos parâmetros ambientais (Tabela 6).

Tabela 6: Componente, indicadores e parâmetros ambientais em lavra de minas a céu aberto

Fonte: Torres, at al (2016)

2.5.2. VIBRAÇÕES E PRESSÃO ACÚSTICA

2.5.2.1. VIBRAÇÕES

Nas operações de desmonte com explosivos, a energia potencial contida no explosivo é


rapidamente liberada com o objetivo principal de fragmentação da rocha, para que o
maciço seja eficientemente carregado, transportado e beneficiado.

Segundo Tamrock (1984) as vibrações do terreno são respostas do maciço a propagação


das ondas sísmicas provocadas pelos desmonte de rocha com explosivos, são afetadas
pela energia libertada pelo explosivo na fonte de fogo, pela distância que irá percorrer e
as características do meio que atravessam, tipo de onda, ângulo de incidência com
interfaces entre diferentes meios e descontinuidade de cada meio. Essas vibrações ainda
segundo Tamrock (1984) podem ser quantificadas através das seguintes grandezas:
deslocamento, aceleração e velocidade da partícula, a velocidade da partícula esta é
diferente da velocidade de propagação da onda no terreno, as vibrações das Partículas e

31
ruído ondas áreas são as principais causas dos conflitos entre o empreendimento mineiro
e a população vizinha.

Segundo Dinis da Gama (1998), 5 a 15% da energia do explosivo é utilizada para a


fragmentação da rocha e a maior parte é transferida a para o terreno em volta ao local de
detonação em forma de vibrações e a pressão acústica. Além da energia já dissipada
na fragmentação compressiva em torno do furo.

Figura 19: Gráfico –Distribuição da energia de detonação

Fonte: Bacci (2000)

Para Tamrock (1984), vibração é um fenômeno de transmissão de energia pela


propagação da onda em um movimento ondulatório num determinado meio, ainda
acrescenta que numa detonação uma parte do explosivo trabalha para detonar a rocha
com eficiência, e a maior parte e libertada para o ambiente através do meio
rochoso ,agua e o ar, as suas amplitudes diminuem com tempo e a distância .

32
Figura 20 : Diagrama de distribuição da energia de detonação

Fonte: Iramina (2002)

2.5.1.2. Parâmetros que Influenciam a Vibração


I. Geologia Local e características da rocha

Para Jimeno,C.L.; e Carcedo (1995) a geologia do local e as características da rocha que


atravessa tem grande influência nas vibrações, quando os maciços são homogêneos e
isotrópicos as ondas se propagam com a mesma intensidade em todas
direções ,contrariamente em estruturas geológicas com fratura ,as vibrações variam em
cada direção.

Jimeno,C.L.;e Carcedo (1995),com mais de 2700 registos fizeram estudo estatísticos


numa empresa Nobel’s Eplosive Company Limited observaram que 90 % das
detonações em minas de carvão produziam frequências de 20Hz ,e nas pedreiras as
detonações tinham frequência de 4 e 21 Hz, aproximadamente a 80% e concluíram que
quando as frequências forem menos, maior e a deslocação do solo e maiores níveis de
tensão e criando maiores danos nas estruturas, razão pela qual o capeamento de solo
afeta a intensidade das frequências devido ao modulo de elasticidade ser baixo em
relação as rochas ,logo a velocidade consequentemente é menor, na medida que a
espessura do capeamento aumenta o deslocamento aumenta e a frequência diminui.

33
II. Carga máxima por espera

Jimeno,C.L.;Jimeno,E.L. e Carcedo (1995), a carga explosiva é a responsável pelas


vibrações e a pressão acústica, quanto maior for a carga maior é a intensidade das
vibrações e pressão acústica, a carga por espera e diretamente proporcional a vibrações
e pressão acústica, e não a carga total da detonação, para tal é preciso que os retardos
sejam de maior tempo para evitar interferências das ondas, dos diferentes furos. Maior
número de retardos faz com que a carga por espera seja menor que a carga total, por
causa da diferença dos detonadores, carga total por espera e a carga total dos furos que e
iniciado ao mesmo tempo.

A carga máxima por espera (Q) é a variável mais importante na intensidade das
vibrações e é do tipo potencial, onde para a velocidade (Vp) tem-se:

a
V pαQ (4)

III. Distância de detonação


A distância entre ponto de detonação e o ponto da leitura também e tão importante além
da carga por espera, a medida que a distância aumenta a intensidade das vibrações e
pressão acústica diminuem. Formula (5):

1
V pα b
D
(5)
E o valor de b segundo o U.S.Bureau of Mine e aproximadamente 1,6 Jimeno,C.L.;
Jimeno,E.L. e Carcedo (1995),

A prática, nos mostra que nem sempre as ondas se atenuam com a distância. Por
exemplo, em meios estratificados e se a sua geometria o favorecer, as ondas podem
concentrar-se ou sobrepor-se a outras refletidas, chegando a medir-se valores de
vibração maiores em pontos mais afastados da detonação (AZEVEDO; PATRÍCIO,
2003).

Para (CORREIA, 2003) a atenuação das vibrações não depende só da distância mais
depende também de outros fatores como a litologia dos materiais da fundação.

34
Figura 21: Modificações das vibrações ao se propagarem por terrenos de diferentes estruturas e
características

Fonte:JIMENO,C.L.;JIMENO,E.L.e CARCEDO,1995

IV. Tipos de explosivos:

Segundo Jimeno,C.L.; Jimeno,E.L. e Carcedo (1995) explosivos de baixa densidade


baixa velocidade tipo o ANFO (Ammonium Nitreato/Fuel Oil). Geram menor pressões
nos furos e consequentemente menores níveis de vibração, e se compararmos a mesma
Quantidade de ANFO com Nitrogel, as intensidades de vibrações geradas por Nitrogel
são duas vezes maiores e 2.4 vezes menores, os Anfo são explosivos de forma granel
(prills) e fabricados por meio de nitrato de amônio, misturados com óleo diesel na
proporção de 3 a 3,5 litros de óleo para cada 50 kg de nitrato, para evitar um maior
contato direto dos granulados com a agua a mistura pode ser feita manualmente no
momento de carregamento, e o ANFO não é resistente a agua, razão pela qual nos furos
com muita agua os furos devem ser encamisados (GERALDI,2011).

Para (MARTINHO,2012) os hidrogelis ou slurrie (polpas), tem grande resistência a


agua, os gases por ser tóxicos são recomendados para desmonte subterrâneo. São
semelhantes às dinamites e podem ser usados como carga de fundo na são compostos
por sensibilizantes explosivos aumentando a sua segurança.

2.5.3. Efeitos nas estruturas causadas pelas vibrações

35
Após a detonação de uma carga explosiva, formam-se zonas distintas na rocha ao redor
do furo carregado (Figura 24).

Figura 22:Zonas distintas definidas na rocha ao redor de uma carga explosiva, após a detonação

Fonte: Atchison, 1968 apud Navarro Torres VF, (2014)

Onde:

1-Cavidade do explosivo; 2- Zona de transição; 2a- Zona hidrodinâmica; 2b- Zona


plástica; 2c-Zona fragmentada; 2d-Zona fraturada; 3-Zona sísmica ou zona elástica.

A frequência e a velocidade de vibração das partículas são os parâmetros mais


utilizados. Segundo Kahndelwal, M; Shing T.N (2006) a frequência tem suma
importância no processo de análise de vibrações, visto que a resposta das estruturas
próximas a zona de propagação das ondas sísmicas depende da frequência de vibração
do terreno.

