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Tese apresentada à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa do Instituto

Tecnológico de Aeronáutica, como parte dos requisitos para obtenção do título


de Doutor em Ciências no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Infraestrutura Aeronáutica, na área de Infraestrutura Aeroportuária.

Carlos Eduardo Tino Balestra

ANÁLISE DE PERFIS DE CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS


EM ESTRUTURAS DE CONCRETO REAIS EXPOSTAS EM
AMBIENTE MARINHO

Tese aprovada em sua versão final pelos abaixo assinados:

Prof. Dra. Maryangela Geimba de Lima


Orientadora

Prof. Dr. Luiz Carlos Sandoval Góes


Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Campo Montenegro
São José dos Campos, SP – Brasil
2017
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Divisão de Informação e Documentação
Balestra, Carlos Eduardo Tino
Análise de perfis de concentração de cloretos em estruturas de concreto reais expostas em ambiente
marinho / Carlos Eduardo Tino Balestra.
São José dos Campos, 2017.
243f.

Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica.


Área Infraestrutura Aeroportuária – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2017. Orientadora: Prof.
Dra Maryangela Geimba de Lima.

1. Corrosão; 2. Cloretos; 3. Estruturas de concreto; 4. Ambientes marinhos; 5. Ciclo de vida; 6.


Engenharia civil. I. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. II. Análise de perfis de concentração de cloretos em
estruturas de concreto reais expostas em ambiente marinho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BALESTRA, Carlos Eduardo Tino. Análise de perfis de concentração de cloretos em
estruturas de concreto reais expostas em ambiente marinho. 2017. 243f. Tese de
Doutorado em Engenharia de Infraestrutura Aeroportuária – Instituto Tecnológico de
Aeronáutica, São José dos Campos.

CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: Carlos Eduardo Tino Balestra
TÍTULO DO TRABALHO: Análise de perfis de concentração de cloretos em estruturas de
concreto reais expostas em ambiente marinho.
TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese de Doutorado / 2017.

É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta


Tese e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O
autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta Tese pode ser reproduzida
sem a sua autorização (do autor).

__________________________________
Nome Carlos Eduardo Tino Balestra
Rua Borges de Medeiros, 1453, apto 402
CEP: 85904-230, Toledo – PR.
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ANÁLISE DE PERFIS DE CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS

EM ESTRUTURAS DE CONCRETO REAIS EXPOSTAS EM

AMBIENTE MARINHO

Carlos Eduardo Tino Balestra

Composição da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Paulo Scarano Hemsi Presidente - ITA


Prof. Dra. Maryangela Geimba de Lima Orientadora - ITA
Prof. Dr. Paulo Ivo Braga de Queiroz - ITA
Prof. Dr. Wellington Longuini Repette - UFSC
Prof. Dr. André Tavares da Cunha Guimarães - FURG
Prof. Dra. Julia Wippich Lencioni - UNITAU

ITA
iv

Dedico este trabalho à minha família e à minha esposa Daniele.


v

Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo Dom da Vida e por me fortalecer em todos os momentos ao


longo desta trajetória.
Agradeço a minha família pelo apoio incondicional em todos os momentos e pelo
incentivo fundamental para chegar até aqui.
Agradeço a minha esposa Daniele pelo incentivo, amor e carinho.
Agradeço a Prof. Dra. Maryangela por me orientar e me conduzir nesta jornada
acadêmica desde o mestrado.
Agradeço ao Prof. Dr. Ronaldo Alves de Medeiros Junior e a Prof. Dra. Julia
Wippich Lencioni por todo o auxílio ao longo desta caminhada.
Agradeço aos meus amigos da pós graduação do ITA que VIERAM COMIGO ao
longo desta jornada.
Agradeço a todos da Fundação Fernando Lee e a UNAERP por possibilitarem a
realização deste trabalho.
Agradeço ao pessoal da UTFPR-PR campus Toledo pelo auxílio durante as etapas de
desenvolvimento experimental deste trabalho.
A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, recebam meus sinceros
agradecimentos.
O presente trabalho foi realizado com o apoio da CAPES – Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - agradeço pelo fomento à pesquisa por meio
da bolsa de doutorado.
vi

"We are what we repeatedly do. Excellence then, is not an act, but a habit”.
(Aristotle)

"Life’s battles don’t always go to the stronger or faster man.


Sooner or later the man who wins is the man who belives he can”.
(Vince Lombardi)
vii

Resumo

A corrosão das armaduras, em estruturas de concreto armado, é apontada como a principal


causa de degradação destas estruturas, reduzindo sua capacidade portante e impondo riscos à
segurança estrutural. Sob esta perspectiva, o ambiente marinho apresenta-se como um dos
mais agressivos às estruturas de concreto armado sob a óptica da corrosão, onde os íons
cloreto presentes neste ambiente atuam como os principais agentes responsáveis por
desencadear o processo corrosivo das barras, levando a danos significativos quanto às suas
propriedades mecânicas, mesmo mediante pequenos graus de corrosão. Neste ponto, o
conhecimento dos perfis de concentração de cloretos, baseados em estruturas reais, é uma
importante ferramenta capaz de fornecer informações quantitativas a respeito do ingresso dos
íons cloreto no interior do concreto, com vistas ao desenvolvimento de modelos que
objetivam estimar a vida útil de estruturas de concreto armado presentes em ambiente
marinho. Portanto, neste trabalho pretende-se analisar os perfis de concentração de cloretos
totais obtidos a partir de estruturas reais, presentes a mais de 30 anos em diferentes zonas de
agressividade marinha, levando em conta as características dos materiais por ensaios
destrutivos, não destrutivos, químicos e físicos em amostras obtidas a partir das estruturas
analisadas. Com os resultados obtidos a partir dos perfis, uma modelagem através de uma
nova metodologia, baseada na Equação de Holliday, capaz de representar as concentrações de
cloreto tanto na zona de convecção, quanto na zona de difusão é apresentada, sendo as
modelagens obtidas comparadas com as modelagens a partir da solução da Segunda Lei de
Fick para até 100 anos. Os resultados das análises realizadas mostraram os efeitos das
propriedades materiais na penetração de cloretos, com relevância para os parâmetros relativos
à porosidade do concreto. Além disso, em uma análise das modelagens foi possível observar
que os resultados obtidos em ambas se mostraram muito próximos, entretanto, a nova métrica
proposta se mostrou capaz de representar as concentrações de cloretos nas camadas mais
próximas à superfície. Assim, esta nova metodologia caracteriza-se como uma contribuição
inovadora na representação de perfis de concentração de cloretos, baseados em estruturas
reais presentes a mais de 30 anos em diferentes zonas de agressividade marinha.
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Abstract

Reinforcement corrosion is considered the main cause of degradation of reinforced concrete


structures, reducing their bearing capacity and imposing structural safety risks. In this sense,
marine environment is one of the most aggressive to reinforced concrete structures under the
corrosion perspective, where chloride ions present in this environment act as the main agents
for trigger the corrosive process of the bars, leading to significant damages to their
mechanical properties, even though small corrosion degrees. In this point, the chloride
concentration profiles knowledge, based on real structures, is an important tool capable of
provide quantitative information’s regarding chloride ions ingress through concrete, aiming
the development of models that aim to estimate the service life of reinforced concrete
structures present in marine environment. Therefore, this work present the analyses of total
chloride concentration profiles obtained from real structures present for more than 30 years in
different marine aggressive zones, taking into account materials characteristics by destructive,
non-destructive, chemical and physical tests. With the results from the profiles, a new
modelling methodology, based on Holliday’s Equation, capable of representing chloride
concentration in both convective and diffusive zones is presented and compared with results
modelled by the Second Fick’s Law solution up to 100 years. The results of the analysis
showed the effects of material properties on chloride penetration, with relevance of porosity
parameters of concrete. In addition, in a modelling analysis, it was possible to note that the
results obtained in both were very close, however, the new proposed metric is able to
represent the chloride concentrations in the concrete layers closest to the concrete surface.
Thus, this new methodology is an innovative contribution in the chloride concentration
profiles representation based on real structures present for more than 30 years in different
aggressive marine zones.
ix

Lista de Figuras

Figura 1: Exemplos de construções em concreto armado presentes em ambiente marinho: (a)

Plataforma petrolífera (NICOLAU, 2002); (b) Píers (BASTOS, 2010); (c) Pontes (SANTOS,

2013); (d) Edificações costeiras (SANTOS, 2013). ................................................................. 26

Figura 2: Representação das diferentes zonas de agressividade marinha (Adaptado de

DURACRETE, 1999). .............................................................................................................. 27

Figura 3: Representação esquemática da agressividade em diferentes zonas (Adaptado de

MEHTA & MONTEIRO, 2008). ............................................................................................. 28

