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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO

GRANULOMÉTRICA DOS FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA


LIQUEFAÇÃO DURANTE O TRANSPORTE MARÍTIMO

Debora Dias Costa Moreira

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Engenharia de Recursos
Naturais da Amazônia, PRODERNA/ITEC, da
Universidade Federal do Pará, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de
Doutor em Engenharia de Recursos Naturais.

Orientador: André Luiz Amarante Mesquita.

Belém
Março – 2022
ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS
FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO DURANTE O
TRANSPORTE MARÍTIMO

Debora Dias Costa Moreira

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE RECURSOS NATURAIS DA AMAZÔNIA
(PRODERNA/ITEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
DOUTOR EM ENGENHARIA DE RECURSOS NATURAIS.

Examinada por:

________________________________________________
Prof. André Luiz Amarante Mesquita, D.Sc.
(PRODERNA/ITEC/UFPA-Orientador)

________________________________________________
Prof. José Antônio da Silva Souza, D.Sc.
(PRODERNA/ITEC/UFPA – Membro Interno)

________________________________________________
Prof. João Nazareno Nonato Quaresma, D.Sc.
(PRODERNA/ITEC/UFPA – Membro Interno)

________________________________________________
Profa. Rosa Malena Fernandes Lima, D.Sc.
(UFOPA – Membro Externo)

________________________________________________
Prof. Marcio Ferreira Martins, D.Sc.
(PPGEM/UFES – Membro Externo)

BELÉM, PA - BRASIL
MARÇO –2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de
acordo com ISBD
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
Gerada automaticamente pelo módulo Ficat, mediante os dados
fornecidos pelo autor

Moreira, Debora Dias Costa


Estudo da influência da distribuição granulométrica
dos finos de Minério de Ferro na Liquefação durante o
transporte marítimo / Debora Dias Costa Moreira. - 2021.

Orientador: André Luiz Amarante Mesquita

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Pará.


Instituto de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia, 2021

1. Liquefação 2. Finos de Minério de Ferro 3.


Distribuição do tamanho de partícula 4. Limite de Umidade
Transportável I. Título
Este trabalho é dedicado a todos aqueles que
sempre me apoiaram, incentivaram e de
alguma forma contribuíram para a
elaboração do mesmo. Em particular, à
minha família pelo incentivo e perseverança.

i
AGRADECIMENTOS

Aos meus filhos Alice e Artur Moreira que me ensinaram a ser forte mesmo
havendo muita dor, que multiplicaram em mim o amor pelo outro, que me transformaram
em um ser humano mais tolerante e compreensivo. Eu amo vocês por todo o amor a mim
dedicado.
Aos meus pais pela bela educação que dedicaram a mim e meus irmãos. Mesmo
com pouca escolaridade e dinheiro souberam conduzir seus filhos no caminho da
honestidade e educação. A eles toda minha gratidão.
Ao meu marido e amigo Davi Carvalho Moreira pela ajuda e incentivo para o
excelente andamento deste trabalho. Sem ele ao meu lado nada disso seria possível, pois
toda força e resiliência em continuar lutando vieram através de suas palavras. Obrigada
pela paciência e total apoio nessa longa jornada.
Ao meu orientador André Luiz Amarante Mesquita pela ajuda e parceria na
orientação, incentivo e composição do trabalho.
A todos do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Recursos Naturais da
Amazônia (PRODERNA), em especial, à Secretária Syglea Rejane dos Santos Vieira.
Aos colegas do Campus Universitário de Tucuruí – CAMTUC, em especial da
Faculdade de Engenharia Civil – FEC, pelo incentivo, parceria e colaboração para a
conclusão do trabalho.
À equipe do Laboratório de Fluidodinâmica e Particulados – FLUIPAR pela
dedicação e ajuda nos experimentos.
À Universidade Federal do Pará por contribuir com a minha capacitação
profissional, dando asas para chegar no mais alto nível de sabedoria. É uma honra fazer
parte dessa instituição.

ii
Resumo da Tese apresentada ao PRODERNA/UFPA como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do título de Doutor em Engenharia de Recursos Naturais (D.Eng.)

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS


FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO DURANTE O
TRANSPORTE MARÍTIMO

DEBORA DIAS COSTA MOREIRA

Março/2022

Orientador: Prof. Dr. André Luiz Amarante Mesquita.

Área de Concentração: Uso e Transformação de Recursos Naturais.

Nas últimas décadas, muitos incidentes com graneleiros ocorreram devido à liquefação
de cargas sólidas a granel, sendo o minério de ferro o responsável pelo maior volume de
negócios de cargas sólidas no mundo. A liquefação de cargas sólidas a granel em navios
graneleiros tem sido uma das principais causas de acidentes graves, inclusive com perda
de vidas e embarcações. O minério de ferro é o responsável pelo maior volume de
negócios de cargas sólidas no mundo. No entanto, nas últimas décadas ocorreram muitos
incidentes com graneleiros devido à liquefação de cargas sólidas a granel, ocasionando
acidentes graves, inclusive com óbitos e prejuízos com embarcações. Os finos de minério
de ferro, conhecido do acrônimo em inglês IOF “Iron Ore Fines”, são produtos
preparados a partir do refino de minério de ferro e foi reclassificado, em 2011, pela
International Maritime Organization (IMO), como um material liquefável do 'Grupo A'.
Atualmente, o limite de umidade transportável, do inglês TML “Transportable Moisture
Limit” é o único parâmetro, usado pela IMO, para minimizar o risco de liquefação de
cargas do 'Grupo A' para transporte marítimo. Nesta tese foram propostas duas
metodologias para investigar o potencial de liquefação do IOF. A primeira metodologia
objetivou classificar o potencial de liquefação das amostras de IOF considerando o TML
e o fator de coesão de Coulomb. A segunda metodologia teve por objetivo utilizar o teste
de mesa de vibração para análise do potencial de liquefação do IOF através de indicadores
propostos. Os estudos foram realizados com amostras de IOF preparadas com tamanhos
de partícula de 9,5 mm a 25 µm em diferentes conteúdos de finos (partículas < 150 µm)
e umidade. Na primeira parte da tese, os testes de cisalhamento direto detectaram que a
adição do conteúdo de finos nas amostras de IOF proporciona grande influência na

iii
resistência ao cisalhamento. Também foi constatado, através do teste Proctor/Fagerberg
e teste de mesa de fluxo, que a adição do conteúdo de finos nas amostras de IOF
produziram aumento do TML. Estes resultados foram utilizados para proposição de uma
metodologia para classificação do potencial de liquefação de IOF. Na segunda parte da
tese, o teste Proctor/Fagerberg modificado identificou um conteúdo de finos de transição
para o TML. Por meio da metodologia experimental proposta para o teste de mesa de
vibração, observou-se que o potencial de liquefação do IOF possui correlação com a
migração de umidade para a superfície e valores de índices de vazios, grau de saturação
e densidade são equivalentes à metodologia de compactação teste Proctor/Fagerberg
modificado. Finaliza com a proposição dos indicadores, Ip e ISWC, que são parâmetros
úteis avaliar potencial de liquefação de IOF em amostras com diferentes conteúdos de
finos e umidades; para o IOF testado, Ip ≤ 3,63 indicou que não houve liquefação e ISWC
> 0 indicou liquefação.

Palavras-chave: Liquefação. Finos de minério de ferro. Distribuição do tamanho da


partícula. Limite de umidade transportável.

iv
Abstract of Thesis presented to PRODERNA/UFPA as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Natural Resources Engineering (D.Eng.)

STUDY INFLUENCE OF PARTICLE SIZE DISTRIBUTION OF THE IRON


ORE FINES TO LIQUEFACTION FOR THE MARINE TRANSPORTATION

DEBORA DIAS COSTA MOREIRA

Março/2022

Advisor: André Luiz Amarante Mesquita

Research Area: Use and Transformation of Natural Resources

In recent decades, many incidents with bulk carriers have occurred due to the
liquefaction of solid bulk cargoes, with iron ore being responsible for the largest volume
of solid cargo business in the world. The liquefaction of solid bulk cargoes in bulk carriers
has been one of the main causes of serious accidents, including loss of life and vessels.
iron ore fines (IOF) are products prepared from the refining of iron ore and were
reclassified, in 2011, by the International Maritime Organization (IMO), as a liquefiable
material of the ' A group'. Currently, the transportable moisture limit (TML) is the only
parameter used by the IMO to minimize the risk of liquefaction of 'Group A' cargoes for
maritime transport. In this thesis, two methodologies were proposed to investigate the
liquefaction potential of IOF, the first methodology aimed to classify the liquefaction
potential of IOF samples considering the TML and the Coulomb cohesion factor and the
second methodology aimed to use the table test of vibration for analysis of the
liquefaction potential of the IOF through proposed indicators. The studies were performed
with IOF samples prepared with particle sizes from 9.5 mm to 25 µm in different fines
contents (particles < 150 µm) and moisture. In the first part of the thesis, the direct shear
tests showed that the addition of fines content in the IOF samples provides great influence
on the shear strength. It was also observed, through the Proctor/Fagerberg test and the
flow table test, that the addition of fines content in the IOF samples produced an increase
in TML. These results were used to propose a methodology for classifying the
liquefaction potential of IOF. In the second part of the thesis, the modified
Proctor/Fagerberg test showed that there is a transition fine content for the TML. Through
the experimental methodology proposed for the vibration table test, it was observed that
the liquefaction potential of the IOF has a correlation with the migration of moisture to
the surface and values of void ratio, degree of saturation and density are equivalent to the
methodology of modified Proctor/Fagerberg test compression. It ends with the

v
proposition of the indicators, Ip and ISWC, which are useful parameters to evaluate the
potential for liquefaction of IOF in samples with different contents of fines and moisture;
for the tested IOF, Ip ≤ 3.63 indicated that there was no liquefaction and ISWC > 0
indicated liquefaction.

Keywords: Liquefaction; Iron ore fines; Particle size distribution; Transportable


moisture limit.

vi
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................x

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xiii

LISTA DE SÍMBOLOS E NOMENCLATURA....................................................... xiv

CAPÍTULO I..................................................................................................................16

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................16

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................. 16


1.2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 19
1.2.1. Objetivo Geral.................................................................................................. 19
1.2.2. Objetivos específicos ....................................................................................... 19
1.3. CONTRIBUIÇÕES DA TESE ......................................................................... 20
1.4. ORGANIZAÇÃO DA TESE ............................................................................ 20

CAPÍTULO II ................................................................................................................22

2. REVISÃO DA LITERATURA..........................................................................22

2.1. ASPECTOS REGULATÓRIOS DO TRANSPORTE MARÍTIMO DE


CARGAS SÓLIDAS A GRANEL ............................................................................... 22
2.1.1. Organização Marítimo Internacional – IMO ................................................... 22
2.1.2. Código Marítimo de Cargas Sólidas a Granel – Código IMSBC .................... 23
2.1.3. O Limite de Umidade Transportável (TML) e seus métodos de testes para o
controle da liquefação de cargas ..................................................................................... 24
2.2. O FINO DE MINÉRIO DE FERRO (IOF) DO NO BRASIL ....................... 25
2.2.1. Acidentes com Suspeita de Liquefação ........................................................... 28
2.3. PRINCÍPIOS GERAIS DA LIQUEFAÇÃO .................................................. 31
2.3.1. Natureza do carregamento: Liquefação estática e Liquefação dinâmica ......... 33
2.3.2. Distribuição granulométrica e teor de finos ..................................................... 35
2.4. LIQUEFAÇÃO DE CARGAS SÓLIDAS A GRANEL ................................. 40

CAPÍTULO III ..............................................................................................................47

3. TESTES EXPERIMENTAIS ............................................................................47

vii
3.1. TESTE DE MESA DE FLUXO (FTT) ............................................................ 47
3.1.1. Equipamentos................................................................................................... 47
3.1.2. Procedimentos .................................................................................................. 47
3.2. TESTE PROCTOR FAGERBERG (PFT) E TESTE PROCTOR
FAGERBERG MODIFICADO (MPFT) .................................................................... 49
3.2.1. Equipamentos................................................................................................... 49
3.2.2. Procedimentos .................................................................................................. 50
3.3. TESTE DE CISALHAMENTO DIRETO (DST) ........................................... 53
3.3.1. Equipamentos................................................................................................... 53
3.3.2. Procedimentos .................................................................................................. 54
3.4. TESTE DE MESA DE VIBRAÇÃO – SHAKE TABLE TESTE (STT) ...... 55
3.4.1. Equipamentos................................................................................................... 55
3.4.2. Procedimentos .................................................................................................. 56
3.4.2.1. Medição de parâmetros antes do STT .............................................................. 58
3.4.2.2. Medição de parâmetros após do STT............................................................... 58

CAPÍTULO IV ...............................................................................................................61

4. CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL DA PESQUISA ..............................61

4.1. PROPRIEDADES DO MATERIAL ................................................................ 62


4.1.1. Determinação da distribuição granulométrica da amostra padrão ................... 62
4.1.2. Curva granulométrica das amostras utilizadas nos ensaios do Artigo 1 .......... 63
4.1.3. Curva granulométrica das amostras utilizadas nos ensaios do Artigo 2 ......... 64
4.1.4. Determinação da massa específica do IOF ...................................................... 65

CAPÍTULO V ................................................................................................................67

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................67

5.1. ARTIGO 1: INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO DE


PARTÍCULA DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO
DURANTE O TRANSPORTE MARÍTIMO ............................................................. 67
5.1.1. Resumo ............................................................................................................ 67
5.1.2. Relação entre distribuição de tamanho de partícula e resistência ao cisalhamento
Teste de Cisalhamento Direto (DST) ............................................................................. 68

viii
5.1.3. Relação entre distribuição de tamanho de partícula e transportável limite de
umidade 73
5.1.4. Metodologia para classificação do potencial de liquefação da amostra .......... 75
5.1.5. Conclusão do capítulo ...................................................................................... 76
5.2. ARTIGO 2: TESTE DE MESA DE AGITAÇÃO PARA ANÁLISE DO
POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO .......... 79
5.2.1. Resumo ............................................................................................................ 79
5.2.2. Resultados do MPF .......................................................................................... 80
5.2.3. Resultados do STT ........................................................................................... 82
5.2.4. Verificação dos resultados do STT .................................................................. 88
5.2.5. Conclusão do capítulo ...................................................................................... 91

CAPÍTULO VI ...............................................................................................................93

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................93

6.1. CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................. 93


6.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 94

CAPÍTULO VII .............................................................................................................95

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................95

APÊNDICE A – INDETIFICADOR DAS AMOSTRAS DE TESTE ....................103

APENDICE B – ARTIGO 1: INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO


DE PARTÍCULA DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO
DURANTE O TRANSPORTE MARÍTIMO ............................................................106

APÊNDICE C – ARTIGO 2: TESTE DE MESA DE AGITAÇÃO PARA ANÁLISE


DO POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO ..115

ix
LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Carga de finos de minério de ferro antes e depois da liquefação no porão do
navio graneleiro. ............................................................................................................. 17
Figura 1.2 - Stellar Daisy, afundou em 2017 após sair do Brasil. Suspeita de liquefação.
........................................................................................................................................ 18
Figura 2.1 - Visão geral da estrutura regulatória. ........................................................... 22
Figura 2.2 - Cadeia integrada global da Vale. ................................................................ 26
Figura 2.3 - Cadeia de suprimento do minério de ferro, desde a extração até o embarque
no navio graneleiro: 1) Produção nas minas; (2) Estoque nas minas; (3) Carregamento em
vagões; (4) Transporte ferroviário; (5) Descarregamento de vagões; (6) Mercado interno;
(7) Transporte para a usina e para o estoque do porto; (8) Pelotização; (9) Estoque no
porto; (10) Embarque em navios. ................................................................................... 27
Figura 2.4 - Valores Típicos de umidade do minério de ferro Carajás (sínter feed). ..... 28
Figura 2.5 - Incidentes com suspeita de liquefação cumulativos de 1988 a 2016.......... 29
Figura 2.6 - Incidentes com suspeita de liquefação. Asian Forest e Back Rose,
respectivamente. ............................................................................................................. 30
Figura 2.7 - Sequência geral do processo da liquefação................................................. 32
Figura 2.8 - Liquefação devido ao carregamento estático ou dinâmico. ........................ 34
Figura 2.9- Limites granulométricos de suscetibilidade à liquefação descritos por
Tsuchida, 1970................................................................................................................ 36
Figura 2.10 - Efeito preenchimento e efeito ocupação, respectivamente. ...................... 37
Figura 2.11 - Diagrama esquemático da variação do acréscimo de finos. O ponto B
corresponde ao Conteúdo de Finos de Transição (TFC). ............................................... 38
Figura 2.12 - Representação gráfica nos semicírculos de Mohr-Coulomb do ângulo de
atrito interno e coesão. .................................................................................................... 40
Figura 2.13 - Os três tipos diferentes de deslocamento de carga que podem ocorrer dentro
de um porão de carga. ..................................................................................................... 42
Figura 2.14 - Carga a granel antes de sofrer a compactação e após a compactação. ..... 45
Figura 3.1 - Aparelho típico do teste de mesa de fluxo (a) e (b) amostra e remoção do
molde cônico................................................................................................................... 47
Figura 3.2 - Amostra acima do FMP: (a), mostrando pequena deformação plástica e
Amostra abaixo do FMP; (b), mostrando deformação plástica. ..................................... 48
Figura 3.3 - Equipamento típico utilizado na execução do teste Proctor Fagerberg. .... 50
Figura 3.4 - Martelo compactador para o teste MPFT, peso do martelo 150g, com altura
de queda de 15cm e martelo compactador para o teste PFT, peso do martelo 350g, tubo
guia com altura de queda de 20cm, respectivamente. .................................................... 51

x
Figura 3.5 - O TML no PFT é a resultante da interceptação da curva de compactação com
a reta correspondente a 70% da saturação e o TML no MPFT é a resultante da
interceptação da curva de compactação com a reta correspondente a 80% da saturação53
Figura 3.6 - Aparatos do ensaio de DST. (a) Equipamento de ensaio de cisalhamento
direto com célula de carga e (b) caixa de metal bipartida. ............................................. 54
Figura 3.7 - Teste de cisalhamento direto. Diagrama esquemático. ............................... 54
Figura 3.8 - Aparatos do STT: (a) mesa de agitação e molde cilíndrico; (b) finos de
minério de ferro e broca de penetração; (c) dimensões da broca de penetração. ........... 56
Figura 3.9 - Determinação de parâmetros na metodologia desenvolvida neste estudo. . 58
Figura 4.1 - Fluxograma das etapas de organização desta tese. ..................................... 61
Figura 4.2 - Limites liquefáveis de solos [27] e distribuição de tamanho de partícula de
IOF testada para o manuscrito 1. .................................................................................... 64
Figura 4.3 - Limites liquefáveis de solos [27] e distribuição de tamanho de partícula de
IOF testada para o manuscrito 2. .................................................................................... 65
Figura 4.4 - Picnômetro com minério de ferro e água. ................................................... 66
Figura 5.1 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de
tamanho de partícula e conteúdo de umidade 9% GWC. ............................................... 69
Figura 5.2 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de
tamanho de partícula e conteúdo de umidade 10% GWC. ............................................. 69
Figura 5.3 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de
tamanho de partícula e conteúdo de umidade 11% GWC. ............................................. 70
Figura 5.4 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de
tamanho de partícula e conteúdo de umidade 12% GWC. ............................................. 70
Figura 5.5 - Ângulo de atrito interno para amostras com o mesmo conteúdo de umidade.
........................................................................................................................................ 71
Figura 5.6 - Pico da tensão de cisalhamento para amostras com diferentes distribuições
de tamanho de partícula e conteúdo de umidade ............................................................ 73
Figura 5.7 - Visualização do comportamento da distribuição de tamanho de partícula IOF
na liquefação após amostra FTT com a mesma umidade (12%). (a) 5,2% finos, (b) 15,6%
finos, (c) 19,3% finos e (d) 22,6% finos......................................................................... 74
Figura 5.8 - Curvas de compactação e TML produzidas pelo PFT. ............................... 75
Figura 5.9 - Curva de compactação e TML produzida pelo MPFT. .............................. 81
Figura 5.10 - Influência do teor de finos no TML. ......................................................... 81
Figura 5.11 - Resultados do parâmetro SWC e indicador ISWC após STT. .................. 83
Figura 5.12 - Assentamento total após STT. .................................................................. 85

xi
Figura 5.13 - Profundidade de penetração do bit. (a) Amostra 00STT09 e (b) Amostra
00STT12. ........................................................................................................................ 86
Figura 5.14 - Profundidade de penetração do bit em percentual da altura final da amostra.
........................................................................................................................................ 87
Figura 5.15 - Curva do indicador Ip. .............................................................................. 88

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Classificação do minério de ferro no Brasil. .............................................. 25


Tabela 2.2 - Incidentes ocorridos entre os anos de 1988 à 2016 relacionados ao tipo de
carga e número de vítimas fatais. ................................................................................... 29
Tabela 3.1 - Tabela de diferenças entre os testes Proctor Fagerberg e Proctor Fagerberg
Mofidificado. .................................................................................................................. 51
Tabela 4.1 - Propriedades físicas e distribuição granulométrica da amostra original (5,2%
finos) usada no estudo. ................................................................................................... 62
Tabela 4.2 - Composição das amostras de ensaio desta tese. ......................................... 63
Tabela 4.3 - Composição das amostras de ensaio desta tese. ......................................... 64
Tabela 5.1 - Resultados e condições produzidos pelo DST. .......................................... 68
Tabela 5.2 - Resultados do FTT. .................................................................................... 73
Tabela 5.3 - Classificação do potencial de liquefação das amostras de IOF. ................. 76
Tabela 5.4 – Resultados do MPFT. ................................................................................ 80
Tabela 5.5 - Resultados da migração de umidade para a superfície da amostra produzida
pelo STT. ........................................................................................................................ 82
Tabela 5.6 - Parâmetros de compactação de amostra antes e depois de STT. ................ 84
Tabela 5.7 - Resultados de penetração de bits produzidos pelo STT. ............................ 85
Tabela 5.8 - Comparação dos parâmetros das amostras submetidas ao STT e MPFT. .. 90
Tabela 0.1 - Identificação das amostras do FTT. ......................................................... 103
Tabela 0.2 - Identificação das amostras do PFT, contidas no artigo 1. ........................ 103
Tabela 0.3 - Identificação das amostras do DST. ......................................................... 104
Tabela 0.4 - Identificação de amostras MPFT. ............................................................. 104
Tabela 0.5 - Identificação das amostras do STT. ......................................................... 105

xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E NOMENCLATURA

ASTM Sociedade Americana de Testes e Materiais American (Society for Testing


and Materials)
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
𝜌 Massa específica aparente seca [g/cm³ ou kg/m³]
𝜌d Massa específica aparente seca [g/cm³ ou kg/m³]
𝜎 Tensão normal [kPa]
𝜏 Tensão cisalhante [kPa]
φ Ângulo de atrito [°]
Cc Coeficiente de curvatura [adimensional]
Cu Coeficiente de uniformidade [adimensional]
𝐷10 Tamanho efetivo [mm]
𝐷30 Malha granulométrica na qual passam 30% em massa do material [mm]
𝐷60 Malha granulométrica na qual passam 60% em massa do material [mm]
E Energia de compactação [kJ/m³]
𝑒 Índice de vazios [adimensional]
𝑒𝑣 Umidade volumétrica base seca [%]
FC Conteúdo de finos (fines content) [%]
FMP Umidade na qual ocorre estado de fluxo (Flow moisture point) [%]
GWC Conteúdo de água bruta [%] (Gross Water Content)
NBR NORMA BRASILEIRA
S Grau de saturação [%]
TFC Conteúdo de finos de transição (transitional fines content) [%]
TML Limite de umidade transportável (Transportable moisture Limit) [%]
IMSBC Código Marítimo Internacional de Cargas Sólidas a Granel (International
Maritime Solid Bulk Cargoes Code)
IMO Organização Marítima Internacional (International Maritime
Organization)
IOF Fino de Minério de Ferro (Iron Ore Fine)
MPFT Teste Proctor Fagerberg Modificado (Modified Proctor Fagerberg Test)
PFT Teste Proctor Fagerberg (Proctor Fagerberg Test)
FTT Teste de Mesa de Fluxo (Flow Table Test)
STT Teste de mesa de Vibração (Shake Table Test)

xiv
SWC Conteúdo de água superficial (Surface Water Content)
UNCTAD Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
(United Nations Conference on Trade and Development)
CSL Linha de estado crítico (Critical State Lime)
MA Maranhão
ES Espírito Santo
RJ Rio de Janeiro
MS Mato Grosso do Sul

xv
CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

De acordo com a United Nations Conference on Trade and Development –


UNCTAD [1], em 2021, estima-se que mais de 2,6 bilhões de toneladas de minério de
ferro foram produzidas em todo o mundo. Como 98% desse total é usado na fabricação
de aço, esse produto é considerado o mais importante para a economia global. Em 2021,
os cinco principais países produtores de minério de ferro do mundo - Austrália, Brasil,
Índia, China e Rússia - foram responsáveis pela produção de mais de 85% do minério de
ferro global (UNCTAD [1]).
Ainda segundo a UNCTAD [1], o Brasil exporta anualmente, 542 milhões de
toneladas de minério de ferro, sendo considerado o segundo maior exportador em nível
global, ficando atrás apenas da Austrália, que tem uma produção anual de 1,35 bilhões de
toneladas. Vale ressaltar que a mineradora Vale S.A., detentora da exploração de minério
de ferro do Brasil, é a segunda maior produtora de minério de ferro do mundo. Acredita-
se que as minas da empresa, localizada no município de Carajás, estado do Pará, possuam
o maior conteúdo de minério de ferro do planeta (VALE [2]).
No ano de 2021 o transporte marítimo em navios correspondia a mais de 80% do
comércio global em volume, sendo o minério de ferro o responsável pela maior
quantidade de negócios de cargas sólidas por ano. Segundo a UNCTAD [1], são
transportadas pelo mar 1,4 bilhão de toneladas desse minério oriundas, principalmente,
da Austrália (58%) e do Brasil (23%) com destino à China (76%). A Vale S.A. exporta
mais de 90% de sua produção através de quatro terminais portuários localizados no país,
especificamente nos municípios de: Ponta da Madeira (MA), Tubarão (ES), Ilha de
Guaíba e Itajaí (RJ) e porto fluvial de Gregório Curvo (MS), (VALE) [2].
De acordo com a Vale S.A. [2], em 2020, o Brasil encerrou o ano com uma
produção de 300,4 Mt de minério de ferro, com expectativa de atingir 350 Mt de
capacidade no ano de 2021. Grande parte desta produção (90%) foi exportada como fino
de minério de ferro (Iron Ore Fine – IOF), que pela definição do Código Marítimo de
Cargas Sólidas a Granel (International Maritime Solid Bulk Cargoes – IMSBC [4]), são
minérios não concentrados, com 10% ou mais de partículas finas menores que 1 mm (D10
≤ 1 mm) e 50% ou mais de partículas finas menores que 10 mm (D50 ≤ 10 mm), com teor

16
total de goethita inferior a 35%. A goethita é um óxido de ferro hidratado formado a partir
da dissolução da ferrihidrita que dá origem a cristais fibrosos e tende a absorver água livre
nos poros da carga (MUNRO e MOHAJERANI [5]).
Vale ressaltar que o critério mineralógico que divide as cargas em minério de ferro
e fino de minério de ferro é o percentual de goethita contido na carga a ser transportada,
na qual cargas de minério de ferro com percentual de goethita superior a 30% não são
suscetíveis à liquefação quando submetidos aos níveis máximos de carregamento ao
longo de uma viagem marítima (International Maritime Organization - IMO [4]).
Existem muitos riscos envolvidos no transporte de carga mineral a granel, como,
por exemplo, a liquefação. Este fenômeno consiste na transformação de um material
granular do estado sólido para o fluido, conforme observado na Figura 1.1, causada por
mudanças na pressão dos poros dentro do material. Como resultado, há perda de tensão
efetiva quando submetido a carga monotônica, cíclica ou por choque.

Figura 1.1 - Carga de finos de minério de ferro antes e depois da liquefação no porão do navio graneleiro.

Fonte: Crouch e Aamlid [7].

O fenômeno da liquefação, que ocorre comumente em certos tipos de solos


granulares durante terremotos, é objeto de estudo da geotecnia devido aos graves danos
causados em estruturas civis. No entanto, a aplicação do deste conceito em cargas durante
o transporte marítimo é pouco conhecida ou explorada.
A natureza catastrófica desse tipo de falha atraiu a atenção de pesquisadores,
principalmente no que diz respeito à avaliação da suscetibilidade à liquefação após um
aumento abrupto na taxa de ocorrência de acidentes graves envolvendo navios
transportando minérios de níquel, ferro, bauxita, com perda de vidas e embarcações. Estes

17
sinistros, em sua maioria atribuídos à liquefação da carga ou fenômenos de instabilidade
relacionados à elevada umidade do minério.
Durante o transporte marítimo, determinadas combinações de finos, umidade e
mudanças na pressão dos poros dentro da carga sólida a granel resultam em uma massa
agindo como um líquido. Isso causa alterações abruptas do centro de gravidade da
embarcação e podem resultar na emborcação do navio. A Figura 1.2 demonstra o navio
Stellar Daisy, que afundou em 2017 após sair do Brasil. Suspeita-se que nos últimos oito
anos, a liquefação de IOF, seja a causa de pelo menos dez acidentes em navios
graneleiros, sendo registrado em oito desses acidentes perda total da embarcação e vidas
(MUNRO e MOHAJERANI [8]).

Figura 1.2 - Stellar Daisy, afundou em 2017 após sair do Brasil. Suspeita de liquefação.

Fonte: Jornal de Mineração [9].

Para minimizar o risco de liquefação durante o transporte marítimo de minérios e


outras cargas, em 2008, a IMO - Órgão regulamentador em âmbito internacional, através
da resolução MSC.268(85) [10] – adotou um Código IMSBC, que diz respeito às práticas
de segurança para o transporte de cargas sólidas a granel. Esse código descreve métodos
de teste para determinação do Limite de Umidade Transportável (Transportable Moisture
Limit – TML) de cargas liquefáveis como, por exemplo, o fino de minério de ferro.
O TML é inferido pelo código IMSBC [4] como sendo o teor máximo de água
que uma carga pode conter sem o risco de liquefação durante o transporte marítimo.
Atualmente, ele é o único parâmetro usado para determinar o potencial de liquefação de
um mineral para transporte em navios graneleiros.