Segundo (ESTON, 1998) a deformação tem relação com os danos estruturais e a


quantificação deste parâmetro dá uma boa resposta sobre os danos causado nas

36
estruturas e transmissão de ondas elásticas e a deformação são diretamente
proporcionais à velocidade de vibração das partículas.

Vários pesquisadores tentaram associar valores de vibração de velocidade de partículas


com o dano estrutural causado (Tabela 7).

Tabela 7: Velocidades de vibração de partículas e danos associados

Fonte: ESTON, (1998).

2.5.3. INCÔMODO HUMANO CAUSADO PELAS VIBRAÇÕES

Quando se realizam detonações em áreas próximas as pessoas os níveis de vibração


determinantes são baseadas mais na resposta humana do que nos danos estruturais
propriamente.

A sensibilidade humana a vibrações têm caráter subjetivo e podem ser influenciados


pela idade, saúde, estado emocional pode afetar a sensibilidade do ser humano ás
vibrações do terreno. O próprio fato da surpresa e imprevisibilidade das detonações
pode ser responsável por uma importante parcela do incômodo.

A avaliação do efeito das vibrações no corpo humano é feita segundo diferentes eixos:
x (das costas para o peito), y (da direita para esquerda), z (dos pés para a cabeça)
(Figura 16).

37
Figura 23 Efeito vibratório no corpo humano segundo diferentes eixos

Fonte:(adaptado de Assesing vibration:a technical guideline, 2006)

Existem vários estudos realizados para definir padrões de referência como Goldman
(1984) e Oriard (Figura 17) referenciados por López Jimeno C, et al. (2003).
Figura 24: Resposta humana as vibrações segundo Goldamn (esquerda) e segundo Oriard (direita),

Fonte: López Jimeno C, et al. (2003)

38
2.5.4. EFEITOS DA PRESSÃO ACÚSTICA
A energia compreendida numa faixa de frequência abaixo de 20 Hz e acima de 20 kHz é
imperceptível ao ouvido humano, no entanto pode ser presenciada na forma de abalos,
principalmente nos telhados, paredes e janelas de construções (Tabela 8). Já a faixa
acima de 20 Hz A 20 kHz capta o ouvido humano na forma de ruído. A pressão acústica
é comumente medida em decibéis (dB) ou em pascais (Pa).

Tabela 8: Nível de pressão acústica

Fonte: Kuzu, et al. (2009)

A magnitude da pressão acústica e suas respectivas consequências colaterais frequências


associadas permitem comparar o efeito gerado pela detonação e atividades do cotidiano
do ser humano (Figura 25).

Figura 25 Pressão acústica e frequências associadas de atividades humanas

Fonte: Navarro Torres, V.F, (2014)

39
2.5.5. PARÂMETROS OPERACIONAIS IMPORTANTES PARA O CONTROLE
DAS VIBRAÇÕES E PRESSÃO ACÚSTICA
Com o objetivo de minimizar os efeitos das vibrações e pressão produzidos pelo
desmonte de rochas, o controle e o dimensionamento adequado de determinados
parâmetros do plano de fogo têm suma importância, ao passo que alguns não são tão
significativos (Tabela 9).

Tabela 9 Parâmetros controláveis de plano de fogo para minimização de efeitos indesejáveis:

Fonte: Kuzu, et al. (2009)

Onde V = vibrações e PA = pressão acústica.

2.5.6. LEI DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES


Vários autores (Dinis da Gama, 1978; Jimeno et al, 1995; Hustrulid, 1999; etc.)
reconhecem a equação mais usada actualmente , para definir a lei de atenuação das
vibrações nos terrenos originadas por detonação de cargas explosivas, é aquela devida a
Johnson (1971) (Equação 6) com a forma geral (em Dinis da Gama & Bernardo, 2001):

b c
v=a Q D (6)

em que v é a velocidade vibratória de pico da partícula (PVS) (mm/s), D é a distância


entre os pontos de solicitação e monitorização (m) e Q é o peso da carga explosiva
detonada por retardo (kg). As constantes a, b e c são características do local e dos
desmontes (Bernardo, 2004).

Conhecida a distância à estrutura que se pretende proteger e o valor máximo de


velocidade vibratória a respeitar, esta fórmula permite calcular de forma expedita a
carga máxima a usar por retardo.

40
Da equação (6) obtém-se ferramentas de gestão ambiental muito importantes que são a
previsibilidade das cargas máximas admissíveis por retardo e a determinação com rigor
dos mapas de iso-velocidades, conforme equação (7).

1/ b
Qmáx =(V ¿ ¿ lim ⁡∗a−1∗D1 ) ¿ (7)

Através de uma metodologia proposta por Navarro Torres VF; Bernardo (2004),
dispondo de um banco de dados com registros sismográficos devido a desmontes de
rocha com explosivos contendo registros de velocidade de vibração de partículas, carga
máxima por espera e distância do local de detonação aos pontos de monitoramento,
pode-se determinar as constantes empíricas a,b,c, através de técnicas estatísticas de
regressão linear múltipla e assim prever os mecanismos de propagação de velocidades
no terreno através de um mapa de isovalores de velocidade de vibração através da
interpolação de pontos conhecidos e a carga máxima admissível por espera segundo
normas de velocidade máxima de vibração vigentes.

2.5. MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL

2.6.1. A HISTÓRIA DOS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE E DE


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Ainda que a genealogia do conceito de sustentabilidade não esteja clara, entre os autores
e pesquisadores voltados à temática ambiental, alguns deles ainda assim se voltaram à
sua historiografia e sugeriram algumas datas prováveis para o seu surgimento. Para Boff
(2012), o conceito de sustentabilidade teve origem em épocas ainda mais remotas, entre
os séculos XVI e XVII. O autor defende que o conceito de “sustentabilidade” seja
proveniente da “silvicultura” (manejo de florestas) saxônica, mais precisamente do
conceito alemão de Nachhaltigkeit, o qual entende que seja correspondente ao que hoje
chamamos de sustentabilidade. Entretanto, essa visão não é consensual, uma vez que
outros autores afirmam que os povos indígenas das mais diversas etnias ao redor do

41
mundo sempre praticaram o que, tempos depois, convencionou-se a chamar de
“cosmovisão” ou “sustentabilidade”. de acordo com Lima (2003)

(BOFF, 2012). foi somente século XVIII, novamente na Saxônia, por meio do Capitão
Hans Carl von Carlowitz, que a palavra “sustentabilidade” se transformou num conceito
estratégico. E, em 1795, Carl Georg Ludwig Hartig escreveu em seu livro:
Anweisungzur Taxationund Beschreibung der Forst, ou em português “Indicações para
a avaliação e a descrição das florestas” é uma sábia medida avaliar de forma a mais
exata possível o desflorestamento e usar as florestas de tal maneira que as futuras
gerações tenham as mesmas vantagens que a atual” (HARTING apud BOFF, 2012).

As conclusões da Comissão (CMMAD) foram publicadas por meio de um relatório com


o título “Our Common Future” (“Nosso futuro comum”) ou simplesmente “Informe
Brundtland”, no qual o conceito de DS é apresentado e definido pelo princípio da
“transgeracionalidade” (FREITAS, 2004,), ou seja: “desenvolvimento corresponde às
necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras de
satisfazerem suas próprias necessidades”. (CORDANI; TAIOLI, s/d; BRUNDTLAND,
1991; LEFF, 2001; SARTORI; LATRÔNICO; CAMPOS, 2014; MONTIBELLER-
FILHO, 2008; SATRANGE; BAYLEY, 2008; MADEIRA, 2014). Ou, exatamente
como está escrito no documento.