Figura 4: Variação da concentração crítica de cloretos em função das características do

concreto e da umidade relativa (Adaptado de CEB-FIB, Bulletin 183, 1992). ........................ 31

Figura 5: Localização e vista geral da Ilha dos Arvoredos (CARLOS BALESTRA, 2015). .. 38

Figura 6: Engenheiro Fernando Eduardo Lee (MARTINEZ, 2010). ....................................... 39

Figura 7: Hélice acima do farol da Ilha para geração de energia (SANTIN & MEDEIROS,

1990). ........................................................................................................................................ 40

Figura 8: Painéis solares instalados por Fernando Lee na Ilha dos Arvoredos (D’IEPOSTI,

2004). ........................................................................................................................................ 40

Figura 9: Construções catalogadas na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE,

2014). ........................................................................................................................................ 42

Figura 10: Principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos. Vista 1 (Adaptado de

FURTADO, 2009). ................................................................................................................... 42

Figura 11: Principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos. Vista 2 (Adaptado de

FURTADO, 2009). ................................................................................................................... 43


x

Figura 12: Imagem da construção da piscina na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO

FERNANDO LEE, 2014). ........................................................................................................ 44

Figura 13: Face externa do muro de concreto da piscina (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

.................................................................................................................................................. 44

Figura 14: (a) Vista interna do reservatório; (b) aproveitamento da topografia para a coleta de

águas superficiais decorrentes da chuva na Ilha dos Arvoredos (Fotos: CARLOS

BALESTRA, 2015). ................................................................................................................. 45

Figura 15: (a) Residência na Ilha dos Arvoredos; (b) Detalhe da passarela de acesso a

residência (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2014). ................................................................... 46

Figura 16: Farol na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014). ................ 46

Figura 17: Oficina construída na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE,

2014). ........................................................................................................................................ 47

Figura 18: Umidade observada na formação rochosa onde a oficina se apoia devido aos

respingos das ondas (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)...................................................... 47

Figura 19: Embarque no cesto para acesso à Ilha dos Arvoredos (Foto: FUNDAÇÃO

FERNANDO LEE, 2015). ........................................................................................................ 48

Figura 20: Vista geral do guindaste com cesto para acesso de pessoas à Ilha (SOUZA, 2015).

.................................................................................................................................................. 49

Figura 21: Fênix executada em concreto armado (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014). . 49

Figura 22: Plataforma destinada a guardar embarcações na ocorrência de condições

desfavoráveis à navegação (SANTIN & MEDEIROS, 1990). ................................................. 50

Figura 23: Elementos estruturais da plataforma em diferentes zonas de agressividade marinha

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)....................................................................................... 50

Figura 24: Patamar da plataforma parcialmente encoberto pela água do mar durante a subida

da maré (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ........................................................................ 51


xi

Figura 25: Vista geral da escadaria 1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). .......................... 51

Figura 26: Vista geral da escadaria 2 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). .......................... 52

Figura 27: Manifestações patológicas verificadas na estrutura da piscina. (a) face interna com

eflorescências; (b) erosão em face externa (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2014). ................ 53

Figura 28: Corrosão das armaduras nos pilares da passarela de acesso à residência e perda de

seção transversal do concreto do pilar (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ........................ 54

Figura 29: Corrosão das armaduras da viga da passarela de acesso à residência (Foto:

CARLOS BALESTRA, 2015). ................................................................................................ 54

Figura 30: Corrosão das armaduras de vigas internas no farol (Foto: CARLOS BALESTRA,

2015). ........................................................................................................................................ 55

Figura 31: Manifestações patológicas verificadas na estrutura da oficina. (a) Colapso parcial

de um trecho da laje devido à severa corrosão das armaduras; (b) Fissuração e corrosão em

pilar e viga; (c) corrosão com seccionamento de armadura de pilar; (d) corrosão, fissuração e

flecha excessiva de laje (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2015). ............................................. 56

Figura 32: Manifestações patológicas observadas na base do guindaste (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ................................................................................................................. 57

Figura 33: Manifestações patológicas observadas na estrutura da plataforma (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ................................................................................................................. 58

Figura 34: Manifestações patológicas observadas na escadaria 1 (a) Corrosão das armaduras

da viga principal; (b) corrosão e lascamento da camada de cobrimento em pilar (Foto:

CARLOS BALESTRA, 2015). ................................................................................................ 59

Figura 35: Vista geral da escadaria 2 com colapsos dos degraus (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ................................................................................................................. 60

Figura 36: Projeto da oficina (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2016). ................................ 61


xii

Figura 37: Data dos projetos de construções presentes na Ilha dos Arvoredos (Adaptado de

FURTADO, 2009). ................................................................................................................... 61

Figura 38: Distribuição das principais espécies iônicas presentes na água do mar (Adaptado de

SILVA, 2011). .......................................................................................................................... 62

Figura 39: Exemplo de aplicação de isotermas de fixação (Adaptado de YUAN et al., 2009).

.................................................................................................................................................. 69

Figura 40: Representação esquemática do aparato de vela úmida (Adaptado de ASTM G140,

2008). ........................................................................................................................................ 70

Figura 41: Influência da umidade relativa no risco à corrosão (Adaptado de CEB-FIB 183,

1992). ........................................................................................................................................ 74

Figura 42: Influência da quantidade de C3A na fixação de cloretos (Adaptado de YUAN et al.,

2009). ........................................................................................................................................ 78

Figura 43: Micrografia da zona de transição na interface entre o agregado e a pasta de cimento

(Adaptado de MEHTA & MONTEIRO, 2008). ....................................................................... 81

Figura 44: Representação esquemática das zonas de convecção e difusão no concreto com a

representação do comportamento de um perfil de concentração de cloretos (Adaptado de

ARYA, VASIE & BIOUBAKHSH, 2014). ............................................................................. 84

Figura 45: Concentração de perfis identificando a presença de duas zonas no concreto para

diferentes fatores a/c (Adaptado de CASTRO, DE RINCÓN & PAZINI, 2001). ................... 85

Figura 46: Variação dos perfis de concentração de cloretos em diferentes períodos de

exposição (Adaptado de COSTA & APPLETON, 1999)......................................................... 87

Figura 47: Influencia da zona de exposição nas concentrações de cloretos analisados

(Adaptado de COSTA & APPLETON, 1999).......................................................................... 87

Figura 48: Processos para determinação de teores de cloreto no concreto (Adaptado de

TORRES-LUQUE et al., 2014). ............................................................................................... 89


xiii

Figura 49: Representação dos métodos de extração de amostras segundo a recomendação da

RILEM TC-178/2013 – (A) Método de perfuração com furadeira de impacto; (B) Método de

moagem da superfície do concreto; (C) Método de extração de corpos de prova e

seccionamento do mesmo. (Adaptado de RILEM TC-178/2013). ........................................... 90

Figura 50: Alteração da posição do eixo das concentrações em perfis com pico (Adaptado de

Andrade, Sagrera & Sanjuán, 2000). ........................................................................................ 95

Figura 51: Mapa geral de extração de corpos de prova (Adaptado de FURTADO, 2009). ..... 98

Figura 52: Corpos de prova envoltos por um filme após extração (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ................................................................................................................. 98

Figura 53: Pacômetro modelo D-Tech 150 Bosch (BOSCH, 2015). ..................................... 102

Figura 54: Posição das armaduras e espessura da camada de cobrimento em centímetros

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 102

Figura 55: Equipamento de determinação da resistividade do concreto (PROCEQ, 2015). .. 104

Figura 56: Remoção da camada superficial de revestimento para realização de ensaios de

resistividade elétrica (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)................................................... 104

Figura 57: Esclerômetro utilizado para ensaio (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). .......... 106

Figura 58: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade na estrutura da Escadaria 2

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 106

Figura 59: Vista geral das áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria

na Plataforma (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ............................................................ 107

Figura 60: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 1 da

Plataforma (face direita) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ........................................... 107

Figura 61: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 1 da

Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)......................................... 107


xiv

Figura 62: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da

Plataforma (face direita) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ........................................... 108

Figura 63: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da

Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)......................................... 108

Figura 64: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da

Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)......................................... 108

Figura 65: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Patamar

da Plataforma (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ............................................................ 109

Figura 66: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na passarela

da Residência (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ............................................................ 109

Figura 67: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade no Farol (faces internas)

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 109

Figura 68: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Escadaria

1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).................................................................................. 110

Figura 69: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Oficina

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 110

Figura 70: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Piscina

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 110

Figura 71: Localização dos corpos de prova extraídos da Escadaria 2 (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 111

Figura 72: Localização dos corpos de prova extraídos dos pilares da plataforma (Foto:

CARLOS BALESTRA, 2015). .............................................................................................. 112

Figura 73: Localização dos corpos de prova extraídos da escadaria 1 (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 112


xv

Figura 74: Localização dos corpos de prova extraídos da oficina (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 112

Figura 75: Localização dos corpos de prova extraídos da piscina (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 113