18
Mesmo após a implantação obrigatória do Código IMSBC, em 2011, e a
obrigatoriedade da determinação do TML para cargas liquefáveis, ainda ocorreram
incidentes com suspeita de liquefação de IOF durante o transporte marítimo. É por esse
motivo que nas últimas décadas, o fenômeno de liquefação de cargas sólidas a graneis
vem sendo estudado intensivamente.
Nesse contexto, afirma-se que o Brasil é um dos maiores exportadores de finos de
minério de ferro no mundo, portanto, tornam-se necessários mais estudos para
compreender as condições e parâmetros sob as quais os finos de minério de ferro podem
liquefazer, para atuar de forma preventiva na estabilidade da carga durante o transporte
marítimo. Pesquisas sobre a relação do potencial de liquefação com a distribuição
granulométrica de finos de minério de ferro (IOF) são relevantes para as empresas
transportadoras minério, pois possuem uma variedade de tamanhos de finos que podem
ser misturados para minimizar o potencial de liquefação.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é investigar a influência da distribuição granulométrica


de finos de minério de ferro (IOF) no potencial de liquefação de cargas sólidas a granel
durante o transporte marítimo.

1.2.2. Objetivos específicos

- Analisar, por meio do teste de cisalhamento direto, a relação entre a distribuição


de tamanho de partícula IOF e a resistência ao cisalhamento e sua influência no
potencial de liquefação, com diferentes graduações granulométricas.
- Verificar a relação entre a distribuição de tamanho de partícula IOF e TML e sua
influência no potencial de liquefação, com diferentes graduações granulométricas,
através do teste Proctor Fagerberg Modificado (Modified Proctor Fagerberg Test
– MPFT) e o teste de mesa de fluxo (Flow Table Test – FTT).
- Propor uma metodologia para classificação do potencial de liquefação de IOF
considerando o TML e o fator coesão Coulomb.
- Propor um método de análise quantitativa do potencial de liquefação de IOF
através de indicadores, usando ensaio de mesa de vibração (Shake Table Test –
STT).

19
1.3. CONTRIBUIÇÕES DA TESE

Buscou-se propor duas novas propostas metodológicas para análise da


suscetibilidade à liquefação do IOF. A primeira baseada na classificação do potencial de
liquefação de IOF considerando o TML e a resistência ao cisalhamento e a segunda
pautada no ensaio de vibração (Shaker Table Test – STT) para análise quantitativa do
potencial de liquefação de IOF, com a proposição de novos indicadores. Demonstra-se,
assim, que as metodologias propostas fornecem parâmetros úteis para empresas de
transporte marítimo que almejam determinar misturas de tamanhos de IOF.

1.4. ORGANIZAÇÃO DA TESE

Neste capítulo enfatizaram-se as motivações que justificaram o estudo sobre


influência da distribuição granulométrica dos finos de minério de ferro na liquefação
durante o transporte marítimo. Apresentaram-se ainda os objetivos, as principais
contribuições e a forma de organização do trabalho pretendidos na presente tese.
No capítulo seguinte, realiza-se a revisão dos conceitos fundamentais acerca do
transporte marítimo de minério de ferro e sua relevância no cenário mundial no transporte
de sólidos a graneis, bem como seus aspectos regulatórios. Revisaram-se, ainda, as
discussões teóricas em torno do fenômeno da liquefação em cargas a graneis de finos de
minério de ferro, abordando, principalmente, os mecanismos que desencadeiam a
liquefação durante o transporte marítimo e seus acidentes. São apresentadas pesquisas
recentes relacionadas à problemática do fenômeno da liquefação de cargas sólidas a
granel, por diferentes abordagens metodológicas.
O Capítulo 3 delineia-se em torno das metodologias experimentais utilizadas para
a obtenção dos parâmetros do TML, resistência ao cisalhamento do IOF e potencial de
liquefação através do ensaio de mesa de vibração. Os testes experimentais demonstrados
estão descritos pelo código IMSBC, sendo denominados de: Proctor Fagerberg Test e
Modified Proctor Fagerberg Test (PFT e MPFT); Flow Table Test (FTT), assim como
os descritos e aceitos em normas nacionais e internacionais; além do ensaio de
cisalhamento direto e do teste de mesa de vibração.
O Capítulo 4 trata da caracterização dos finos de minério de ferro – IOF, suas
propriedades físicas, massa específica e distribuição granulométrica. Nesta seção
demonstra-se também a composição das amostras com diferentes teores de finos e
conteúdo de umidade utilizadas em todos os testes.

20
No Capítulo 5 apresentam-se as análises dos resultados e suas discussões. Isso
ocorre por meio dos resumos dos artigos oriundos desta tese sobre a influência da relação
entre a distribuição de tamanho de partícula de IOF e a resistência ao cisalhamento,
publicado na Revista Powder Technology em agosto de 2020. Demonstram-se ainda as
análises dos resultados e discussões da relação entre a distribuição de tamanho de
partícula IOF e o TML no potencial de liquefação de amostras de finos de minério de
ferro através do ensaio de vibração (STT). As análises sobre esse último estudo estão em
fase de submissão em periódico.
Por fim, no Capítulo 6 mencionam-se as conclusões e sugestões para a
continuação deste estudo através de trabalhos futuros, no que diz respeito à influência da
relação entre a distribuição de tamanho de partícula de IOF na resistência ao cisalhamento
e no TML.

21
CAPÍTULO II

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. ASPECTOS REGULATÓRIOS DO TRANSPORTE MARÍTIMO DE


CARGAS SÓLIDAS A GRANEL

2.1.1. Organização Marítimo Internacional – IMO

A Organização Marítima Internacional (IMO) [4] foi criada, em 1948, numa


Convenção de Genebra, e entrou em vigor em 1958. A IMO objetiva fornecer
mecanismos para cooperação entre Governos no campo da regulamentação e das práticas
relacionadas a questões técnicas que afetam o transporte marítimo envolvido no comércio
internacional e facilitar a adoção geral de elevados padrões praticáveis em questões
relativas à segurança marítima, eficiência da navegação, prevenção e controle da poluição
marinha ocasionada por navios.
A IMO [4] é uma agência marítima das Nações Unidas que supervisiona a
regulamentação marítima internacional. A principal ferramenta regulatória da IMO para
cargas sólidas a granel é o Código IMSBC, o principal instrumento na mitigação do risco
de liquefação de cargas. Uma visão geral da estrutura regulatória é mostrada na Figura
2.1.
Figura 2.1 - Visão geral da estrutura regulatória.

Fonte: Rose [11].

O Código IMSBC [4] incorpora uma série de controles que visam garantir que as
cargas em risco sejam carregadas nos navios graneleiros com um teor de umidade abaixo

22
do necessário para evitar o risco de liquefação, denominado “Limite de Umidade
Transportável” (TML).

Outro importante grupo composto pela IMO é o Grupo Técnico de Trabalho em


Finos de Minério de Ferro (Iron Ore Fines Technical Working Group – TWG). Ele foi
estabelecido pela Organização Marítima Internacional (IMO), no final de 2012, para
"conduzir pesquisas e coordenar recomendações e conclusões sobre o transporte de IOF"
(TWG [12,13]).
O TWG foi constituído não apenas para desenvolver uma programação individual
para finos de minério de ferro, mas considerar a adequação dos métodos atuais para
determinar o limite de umidade transportável para finos de minério de ferro e estabelecer
métodos novos e/ou corrigidos existentes a serem incluídos no Código IMSBC (MUNRO
e MOHAJERANI [14]).

2.1.2. Código Marítimo de Cargas Sólidas a Granel – Código IMSBC

O Código Marítimo Internacional de Cargas Sólidas a Granel (Código IMSBC)


foi disponibilizado para uso voluntário em 1 de janeiro de 2009 e tem sido implementado
de forma obrigatória desde 1 de janeiro de 2011 (IMO [4]). Nele constam informações
relacionadas às cargas minerais a granel referenciadas neste estudo, incluindo aquelas
para IOF. Há recomendações sobre as precauções gerais (carregamento, transporte e
descarga) e informações sobre cargas que podem se liquefazer, incluindo os
procedimentos de teste para essas cargas e suas propriedades individuais. Quanto ao risco
associado ao manuseio e transporte, o Código IMSBC classifica os granéis sólidos em
três grupos:

- O “Grupo A” compreende aqueles que podem se liquefazer se enviados com um


teor de umidade superior ao seu Limite de Umidade Transportável (TML);
- O “Grupo B” são aqueles que possuem um risco químico que pode dar origem a
uma situação perigosa em um navio;
- O “Grupo C” são aqueles que não são susceptíveis de liquefazer ('Grupo A') nem
possuem um risco químico ('Grupo B ').

A designação de grupo está relacionada a regulamentos e procedimentos


específicos que precisam ser cumpridos para carregar, transportar e desembarcar a carga
com segurança. O IOF utilizado neste estudo é classificado como uma carga do “Grupo

23
A” e o manuseio deve, portanto, seguir os regulamentos e procedimentos para um material
liquefeito.

2.1.3. O Limite de Umidade Transportável (TML) e seus métodos de testes


para o controle da liquefação de cargas

Um regulamento importante descrito no Código IMSBC é a exigência que todas


as cargas de minerais a granel classificadas como “Grupo A” sejam submetidos a testes
TML. O TML é definido como o teor máximo de umidade em que uma carga do "Grupo
A" pode ser considerada segura para carregar em um navio sem correr o risco de
liquefazer durante o transporte (IMO [15]).

Conteúdo de água bruta do minério < TML do minério

Antes de embarcar uma carga do 'Grupo A', a documentação adequada sobre o


TML e o teor de umidade real devem ser disponibilizados. Sob nenhuma circunstância
uma carga do 'Grupo A' deve ser carregada com teor de umidade superior ao TML. Além
disso, se o comandante do navio acreditar que o teor de umidade da carga está acima do
TML, uma nova verificação dos certificados deve ser solicitada. Essa variável é
determinada por procedimentos de testes, aprovados por uma autoridade competente
(IMO [4]).
Até o ano de 2013 o Código IMSBC utilizava apenas três métodos de teste para
determinar o TML de cargas do 'Grupo A', que são aquelas potencialmente liquefáveis,
incluindo IOF (IMO [16]). Os três métodos de teste são: Teste Proctor / Fagerberg (PFT),
Teste da mesa de Fluxo (FTT), Teste de Penetração (PT).

Em 2013, o Teste Proctor Fagerberg Modificado (Modified Proctor Fagerberg


Test – MPFT foi introduzido, de forma voluntária, pela Organização Marítima
Internacional na circular DSC.1 / Circ.71 [16]. O MPFT, às vezes referido como D80, é
o único método de teste projetado especificamente para uso com IOF. A abreviatura D80
origina-se de pesquisa anterior realizada por Bengt Fagerberg e Arne Stavang, em 1971,
onde o método de compactação foi realizado usando um martelo de 150 g caindo de 150
mm, em vez do martelo de 350 g caindo 200 mm, que é usado para o PFT, na pesquisa
de Fagerberg e Stavang [17].
Durante o desenvolvimento do MPFT, a densidade aparente do IOF nos porões de
vários graneleiros foi medida, antes e após o transporte, por meio de medições de altura,

24
laser de varredura e teste de penetração do cone. Com a utilização desses dados, concluiu-
se que a densidade produzida pela compactação durante o MPFT foi mais do que
suficiente para replicar a densidade do IOF nos porões de um graneleiro após o transporte
(TWG [18]). Portanto, para determinar o TML de IOF, o teste mais atual e apropriado ao
material é denominado Teste Proctor Fagerberg Modificado (Modified Proctor
Fagerberg Test – MPFT).

2.2. O FINO DE MINÉRIO DE FERRO (IOF) DO NO BRASIL

O Brasil tem se mantido entre os três maiores países produtores de minério de


ferro, alternando seu posicionamento com a China e a Austrália, que também são grandes
produtoras apesar de seus minérios não apresentarem a mesma qualidade dos encontrados
no território brasileiro.
No país, a utilização do minério é feita normalmente de duas formas: minérios
granulados e minérios aglomerados. Os granulados entre 25,0 mm e 6,00 mm são
adicionados nos fornos de redução, enquanto os aglomerados são os minérios finos, que
devido à sua granulometria necessitam de uniformização. Os principais processos de
aglomeração são a sinterização e a pelotização indicados, respectivamente, para minérios
de granulometria entre 6,00 mm e 0,150 mm (sínter feed) e menores que 0,150 mm (pellet
feed), demostrados na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 - Classificação do minério de ferro no Brasil.

Sínter feed Limite (%)

+ 6,35 mm 10
- 0,150 mm 42
Pellet feed Limite (%)

- 0,150 mm 5
- 0,044 mm 80 – 90

Fonte: Ferreira [19].

De acordo Mohajerani et al. [20], a qualidade do minério de ferro está basicamente


ligada a três características: química, que corresponde à própria composição (quanto
maior o teor de ferro e menor o de impurezas melhor); física, que se refere à
granulometria, ou seja, ao tamanho das partículas e; metalúrgica, que diz respeito a itens
de desempenho que afetam a produtividade durante o processo siderúrgico.

25
No Brasil, os minérios são exportados por quatro sistemas integrados compostos
por: mina, ferrovia, usina de pelotização e terminal marítimo. Na Figura 2.2 demonstra-
se os mais importantes, o Sistemas Norte, Sul, sudeste e Centro-Oeste. Desse modo,
destaca-se que o Sistema Norte possui a maior produção de minério de ferro, totalizando
mais de 45% da produção nacional [3].

Figura 2.2 - Cadeia integrada global da Vale.

Fonte: VALE [2].

O trajeto entre a mina e o navio envolve diversas operações de manuseio,


transporte e estocagem. O processo inicia nas minas, onde é feita a extração,
beneficiamento e estocagem do minério. Em seguida, ele é levado até os silos de
carregamento dos vagões de trem para serem transportado pela ferrovia.
Quando chegam aos portos, os vagões passam pelos viradores, que são
equipamentos utilizados para a descarga dos vagões que transportam o minério de ferro.
Nestes equipamentos o minério é depositado em uma correia transportadora para o
estoque do porto e/ou para o estoque das usinas de pelotização (MEIRELES [21]).
Além disso, após descarga no porto e antes do embarque, o minério é estocado e
misturado em pilhas. Por fim, temos os píeres para carregamento de navios, onde o
minério ou a pelota são transportados. Isso é feito através de um sistema de correias
transportadoras dos estoques do porto e das usinas para, em seguida, serem embarcadas
em navios. A Figura 2.3 apresenta todas as etapas da cadeia de suprimentos.

26
Figura 2.3 - Cadeia de suprimento do minério de ferro, desde a extração até o embarque no navio
graneleiro: 1) Produção nas minas; (2) Estoque nas minas; (3) Carregamento em vagões; (4) Transporte
ferroviário; (5) Descarregamento de vagões; (6) Mercado interno; (7) Transporte para a usina e para o
estoque do porto; (8) Pelotização; (9) Estoque no porto; (10) Embarque em navios.

Fonte: Meireles [21].

O grande problema gerado por toda essa cadeia de suprimentos do minério de


ferro, não só no Brasil como em vários países produtores no mundo é o controle do teor
de umidade. O minério de ferro, dependendo de suas propriedades físicas e químicas,
pode conter diferentes teores de umidades, podendo ainda variar seus valores de umidade
em função da estação do ano.
Nesse sentido, a extração, o refino e o armazenamento dos finos de minério de
ferro contribuem para o aumento ou diminuição da umidade que o material contém
quando é carregado em navios graneleiros. Por exemplo, o minério de ferro de Carajás,
é conhecido por possuir altos teores de umidade e, aliado às condições climáticas no norte
do Brasil, podem chegar a valores de umidade máxima de 11,6%, conforme mostrado na
Figura 2.4 (VALE [2]).

27
Figura 2.4 - Valores Típicos de umidade do minério de ferro Carajás (sínter feed).

Fonte: Meireles [21].

O aumento excessivo do teor de umidade do minério de ferro é um problema para


o embarque no navio, uma vez que minérios de ferro com tendência a reter umidade são
mais suscetíveis a liquefação. Outro grande problema empecilho é que o minério de ferro
só pode ser embarcado com a umidade inferior ao valor limite de umidade transportável
(TML), caso contrário, o minério deverá ficar estocado até que a umidade seja reduzida
por drenagem da água livre e ou evaporação (MUNRO e MOHAJERANI [22]). Esse
problema gera custos elevados ao setor e ainda, se descumpridas as normas estabelecidos
pelo código IMSBC, há possibilidade de ocorrência de sinistros resultantes em óbitos
e/ou prejuízos às embarcações.

2.2.1. Acidentes com Suspeita de Liquefação

Durante os anos de 1988 a 2017, 26 (vinte e seis) incidentes foram relatados pela
IMO, onde a liquefação foi mencionada como a possível causa. Nesses sinistros foi
registrada a perda de 171 (cento e setenta e uma) vidas. Dentre os acidentes, 09 resultaram
em 29 (vinte e nove) mortes, envolveram o transporte de IOF [23]. A Tabela 2.2 mostra
um resumo dos incidentes suspeitos de liquefação a bordo dos graneleiros juntamente
com o número de vítimas fatais.

28
Tabela 2.2 - Incidentes ocorridos entre os anos de 1988 à 2016 relacionados ao tipo de carga e número de
vítimas fatais.

Classificação da carga de acordo


Carga sólida a Granel Incidentes Vítimas
com o Código IMSBC
Bauxita Grupo C 1 18
Fluorita Grupo A e B 1 0
Finos de Minério de Ferro Grupo A 9 29
Minério de Níquel Grupo A 13 124
Outros Minérios N/A 2 0

Fonte: IMO [4].

Os incidentes com minério de níquel e finos de minério de ferro estão envolvidos


na maioria dos acidentes com suspeita de liquefação. Supõe-se que isso seja atribuído à
crescente demanda por minerais originários do Sudeste Asiático da China e da Coreia do
Sul (MUNRO e MOHAJERANI [14]). A Figura 2.5 demonstra que os incidentes
suspeitos de liquefação a bordo de graneleiros continuam a ocorrer a uma taxa de quase
02 (dois) por ano, mesmo após o período obrigatório de implementação no ano de 2011
do Código IMSBC.

Figura 2.5 - Incidentes com suspeita de liquefação cumulativos de 1988 a 2016.

Fonte: Munro e Mohajerani [22].

Munro e Mohajerani [22] evidenciam que fatores adicionais que podem contribuir
para o alto número de incidentes incluem o clima tropical das regiões onde os respectivos
graneleiros embarcam e desembarcam. Os locais dos portos onde as cargas são carregadas
são mal equipadas para realizar os testes necessários para evitar a liquefação da carga,

29
conforme descritos pelo Código IMSBC. Além disso, ocorreram incidentes em regiões
onde o clima pode introduzir umidade adicional na carga.
Green e Kirby [24] descreveram a liquefação de cargas sólidas a granel como um
material granular relativamente seco se desenvolvendo em uma massa fluida instável. No
entanto, o que mais chamava atenção era o potencial de causar instabilidade no navio.
Muitas outras cargas minerais, como minério de níquel e bauxita, experimentaram falhas
de liquefação durante o transporte marítimo (HEALEY [25]).
Em muitos casos os fatores que contribuem para o deslocamento de carga
resultante são semelhantes, tais como: mar agitado e condições climáticas. Isso decorre
provavelmente, em um aumento na amplitude e duração do carregamento dinâmico no
navio, elevando, assim, o potencial de liquefação e produzindo ângulos de adernamento
maiores e um consequente acréscimo na probabilidade de falha de declive.
Anos após o acidente do M.V. Bright Ruby em 21 de novembro de 2011, esses
fatores foram indicados como contribuintes ao naufrágio do, onde a embarcação virou
após ser atingida por ondas e ventos fortes, levando à possível liquefação de sua carga
IOF (GREEN e HUGHES [26]). A Figura 2.6 são de dois graneleiros (Asian Forest e
Back Rose, respectivamente) que foram perdidos no ano de 2009 com suspeita de
liquefação da carga do IOF.

Figura 2.6 - Incidentes com suspeita de liquefação. Asian Forest e Back Rose, respectivamente.

Fonte: Munro e Mohajerani [14]

O acidente mais recente com suspeita de liquefação de carga foi com o navio Sul-
Coreano Stellar Daisy, em 2017. Ele transportava mais de 260 mil toneladas de fino de
minério de ferro do Brasil para a china. O acidente resultou em 22 (vinte e duas) vítimas
fatais e uma das hipóteses para o naufrágio é a liquefação.

30
Os primeiros relatos de socorro sugeriam que a Stellar Daisy perdeu sua
estabilidade e, posteriormente, de forma repentina, afundou. Há indicações de
reincidências de acidentes ocasionados pela alteração da umidade em determinados
pontos da carga. Diversos estudos sobre liquefação de cargas já afirmam que embora uma
carga possa parecer seca, a sua estrutura central pode conter umidade suficiente para
causar a sua liquefação.
De acordo com Mohajerani et. al. [20] além dos fatores incontroláveis, como
clima, outros incidentes apresentavam documentação inadequada de teor de umidade,
com carga carregada em condições que ultrapassaram o TML, sendo que dos 26 (vinte e
seis) sinistros registrados, 05 (cinco) continham cargas carregadas acima do TML. Isso
destaca que alguns dos incidentes poderiam ter sido evitados se os procedimentos
descritos pelo Código IMSBC tivessem sido seguidos.

2.3. PRINCÍPIOS GERAIS DA LIQUEFAÇÃO

Neste estudo serão apresentados os princípios básicos da liquefação para entender


os fatores aos quais o IOF pode liquefazer, assim como os conceitos de liquefação,
relacionados aos dois tipos de carregamento, ou seja, tensões cíclicas (dinâmicas) ou
monotônicas (estáticas). Estabelece-se, além disso, uma ênfase ao caso de liquefação de
cargas sólidas a granel durante o transporte marítimo.
O termo liquefação e ou “liquefazes” foi descrito pela primeira vez no ano de 1920
por Hazen quando detalhava o rompimento da barragem de Cavalares em 1918. No
entanto, o primeiro pesquisador a descrever o fenômeno da liquefação foi Terzaghi em
seu livro “Erdbaumechanik auf Bodenphysikalischer Grundlage” no ano de 1925 e,
posteriormente, coube a Casagrande, em 1936, determinar uma base teórica para o
problema.
Na geotecnia, o conceito de liquefação em solos é descrito como o fenômeno que
consiste na transformação de um material granular do estado sólido ao estado fluido, em
condições não drenadas, com aumento da poropressão, induzidas por carregamentos
cíclicos (liquefação dinâmica) ou monotônicos (liquefação estática). Este comportamento
induz a zero a tensão efetiva, com as partículas sólidas perdendo o contato entre si, em
estado de suspensão no solo, que se comporta como líquido viscoso. Este estado de
fluidez é denominado liquefação (ISHIHARA [27]).
Uma sequência da descrição clássica do processo geral da liquefação, é
apresentado na Figura 2.7, onde a perda crescente do atrito interpartículas durante o

31
fenômeno é uma das causas primárias da perda da resistência ao cisalhamento dos
materiais de natureza granular. Pereira [28] descreve o processo da perda da resistência
ao cisalhamento dos materiais de natureza granular ligado ao atrito interpartículas pelas
seguintes etapas:
- A Figura 2.7a demonstra que o comportamento do solo granular e saturado,
quando submetido à mudança brusca da estrutura sob carregamentos (estáticos ou
dinâmicos), torna-se mais compacto entre as partículas.

Figura 2.7 - Sequência geral do processo da liquefação.

a b

Fonte: Pereira [28].

- Na sequência, a Figura 2.7b demonstra que à medida que a água intersticial não
é drenada, as partículas se tornam confinadas sob elevadas pressões, não permitindo,
assim, a aproximação das partículas sólidas. Isso reduz as tensões de contato e,
consequentemente, o atrito entre as partículas e a resistência do solo (Figura 2.7b).
- Como consequência, as poropressões tornam-se tão elevadas que ocorre uma
enorme perda do contato entre as partículas do solo tornando-se menos resistentes,
passando a se comportar como um fluido viscoso, resultando no fenômeno da liquefação
e na ruptura do solo (Figura 2.7c).
O estudo da liquefação de solos sempre foi amplamente pesquisado e discutido
para melhor entender os mecanismos que induziram à ruptura de diversas estruturas civis

32
sujeitas ao fenômeno. A maioria das pesquisas, entretanto, é direcionada à ocorrência do
fenômeno sob condições dinâmicas, principalmente, em países com registros constantes
de eventos sísmicos (ISHIHARA [27]).
No Brasil, estudos do fenômeno da liquefação em solos são desenvolvidos em
função de diversos registros de ruptura em barragens de rejeitos, diques e depósitos de
materiais granulares. No entanto, apesar do Brasil ser o segundo maior exportador de
minério de ferro no mundo, poucos estudos envolvem o fenômeno da liquefação de cargas
sólidas a granel durante o transporte marítimo.

2.3.1. Natureza do carregamento: Liquefação estática e Liquefação


dinâmica

A liquefação é um fenômeno característico de solos granulares e saturado que


acontece quando as poropressões aumentam de maneira considerável e abrupta devido a
um carregamento, vibração ou esforço solicitante onde o material passa a se comportar
como um líquido denso (SEED e IDRISS [29]).
Segundo os autores acima, a liquefação ocorre quando a poropressão no meio se
iguala à tensão total. A poropressão é denominada como a pressão que o fluido exerce no
interior dos poros dos elementos porosos como os solos. Essas elevações das
poropressões no solo são consequências do aumento nas tensões normais e/ou das tensões
cisalhantes induzidas pelo carregamento, seja ele estático ou dinâmico, numa condição
não drenada. A liquefação pode ser denominada pelos termos: liquefação estática ou
liquefação dinâmica, a depender do tipo de evento causador da sua iniciação, como
demonstrado na Figura 2.8 no ponto de tensão cisalhante τst.

33
Figura 2.8 - Liquefação devido ao carregamento estático ou dinâmico.

Fonte: Adaptado de Davies et al. [30].

A liquefação estática é causada pelo aumento da tensão de cisalhamento em um


material, como demonstrado na Figura 2.8, geralmente pela aplicação de uma carga
monotônica (estática), sob condições não-drenada, causando a geração de excessos de
poropressão até um ponto do material em que se liquefaça e se propague rapidamente, a
partir desse ponto, para produzir a liquefação total do material (DAVIES et al. [30]).
Ainda segundo Davies et al. [30], a liquefação estática pode estar associada a
eventos tais como: sobrecarga, aumento repentino da superfície freática, elevada
precipitação pluviométrica, movimentos de massa na área de influência dos depósitos de
materiais granulares, dentre outros [30].
A liquefação dinâmica, também chamada de liquefação espontânea, está mais
relacionada a carregamentos dinâmicos, ou eventos sísmicos, tais como terremotos. Dois
aspectos são mais significativos para a análise da liquefação por indução sísmica: a
condição de tensão ativadora e a consequência do fenômeno que, particularmente,
depende da magnitude das deformações causadas pelo carregamento.
Neste sentido, a liquefação dinâmica pode propagar-se às camadas superiores, em
função do desencadeamento inicial nas camadas inferiores, as quais estão submetidas a
um carregamento de base. Nesse caso, o excesso de poropressão das camadas subjacentes
apresentará uma tendência de dissipação no sentido ascendente, fazendo com que o
processo seja também propagado até as camadas mais superficiais (SEED e IDRISS [29]).

34
Tanto em condições dinâmicas, quanto em situações de carregamento estático, a
chamada resistência liquefeita é basicamente a mesma, independentemente do tipo de
carregamento, como demostrado na Figura 2.8 no ponto de ruptura. Um material granular,
submetido a um carregamento cíclico atinge o ponto de ruptura por liquefação, após um
número variável de ciclos de carga, para a mesma superfície de colapso provocada por
um carregamento estático, muito embora os históricos de carregamento sejam diferentes.
Segundo Poulos [31], a natureza do carregamento não tende a exercer influência
no potencial de liquefação de um material granular, sendo função apenas das
características do material e do seu estado de compacidade. No entanto, em se tratando
de um carregamento cíclico, o número de ciclos está intimamente ligado à magnitude do
carregamento. Quando um grande carregamento dinâmico é aplicado a uma massa de
solo, gerando elevadas tensões efetivas, são necessárias várias solicitações cíclicas para
que estas tensões sejam transferidas para os poros (ISHIHARA [27]).

2.3.2. Distribuição granulométrica e teor de finos

A influência da distribuição granulométrica na susceptibilidade à liquefação dos


solos é descrita por Terzaghi et al. [32]. Ele considera que depósitos de solos são
susceptíveis à liquefação, se forem suficientemente sensíveis para serem contrativos e
com uma permeabilidade tal que não apresente drenagem significativa quando
submetidos agitação do solo. Essas características são atualmente utilizadas pela
engenharia geotécnica para analisar a susceptibilidade a liquefação do solo pela sua
composição através da: distribuição granulométrica e forma das partículas (TERZAGHI
[32]).
Tsuchida [33], fundamentado em ensaios granulométricos em solos que sofreram
e não sofreram liquefação, propôs as curvas de contorno da distribuição granulométrica
apresentadas na Figura 2.9. O contorno inferior reflete a influência dos finos que reduzem
a possibilidade das areias de contraírem durante o cisalhamento. A Figura 2.9 nos mostra
que o solo com D50 menor do que 0,02 mm ou maior do que 2 mm não são suscetíveis à
liquefação.

35
Figura 2.9- Limites granulométricos de suscetibilidade à liquefação descritos por Tsuchida, 1970.

Fonte: Tsuchida [33].

Para Terzaghi et al. [32], em solos bem graduados, a influência da distribuição


granulométrica, proporciona menos susceptibilidade à liquefação pois, o preenchimento
dos vazios por partículas menores, resulta em uma menor variação volumétrica, sob
condição drenada, e em menores valores para poro pressão em condição não drenada.
Ishihara [34], atribui a grande resistência à liquefação de areias, contendo siltes
plásticos, à coesão dos finos. Portanto, pode-se entender que o teor de finos influência na
suscetibilidade à liquefação pois sua presença reduz a permeabilidade do solo e contribui
para a resistência ao cisalhamento, devido ao acréscimo de coesão.
Jradi et al. [41] observaram que, para areias, um aumento de finos não plásticos
leva a um aumento na resistência à liquefação. Akhila et al. [42] estudaram o
comportamento das areias por simulação numérica em um modelo hipoplástico e
descobriram que conforme o conteúdo de finos aumentava, a resistência à liquefação
diminuía.
Os estudos de Phana et al. [43], Enomoto [44] e Xenaki e Athanasopoulos [45],
descobriram que a resistência das areias à liquefação diminui à medida que o teor de finos
não plásticos aumenta até um ponto de transição, após o qual há um aumento na
resistência à liquefação com um aumento do teor de finos não plásticos. Finalmente, esses
estudos mostraram que a resistência à liquefação da areia siltosa está mais intimamente
relacionada à sua razão de vazios e densidade relativa do que ao seu conteúdo de silte.