O desenvolvimento sustentável procura atender às necessidades e aspirações do presente


sem comprometer a possibilidade de atendê-las no futuro. Longe de querer que cesse o
crescimento econômico, reconhece que os problemas ligados à pobreza e ao
subdesenvolvimento só podem ser resolvidos se houver uma nova era de crescimento no
qual os países desenvolvidos desempenhem um papel importante e colham grandes
benefícios. (BRUNDTLAND, 1991).

2.6.2. PROCESSO DE QUANTIFICAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE

Para determinar os indicadores de sustentabilidade (VILLAS BOÂS, R.C.; BEINHOFF,


C., 2002). E para quantificar estes indicadores de caráter ambiental, social e econômico
com uma matemática relativamente simples, existem outras iniciativas como média
aritmética ponderada (IISD, 2015).

42
Segundo (PRESCOTT-ALLEN, 2001) existem à escala global iniciativas na
quantificação da sustentabilidade, que são calculados através de medidas tais como:
renda, saúde, igualdade entre gêneros, qualidade de águas, qualidade do ar atmosférico,
uso do solo e depois comparados com padrões de referência e usando a escala de 0 a
100.

CANADIAN GEOGRAPHIC, (2015). Diz que para desenvolver o cálculo de um Índice


de sustentabilidade ambiental e avaliar a capacidade e o desafio dos vários países em
operar da maneira mais sustentável o possível a Yale Center for Environmental Law
and Policy da Universidade de Yale em parceria com o Center for International Earth
Science Information Network da Universidade de Columbia nos anos 1999 e 2005,
rastrearam 21 indicadores de sustentabilidade ambiental, cobrindo elementos tais como:
níveis presentes e passados de poluição, heranças de recursos naturais, esforços de
gestão ambiental, contribuições para a preservação dos bens comuns e a capacidade da
sociedade melhorar seu desempenho ambiental ao longo dos anos.

A (Tabela 10) mostra de maneira simplificada o ranking e a pontuação (de 0 a 100) de


alguns países segundo o Índice de sustentabilidade ambiental (ISA) para o ano de 2005.

Tabela 10 Indice de sustentabilidae ambiental ISA:Ranking e Pontuacao 2005

Fonte: Yale University;Columbia University (2005)

“Envoltório de dados aumentado”é uma nova metodologia para quantificação da


sustentabilidade,que foi criada por Galan-Martín, et al. (2016). Os autores aplicaram
esta metodologia para avaliar quantitativamente a sustentabilidade de novas tecnologias
geradoras de energia no Reino Unido, levando em consideram os três pilares da
sustentabilidade: a esfera ambiental, social e econômica. As Figuras (26, 27 e 28)
mostram a metodologia computacional simplificada para o cálculo da sustentabilidade,

43
os critérios adotados e os índices de sustentabilidade (valores entre 0 e 1),
respectivamente

Figura 26 Metodologia para o cálculo da sustentabilidade de equipamentos

Fonte: Galan-Martín, et al.,(2016)

44
Figura 27 Critérios e pontuação avaliados na quantificação da sustentabilidade de equipamentos

geradores de eletricidade

Fonte: Galan-Martín, et al.,(2016).

Figura 28 Índice de sustentabilidade segundo os principais indicadores

Fonte: Galan-Martín, et al.,(2016).

Com base em relatórios e banco de dados das quatro maiores empresas da China, Long,
et al. (2016) criaram um sistema inovador para a avaliação quantitativa da
sustentabilidade das operações de empresas chinesas do mercado de ferro e aço.O tal

45
sistema também teve em conta os três pilares da sustentabilidade: o aspecto ambiental,
social e econômico, investigando aspectos tais como: emissões de gases estufa, índices
de segurança dentro da empresa e renda per capita dos fucionários.

Para a avaliação quantitativa da sustentabilidade ambiental da sustentabilidade em


projetos de estrada Umer, et al. (2016) criaram um aplicativo, chamado “Green
Proforma”. Este aplicativo ja leva em consideração vários aspectos no cálculo do índice
de sustentabilidade, tais como: mobilidade, acessibilidade, segurança, proteção
ecológica, qualidade ambiental aspectos econômicos (Figura 8).

Figura 29 Output do aplicativo “Green Proforma

Fonte: Umer, et al.,(2016)

Vidal Torres (NAVARRO TORRES.V.F. et al. 2009, NAVARRO T.V.F., et al. 2014).
Estudaram a quantificação da sustentabilidade ambiental para lavra de minas
subterrânea, ainda Navarro Torres, V.F., et al. (2015). e Navarro Torres, V.F., et al.
(2016) desenvolveu dois trabalhos intitulados ,“Quantificação da sustentabilidade
ambiental em lavra de minas a céu aberto”na mina de FAZENDÃO em Ouro Preto.

A iniciativa de Vidal Torres para desenvolver um modelo quantitativo calcular a


sustentabilidade ambiental de lavra de minas a céu aberto nasceu em base aos avanços
realizados no Projeto de Pesquisa Europeu denominado “Underground Coal

46
Gasification and CO2 Storage” (GAMA, C. D.; NAVARRO TORRES, V. F;
VERÍSSIMO, A. C., 2013). Os primeiros projectos de quantificação da sustentabilidade
ambiental em lavra de minas a céu aberto, foram utilizadas bases de dados de minas de
pequeno porte do estado de São Paulo para a validação do modelo matemático e
posterior geração de mapas de isovalores de sustentabilidade ambiental (Figuras 30 e
31) .

Figura 30 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Juruaçu no estado de São Paulo

Fonte: Fonte: Torres, at al (2016)

47
Figura 31 Mapa de isovalores de sustentabilidade global para a pedreira Riúma no estado de São Paulo.

Fonte: Fonte: Torres, at al (2016)

2.6. NORMAS E PADRÕES DE VIBRAÇÃO E PRESSÃO ACÚSTICA

2.7.1. NORMAS E PADRÕES INTERNACIONAIS

2.7.1.1. NORMA NP 2074-2015- PORTUGAL

Norma portuguesa atualizada, do ano de 2015, considera o tipo de construção e


frequência para definir a velocidade máxima de vibração de partículas de pico (Tabela
11). Tal atualização reflete a importância da consideração da estrutura e a frequência na
avaliação do dano estrutural.

48
Tabela 11 Velocidade máxima admissível de vibração de partículas em mm/s segundo a Norma NP 2074-
2015-Portugal.

Fonte: NP 2074-2015-Portugal.

2.7.1.2. Norma USBM (RI 8507)- Estados Unidos

A norma norte-americana também estabelece valores máximos de vibração de partículas


levando em consideração a frequência e o tipo de estrutura.(Tabela 12).

Tabela 12: Norma USBM – Estados Unidos

Fonte: adaptado de Bacci, 2000).

2.7.1.3. Transport Noise Management Code of Practice Volume 2 – Construction


Noise and Vibration

Código de prática do estado de Queensland na Austrália, importante país minerador,


afim de fornecer limites máximos de vibração de partículas quanto ao incômodo
humano (Tabela 13) e de pressão acústica (Tabela 14), para efeitos vibratórios
impulsivos, como a detonação

Tal critério é baseado nas normas e padrões: Australian Standard AS


2187.2:2006(Austrália), ANZEC ‘Technical Basis for Guidelines to Minimise

49
Annoyance due to Blasting Overpressure and Ground Vibration’, 1990 (Nova
Zelândia), Environmental Protection Act Section 440ZB (Austrália) , EHP EcoAccess
‘Noise and Vibration from Blasting’, 2006(Austrália).