Figura 76: Localização dos corpos de prova extraídos do patamar e da laje da plataforma

(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015)..................................................................................... 113

Figura 77: Extratora de corpos de prova de concreto e broca de widea (KT SEG, 2016). .... 114

Figura 78: Procedimento de extração de corpo de prova da escadaria 2 (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 115

Figura 79: Envelopamento de corpos de prova após extração (Foto: CARLOS BALESTRA,

2015). ...................................................................................................................................... 115

Figura 80: Fechamento de pontos de extração de corpos de prova (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2015). ............................................................................................................... 116

Figura 81: Representação da distribuição da moagem dos corpos de prova. ......................... 117

Figura 82: Representação tridimensional da distribuição da moagem dos corpos de prova. . 118

Figura 83: Equipamento desenvolvido para a moagem e coleta de amostras em pó (Foto:

CARLOS BALESTRA, 2016). .............................................................................................. 119

Figura 84: Partes que compõe o equipamento (Foto: CARLOS BALESTRA, 2016). .......... 119

Figura 85: Detalhe do equipamento de moagem de corpos de prova (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2016). ............................................................................................................... 120

Figura 86: Extração e segmentação com disco diamantado de corpo de prova de concreto

(CHEEWAKET, JATURAPITAKKUL & CHALLE, 2010). ............................................... 121

Figura 87: Equipamento de Fluorescência de Raios-X utilizado (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2016). ............................................................................................................... 122


xvi

Figura 88: Resultado da curva de calibração entre os ensaios de Espectroscopia de

Fluorescência de Raios-X versus titulação potenciométrica/ISE. .......................................... 123

Figura 89: Ensaio de compressão em corpo de prova (Foto: CARLOS BALESTRA, 2016).

................................................................................................................................................ 125

Figura 90: Apresentação da análise de regressão não linear do software Minitab 16 (CARLOS

BALESTRA, 2017). ............................................................................................................... 129

Figura 91: Comparativo entre segmentos de barras antes e após o procedimento de decapagem

química (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ...................................................................... 130

Figura 92: Considerações sobre a zona de agressividade da Escadaria 2: Corpo de prova 1-

localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017). ............................ 131

Figura 93: Considerações sobre as zonas de agressividade da Plataforma e Patamar: Corpos de

prova 8, 10, 11, 12, 17, 18, 36, 37 e 38 - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS

BALESTRA, 2017). ............................................................................................................... 132

Figura 94: Considerações sobre a zona de agressividade da Escadaria 1: Corpos de prova 20

(a) e 24 (b) - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017). ....... 132

Figura 95: Considerações sobre a zona de agressividade da Oficina: Corpos de prova 25, 27

(a) e 29 (b) - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017). ....... 132

Figura 96: Considerações sobre a zona de agressividade da Piscina: Corpos de prova 30 e 31-

localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017). ............................ 133

Figura 97: Coloração rosa carmim durante o ensaio de carbonatação: (a) Pilar da plataforma;

(b) Escadaria 1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). .......................................................... 136

Figura 98: Índice esclerométrico efetivo médio nas diferentes zonas de agressividade marinha.

................................................................................................................................................ 140

Figura 99: Resistividade elétrica superficial média nas diferentes zonas de agressividade

marinha. .................................................................................................................................. 141


xvii

Figura 100: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Escadaria 1 e da

Piscina (Adaptado de FURTADO, 2009). .............................................................................. 146

Figura 101: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Escadaria 2 e da

Oficina (Adaptado de FURTADO, 2009). ............................................................................. 146

Figura 102: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Plataforma e do

Patamar (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015). ..................................................................... 147

Figura 103: Evolução da absorção de água por capilaridade de corpos de prova de diferentes

estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos. ........................................................................... 148

Figura 104: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 18. ................................................... 150

Figura 105: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 21. ................................................... 150

Figura 106: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 31. ................................................... 151

Figura 107: Comparativo da evolução do incremento de intrusão de mercúrio versus o

diâmetro dos poros dos corpos de prova 18, 21 e 31.............................................................. 151

Figura 108: Perfis de concentração de cloretos das estruturas presentes predominantemente

em zona de variação de maré (CP 30 e 31) e em zona predominantemente de respingos (CP 1,

36 e 37). .................................................................................................................................. 156

Figura 109: Representação das faces direita e esquerda dos pilares da Plataforma. .............. 158

Figura 110: Níveis de agressividade em zona de atmosfera marinha segundo perfis obtidos na

estrutura da Plataforma. .......................................................................................................... 159

Figura 111: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da Plataforma.............. 160

Figura 112: Exemplo de representação da análise do perfil de cloretos à direita e à esquerda

do corpo de prova 8. ............................................................................................................... 161

Figura 113: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da Oficina. .................. 162

Figura 114: Exemplo de indicação de poros no corpo de prova 29. ...................................... 162

Figura 115: Posicionamento da estrutura da Oficina em relação aos ventos predominantes. 163
xviii

Figura 116: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da estrutura da Escadaria

1. ............................................................................................................................................. 164

Figura 117: Profundidade dos picos de concentração de cloretos segundo as zonas de

agressividade marinha. ........................................................................................................... 165

Figura 118: Modelagem do corpo de prova 30 segundo a solução da Segunda Lei de Fick. 168

Figura 119: Extrapolação equívoca da solução da Segunda Lei de Fick para a superfície do

concreto do corpo de prova 30. .............................................................................................. 169

Figura 120: Exemplo de análise a partir da Equação de Holliday para o corpo de prova 30. 170

Figura 121: Modelagem do corpo de prova 30 conforme a solução da Segunda Lei de Fick e

segundo a Equação de Holliday para 50 e 100 anos utilizando T2 = (𝐾/√𝑡). ....................... 172

Figura 122: Modelagem do corpo de prova 30 conforme a solução da Segunda Lei de Fick e

segundo a Equação de Holliday para 50 e 100 anos utilizando T2 = (𝐾/√𝑡)². ..................... 173

Figura 123: Modelagem a partir da Equação de Holliday utilizando um menor número de

pontos de análise..................................................................................................................... 174

Figura 124: Pites verificados por meio de microscopia eletrônica de varredura.................... 175

Figura 125: Análise por Espectroscopia de Energia Dispersiva............................................. 177


xix

Lista de Tabelas

Tabela 1: Valores correspondentes aos limites prescritos para a concentração de cloretos por

diferentes instrumentos normativos para estruturas em concreto armado. ............................... 30

Tabela 2: Estruturas e quantidade de corpos de prova extraídos. ............................................. 97

Tabela 3: Relação entre a resistividade e grau de corrosão das armaduras segundo a norma da

RILEM TC 154-EMC (2010). ................................................................................................ 103

Tabela 4: Considerações sobre as zonas de agressividade marinha nas quais as estruturas da

Ilha dos Arvoredos se encontram. .......................................................................................... 135

Tabela 5: Espessura média de cobrimento das estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos. . 137

Tabela 6: Índices esclerométricos efetivos e valores de resistividade elétrica superficial do

concreto nas diferentes estruturas. .......................................................................................... 138

Tabela 7: Relação proposta entre a resistividade e a taxa provável de corrosão das armaduras

em estruturas presentes em ambiente marinho. ...................................................................... 144

Tabela 8: Características dos materiais segundo análise dos corpos de prova. ...................... 145

Tabela 9: Coeficientes de difusão aparentes (Dapp) e concentração superficial (Cs) calculados

para os corpos de prova. ......................................................................................................... 167

Tabela 10: Coeficientes de Correlação r-Pearson obtidos entre os dados de campo e os dados

modelados através da Equação de Holliday. .......................................................................... 171

Tabela 11: Propriedades mecânicas das armaduras. ............................................................... 176


xx

Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 24
1.1 CONCEITOS PRELIMINARES ............................................................................................... 24
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................... 34
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 34
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 34
1.3 JUSTIFICATIVA E ORIGINALIDADE ..................................................................................... 35
1.4 ESTRUTURAÇÃO FÍSICA DO TRABALHO ............................................................................. 37

2. DESCRIÇÃO DA ILHA DOS ARVOREDOS ................................................................ 38


2.1 BREVE HISTÓRICO DA ILHA DOS ARVOREDOS .................................................................. 38
2.2 DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS CONSTRUÇÕES PRESENTES NA ILHA DOS ARVOREDOS ....... 41
2.2.1 Piscina .......................................................................................................................... 43
2.2.2 Reservatório ................................................................................................................. 45
2.2.3 Residência .................................................................................................................... 45
2.2.4 Farol ............................................................................................................................. 46
2.2.5 Oficina ......................................................................................................................... 46
2.2.6 Viveiro de Aves ........................................................................................................... 48
2.2.7 Guindaste ..................................................................................................................... 48
2.2.8 Plataforma .................................................................................................................... 49
2.2.9 Escadaria 1 ................................................................................................................... 51
2.2.10 Escadaria 2 ................................................................................................................. 52
2.3 DESCRIÇÃO GERAL DAS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS NAS
PRINCIPAIS CONSTRUÇÕES PRESENTES NA ILHA DOS ARVOREDOS ........................................ 52