36
Polito e Martin [46] realizaram um teste triaxial cíclico em solos compostos de
misturas areia-silte e concluíram que a resistência à liquefação do solo é controlada pela
densidade relativa do solo e é independente do conteúdo de silte do solo. Bensoula et al.
[47] observaram que a densidade relativa equivalente e os vazios intergranulares
equivalentes definem o comportamento de liquefação do solo franco-arenoso para um
limite de teor de finos.
A influência do conteúdo de finos é de grande interesse ao avaliar a resposta de
resistência ao cisalhamento e ou resistência à liquefação de solos com misturas de areia-
silte. No entanto, a literatura publicada revelou resultados contraditórios sobre o efeito do
baixo conteúdo de finos plásticos na suscetibilidade de liquefação em depósitos de solo
(PITMAN et al. [35] e YANG et al. [36]).
De acordo com Pitman et al. [35], em seu estudo com a adição de partículas finas
de até 40% descobriu-se que as características granulométricas têm efeito significativo na
geração do excesso de poropressão de amostras de mistura de areia-silte e de fato, o
excesso de poropressão pode ser correlacionado às características de classificação
granulométrica e tamanho das partículas. Yang et al. [36], evidenciam que a influência
entre partículas com diferentes tamanhos gera alguns efeitos estruturais no material, como
o efeito de preenchimento e o efeito ocupação como demostrados na Figura 2.10.

Figura 2.10 - Efeito preenchimento e efeito ocupação, respectivamente.

Fonte: Yang [36].

37
- Efeito de preenchimento (filling effect): partículas finas ocupam os vazios entre
as partículas grossas, quando estas últimas são predominantes, Figura 2.10a.
- Efeito de ocupação (occupying effect): partículas grossas geram um volume de
sólidos no lugar do volume de vazios entre partículas finas, quando estas últimas
são predominantes, Figura 2.10b.

Lade et al. [37] também utilizou o conceito de estado de grão para descrever a
resistência estática e cíclica e o potencial de liquefação de solos argilosos. Ele concluiu
que existe uma Transitional Fines Content (TFC), ou seja, um conteúdo de finos de
transição onde o comportamento dominado por areia passa para um comportamento
dominado por finos quando o teor de finos está além do TFC, como demostrado na Figura
2.11.

Figura 2.11 - Diagrama esquemático da variação do acréscimo de finos. O ponto B corresponde ao


Conteúdo de Finos de Transição (TFC).

Fonte: Lade et al. [38].

No diagrama apresentado na Figura 2.11, observa-se que à medida que se aumenta


a proporção de finos, o índice de vazios atinge um valor mínimo, indicado pelo ponto B,
este denominado de TFC. A partir daí aumenta continuamente em decorrência da
substituição de partículas grossas por um grupo de partículas finas.

38
Os solos contendo partículas finas ou sua presença num determinado material
pode influenciar o comportamento do mesmo de duas formas diferentes: de acordo com
a quantidade existente e plasticidade apresentada (DAVIES et al. [30]). A presença de
finos plásticos reduz a permeabilidade do solo, entretanto, contribui na resistência ao
cisalhamento em função do acréscimo de coesão.
A coesão é conhecida por influenciar fortemente as propriedades de resistência e
fluxo de materiais granulares, pois ela provém da atração química entra as partículas e é
o parâmetro de resistência do solo independente da tensão normal aplicada. Embora os
fenômenos capilares na interface entre dois corpos sólidos sejam bem compreendidos, é
muito menos claro como uma amostra de grãos reage à presença de um líquido. O
problema é basicamente o mesmo que em meios granulares sem coesão, onde a influência
do atrito entre as partículas na resistência ao cisalhamento depende tanto das
características da própria lei de atrito quanto da estrutura granular.
Os efeitos das forças interpartículas são que as partículas finas tendem a aderir
umas às outras, e externamente parecem exibir coesão (ISHIHARA [34]). Assim, as
partículas finas, dependendo de seus tamanhos, podem estar presentes entre e separar as
partículas maiores de areia ou podem estar presentes nos espaços vazios entre as
partículas maiores de areia. Isso fará a diferença no potencial de liquefação da areia siltosa
fina. Na verdade, um menor nível de coesão leva a uma maior mobilidade das partículas.
Para Lambe e Withman [38], a maior parcela da resistência ao cisalhamento dos
solos deve-se ao atrito entre as partículas, sendo este expresso pelo conhecido ângulo de
atrito. O ângulo de atrito interno depende da força normal aplicada e constitui-se no
máximo ângulo que a componente tangencial pode exercer em relação à força normal ao
plano, sem que ocorra o deslizamento. A resistência ao cisalhamento de solos granulares
está diretamente e quase que restritamente ligada ao atrito entre as partículas (ISHIHARA
[27]).
Os parâmetros de resistência podem ser determinados através de ensaios de
laboratório (cisalhamento direto e triaxiais). Os valores de ângulo de atrito interno e
coesão são específicos para cada tipo de solo e, com a aplicação de um critério de ruptura
pode-se avaliar as condições de ruptura do material.
O comportamento dos solos é reconhecidamente bem definido através do critério
de ruptura de Mohr-Coulomb, onde a resistência ao cisalhamento é composta por duas
parcelas, uma devido à coesão e outra devido ao atrito interno, conforme apresentado pela
Equação 1. Seguindo-se a teoria apresentada por Terzaghi [39], sempre que o solo estiver

39
numa condição saturada, a resistência ao cisalhamento dependerá da tensão média
intergranular, ou seja, da tensão efetiva atuante. Nestas condições, a Equação 1 deverá
ser expressa:

τ = c + σ ∙ tg ϕ (1)

onde 𝜎 é a tensão normal e τ tensão cisalhante atuando em um plano, os


parâmetros 𝑐 e ϕ são a coesão e o ângulo de atrito do material, respetivamente.
De acordo com a Equação 1, o comportamento das tensões atuantes na superfície
de resistência de Mohr-Coulomb é apresentado na Figura 2.12. A ruptura normalmente
ocorre quando a tensão cisalhante atuante no plano de resistência alcança o valor da
tensão cisalhante de resistência do material. A envoltória de Mohr-Coulomb é comumente
uma curva, embora possa ser satisfatoriamente ajustada por uma reta no intervalo de
tensões normais de interesse.

Figura 2.12 - Representação gráfica nos semicírculos de Mohr-Coulomb do ângulo de atrito interno e
coesão.

Fonte: Adaptado de Terzaghi [39]

2.4. LIQUEFAÇÃO DE CARGAS SÓLIDAS A GRANEL

Segundo Jefferies e Been [40], em se tratando da ocorrência da liquefação de solos


em estruturas civis, o tempo do fenômeno é curto, variando de alguns minutos a dezenas
de minutos devido o fenômeno ocorrer sob condições dinâmicas. No entanto, no caso de
estruturas como as dos navios graneleiros onde os carregamentos são impostos pelas
ondas do mar, pode demorar horas para provocar tensões de cisalhamento na carga

40
transportada, e isso explicaria a complexidade de entender o fenômeno da liquefação de
cargas durante o transporte marítimo
Apesar de se conhecer amplamente todas as características e propriedades de falhas em
solos, os mecanismos que fazem com que uma determinada carga a granel se desloque
dentro de um navio graneleiro, são complexos e pouco conhecidos. O deslocamento de
uma carga a granel dentro de um porão de navio pode ocorrer por três modos de falha
(mostrado na Figura 2.13) (ROSE [11]):

- Liquefação da carga;

- Falha de declive;

- Deslizamento de massa.

O termo ‘liquefação de carga’, no contexto desta tese, é usado para descrever o


fenômeno pelo qual um aumento na poropressão contribui para uma perda de resistência
ao cisalhamento, causando deslocamento da carga e em alguns casos óbitos e prejuízos
às embarcações. Em geral, a carga é normalmente carregada apenas parcialmente
saturada, e durante uma viagem, pode ocorrer migração de umidade. Além disso, as
tensões cíclicas das vibrações de um navio e das ondas do mar causam rearranjo de
partículas e compactação da massa (MOHAJERANI et al. [20]).
Essa compactação da carga resulta em uma diminuição do volume vazio entre as
partículas e migração de água dentro dos poros e/ou liberação ou compressão do ar
intersticial que levaria a níveis aumentados de saturação em algumas partes da carga. Isso
pode levar à transferência de tensão da carga para a água dos poros, acompanhada por
perda de tensão efetiva e uma redução significativa da resistência ao cisalhamento,
tornando a carga suscetível ao deslocamento. Diz- se então que o material foi liquefeito,
comportando-se fluido denso (ROSE [11]).

41
Figura 2.13 - Os três tipos diferentes de deslocamento de carga que podem ocorrer dentro de um porão de
carga.

Fonte: Rose [11].

A falha de declive ocorre quando as forças de cisalhamento aplicadas a partir dos


movimentos do navio superam as forças de atrito e de coesão que fornecem resistência
estática a pilha de minério de ferro. Ao contrário da liquefação, isso pode ocorrer em
cargas úmidas ou secas. As forças que causam a instabilidade por falha de declive estão,
principalmente, associadas à gravidade e a migração de umidade, enquanto a resistência
à ruptura é derivada, principalmente, de uma combinação da geometria do declive e da
resistência ao cisalhamento do material granular (ROSE [11]).
O deslizamento de massa ocorre devido à perda de resistência ao cisalhamento
entre as partículas dentro da carga granular (na 'interface intergranular'), ou seja, o
deslizamento de massa ocorre pela falta de resistência ao cisalhamento entre as partículas
da carga granular e o convés de aço do porão (interface aço-carga) e resulta em uma
mudança significativa e rápida no centro do navio. O atrito entre esta interface (que pode
ser expresso em termos do ângulo de atrito) dependerá das características da superfície
do aço e da interface do material de carga (ROSE [11]).
Ainda segundo Rose [11] dependendo da intensidade podem ser prejudiciais à
estabilidade do navio, entretanto, a falha de declive e o deslizamento de massa, ao
contrário da liquefação, basicamente não envolvem a geração de excesso de poropressão,
e podem ocorrer mesmo com material a granel seco. O autor destaca ainda que os três
modos de falha descritos acima podem ocorrer sequencialmente, ou simultaneamente,
durante uma viagem.

42
Para Munro e Mohajerani [22] certas combinações de finos, umidade e mudanças
na pressão dos poros dentro das cargas a granel sólidas durante o transporte marítimo
resultam em uma massa agindo como um líquido (MUNRO e MOHAJERANI [22]),
causando mudanças rápidas no centro de gravidade da embarcação e, possivelmente,
fazendo com que o navio vire.
Mohajerani et al. [20], descrevem que os vários mecanismos de modos de falha
geralmente ocorrem em estágios específicos da viagem, quando as condições de cada tipo
de material são alcançadas, muitos dessas relacionados à distribuição do tamanho das
partículas e do conteúdo de umidade. Ainda segundo Mohajerani et al. [20], os fatores
que são determinantes para induzir a liquefação dentro de um navio carregado de sólido
a granel são: os movimentos do navio, a compactação da carga e a migração de umidade.
Zhou et al. [57] realizaram testes de compressão uniaxial e cisalhamento direto
(DSTs) em amostras de IOF em uma ampla faixa de teor de umidade e misturas de
grânulos para estudar as propriedades mecânicas da camada aderente dos grânulos de
minério de ferro, sem tendência clara entre o teor de umidade e o ângulo de atrito interno.
Wang et al. [58] realizaram testes de cisalhamento triaxial cíclico em amostras de
IOF e solos arenosos e encontraram comportamento de mobilidade cíclica semelhante
para amostras densas e amostras soltas por liquefação. Wang et al. [56] também
realizaram testes de laboratório para análise de infiltração e resposta dinâmica de células
IOF. O estudo encontrou uma envoltória que indica o nível máximo de água para um
determinado grau inicial de saturação, independentemente da densidade do IOF.
Wei et al. [59] estudaram os efeitos das propriedades das partículas no ângulo de
repouso e distribuição da porosidade da pilha de minério de ferro, observando que tanto
o ângulo de repouso quanto a porosidade são afetados pelo formato da partícula.
Ferreira et al. [19] apresentaram um modelo de regressão empírico que permite
estimar o IOF TML a partir da densidade e razão de vazios obtidas em um único ponto
da curva de compactação Proctor-Fagerberg, realizada a 9% de umidade. O modelo foi
validado com 62 amostras de IOF e mostrou um bom ajuste entre o TML observado e o
previsto.
Diversos estudos para diferentes variações de minério de ferro, são encontrados
na literatura relacionados à granulação (LISTER e WATERS; NYEMBWE et al. [48-
50]), cinética de absorção de água (LV et al. [51]), propriedades geotécnicas (CHEN et
al.; CAVALCANTI e TAVARES [52,53]), estabilidade durante o transporte marítimo
(CHEN et al. [54]) e caracterização do material (GUSTAFSSON et al. [55]). No entanto,

43
eles não contemplam, completamente, as complexas interações entre partículas de
diferentes tamanhos e composições de IOF.
Atualmente, ainda são necessários estudos que possibilitem o entendimento das
condições e parâmetros sob os quais o IOF pode se liquefazer, para atuar preventivamente
no que diz respeito à estabilidade da carga durante o transporte marítimo. A correlação
do potencial de liquefação com a distribuição de tamanho de partícula IOF é de grande
interesse para as empresas de transporte de minério, pois elas têm uma variedade de
tamanhos de IOF que podem ser misturados para minimizar o potencial de liquefação
cargas sólidas a granel durante o transporte marítimo.
Poucos estudos foram realizados sobre a influência da distribuição de tamanho de
partícula IOF no potencial de liquefação. Kwa e Airey [64] estudaram o comportamento
de liquefação do carregamento cíclico e o efeito do conteúdo de finos na localização da
linha de estado crítico (Critical State Lime - CSL), que é a linha limite que separa os
estados do solo liquefável e não liquefável (JU et al. [61]).
Ju et al. [61] concluíram que o uso de CSL fornece uma escolha conservadora ao
avaliar o potencial de liquefação, que amostras mais densas resistem a ciclos mais longos
quando têm o mesmo teor de finos e que amostras com a mesma densidade são mais
resistentes à falha cíclica se contiverem maior teor de finos.
Os estudos recentes de Kwa e Airey [65] sobre os efeitos do grau de saturação e
do conteúdo de finos no comportamento de liquefação cíclica em materiais insaturados
foram realizados usando testes triaxiais cíclicos insaturados. Um método foi desenvolvido
para estimar o número de ciclos de amostras com diferentes graus de saturação e conteúdo
de finos são capazes de suportar.
Devido os IOF serem transportados em navios graneleiros, eles apresentam um
comportamento complexo quando sofrem liquefação que é diferente daquele dos solos.
A energia transmitida das ondas e do motor da embarcação varia da energia produzida a
partir de causas mais comuns de liquefação, como terremotos. Esse fator pode levar o
IOF à combinação pouco conhecida de liquefação estática e dinâmica. Essa energia
consolida o IOF, à medida que vai sendo transportado, reduz a razão de vazios do material
mais próximo ao fundo do porão e aumenta seu grau de saturação [20].
Uma carga sólida a granel estável, parcialmente saturada, (Figura 2.14a) pode
compactar devido a forças cíclicas transmitidas pelas ondas do mar. Esta compactação
causa o movimento da água dentro dos vazios, resultando em um aumento na pressão da

44
água dos poros e perda de resistência ao cisalhamento da carga entre os contatos
intergranulares (Figura 2.14b) [10].

Figura 2.14 - Carga a granel antes de sofrer a compactação e após a compactação.

Fonte: ROSE [11].

O fenômeno da liquefação pode ser observado quando os espaços entre as


partículas (volume de vazios) são reduzidos com a compactação do material devido aos
movimentos do navio. A redução no volume de vazios aumenta a poropressão que, por
sua vez, reduz a fricção entre as partículas e, consequentemente, a parcela de resistência
devido ao atrito (MUNRO e MOHAJERANI [5]).
Durante o transporte marítimo, as cargas se reorganizam devido a vibração e
compactação, podendo ocasionar na perda da capacidade de retenção de água, aumento
do poropressão e diminuição da resistência ao cisalhamento entre as partículas. Nessas
condições a água eleva-se até o topo da superfície livre e o movimento do navio pode
fazer com que as cargas liquefeitas se desloquem de modo que o navio vire (DAOUD et
al. [63]).
Pesquisas recentes relacionadas à liquefação cíclica de cargas sólidas a granel
durante o transporte marítimo foram realizadas usando modelos em escala (MUNRO e
MOHAJERANI [23,8]) e microescala, análise numérica por simulação (WEI et al.; JU et
al. [59-63]), teste triaxial (KWA e AIREY; CHEN et al. [64-66]), sistema de drenagem
oscilatória experimental (LISTER e WATERS [48]) e teste de mesa de vibração
(KOROMILA et al.; KWA et al. [67-68]).
O teste de mesa de vibração (STT) é um procedimento experimental relativamente
simples que tem sido usado para modelar o comportamento de solos e areias quando
submetidas à condições de carregamento sísmico. Estudos recentes, usaram a shake table

45
para investigar o comportamento da liquefação de diferentes areias reforçadas por colunas
de pedra (BAYATIA e BAGHERIPOUR [69]) e características de resposta sísmica de
camadas de solo liquefáveis (ADAMPIRA et al. [70]).
Nesses estudos, foi observada uma melhora na resistência à liquefação com o
aumento da densidade do solo e ainda foram observados excesso de poropressão e
recalques significativos nos solos liquefeitos. No entanto, a liquefação de cargas de
minério durante o transporte marítimo ainda é um problema em aberto. Poucos trabalhos
de pesquisa usando o teste da mesa de vibração (STT) foram relatados com amostras de
finos de minério de ferro (OF).
Estudos atuais utilizaram teste triaxial [58,73], teste de cisalhamento direto [74] e
teste de centrifugação [75] para compreender e avaliar o potencial de liquefação de IOF.
Nestes tipos de testes, as condições de tensão e deformação são significativamente
afetadas pelas condições de contorno, e as condições de carregamento buscam representar
as condições reais, inclusive relacionada ao movimento do navio graneleiro. Assim, há
indicação que comportamento do IOF, incluindo liquefação, sob as condições do
transporte marítimo, podem ser observados usando STT.
Em Munro e Mohajerani [22] foi utilizada mesa de vibração no estudo da
variabilidade das propriedades geotécnicas de IOF em diferentes teores de umidade,
observou-se que o potencial de liquefação do IOF é em função do tempo de carregamento
cíclico e do teor de umidade inicial. Neste estudo [22] foi desenvolvido um aparato
chamado IOF Plunger para observar a resistência ao cisalhamento aparente de uma
amostra de IOF sob carregamento cíclico usando mesa de vibração, verificou-se
indicações de liquefação nas amostras de IOF em teores de umidade menores que o TML
obtido pelo MPFT.
O estudo mais recente é de Kwa et al. [68] em que foi usado STT para
compreender o comportamento de liquefação cíclica de materiais bem classificados com
distribuição de tamanho de partícula e densidade semelhantes ao IOF, sob condições
similares de carregamento do transporte marítimo de carga a granel. Em todos esses
estudos não são propostos controles quantitativos para o potencial de liquefação de IOF.

46
CAPÍTULO III

3. TESTES EXPERIMENTAIS

3.1. TESTE DE MESA DE FLUXO (FTT)

3.1.1. Equipamentos

O FTT foi realizado conforme proposto no Apêndice 2 do Código IMSBC [4].


Para o procedimento são necessários os aparatos demonstrados na Figura 3.1a e Figura
3.1b, dentre os quais: mesa de fluxo padrão e molde cônico ASTM (C230-68) e tamper
de pressão com 30 mm de diâmetro.

Figura 3.1 - Aparelho típico do teste de mesa de fluxo (a) e (b) amostra e remoção do molde cônico.

(a) (b)

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Para todos os ensaios desta tese foram utilizados, coluna graduada de vidro e
bureta com capacidades de 100-200 ml e 10 m, balança com precisão de 0,05%, conforme
a norma NBR ISO 3087 e estufa de secagem com um intervalo de temperatura controlado
de 100°C no máximo 110°C, conforme a norma NBR ISO 3087, e outros equipamentos
como: bandejas, espátulas, pincel e pá de acordo com a norma NBR ISO 3082.

3.1.2. Procedimentos

Cada amostra foi compactada em três camadas em um molde cônico no centro da


mesa de fluxo. A compactação foi realizada utilizando uma haste de compactação
ajustada a uma pressão de, aproximadamente, 550 kPa com uma cabeça de martelo de 30

47
mm de diâmetro. A pressão de compactação (P) foi determinada antes de realizar o FTT
usando a Equação (2).

𝑃 = 𝜌×𝑑 × 𝑔 (2)

onde ρ é a densidade aparente (4.700 kg / m3) obtida com a compactação padrão


Proctor, conforme descrito na NBR ISO 3852 [76]; d é a profundidade máxima de carga
(12 m); e g é a aceleração da gravidade (9,81 m / s2).
Em cada compactação, o molde foi cuidadosamente removido e, em seguida, a
mesa de fluxo foi levantada e baixada 50 vezes de uma altura de 12,5 mm a uma taxa de
25 vezes / min. Este procedimento foi repetido com diferentes teores de umidade até que
a deformação plástica foi vista na amostra e foi confirmada com medidas de altura e
largura. O ponto de mudança entre as amostras que apresentam deformação plástica e as
que não apresentam deformação plástica é conhecido como Ponto de Umidade do Fluxo
(FMP), conforme Figura 3.2a e Figura 3.2b.

Figura 3.2 - Amostra acima do FMP: (a), mostrando pequena deformação plástica e Amostra abaixo do
FMP; (b), mostrando deformação plástica.

(a) (b)
Fonte: Autoria Própria, 2022.

Quando foi observado que a amostra excedeu o FMP, a amostra foi secada em
estufa junto com a amostra de teor de umidade logo abaixo do FMP, para que o teor bruto
de água (GWC) de cada um pudesse ser calculado. A média desses dois valores GWC é
o FMP, que é calculado como:

48
𝑚1 − 𝑚2 𝑚3 − 𝑚4
+ 𝑚
𝑚1 3 (3)
𝐹𝑀𝑃 = 𝑥 100, em percentual
2

e o TML é 90% do FMP, ou seja

𝑇𝑀𝐿 = 𝐹𝑀𝑃 𝑥 0,9, em percentual (4)

onde 𝑚1 é a massa da amostra logo acima do estado de fluxo; 𝑚2 é a massa da


amostra logo acima do estado de fluxo após a secagem; 𝑚3 é a massa da amostra logo
abaixo do estado de fluxo; e 𝑚4 é a massa da amostra logo abaixo do estado de fluxo após
a secagem.

3.2. TESTE PROCTOR FAGERBERG (PFT) E TESTE PROCTOR FAGERBERG


MODIFICADO (MPFT)

No artigo 1 no artigo 2, o TML foi obtido através do método de teste


Proctor/Fagerberg e Proctor / Fagerberg Modificado respectivamente, seguindo os
procedimentos do Código IMSBC [4]. O método de teste é baseado no uso do aparelho
Proctor desenvolvido, em 1933, na área de mecânica do solo pelo engenheiro Ralph
Proctor, e foi adotado pela Organização Marítima Internacional, para uso no Código entre
os 1991 e 1998. O teor de umidade crítico no teste Proctor / Fagerberg e do teste Proctor
/ Fagerberg Modificado foi adaptado e hoje também é conhecido como TML.

3.2.1. Equipamentos

O aparelho Proctor, Figura 3.3, consiste em um molde cilíndrico de ferro com


aproximadamente 1.000 cm³ de volume com uma peça de extensão removível (mesmo
molde da norma ABNT NBR 7182:2020 e uma ferramenta de compactação guiada por
um tubo aberto na parte inferior (o martelo de compactação) com peso de 350g para o
PFT e 150g para o MPFT.

Para determinar a densidade do material sólido de acordo com um padrão


reconhecido nacional ou internacionalmente foi utilizado um equipamento de picnometria
a água. Este procedimento que será descrito no capítulo 4 desta tese.

49
Figura 3.3 - Equipamento típico utilizado na execução do teste Proctor Fagerberg.

Fonte: Apêndice 2 do Código IMSBC [4].

3.2.2. Procedimentos

O PFT e MPFT envolve a compressão de uma amostra em um cilindro padrão


com teor de umidade variável para produzir uma curva de compactação e determinar o
TML, e é descrito no Apêndice 2 do Código IMSBC [4]. Para a determinação do TML
por meio do PFT e MPFT foi necessário primeiro secar a amostra em uma estufa de
secagem com intervalo de temperatura controlado de 100 ° C a no máximo 105 ° C.
O código IMSBC estabelece que a quantidade total do material de teste deve ser
pelo menos três vezes maior que a necessária para toda a sequência de teste. Os testes de
compactação são executados para cinco a dez diferentes conteúdos de umidade. As
amostras são ajustadas para obter amostras parcialmente secas a quase saturadas.
Em cada teste de compactação, uma quantidade adequada de água é adicionada à
amostra do material de teste e o material da amostra é suavemente misturado.
Aproximadamente um quinto da amostra misturada é preenchida no molde e nivelada e,
em seguida, o incremento é compactado uniformemente sobre a superfície do incremento.
A compactação é executada soltando o martelo de compactação 25 vezes através do tubo
guia.
Uma das diferenças dos testes Proctor Fagerberg para o Proctor Fagerberg
Modificado consiste no peso do martelo compactador e na altura de queda através do tubo
guiado. Para o teste Proctor Fagerberg as camadas são compactadas por um martelo com
peso 350g a uma altura de queda de 20cm. Porém para o teste do Proctor Fagerberg

50
modificado o peso do martelo diminui para 150g e sua altura de queda para 15cm, como
demonstrado na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Tabela de diferenças entre os testes Proctor Fagerberg e Proctor Fagerberg Mofidificado.

Proctor Fagerberg Modificado Proctor Fagerberg

Peso do martelo 150g 350g


Altura de queda 15cm 20cm

Fonte: Autoria Própria, 2022.

É importante ressaltar que a diferença do PFT e MPFT decorreram dos estudos


desenvolvidos pelo Grupo de Trabalho Técnico – TWG (2013), concluíram que o MPFT
é o teste mais indicado e o único teste específico para finos de minério de ferro na
determinação do TML. A Figura 3.4, são mostrados os dois soquetes de compactão do
MPFT e PFT, respectivamente.

Figura 3.4 - Martelo compactador para o teste MPFT, peso do martelo 150g, com altura de queda de
15cm e martelo compactador para o teste PFT, peso do martelo 350g, tubo guia com altura de queda de
20cm, respectivamente.

Fonte: Adaptado do apêndice 2 do Código IMSBC [4].

O desempenho é repetido para todas as cinco camadas. Quando a última camada


é compactada, a peça de extensão é removida e a amostra é nivelada ao longo da borda

51
do molde com cuidado, garantindo a remoção de partículas grandes que possam dificultar
o nivelamento da amostra, substituindo-as por material contido na extensão peça e re-
nivelamento.
Quando o peso do cilindro com a amostra compactada é determinado, o cilindro é
esvaziado, a amostra é seca a 105ºC e o peso é determinado. O teste é então repetido para
as outras amostras com diferentes conteúdos de umidade.
Para a obtenção de uma curva de compactação completa, foram realizados cinco
ensaios, com diferentes teores de umidade e sem reaproveitamento da amostra. Usando a
densidade de sólidos medida (d), os parâmetros de conteúdo de água em volume (ev),
razão de vazios (e) e grau de saturação (S) foram calculados usando a Equação (5), (6) e
(7), respectivamente.

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 Á𝑔𝑢𝑎 (𝑐𝑚3 )


𝑒𝑣 = 𝑥 100
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑆𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜 (𝑐𝑚3 ) (5)

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑉𝑎𝑧𝑖𝑜(𝑐𝑚3 )
𝑒= 𝑥 100
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑆ó𝑙𝑖𝑑𝑜 (𝑐𝑚3 ) (6)

𝑒𝑣 (7)
𝑆=
𝑒

A apresentação dos testes de compactação é demonstrada através de uma curva de


compactação específica com deferentes conteúdos de umidades. O valor calculado da
relação de vazios (𝑒) é plotado como ordenada em um diagrama com conteúdo líquido de
água (𝑒𝑣 ) e grau de saturação (𝑆) como os respectivos parâmetros de abscissa, apresentada
em Figura 3.5.
Vale ressaltar novamente a diferença na apresentação dos testes PFT e MPFT,
onde o valor do TML para o PFT é a resultante da interceptação da curva de compactação
com a reta correspondente a 70% da saturação e o TML no MPFT é a resultante da
interceptação da curva de compactação com a reta correspondente a 80% da saturação,
como demonstrado na Figura 3.5. O TML é calculado usando a Equação (8), expresso
como GWC por porcentagem de massa.

52
100𝑒𝑣 (8)
𝑇𝑀𝐿 =
100𝑑 + 𝑒𝑣

Figura 3.5 - O TML no PFT é a resultante da interceptação da curva de compactação com a reta
correspondente a 70% da saturação e o TML no MPFT é a resultante da interceptação da curva de
compactação com a reta correspondente a 80% da saturação

Fonte: Apêndice 2 do Código IMSBC [4].

3.3. TESTE DE CISALHAMENTO DIRETO (DST)

Para determinação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento das amostras de


IOF utilizou-se o ensaio de cisalhamento direto (Direct Shear Test – DST) descrito pela
ASTM D3080/D3080M-11 [77].

3.3.1. Equipamentos

Os aparatos utilizados no ensaio do DST consistem em: caixa bipartida de seção


transversal quadrada de 10 × 10 × 6 cm, célula de carga, motor de deslocamento, pesos,
demonstrados na Figura 3.6. Também foram utilizados balança com precisão de 0,05%,
bandejas, espátulas, pincel e pá conforme a norma NBR ISO 3082.

53
Figura 3.6 - Aparatos do ensaio de DST. (a) Equipamento de ensaio de cisalhamento direto com célula de
carga e (b) caixa de metal bipartida.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

3.3.2. Procedimentos

As amostras IOF foram moldadas na caixa de metal de seção transversal quadrada


de 10 × 10 × 6 cm. A configuração do teste utilizado nesta tese é mostrada na Figura 3.7.
Os ensaios foram realizados em três etapas, utilizando um aparelho de cisalhamento direto
e para permitir a drenagem de água intersticial livre durante o teste, duas pedras porosas
foram inseridas na parte superior e inferior da amostra.

Figura 3.7 - Teste de cisalhamento direto. Diagrama esquemático.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Na primeira etapa, a amostra foi submetida a uma tensão de confinamento de 11


kPa, que não produziu deformações significativas na amostra.