Tabela 13 Limites máximos de vibração para conforto humano, segundo Transport Noise Management

Code of Practice Volume 2 – Construction Noise and Vibration (2014).

Tabela 14 Limites máximos de pressão acústica para conforto humano, segundo Transport Noise

Management Code of Practice Volume 2 – Construction Noise and Vibration (2014).

2.7.1.4. ABNT-NBR 9653:2005


Norma Brasileira registrada que estabelece limites de velocidade de vibração de
partículas e de pressão acústica afim de minimizar os impactos e riscos associados ao
desmonte de rochas com explosivos em mineração nas áreas urbanas.

A norma estabelece os valores máximos de vibração de partícula, a partir dos quais


poderão ser causados danos, considerando a frequência associada, no entanto não leva
em conta o tipo de estrutura (Tabela 15). Tais valores podem ser representados
graficamente para melhor visualização (Figura 35). Em relação a pressão acústica, a
norma estabelece um valor máximo de 134 dBL medido além da área de operação
mineira.

50
Tabela 15: Limites de vibração de partícula de pico por faixa de frequência, segundo ABNT-NBR
9653:2005.

Nota: para valores abaixo de 4 Hz deve ser usado como limite o critério de
deslocamento de partícula de pico de no máximo 0,06 mm (de zero a pico).

Figura 32 Representação dos limites de velocidade de vibração de partícula em função da frequência,:

Fonte: ABNT-NBR 9653:2005

Norma CETESB D7.013

Norma elaborada pela CETESB, no uso de suas atribuições legais para o controle da
poluição no estado de São Paulo. Estabelece valores limite de velocidade de vibração de
partículas e pressão acústica afim de mitigar os incômodos humanos causados pelo
desmonte de rocha com explosivo e seus acessórios.

Estabelece que a velocidade resultante de vibração de partícula não deve ultrapassar o


valor máximo de 4,2 mm/s medida fora dos limites do empreendimento mineiro. Para
pressão acústica estabelece um máximo de 128 dBL sob as mesmas condições de
medida. No entanto, esta norma também não considera o ambiente onde homem se
encontra, nem a frequência.

51
2.7.2. Normas ou Padrões Nacionais

Em Moçambique ainda não existem normas que regulam as vibrações e ruídos por isso
neste projectos iremos usar diferentes Normas internacionais a cima citadas.

2.8. Modelagem matemática da sustentabilidade ambiental em lavra de minas a


céu aberto

2.8.1. Sustentabilidade Ambiental da Lavra de Minas a Céu Aberto

Nos projectos de pesquisa do Instituto Tecnológico Vale, intitulados “Quantificação da


sustentabilidade ambiental em lavra de minas a céu aberto” de Torres, V.F.N, et al.
(2015) e Torres, V.F.N, et al.(2016) foi desenvolvido o processo de quantificação da
sustentabilidade ambiental da lavra de minas a céu aberto, mediante o denominado
Índice de sustentabilidade ambiental (𝐼𝑆𝐴𝐿) que é calculado mediante a equação (8)
baseado nos índices dos quatro principais componentes ambientais:

ISA L =0.25 (IS a+ IS g+ IS w + IS b ) (8)

Onde:

IS a é índice de sustentabilidade atmosférica

IS g é índice de sustentabilidade geotécnica

IS w é índice de sustentabilidade de agua superficial e /ou subterrânea

IS b é índice de sustentabilidade biológico relacionado com plantas e animais

2.8.2. Índices de sustentabilidade (ISA,G,W,B)

Os índices de sustentabilidade atmosférica (𝐼𝑆𝑎), geotécnica e/ou de solo (𝐼𝑆𝑔), de


aguas superficial e/ou subterrânea (𝐼𝑆𝑤) e biológica relacionado com plantas e animais

52
(𝐼𝑆𝑏), podem ser expressados mediante uma equação geral (8) com a denominação
IS a , g ,w , b.

l1 l2

1
∑ a 1( i ) ∑ a2 ( i ) l
n
(9)
−…−∑ an (i)
i=1 i=1
IS a , g ,w , b= {n− −
n l 1 P1 l 2 P2 i=1

Onde:

n é o número do tipo de poluentes em avaliação;

l 1 ,l 2 , … ., l n a quantidade de locais, zonas ou frentes de medição

a 1 , a2 , … . , an os paremetros ambientais em avalição

P1 , P2 , … , P n os padrões admissíveis

Uma cuidadosa análise dos diversos parâmetros ambientais na lavra de minas a céu
aberto permitiu caracterizar três grupos considerando os seus efeitos ambientais e os
padrões de admissibilidade.

Baseado nestes três grupos de parâmetros ambientais, considerando Y como padrão


mínimo admissível, X como padrão máximo admissível e xi condição local dos
parâmetros ambientais em avaliação, se desenvolvem expressões matemáticas para o
cálculo do Índice de sustentabilidade (IS) segundo três critérios e para cada critério se
estabelecem condições para uma escala de zero (0) a um (1),

Primeiro critério: Quando xi ≤ X; neste caso, com valores baixos de xi, o Índice de
Sustentabilidade (IS1) resulta alto (Figura 36), como mostra a equação (9).

x1
IS 1=1−¿ ∨¿ (10)
X

Condições:

a) Se x i = X ou x i > X, então IS 1= 0;

b) Se x i = 0, então IS 1 =1

53
Figura 33. Primeiro critério de sustentabilidade

Segundo critério: Quando xi ≥ Y; neste caso para valores altos de xi se obtém índices de
sustentabilidade (IS2) com valores altos (Figura 37), como mostra a equação (11).

IS 2= ||x1
y
(11)

Condições:

a) Se x i = Y ou x i > Y, então IS 2 = 1;

b) Se x i = 0, então IS 2 = 0

Figura 34: Segundo critério de sustentabilidade

Figura 35 Terceiro critério

Terceiro critério: Quando Y ≤ xi ≤ X, neste caso tem-se uma equação para cada situação
(Figura 38).

Quando 𝑥𝑖 ≥ X e X1 é insustentável (concentração máxima que torna o ambiente


insustentável) o índice de sustentabilidade (IS3) pode-se calcular com a equação (12):

x i−X
IS 3=1− (12)
x i−X

Condições:

a) Se Y < x i < X e x i = X, IS 3 = 1;

b) Se x i = X 1 , IS 3=0.

Quando xi ≤ Y, e Y1 é insustentável (concentração mínima que torna o ambiente


insustentável) o índice de sustentabilidade (IS3) pode-se calcular com a equação (13).

54
Y −x i
IS 3=1− (13)
Y − y1

Condições:

a) Se Y <𝑥𝑖< X e 𝑥𝑖 = 𝑌, IS3 = 1;

b) Se 𝑥𝑖 = 𝑌1, IS3 = 0.

Figura 36: Terceiro critério de sustentabilidade

A modelagem dos Índices de Sustentabilidade Ambiental na lavra de minas a céu aberto


está condicionada aos valores entre zero (0) e um (1). Mais ainda, é possível adotar
níveis de sustentabilidade de lavra de minas baseado nos índices de sustentabilidade
(Tabela 16) considerando que a lavra de minas a céu-aberto é ambientalmente
sustentável quando seus componentes ou sistemas ambientais sejam mantidos em níveis
admissíveis e em constante melhoria.

Tabela 16: Qualificação da sustentabilidade ambiental de lavra de minas a céu aberto

Fonte: autor

55
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a avaliação quantitativa da sustentabilidade ambiental das operações da mina da


Vale Moçambique em Moatize, no que diz respeito a vibrações e pressão acústica
recorreu-se a metodologia adaptada pelo (Navarro Torres VF; Bernardo,2004). figura 38
foram utilizadas base de dados obtidos pelo monitoramento sismográfico realizado em
campo naquela mina.