2.3.1 Piscina .......................................................................................................................... 53


2.3.2 Residência .................................................................................................................... 53
2.3.3 Farol ............................................................................................................................. 55
2.3.4 Oficina ......................................................................................................................... 56
2.3.5 Guindaste ..................................................................................................................... 57
2.3.6 Plataforma .................................................................................................................... 58
2.3.7 Escadaria 1 ................................................................................................................... 59
xxi

2.3.8 Escadaria 2 ................................................................................................................... 59


2.4 REGISTROS HISTÓRICOS DAS CONSTRUÇÕES NA ILHA DOS ARVOREDOS ......................... 60

3. AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE MARINHO ÀS ESTRUTURAS DE


CONCRETO ........................................................................................................................... 62
3.1 DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES IÔNICAS NA ÁGUA DO MAR ................................................. 62
3.2 MECANISMOS DE PENETRAÇÃO DE CLORETOS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ............ 63
3.3 CLORETOS LIVRES E FIXOS NO CONCRETO........................................................................ 67
3.4 FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM NA AGRESSIVIDADE ÀS ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO PRESENTES EM AMBIENTE MARINHO .................................................... 69

3.4.1 Salinidade atmosférica e a influência dos ventos ........................................................ 69


3.4.2 Salinidade da água do mar ........................................................................................... 72
3.4.3 Umidade Relativa ........................................................................................................ 73
3.4.4 Temperatura ................................................................................................................. 74
3.4.5 Chuva ........................................................................................................................... 75
3.4.6 Efeitos da Carbonatação .............................................................................................. 75
3.4.7 Efeitos dos Sulfatos ..................................................................................................... 76
3.4.8 Efeitos das mudanças climáticas ................................................................................. 77
3.5 FATORES MATERIAIS QUE INFLUENCIAM NA AGRESSIVIDADE ÀS ESTRUTURAS DE
CONCRETO ARMADO PRESENTES EM AMBIENTE MARINHO .................................................... 77

3.5.1 Composição do Cimento ............................................................................................. 77


3.5.2 Relações água/cimento ................................................................................................ 79
3.5.3 Regime de cura ............................................................................................................ 79
3.5.4 Agregados .................................................................................................................... 80
3.5.5 Adições ........................................................................................................................ 81

4. PENETRAÇÃO DE CLORETOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO .................. 84


4.1 PERFIS DE CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ................... 84
4.2 TÉCNICAS DE DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS NO CONCRETO A
PARTIR DE ESTRUTURAS REAIS ................................................................................................ 89
4.3 MODELOS DE PREVISÃO DE VIDA ÚTIL OBTIDOS A PARTIR DE PERFIS DE CONCENTRAÇÃO
DE CLORETOS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ....................................................................... 92

5. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 97


5.1 MATERIAIS ..................................................................................................................... 97
5.2 MÉTODOS ........................................................................................................................ 99
5.2.1 Ensaios preliminares à extração de corpos de prova ................................................... 99
xxii

5.2.1.1 Carbonatação ................................................................................................... 100


5.2.1.2 Pacometria ....................................................................................................... 101
5.2.1.3 Resistividade elétrica superficial do concreto ................................................. 102
5.2.1.4 Esclerometria ................................................................................................... 105
5.2.2 Extração de corpos de prova das estruturas ............................................................... 111
5.2.3 Obtenção de amostras em pó dos corpos de prova .................................................... 117
5.2.4 Metodologia para a determinação dos perfis de concentração de cloretos ................ 121
5.2.5 Ensaios de caracterização do concreto ...................................................................... 124
5.2.5.1 Ensaio de compressão uniaxial ........................................................................ 124
5.2.5.2 Absorção de água por capilaridade.................................................................. 125
5.2.5.3 Porosimetria por intrusão de mercúrio ............................................................ 126
5.2.5.4 Reconstituição de traço .................................................................................... 127
5.2.6 Modelagem de perfis de concentração de cloretos segundo diferentes
metodologias ....................................................................................................................... 127
5.2.7 Armaduras ................................................................................................................. 130

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 131


6.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ZONAS DE AGRESSIVIDADE MARINHA DAS ESTRUTURAS DE
CONCRETO PRESENTES NA ILHA DOS ARVOREDOS ............................................................... 131
6.2 ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ....................................... 136
6.2.1 Carbonatação ............................................................................................................. 136
6.2.2 Pacometria ................................................................................................................. 136
6.2.3 Resistividade elétrica superficial do concreto e ensaio de esclerometria .................. 137
6.3 PROPRIEDADES MATERIAIS DOS CORPOS DE PROVA ANALISADOS .................................. 144
6.3.1 Resistência à compressão uniaxial ............................................................................ 146
6.3.2 Absorção de água por capilaridade ............................................................................ 148
6.3.3 Porosimetria por intrusão de mercúrio ...................................................................... 150
6.3.4 Reconstituição de traço do concreto .......................................................................... 153
6.4 PERFIS DE CONCENTRAÇÃO DE CLORETOS...................................................................... 154
6.4.1 Perfis de concentração de cloretos por zona de agressividade marinha .................... 155
6.4.2 Profundidade de ocorrência de picos de concentração de cloretos ........................... 165
6.4.3 Modelagem de perfis de concentração de cloretos pela solução da Segunda Lei de
Fick e Equação de Holliday ................................................................................................ 166
6.5 ARMADURAS ..................................................................................................................... 175
xxiii

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 178


7.1 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 178
7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................................... 180
7.3 PUBLICAÇÕES REALIZADAS ............................................................................................. 180

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 181

APÊNDICE A - FICHAS CADASTRAIS DE PERFIS DE CONCENTRAÇÃO DE


CLORETOS DOS CORPOS DE PROVA ......................................................................... 201
24

1. INTRODUÇÃO

1.1 Conceitos preliminares

O material compósito denominado concreto armado surgiu, a partir da introdução do aço, para
suprir a lacuna deixada pela baixa resistência à tração apresentada pelo concreto. Entretanto,
tal ato trouxe consequências, inicialmente não mensuradas, devido a susceptibilidade do aço à
corrosão, resultando em problemas de degradação de estruturas executadas em concreto
armado que, em alguns casos, pode levar à inutilização parcial ou total das mesmas (ISAIAS,
2005).
É amplamente difundido na literatura que a corrosão das armaduras é um dos principais
problemas relacionados à degradação de estruturas de concreto armado, envolvendo aportes
financeiros significativos quanto à manutenção e reabilitação das mesmas (CAIRNS et al.,
2005; MEIRA et al., 2007a; PAPE & MELCHERS, 2012; APOSTOLOPOULOS, DEMIS &
PAPADAKIS, 2013; REHMAN & AL-HADHRAMI, 2013; MEDEIROS-JUNIOR, LIMA &
MEDEIROS, 2014). Sobre este assunto, Ueda e Takewaka (2007) exemplificam que os custos
de manutenção e reparo de estruturas, em alguns países europeus, pode representar até 50%
do que os países investem em construção civil. De fato, Mehta e Monteiro (2008) concordam
e afirmam que, sob uma perspectiva global, 40% dos investimentos da construção civil são
destinados à obras de manutenção e recuperação estrutural, por conta de sua degradação.
O pH alcalino da solução presente nos poros do concreto fornece um ambiente propício à
formação de um filme passivante, que reveste as armaduras no interior do concreto,
protegendo-as frente à corrosão. Este filme tem como uma de suas características, permanecer
estável no meio alcalino do concreto, entretanto, a ação de agentes externos, como os cloretos,
e a carbonatação do concreto, acabam por destruir este filme, dando condições para o início
do processo corrosivo das armaduras, com a consequente formação de produtos de corrosão
(MEHTA & MONTEIRO, 2008; APOSTOLOPOULOS, 2009; APOSTOLOPOULOS,
DEMIS & PAPADAKIS, 2013; HAN et al., 2014).
Estes produtos de corrosão são de caráter expansivo e, na medida em que são formados, estes
se depositam na periferia das armaduras, produzindo variações volumétricas de duas a seis
vezes em relação ao metal consumido no processo, gerando tensões na direção radial ao eixo
da armadura, que não são suportadas pela limitada capacidade de deformação plástica
apresentada pelo concreto. Consequentemente, há formação de fissuras com o posterior
25