54
Na segunda etapa, a tensão de confinamento foi removida e uma carga vertical
constante foi aplicada à amostra compactada, e para cada conjunto de amostras (mesmo
teor de umidade e finos) foram realizadas cargas com 4 kPa, 6 kPa e 9 kPa.
No terceiro estágio, uma carga de cisalhamento com uma velocidade de
deslocamento horizontal constante de 0,4 mm / min foi aplicada à metade superior da
caixa de metal fendido até aparecer uma deformação horizontal de 6 mm. A velocidade
adotada no teste foi determinada previamente para garantir a dissipação do excesso de
pressão dos poros. A falha foi determinada quando a força de cisalhamento medida
começou a diminuir após atingir o máximo.
A força lateral foi medida pela célula de carga e os parâmetros de resistência ao
cisalhamento (coesão de Coulomb e ângulo de atrito interno) foram determinados usando
o modelo de Mohr-Coulomb. A tensão de cisalhamento foi plotada como uma função da
tensão normal no diagrama τ - σ. Dentro da precisão experimental, os dados foram
ajustados em linha reta de acordo com o modelo de Mohr-Coulomb, onde a resistência ao
cisalhamento é dada por:

𝜏 = (tan 𝜑)𝜎 + 𝑐 (9)

Onde: φ é o ângulo de atrito interno; e c é a coesão de Coulomb.

Todos os testes foram realizados pelo mesmo operador para obter resultados
reproduzíveis e consistentes, e o teste foi repetido três vezes para cada conjunto de
amostra.

3.4. TESTE DE MESA DE VIBRAÇÃO – SHAKE TABLE TESTE (STT)

Uma metodologia experimental usando uma mesa de vibração foi desenvolvida


para investigar quantitativamente o potencial de liquefação do IOF sob carga cíclica. A
mesa de vibração utilizada neste estudo é normalmente usada para determinação da
densidade máxima seca de acordo com a norma ASTM D4253-00 [78].

3.4.1. Equipamentos

A Figura 3.8 mostra o aparelho de mesa de vibração, o molde cilindro com o bit
de penetração em uma amostra de IOF e as dimensões do bit de penetração. O bit de
penetração utilizado neste estudo foi desenvolvido por Munro e Mohajerani [22] para

55
observar a resistência ao cisalhamento aparente da amostra de IOF sob carregamento
cíclico. O aparelho corresponde a um êmbolo flutuante com pressão de contato de 16,36
kPa e diâmetro de 25,4 mm, como visto na Figura 3.8c.

Figura 3.8 - Aparatos do STT: (a) mesa de agitação e molde cilíndrico; (b) finos de minério de ferro e
broca de penetração; (c) dimensões da broca de penetração.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

3.4.2. Procedimentos

Neste estudo, o STT consiste em vibrar verticalmente um molde cilíndrico


contendo IOF compactado, através de uma plataforma de vibração, a uma amplitude de
deslocamento (pico a pico) de 0,33 ± 0,05 mm a uma frequência de 60 Hz por 12 min.
Esta frequência e amplitude seguem os padrões de ensaios estabelecidos na norma ASTM
D4253-00 [78] e tempo total do teste foi suficiente para produzir a densidade máxima.
Os parâmetros deste ensaio foram considerados para obter uma compactação da
amostra de IOF, em um tempo reduzido, que fosse semelhante a compactação de IOF
durante um transporte típico de um graneleiro do Brasil para a China, que leva,
aproximadamente, 40 dias e experimenta uma aceleração máxima de 1 g com uma
frequência média de 0,1 Hz (MUNRO e MOHAJERANI [73]).
Todos os testes foram realizados pelo mesmo operador para obter resultados
reproduzíveis e consistentes, e o teste foi repetido três vezes para cada conjunto de
amostra. Os testes de vibração foram realizados na condição não drenada, devido não

56
haver mais do que 1% de redução no teor de umidade durante o transporte marítimo de
uma carga de IOF (MUNRO e MOHAJERANI [73]).
Para cada ensaio, foi utilizada uma amostra de 4 kg de IOF em um molde
cilíndrico com 120 mm de diâmetro e 285 mm de altura. De forma semelhante a
compactação do teste de mesa de fluxo descrito no IMSBC Code [4], a compactação do
STT foi utilizando um soquete de compactação ajustada para uma pressão de
aproximadamente 550 kPa com uma cabeça de compactação de 30 mm de diâmetro. A
pressão de compactação depende das propriedades da amostra que está sendo testada. A
tamping de pressão (P) foi determinada antes da realização do STT usando a Equação
(10).

𝑃 = 𝜌 ×𝑑×𝑔 (10)

Onde:
- ρ é a densidade aparente (4.700 kg / m3) obtida com a compactação padrão
Proctor, conforme descrito na NBR ISO 3852 [76];
- d é a profundidade máxima de carga (12 m); e g é a aceleração da
gravidade (9,81 m / s2).

O preenchimento do molde cilíndrico foi realizado em quatro camadas de


amostras. Após a adição de cada camada, realizou-se a compactação com socador de
compactação com compressões aplicadas sobre toda a área da amostra até que se
obtivesse uma superfície plana e uniforme. Após essa etapa, um bit de penetração
metálico apropriado para IOF [22], com dimensões mostradas na Figura 38, foi colocado
na superfície da amostra para avaliação da profundidade de penetração, ao final do STT.
De acordo com Jian et al. [75], os critérios de iniciação de liquefação de solo
saturado não podem ser usados para determinar a liquefação do IOF devido ao estado
insaturado nos modelos de testes. Pesquisas recentes observaram um fluxo ascendente de
água ao longo da coluna de solo em direção à superfície uma vez que a liquefação ocorreu
(KWA et al. [68]) e que o IOF da camada superior exibia comportamento de fluxo quando
os níveis d'água se aproximavam da superfície do recipiente (JIAN et al [75]). Dessa
forma, foi considerado que ocorreu liquefação da amostra de IOF no STT quando houve
mensuração de volume de água livre na superfície do recipiente.

57
3.4.2.1. Medição de parâmetros antes do STT

Para realização análise comparativa de parâmetros relacionados ao potencial de


liquefação, foi necessário que antes do STT, houvesse a compactação do IOF com o
socador de compactação em dois moldes cilindros, conforme mostrado na Figura 3.9.
O molde cilindro que chamamos de “Molde de Compactação” não foi instalado
na shake table e foi utilizado para extração de uma amostra para determinação do índice
de vazios (e) e conteúdo líquido de água em volume (ev), grau de saturação (S) e conteúdo
de água bruta (GWC), utilizando a Equação (5), (6), (7) e (8), respectivamente. Destaca-
se que não houve reuso de amostra de IOF.
No outro molde cilíndrico que chamamos de “Molde de teste”, foi realizada a
medição da altura (h1) e peso (m1) da amostra compactada, após as medições foi instalado
no aparelho de mesa de vibração.

Figura 3.9 - Determinação de parâmetros na metodologia desenvolvida neste estudo.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Ressalta-se que os parâmetros índice de vazios, conteúdo de água bruta e grau de


saturação das amostras do “Molde compactação” possuem mesma energia de
compactação, conteúdo de finos e umidade que suas respectivas as amostras do “Molde
teste”. Dessa forma, considera-se aceitável realizar comparações entre esses parâmetros
antes e depois do STT.

3.4.2.2. Medição de parâmetros após do STT

Como mostrado na Figura 3.10, logo após o STT, foi medida a profundidade de
penetração do bit (pbit), removido com seringa graduada o conteúdo de água superficial

58
(SWC) que recobria a amostra e finalizando com a medição da altura da amostra após o
teste (h2).
Após a retirada do bit de penetração do molde cilindro “Molde teste”, foi realizada
a extração de uma amostra para determinação do índice de vazios (e) e conteúdo líquido
de água em volume (ev), grau de saturação (S) e conteúdo de água bruta (GWC)
utilizando as Equações (5), (6), (7) e (8), respectivamente, para análise do comportamento
desses parâmetros quando submetidos a carga cíclica.
Neste estudo, são propostos os indicadores ISWC, Ip, para avaliação do potencial
de liquefação representados pelas Equação (11) e (12), respectivamente.

𝑝𝑏𝑖𝑡
𝐼𝑝 = 𝑚1 (11)
𝜋𝑟 2 ℎ1

Onde:
- 𝑝𝑏𝑖𝑡 corresponde a profundidade de penetração do bit em cm e a expressão
𝑚1 /𝜋𝑟 2 ℎ1 representa a densidade da amostra úmida antes do STT dada
em g/cm3.

𝑆𝑊𝐶
𝐼𝑆𝑊𝐶 = 𝑥 100, em percentual (12)
𝜋𝑟 2 ℎ2

Onde:
- SWC corresponde ao volume de água na superfície da amostra após o STT
em cm3 e a expressão 𝜋𝑟 2 ℎ2 representa o volume da amostra após o STT
dada em cm3.

O indicador Ip corresponde à relação entre a profundidade de penetração do bit e


a densidade da amostra antes do STT. Considerou-se que quanto maior a penetração do
bit, menor é a força de cisalhamento aparente da amostra de IOF, consequentemente,
maior o potencial de liquefação. Dessa forma, houve a necessidade de ponderar o
indicador Ip através da densidade da amostra úmida para possibilitar a comparação com
outras amostras de IOF com diferentes teores de umidade e tamanhos de partículas.
O indicador ISWC representa a relação entre o volume de água na superfície da
amostra e o volume da amostra após o STT. Considerou-se que a migração de umidade é

59
uma indicação de liquefação devido à perda aparente de resistência ao cisalhamento,
resultado da mudança da sucção matricial ou pressões dos poros dentro da amostra.
Assim, avalia-se que se a tensão efetiva for reduzida a quase zero pela alteração das
pressões dos poros, a resistência ao cisalhamento também será reduzida e a amostra
poderá se liquefazer.
Essa consideração tem base teórica a partir da Equação (12) amplamente aceita e
usada para determinar a resistência ao cisalhamento de um solo, comumente referida
como o critério de falha de Mohr-Coulomb. A Equação (13) expressa que a resistência ao
cisalhamento, τ, de um material granular é uma função de seu ângulo de atrito interno, φ′,
e coesão Coulomb, c′, junto com a estresse efetivo aplicada, σ′.

𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ 𝑡𝑎𝑛𝜑 ′ (13)

A estresse efetivo aplicada, σ′, da Equação (18) pode ser obtida pela equação de
Bishop's, Equação (14), usada para solos insaturados. A Equação (14) apresenta as
variáveis de pressão de ar dos poros, 𝑢𝑎 , pressão da água dos poros, 𝑢𝑤 , e a estresse
normal, σ, junto com o parâmetro, χ, que é um valor entre 0 e 1 relacionado ao grau de
saturação, onde 1 é totalmente saturado.

𝜎 ′ = (𝜎 − 𝑢𝑎 ) + 𝜒(𝑢𝑎 − 𝑢𝑤 ) (14)

De acordo com a Equação (19), em solos totalmente saturados (quando χ = 1), a


redução na tensão efetiva está diretamente relacionada à pressão da água dos poros (𝜎 ′ =
𝜎 − 𝑢𝑤 ). Em solos insaturados, quando o grau de saturação é baixo, a sucção do solo ou
pressão negativa da água dos poros ocorre dentro dos poros. Conforme a saturação é
aumentada, a sucção é reduzida e permite que a migração de umidade ocorra [23].

60
CAPÍTULO IV

4. CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL DA PESQUISA

Neste capítulo são apresentadas as metodologias de ensaio de caracterização da


amostra padrão utilizada em todos os estudos desenvolvidos nesta tese e nos artigos 1 e
2. Todos os ensaios foram realizados no Laboratório de Fluidos e Particulados do Núcleo
de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia (FLUIDAR/NDAE/UFPA) e no
Laboratório da Faculdade de Engenharia Civil (FEC/CAMTUC/UFPA), ambos da
Universidade Federal do Pará, campus Tucuruí. O fluxograma esquemático descrito na
Figura 4.1 contém as duas etapas desta tese.

Figura 4.1 - Fluxograma das etapas de organização desta tese.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

61
4.1. PROPRIEDADES DO MATERIAL

4.1.1. Determinação da distribuição granulométrica da amostra padrão

A análise granulométrica do minério de ferro seguiu todos os procedimentos


descritos na NBR 7181 [79] de laboratórios de solo. Os procedimentos para a análise
granulométrica do minério de ferro utilizada nesta tese e descrita nos artigos 1 e artigo 2,
foram realizados por peneiramento a seco, utilizando a série de peneiras normais com
aberturas de malhas em ordem decrescente de 9,5mm, 4,8mm, 2,4mm, 1,2mm, 0,6mm,
0,3mm, 0,15mm.
Na pilha da amostra original havia tamanhos de partículas de 9,5 mm a 25 µm
com conteúdo e finos em torno de 5,2%, onde neste estudo, os finos foram definidos como
partículas que passaram pela peneira nº 100 com tamanho de malha de 150 µm.
As propriedades físicas e distribuição de tamanho de partícula da amostra original
utilizadas durante todo o desenvolvimento deste estudo e dos artigos 1 e 2, bem como os
padrões para os quais os dados são obtidos, estão listados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Propriedades físicas e distribuição granulométrica da amostra original (5,2% finos) usada no
estudo.

Propriedades Normas Resultados


3
Massa específica do IOF, Gs (t/m ) NBR ISO 3852 [76] 4,7 t/m3
Densidade seca mínima (t/m3) NBR ISO 3852 [76] 2,75 t/m3
Densidade seca máxima (t/m3) NBR ISO 3852 [76] 3,03 t/m3
a
Distribuição do tamanho da partícula
Cascalho (4,75 – 75 mm) ASTM D2487-06 [89] 15,1%
Areia (0,075 – 4,75 mm) ASTM D2487-06 [89] 82,2%
Silte (< 75 μm) ASTM D2487-06 [89] 2,7%
Areia mal graduada
Classificação ASTM D2487-06 [89]
com cascalho (SP)
b
Coeficiente de curvatura (Cc)
ASTM D2487-06 [89] 0,95
(𝐷30 2 ⁄(𝐷10 𝑥𝐷60 ))
b
Coeficiente de uniformidade (Cu) (𝐷60 ⁄𝐷10 ) ASTM D2487-06 [89] 3,81
a
Distribuição do tamanho de partícula para a amostra de IOF pode ser vista na Figura 21.
b
D60, D30, e D10 são respectivamente os tamanhos de partícula correspondentes a 60, 30 e 10% mais finos
na curva de distribuição de tamanho de partícula cumulativa.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

A amostra de IOF testadas durante todo o desenvolvimento desta tese e contidas


nos artigos 1 e artigo 2, foram obtidas na indústria de mineração brasileira e escolhidas

62
por serem representativas em relação às cargas de IOF que saem do Brasil por navios
graneleiros. Nas Figuras 4.4 e 4.5 são apresentadas as curvas granulométricas das
amostras confeccionadas a partir da amostra original demonstrada na tabela 9 para os
ensaios desta tese e contidas nos artigos 1 e 2, respectivamente.

4.1.2. Curva granulométrica das amostras utilizadas nos ensaios do Artigo


1

A partir da amostra original de IOF (5,2% finos), mais três amostras foram
preparadas adicionando finos na proporção de 10%, 15% e 20%. As três pilhas de
amostra, agora com 15,6%, 19,3% e 22,6% de finos. Para este estudo, cada amostra
continha em média 5 kg, 2 kg e 1 kg para os ensaios do FTT, PFT e DST, respectivamente
como demonstrado na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Composição das amostras de ensaio desta tese.

Conteúdo de finos (%) das amostras deste estudo

ID Tipo de amostra *Partícula de IOF (%) Conteúdo de água bruta (%)


Amostra 1 original 5,2% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 2 Adição 10% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 3 Adição 15% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 4 Adição 20% 9%, 10%,11% e 12%
*Tamanho de partícula < 150 μm

Fonte: Autoria Própria, 2022.

As curvas de distribuição de tamanho de partícula das quatro pilhas de amostra


são mostradas na Figura 4.2. Os limites de alta e baixa susceptibilidade à liquefação do
solo mencionados em [27] são mostrados na Figura 4.3 e foram usados para auxiliar a
discussão da susceptibilidade à liquefação do solo das amostras IOF.

63
Figura 4.2 - Limites liquefáveis de solos [27] e distribuição de tamanho de partícula de IOF testada para
o manuscrito 1.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

4.1.3. Curva granulométrica das amostras utilizadas nos ensaios do Artigo


2

A partir da amostra original de IOF (5,2% finos), foram preparadas cinco


diferentes distribuições granulométricas com graduações de finos (< 150 μm) de 0%,
10%, 20%, 30% e 40%, como demostrado na Tabela 4.3. Para este estudo, cada amostra
continha em média 4 kg para cada um dos ensaios do MPFT e STT.

Tabela 4.3 - Composição das amostras de ensaio desta tese.

Conteúdo de finos (%) das amostras deste estudo

ID Tipo de amostra *Partícula de IOF (%) Conteúdo de água bruta (%)


Amostra 1 Original 5,2% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 2 Adição 10% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 3 Adição 20% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 4 Adição 30% 9%, 10%,11% e 12%
Amostra 5 Adição 40% 9%, 10%,11% e 12%
*Tamanho de partícula < 150 μm

Fonte: Autoria Própria, 2022.

64
As curvas de classificação das amostras de IOF para os cinco conteúdos de finos
são mostradas na Figura 4.3 e as propriedades físicas e a distribuição de tamanho de
partícula da amostra original (5,2% finos) utilizada no estudo são apresentados na Tabela
4.1.

Figura 4.3 - Limites liquefáveis de solos [27] e distribuição de tamanho de partícula de IOF testada para
o manuscrito 2.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

4.1.4. Determinação da massa específica do IOF

Para a determinação do TML nos testes de compactação MPFT e PFT é necessário


conhecer o parâmetro de massa específica do sólido (ρ), e o Código IMSBC sugere a
aplicação de uma norma nacional ou internacional para a obtenção deste parâmetro.
O ensaio utilizado em todos os estudos desenvolvidos nesta tese e nos artigos 1 e
2 para medir a massa específica de sólidos é o descrito na NBR ISO 6508 [80]. Este
método prescreve a determinação da massa específica dos grãos de solo que passaram na
peneira de 4,8mm, por meio do picnômetro, através da realização de pelo menos dois
ensaios.
Um picnômetro consiste, basicamente, num balão de vidro com fundo chato,
equipado com uma rolha também de vidro, através da qual passa um canal capilar,
conforme ilustrado na Figura 4.6. O volume do picnômetro utilizado neste estudo foi de

65
25 ml, comumente utilizado para determinar densidade de sólidos, em particular, de
minérios ou minerais.

Figura 4.4 - Picnômetro com minério de ferro e água.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

O resultado foi considerado satisfatório quando entre três ensaios o resultado não
diferiu de mais que 0,02 g/cm³. Toda a preparação das amostras para o ensaio seguiu os
padrões da NBR 3082 [81]. Os resultados dos ensaios são apresentados nas Tabelas 4.1.

66
CAPÍTULO V

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. ARTIGO 1: INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO DE


PARTÍCULA DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO
DURANTE O TRANSPORTE MARÍTIMO

5.1.1. Resumo

Nesta seção serão apresentados e discutidos a primeira parte dos resultados desta
tese, publicados no artigo “Influence of particle size distribution of iron ore fines on
liquefaction during marine transportation,” na revista Powder Technology, volume 373,
agosto 2020 (Apêndice B).
Este estudo foi motivado pelos vários incidentes com graneleiros, incluindo perda
de vidas e navios, que ocorreram devido à liquefação de granéis sólidos. Dessa forma,
este estudo teve como objetivo investigar a influência da distribuição granulométrica de
IOF sobre o potencial de liquefação de granéis para transporte marítimo. A correlação do
potencial de liquefação com a distribuição de tamanho de partícula IOF é de grande
interesse para as empresas de transporte de minério, pois elas têm uma variedade de
tamanhos de IOF que podem ser misturados para melhorar o potencial de liquefação.
O efeito da distribuição de tamanho de partícula IOF no TML foi investigado
usando o teste de mesa de fluxo e o Proctor-Fagerberg test, e o comportamento dos
parâmetros de resistência ao cisalhamento foi estudado realizando um teste de
cisalhamento direto para diferentes conteúdos de finos. As amostras foram preparadas
contendo tamanhos de partículas de 9,5 mm a 25 μm com teores de finos (<150 μm) de
5,2%, 15,6%, 19,3% e 22,6%.
Ainda neste estudo, foi proposta uma metodologia para classificar o potencial de
liquefação de amostras de IOF, com o objetivo de auxiliar as transportadoras a definirem
os mixes de tamanhos de IOF. A concordância entre os dados experimentais e teóricos é
observada e discutida.

67
5.1.2. Relação entre distribuição de tamanho de partícula e resistência ao
cisalhamento Teste de Cisalhamento Direto (DST)

A Tabela 5.1 mostra os parâmetros de resistência ao cisalhamento resultantes


produzidos a partir do DST para cada amostra de IOF. Além disso, as envoltórias de falha
em termos de tensões efetivas aglomeradas por amostras da mesma umidade são
mostradas nas Figura 5.1 a 5.4. Faixas de fator de coesão de 2,1–3,0, 2,1–2,9, 2,4–3,6 e
1,9–4,3 são observadas para valores de GWC de 9%, 10%, 11% e 12%, respectivamente,
e intervalos de ângulo de atrito interno de 21,3-29,8, 21,8-31,2, 23,7-35,6 e 23,6-39,5 são
observados para os mesmos valores de GWC de 9%, 10%, 11% e 12%, respectivamente.

Tabela 5.1 - Resultados e condições produzidos pelo DST.

Resultados dos
Parâmetros de
Teste 1 Teste 2 Teste 3
resistência ao
cisalhamento
ID
Pressão Pressão Pressão Ângulo
Pico de tensão Pico de tensão Pico de tensão
vertical vertical vertical de atrito Coesão
de cisalhamento de cisalhamento de cisalhamento
líquida líquida líquida interno (kPa)
(kPa) (kPa) (kPa)
(kPa) (kPa) (kPa) (°)
DST1.1 4 4,2 6 5,6 9 6,4 21,3 3,0
DST2.1 4 4,3 6 5,6 9 6,4 23,1 2,7
DST3.1 4 4,3 6 5,7 9 7,2 29,8 2,1
DST4.1 4 4,6 6 5,8 9 7,3 28,2 2,5
DST1.2 4 3,9 6 5,5 9 6,0 21,8 2,6
DST2.2 4 4,1 6 5,5 9 6,3 23,1 2,6
DST3.2 4 4,3 6 6,1 9 7,4 31,2 2,1
DST4.2 4 5,0 6 6,9 9 8,1 31,1 2,9
DST1.3 4 3,8 6 5,5 9 6,1 23,7 2,4
DST2.3 4 4,2 6 5,9 9 6,9 27,6 2,4
DST3.3 4 5,6 6 7,2 9 9,2 35,6 2,8
DST4.3 4 6,2 6 7,4 9 9,4 32,7 3,6
DST1.4 4 4,0 6 5,0 9 6,2 23,6 2,3
DST2.4 4 4,2 6 6,2 9 7,5 32,7 1,9
DST3.4 4 6,2 6 7,5 9 9,5 33,4 3,6
DST4.4 4 7,3 6 9,6 9 11,5 39,5 4,3

Fonte: Autoria Própria, 2022.

68
Figura 5.1 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de tamanho de
partícula e conteúdo de umidade 9% GWC.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Figura 5.2 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de tamanho de
partícula e conteúdo de umidade 10% GWC.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

69
Figura 5.3 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de tamanho de
partícula e conteúdo de umidade 11% GWC.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Figura 5.4 - Envoltória de falha resultante para amostras com diferentes distribuições de tamanho de
partícula e conteúdo de umidade 12% GWC.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Considerando como referência os parâmetros de resistência ao cisalhamento


obtidos em (ZHOU et al. [82]), onde as amostras foram preparadas com uma composição
baseada em um modelo de granulação balanceada por população, incluindo dois tipos de
IOF brasileiro, e os testes foram realizados com valores de pressão vertical semelhantes,
resultados próximos aos atingidos neste estudo.
Zhou et al. (ZHOU et al. [82]) obtiveram uma faixa de valor do fator de coesão
de, aproximadamente, 1,4–2,8 kPa e um valor de ângulo de atrito interno médio de,
aproximadamente, 32,6 ° para amostras com 10% de concentrado e sem adição de cal
hidratada.

70
Os resultados listados na Tabela 5.1 indicam que para cada teor de umidade, a
adição de finos IOF proporciona um aumento no ângulo de atrito interno até um
determinado teor de finos (conhecido como Conteúdo de Finos Transicionais (TFC)
(YANG et al. [36]). Após o TFC, um aumento adicional nos finos IOF produziu uma
diminuição no ângulo de atrito interno, como pode ser visto na Figura 5.5.
Para 9%, 10% e 11% GWC, o TFC está na faixa de 15,6% 22,6% de finos de IOF
e para o GWC de 12% não foi encontrado TFC na faixa de 5,2% -22,6% dos finos de
IOF.

Figura 5.5 - Ângulo de atrito interno para amostras com o mesmo conteúdo de umidade.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Observou-se que entre as amostras de diferentes gradações de IOF houve variação


na coesão de Coulomb, sendo a variação mais significativa entre as amostras DST2.4 e
DST4.4 (grupo de maior umidade), com diferença maior que 125% entre as coesões. Não
parece haver conteúdo específico de multas relacionadas ao TFC para o fator de coesão.
Acredita-se que haja uma relação complexa entre a distribuição do tamanho de partícula
IOF e o fator de coesão e essa relação é dependente do teor de umidade, razão de vazios
e finos na amostra.
Experimentos e simulações de elementos discretos, onde a coesão de Coulomb
das esferas de areia e vidro estava no estado pendular, mostram que a coesão aumenta
com o conteúdo de água e a saturação a um máximo que depende apenas da natureza do
material (YANG et al. [36]). No entanto, parte dos resultados do presente trabalho foi
diferente devido às complexas interações dos componentes do IOF. Amostras com menor
graduação de IOF (5,2% e 15,6%) mostraram uma diminuição no fator de coesão com o
aumento do teor de umidade.

71
Este fenômeno é explicado qualitativamente pelo fato de que há menos contato
das partículas, menos partículas para separar no plano de cisalhamento e mais
acomodação de laminação do que para a deformação por cisalhamento. Nas amostras com
maiores gradações de finos IOF (19,3% e 22,6%) o fator de coesão aumentou com o teor
de umidade, conforme verificado em (BAGHERZADEH-KHALKHALI e
MIRGHASEMI et al. [83]).
Os parâmetros de resistência ao cisalhamento estão relacionados à resistência à
liquefação durante o transporte IOF, pois a carga contém umidade e o navio está sujeito
ao carregamento cíclico de suas próprias vibrações e efeitos das ondas do mar, com
acelerações típicas de 0,1g (IMO [84]). A liquefação ocorre quando há uma redução na
resistência ao cisalhamento (MUNRO E MOHAJERANI [85]).
Observou-se neste estudo que a distribuição granulométrica do IOF influencia os
parâmetros de resistência ao cisalhamento e, consequentemente, a resistência à
liquefação. Se os finos produzem coesão forte, a separação das partículas individuais é
inibida quando o IOF está prestes a se liquefazer, exibindo, portanto, alta resistência à
liquefação. Em contraste, se os finos consistirem em matéria livre de adesão, então ocorre
a separação das partículas individuais, de modo que o IOF contendo esses finos exibe
baixa resistência à liquefação.
Este estudo mostra que o aumento do teor de finos aumenta o ângulo de atrito
interno até o TFC, proporcionando maior resistência ao escoamento. Devido às
características do material granular, mais testes são necessários para garantir a
repetibilidade dos resultados.
Os resultados da Tabela 5.1 também mostram uma influência do conteúdo de finos
IOF no pico de tensão de cisalhamento. A Figura 5.6 mostra que para o mesmo GWC,
geralmente há um aumento no pico de tensão de cisalhamento com o aumento do teor de
finos. O mesmo comportamento é observado para a pressão vertical de 4 kPa e 6 kPa. Em
todos os GWC testados, a amostra IOF com o menor teor de finos apresentou o menor
pico de tensão de cisalhamento, indicando que era a mais suscetível à liquefação.

72
Figura 5.6 - Pico da tensão de cisalhamento para amostras com diferentes distribuições de tamanho de
partícula e conteúdo de umidade

Fonte: Autoria Própria, 2022.

O resultado deste estudo está de acordo com os achados de Taiba et al. [86], que
realizou testes em dois tipos de misturas areia-silte e observou que o pico de resistência
ao cisalhamento não drenado geralmente aumenta com o aumento de diferentes tamanhos
de grão de 0% a 40%.

5.1.3. Relação entre distribuição de tamanho de partícula e transportável


limite de umidade

Os valores de TML determinados por FTT e PFT para cada distribuição de


tamanho de partícula IOF mostraram resultados semelhantes, com o maior erro (<3,0%)
ocorrendo para a amostra de 22,6% de finos. A Tabela 5.2 apresenta os resultados obtidos
pelo FTT.

Tabela 5.2 - Resultados do FTT.

Massa antes da Massa depois da FMP TML


ID
secagem (g) secagem (g) (%) (%)

FTT1.1 52,97 48,66


9,21 8,29
FTT1.2 53,20 47,73
FTT2.1 53,17 48,50
9,40 8,46
FTT2.2 53,20 47,87
FTT3.1 53,27 48,50
9,98 8,98
FTT3.2 52,50 46,72
FTT4.1 53,22 48,51
10,46 9,41
FTT4.2 50,33 44,26

73
Fonte: Autoria Própria, 2022.

O comportamento da distribuição de tamanho de partícula IOF na liquefação pode


ser visto na Figura 5.7, que mostra as deformações plásticas de amostras com diferentes
teores de finos IOF e o mesmo alto teor de umidade (12%), onde o mesmo procedimento
que no FTT foi usado, mas sem a determinação de FMP e TML. Na Figura 5.7a, observa-
se que a amostra se liquefaz após 50 quedas usando o teste de mesa de fluxo.
Na Figura 5.7d, a amostra sofre deformação plástica, mas mantém uma grande
quantidade de material após o FTT. Assim, confirmam-se os resultados obtidos na Tabela
5.2, onde um aumento do teor de finos IOF aumenta a resistência à liquefação.

Figura 5.7 - Visualização do comportamento da distribuição de tamanho de partícula IOF na liquefação


após amostra FTT com a mesma umidade (12%). (a) 5,2% finos, (b) 15,6% finos, (c) 19,3% finos e (d)
22,6% finos.