Figura 37.Metodologia para controle de vibrações devido a desmonte de rochas com explosivos.

Fonte: adaptado de Navarro Torres VF; Bernardo, (2004).

56
Os dados foram aquiridos por uma campanha de monitoramento que durou 60 dias,na
secção 4 da mina de carvão ,utilizando 6 sismógrafos da engenharia e monitorados 16
detonações,obtendo 96 eventos ,utilizando metodos estatísticos removeu-se os os
valores anômalos ,obtendo um R2 92,23 e 76 para vibracao e pressao acustica
respeitivamente,
Pós-procesamnto dos dados e recorrendo o software LABit para obtenção da lei de
propação de velocidade e pressão acústica, nos termos da carga Q maxima por retardo
(Kg) e distância (D), segundo a equação (6).

Conhecida a lei de propagação das vibrações no terreno e da pressão acústica ,calculou-


se a carga necessaria para evitar dados e encômodos humanos na comunidade de
Moatize.

Para conhecer o efeito de propagação das vibrações e pressão acústica gerou-se mapas
de isovalores de vibração da particula,e pressao acustica,com os valores calculados pela
de propagação atraves da interpolação,usando a krigagem de pontos com valores
conhecidos,e cada curva mostra seu respeitivo numero.

Ja para a avaliação da sustentabilidade da vibração e pressão acstica aplicando a


equação 18 de atenução da vibrações e pressão acústica com um limmite admissivel de
2mm/s e 120 dBL terras sensíveis, Transporte Noise Managment ,para vibração e
pressão acústica respeitivamente.

3.1. Caracterização da área de estudo

3.1.1. Localização Geográfica da Região

A mina de carvão de Moatize se localiza em Moçambique, a aproximadamente 20km da


capital Tete (Figura 39), e produz carvão de coque e térmico através de operações de
lavra a céu aberto em uma combinação de lavra por tiras e por métodos convencionais
de perfuração, desmonte, carregamento e transporte por caminhões fora-de-estrada. A
área do projeto engloba pelo menos seis depósitos de carvão potencialmente
econômicos, pertencentes à bacia sedimentar de Moatize Minjova, conhecidos como
seções 1, 2A, 3, 4, 5 e 6 (GOLDER ASSOCIATES AFRICA, 2013). A seção foco deste
trabalho é a seção 4, que apresenta os limites mais próximos à comunidade, em que a
atividade de lavra vem avançando na direção da comunidade. A (Figura 40) apresenta

57
um modelo de elevação digital mostrando a posição de cada uma das seções da mina em
relação à posição da comunidade de Moatize e os limites da propriedade.

Figura 38: Imagem de satélite mostrando a localização da cidade de Tete, Moatize, o rio Zambezi e a
mina de Moatize

A capital da Provincia de Tete está situada às margens do rio Zambezi, e a área de


estudo está localizada entre os rios Rovubwe e Muarazi, ambos com drenagem a
sudoeste em direção ao rio Zambezi. O rio Moatize é o principal afluente do rio
Rovubwe, com confluência a noroeste da cidade de Moatize, e seu curso passa nas
seções 1, 5 e 6.

58
Figura 39 Modelo de elevação digital mostrando as diferentes seções da mina, a posição da comunidade

de Moatize e o limite da propriedade

Fonte: GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

A topografia local varia de áreas planas a parcialmente onduladas com crescente


inclinação próximo às regiões mais montanhosas. A bacia sedimentar carbonífera
apresenta cota altimétrica entre 140 e 230m, aproximando-se a 300m nos morros
circundantes formados pelo embasamento rochoso, geralmente de intrusões diabásicas.
Regionalmente, a formação Karoo é a maior bacia sedimentar média do rio Zambezi a
sudeste da capital do estado, Tete.

As formações carboníferas da região de Moatize são pertencentes à bacia sedimentar de


Minjova, em uma estrutura de fossa tectônica (graben). A geologia regional é
apresentada na (Figura 42) que ilustra na área de concessão da mina de Moatize, onde
ocorrem nas zonas periféricas a série Matinde (conglomerados, arenitos, xistos e
carvão), na parte sul-central o grupo Fingoé do complexo Tete (gabros e anortositas), e

59
a ocorrência de interesse está composta pela série produtiva que contém a formação
hospedeira dos depósitos de carvão (conglomerados, arenitos, xistos e carvão).

Figura 40: Geologia regional

Fonte: VALE, 2010 apud GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

A Figura 42 mostra a Seção 4 da mina em detalhe, e as posições das seções transversais


1 e 2 utilizadas para a geração dos modelos geotécnicos, que são apresentadas nas
Figuras 43 e 44. Os modelos das Figuras 43 e 44 também mostram a posição de
diferentes taludes, que representam os avanços planejados para a lavra dessa região. Nas
figuras referidas, a coloração amarela representa o arenito, a cor cinza é o siltito e a cor
preta é o carvão.

60
Figura 41: Posições das seções transversais da seção 4 da mina de Moatize

Fonte: GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

Figura 42 Seção transversal 1 da seção 4 da mina de Moatize

Fonte: GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

61
Figura 43 Seção transversal 2 da seção 4 da mina de Moatize

Fonte: GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

As Figuras 41 e 42 mostram que a estrutura geológica varia com relação à direção


considerada, o que pode influenciar na atenuação das vibrações em diferentes direções.

O modelamento geotécnico da mina de Moatize, realizado pela Golder Associates


África, classificou a composição geológica da seção 4 da mina de Moatize em nove
litotipos diferentes. Os parâmetros utilizados para cada grupamento geológico no
modelo geomecânico da mina são apresentados na Tabela 17 a seguir. Especificamente
para a Seção 4 da mina, os tipos rochosos foram classificados em arenito, carvão e
siltito, sendo a ocorrência do minério (carvão) associadas aos grupamentos Chipanga
presentes na região.

Tabela 17: Parâmetros utilizados no modelo geomecânico do maciço rochoso por grupamento geológico

Fonte: GOLDER ASSOCIATES AFRICA, (2013)

62
3.5. CAMPANHA DE MONITORAMENTO

Durante a campanha de aquisição de dados na Seção 4 da mina de Moatize e em parte


da área urbana limítrofe de Moatize, foram monitorados 16 desmontes com a utilização
simultânea de 6 sismógrafos de engenharia. Os pontos de monitoramento foram
distribuídos de forma a incluir pontos dentro da própria cava, ao redor dela e pontos
avançando na direção da cidade de Moatize, sendo alguns pontos na região periférica da
Vila. As Figuras 45 e 46 apresentam fotos do monitoramento.

Figura 44 Fotografia da campanha de monitoramento na comunidade de Moatize

63
Figura 45– Fotografia da campanha de monitoramento na comunidade de Moatize

Foram adquiridos 96 eventos de vibrações e pressão acústica, sendo que em 11 deles


não foram registrados pelo equipamento, restando 85 eventos válidos. Informações dos
desmontes monitorados são apresentadas na Tabela 14, e os pontos monitorados e dos
desmontes são apresentados na Figura 46, com os respectivos valores de PVS (soma
vetorial das velocidades de pico - Peak Vector Sum) medidos. Detalhes das amplitudes
de vibração e pressão acústica medidas, assim como as coordenadas dos pontos
monitorados são apresentadas no Apêndice B. O PVS foi escolhido como o parâmetro
representante da velocidade de vibração, em concordância com o trabalho desenvolvido
por Navarro Torres et al. (2018).