lascamento da camada de cobrimento. (MEHTA & MONTEIRO, 2008; FRANÇOIS, KHAN


& DANG, 2013; ZHU et al., 2012; HAN et al., 2014; KHAN, FRANÇOIS & CASTEL,
2014).
Além da fissuração e do lascamento da camada de cobrimento, a corrosão das armaduras
promove danos estruturais, devido a uma redução da aderência entre o concreto e a armadura,
que acaba prejudicando o monolitismo entre estes elementos, e uma redução progressiva da
seção transversal das barras, à medida que o processo corrosivo se intensifica, levando a uma
redução de suas propriedades mecânicas e, consequente, decréscimo da capacidade portante
das estruturas de concreto armado afetadas (PALSSOM & MIRZA, 2002; BALESTRA, 2013;
APOSTOLOPOULOS, DEMIS & PAPADAKIS, 2013; HAN et al., 2014).
O processo de corrosão das armaduras é um processo evolutivo que agrava-se em seu decurso.
Consequentemente, estruturas degradadas, em estágios avançados, podem atingir níveis que
restrinjam seu uso ou, ainda, podem levar ao colapso da mesma em casos de severa
degradação (CASCUDO, 2005).
Segundo Lima (2005) dentre todos os ambientes onde as estruturas de concreto armado
podem estar presentes, o ambiente marinho é um dos mais agressivos e, consequentemente,
apresenta-se como um dos mais estudados. De fato, o ambiente marinho é prescrito em
diversas normas mundiais como um ambiente de elevada agressividade às estruturas de
concreto. Neste sentido, podemos citar, como exemplo, no Brasil a norma ABNT NBR 6118
(2014) - Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento; na Europa a EN 206-1 (2006) -
Concrete – Part 1: Specification, performance, production and conformity e a BS 8500:1
(2006) - Concrete - Complementary British Standard to BS EN 206-1; nos Estados Unidos a
ACI 318 (2011) - Building code requirements for reinforced concrete e ACI 222R-01 (2001) -
Protection of metals in concrete against corrosion; e no Japão a JSCE SP-2 (2006) - Standard
Specification for Design and Construction of Concrete Structures.
Mehta & Monteiro (2008) afirmam que os efeitos da água do mar sobre as estruturas de
concreto armado merecem atenção especial, uma vez que estruturas costeiras e plataformas
estão sujeitas a ataques simultâneos de processos físicos e químicos de degradação. Físicos,
por conta da ação mecânica do impacto das ondas e particulados sólidos que colidem contra a
superfície das estruturas; e químicos, devido às reações químicas entre as espécies químicas
presentes na água do mar e o concreto e/ou as armaduras.
Sob uma perspectiva global, no contexto das estruturas de concreto armado presentes em
ambiente marinho, e, portanto, passíveis de degradação neste ambiente, podemos citar, a titulo
de exemplo, a existência de estruturas para diversas finalidades, como plantas de geração de
26

energia nuclear, píeres, pontes e plataformas off-shore destinadas à extração de petróleo e gás
que podem ser construídas a quilômetros de distância da costa (OH & JANG, 2007; DA
COSTA et al., 2013; SAMARAKOON & RATNAYAKE, 2013; LI & SHAO, 2014).
Mehta & Monteiro (2008) ressaltam ainda a construção de plataformas marítimas ao longo
dos últimos anos, com a finalidade de alocar novos aeroportos, depósitos de lixo e usinas
elétricas, aumentando o contingente de estruturas expostas aos efeitos degradantes do
ambiente marinho. A Figura 1 apresenta alguns exemplos de estruturas executadas em
concreto armado passíveis de serem encontradas em ambiente marinho.

a b
a

c d
Figura 1: Exemplos de construções em concreto armado presentes em ambiente marinho: (a)
a

Plataforma petrolífera (NICOLAU, 2002); (b) Píers (BASTOS, 2010); (c) Pontes (SANTOS,
2013); (d) Edificações costeiras (SANTOS, 2013).

Sob uma perspectiva econômica a infraestrutura costeira exerce um papel fundamental nas
relações de comércio internacional e no crescimento econômico de varias nações, como no
caso do Brasil. Neste sentido, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA (2010)
pontua que a atividade portuária nacional participa em aproximadamente 80% das relações
comerciais internacionais, perfazendo um montante anual de aproximadamente US$ 188
bilhões e, ainda assim, o potencial aquaviário é quase inexplorado no Brasil, tendo em vista os
27

mais de 7 mil quilômetros de costa brasileira e o grande potencial de expansão. Ainda


segundo o IPEA (2010) um dos maiores bloqueios à expansão da atividade portuária nacional
está em sua infraestrutura, onde destacam-se os déficits em construção, ampliação e,
principalmente, recuperação de píers, berços, terminais e pátios.
O ambiente marinho pode ser dividido em diferentes zonas de agressividade, devido às
diferentes características e níveis de agressividade à que as estruturas de concreto armado
estão sujeitas (DURACRETE, 1999). Neste sentido, podem ser citadas quatro diferentes
zonas:

 Zona de atmosfera marinha;


 Zona de respingos;
 Zona de variação de maré e;
 Zona submersa.

A Figura 2 ilustra o posicionamento de cada uma dessas zonas (DURACRETE, 1999). A


Figura 3 apresenta, por sua vez, uma representação esquemática da agressividade do ambiente
marinho em diferentes zonas a um pilar de concreto armado.

Figura 2: Representação das diferentes zonas de agressividade marinha (Adaptado de


DURACRETE, 1999).
28

Figura 3: Representação esquemática da agressividade em diferentes zonas (Adaptado de


MEHTA & MONTEIRO, 2008).

Na zona de atmosfera marinha as estruturas de concreto não estão em contato direto com a
água do mar, entretanto, estão sujeitas aos efeitos do aerossol salino oriundo do mar, através
de depósitos salinos observados em suas superfícies (ANDRADE, 2001).
Neste contexto, a ação dos ventos ganha destaque, pois contribui para a agitação do mar e,
consequentemente, para a formação e quebra das ondas. Deste mecanismo são geradas
gotículas, de diferentes tamanhos, compostas por sais, sendo o principal, o cloreto de sódio.
Estas gotículas, dependendo das condições de umidade relativa e temperatura, se transformam
em soluções salinas compondo o aerossol salino. Após a formação do aerossol salino, este
acaba sendo carregado para o continente por meio da própria ação dos ventos direcionados
para a costa. Desta forma, estas soluções salinas acabam se depositando sobre a superfície das
estruturas de concreto presentes na costa, levando à sua degradação, mesmo não estando em
contato direto com a água do mar (ZEZZA & MACRI, 1995, MEIRA, 2004).
Estas soluções salinas, que constituem o aerossol marinho, se depositam sobre a superfície das
estruturas de concreto, a certa distância do mar, dependendo das características dos ventos,
como sua intensidade e duração, da presença de obstáculos, como árvores, da massa destas
partículas, por conta dos efeitos gravitacionais, e pela frequência com que eventos climáticos
extremos, como as tempestades, ocorrem, levando a grandes deposições de sais em curtos
períodos de tempo (ZEZZA & MACRI, 1995; MORCILLO et al., 2000; COLE et al., 2003;
MEIRA et al., 2010).
29

Andrade (2001), Lima (2005) e Valipour, Shekarchi & Ghods (2014) pontuam que a zona de
respingos localiza-se acima do nível da maré alta, estando às estruturas de concreto sujeitas à
ação direta da água do mar, através da molhagem do concreto pelos respingos das ondas,
sendo esta uma zona de grande agressividade às estruturas de concreto, sob a ótica da
corrosão das armaduras, devido a fatores como a umidade e disponibilidade de oxigênio
essenciais ao processo corrosivo das armaduras. Neste ponto, Guimarães (2000) determinou
por observação em estruturas localizadas ao sul do estuário da Laguna dos Patos que a
máxima altura de respingos para o ambiente pesquisado foi de 50 centímetros. Bretanha &
Guimarães (2008) observaram que a altura média de respingos acima da maré alta limita-se a
um valor inferior a 50 centímetros, independentemente da estação climática do ano.
A delimitação da zona de variação de maré está compreendida entre os níveis máximos e
mínimos alcançados pela mesma (LIMA, 2005).
Segundo Mehta & Monteiro (2008) e Safehian & Ramezanianpour (2014), a zona de variação
de maré caracteriza-se como a mais agressiva às estruturas de concreto armado, tendo em
vista não apenas os efeitos simultâneos e acoplados da ação física e química da água do mar,
mas também devido aos ciclos de molhagem e secagem que acabam contribuindo para
potencializar o ingresso de cloretos nas estruturas de concreto, através de mecanismos de
absorção capilar e difusão.
Na zona submersa, segundo Lima (2005), o concreto encontra-se permanentemente submerso
e sua degradação decorre da ação química de íons agressivos como o magnésio e os sulfatos,
presentes na água do mar, que reagem com os produtos de hidratação do cimento.
O ataque por íons magnésio pode acarretar em reações de troca catiônica, resultando na
formação de produtos não resistentes que impactam nas propriedades mecânicas do concreto,
ao passo que, o ataque por sulfatos pode gerar a formação de etringita e, consequentemente,
levar à fissuração do concreto, aumentando assim sua permeabilidade e facilitando a entrada
de íons agressivos (MEHTA & MONTEIRO, 2008; NEVILLE & BROOKS, 2013, MAES &
DE BELIE, 2014).
A problemática que trata da corrosão de armaduras de estruturas de concreto armado
presentes em ambiente marinho é apresentada na literatura, com destaque para Helene (1993),
Lima (1996 e 2005), Cascudo (1998 e 2005), Guimarães (2000), Andrade (2001), Meira
(2004), Mehta & Monteiro (2008), Medeiros (2008), Revie & Uhlig (2008), Medeiros-Junior
(2011 e 2014). Neste contexto, considerando a exposição de estruturas de concreto armado ao
ambiente marinho, a corrosão de suas armaduras induzida por cloretos apresenta-se como a
principal forma de degradação destas estruturas. A presença de cloretos, acima de
30