5,2% Finos / 12% Umidade


15,6% Finos / 12% Umidade
(a) (b)

19,3% Finos / 12% Umidade


22,6% Finos / 12% Umidade
(c) (d)

Fonte: Autoria Própria, 2022.

As quatro curvas de compactação produzidas pelo PFT são mostradas na Figura


5.8. Além disso, o TML, onde o grau de saturação equivalente é igual a 70%, cruza suas
respectivas curvas. A Figura 5.8 mostra a relação entre a distribuição de tamanho de
partícula IOF e o TML, onde um aumento no TML é observado com o aumento nos finos
IOF.
Esse resultado pode ser explicado pelo efeito de ocupação, que corresponde à
presença de partículas grossas imersas nas partículas finas predominantes, substituindo

74
os vazios por massa sólida [87], ou seja, para o grau de saturação correspondente a 70%,
há um aumento no volume de vazios de partículas com o aumento do conteúdo de finos,
e TML é proporcional ao volume de vazios [87].
TML não é um parâmetro de resistência à liquefação; entretanto, para materiais
de baixa plasticidade, o TML segue a resistência à liquefação em relação à distribuição
do tamanho de partícula [87]. Os resultados de FTT e PFT mostram que há um aumento
no TML com o aumento dos finos IOF, indicando que a resistência à liquefação aumenta
com o aumento dos finos.
No entanto, não está descartado que haja um TFC para o TML desta carga IOF,
devido a estudos de comportamentos teóricos [88] e experimentais [36,86] de conteúdo
de finos relacionados ao índice de vazios que mostram TFC para os tipos de areias e
sedimentos testados.

Figura 5.8 - Curvas de compactação e TML produzidas pelo PFT.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

5.1.4. Metodologia para classificação do potencial de liquefação da amostra

Verificou-se neste estudo que a liquefiabilidade do IOF se correlaciona com o teor


de finos devido às características físicas dos próprios finos. Assim, foi proposta uma
metodologia para classificar o potencial de liquefação das amostras de IOF utilizando o
TML e o fator de coesão de Coulomb, a fim de contribuir para o desenvolvimento de
estratégias para mitigar os danos causados durante o transporte marítimo devido aos
fenômenos de liquefação.

75
A metodologia é baseada principalmente no valor de TML, e as amostras com o
maior potencial de liquefação serão aquelas com o menor TML. Para valores muito
próximos ao TML, o fator de coesão de Coulomb é usado, e as amostras com o maior
potencial de liquefação serão aquelas com o menor fator de coesão. Para um maior
potencial de liquefação, a liquefação de cargas a granel torna-se mais suscetível durante
o transporte marítimo.
O fator de coesão de Coulomb de cada amostra graduada foi calculado para um
GWC equivalente ao TML médio obtido pelo FTT e PFT, conforme listado na Tabela
5.3. O cálculo do fator de coesão de Coulomb foi realizado por extrapolação linear,
usando os dois dados mais próximos de o respectivo grupo de amostra, conforme
mostrado na Tabela 5.1.
A Tabela 5.3 lista a classificação do potencial de liquefação das amostras de IOF
deste estudo usando a metodologia proposta. Neste caso, houve variações significativas
de TML para amostras com diferentes gradações de finos, portanto, não foi necessário
usar o fator de coesão de Coulomb para classificação de liquefação potencial das amostras
IOF. A Tabela 14 mostra que o potencial de liquefação diminuiu com o aumento dos finos
IOF.

Tabela 5.3 - Classificação do potencial de liquefação das amostras de IOF.

* **
Amostra TML (%) Coesão (kPa) Classificação das amostras
5,2% Finos 8,3 3,3 Maior potencial de liquefação
15,6% Finos 8,6 2,7 Alto potencial de liquefação
19,3% Finos 9,0 2,1 Baixo potencial de liquefação
22,6% Finos 9,5 2,7 Menor potencial de liquefação
Tamanho da partícula < 150 μm.
*
**
Média entre FFT TML e PFT TML.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

5.1.5. Conclusão do capítulo

Este estudo investigou a influência da distribuição do tamanho de partícula IOF


no potencial de liquefação de cargas a granel durante o transporte marítimo. À luz das
evidências experimentais, apresenta-se as seguintes conclusões

1. Os resultados do DST demonstraram que os parâmetros de resistência ao


cisalhamento são alterados pelo teor de finos IOF, com um Teor de Finos Transicionais

76
(TFC) para o ângulo de atrito interno. Existe uma relação complexa entre a distribuição
de tamanho de partícula IOF e o fator de coesão de Coulomb, que é influenciado pelo teor
de umidade, teor de finos e razão de vazios
2. Para o mesmo teor de umidade, o teor de finos adicionais aumentou a tensão de
cisalhamento de pico, indicando que as amostras de IOF com menor teor de finos são
mais suscetíveis à liquefação.
3. Os resultados de FTT e PFT mostraram que a adição de finos aumentou o TML,
consequentemente diminuindo o potencial de liquefação. Os resultados deste estudo
demonstram claramente que a adição de finos aumenta a resistência à liquefação; no
entanto, como apenas quatro classificações diferentes de finos foram realizadas, um TFC
para resistência à liquefação não está descartado.
Por fim, neste estudo, foi proposta uma metodologia para classificar o potencial
de liquefação das amostras de IOF considerando o TML e o fator de coesão de Coulomb;
a metodologia fornece parâmetros úteis para empresas de transporte marítimo que tentam
determinar misturas de tamanhos de IOF. Assim, novos estudos relacionados à
distribuição granulométrica do IOF sobre o potencial de liquefação de cargas a granel
para transporte marítimo são incentivados.

77
5.2. ARTIGO 2: TESTE DE MESA DE AGITAÇÃO PARA ANÁLISE DO
POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO

5.2.1. Resumo

Nesta seção serão apresentados e discutidos a segunda parte dos resultados desta
tese, submetidos para a Applied Ocean Research no dia 18 de março de 2022 (Apêndice
C).
Atualmente, os regulamentos da IMO não estão sendo capazes de controlar o
potencial de liquefação de cargas liquefáveis e reduzir os incidentes de deslocamento de
carga. O único parâmetro, usado pela IMO, para minimizar o risco de liquefação de cargas
do 'Grupo A' para transporte em navios graneleiros é o TML.
Dessa forma, esta pesquisa buscou desenvolver uma metodologia experimental
utilizando o STT para análise do potencial de liquefação de IOF. A verificação dos
resultados foi realizada utilizando o MPFT, que é o método específico para determinação
de TML em IOF. Além disso, foram propostos indicadores para avaliação do potencial
de liquefação baseados no conteúdo de água superficial e na profundidade da penetração
do bit.
O STT e MPFT foram realizados em amostras com tamanhos de partículas de 9,5
mm a 25 μm e foram preparadas com conteúdo de finos (<150 μm) de 0%, 10%, 20%,
30% e 40%. As descobertas deste estudo são úteis para compreender o comportamento
do potencial liquefação de IOF sob carregamento dinâmico e as propostas de indicadores
para potencial de liquefação fornecem parâmetros úteis para empresas de transporte
marítimo que buscam mitigar o risco de liquefação em amostras com diferentes conteúdos
de finos e umidades.
Note-se que apenas pequenas alterações foram feitas nesta seção para sua inclusão
nesta tese, essas diferenças são para criar uniformidade no documento atual. Além disso,
a numeração da figura, tabela e equação pode diferir devido ao fato de serem contínuas
ao longo deste documento. As exclusões feitas e não incluídas neste capítulo são para
evitar a duplicação.

79
5.2.2. Resultados do MPF

Na Tabela 5.4 são apresentados os resultados produzidos pelo MPFT. Para cada
conteúdo de finos, as curvas de compactação e os TML são mostrados na Figura 5.9.
Esses resultados mostram a relação entre o teor de água bruta e índice de vazios.

Tabela 5.4 – Resultados do MPFT.

Índice Conteúdo Grau


TML
ID de vazios de água bruta de saturação
(%)
(e) (GWC) (%) (S) (%)
00MPFT01 0,78 3,66 22,04
00MPFT02 0,93 5,73 28,94
00MPFT03 0,87 7,46 40,14
10,6
00MPFT04 0,69 9,48 64,36
00MPFT05 0,59 11,40 91,63
00MPFT06 0,61 12,20 94,76
10MPFT01 0,78 3,79 22,67
10MPFT02 0,88 5,55 29,12
10MPFT03 0,86 7,16 39,06
10,1
10MPFT04 0,73 8,94 57,32
10MPFT05 0,56 10,52 88,71
10MPFT06 0,59 12,14 96,42
20MPFT01 0,76 3,48 21,67
20MPFT02 0,86 5,27 28,87
20MPFT03 0,83 7,14 40,27
9,6
20MPFT04 0,60 8,95 70,04
20MPFT05 0,54 10,81 94,06
20MPFT06 0,56 11,71 97,58
30MPFT01 0,78 3,71 22,43
30MPFT02 0,87 5,30 28,59
30MPFT03 0,84 7,41 41,44
9,9
30MPFT04 0,61 9,35 72,14
30MPFT05 0,54 11,09 95,87
30MPFT06 0,56 11,56 97,51
40MPFT01 0,82 3,52 20,11
40MPFT02 0,89 5,66 29,78
40MPFT03 0,85 7,44 41,23
10,3
40MPFT04 0,66 9,29 66,24
40MPFT05 0,56 11,30 94,32
40MPFT06 0,58 11,84 96,38

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Os resultados listados na Tabela 5.4 indicam que para cada a adição de finos de
IOF proporciona um aumento no TML até um determinado teor de finos (conhecido como
transitional fines content (TFC) [37].

80
Figura 5.9 - Curva de compactação e TML produzida pelo MPFT.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Na Figura 5.10 é mostrada a influência do conteúdo de finos no TML e indicado


o TFC que corresponde ao menor percentual de finos. Observa-se na Figura 5.10 que a
adição do conteúdo de finos em percentuais inferiores a 20% há um decaimento do TML,
por decorrência da redução no índice de vazios, que atinge um mínimo próximo a este
valor.
Neste trecho ocorre o efeito de preenchimento, com partículas finas ocupando
vazios entre as partículas grossas. A partir do TFC, há elevação do TML com a adição de
conteúdo de finos. Neste trecho da curva ocorre o efeito estrutural de ocupação, que
corresponde à presença das partículas grossas imersas em meio às partículas finas,
substituindo vazios por massa sólida [75].

Figura 5.10 - Influência do teor de finos no TML.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

81
5.2.3. Resultados do STT

Logo após o início do STT, as amostras de IOF sofreram compactação uma vez
que foram observados recalques em todos os testes. Foi considerado que os totais
recalques são as diferenças entre as alturas das amostras antes (h 1) e depois (h2) do STT.
Em diversos ensaios foram observados água na superfície da amostra, indicando que
houve migração de umidade. A Tabela 5.5 apresenta os resultados de migração de
umidade até superfície da amostra produzidos a partir do STT.

Tabela 5.5 - Resultados da migração de umidade para a superfície da amostra produzida pelo
STT.

Conteúdo de água Volume da amostra após o


ISWC Liquefação
ID superficial STT
(%) ?
(SWC) (cm3) (cm3)
00STT09 0,0 1425,0 0,00 Não
00STT10 6,0 1396,7 0,43 Sim
00STT11 13,5 1362,8 0,99 Sim
00STT12 47,0 1340,2 3,51 Sim
10STT09 0,0 1413,7 0,00 Não
10STT10 4,0 1396,7 0,29 Sim
10STT11 5,0 1368,4 0,37 Sim
10STT12 28 1328,8 2,11 Sim
20STT09 0,0 1379,7 0,00 Não
20STT10 3,0 1345,8 0,22 Sim
20STT11 3,4 1332,2 0,26 Sim
20STT12 4,0 1325,5 0,30 Sim
30STT09 0,0 1385,4 0,00 Não
30STT10 0,0 1345,8 0,00 Não
30STT11 1,0 1332,2 0,08 Sim
30STT12 1,2 1317,5 0,09 Sim
40STT09 0,0 1413,7 0,00 Não
40STT10 0,0 1391,0 0,00 Não
40STT11 0,0 1357,1 0,00 Não
40STT12 0,8 1340,2 0,06 Sim

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Observa-se na Tabela 5.5 que a migração da umidade até superfície da amostra


não ocorreu quando o GWC estava em 9% para todos os conteúdos de finos (amostras
00STT09, 10STT09, 20STT09, 30STT09 e 40STT09). Também não foi verificado água
na superfície das amostras constituídas de 30% de finos com 10% de GWC (amostra
30STT10) e 40% de finos com 10% (amostra 40STT10) e 11% de GWC (amostra
40STT11).

82
Para essas amostras a camada superior do IOF não exibia comportamento de
fluxo caracterizando que não ocorreu liquefação. Nas demais amostras que houve
aparecimento de água na superfície, uma camada de IOF livre caracterizou a liquefação
da amostra. Uma melhor visualização desses resultados pode ser realizada através da
Figura 5.11.
Ainda na Figura 5.11, observa-se que o indicador ISWC apresentou um
comportamento semelhante ao SWC para uma mesma quantidade de finos, devido o STT
ter realizado uma densificação das amostras com pouca variação de volume. Dessa forma,
maiores valores de ISWC indica maior migração de umidade até a superfície da amostra e
consequentemente que o potencial de liquefação do IOF é função do conteúdo de
migração de umidade.

Figura 5.11 - Resultados do parâmetro SWC e indicador ISWC após STT.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Os resultados do STT apresentaram que, para um mesmo GWC, houve uma


diminuição do SWC de acordo com o aumento do conteúdo de finos. Observa-se que nas
amostras com ausência de finos, houve um crescimento muito significativo de SWC e
para as amostras com 40% de finos houve SWC apenas para 12% de GWC, indicando
que para um mesmo conteúdo de finos de IOF, houve aumento do SWC de acordo com o
crescimento do GWC. Os autores presumem que houve um rearranjo das partículas,
principalmente do conteúdo de finos, que proporcionou uma menor condutividade
hidráulica.
Essas observações são coerentes com os resultados apresentados na Tabela 5.6,
onde verifica-se que o carregamento dinâmico aplicado no STT, ocasionou redução no

83
índice de vazios, aumento do grau de saturação e densificação da amostra. A faixa de
valores desses parâmetros está de acordo com estudo [8] que utiliza IOF com
propriedades físicas semelhantes.

Tabela 5.6 - Parâmetros de compactação de amostra antes e depois de STT.

Antes STT Depois STT


b b b
a Conteúdo a a b a Conteúdo a a Altura
Índice de água Grau de Densidade Altura da Índice de água Grau de Densidade
ID da
de bruta saturação da amostra amostra de bruta saturação da amostra amostra
vazios (GWC) (S) úmida (h1) vazios (GWC) (S) úmida
3 3 (h2)
(e) (%) (%) (g/cm ) (cm) (e) (%) (%) (g/cm )
(cm)
00STT09 0,78 9,4 62,5 2,92 12,90 0,74 9,3 68,2 2,99 12,60
00STT10 0,76 10,8 74,4 2,99 12,75 0,70 10,5 77,8 3,08 12,35
00STT11 0,76 11,4 79,7 3,02 12,55 0,69 10,9 83,2 3,12 12,05
00STT12 0,75 12,7 91,7 3,08 12,65 0,63 11,3 94,9 3,25 11,85
10STT09 0,78 9,2 61,1 2,90 12,80 0,75 9,2 65,1 2,97 12,50
10STT10 0,78 10,4 69,8 2,96 12,80 0,71 9,8 72,1 3,05 12,35
10STT11 0,77 11,3 78,2 3,00 12,70 0,68 10,7 83,0 3,14 12,10
10STT12 0,74 12,4 90,0 3,08 12,30 0,67 11,2 95,5 3,20 11,75
20STT09 0,77 9,4 62,8 2,92 12,85 0,67 9,3 64,0 3,08 12,20
20STT10 0,76 10,0 68,7 2,97 12,60 0,66 9,7 77,1 3,14 11,90
20STT11 0,75 11,0 77,7 3,02 12,55 0,65 10,7 93,0 3,21 11,78
20STT12 0,73 12,7 93,5 3,11 12,20 0,65 12,1 95,6 3,23 11,72
30STT09 0,76 9,1 61,7 2,93 12,90 0,68 9,1 69,9 3,09 12,25
30STT10 0,76 10,5 72,9 2,99 12,50 0,66 10,5 75,7 3,14 11,90
30STT11 0,75 11,4 81,5 3,04 12,40 0,65 11,2 90,3 3,20 11,78
30STT12 0,73 12,6 92,2 3,10 12,10 0,65 12,4 93,8 3,22 11,65
40STT09 0,82 9,0 57,3 2,87 13,00 0,75 9,0 62,6 2,96 12,50
40STT10 0,78 10,4 70,0 2,98 12,85 0,71 10,4 77,2 3,07 12,30
40STT11 0,75 11,0 77,2 3,02 12,50 0,68 10,9 86,4 3,14 12,00
40STT12 0,72 12,6 94,4 3,13 12,15 0,66 12,5 95,3 3,20 11,85
a b
Molde de compactação. Molde de teste.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Os assentamentos totais estão na faixa de 3 mm a 8 mm, conforme mostrados na


Figura 5.12. Esses valores são menores que os obtidos no estudo [84] que utilizou STT
em materiais bem graduados contendo de finos de 18% e 28%. A divergência entre os
resultados é devida as diferenças de dimensões dos moldes cilindros, quantidade de
material utilizado e a energia de compactação das amostras.

84
Figura 5.12 - Assentamento total após STT.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Os resultados apresentados na Tabela 5.6 foram obtidos antes e após o STT,


portanto, o processo de migração de umidade durante o STT não foi averiguado/estudado.
Investigações mais aprofundadas com medições de poros pressões e umidade durante o
teste são incentivadas para melhor compreender processo de migração de umidade.
Os resultados apresentados na Tabela 5.7 indicam que o conteúdo de finos e
umidade das amostras possuem influência no processo de liquefação de IOF quando
submetido a carregamento dinâmico. Observou-se que para as amostras que sofreram
liquefação o bit de penetração atingiu o fundo do molde cilindro e nas amostras que não
sofreram liquefação houve significativa redução na penetração do bit, conforme caso
exemplo das amostras 00STT09 e 00STT12, respectivamente, mostrado na Figura 5.13.

Tabela 5.7 - Resultados de penetração de bits produzidos pelo STT.

Conteúdo de água Volume da amostra após o


ISWC Liquefação
ID superficial STT
(%) ?
(SWC) (cm3) (cm3)
00STT09 0,0 1425,0 0,00 Não
00STT10 6,0 1396,7 0,43 Sim
00STT11 13,5 1362,8 0,99 Sim
00STT12 47,0 1340,2 3,51 Sim
10STT09 0,0 1413,7 0,00 Não
10STT10 4,0 1396,7 0,29 Sim
10STT11 5,0 1368,4 0,37 Sim
10STT12 28 1328,8 2,11 Sim

85
20STT09 0,0 1379,7 0,00 Não
20STT10 3,0 1345,8 0,22 Sim
20STT11 3,4 1332,2 0,26 Sim
20STT12 4,0 1325,5 0,30 Sim
30STT09 0,0 1385,4 0,00 Não
30STT10 0,0 1345,8 0,00 Não
30STT11 1,0 1332,2 0,08 Sim
30STT12 1,2 1317,5 0,09 Sim
40STT09 0,0 1413,7 0,00 Não
40STT10 0,0 1391,0 0,00 Não
40STT11 0,0 1357,1 0,00 Não
40STT12 0,8 1340,2 0,06 Sim
a
Resultado de liquefação extraído da Tabela 14.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Observa-se na Figura 5.13a que na amostra 00STT09 não houve o surgimento de


SWC e não houve penetração do bit até o fundo do molde cilíndrico. Também foi
observado que a amostra não atingiu estado de fluxo. Na Figura 5.13b verifica-se uma
amostra liquefeita, com significativa SWC e penetração do bit até o fundo do molde
cilíndrico.

Figura 5.13 - Profundidade de penetração do bit. (a) Amostra 00STT09 e (b) Amostra 00STT12.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Nas amostras que não sofreram liquefação, para 9% de GWC, verificou-se uma
redução da profundidade de penetração do bit de acordo com crescimento do conteúdo de

86
finos. Verificou-se ainda, nas amostras com 30% e 40% de finos que não sofreram
liquefação, que para o mesmo conteúdo de finos, a profundidade de penetração do bit
aumentou com o crescimento da umidade, resultados semelhantes foram observados em
[8].
Na Figura 5.14 é mostrada a profundidade de penetração do bit em percentual da
altura final (h2). Nas amostras que não tiveram o bit de penetração atingindo o fundo do
molde cilíndrico o valor percentual de penetração é menor que 100%.

Figura 5.14 - Profundidade de penetração do bit em percentual da altura final da amostra.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Os resultados encontrados nesse estudo que correlacionam densidade e conteúdo


de finos com potencial de liquefação são coerentes com os resultados observados no
estudo [33], em que as amostras com as mesmas densidades foram mais resistentes à falha
cíclica se contiverem maiores teores de finos.
As amostras que não sofreram liquefação e possuem mesma densidade da amostra
úmida antes do STT apresentam redução da profundidade de penetração do bit com
crescimento do conteúdo de finos e para as amostras que sofreram liquefação com a
mesma densidade de amostra úmida antes do STT observou-se redução do SWC de
acordo com aumento do conteúdo de finos.
O indicador Ip apresentou um comportamento semelhante ao da profundidade de
penetração do bit para as amostras que não sofreram liquefação, devido as densidades das

87
amostras variarem pouco, conforme mostrado na área destacada na Figura 5.15. Portanto,
para as amostras que não sofreram liquefação, menores valores de I p indica menor
potencial de liquefação.
Os resultados da Figura 5.15 mostram que as amostras com valores de Ip menores
que 3,63 não sofreram liquefação, dessa forma, este indicador pode ser aplicado para
classificação de potencial de liquefação. Não é pertinente a análise do indicador I p para
as amostras que sofreram liquefação, pois a penetração do bit foi limitada pelo fundo do
molde cilíndrico.

Figura 5.15 - Curva do indicador Ip.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Com base nos testes realizados, observa-se que a profundidade de penetração do


bit é uma função do tempo e amplitude do carregamento dinâmico, dessa forma, uma
investigação mais aprofundada é necessária para determinar a importância desses
parâmetros na profundidade de penetração do bit, consequentemente, no potencial de
liquefação.

5.2.4. Verificação dos resultados do STT

Para verificação dos resultados do STT foram utilizados os parâmetros


relacionados a liquefação, com destaque ao TML produzido pelo MPFT. De acordo com
FERREIRA [87], o TML não é um parâmetro de resistência à liquefação, mas sim um

88
valor de umidade máxima que corresponde a um grau de saturação baixo o suficiente para
que não ocorra liquefação ou instabilidade da pilha nas condições de carregamento cíclico
às quais a carga é submetida no transporte marítimo.
Observa-se na Figura 5.10 que o menor TML obtido foi de 9,6% para a amostra
com conteúdo de finos de 20%. Esse resultado produzido pelo MPFT é coerente com os
resultados produzidos pelo STT mostrado na Tabela 5.5, em que as amostras com GWC
antes do STT em torno de 9% (00STT09, 10STT09, 20STT09, 30STT09 e 40STT09) não
sofreram liquefação. Estes resultados indicam que para uma umidade abaixo de
aproximadamente 9%, não ocorreria liquefação durante o transporte marítimo com uma
carga deste tipo de IOF.
Verifica-se na Figura 5.10 um TML de 10,6%, 10,1% e 9,6% para as amostras
com conteúdo de finos de 0%, 10% e 20%, respectivamente. Houve liquefação nas
amostras 00STT10, 10STT10 e 20STT10 que possuíam GWC antes do STT de 10,8%
10,4% e 10,0%, respectivamente, conforme mostrado na Tabela 5.6. Portanto, os
resultados de liquefação produzidos pelo STT, correspondem aos resultados de TML
produzidos pelo MPFT, uma vez que o GWC de cada amostra estava acima do seu
respectivo TML.
A Figura 5.10 mostra que o maior TML obtido foi de 10,6% para as amostras sem
conteúdo de finos. Foi observado liquefação nas amostras 00STT11, 10STT11, 20STT11
e 30STT11 que possuíam GWC antes do STT em torno de 11%, conforme mostrado na
Tabela 5.6. Estes resultados de liquefação obtidos pelo STT estão coerentes com seus
respectivos TML produzidos pelo MPFT.
De acordo com os resultados de TML produzidos pelo MPFT, as amostras
30STT10, 40STT10 e 40STT11 que estavam com GWC antes do STT de 10,5%, 10,4%
e 11,0%, respectivamente, conforme mostrado na Tabela 5.6, deveriam ter apresentado
liquefação, pois essas umidades estão acima do TML de suas respectivas amostras;
entretanto, não foi observado SWC e estado de fluxo nas amostras. Os autores presumem
que valores de GWC muito próximos ao TML, podem causar essa discordância devido o
tempo e amplitude da vibração aplicados no STT, previsto na norma ASTM D4253-00
[78], não ser específica para IOF.
Finalizando, como esperado houve liquefação em todas as amostras com GWC
em torno de 12%, devido o maior TML ser de 10,6% para amostra sem conteúdo de finos.
De forma geral, verifica-se que o estado de liquefação produzido pelo STT possui
correspondência com o TML produzido pelo MPFT.

89
Neste estudo, a amplitude de deslocamento, frequência de vibração e tempo total
aplicados no STT produziram nas amostras de IOF valores de índice de vazios, grau de
saturação e densidade de amostra úmida que foram comparados com os valores
produzidos pelo MPFT.
Observa-se na Tabela 5.8 que amostras submetidas ao STT e MPFT com GWC
próximos (maior erro igual a 3,6%), possuem maior erro para índice de vazios de 20,6%
para amostra de 20% de finos com GWC em torno de 11%, maior erro para grau de
saturação de 12,0% para amostra de 10% de finos com GWC em torno de 9% e maior
erro para densidade da amostra úmida de 6,3% para amostra de 40% de finos com GWC
em torno de 11%. Esses resultados indicam que a metodologia experimental que foi
desenvolvida usando mesa de vibração, produz uma densificação em amostras de IOF
equivalente a metodologia de compactação MPFT.

Tabela 5.8 - Comparação dos parâmetros das amostras submetidas ao STT e MPFT.

Erro
Conteúdo Densidade
Erro Índice de Erro Grau de Densidade
de água Erro (S) da amostra
ID (GWC) vazios (e) saturação da amostra
bruta (%) úmida
(%) (e) (%) (S) (%) úmida
(GWC) (%) (g/cm3)
(%)
00STT09 9,3 0,74 68,2 2,99
2,1 6,8 5,6 1,6
00MPFT04 9,5 0,69 64,4 3,04
00STT12 11,3 0,63 94,9 3,25
0,9 6,3 3,5 0,9
00MPFT05 11,4 0,59 91,6 3,28
10STT09 9,2 0,75 65,1 2,97
3,3 2,7 12,0 0,7
10MPFT04 8,9 0,73 57,3 2,95
10STT11 10,7 0,68 83,0 3,14
1,9 17,6 6,4 6,0
10MPFT05 10,5 0,56 88,7 3,34
20STT09 9,3 0,67 64,0 3,08
3,2 10,4 8,6 3,8
20MPFT04 9,0 0,60 70,0 3,20
20STT11 10,7 0,68 83,0 3,21
0,9 20,6 11,8 5,0
20MPFT05 10,8 0,54 94,1 3,38
30STT09 9,1 0,68 69,9 3,09
3,2 10,3 3,1 3,1
30MPFT04 9,4 0,61 72,14 3,19
30STT11 10,7 0,65 93,0 3,20
3,6 16,9 3,0 5,3
30MPFT05 11,1 0,54 95,87 3,38
40STT09 9,0 0,75 62,6 2,96
3,2 12,0 5,5 4,5
40MPFT04 9,3 0,66 66,24 3,10
40STT11 10,9 0,68 86,4 3,14
3,5 17,6 8,4 6,3
40MPFT05 11,3 0,56 94,32 3,35
a
Particle size < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

90
5.2.5. Conclusão do capítulo

Este estudo, usando STT e MPFT, investigou a resposta de liquefação do IOF para
uma ampla gama de finos e teores de umidade comumente transportados via graneleiros.
Uma metodologia experimental foi desenvolvida utilizando uma mesa de agitação para
investigar os parâmetros que influenciam o potencial de liquefação de cargas a granel sob
carregamento cíclico. A partir dos resultados experimentais, apresenta-se as seguintes
conclusões:
1. Os resultados do MPFT mostram que o teor de finos do minério de ferro
influencia significativamente o TML. Em particular, o TML diminuiu até o teor de finos
de transição (TFC), após o qual passou a aumentar.
2. Em geral, os resultados de liquefação obtidos com a metodologia proposta com
STT foram consistentes com o TML produzido pelo MPFT. Não houve liquefação nas
amostras onde GWC foi menor que TML e houve liquefação na maioria das amostras
onde GWC foi maior que TML.
3. O potencial de liquefação do IOF correlaciona-se com a migração de umidade
para a superfície, e esses fenômenos dependem dos finos e teores de umidade. Para o
mesmo teor de finos, o SWC aumenta com o aumento do GWC, e para o mesmo teor de
umidade, o SWC diminui com o aumento do teor de finos.
4. A aplicação da metodologia experimental desenvolvida usando STT causou
uma redução na razão de vazios nas amostras de IOF, um aumento no grau de saturação
e uma redução na densidade da amostra úmida, com valores comparáveis aos da
metodologia de compactação MPFT.
5. Para as amostras com a mesma densidade de amostra úmida antes do STT, o
potencial de liquefação do IOF apresentou relação inversa com o teor de finos. Nas
amostras que não sofreram liquefação, para a mesma densidade, houve redução na
profundidade de penetração da broca com o aumento do teor de finos. Nas amostras que
sofreram liquefação, para a mesma densidade, houve redução do SWC com o aumento
do teor de finos.
6. Os indicadores propostos, Ip e ISWC, são parâmetros úteis para avaliar o
potencial de liquefação do IOF em amostras com diferentes finos e teores de umidade;
para o IOF testado, um Ip ≤ 3,66 indica que não deve haver liquefação e um ISWC > 0
indica liquefação potencial.

91
Este artigo relata dados e descobertas que são úteis para entender o
comportamento da liquefação potencial de IOF sob carregamento dinâmico. Os
indicadores e a metodologia experimental propostos para a análise do potencial de
liquefação fornecem parâmetros úteis para as empresas de navegação que desejam mitigar
o risco de liquefação de granéis sólidos, além do MPFT.
Finalmente, estudos adicionais visando otimizar a amplitude de deslocamento,
frequência de vibração e tempo total do STT para reduzir erros na razão de vazios, grau
de saturação e densidade em relação ao MPFT são fortemente encorajados.