64
Figura 46 Pontos de desmonte e monitoramento com os respectivos valores medidos de PVS

Tabela 18: Dados dos desmontes monitorados na mina de Moatize

65
ID: número de identificação do desmonte, A: afastamento, E: espaçamento, Q: carga
total de explosivos,
Qmáx: carga máxima por espera, D: diâmetro do furo, q: razão de carga. L:
comprimento do furo
Os desmontes monitorados utilizaram, como carga explosiva, uma mistura de emulsão e
ANFO na proporção 70/30 respectivamente, cuja energia é de 1108kcal/kg (FEM,
2018).

As frequências medidas longitudinais, transversais e verticais resultaram dominantes


entre 5 e 10Hz, com predomínio menor de 10 a 15Hz (Figuras 49 a 50). Estas
frequências caracterizadas com o monitoramento in situ são muito úteis para a seleção
dos padrões de vibrações para determinar a carga explosiva máxima a detonar por
retardo no processo de lavra de carvão em áreas próximas à área urbana de Moatize.

Figura 47: Histograma de frequências de vibração medidas na direção longitudinal

Fonte: Autor

66
Figura 48: Histograma de frequências de vibração medidas na direção transversal

Fonte: Autor

Figura 49: Histograma de frequências de vibração medidas na direção vertical

Fonte: Autor

4. TRATAMENTO DOS DADOS E ANALISE DOS RESULTADOS

Inicialmente contava-se com 96 registros de velocidade de vibração de partícula e de


pressão acústica, sendo que em 11 deles não foram registrados pelo equipamento,
restando 85 eventos válidos conforme Apêndice A. No entanto, verificava-se valores
anômalos, comumente conhecidos como outliers. Baseado nos estudos de Olewuezi;
Onoghojobi; Udeyibo (2015), utilizou-se o procedimento para remoção de outliers
conhecido como número modificado de Thompson, um método estatístico para decisão
da manutenção ou não de outliers detectados para uma única variável. Esse processo
consiste em:

67
1. Cálculo da média dos dados e seu respectivo desvio padrão (S);
2. Cálculo do valor absoluto de desvio δi para cada dado;
3. O valor do número τ modificado de Thompson é calculado a partir do valor t
para a distribuição de densidade de probabilidade de t-student:

t α /2∗(n−10)
τ= (14)
√n∗√ n−2+ t2α /2

Onde: n = número de dados


t α / 2: valor de t – student ,

α=0.05
e df=n-2
Regra de decisão:
 Se δ i> τ S,rejeita-se o dado é um outlier.
 Se δ i < τS ,mantem se o dado .O dado não é um outilier

Feito isso, retirou-se os outliers indicados pelo método, mas ainda assim verificava-se
valores anômalos no conjunto dados.No final do processo, restaram 60 medições de
velocidade de vibração e 72 de pressão acústica.

Figura 50: Dispersão geral de dados PVS x Distância

velocidade distancia
45.00
f(x) = 1923592.56111438 x^-2.01043764517181
40.00 R² = 0.922482905808258

35.00

30.00

25.00

20.00

15.00

10.00

5.00

0.00
0.00 200.00 400.00 600.00 800.00 1000.00 1200.00 1400.00 1600.00 1800.00 2000.00

68
Figura 51:Dispersão geral de dados pressão acústica x distância

Pressão Acústica-Distancia
140

120 f(x) = 216.645740423657 x^-0.0972911977139056


R² = 0.437499106487693
100

80

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Fonte: Autor

3.4. Lei de propagação de vibrações

De posse dos dados pós-processamento do monitoramento realizado neste estudo,


utilizou-se o software LABFit® para obtenção da lei de propagação de velocidade de
vibrações em termos da carga explosiva Q máxima por retardo (kg), distância D (m)
mediante a equação (6) obtendo uma correlação ( R2 de 0,92.25:

0.667 −1.39
v=1050∗Q ∗D (15)

A (Figura 38) mostra o gráfico da velocidade de vibração de partículas em função da


carga máxima por espera e distância obtido pelo software LabFit® para os dados
coletados na campanha de monitoramento realizada na mina de carvão Moatize
Moçambique:

69
Figura 52 Gráfico da velocidade de vibração das partículas, carga máxima por espera e distância obtido
pelo LabFit® para a campanha de monitoramento Mina carvão em Moatize Moçambique

Fonte: Autor

Como esperado, observa-se que quanto maior a carga máxima por espera, maior
é a vibração de partículas do terreno. A relação inversa ocorre para a distância, quanto
maior a distância, menor é a vibração de partículas do terreno. Na literatura são
encontrados valores de referências para os parâmetros (a, b e c) procurados. Navarro e
Bernardo (2004) elencam alguns desses valores, mostrados na Tabela 19.

Tabela 19: Parâmetros empíricos típicos para diferentes litologias

Fonte: Navarro Torres VF; Bernardo P, (2004)

70
Comparando-se os valores de a, b e c obtidos pela regressão com os valores da Tabela
15 e visto que a rocha predominante no terreno em questão é cedimentar compacto, os
valores encontrados apresentam boa semelhança com a literatura.

Finalmente a lei de propagação obtida pode ser representada para diferentes valores de
velocidade de vibração de partículas admissível, para variações das cargas máximas de
explosivo por espera em função das distâncias dos locais de detonação a serem
consideradas. Tomou-se como base os limites propostos pela NP 2074, uma vez que
esta norma foi atualizada no ano de 2015, considera o tipo de estrutura e a frequência
para definição dos valores máximos admissíveis de vibração e ainda é rigorosa. (Figura
39).

Figura 53:Variação de cargas máxima por espera em Kg em relação as distâncias para diferentes
velocidades de vibração admissíveis

Observa-se a grande importância da obtenção da lei de propagação de vibrações de um


terreno para a previsão das cargas máximas por espera segundo os limites máximos
admissíveis propostos pelas normas e padrões de admissibilidade. Mais ainda, verifica-
se expressiva diferença de carga máxima por espera a ser adotada conforme o tipo de
estrutura em avaliação, visto que distintos tipos de estruturas respondem de forma
diferente ao fenômeno vibratório.

71
3.4.2. Mapa de isovalores de vibração

Afim de conhecer como o efeito vibratório se propaga pelo terreno e atinge a


comunidade, pode ser gerado o mapa de isovelocidades de vibração de partículas
com os valores recalculados pela lei de propagação através da interpolação, usando
krigagem, de pontos com valores conhecidos, onde cada curva com seu respectivo
número, significa a curva do valor de isovelocidade em mm/s, (Figura 40).

Mapa de isovalores de vibração para desmonte com carga por espera de


(Q=818,18kg/espera)

Figura 54 Mapa de isovelocidades segundo a lei de propagação das vibrações para o conjunto de todas
detonações na Mina Vale Moatize.

Observam-se baixos valores de vibração na Vila de Moatize, isto é, inferiores a 0.7


mm/s, segundo o mapa de iso-valores recalculados com a lei de propagação de
vibrações. Tais valores não são passíveis de causar dano estrutural e incômodo
humano da população da comunidade segundo as normas e padrões de

72
admissibilidade. No entanto, vale ressaltar que tais valores foram recalculados a
partir dos valores resultantes de detonações na mina.