determinada concentração sobre as armaduras, denominada concentração crítica de cloretos,


promove uma ruptura localizada do filme passivante que envolve as armaduras no concreto,
mesmo com valores de pH superiores a 11,5, levando assim à condições adequadas para o
desencadeamento de um processo de corrosão denominado como corrosão por pites
(BROOMFIELD, 2007; MEHTA & MONTEIRO, 2008; ANGST et al., 2009).
Sob uma perspectiva normativa a respeito da concentração crítica de cloretos, a Tabela 1
exemplifica alguns valores correspondentes aos limites prescritos por diferentes instrumentos
normativos no mundo.

Tabela 1: Valores correspondentes aos limites prescritos para a concentração de cloretos por
diferentes instrumentos normativos para estruturas em concreto armado.
Descrição da norma Valor crítico Observação
BS 8500-1 (2006) 0,4% Em relação a massa de cimento
ACI 318 (2011) 0,15% Em relação a massa de cimento
EN 206-1 (2006) 0,4% Em relação a massa de cimento
EN 206-1 (2006) 0,2% Em relação a massa de cimento caso seja
utilizado cimento resistente a sulfatos
NBR 6118 (2014) - Não prescreve valores limite para a concentração
de cloretos, apresentando apenas em seu item
6.3.3.2 que a despassivação por cloretos ocorre
devido a uma ruptura local do filme de
passivação decorrente de um teor elevado de íon
cloro, ressaltando que medidas preventivas
devem ser tomadas a fim de dificultar o ingresso
deste agente agressivo ao interior do concreto.
JSCE SP-2 (2006) 0,60 kg/m³ Em relação a massa de concreto
CEB-FIB, Bulletin nº 0,05 a 0,1% Em relação a massa de concreto
183 (1992)

Além disso, o Comité Euro-Internacional du Béton em seu Bulletin nº 183 de 1992 (CEB-
FIB, Bulletin 183, 1992) apresenta ainda a concentração crítica de cloretos em função da
qualidade do concreto e da umidade relativa (U.R.), conforme apresentado na Figura 4. Neste
caso, o ponto referente à concentração igual a 0,4% em relação à massa de cimento, para uma
umidade relativa da ordem de 85%, merece destaque por ser um valor crítico médio
31

normalmente aceito, em relação à massa de cimento, para um alto risco de corrosão em


concretos não carbonatados.

Figura 4: Variação da concentração crítica de cloretos em função das características do


concreto e da umidade relativa (Adaptado de CEB-FIB, Bulletin 183, 1992).

Embora a concentração crítica de cloretos esteja documentada em diversas normas mundiais,


as múltiplas variáveis envolvidas, tanto do sistema aço-concreto, quanto das condições
ambientais à que as estruturas de concreto estão sujeitas, têm levado à determinação de
valores de concentração, em campo, que diferem dos valores definidos nos instrumentos
normativos e determinados em condições laboratoriais. Sobre este tema Meira et al. (2014)
ressaltam os aspectos relativos ao sistema aço-concreto e às condições ambientais. Angst et al.
(2009) pontuam haver uma amplitude de valores para a concentração crítica de cloretos
determinados em campo encontrados na literatura, com variações de 0,1 a 1,96% em relação a
massa de cimento. Esta dispersão de valores pode estar relacionada, segundo os autores, a
fatores como, por exemplo: a utilização de diferentes fatores a/c, diferentes tipos de cimento,
diferentes métodos de determinação da concentração crítica e diferentes cátions associados
aos cloretos.
Tratando da corrosão por pites, esta é caracterizada como um tipo de corrosão localizada em
pontos bem definidos sobre a superfície metálica, que evoluem, aprofundando-se em um
processo auto catalítico (CASCUDO, 1998; GENTIL, 2003, REVIE & UHLIG, 2008). Os
pites, dependendo da sua geometria e do dano que causam, podem ocasionar falhas
32

estruturais, como fraturas frágeis, devido a uma perda localizada de material na seção
resistente da armadura (SCHEWEITZER, 2010).
A Dissertação de Mestrado do autor desta Tese de Doutorado, a respeito da influência da
corrosão sobre as propriedades mecânicas de armaduras degradadas naturalmente por décadas
no solo, apresentada em 2013, mostrou que a corrosão por pites pode produzir pequenas
variações de massa nas armaduras, porém com reduções significativas de resistência mecânica
e, principalmente, de ductilidade das mesmas quando estas são submetidas à tração. Neste
caso, mesmo barras com grau de corrosão inferior a 5% apresentaram resistência e
alongamento final inferiores às barras com o dobro do grau de corrosão. Este fato está
relacionado aos danos produzidos pelos pites nas seções transversais das armaduras, uma vez
que estes levam a severas reduções pontuais de seção transversal das barras, mesmo com
pequenas variações de massa (BALESTRA, 2013; BALESTRA et al., 2016).
Um estudo recente a respeito dos danos produzidos pela corrosão por pites foi conduzido por
Zhu & François (2014), onde os autores mostraram que o dano causado por pites às seções
transversais das barras, acaba por produzir excentricidades de eixo entre seções corroídas e
não corroídas. Os resultados mostraram, por meio de ensaios de tração, que quanto maior esta
excentricidade, menores foram as propriedades mecânicas verificadas nas barras.
Cabe ressaltar que estudos a respeito da resistência de armaduras corroídas, sob condições
naturais, são escassos, representando uma linha de pesquisa que necessita de maiores estudos,
visto que os resultados de resistência sob condições naturais não apresentam um
comportamento progressivo, diferindo dos resultados obtidos em condições aceleradas em
laboratório (BALESTRA, 2016). Neste caso, destaque deve ser dado aos estudos de Palssom
& Mirza (2002), Papadopoulos et al. (2011) e Zhang et al. (2012) que utilizaram corpos de
prova corroídos naturalmente para a determinação das propriedades mecânicas das armaduras
por meio de ensaios de tração.
Desta forma, sendo os cloretos os principais agentes responsáveis pela corrosão das
armaduras em estruturas de concreto armado presentes em ambiente marinho, os estudos
relacionados à penetração dos mesmos nestas estruturas são fundamentais na determinação da
vida útil das mesmas, por meio de modelos que visam estimar o início do processo corrosivo
das armaduras, e o consequente início dos danos à capacidade resistente de uma estrutura, em
função deste processo que leva a sua degradação progressiva.
Cabe ressaltar aqui que não são poucas as estruturas construídas em ambiente marinho que
ainda permanecem em serviço mesmo após décadas de sua construção. Neste sentido,
Andrade (1992) e Andrade, Sagrega & Sanjúan (2000) tratam de estudos na costa espanhola;
33