92
CAPÍTULO VI

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1. CONCLUSÕES GERAIS

Nesta tese foi usada uma abordagem experimental para investigar o efeito da distribuição
granulométrica de IOF na liquefação estática e dinâmica. Foram propostos novos métodos que
proporcionaram uma análise para compreender os parâmetros que influenciam no potencial de
liquefação de cargas sólidas a granel durante o transporte marítimo.
Em conformidade com a revisão bibliográfica realizada, não foram encontrados estudos que
correlacionem o efeito da distribuição granulométrica de IOF no TML para investigar o potencial de
liquefação de cargas de graneleiros durante o transporte marítimo. Neste sentido, esta tese
desenvolveu metodologia para classificar e indicadores para quantificar o potencial de liquefação de
IOF.
A metodologia para classificação do potencial de IOF utilizou parâmetros obtidos por testes
convencionais, como fator de coesão Coulomb produzido pelo DST e o TML obtido pelo PFT. Os
indicadores Ip e ISWC, propostos para quantificar o potencial de liquefação de IOF, utilizaram
parâmetros de simples medição, como profundidade de penetração do bit e volume de água
superficial. Assim, as contribuições científicas desenvolvidas e propostas nesta tese forneceram
parâmetros úteis e de simples obtenção para as empresas de transporte marítimo mitigar os riscos de
liquefação de IOF. Ainda, estes estudos têm potencial aplicação para análise de suscetibilidade a
liquefação de outros tipos de cargas liquefáveis.
Nesta pesquisa foram realizados DST, FTT e PFT para análises do potencial de liquefação
estática de amostras reconstituídas de minério de ferro variando o conteúdo de finos e umidade.
Observou-se que a variação granulométrica do IOF possui influência no TML, o acréscimo do
conteúdo de finos aumentou o TML, indicando aumento da resistência a liquefação estática,
entretanto, não foi descartada a hipótese de ter um conteúdo de finos de transição. Os parâmetros de
resistência ao cisalhamento, ângulo de atrito interno e fator de coesão Coulomb, foram alterados pelo
conteúdo de finos, sendo observado um TFC para o ângulo de atrito interno e uma correlação do fator
de coesão de Coulomb com o teor de umidade e índice de vazios.
Para análises do potencial de liquefação dinâmica foi desenvolvida uma metodologia
experimental usando o STT com uma ampla faixa de conteúdo de finos. Os resultados do SST
mostraram uma compactação semelhante a produzida pelo MPFT. Recalques na faixa de faixa de 3-
8 mm foram encontrados nas amostras após o STT. Também foi observado redução do índice de
vazios e aumento do grau de saturação, consequentemente, redução da densidade da amostra úmida.

93
A metodologia experimental usando STT apresentou resultados de liquefação coerentes com
os resultados de TML produzidos pelo MPFT. As amostras que não apresentaram liquefação, mesmo
havendo um GWC maior que o TML, indicam que o tempo de duração e amplitude de vibração do
STT pode ser ajustado para que a metodologia experimental seja específica para IOF.
Duas relevantes contribuições científicas foram apresentadas nesta tese. A primeira foi
proveniente da metodologia proposta usando o STT, em que foi verificada uma correlação da
migração de umidade até a superfície da amostra de IOF com o potencial de liquefação. Nesta
pesquisa foi verificado que as amostras de IOF que apresentaram volume de água livre na superfície
do recipiente exibiram comportamento de fluxo. Assim, o SWC pode ser um parâmetro para indicar
liquefação quando obtido por STT.
A segunda contribuição foi oriunda do MPFT, em que foi observado um TFC para o TML.
Dessa forma, para cada minério de ferro haverá um TFC que produzirá o menor TML, informação
importante para as empresas de transporte marítimo que para redução do risco de liquefação deve
buscar um carregamento de IOF com maior TML possível.
As conclusões desta pesquisa são pautadas nos resultados dos testes de amostras limitadas de
IOF, obtidas de indústria de mineração brasileira, equivalentes às cargas de IOF que saem do Brasil
por navios graneleiros. Entretanto, as metodologias, indicadores e análises do potencial de liquefação
de IOF ajudarão as empresas de transporte marítimo a reduzir o risco de liquefação das cargas sólidas
a granel. Assim, incentivamos mais estudos relacionados à distribuição do tamanho de partícula de
IOF no potencial de liquefação de cargas de graneleiros para o transporte marítimo.

6.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Nesta tese de doutorado foi realizada uma abordagem experimental para investigar o efeito da
distribuição granulométrica dos finos de minério de ferro (IOF) na resposta a liquefação estática e
dinâmica de cargas sólidas a granel. Dessa forma, incentivamos a realização de estudos para ampliar
e parametrizar o ensaio de mesa de vibração (STT), para extração de outros dados que auxiliem na
análise de suscetibilidade a liquefação dos finos de minério de ferro.
Também são incentivadas pesquisas sobre o potencial de liquefação utilizando as
metodologias propostas nesta tese, com outros minérios em diferentes graduações granulométricas e
conteúdo de umidades.

94
CAPÍTULO VII

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] UNCTAD Secretariat. (2019). “Review of maritime transport.” United Nations Conf. on trade and
Development, Geneva.

[2] VALE - Produção e vendas da Vale no 4T17, (2019). Disponível em:


<http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/news/Paginas/4q17-production-report.aspx>. Acesso em:
25 nov. 2021.

[3] DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral, Economia Mineral do Brasil, Diretoria de
Desenvolvimento e Economia Mineral (Ed.), Mineração de Metais Ferrosos, DNPN, Brasília, DF,
2009 100–101.

[4] IMO - International Maritime Organization. International Maritime Solid Bulk Cargoes Code.
Londres: IMO, 2018.

[5] MUNRO M.C., A. MOHAJERANI, Determination of the transportable moisture limit of iron ore
fines for the prevention of liquefaction in bulk carriers, Mar. Struct. 40 (2015) 193–224.

[6] MUNRO M.C., A. MOHAJERANI, Moisture content limits of iron ore fines to prevent
liquefaction during transport: review and experimental study, Int. J. Miner. Process. 148 (2016) 137–
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[7] JONAS, M. Liquefaction of unprocessed mineral ores - Iron ore fines and nickel ore. Brooks
Bell. GARD News No. 197. United Kingdom: Liverpool, (2010).

[8] MUNRO M.C., A. MOHAJERANI, Cyclic behavior of iron ore fines on board bulk carriers: scale
model analysis, J. Mater. Civ. Eng. 29 (7) (2017) 1–17.

[9] TÉCNICO EM MINERAÇÃO - O Portal do profissional. Carvão mineral no Brasil e no mundo,


(2017). Disponível em: https://tecnicoemineracao.com.br/carvao-mineral-no-brasil-e-no-mundo.
Acessado: 08/11/2017.

[10] IMO - International Maritime Organization, Adoption of the International Maritime Solid Bulk
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95
[11] ROSE, T. P. Solid Bulk Shipping: Cargo Shift, Liquefaction and the Transportable Moisture
Limit. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Oxford, Oxford, 2014.

[12] IRON ORE TECHNICAL WORKING GROUP, Iron ore fines Proctor-Fagerberg test—
Submission for evaluation and verification. 2013.

[13] IRON ORE TECHNICAL WORKING GROUP, Research Synopsis and Recommendations -
Submission for Verification. 2013.

[14] MUNRO M.C., A. MOHAJERANI, “Liquefaction incidents of mineral cargoes on board bulk
carriers”, Advences in Materials Science and Engineering, (2016) 1–20.

[15] IMO - International Maritime Organization. Guidelines for Developing and Approving
Procedures for Sampling, Testing and Controlling the Moisture Content for Solid Bulk Cargoes
Which May Liquefy. MSC.1/Circ.1454/Rev.1, 2015a.

[16] IMO - International Maritime Organization. Early implementation of draft amendments to the
IMSBC code related to the carriage and testing of iron ore fines, sub-committee for dangerous
cargoes, solids and containers. DSC. 1 /Circ. 71, 2013.

[17] FAGERBERG, B, STAVANG, A. Determination of critical moisture contents in ore


concentrates carried in cargo vessels. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TRANSPORT
AND HANDLING OF MINERALS, 1., 1971, Vancouver. Proceedings of the First International
Symposium on Transport and Handling of Minerals. São Francisco: Miller Freeman, 1971. p. 174-
185.

[18] IRON ORE TECHNICAL WORKING GROUP. Reference Tests - Submission for Evaluation
and Verification. 2013.

[19] FERREIRA R.F., T.M. PEREIRA, R.M.F. LIMA, A model for estimating the PFD80
transportable moisture limit of iron ore fines, Powder Technol. 345 (2019) 329–337.

[20] MOHAJERANI A., J. DEAN, M.C. MUNRO, An overview of the behaviour of iron ore fines
cargoes, and some recommended solutions for the reduction of shifting incidents during marine
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102
APÊNDICE A – INDETIFICADOR DAS AMOSTRAS DE TESTE

Identificador das amostras do teste da mesa de fluxo - FTT

Tabela 0.1 - Identificação das amostras do FTT.

*
Deformação plástica Partícula
ID
depois do teste IOF (%)
FTT1.1 Não
5,2
FTT1.2 Sim
FTT2.1 Não
15,6
FTT2.2 Sim
FTT3.1 Não
19,3
FTT3.2 Sim
FTT4.1 Não
FTT4.2 Sim 22,6
*
Tamanho da partícula < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Identificador das amostras do teste Proctor Fagerberg - PFT

Tabela 0.2 - Identificação das amostras do PFT, contidas no artigo 1.

*
Conteúdo bruto de água por Índice de Partícula
ID
peso (GWC) (%) vazios (e) IOF (%)
PFT1.1 2,78 0,68
PFT1.2 3,83 0,67
PFT1.3 5,65 0,66 5,2
PFT1.4 8,65 0,55
PFT1.5 10,16 0,59
PFT2.1 2,95 0,68
PFT2.2 3,92 0,67
PFT2.3 5,99 0,67 15,6
PFT2.4 9,48 0,56
PFT2.5 10,71 0,60
PFT3.1 3,14 0,69
PFT3.2 4,18 0,67
PFT3.3 6,09 0,67 19,3
PFT3.4 10,49 0,58
PFT3.5 11,27 0,60
PFT4.1 4,56 0,71
PFT4.2 5,85 0,70
PFT4.3 8,55 0,71 22,6
PFT4.4 10,78 0,58
PFT4.5 11,68 0,61
*Tamanho da partícula < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

103
Identificador das amostras do ensaio de cisalhamento direto – DST.

Tabela 0.3 - Identificação das amostras do DST.

Conteúdo de água bruta *


Partícula
ID
por peso (GWC) (%) IOF (%)
DST1.1 9
DST1.2 10
5,2
DST1.3 11
DST1.4 12
DST2.1 9
DST2.2 10
15,6
DST2.3 11
DST2.4 12
DST3.1 9
DST3.2 10
19,3
DST3.3 11
DST3.4 12
DST4.1 9
DST4.2 10
22,6
DST4.3 11
DST4.4 12

*
Tamanho da partícula < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

Identificador das amostras do teste Proctor Fagerberg modificado - MPFT

Tabela 0.4 - Identificação de amostras MPFT.

ID
a
Conteúdo
de Finos 0 10 20 30 40
Teste de IOF(%)
compactação
1 00MPFT01 10MPFT01 20MPFT01 30MPFT01 40MPFT01

2 00MPFT02 10MPFT02 20MPFT02 30MPFT02 40MPFT02

3 00MPFT03 10MPFT03 20MPFT03 30MPFT03 40MPFT03

4 00MPFT04 10MPFT04 20MPFT04 30MPFT04 40MPFT04

5 00MPFT05 10MPFT05 20MPFT05 30MPFT05 40MPFT05

6 00MPFT06 10MPFT06 20MPFT06 30MPFT06 40MPFT06


a
Tamanho da partícula < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

104
Identificador das amostras do ensaio de mesa de vibração - STT

Tabela 0.5 - Identificação das amostras do STT.


a
IOF conteúdo de Conteúdo de água bruta por peso
ID finos (GWC) (%)
(%)
00STT09 9
00STT10 10
0
00STT11 11
00STT12 12
10STT09 9
10STT10 10
10
10STT11 11
10STT12 12
20STT09 9
20STT10 10
20
20STT11 11
20STT12 12
30STT09 9
30STT10 10
30
30STT11 11
30STT12 12
40STT09 9
40STT10 10
40
40STT11 11
40STT12 12
a
Tamanho de partícula < 150 μm.

Fonte: Autoria Própria, 2022.

105
APENDICE B – ARTIGO 1: INFLUÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO TAMANHO DE
PARTÍCULA DE FINOS DE MINÉRIO DE FERRO NA LIQUEFAÇÃO DURANTE O
TRANSPORTE MARÍTIMO

106
Powder Technology 373 (2020) 301–309

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Powder Technology

journal homepage: www.elsevier.com/locate/powtec

Influence of particle size distribution of iron ore fines on liquefaction


during marine transportation
Debora Dias Costa Moreira a,⁎, Charles Aran Sabel dos Santos b,
André Luiz Amarante Mesquita b, Davi Carvalho Moreira a
a
Amazon Development Center in Engineering, Federal University of Para, Brazil
b
Laboratory of Fluid Dynamic and Particulate (FluidPar), Federal University of Para, Brazil

a r t i c l e i n f o a b s t r a c t

Article history: In recent decades, many bulk carrier incidents, including loss of life and vessels, have occurred owing to the liq-
Received 18 February 2020 uefaction of solid bulk cargoes. Currently, the transportable moisture limit (TML) is the only parameter used to
Received in revised form 28 May 2020 determine the liquefaction potential of a mineral for maritime transport. This study aimed to investigate the in-
Available online 17 June 2020
fluence of the particle size distribution of iron ore fines (IOF) on the liquefaction potential of bulk cargoes for mar-
itime transport. The correlation of liquefaction potential with IOF particle size distribution is of great interest to
Keywords:
Liquefaction
ore transport companies, as they have a variety of IOF sizes that can be mixed to improve liquefaction potential.
Iron ore fines The effect of IOF particle size distribution on TML was investigated using the flow table test and the Proctor–
Particle size distribution Fagerberg test, and the behavior of the shear strength parameters was studied by performing a direct shear
Transportable moisture limit test for different IOF gradations. The samples were prepared in four different gradations, containing particle
Laboratory tests sizes from 9.5 mm to 25 μm with fines contents (< 150 μm) of 5.2%, 15.6%, 19.3%, and 22.6%. We concluded
that the liquefaction phenomenon is significantly influenced by the IOF particle size distribution, the liquefaction
potential decreases with an increase in the IOF content, and the shear strength parameters are altered by the fines
content of IOF, having one transitional fines content for the internal friction angle. There is a complex relationship
between the IOF particle size distribution and the Coulomb cohesion factor that is influenced by the moisture
content, the fines content, and the void ratio. In this study, a methodology is proposed for classifying the lique-
faction potential of IOF samples, with the objective of helping transport companies to define the mixes of IOF
sizes. Agreement between the experimental and theoretical data is observed and discussed.
© 2020 Elsevier B.V. All rights reserved.

1. Introduction There are many risks involved in transporting bulk granular mineral
cargoes, one of which is liquefaction. Liquefaction is a phenomenon in
Shipping by sea currently accounts for more than 80% of global trade which a granular material is transformed from solid state to fluid state
volume, with iron ore accounting for the largest solid bulk turnover per by changes in pore pressure within the material, resulting in effective
year, totaling 1.4 billion metric tons by sea in 2016, mainly from stress loss when subjected to monotonic, cyclic, or shock loading [5].
Australia (57%) and Brazil (26%) to China (71%) [1]. Brazil is the second Numerous studies have been conducted on soil liquefaction owing
largest iron ore exporter and has approximately 7.2% of the world's iron to severe damage to civil structures, often caused by earthquakes. How-
reserves, equivalent to 73.7 billion metric tons [2]. In 2014, Brazil pro- ever, these studies have produced conflicting results. Jradi et al. [6]
duced 411.8 million metric tons of ore and, of this, 294 million metric noted that for sands, an increase of non-plastic fines leads to an increase
tons were exported [3], largely as iron ore fines (IOF). The International in the liquefaction resistance. Akhila et al. [7] studied the behavior of
Maritime Solid Bulk Cargoes (IMSBC) Code [4] defines IOF as non-ore sands by numerical simulation in a hypoplastic model and found that
concentrates, with 10% or more of fine particles less than 1 mm (D10 ≤ as the fines content increased, the liquefaction resistance decreased.
1 mm) and 50% or more of fine particles less than 10 mm (D50 ≤ 10 Other studies have found that the resistance of sands to liquefaction de-
mm), with a total goethite content of less than 35%. creases as the non-plastic fines content increases to a transition point,
after which there is an increase in liquefaction resistance with an in-
crease of non-plastic fines content [8–10]. Finally, several studies have
⁎ Corresponding author at: Amazon Development Center in Engineering, Federal
shown that the liquefaction resistance of silty sand is more closely re-
University of Para, Tucurui 68464-000, Para, Brazil. lated to its void ratio and relative density than its silt content. Polito
E-mail address: deboradias@ufpa.br (D.D.C. Moreira). and Martin II [11] performed a cyclic triaxial test on soils composed of

https://doi.org/10.1016/j.powtec.2020.06.052
0032-5910/© 2020 Elsevier B.V. All rights reserved.
302 D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309

sand–silt mixtures and concluded that the resistance to liquefaction Table 1


of the soil is controlled by the relative density of the soil and is inde- Physical properties and particle size distribution of the original sample (5.2% fines).

pendent of the silt content of the soil. Bensoula et al. [12] observed Property Standard Results
that equivalent relative density and equivalent intergranular voids Particle density, Gs (t/m3) NBR ISO 3852 [36] 4.7 t/m3
define the liquefaction behavior of sandy loam soil to a fines content Minimum dry density (t/m3) NBR ISO 3852 [36] 2.75 t/m3
threshold. Maximum dry density (t/m3) NBR ISO 3852 [36] 3.03 t/m3
Recently, there has been significant interest in research on solid bulk a
Particle size distribution
cargoes liquefaction during maritime transport, caused by the signifi- Gravel (4.75–75 mm) ASTM D2487–06 [37] 15.1%
cant increase in serious accidents, including loss of life and vessels, in- Sand (0.075–4.75 mm) ASTM D2487–06 [37] 82.2%
volving bulk carriers with suspected liquefaction [13]. Certain Silt (< 75 μm) ASTM D2487–06 [37] 2.7%
Classification ASTM D2487–06 [37] Poorly graded sand
combinations of fine particles, moisture, and changes in pore pres-
with gravel (SP)
sure within the solid bulk cargoes during sea transport result in a b
Coefficient of curvature (Cc) ASTM D2487–06 [37] 0.95
 
mass acting as a liquid [14], causing rapid changes in the vessel's D30 2 =ðD10 xD60 Þ
center of gravity and possibly causing the ship to overturn. Over b
Coefficient of uniformity ASTM D2487–06 [37] 3.81
the past eight years, IOF liquefaction is suspected to be the cause of (Cu) (D60/D10)
at least ten cargo shifts, eight of which resulted in the total loss of a
The particle size distribution for this specimen of IOF can be seen in Fig. 1.
the vessel [15]. b
D60, D30, and D10 are the particle sizes corresponding to 60%, 30%, and 10% finer on the
To minimize the risk of liquefaction during maritime transport of cumulative particle-size distribution curve, respectively.
ores and other cargo, in 2008 the International Maritime Organiza-
tion (IMO), which is the international regulatory body, through reso-
lution MSC.268 (85) [16], adopted a Code of Safe Practice for Solid
Bulk Cargoes, currently the IMSBC Code, which describes test Few studies have been conducted on the influence of IOF particle
methods for determining the transportable moisture limit (TML) of size distribution on liquefaction potential. Kwa and Airey [32] studied
liquefied loads. The TML is inferred from the IMSBC Code to be the the cyclic loading liquefaction behavior and the effect of fines content
maximum water content a cargo can contain without the risk of liq- on the location of the critical state line (CSL), which is the boundary
uefaction during shipping. It is currently the only parameter used to line that separates the states from liquefiable and non-liquefiable soil
determine the liquefaction potential of a bulk mineral for transport in [33]. They concluded that the use of CSL provides a conservative choice
bulk carriers [17]. when assessing liquefaction potential, that denser samples withstand
Even after the mandatory implementation of the IMSBC Code in longer cycles when they have the same fines content, and that samples
2011, incidents with suspected liquefaction of IOF during shipping con- with the same density are more resistant to cyclic failure if they contain
tinued to occur; thus, the solid bulk cargoes liquefaction process has larger fines content. The recent studies of Kwa and Airey [34] on the ef-
been intensively studied in recent years. Mohajerani et al. [18] reviewed fects of saturation degree and fines content on cyclic liquefaction behav-
the behavior of IOF during shipping, proposed solutions to reduce the ior in unsaturated materials were performed using unsaturated cyclic
likelihood of cargo shift occurring, and recommended studies to observe triaxial tests. A method has been developed to estimate the number of
changes in particle size distribution at localized mass positions. cycles that samples with different degrees of saturation and fines con-
For iron ore variations, studies are found in the literature related to tent are able to withstand.
granulation [19–21], kinetics of water absorption [22], geotechnical The aim of this study is to investigate the influence of the IOF particle
properties [23,24], stability during marine transport [25], and material size distribution. In particular, the fine content on the liquefaction po-
characterization [26]. However, they do not completely cover the com- tential is investigated through the results obtained from the flow table
plex interactions between particles of different sizes and different IOF test (FTT), the Proctor–Fagerberg test (PFT) adopted by the IMSBC
compositions. Wang et al. [27] conducted laboratory tests for infiltration Code, and the DST. In this research, tests are performed in the laboratory
analysis and dynamic IOF cell response. The study found an envelope to determine TML and shear stress with samples prepared with four dif-
that indicates the maximum water level for a given initial degree of sat- ferent gradations, with particle sizes from 25 μm to 9.5 mm and with
uration, regardless of IOF density. Zhou et al. [28] performed uniaxial fines content (< 150 μm) of 5.2%, 15.6%, 19.3%, and 22.6%. The study
compression and direct shear tests (DSTs) on IOF samples over a wide concludes that IOF particle size distribution significantly affects the
range of moisture content and granule mixes to study the mechanical shear strength parameters and liquefaction potential of the IOF samples,
properties of the iron ore granules adherent layer, with no clear trend and proposes a methodology for classifying the liquefaction potential of
between moisture content and internal friction angle. Wang et al. [29] IOF samples.
performed cyclic triaxial shear tests on IOF samples and sandy soils
and found similar cyclic mobility behavior for dense specimens and liq- 2. Material characterization
uefaction loose specimens. Wei et al. [30] studied the effects of particle
properties on the angle of repose and porosity distribution of iron ore The IOF sample tested during this study was obtained from the
pile, noting that both the angle of repose and porosity are affected by Brazilian mining industry and was chosen because it is representative
particle shape. Ferreira et al. [31] presented an empirical regression of the IOF loads leaving Brazil by bulk carriers.
model that allows estimation of the IOF TML from the density and For this study, several samples of 5 kg, 2 kg, and 1 kg were used
void ratio obtained at a single point of the Proctor–Fagerberg compac- for FTT, PFT, and DST, respectively. The tests were performed on
tion curve, performed at 9% moisture. The model was validated with samples with four different particle size distributions to investigate
62 IOF samples and showed a good fit between observed and the liquefaction potential of the IOF. The physical properties and
predicted TML. particle size distribution of the original sample used in the study,
Currently, studies are still needed to enable the understanding of the as well as the standards for which data are obtained, are listed in
conditions and parameters under which the IOF can liquefy, resulting in Table 1. In the original sample stack, there were 5.2% fines and
the ability to act preventively with regard to cargo stability during mar- particle sizes from 9.5 mm to 25 μm, where in this study, fines
itime transport. The correlation of liquefaction potential with IOF parti- are defined as particles that pass through sieve no. 100 with a
cle size distribution is of great interest to ore transport companies, as mesh size of 150 μm.
they have a variety of IOF sizes that can be mixed to improve liquefac- Using the original sample stack, three more sample stacks were pre-
tion potential. pared by adding fines in the proportion of 10%, 15%, and 20%. These
D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309 303

Fig. 1. Soils liquefiable boundaries [35] and particle size distribution of IOF tested in this study.

three sample piles, now contain 15.6%, 19.3%, and 22.6% of fines.
m1 −m2 m3 −m4
The particle size distribution curves of the four sample stacks are þ
m1 m3
shown in Fig. 1. The limits of high and low susceptibility to soil liq- FMP ¼  100% ð2Þ
2
uefaction mentioned in [35] are shown in Fig. 1 and were used to
assist the discussion of susceptibility to soil liquefaction of the IOF
samples. and the TML is 90% of the FMP, that is

TML ¼ FMP  0:9, ð3Þ


3. Experimental tests
where m1 is the mass of the sample just above the flow state; m2 is the
3.1. Flow table test (FTT) mass of the sample just above the flow state after drying; m3 is the mass
of the sample just below the flow state; and m4 is the mass of the sample
The FTT was performed as proposed in Appendix 2 of the IMSBC just below the flow state after drying.
Code [16]. Each sample was compacted in three layers into a conical For TML determination, through the FTT, each sample received a
mold in the center of the flow table. The compaction was per- unique identifier as listed in Table 2.
formed using a tamping rod adjusted to a pressure of approximately
550 kPa with a compaction head of 30 mm in diameter. The 3.2. Proctor–Fagerberg test (PFT)
tamping pressure (P) was determined prior to performing the FTT
using Eq. (1)). The PFT involves compressing a sample into a standard cylinder with
variable moisture content to produce a compaction curve and to deter-
mine the TML, and is described in Appendix 2 of the IMSBC Code [16].
P ¼ ρ  d  g, ð1Þ For the determination of TML through the PFT, it was first necessary to
dry the sample in a drying oven with a controlled temperature interval
from 100 °C to a maximum of 105 °C. Compaction was performed on a
where ρ is the apparent density (4.700 kg/m3) obtained with Proctor
standard 1000 cm3 cylinder filled with five sample layers, where each
standard compaction, as described in NBR ISO 3852 [14]; d is the maxi-
350 g hammer was dropped 25 times through a guided tube at a height
mum depth of charge (12 m); and g is the acceleration due to gravity
of 20 cm. For each layer, it was necessary to adjust the moisture and
(9.81 m/s2).
At each compaction, the mold was carefully removed and then the
flow table was raised and dropped 50 times from a height of 12.5 mm
Table 2
at a rate of 25 times/min. This procedure was repeated with different Identification of FTT samples.
moisture contents until plastic deformation was seen in the sample
a
and was confirmed with height and width measurements. The point ID Result after test Particle IOF (%)

of change between samples that show plastic deformation and that FTT1.1 Without plastic deformation 5.2
do not present plastic deformation is known as the Flow Moisture FTT1.2 With plastic deformation
FTT2.1 Without plastic deformation 15.6
Point (FMP).
FTT2.2 With plastic deformation
When it was observed that the sample exceeded the FMP, the sam- FTT3.1 Without plastic deformation 19.3
ple was oven dried along with the moisture content sample just FTT3.2 With plastic deformation
below the FMP, so that the gross water content (GWC) of each FTT4.1 Without plastic deformation 22.6
could be calculated. The mean of these two GWC values is the FMP, FTT4.2 With plastic deformation

which is calculated as a
Particle size < 150 μm.
304 D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309

Fig. 3. Direct shear test. Schematic diagram.

From the results, a graph (e versus ev) can be plotted (example


shown in Fig. 2). The ev value that corresponds to the intersection be-
tween the compaction curve and the 70% isosaturation line is taken
from the graph (e versus ev), and the TML is calculated using Eq. (7),
expressed as GWC by mass percent.
Fig. 2. Example of compaction curve produced by the PFT.
100ev
TML ¼ ð7Þ
100d þ ev
perform a smooth homogenization for 5 min. After these procedures,
the samples were weighed, and their moisture contents were
To facilitate the visualization of TML in the compaction curve, the re-
determined.
sults were presented in a graph (e versus GWC). For the determination
To obtain a complete compaction curve, five tests were performed,
of TML through PFT, each sample received a unique identifier, as listed
with different moisture contents, and without sample reuse. Using the
in Table 3.
measured solids density (d), the parameters net water content in vol-
ume (ev), void ratio (e) and degree of saturation (S) were calculated
3.3. Direct shear test (DST)
using Eq. (4), (5) and (6), respectively.