3.4. Lei de propagação de pressão acústica

Do mesmo modo pós-processamento dos dados, utilizou-se o software LabFit® para


obtenção da regressão matemática da pressão acústica (Pa) em termos da carga Q
explosiva máxima por retardo (kg) e a distância D (m) mediante a equação (6)
obtendo um coeficiente de determinação R² de 0,76 e coeficiente de correlação r de
0,87:

3 0.5187 −1.144
p=0.9271∗10 ∗Q ∗D (16)

A Figura 56 mostra o gráfico da pressão acústica em função da carga máxima por


espera e distância obtido pelo software LabFit® para os dados coletados na
campanha de monitoramento realizada na mina de carvão Moatize Moçambique:

Figura 55 Gráfico da pressão acústica, carga máxima por espera e distância obtido pelo LabFit® para a
campanha de monitoramento em Mina de carvão Moatize Moçambique

73
Como esperado, observa-se que quanto maior a carga máxima por espera, maior é a
pressão acústica. A relação inversa ocorre para a distância, quanto maior a distância,
menor é a pressão acústica.

A Figura 58 ilustra a carga máxima por espera admissível em função da distância,


para diferentes valores limite de pressão acústica. Segundo a lei de atenuação da
pressão acústica encontrada a cima.

3 0.5187 −1.144
p=0.9271∗10 ∗Q ∗D (17)

Figura 56:ilustra a carga máxima por espera admissível em função da distância

74
3.4.1. Mapa de isovalores de pressão acústica

De maneira análoga ao estudo de vibrações de terreno, gera-se o mapa de isovalores


de pressão acústica, utilizando os valores recalculados pela lei de propagação,
usando a krigagem como método de interpolação de pontos com valores conhecidos,
onde cada curva com seu respectivo número, significa a curva do valor de pressão
acústica transformada em dB (Figura 58)

Figura 57: Mapa de iso-valores de pressão acústica segundo a lei de propagação para o conjunto de todas
detonações na Mina da Vale Moçambique

Em geral, verifica-se valores inferiores a 114 dBL de pressão acústica na comunidade


segundo o mapa de isovalores recalculados com a lei de propagação (Transport Noise
Management). Tais valores não são passíveis de causar dano estrutural e incômodo
humano da população da comunidade segundo as normas e padrões de admissibilidade.
No entanto, vale ressaltar que tais valores foram recalculados a partir dos valores
resultantes de detonações teste na mina, mas que utilizaram cargas máximas explosivas
por espera reais.

75
3.5. Índice de sustentabilidade geotécnica

3.5.1. Índice de sustentabilidade geotécnica Devido a vibrações

Aplicando a equação (18) para um limite máximo admissível de 2 mm/s para o uso de
terras sensíveis (comunidade próximo à mina) proposto pela Transport Noise
Management – Código de Prática do estado de Queensland-Austrália para avaliação do
incômodo humano, a equação correspondente resulta:

IS v =1−0.5 v r (18)

Onde:

v r é a velocidade de vibração de partículas pico resultante em mm/s.

A escolha de tal padrão de admissibilidade se deve ao fato de tal norma ser rigorosa e
levar em consideração vários padrões e normas internacionais conceituadas na definição
de seus padrões de admissibilidade.

A partir do índice de sustentabilidade devido a vibrações calculado com os dados de


vibração calculados pela lei de propagação de vibrações é possível gerar um mapa de
contornos de sustentabilidade ambiental (Figura 59).

76
Figura 58 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a vibrações para a Mina de carvão Moatize
Moçambique

3.5.2. Índice de sustentabilidade devido a pressão acústica

Aplicando a equação (18) e sendo que o valor da pressão acústica é medido em decibéis
a equação resulta a expressão (19) e para um valor limite de 120 dBL Transport Noise
Management – Código de Prática do estado de Queensland-Austrália considerado pelo
quanto ao incômodo humano a equação particular para calcular o índice de
sustentabilidade ambiental resulta a equação (19)

x i −X
20
IS ap=1−10

p
−6
IS ap=1−10 20

77
(19)

Onde: 𝑝 é a pressão acústica em dBL

Os valores do cálculo resultante do índice de sustentabilidade se encontram no


Apêndice F. A Figura 61 mostra o mapa de isovalores de sustentabilidade para os
valores de pressão acústica recalculados pela lei de propagação para cada ponto de
monitoramento segundo a equação (18).

Figura 59 Mapa de isovalores de sustentabilidade em relação a pressão acústica para a Mina de carvão
Moatize Tete

78
3.6. Carga máxima admissível e planos de fogo para desmontes
controlados

3.6.1. Carga Máxima Admissível e Áreas Críticas para Desmonte Controlado

Na ausência de normas em Moçambique para vibrações e pressão acústica geradas pelas


detonações de cargas explosiva durante a lavra de minas, conforme análise realizada no
capítulo anterior, para fins de evitar possíveis danos estruturais se adota a norma NP
2074:2015 (IPQ, 2015) e para incomodidade humana a norma australiana
(QUEENSLAND, 2016). Da mesma forma, para a pressão acústica se adota para este
caso 120dB na escala A (Tabela 20). As frequências medidas consideradas variaram
entre 5 a 10Hz com predomínio menor de 10 a 15Hz.

Tabela 20: Padrões de admissibilidade para estruturas e incomodidade humana

Pode-se observar que a faixa de vibrações admissíveis para estruturas está dentro da
faixa de admissibilidade de incomodidade humana, sendo que para este estudo foi
utilizado mínimo de 5 mm/s e máximo de 10mm/s e para pressão acústica 115 a 120dB.

De acordo com a localização do desmonte em relação ao limite urbano de Moatize, a


carga máxima por retardo a ser utilizada no desmonte de modo a respeitar os limites
admissíveis de vibração de partículas e de pressão acústica pode ser determinado com as
equações (20) e (21), derivadas das equações (6) e (7), respectivamente.

1
VL 0.667
Qmax −v =( −1.387
) (20)
1050∗D

1
PA L 0.519
Q max −Pa=( −1.144
) (21)
927.1∗D

Em que as variáveis 𝑣𝐿 e 𝑃𝐴𝐿 correspondem aos valores limite definidos para


velocidade de vibração (PVS) e pressão acústica (dB), respectivamente. Para cada limite
admissível, foi variada

79
a distância, segundo as equações 13 e 14, para determinação da carga máxima
admissível por espera para respeitar os limites estipulados para velocidade de vibração e
pressão acústica.

O departamento de planejamento da mina de Moatize informou que a crista superior da


cava final estará localizada a 150m do limite da zona urbana de Moatize, o que permite
ilustrar a variação da carga explosiva máxima por retardo para vibração de partículas
(Figura 46) e para pressão acústica (Figura 47).

Figura 60: Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de desmonte para o
ponto de monitoramento, para as velocidades de vibração limite

Fonte: Autor

Nas figuras 46 e 47 é possível observar que a carga explosiva máxima admissível para a
mesma distância sempre é menor para a velocidade de vibração de partículas do que
para a pressão acústica. Assim, o desmonte controlado com plano de fogo que considere
a carga explosiva máxima admissível para a velocidade de vibração de partículas
protege as estruturas e consequentemente a incomodidade humana devido à pressão
acústica.

80
Figura 61 Carga máxima admissível por espera em função da distância do ponto de desmonte para o
ponto de monitoramento, para as pressões acústicas limite

Fonte: Autor

Considerando que a cava final na superfície exterior deve estar localizada a 150m do
limite urbano de Moatize, e baseado no comportamento da carga máxima admissível
com a distância do local de desmonte para os limites da comunidade, é possível
determinar área de proteção e três áreas críticas (Tabela 21).