Mackechnie & Alexander (1997) tratam de estudos em estruturas costeiras da África do Sul;
Trocónis De Rincón et al. (2004) sobre pesquisas em estruturas de pontes e portos na
Venezuela e México; Gjorv (2010) ressalta pesquisas na Noruega com estruturas construídas
a décadas em ambiente marinho e Samarakoon & Ratnayake (2013) pontuam a existência de
estruturas Off-Shore construídas no Mar do Norte com mais de 30 anos, que permanecem em
serviço, sem que seja feito um monitoramento sistemático da penetração de cloretos. Os
autores alertam que embora a ação de cloretos seja reconhecida como a principal causa de
degradação das armaduras destas estruturas, seu monitoramento não é feito de forma
sistemática, admitindo desde a etapa de projeto que apenas o concreto da camada de
cobrimento é suficiente para prover resistência ao ingresso dos cloretos, o que não
corresponde à realidade, haja visto que a corrosão das armaduras é apontada como uma das
principais formas de degradação de estruturas de concreto armado presentes em ambiente
marinho.
Ademais, embora o tema da corrosão das armaduras, provocado pela ação de cloretos, seja um
tema apresentado na literatura, uma parcela representativa dos estudos desenvolvidos, nesta
linha de pesquisa, são realizados em corpos de prova de concreto submetidos a condições
aceleradas e controladas em laboratório, diferindo das condições sazonais e de carregamento à
que as estruturas reais estão condicionadas. Além disso, em se tratando de estruturas reais,
além das dificuldades de acesso muitas vezes observadas, de uma maneira geral, os estudos
são desenvolvidos em estruturas expostas às condições degradantes com tempos inferiores a
uma década, sendo os dados obtidos aplicados no desenvolvimento de modelos de previsão de
vida útil objetivando um horizonte de 50 anos ou até mesmo superior.
Outro ponto relevante trata que, de uma forma geral, uma parcela dos estudos relativos a
agressividade do ambiente marinho são apresentados em condições de inserção de estruturas
em zonas de agressividade marinha específicas, ou seja, tratam de estruturas de concreto
armado presentes na zona de atmosfera marinha ou em zona de respingo ou em zona de
variação de maré ou em zona submersa, sendo poucos os estudos que contemplam as quatro,
ou ao menos, três zonas de agressividade ao mesmo tempo em uma mesma localidade e, a
relação de agressividade entre estas diferentes zonas.
Em se tratando dos modelos de penetração de cloretos em estruturas de concreto armado
Castro, De Rincón & Pazini (2001) e Trocónis de Rincón et al. (2004) pontuam que modelos
confiáveis apenas podem ser desenvolvidos através do conhecimento obtido a partir de perfis
de concentração de cloretos tomados de estruturas reais, degradadas naturalmente levando em
conta os parâmetros ambientais envolvidos. Medeiros et al. (2013) ressaltam que embora
34

hajam linhas de pesquisa tratando do assunto, modelos de previsão de desempenho ainda


apresentam resultados insatisfatórios, necessitando assim, de dados obtidos a partir de
estruturas reais para o melhoramento de tais modelos.
Desta forma, mediante toda a problemática exposta, o presente trabalho visa contribuir,
através do estudo da penetração de cloretos em estruturas reais de concreto armado presentes
por mais de 30 anos em diferentes zonas de agressividade marinha, em mar aberto, em uma
mesma localidade. As estruturas tratadas nesta Tese pertencem à Ilha dos Arvoredos,
localizada na cidade de Guarujá, no litoral sul do Estado de São Paulo, sendo que algumas
foram construídas na década de 50.
Assim, perfis de concentração de cloretos totais obtidos a partir de corpos de prova de
concreto extraídos de estruturas posicionadas em diferentes pontos, sob a influência de
diferentes zonas de agressividade marinha foram analisados. Os resultados obtidos a partir
destes perfis contribuem para o desenvolvimento de modelos específicos de previsão de
penetração de cloretos, para estruturas de concreto armado presentes nas diferentes zonas de
agressividade marinha estudadas, possibilitando assim, a obtenção de estimativas mais
realistas. Além disso, as características dos materiais, determinadas por meio de ensaios
físicos, químicos, destrutivos e não destrutivos, fazem parte do escopo de trabalho, sendo
correlacionadas com os perfis de concentração de cloretos totais.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo a análise e modelagem de perfis de concentração de


cloretos totais em estruturas de concreto reais expostas por mais de 30 anos em diferentes
zonas de agressividade marinha.

1.2.2 Objetivos específicos

* Avaliar a utilização da técnica de Espectroscopia de Fluorescência de Raios-X na


determinação da concentração de cloretos em amostras de concreto estabelecendo uma
relação com métodos de análise descritos por instrumentos normativos;
35

* Verificar o potencial de utilização de uma modelagem alternativa, através da Equação de


Holliday modificada com a inserção do tempo, para a análise de perfis de concentração de
cloretos obtidos em estruturas presentes em diferentes zonas de agressividade marinha por
mais de 30 anos.
* Relacionar as propriedades materiais determinadas a partir de corpos de prova de estruturas
reais com mais de 30 anos com os perfis de concentração de cloretos em diferentes zonas de
agressividade marinha.

1.3 Justificativa e originalidade

Tendo em vista que os cloretos são os principais agentes de degradação de estruturas de


concreto armado presentes em ambiente marinho e, sendo a corrosão das armaduras apontada
como a principal causa de degradação de estruturas de concreto armado, incorrendo em danos
significativos, não apenas em termos econômicos, mas também quanto a própria
funcionalidade e segurança da estrutura, os perfis de concentração de cloretos construídos a
partir de estruturas reais degradadas naturalmente, em diferentes zonas de agressividade
marinha, caracterizam-se como uma importante ferramenta na avaliação do processo
corrosivo das armaduras, que acaba por levar a redução progressiva da capacidade portante
das estruturas de concreto armado. Assim, informações quantitativas a respeito do ingresso de
cloretos em estruturas de concreto reais justificam-se, e são o primeiro passo a fim de
desenvolver modelos de previsão da penetração de cloretos para estruturas de concreto
armado, visando previsões mais precisas e realistas.
Não obstante, cabe reforçar que uma grande parcela das pesquisas relativas à durabilidade das
estruturas de concreto é desenvolvida sob condições aceleradas e controladas em laboratório,
diferindo das condições de campo, por conta de múltiplos fatores que agem simultaneamente.
Desta forma, a análise de estruturas reais degradadas naturalmente, ao longo de décadas, é
fundamental na provisão de informações acerca da real agressividade à que as estruturas de
concreto armado estão submetidas em ambiente marinho e, no fomento de parâmetros
realistas, para o desenvolvimento de modelos de previsão da penetração de cloretos que levem
a estimativas mais precisas quanto ao ingresso dos mesmos.
Deve ser destacado ainda que, entre as pesquisas de campo descritas na literatura, muitas
destas se apresentam restritas a uma ou, no máximo, duas zonas de agressividade marinha.
Estudos que contemplam uma análise em um maior número de zonas, em um mesmo local, e
36

a relação de agressividade entre estas zonas representa uma parcela restrita neste contexto.
Assim, o conhecimento sobre a penetração de cloretos, em estruturas presentes em diferentes
zonas, auxilia na gestão e na tomada de decisão quanto às medidas preventivas a serem
empregadas, visando a extensão da vida de serviço de uma estrutura, ou elemento estrutural,
presente em alguma das zonas de agressividade marinha.
Outra via de pensamento trata dos instrumentos normativos. Neste caso, as normas mundiais
em vigência reconhecem que o ambiente marinho é um dos mais agressivos às estruturas de
concreto armado. Entretanto, estas normas ainda padecem de apresentar, de maneira
consistente, uma instrução pormenorizada quanto às diretrizes a serem empregadas para a
construção de uma determinada estrutura em cada uma das zonas de agressividade marinha.
Desta forma, os perfis de concentração de cloretos contribuem com informações relevantes
sobre o real nível de agressividade à que uma estrutura, ou elemento estrutural, está sujeita em
cada zona de agressividade marinha.
Sobre a modelagem destes perfis de concentração de cloreto diversos trabalhos apresentam
modelagens desenvolvidas a partir da solução da Segunda Lei de Fick da difusão, entretanto,
em perfis com pico, esta metodologia apresenta dificuldades em representar as concentrações
de cloreto nas camadas superficiais do concreto. Assim, neste trabalho é apresentada uma
nova modelagem, baseada na Equação de Holliday modificada com a inserção do tempo, para
perfis de concentração de cloreto, sendo possível levar em consideração as concentrações de
cloreto mais próximas à superfície do concreto.
Mediante a problemática exposta, o presente trabalho justifica-se com o objetivo de fornecer
informações acerca do ingresso de cloretos em estruturas reais, degradadas naturalmente em
mar aberto, em diferentes zonas de agressividade marinha, por meio de perfis de concentração
de cloretos totais e modelos de penetração de cloretos baseados nestes perfis e nas
características dos materiais empregados.
A originalidade do trabalho está relacionada à obtenção de informações quantitativas a
respeito do ingresso dos cloretos em estruturas reais de concreto armado presentes em
diferentes zonas de agressividade marinha por mais de 30 anos, sob condições naturais de
degradação, permitindo assim, a aquisição de dados realistas para o desenvolvimento de
modelos de previsão de penetração de cloretos em estruturas de concreto armado baseados em
perfis de concentração de cloretos totais reais. Além disso, a proposta de modelagem de perfis
de concentração de cloretos a partir da Equação de Holliday caracteriza-se como uma nova
contribuição ao estudo de perfis de concentração de cloretos, sendo possível, além de utilizar
37

a variável tempo para estimativas de vida útil, definir diretamente a partir dos parâmetros da
equação a concentração e profundidade do pico no perfil.
Esta Tese trata-se de um dos primeiros trabalhos desenvolvidos neste âmbito, baseado na
análise de estruturas reais presentes em diferentes zonas de agressividade marinha por mais de
30 anos, aplicando uma nova metodologia, baseada na Equação de Holliday, para a
representação de perfis de concentração de cloretos, levando em consideração a variável
tempo com vistas a estimar a vida útil de estruturas presentes em ambiente marinho
contemplando a zona de convecção e difusão.