Water Volume cm3 The DST was performed according to ASTM D3080 / D3080M-11
ev ¼  100 ð4Þ [38], and a typical test configuration is shown in Fig. 3. The IOF samples
Solid Volume ðcm3 Þ
were molded into a 10 × 10 × 6 cm3 square cross-section metal box. To

Void Volume cm3 allow free interstitial water drainage during testing, two porous stones
e¼  100 ð5Þ were inserted at the top and bottom of the specimen.
Solid Volume ðcm3 Þ
The tests were performed in three stages using a single shear appa-
ev ratus. In the first stage, the sample was subjected to a confinement
S¼ ð6Þ
e stress of 11 kPa, which did not produce significant deformations in the
sample. In the second stage, the confinement stress was removed and
a constant vertical load was applied to the compacted sample, and for
each set of samples (same moisture and fines content) loads with 4
kPa, 6 kPa, and 9 kPa were performed. In the third stage, a shear load
with a constant horizontal displacement velocity of 0.4 mm/min was
Table 3
applied to the upper half of the split metal case until a horizontal defor-
Identification of PFT samples.
mation of 6 mm appeared. The speed adopted in the test was previously
a
ID Gross water content Void ratio (e) Particle IOF (%) determined to ensure dissipation of excess pore pressure. Failure was
by weight (GWC) (%)
determined when the measured shear force began to decrease after
PFT1.1 2.78 0.68 5.2 reaching the maximum.
PFT1.2 3.83 0.67
The lateral force was measured by the load cell, and the shear
PFT1.3 5.65 0.66
PFT1.4 8.65 0.55
strength parameters (Coulomb cohesion and internal friction angle)
PFT1.5 10.16 0.59 were determined using the Mohr–Coulomb model. The shear stress
PFT2.1 2.95 0.68 15.6 was plotted as a function of normal stress in the τ − σ diagram.
PFT2.2 3.92 0.67 Within the experimental precision, the data were adjusted by a
PFT2.3 5.99 0.67
straight line according to the Mohr–Coulomb model, where the
PFT2.4 9.48 0.56
PFT2.5 10.71 0.60 shear strength is given by
PFT3.1 3.14 0.69 19.3
PFT3.2 4.18 0.67
τ ¼ ð tan φÞσ þ c, ð8Þ
PFT3.3 6.09 0.67
PFT3.4 10.49 0.58
PFT3.5 11.27 0.60
where φ is the angle of internal friction; and c is the Coulomb cohesion.
PFT4.1 4.56 0.71 22.6
PFT4.2 5.85 0.70 All of the tests were performed by the same operator to obtain re-
PFT4.3 8.55 0.71 producible and consistent results, and the test was repeated once for
PFT4.4 10.78 0.58 each set of sample. To determine the shear strength parameters through
PFT4.5 11.68 0.61 the DST, the mean of each set of sample received a unique identifier,
a
Particle size < 150 μm. shown in Table 4.
D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309 305

Table 4 and 11% GWC, the TFC is in the range of 15.6%–22.6% of IOF fines and for
Identification of DST samples. the 12% GWC no TFC was found in the range of 5.2%–22.6% of IOF fines.
ID Gross water content by weight (GWC) (%) a
Particle IOF (%) It was observed that among samples of different IOF gradations
DST1.1 9 5.2
there was variation in Coulomb cohesion, being the most significant
DST1.2 10 variation between samples DST2.4 and DST4.4 (group of higher mois-
DST1.3 11 ture), with a difference greater than 125% between cohesions. There
DST1.4 12 does not appear to be specific TFC-related fines content for the cohesion
DST2.1 9 15.6
factor. It is believed that there is a complex relationship between the IOF
DST2.2 10
DST2.3 11 particle size distribution and the cohesion factor and this relationship is
DST2.4 12 dependent on the moisture content, void ratio and fines in the sample.
DST3.1 9 19.3 Experiments and simulations of discrete elements, where the Cou-
DST3.2 10 lomb cohesion of sand and glass spheres was in the pendular state,
DST3.3 11
DST3.4 12
shows that cohesion increases with water content and saturation to a
DST4.1 9 22.6 maximum that depends only on the nature of the material [40]. How-
DST4.2 10 ever, part of the results in the present work was different due to the
DST4.3 11 complex interactions of the components of the IOF. Samples with
DST4.4 12
lower IOF fines gradations (5.2% and 15.6%) showed a decrease in cohe-
a
Particle size < 150 μm. sion factor with increasing moisture content. This phenomenon is qual-
itatively explained by the fact that there is less particle contact, fewer
particles to separate in the shear plane, and more lamination accommo-
4. Results and discussion dation than for shear deformation. In the samples with higher IOF fines
gradations (19.3% and 22.6%) the cohesion factor increased with mois-
4.1. Relationship between particle size distribution and shear strength ture content, as verified in [41].
The shear strength parameters are related to the liquefaction resis-
Table 5 shows the resulting shear strength parameters produced tance during IOF shipping because the cargo contains moisture and
from the DST for each IOF sample. In addition, the failure envelopes in the ship is subject to cyclic loading of its own vibrations and effects of
terms of effective stresses agglomerated by samples of the same mois- sea waves, with typical accelerations of 0.1 g [42]. Liquefaction occurs
ture are shown in Fig. 4. Cohesion factor ranges of 2.1–3.0, 2.1–2.9, when there is a reduction in shear strength [43].
2.4–3.6, and 1.9–4.3 are observed for GWC values of 9%, 10%, 11% and It was observed in this study that the IOF particle size distribution in-
12%, respectively, and internal friction angle ranges of 21.3–29.8, fluences the shear strength parameters and, consequently, the liquefac-
21.8–31.2, 23.7–35.6, and 23.6–39.5 are observed for the same GWC tion resistance. If the fines produce strong cohesion, the separation of
values of 9%, 10%, 11% and 12%, respectively. Considering as a reference individual particles is inhibited when the IOF is about to liquefy, thus
the shear strength parameters obtained in [39], where the samples were exhibiting high liquefaction resistance. In contrast, if the fines consist
prepared with a composition based on a population-balanced granula- of adhesion-free matter, then the separation of individual particles oc-
tion model, including two types of Brazilian IOF, and the tests were per- curs, so that the IOF containing these fines exhibits low liquefaction re-
formed with similar vertical pressure values, results close to those sistance. This study shows that increasing fines content increases the
obtained in this study were verified. Zhou et al. [39] obtained a cohesion internal friction angle up to the TFC, providing greater yield strength.
factor value range of approximately 1.4–2.8 kPa and an average internal Owing to the characteristics of granular material, more tests are re-
friction angle value of approximately 32.6° for samples with 10% con- quired to ensure repeatability of the results.
centrate and no addition of hydrated lime. The results from Table 5 also show an influence of IOF fines content on
The results listed in Table 5 indicate that for each moisture content,
peak shear stress. Fig. 6 shows that for the same GWC, there is usually an
the addition of IOF fines provides an increase in the internal friction increase in peak shear stress with increased fines content. The same be-
angle up to a determined fines content (known as Transitional Fines Con-
havior is observed for the vertical pressure of 4 kPa and 6 kPa. In all
tent (TFC) [40]). After TFC, an additional increase in IOF fines produced a GWC tested, the IOF sample with the lowest fines content showed the
decrease in the internal friction angle, as can be seen in Fig. 5. For 9%, 10%
lowest peak shear stress, indicating that it was the most susceptible to

Table 5
Results and conditions produced by the DST.

ID Test 1 Test 2 Test 3 Resulting shear strength


parameters

Net vertical pressure Peak shear stress Net vertical pressure Peak shear stress Net vertical pressure Peak shear stress Internal friction Cohesion
(kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) angle (°) (kPa)

DST1.1 4 4.2 6 5.6 9 6.4 21.3 3.0


DST2.1 4 4.3 6 5.6 9 6.4 23.1 2.7
DST3.1 4 4.3 6 5.7 9 7.2 29.8 2.1
DST4.1 4 4.6 6 5.8 9 7.3 28.2 2.5
DST1.2 4 3.9 6 5.5 9 6.0 21.8 2.6
DST2.2 4 4.1 6 5.5 9 6.3 23.1 2.6
DST3.2 4 4.3 6 6.1 9 7.4 31.2 2.1
DST4.2 4 5.0 6 6.9 9 8.1 31.1 2.9
DST1.3 4 3.8 6 5.5 9 6.1 23.7 2.4
DST2.3 4 4.2 6 5.9 9 6.9 27.6 2.4
DST3.3 4 5.6 6 7.2 9 9.2 35.6 2.8
DST4.3 4 6.2 6 7.4 9 9.4 32.7 3.6
DST1.4 4 4.0 6 5.0 9 6.2 23.6 2.3
DST2.4 4 4.2 6 6.2 9 7.5 32.7 1.9
DST3.4 4 6.2 6 7.5 9 9.5 33.4 3.6
DST4.4 4 7.3 6 9.6 9 11.5 39.5 4.3
306 D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309

Fig. 4. Resulting failure envelope for samples with different particle size distributions and moisture content. (a) 9% GWC, (b) 10% GWC, (c) 11% GWC, and (d) 12% GWC.

Fig. 5. Internal friction angle for samples having the same moisture content.

liquefaction. The outcome of this study is in good agreement with the


findings of Taiba et al. [44], who performed tests on two types of
sand–silt mixtures and observed that the undrained peak shear strength
generally increases with the increase of different grain sizes from 0%
to 40%.

4.2. Relationship between particle size distribution and transportable


moisture limit

TML values determined by FTT and PFT for each IOF particle size dis-
tribution showed similar results, with the largest error (< 3.0%) occur-
Fig. 6. Peak shear stress for samples under normal stress of the 9 kPa, with different ring for the 22.6% fines sample. Table 6 presents the results obtained
particle size distributions and moisture content. by the FTT.
D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309 307

Table 6 (12%), where the same procedure as in the FTT was used, but without
FTT results. the determination of FMP and TML.
ID Mass before drying (g) Mass after drying (g) FMP (%) TML (%) In Fig. 7a, it is observed that the sample liquefies after 50 falls using
FTT1.1 52.97 48.66 9.21 8.29
the flow table test. In Fig. 7d, the sample suffers plastic deformation, but
FTT1.2 53.20 47.73 maintains a large amount of material after the FTT. Thus, the results ob-
FTT2.1 53.17 48.50 9.40 8.46 tained in Table 6 are confirmed, where an increase of the IOF fines con-
FTT2.2 53.20 47.87 tent increases the liquefaction resistance.
FTT3.1 53.27 48.50 9.98 8.98
The four compaction curves produced by the PFT are shown in
FTT3.2 52.50 46.72
FTT4.1 53.22 48.51 10.46 9.41 Fig. 8. In addition, the TML, where the equivalent degree of satura-
FTT4.2 50.33 44.26 tion is equal to 70%, crosses their respective curves. Fig. 8 shows the
relationship between the IOF particle size distribution and the TML,
where an increase in TML is observed with the increase in IOF fines.
The behavior of the IOF particle size distribution in liquefaction can This result can be explained by the occupying effect, which corre-
be seen in Fig. 7, which shows the plastic deformations of samples sponds to the presence of coarse particles immersed in the predom-
with different IOF fines content and the same high moisture content inant fine particles, replacing voids with solid mass [45], i.e., for the

Fig. 7. Visualization of the IOF particle size distribution behavior in liquefaction after FTT sample with the same moisture (12%). (a) 5.2% fines, (b) 15.6% fines, (c) 19.3% fines, and (d) 22.6%
fines.

Fig. 8. Compaction curve and TML produced by the PFT.


308 D.D.C. Moreira et al. / Powder Technology 373 (2020) 301–309

Table 7 2. For the same moisture content, additional fines content increased the
Classification of liquefaction potential of IOF samples. peak shear stress, indicating that IOF samples with smaller fines con-
a
Sample b
TML (%) Cohesion (kPa) Classifications of samples tent are more susceptible to liquefaction.
5.2% fines 8.3 3.3 Higher liquefaction potential
3. The FTT and PFT results showed that the addition of fines content in-
15.6% fines 8.6 2.7 High liquefaction potential creased TML, consequently decreasing the liquefaction potential.
19.3% fines 9.0 2.1 Low liquefaction potential The results of this study clearly demonstrate that the addition of
22.6% fines 9.5 2.7 Lower liquefaction potential fines content increases liquefaction resistance; however, as only four
a
Particle size <150 μm. different fines gradings have been performed, a TFC for liquefaction re-
b
Average between FTT TML and PFT TML. sistance is not ruled out.
Finally, in this study, a methodology was proposed for classifying the
liquefaction potential of the IOF samples considering the TML and the
Coulomb cohesion factor; the methodology provides useful parameters
saturation degree corresponding to 70%, there is an increase in the
for maritime transport companies attempting to determine IOF size
volume of particle voids with increasing fines content, and TML is
mixtures. Thus, further studies related to IOF particle size distribution
proportional to the voids volume [45].
on the potential liquefaction of bulk cargoes for maritime transport
TML is not a parameter of liquefaction resistance; however, for low
are encouraged.
plasticity materials, TML follows the liquefaction resistance with respect
to the particle size distribution [45]. The FTT and PFT results show that
there is an increase in TML with an increase of IOF fines, indicating
that the liquefaction resistance increases with an increase of fines. How- Declaration of Competing Interest
ever, it is not ruled out that there is a TFC for the TML of this IOF load,
due to studies of theoretical [46] and experimental [40,44] behaviors The authors declare that they have no known competing financial
of fines content related to the void ratio that show TFC for the types of interests or personal relationships that could have appeared to influ-
sands and silts tested. ence the work reported in this paper.

4.3. Classification of sample liquefaction potential Acknowledgement

It was found in this study that the IOF liquefiability correlates with The authors are grateful to the Vale S/A for the financial support of
the fines content due to the physical characteristics of the fines them- this work, and the technical staff at Federal University of Para who have
selves. Thus, a methodology was proposed to classify the liquefaction been very helpful throughout each stage of this research.
potential of the IOF samples using the TML and the Coulomb cohesion
factor, in order to contribute to the development of strategies to References
mitigate the damage caused during maritime transportation due to liq- [1] United Nations Conference on Trade and Development, Review on Maritime Trans-
uefaction phenomena. port 2017, 2017.
The methodology is based primarily on the value of TML, and the [2] Departamento Nacional de Produção Mineral, Economia Mineral do Brasil, Diretoria
de Desenvolvimento e Economia Mineral (Ed.), Mineração de Metais Ferrosos,
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lowest TML. For values very close to TML, the Coulomb cohesion factor [3] R.F. Ferreira, D.L.V. Policarpo, V.P. Padula, M.T.S. Ferreira, Transportable moisture
is used, and the samples with the highest liquefaction potential will be limit of iron ores: regulatory and technical aspects, Tecnol. Metal. Mater. Miner.
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Table 7 lists the liquefaction potential classification of the IOF sam- sands using hypoplastic model simulations, J. Geotech. Eng. (2019) 1–11, https://
doi.org/10.1080/19386362.2019.1655996.
ples of this study using the proposed methodology. In this case, there [8] V.T.-A. Phana, D.-H. Hsiaob, P.T.-L. Nguyenc, Critical state line and state parameter of
were significant variations of TML for samples with different fines gra- sand-fines mixtures, Proc. Eng. 142 (2016) 299–306, https://doi.org/10.1016/j.
dations, so it was not necessary to use the Coulomb cohesion factor proeng.2016.02.045.
for potential liquefaction classification of the IOF samples. Table 7 [9] T. Enomoto, Liquefaction and post-liquefaction properties of sand-silt mixtures and
undisturbed silty sands, Soils Found. (2019) https://doi.org/10.1016/j.sandf.2019.09.
shows that the liquefaction potential decreased with the increase in 005in press.
IOF fines. [10] V.C. Xenaki, G.A. Athanasopoulos, Liquefaction resistance of sand–silt mixtures: an
experimental investigation of the effect of fines, Soil Dyn. Earthq. Eng. 23 (3)
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5. Conclusion
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sands, J. Geotech. Geoenviron. Eng. 127 (5) (2001) 408–415, https://doi.org/10.
This study investigated the influence of IOF particle size distribution 1061/(ASCE)1090-0241(2001)127:5(408.
on the liquefaction potential of bulk cargoes during maritime transport [12] M. Bensoula, H. Missoum, K. Bendani, Liquefaction potential sand-silt mixtures
under static loading, Revista de La Construcción 17 (2) (2018) 196–208. https://
In light of the experimental evidence, the following conclusions can be
doi.org/10.7764/rdlc.17.2.196.
drawn: [13] M.C. Munro, A. Mohajerani, Cyclic behavior of iron ore fines on board bulk carriers:
scale model analysis, J. Mater. Civ. Eng. 29 (7) (2017) 1–17, https://doi.org/10.1061/
1. The DST results demonstrated that the shear strength parameters are (ASCE)MT.1943-5533.0001915.
altered by the IOF fines content, with a Transitional Fines Content [14] M.C. Munro, A. Mohajerani, Bulk cargo liquefaction incidents during marine trans-
(TFC) for the internal friction angle. A complex relationship exists be- portation and possible causes, Ocean Eng. 141 (2017) 125–142. https://doi.org/10.
1016/j.oceaneng.2017.06.010.
tween IOF particle size distribution and the Coulomb cohesion factor,
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doi.org/10.1016/j.powtec.2019.01.024.
APÊNDICE C – ARTIGO 2: TESTE DE MESA DE AGITAÇÃO PARA
ANÁLISE DO POTENCIAL DE LIQUEFAÇÃO DE FINOS DE MINÉRIO DE
FERRO

115
Applied Ocean Research
Shake-table test for the analysis of the liquefaction potential of iron ore fines
--Manuscript Draft--

Manuscript Number: APOR-D-22-00240

Article Type: Research Paper

Keywords: shake-table test; modified Proctor/Fagerberg test; liquefaction potential; iron ore
fines; marine transportation

Corresponding Author: Debora Dias Costa Moreira, M.Sc.


Federal University of Para: Universidade Federal do Para
Tucurui, Para BRAZIL

First Author: Debora Dias Costa Moreira, M.Sc.

Order of Authors: Debora Dias Costa Moreira, M.Sc.

André Luiz Amarante Mesquita, Ph.D.

Arthur dos Reis Lemos Fontana, M.Sc.

Alex Jhefferson Cunha Lopes, B.Sc.

Maycon Magalhães Castro, M.Sc.

Davi Carvalho Moreira, Ph.D.

Abstract: Currently, maritime transport accounts for more than 80% of global trade by volume,
with iron ore being responsible for the highest volume of solid bulk businesses per
year. In recent decades, the liquefaction of solid bulk cargoes in bulk carriers has been
one of the main causes of serious accidents, including the loss of life and vessels. The
International Maritime Organization regulations are unable to reduce these cargo
displacement incidents because of the inability to control the liquefaction potential of
liquefiable cargo. Thus, in this study, an experimental methodology was developed
using the shake-table test (STT) to analyze the liquefaction potential of iron ore fines
(IOF). The results were verified using a modified Proctor/Fagerberg test (MPFT). In
addition, indicators are proposed to assess liquefaction potential based on surface
water content (SWC), which refers to the volume of the water on the surface of the
sample after the STT and the bit penetration depth. The IOF used in the tests had
particle sizes ranging from 9.5 mm to 25 μm in diameter and were prepared with fines
content (<150 μm) of 0%, 10%, 20%, 30%, and 40%. The MPFT results indicated that
the transportable moisture limit (TML) decreased until transitional fines content was
achieved, after which the TML started to increase. The STT results indicated that the
liquefaction potential of IOF is correlated with the migration of moisture to the surface
and that these phenomena depend on the gross water content and fines content. In the
samples with SWC, a layer of free IOF and the transition into the flow state indicate
that cyclic liquefaction occurred. In the samples with no SWC, the upper layer of the
IOF did not exhibit flow behavior, indicating that cyclic liquefaction did not occur. In all
samples, STT caused a reduction in the void ratio, an increase in the degree of
saturation, and a reduction in the moist sample density, with values comparable to
those of the MPFT compaction methodology. Finally, the findings of this study are
useful for understanding the behavior of the potential liquefaction of IOF under
dynamic loading, while the proposed indicators for liquefaction potential provide useful
parameters for shipping companies seeking to mitigate the risk of liquefaction in
samples with different fines and moisture contents.

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Manuscript

Shake-table test for the analysis of the liquefaction potential of iron ore fines

Debora Dias Costa Moreiraa,*, André Luiz Amarante Mesquitab, Arthur dos Reis Lemos

Fontanab, Alex Jhefferson Cunha Lopesb, Maycon Magalhães Castrob, Davi Carvalho Moreiraa

a Amazon Development Center in Engineering, Federal University of Para, Brazil

b Laboratory of Fluid Dynamic and Particulate (FluidPar), Federal University of Para, Brazil

____________________________________________________________________________________________________________________

*Corresponding author

Address: Federal University of Para, UFPA

Amazon Development Center in Engineering – Rod. BR 422, km 13

CEP: 68464-000 – Tucurui, PA – Brazil

Phone: +55 94 98124 4321

E-mail: deborinhadias@hotmail.com
Abstract

Currently, maritime transport accounts for more than 80% of global trade by volume, with iron ore being

responsible for the highest volume of solid bulk businesses per year. In recent decades, the liquefaction of solid

bulk cargoes in bulk carriers has been one of the main causes of serious accidents, including the loss of life and

vessels. The International Maritime Organization regulations are unable to reduce these cargo displacement

incidents because of the inability to control the liquefaction potential of liquefiable cargo. Thus, in this study, an

experimental methodology was developed using the shake-table test (STT) to analyze the liquefaction potential of

iron ore fines (IOF). The results were verified using a modified Proctor/Fagerberg test (MPFT). In addition,

indicators are proposed to assess liquefaction potential based on surface water content (SWC), which refers to the

volume of the water on the surface of the sample after the STT and the bit penetration depth. The IOF used in the

tests had particle sizes ranging from 9.5 mm to 25 μm in diameter and were prepared with fines content (<150

μm) of 0%, 10%, 20%, 30%, and 40%. The MPFT results indicated that the transportable moisture limit (TML)

decreased until transitional fines content was achieved, after which the TML started to increase. The STT results

indicated that the liquefaction potential of IOF is correlated with the migration of moisture to the surface and that

these phenomena depend on the gross water content and fines content. In the samples with SWC, a layer of free

IOF and the transition into the flow state indicate that cyclic liquefaction occurred. In the samples with no SWC,

the upper layer of the IOF did not exhibit flow behavior, indicating that cyclic liquefaction did not occur. In all

samples, STT caused a reduction in the void ratio, an increase in the degree of saturation, and a reduction in the

moist sample density, with values comparable to those of the MPFT compaction methodology. Finally, the findings

of this study are useful for understanding the behavior of the potential liquefaction of IOF under dynamic loading,

while the proposed indicators for liquefaction potential provide useful parameters for shipping companies seeking

to mitigate the risk of liquefaction in samples with different fines and moisture contents.

Keywords: shake-table test; modified Proctor/Fagerberg test; liquefaction potential; iron ore fines; marine

transportation
1 1. Introduction

2 In recent decades, several bulk carrier incidents have occurred owing to the liquefaction of solid bulk cargoes,

3 which resulted in loss of life and vessels (Mohajerani et al., 2019). With the perturbation of solid bulk cargoes

4 caused by ship motion, cargoes such as iron and nickel ore can become fluid. During maritime transport, the

5 unsaturated moist cargo is subject to cyclic loading from the ship vibrations and rocking motions caused by ocean

6 waves, which can cause a reduction in the water-holding capacity, an increase in pore water pressure, and a

7 decrease in the shear strength between particles. Under these conditions, water can rise to the top of the free

8 surface, and ship movement can cause liquefied cargo to shift, resulting in capsizing of the ship (Ju et al., 2017).

9 The catastrophic nature of this type of failure has attracted research interest, mainly regarding the assessment of

10 the susceptibility to liquefaction (Munro and Mohajerani, 2016a; Munro and Mohajerani, 2017a). Recent research

11 on the liquefaction of solid bulk cargoes during maritime transport has been conducted using scale (Munro and

12 Mohajerani, 2017a; Ju et al., 2019) and micro-scale models (Munro and Mohajerani, 2017b), numerical analysis by

13 simulations (Spandonidis and Spyrou, 2013; Chen et al., 2018; Daoud et al., 2018; Ju et al., 2018; Zhang et al., 2021),

14 triaxial tests (Kwa and Airey, 2017; Kwa and Airey, 2019; Chen et al. 2021), experimental oscillatory drainage

15 systems (Chen et al., 2018), and shake-table tests (Koromila et al. 2013; Ju et al., 2019; Kwa et al. 2020).

16 The shake-table test (STT) is a relatively simple experimental procedure that has been widely used to model

17 the behavior of soils and sand when subjected to seismic loading conditions. Recent studies have used a shake-

18 table to investigate the liquefaction behavior of different sands reinforced by stone columns (Bayatia and

19 Bagheripour, 2019) and the seismic response characteristics of liquefiable soil layers (Adampira et al. 2021). In

20 these studies, an improvement in liquefaction resistance was observed with increasing soil density and excess

21 pore water pressure, and significant settlement in liquefied soils was reported. However, the liquefaction of ore

22 cargo during sea transport remains an open problem. Very few studies using STTs have been reported with iron

23 ore fines (IOF) samples.

24 IOF are products of iron-ore refinement. In 2011, they were reclassified as 'Group A' liquefiable material by the

25 International Maritime Organization (IMO) (IMO DSC.1/Circ66, 2011). The International Maritime Solid Bulk

26 Cargoes (IMSBC) Code (IMO, 2013) defines IOF as non-ore concentrates with 10% or more of fine particles less

27 than 1 mm (D10 ≤ 1 mm), 50% or more of fine particles less than 10 mm (D50 ≤ 10 mm), and a total goethite content

28 of less than 35%.

29 Currently, the only parameter used by the IMO to minimize the risk of liquefaction of 'Group A' cargoes for

30 transport on bulk carriers is the transportable moisture limit (TML) (Munro and Mohajerani, 2016b). The TML is

31 inferred from the IMSBC Code (IMO, 2013) to be the maximum water content that a cargo can contain without the
32 risk of liquefaction during shipping. In 2013, the Iron Ore Technical Working Group issued a report (IOTWG,

33 2013a) concluding that the TML for IOF is best determined using the modified Proctor/Fagerberg test (MPFT)

34 with the moisture corresponding to the point where the compaction curve intersects the 80% saturation line. In

35 the same year, the IMO authorized the use of the MPFT for IOF (IMO DSC.1/Circ.71, 2013), and two years later, it

36 was included in the IMSBC Code as a specific method for determining the TML in IOF (IMO MSC95/3/Add.1, 2015).

37 Thus far, the controls of 'Group A' cargo liquefaction potential have not been able to reduce cargo displacement

38 incidents. For example, Mohajerani et al. (Mohajerani et al., 2019) reported recent incidents due to liquefaction of

39 IOF cargo during maritime transport. Therefore, an improved understanding of the cyclic liquefaction of IOF is

40 necessary, which should be achieved with the development of quantitative analyses of the liquefaction potential.

41 Recent studies have used triaxial (Wang et al., 2016; Munro and Mohajerani, 2018) and direct shear (Moreira

42 et al. 2020) to understand and evaluate the liquefaction potential of IOF. However, the loading conditions in these

43 tests did not represent real bulk carrier movement conditions. Some research studies (Koromila et al. 2013; Ju et

44 al., 2019) have used the STT to reproduce the vertical cyclic loading conditions of solid bulk cargoes during

45 maritime transport.

46 Few studies have used the STT to analyze the behavior of the liquefaction potential of IOF. For example, Munro

47 and Mohajerani (Munro and Mohajerani, 2016c) used a shake-table to study the variability of the geotechnical

48 properties of IOF at different moisture contents and reported that the liquefaction potential of IOF is a function of

49 the cyclic loading time and initial moisture content. In the same study (Munro and Mohajerani, 2016c), an

50 apparatus called an IOF Plunger was developed to observe the apparent shear strength of a sample of IOF under

51 cyclic loading using a shake-table, and there were indications of liquefaction in the IOF samples at lower moisture

52 contents than those in the TML obtained by the MPFT. Recently, Kwa et al. (Kwa et al., 2020) used STT to

53 investigate the cyclic liquefaction behavior of well-graded materials with particle size distributions and densities

54 similar to those of IOF under loading conditions similar to those in bulk maritime transport. However, none of

55 these studies proposed a quantitative control for the liquefaction potential of the IOF.

56 In this study, an experimental methodology was developed for the quantitative analysis of the liquefaction

57 potential of IOF based on the STT, and the results were verified using MPFT. This study reports findings concerning

58 the influence of the fines content on the liquefaction potential of IOF and propose indicators to assess liquefaction

59 potential based on surface water content (SWC), which refers to the volume of the water on the surface of the

60 sample after the STT and the bit penetration depth. STT and MPFT laboratory tests were performed with IOF

61 samples with particle sizes ranging from 9.5 mm to 25 μm in diameter and fines content (<150 μm) of 0%, 10%,

62 20%, 30%, and 40%, and different moisture contents. The results of this study are useful for understanding the
63 behavior of the potential liquefaction of IOF under dynamic loading. The proposed indicators for liquefaction

64 potential provide parameters that can help mitigate the risk of liquefaction in samples with different fines and

65 moisture contents, which will be useful to shipping companies.

66 2. Material characterization

67 IOF samples were selected based on their representation of the IOF cargos that leave Brazil via bulk carriers.

68 The tests were performed on samples prepared with different fines and moisture contents.

69 The samples were prepared with particle sizes ranging from 9.5 mm to 25 μm in diameter and fines content

70 (<150 μm) of 0%, 10%, 20%, 30%, and 40%. In this study, fines were defined as particles passing through sieve

71 nº 100 with a mesh size of 150 µm. The classification curves of the IOF samples for the five fines contents are

72 shown in Fig. 1, and the physical properties and particle size distribution of the original sample (5.2% fines) are

73 shown in Table 1.

74 Table 1. Physical properties and particle size distribution of the original sample (5.2% fines).
Property Standard Results
Particle density, Gs (t/m3) NBR ISO 3852 (ABNT, 2009) 4.7 t/m3
Minimum dry density (t/m3) NBR ISO 3852 (ABNT, 2009) 2.75 t/m3
Maximum dry density (t/m3) NBR ISO 3852 (ABNT, 2009) 3.03 t/m3
a
Particle size distribution
Gravel (4.75–75 mm) D2487 (ASTM, 2006) 15.1%
Sand (0.075–4.75 mm) D2487 (ASTM, 2006) 82.2%
Silt (<75 μm) D2487 (ASTM, 2006) 2.7%
Classification D2487 (ASTM, 2006) Poorly graded sand with gravel (SP)
b
Coefficient of curvature (Cc) (D30 2 ⁄(D10 xD60 )) D2487 (ASTM, 2006) 0.95
b
Coefficient of uniformity (Cu) (D60 ⁄D10 ) D2487 (ASTM, 2006) 3.81
a
75 Particle size distribution for this IOF specimen is shown in Fig. 1.
b
76 D60, D30, and D10 are the particle sizes corresponding to 60%, 30%, and 10% finer particles, respectively, on the cumulative
77 particle-size distribution curve.

Fig. 1. Soils liquefiable boundaries (Munro and Mohajerani, 2016a) and particle size distribution of tested IOF.
78 3. Experimental tests

79 3.1. Modified Proctor/Fagerberg test

80 The MPFT involves compressing a sample in a standard cylinder with varying moisture content to produce a

81 compaction curve and determine the TML, as described in Appendix 2 of the IMSBC Code (IMO, 2013). To

82 determine the TML using the MPFT, it was first necessary to dry the sample in a drying oven in a controlled

83 temperature range of 100–105 °C. Compaction was performed in a standard 1000 cm 3 cylinder filled with five

84 layers of the sample, with each layer compressed by a 150 g hammer and dropped 25 times through a guided tube

85 from a height of 15 cm. For each layer, it was necessary to adjust the moisture content and perform gentle

86 homogenization for 5 min. After these procedures, the samples were weighed, and their moisture content was

87 determined.

88 To obtain a complete compaction curve, six tests were performed with different moisture contents and without

89 reusing the sample. The net water content (ev), void ratio (e), and degree of saturation (S) were calculated using

90 Eqs. (1), (2), and (3), respectively.

𝑤𝑎𝑡𝑒𝑟 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚3 ) (1)


𝑒𝑣 = × 100
𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚3 )
𝑣𝑜𝑖𝑑 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚3 ) (2)
𝑒 = × 100
𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑐𝑚3 )
𝑒𝑣 (3)
𝑆 =
𝑒
91 From the results, a graph (e vs. ev) was plotted (as shown in Fig. 2). The value ev, which corresponds to the

92 intersection between the compaction curve and the 80% isosaturation line, is determined from the graph (e vs.