Tabela 21: Zonas críticas para o desmonte controlado

81
4. ANÁLISE DE RESULTADOS

Observam-se altos valores de índice de sustentabilidade ambiental devido às vibrações


do terreno (valores acima de 0.65 na região da Vila de Moatize) nas operações de lavra
na mina. Vale ressaltar que tal avaliação foi baseada em detonações de testes, mas que
as cargas explosivas usadas para esta fase são semelhantes ás cargas máximas
explosivas por espera utilizadas na lavra a escala de produção.

No que diz respeito à pressão acústica, em geral o índice de sustentabilidade ambiental


na comunidade resultou em altos valores, acima de 0.6. Apenas uma pequena parte da
comunidade apresentou índice de sustentabilidade ambiental médio, que pode ser
melhorado com ajustes de plano de fogo para uma melhoria contínua da
sustentabilidade.

É importante destacar que os valores de vibrações e pressões acústicas registradas para a


mina de Carvão Moatize estão em acordo com a norma internacionais mais seguras e
vigentes,

Para efeitos de avaliar melhor os possíveis danos e incômodo humano na para a vila de
Moatize foi adotada a Transport Noise Management -Código de Prática do estado de
Queensland.

Os mapas de isovelocidades e de sustentabilidade ambiental foram obtidos através de


técnicas estatísticas de interpolação de pontos conhecidos, maiormente usando a
krigagem. Sendo assim, diferentes métodos de interpolação podem conduzir a diferentes
mapas e sabe-se que quanto maior o número de pontos conhecidos, mais preciso serão
os mapas.

82
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES

O modelo matemático desenvolvido neste projeto quantifica a sustentabilidade


ambiental em lavra de minas a céu aberto mediante o índice de sustentabilidade
ambiental expressado na escala de 0 a 1, onde valores perto de zero (0) refletem a
proximidade ao valor admissível e valores próximos a 1 representam uma tendência a
inexistência do poluente ambiental

Na situação atual da cava a mina de carvão da Vale opera com alto nível de
sustentabilidade segundo o modelo de quantificação da sustentabilidade no que tange as
vibrações e pressão acústica relacionadas ao desmonte de rochas com explosivos,

No entanto até a cava final é preciso implementar um plano de fogo com carga máxima
admissível de 124,4 kg/espera e usar detonadores eletrônicos.

Os dados adquiridos durante a campanha de monitoramento na Seção 4 e em área


limítrofe da zona urbana de Moatize foram um total de 85 eventos válidos, sendo que
após remoção de outliers restaram 69 para o caso das vibrações e 72 para o caso da
pressão acústica, que tem uma boa representatividade para o local em estudo.

As leis de atenuação de vibrações e de pressão acústica, determinadas com dados dos


referidos eventos resultaram com coeficientes de determinação R² de 0,92 e 0.76,
respectivamente.

Os mapas de isovalores mostraram a distribuição geográfica das vibrações e pressão


acústica na zona urbana e constituem uma excelente ferramenta para o controle de
vibrações e pressão acústica decorrentes do desmonte de rochas por explosivos na
cidade de Moatize.

Com o aprofundamento da cava irá aumentar a distância entre cava população


consequentemente poderá reduzir o nível vibratório na zona urbana de Moatize, sendo
que aumentará gradualmente a distância.

O modelo matemático aplicado a Mina de carvão de Moatize mostra a sua grande


potencialidade para a avaliação e gestão da sustentabilidade ambiental em lavra de
minas a céu aberto.

83
Os valores de A, B,C,para a vibração no terreno em Moaize são 1050,0.667 e -1.39, já
para a pressão acústica são A=0.9271∗103,B=0.5187 e C=−1.144

84
5.2. RECOMENDAÇÕES
As metodologias de desmonte controlado para as zonas críticas A1, A2 e A3 permitem
realizar lavra de carvão com desmonte controlado na Seção 4 e evitar os possíveis danos
às estruturas e incomodidade humana na zona urbana de Moatize.

Os desmontes na secção 4 devem usar detonadores eletrônicos, e desmonte controlado

Como as vibrações não se propagam no vazio, a empresa pode criar um corte entre a
mina e a população.(criar uma vala em 10m de profundidade )

Recomenda-se os trabalhos futuros desenvolver estudos com a energia do explosivo, e


também usado redes neuronais

85
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AI, H.-A. AND AHRENS, T. J. Dynamic tensile strength of terrestrial rocks and
application to impact cratering. Meteoritics & Planetary Science, 39: 233–246.
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2. ALVARES-VIGIL, A.E.; GONZALEZ-NICIETZA, C,; LOPEZ, AYARRE,
FALVAREZ - FERNANDEZ, M.I.Predicting blasting propaguetion velocity and
vibration frequency using artificial neural networks.International jornal of Rock
Mechanics & Mining Sciences,v.55,p.108-116,October 2012.
3. ATCHISON, T. C. Fragmentation Principles. In Surface Mining. Ed. E. P.
Pfleider. AIME. New York. 1968
4. Azevedo, F. S. & Patrício, J. (2003). “Critérios de Danos e de Incomodidade no
Domínio das Vibrações Ambientes”. Ingenium, Revista da Ordem dos
Engenheiros, II série, nº 72, Janeiro de 2003, pp 85-88. Lisboa. *
5. BACCI, D.C. Vibrações geradas pelo uso de explosivos no desmonte de rochas:
avaliação dos parâmetros físicos do terreno e dos efeitos ambientais. Rio Claro:
Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista. 2000.
v.1 (texto) e v.2 (anexos). (Tese de Doutorado).
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Taylor and Francis Group. London. p 7-9. 2007
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Maciços Rochosos. Lisboa : Instituto Superior Técnico, 1998.
8. Bernardo, P. A. M. & Torres, Vidal N. (2005). “Metodologia para a Prevenção de
danos e controle ambiental de vibrações causadas por detonações em maciços
Rochosos”. XV Encontro Nacional do Colégio de Engenharia Geológica e de
Minas da Ordem dos Engenheiros. Ponta Delgada; pp. 29-42.
9. Bernardo, P. A. M. (2009). “Escavação de Maciços Rochosos com Explosivos”.
6º Curso Sobre Explosivos para Responsáveis Técnicos de Pedreiras e Obras de
Escavação. Organizado pelo CEGEO (Centro de Geotecnia do I. S. T.), no I. S.
T., em Fevereiro de 2009.
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1991. 430 p.

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92
APENDICE 1

As Tabelas 16 a 47 apresentam as coordenadas dos pontos monitorados em cada


desmonte e os valores medidos com os sismógrafos fabricados pela Geosonics, modelo
3000EZ PLUS, durante a campanha de monitoramento.

Tabela 22: Tabela 2 Dados dos pontos monitorados para o desmonte 1

Tabela 23: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 2

Tabela 24 Dados dos pontos monitorados para o desmonte 2

93
Tabela 25 Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 2

Tabela 26: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 3

Tabela 27: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 3

Tabela 28 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 4

94
Tabela 29: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 4

Tabela 30 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 5

Tabela 31: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 5

95
Tabela 32 : Dados dos pontos monitorados para o desmonte 6

Tabela 33: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 6

Tabela 34: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 7

Tabela 35: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 7

96
Tabela 36: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 8

Tabela 37: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 8

Tabela 38: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 9

Tabela 39: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 9

97
Tabela 40: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 10

Tabela 41: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 10

Tabela 42: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 11

Tabela 43: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 11

98
Tabela 44: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 12

Tabela 45: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 13

Tabela 46: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 13

Tabela 47: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 14

99
Tabela 48: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 14

Tabela 49: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 15

Tabela 50: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 15

100
Tabela 51: Dados dos pontos monitorados para o desmonte 16

Tabela 52: Dados adquiridos com os sismógrafos para o desmonte 16

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