93 ev), and using the measured solid density (d), the TML is calculated using Eq. (4), which was then expressed as the

94 gross water content (GWC) by mass percentage.

100𝑒𝑣
𝑇𝑀𝐿 = (4)
100𝑑 + 𝑒𝑣

Fig. 2. Example of a compaction curve produced using the MPFT (IMO, 2013).
95 To facilitate the visualization of the TML in the compaction curve, the results are presented in the form of a

96 graph (e vs. GWC). To determine the TML using the MPFT, each sample received a unique identifier, as listed in

97 Table 2.

98 Table 2. Identification of the MPFT samples.


ID
a
Fines content
(%)
Compaction 0 10 20 30 40
test
1 00MPFT01 10MPFT01 20MPFT01 30MPFT01 40MPFT01
2 00MPFT02 10MPFT02 20MPFT02 30MPFT02 40MPFT02
3 00MPFT03 10MPFT03 20MPFT03 30MPFT03 40MPFT03
4 00MPFT04 10MPFT04 20MPFT04 30MPFT04 40MPFT04
5 00MPFT05 10MPFT05 20MPFT05 30MPFT05 40MPFT05
6 00MPFT06 10MPFT06 20MPFT06 30MPFT06 40MPFT06
a
99 Particle size<150 μm.

100 3.2. Shake-table test

101 An experimental methodology using a shake-table was developed to quantitatively investigate the liquefaction

102 potential of IOF under cyclic loading. The shake-table in this study is commonly used to determine the maximum-

103 index dry density according to ASTM D4253 (ASTM, 2000).

104 Fig. 3 shows the shake-table apparatus, cylinder mold with the penetration bit in an IOF sample, and the

105 dimensions of the penetration bit. The penetration bit used in this study was developed by Munro and Mohajerani

106 (Munro and Mohajerani, 2016c) to observe the apparent shear strength of an IOF sample under cyclic loading. The

107 apparatus corresponds to a free-floating plunger with a contact pressure of 16.36 kPa and diameter of 25.4 mm,

108 as shown in Fig. 3c.

Fig. 3. Apparatus of the STT. (a) Shake-table and the cylindrical mold, (b) iron ore fines and the penetration bit, and (c)

dimensions of the penetration bit.

109 The STT was comprised of a vertically vibrating cylindrical mold containing a compacted IOF, which was

110 positioned on a vibration platform. Vibrations were performed with a vertical double amplitude (peak-to-peak
111 displacement) of 0.33 ± 0.05 m and a frequency of 60 Hz for 12 min. This frequency and amplitude followed the

112 test standards established in ASTM D4253 (ASTM, 2000), and the total test time was sufficient to produce the

113 maximum density. The parameters of this test were considered adequate for the short-term reproduction of IOF

114 compaction, which typically occurs during the transport of a bulk carrier from Brazil to China. This transport takes

115 approximately 40 days and experiences a maximum acceleration of 1 g with an average frequency of 0.1 Hz

116 (IOTWG, 2013b).

117 All tests were performed by the same operator to obtain reproducible and consistent results, and the tests were

118 repeated twice for each sample set. Vibration tests were performed under undrained conditions because the

119 reduction in moisture content during the sea transport of IOF cargo does not exceed 1% (IOTWG, 2013b). Each

120 sample was assigned a unique identifier, as listed in Table 3.

121 Table 3. Identification of the STT samples.


a
Fines content Gross water content by weight
ID
(%) (GWC) (%)
00STT09 9
00STT10 10
0
00STT11 11
00STT12 12
10STT09 9
10STT10 10
10
10STT11 11
10STT12 12
20STT09 9
20STT10 10
20
20STT11 11
20STT12 12
30STT09 9
30STT10 10
30
30STT11 11
30STT12 12
40STT09 9
40STT10 10
40
40STT11 11
40STT12 12
a
122 Particle size<150 μm.

123 For each test, 4 kg of IOF sample was placed in a cylindrical mold with a diameter of 120 mm and height of 285

124 mm. Similar to the compaction of the flow table test described in the IMSBC Code (IMO, 2013), that of the STT was

125 performed using a tamping rod adjusted to a pressure of approximately 550 kPa with a compaction head of 30 mm

126 in diameter. The compaction pressure depended on the properties of the sample being tested. The damping

127 pressure (P) was determined before performing the STT as follows:

𝑃 = 𝜌 × 𝑑 × 𝑔, (5)

128 where ρ is the bulk density (4,700 kg/m3) obtained using standard Proctor compaction, as described in NBR ISO

129 3852 (ABNT, 2009), d is the maximum depth of cargo (12 m), and g is the acceleration due to gravity (9 .81 m/s2).
130 The cylindrical mold was filled in four steps, with each step adding a new layer. After the addition of each layer,

131 compaction was performed with a tamping rod by applying compression over the entire area of the sample until

132 a flat and uniform surface was obtained. After each compaction, a metallic penetration bit suitable for IOF (Munro

133 and Mohajerani, 2016c) was placed on the surface of the sample to evaluate penetration depth.

134 According to Jian et al. (Jian et al., 2020), the saturated soil liquefaction initiation criteria cannot be used to

135 determine IOF liquefaction because of the unsaturated state in the test models. A recent study reported an upward

136 flow of water along the soil column towards the surface once liquefaction was performed (Adampira et al., 2021).

137 Another study reported that the upper layer IOF exhibited flow behavior as the water level approached the vessel

138 surface (Jian et al., 2020). Therefore, in this study, it was assumed that liquefaction of the IOF samples occurred

139 when free water was present on the surface of the container.

140 3.2.1. Measurements before the STT

141 For a comparative analysis of the parameters related to the liquefaction potential, it was necessary to compact

142 the IOF with a tamping rod in two-cylinder molds before the STT, as shown in Fig. 4. The cylinder mold, called

143 “Compaction Mold” was not installed on the shake-table and was used for sample extraction to determine the net

144 water content (ev), void ratio (e), degree of saturation (S), and GWC using Eqs. (1), (2), (3), and (4), respectively.

145 Notably, this sample could not be reused.

146 In the cylindrical mold, called “Test Mold,” the height (h1) and mass (m1) of the compacted sample were

147 measured, after which the mold was installed on the shake-table.

Fig. 4. Experimental methodology of the STT developed in this study.

148 The void ratio, gross water content, and degree of saturation parameters of “Compaction Mold” samples have

149 the same compaction energy, fines content, and moisture as those of their respective “Test Mold” samples. Thus, it

150 is acceptable to compare these parameters before and after STT.


151 3.2.2. Measurements after the STT

152 As shown in Fig. 4, the bit penetration depth (pbit) was measured after the STT, and the surface water content

153 (SWC) was removed using a graduated syringe. Thereafter, the sample height (h2) was measured.

154 After removing the penetration bit from the “Test Mold,” the sample was removed to determine the net water

155 content (ev), void ratio (e), degree of saturation (S), and GWC using Eqs. (1), (2), (3), and (4), respectively. These

156 calculations were used to analyze the behavior of these parameters when subjected to cyclic loading.

157 In this study, the Ip and ISWC indicators represented by Eqs. (6) and (7), respectively, are proposed to assess the

158 liquefaction potential.

𝑝𝑏𝑖𝑡
𝐼𝑃 = 𝑚1 , (6)
𝜋𝑟 2 ℎ1

159 where pbit is the bit penetration depth in cm and the expression 𝑚1 / 𝜋𝑟 2 ℎ1 represents the moist sample density

160 before the STT in g/cm3.

𝑆𝑊𝐶
𝐼𝑆𝑊𝐶 = × 100%, (7)
𝜋𝑟 2 ℎ2

161 where SWC corresponds to the volume of water on the surface after the STT (cm 3), and the expression 𝜋𝑟 2 ℎ2

162 represents the volume of the sample (cm3).

163 The Ip indicator corresponds to the relationship between the bit penetration depth and moist sample density

164 before the STT. It was assumed that the larger the bit penetration, the lower the apparent shear strength of the

165 IOF sample and, consequently, the greater the liquefaction potential. Therefore, it was necessary to determine the

166 Ip indicator using moist sample density to enable a comparison with other IOF samples with different moisture

167 contents and particle sizes.

168 The ISWC indicator represents the relationship between the volume of water on the surface of the sample and

169 that of the sample after the STT. It was assumed that moisture migration is an indication of liquefaction owing to

170 an apparent loss of shear strength or a result of the change in the matric suction or pore water pressure within the

171 sample. Therefore, it is estimated that if the effective stress is reduced to close to zero by the change in the pore

172 water pressure, the shear strength will also be reduced, and the sample may liquefy.

173 This argument is theoretically based on Eq. (8), which is commonly referred to as the Mohr–Coulomb failure

174 criterion, is widely accepted and used to determine the shear strength of the soil. Eq. (8) expresses the shear

175 strength, τ, of a granular material as a function of the angle of internal friction, φ′, Coulomb cohesion, c′, and applied

176 effective stress, σ′.

𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ 𝑡𝑎𝑛𝜑 ′ (8)
177 The applied effective stress, σ′, can be obtained using Bishop's equation, Eq. (9), which is used for unsaturated

178 soils. Eq. (9) comprises pore air pressure, ua, pore water pressure, uw, normal stress, σ, and a parameter χ, which

179 is a real number between 0 and 1 that indicates the degree of saturation, with 1 indicating complete saturation.

𝜎 ′ = (𝜎 − 𝑢𝑎 ) + 𝜒(𝑢𝑎 − 𝑢𝑤 ) (9)

180 According to Eq. (9), in fully saturated soils (χ = 1), the reduction in the effective stress is directly related to the

181 pore water pressure (i.e., 𝜎 ′ = 𝜎 − 𝑢𝑤 ). In unsaturated soils, when the degree of saturation is low, soil suction

182 or negative pore water pressure occurs within pores. As saturation increases, suction decreases, and moisture

183 migration begins (Munro and Mohajerani, 2017a).

184 4. Results and discussion

185 4.1. MPFT results

186 The MPFT results are presented in Table 4. For each fines content, compaction curves and the TML are shown

187 in Fig 5. These results show the relationship between the gross water content and void ratio.

188 Table 4. MPFT results.


Void ratio Gross water content Degree of saturation TML
ID
(e) (GWC) (%) (S) (%) (%)
00MPFT01 0.78 3.7 22.0
00MPFT02 0.93 5.7 28.9
00MPFT03 0.87 7.5 40.1
10.6
00MPFT04 0.69 9.5 64.4
00MPFT05 0.59 11.4 91.6
00MPFT06 0.61 12.2 94.8
10MPFT01 0.78 3.8 22.7
10MPFT02 0.88 5.6 29.1
10MPFT03 0.86 7.2 39.1
10.1
10MPFT04 0.73 8.9 57.3
10MPFT05 0.56 10.5 88.7
10MPFT06 0.59 12.1 96.4
20MPFT01 0.76 3.5 21.7
20MPFT02 0.86 5.3 28.9
20MPFT03 0.83 7.1 40.3
9.6
20MPFT04 0.60 9.0 70.0
20MPFT05 0.54 10.8 94.1
20MPFT06 0.56 11.7 97.6
30MPFT01 0.78 3.7 22.4
30MPFT02 0.87 5.3 28.6
30MPFT03 0.84 7.4 41.4
9.9
30MPFT04 0.61 9.4 72.1
30MPFT05 0.54 11.1 95.9
30MPFT06 0.56 11.6 97.5
40MPFT01 0.82 3.5 20.1
40MPFT02 0.89 5.7 29.8
40MPFT03 0.85 7.4 41.2
10.3
40MPFT04 0.66 9.3 66.2
40MPFT05 0.56 11.3 94.3
40MPFT06 0.58 11.8 96.4
189 The results showed in Fig. 5 indicate that the TML decreases as fines content increases from 0% to 20% and

190 increases as fines content exceeds 20%. The fines content that marks this minimum TML (i.e., 20% fines content)

191 is called transitional fines content (TFC) (Yang et al., 2006). This relationship between fines content and the TML

192 is shown in Fig. 6.

Fig. 5. Compaction curve and the TML produced using the MPFT.

193 The TML decreases as fines content approaches 20% because of the reduction in the void index, which reaches

194 a minimum near this value. In this domain (i.e., 0–20%), the filling effect occurs, with finer particles progressively

195 filling the voids between the larger particles. In the domain after the TFC (i.e., 20–40%), the structural effect of

196 occupation occurs wherein coarse particles become engulfed by fine particles, resulting in the replacement of

197 voids with solid mass (Ferreira, 2019).

Fig. 6. Influence of fines content on the TML.

198 4.2. STT experiments

199 During each STT, particle settlement was observed, indicating that the IOF samples underwent compaction. It

200 was assumed that the total particle settlement could be estimated using the differences between the heights of the

201 samples before (h1) and after (h2) the STT.


202 In several tests, water was observed on the surface of the samples, indicating moisture migration. The results

203 are presented in Table 5.

204 Table 5. Results of moisture migration to the surface of the sample produced using the STT.
Surface water content Sample volume after the STT ISWC
ID Liquefaction?
(SWC) (cm3) (cm3) (%)
00STT09 0.0 1425.0 0.00 No
00STT10 6.0 1402.4 0.43 Yes
00STT11 13.5 1368.5 0.99 Yes
00STT12 47.0 1345.9 3.49 Yes
10STT09 0.0 1413.7 0.00 No
10STT10 4.0 1402.4 0.29 Yes
10STT11 5.0 1368.5 0.37 Yes
10STT12 28.0 1334.5 2.10 Yes
20STT09 0.0 1379.8 0.00 No
20STT10 3.0 1345.9 0.22 Yes
20STT11 3.4 1345.9 0.25 Yes
20STT12 4.0 1323.2 0.30 Yes
30STT09 0.0 1391.1 0.00 No
30STT10 0.0 1345.9 0.00 No
30STT11 1.0 1334.5 0.07 Yes
30STT12 1.2 1323.2 0.09 Yes
40STT09 0.0 1413.7 0.00 No
40STT10 0.0 1391.1 0.00 No
40STT11 0.0 1357.2 0.00 No
40STT12 0.8 1311.9 0.06 Yes

205 As shown in Fig. 7, migration of moisture to the surface of the sample did not occur when the GWC was 9%,

206 regardless of fines content (i.e., samples 00STT09, 10STT09, 20STT09, 30STT09, and 40STT09). Furthermore, no

207 water was detected on the surfaces of the samples comprising 30% fines with 10% GWC (sample 30STT10), 40%

208 fines with 10% GWC (sample 40STT10), and 40% fines with 11% GWC (sample 40STT11). For these samples, the

209 upper layer of the IOF did not exhibit flow behavior, indicating that liquefaction did not occur. In the other samples,

210 where water appeared on the surface, a layer of free IOF indicated the liquefaction of the sample. These results are

211 illustrated in Fig. 7, which also shows that the ISWC indicator behaves similarly to SWC for the same fines content.

212 This is because the STT causes densification of the samples with little volume change. Therefore, higher ISWC values

213 indicate greater moisture migration to the surface of the sample, which indicates that the liquefaction potential of

214 IOF is a function of moisture migration.

215 The STT results showed that for the same GWC, the SWC decreased with increasing fines content. In the samples

216 with no fines, there was a large increase in SWC, whereas in the samples with 40% fines, SWC was detected only

217 for 12% GWC. This indicates that for the same fines content, SWC increases with increasing GWC. The authors

218 presumed that this is caused by a rearrangement of the particles, mainly the fines content, which provides a lower

219 hydraulic conductivity.


Fig. 7. Results of the SWC parameter and the ISWC indicator after the STT.

220 These observations are consistent with the results presented in Table 6, where it is shown that the dynamic

221 loading applied to the STT caused a reduction in the void ratio, an increase in the degree of saturation, and

222 densification of the sample. The range of values of these parameters is consistent with a study (Munro and

223 Mohajerani, 2017b) that used IOF with similar physical properties.

224 Table 6. Sample compaction parameters before and after the STT.
Before the STT After the STT
a b b
a a a Moist b b Gross b Moist b
ID Void Gross water Degree of Sample Void Degree of Sample
sample water sample
ratio content saturation height ratio saturation height
density content density
(e) (GWC) (%) (S) (%) (h 1) (cm) (e) (S) (%) (h 2) (cm)
(g/cm3) (GWC) (%) (g/cm3)
00STT09 0.78 9.4 62.5 2.9 12.9 0.74 9.4 68.2 3.0 12.6
00STT10 0.77 10.8 73.7 3.0 12.8 0.71 10.5 77.1 3.1 12.4
00STT11 0.76 11.4 78.9 3.0 12.6 0.70 10.9 82.3 3.1 12.1
00STT12 0.75 12.7 90.9 3.1 12.7 0.64 11.3 93.9 3.2 11.9
10STT09 0.78 9.2 61.1 2.9 12.8 0.75 9.2 65.1 3.0 12.5
10STT10 0.78 10.4 69.8 3.0 12.8 0.72 9.8 71.4 3.1 12.4
10STT11 0.77 11.3 78.2 3.0 12.7 0.68 10.7 83.0 3.1 12.1
10STT12 0.74 12.4 90.0 3.1 12.3 0.68 11.2 94.5 3.2 11.8
20STT09 0.78 9.4 62.3 2.9 12.9 0.67 9.3 64.0 3.1 12.2
20STT10 0.76 10.0 68.7 3.0 12.6 0.66 9.7 77.1 3.1 11.9
20STT11 0.75 11.0 78.5 3.0 12.5 0.65 10.7 83.0 3.2 11.9
20STT12 0.73 12.7 93.5 3.1 12.2 0.64 12.1 96.1 3.2 11.7
30STT09 0.76 9.1 61.7 2.9 12.9 0.68 9.1 69.2 3.1 12.3
30STT10 0.76 10.5 72.9 3.0 12.5 0.66 10.5 75.7 3.1 11.9
30STT11 0.75 11.4 81.5 3.0 12.4 0.66 11.2 89.9 3.2 11.8
30STT12 0.73 12.6 92.2 3.1 12.1 0.66 12.4 92.8 3.2 11.7
40STT09 0.82 9.0 57.3 2.9 13.0 0.75 9.0 62.6 3.0 12.5
40STT10 0.79 10.4 69.3 3.0 12.9 0.71 10.4 77.2 3.1 12.3
40STT11 0.75 11.0 77.2 3.0 12.5 0.68 10.9 86.4 3.1 12.0
40STT12 0.73 12.6 93.5 3.1 12.2 0.67 12.5 94.3 3.2 11.6
a
225 Compaction Mold sample
b
226 Test Mold sample

227 The total particle settlement ranged from 3 mm to 8 mm, as shown in Fig 8. These values were lower than those

228 reported by Kwa et al. (Kwa et al., 2020), who used STT in well-graded materials containing 18% and 28% fines.
229 These differences in the results were due to the differences in the dimensions of the cylinder molds, amounts of

230 materials used, and compaction energy of the samples.

Fig. 8. Total settlements after the STT.

231 The results presented in Table 6 were obtained before and after the STT; therefore, the moisture migration

232 process during the STT was not investigated. To better understand the moisture migration process, further

233 investigations using pore water pressure and moisture measurements during testing are required.

234 The results presented in Table 7 indicate that the fines and moisture content of the samples influence the IOF

235 liquefaction process when subjected to dynamic loading. In the samples that underwent liquefaction, the

236 penetration bit reached the bottom of the cylinder mold, and the bit penetration depth was significantly reduced

237 in the samples that did not undergo liquefaction. This is exemplified by the samples 00STT09 and 00STT12, as

238 shown in Fig. 9.

239 Table 7. Results of bit penetration depth produced using the STT.
Bit penetration depth Moist sample density before the STT Ip a
ID Liquefaction?
(cm) (g/cm3) (cm4/g)
00STT09 10.6 2.9 3.66 No
00STT10 12.4 3.0 4.13 Yes
00STT11 12.1 3.0 4.03 Yes
00STT12 11.9 3.1 3.84 Yes
10STT09 10.4 2.9 3.59 No
10STT10 12.4 3.0 4.13 Yes
10STT11 12.1 3.0 4.03 Yes
10STT12 11.8 3.1 3.81 Yes
20STT09 10.1 2.9 3.48 No
20STT10 11.9 3.0 3.97 Yes
20STT11 11.9 3.0 3.97 Yes
20STT12 11.7 3.1 3.77 Yes
30STT09 9.8 2.9 3.38 No
30STT10 10.6 3.0 3.53 No
30STT11 11.8 3.0 3.93 Yes
30STT12 11.7 3.1 3.77 Yes
40STT09 9.6 2.9 3.31 No
40STT10 10.1 3.0 3.37 No
40STT11 10.4 3.0 3.47 No
40STT12 11.6 3.1 3.74 Yes
a
240 Liquefaction result extracted from Table 4.

241 As shown in Fig. 9a, there was no emergence of SWC in samples 00STT09, and there was no penetration of the

242 bit until the bottom of the cylindrical mold. Furthermore, the sample did not reach the flow state. In contrast, Fig.

243 9b shows a liquefied sample with a significant SWC and bit penetration to the bottom of the cylindrical mold.

Fig. 9. Bit penetration depth. (a) Sample 00STT09 and (b) sample 00STT12.

244 In the non-liquefied samples with 9% GWC, the bit penetration depth decreased as the fines content increased.

245 Furthermore, in the non-liquefied samples with 30% and 40% fines, the bit penetration depth increased with

246 increasing moisture. Similar results were reported by Munro and Mohajerani (Munro and Mohajerani, 2017b). Fig.

247 10 shows the bit penetration depth as a percentage of the final height (h2). In the samples that did not have a

248 penetration bit reaching the bottom of the cylindrical mold, the penetration percentage was less than 100%.

249 The results of this study that correlated the fines content and moist sample density with the liquefaction

250 potential are consistent with the results reported by Kwa and Airey (Kwa and Airey, 2017), who found that the

251 same densities were more resistant to cyclic failure if they contained higher fines content. The samples that were

252 not liquefied and had the same moist sample density before STT exhibited a decrease in the penetration depth of

253 the bit with increasing fines content. The samples that underwent liquefaction and had the same moist sample

254 density before the STT exhibited a decrease in SWC with increasing fines content.
Fig. 10. Bit penetration depth in % of final sample height.

255 The Ip indicator for the non-liquefied samples exhibited a behavior similar to that exhibited by the bit

256 penetration depth because the sample densities varied little, as shown in the highlighted area of Fig. 11. Therefore,

257 for samples that were not liquefied, lower values of Ip indicated a lower liquefaction potential. The results in Fig.

258 11 show that the samples with Ip values lower than 3.66 did not undergo liquefaction. Therefore, this indicator can

259 be used to classify the liquefaction potential. However, the analysis of the Ip indicator is not relevant for samples

260 that underwent liquefaction because the penetration of the bit is limited by the bottom of the cylindrical mold.

Fig. 11. Ip indicator curve for the sample of this study.

261 From the tests performed, it was found that the bit penetration depth is a function of the time and amplitude of

262 dynamic loading. Therefore, further investigation is required to determine the importance of these parameters on

263 the bit penetration depth and consequently on the liquefaction potential.
264 4.3. Verification of the STT results

265 To verify the results of the STT, parameters related to liquefaction were used, with an emphasis on the TML

266 produced using the MPFT. According to Ferreira (Ferreira, 2019), the TML is not a liquefaction resistance

267 parameter but a maximum moisture value that corresponds to a sufficiently low saturation degree such that

268 liquefaction or stockpile instability does not occur under cyclic loading conditions to which the cargo is subjected

269 to maritime transport.

270 As shown in Fig. 6, the lowest TML obtained was 9.6% for the sample with 20% fines content. These results

271 produced using the MPFT are consistent with those obtained using the STT (Table 5), wherein the samples with

272 9% GWC before the STT (i.e., 00STT09, 10STT09, 20STT09, 30STT09, and 40STT09) did not undergo liquefaction.

273 These results indicate that for humidity below ~9%, liquefaction would probably not occur during maritime

274 transport with a load of this type of IOF.

275 Fig. 6 shows TMLs of 10.6%, 10.1%, and 9.6% for samples with fines content of 0%, 10%, and 20%, respectively.

276 Liquefaction occurred in samples 00STT10, 10STT10, and 20STT10, which had a GWC before the STT of 10.8%,

277 10.4%, and 10.0%, respectively, as shown in Table 6. Therefore, given that the GWC of each sample exceeded its

278 respective TML, the liquefaction results produced using STT were comparable to the TML results produced using

279 MPFT.

280 Fig. 6 shows that the highest TML obtained for the samples without fines content was 10.6%. Liquefaction was

281 observed in samples 00STT11, 10STT11, 20STT11, and 30STT11, which had a GWC of ~11% before the STT, as

282 shown in Table 6. These liquefaction results obtained using the STT were consistent with their respective TMLs

283 produced using the MPFT.

284 According to the TML results produced using the MPFT, samples 30STT10, 40STT10, and 40STT11 that had a

285 GWC before the STT of 10.5%, 10.4%, and 11.0%, respectively, as shown in Table 6, should have exhibited

286 liquefaction, as these moisture levels exceeded the TML of their respective samples. However, SWC and flow state

287 were not observed in these samples. The GWC values very close to the TML can cause this disagreement because

288 the time and amplitude of the vibration applied to the STT, specified in ASTM D4253 (ASTM, 2000), are not specific

289 to IOF.

290 Finally, as expected, liquefaction occurred in all samples with a GWC of ~12% because the highest TML was

291 10.6% for the samples without fines. In general, it seems that the liquefaction state produced by the STT

292 corresponds to the TML produced by the MPFT.

293 In this study, the STT, which was controlled by the displacement amplitude, vibration frequency, and application

294 time, produced results for the void ratio, degree of saturation, and moist sample density in the IOF samples, which
295 were compared with the values produced by the MPFT. These comparisons were expressed in terms of the

296 difference between the values from the two tests, as listed in Table 8. The samples were grouped together

297 according to their GWC, which had a maximum difference of 3.5% (recorded for the samples with 40% fines and

298 ~11% GWC). The largest differences for each of the other parameters were recorded as follows: 18.2% for the

299 void ratio (for samples with 30% fines and ~11% GWC), 12.0% for the degree of saturation (for samples with 10%

300 fines and ~9% GWC), and 8.8% for the moist sample density (for samples with 40% fines and ~11% GWC). These

301 results indicate that the experimental methodology developed using the shake-table produces a densification in

302 IOF samples comparable to that of the MPFT compaction methodology.

303 Table 8. Comparison of parameters for the samples tested using the STT and the MPFT.
Difference of
Gross water Difference of Void Difference of Degree of Difference of Moist sample
moist sample
ID content GWC ratio e saturation S density
density
(GWC) (%) (%) (e) (%) (S) (%) (%) (g/cm3)
(%)
00STT09 9.4 0.74 68.2 3.0
1.1 6.8 5.6 0.0
00MPFT04 9.5 0.69 64.4 3.0
00STT12 11.3 0.64 93.9 3.2
0.9 7.8 2.4 3.0
00MPFT05 11.4 0.59 91.6 3.3
10STT09 9.2 0.75 65.1 3.0
3.3 2.7 12.0 0.0
10MPFT04 8.9 0.73 57.3 3.0
10STT11 10.7 0.68 83.0 3.1
1.9 17.6 6.4 6.1
10MPFT05 10.5 0.56 88.7 3.3
20STT09 9.3 0.67 64.0 3.1
3.2 10.4 8.6 3.1
20MPFT04 9.0 0.60 70.0 3.2
20STT11 10.7 0.65 83.0 3.2
0.9 16.9 11.8 5.9
20MPFT05 10.8 0.54 94.1 3.4
30STT09 9.1 0.68 69.2 3.1
3.2 10.3 4.0 3.1
30MPFT04 9.4 0.61 72.1 3.2
30STT11 11.2 0.66 89.9 3.2
0.9 18.2 6.2 5.9
30MPFT05 11.1 0.54 95.8 3.4
40STT09 9.0 0.75 62.6 3.0
3.2 12.0 5.4 3.2
40MPFT04 9.3 0.66 66.2 3.1
40STT11 10.9 0.68 86.4 3.1
3.5 17.6 8.4 8.8
40MPFT05 11.3 0.56 94.3 3.4

304 5. Conclusion

305 This study, using STT and MPFT, the liquefaction response of IOF for a wide range of fines and moisture contents

306 commonly transported via bulk carriers was investigated. An experimental methodology was developed using a

307 shake-table to investigate the parameters that influence the liquefaction potential of bulk cargoes under cyclic

308 loading. From the experimental results, the following conclusions can be drawn.

309 1. The MPFT results show that the fines content of iron ore significantly influences the TML. In

310 particular, the TML decreased until transitional fines content (TFC), after which it started to increase.
311 2. In general, the liquefaction results obtained from the proposed methodology with STT were

312 consistent with the TML produced by the MPFT. There was no liquefaction in the samples where GWC

313 lower than TML and there was liquefaction in most samples where GWC was higher than TML.

314 3. The liquefaction potential of IOF correlates with the migration of moisture to the surface, and these

315 phenomena depend on the fines and moisture contents. For the same fines content, SWC increases

316 with increasing GWC, and for the same moisture content, SWC decreases with increasing fines

317 content.

318 4. The application of the experimental methodology developed using STT caused a reduction in the void

319 ratio in the IOF samples, an increase in the degree of saturation, and a reduction in the moist sample

320 density, with values comparable to those of the MPFT compaction methodology.

321 5. For the samples with the same moist sample density before the STT, the liquefaction potential of IOF

322 exhibited an inverse relationship with the fines content. In the samples that did not undergo

323 liquefaction, for the same density, there was a reduction in the bit penetration depth with increasing

324 fines content. In the samples that underwent liquefaction, for the same density, there was a reduction

325 in the SWC with increasing fines content.

326 6. The proposed indicators, Ip and ISWC, are useful parameters for evaluating the liquefaction potential

327 of IOF in samples with different fines and moisture contents; for the tested IOF, an Ip ≤ 3.66 indicates

328 that there should be no liquefaction, and an ISWC > 0 indicates potential liquefaction.

329 This article reports data and findings that are useful for understanding the behavior of the potential liquefaction

330 of IOF under dynamic loading. The indicators and experimental methodology proposed for the analysis of

331 liquefaction potential provide useful parameters for shipping companies that want to mitigate the risk of

332 liquefaction of solid bulk cargoes, in addition to the MPFT.

333 Finally, additional studies aimed at optimizing the displacement amplitude, vibration frequency, and total time

334 of the STT to reduce errors in the void ratio, degree of saturation, and density with respect to the MPFT are strongly

335 encouraged.

336 Acknowledgement

337 The authors are grateful to the Vale S/A for the supply of iron ore cargo used to conduct this research and the

338 technical staff at the Federal University of Para who have been very helpful throughout each stage of this research.

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