1.4 Estruturação física do trabalho

O Primeiro capítulo deste trabalho apresenta uma introdução com a contextualização da


problemática que trata da corrosão das armaduras em estruturas de concreto, presentes em
ambiente marinho, assim como os objetivos, justificativas e originalidade deste trabalho. O
Segundo capítulo apresenta o local de estudo, abordando seu histórico e o estado de
degradação das estruturas lá presentes. O Terceiro capítulo apresenta a agressividade do
ambiente marinho às estruturas de concreto, tratando desde as espécies iônicas presentes na
água do mar que levam à degradação por corrosão das armaduras de estruturas de concreto
armado até a influência dos fatores ambientais e materiais envolvidos. O Quarto capítulo
apresenta uma revisão da literatura sobre a penetração de cloretos em estruturas de concreto
abordando o estado da arte acerca de publicações, técnicas de determinação da concentração
de cloretos e modelos de vida útil obtidos a partir de perfis de concentração de cloretos. O
Quinto capítulo trata dos materiais e métodos utilizados no desenvolvimento desta Tese. O
Sexto capítulo apresenta os resultados e discussões. O Sétimo capítulo apresenta as
considerações finais.
38

2. DESCRIÇÃO DA ILHA DOS ARVOREDOS

2.1 Breve Histórico da Ilha dos Arvoredos

O local de estudo desta Tese de Doutorado é a Ilha dos Arvoredos, localizada a


aproximadamente 1,6 km da praia de Pernambuco, na cidade de Guarujá, no litoral sul do
Estado de São Paulo. A Ilha trata-se de uma formação rochosa com aproximadamente 37 mil
metros quadrados e 28 metros de altura em seu ponto mais alto (CALDAS, 2000). A Figura 5
apresenta a localização e uma vista geral da Ilha dos Arvoredos.

Figura 5: Localização e vista geral da Ilha dos Arvoredos (CARLOS BALESTRA, 2015).

Os registros e documentos históricos da Ilha remetem à década de 50, quando o engenheiro


Fernando Eduardo Lee recebeu, da Marinha do Brasil, a concessão da Ilha dos Arvoredos
para fins científicos, sendo assim, foram construídas diversas obras para dar suporte às
pesquisas a serem desenvolvidas no local (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).
Segundo Santin & Medeiros (1990), o engenheiro Fernando Eduardo Lee (Figura 6), nasceu
no bairro da Bela Vista, na cidade de São Paulo, em 1909. Descendente de família americana,
39

Fernando Lee estudou na escola americana de São Paulo e formou-se engenheiro mecânico na
Lafayette University, Easton, Pennsylvânia. Fernando Lee dirigiu ao longo de sua carreira
profissional diversas empresas de porte no Brasil como, por exemplo, a Bosch do Brasil,
Antártica, Pirelli, Volkswagen, Equipamentos Clark do Brasil entre outras. Além destas,
Fernando Lee atuou na direção do Hospital Samaritano, na cidade de São Paulo, e participou,
como membro, de diversas entidades como a Associação Brasileira do Cobre e a Câmara de
Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Figura 6: Engenheiro Fernando Eduardo Lee (MARTINEZ, 2010).

Dentre as pesquisas científicas desenvolvidas por Fernando Lee na Ilha dos Arvoredos,
destacam-se aquelas relacionadas à busca pela autossuficiência quanto à água potável e
energia. Neste sentido, foram desenvolvidos na Ilha sistemas coletores de águas das chuvas,
onde estas águas, ao serem captadas, passavam por decantadores, sendo posteriormente,
conduzidas para filtros de vidro antes de seguirem para o armazenamento em cisternas
revestidas por ladrilhos de porcelana para fins potáveis (CALDAS, 2000).
Com relação à geração de energia na Ilha, duas formas eram empregadas. A primeira trata da
energia eólica, obtida a partir de uma hélice de madeira localizada acima do farol da Ilha,
conforme observado na Figura 7 (CALDAS, 2000).
40

Figura 7: Hélice acima do farol da Ilha para geração de energia (SANTIN & MEDEIROS,
1990).

O movimento da hélice acionava um alternador, gerando energia por corrente alternada,


sendo, posteriormente, transformada em corrente contínua e acumulada em 18 grandes
baterias. A segunda trata da captação de energia solar por meio de células de sílica, fabricadas
na época pela empresa Siemens (Figura 8). Estas células foram utilizadas para acionar um
sistema de bombas para envio da água das chuvas, após coletada e tratada, para a caixa d’água
da residência e outros pontos de armazenagem da Ilha (CALDAS, 2000).

Figura 8: Painéis solares instalados por Fernando Lee na Ilha dos Arvoredos (D’IEPOSTI,
2004).
41

Outro equipamento interessante da Ilha trata-se do sistema de para-raios. Este sistema era
dotado de diôdos que ionizavam o ar, evitando assim, a ocorrência de descargas elétricas na
ocorrência de tempestades (CALDAS, 2000).
Sob a perspectiva ambiental, destacou-se na Ilha o pioneirismo de Fernando Lee na plantação
de Tungue, uma semente utilizada pela indústria de tintas e vernizes como secante, e a
plantação de Neumárica Corúlea, uma vegetação utilizada na contenção de encostas, visando
prevenir a erosão dos solos (CALDAS, 2000).
Além disso, coqueiros da Malásia, grama da Coréia do Sul, orquídeas, maracujazeiros,
cajueiros, mamoeiros e espécies de flores diversas fazem parte do paisagismo da Ilha. Dentre
os animais, era possível observar beija-flores, pombas da Ásia, faisões dourados, codornas
americanas, urus, jacutingas, mutuns e macucos criados livremente na Ilha que se aninhavam
em 18 viveiros construídos no local (CALDAS, 2000).
No ano de 1984 foi criada por Fernando Lee uma fundação, que leva seu nome, visando dar
continuidade aos trabalhos desenvolvidos na Ilha (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).
O engenheiro faleceu no dia 14 de agosto de 1994 e para dar continuidade aos trabalhos
desenvolvidos na Ilha, a família Bonini assumiu a direção da Fundação Fernando Lee, em
1996, em parceria com a Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP. (FUNDAÇÃO
FERNANDO LEE, 2014).
Nos dias atuais, alguns projetos vêm sendo desenvolvidos na Ilha dos Arvoredos, além da
pesquisa apresentada nesta Tese de Doutorado. A saber, são desenvolvidos projetos sob as
linhas de pesquisa de captação, armazenagem, filtragem e monitoramento da qualidade da
água das chuvas na Ilha dos Arvoredos, diagnóstico do meio biótico da Ilha e fontes de
energias alternativas por ondas marinhas (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).

2.2 Descrição das principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos

Segundo Caldas (2000) as construções encontradas na Ilha dos Arvoredos totalizam 97 itens
catalogados, conforme observado na Figura 9. Destes registros, algumas construções devem
ser destacadas. As Figuras 10 e 11 apresentam as principais construções encontradas na Ilha
dos Arvoredos, sendo as mesmas descritas a seguir.
42

Figura 9: Construções catalogadas na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE,


2014).

Figura 10: Principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos. Vista 1 (Adaptado de
FURTADO, 2009).
43

Figura 11: Principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos. Vista 2 (Adaptado de
FURTADO, 2009).

2.2.1 Piscina

Tratava-se de um ambiente composto por uma piscina de água salgada utilizada para a criação
e estudos com tartarugas marinhas. A estrutura de fechamento deste ambiente é constituída de
um muro, executado em concreto armado, com mais de 3 metros de altura e aproximadamente
1,5 metros de espessura. Este muro foi construído visando receber o impacto físico
proporcionado pelas ondas, sendo que foram empregadas armaduras em aço inoxidável em
sua estrutura. Além disso, válvulas e registros foram instalados na piscina para o controle da
entrada e saída de água do mar (CALDAS, 2000). A Figura 12 apresenta uma imagem a
respeito da construção da piscina, ao passo que, a Figura 13 apresenta uma vista atual da face
externa do muro da piscina.
44

Figura 12: Imagem da construção da piscina na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO


FERNANDO LEE, 2014).

Figura 13: Face externa do muro de concreto da piscina (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
45

2.2.2 Reservatório

O reservatório foi construído visando a coleta de águas superficiais (CALDAS, 2000). Neste
sentido, a topografia em declive da região, logo acima do reservatório, foi aproveitada para a
captação das águas superficiais oriundas das chuvas. Trata-se de uma estrutura dotada de um
muro de concreto revestido de pedra lavada em sua face voltada para o mar. A Figura 14a
apresenta uma imagem do reservatório e, a Figura 14b, uma imagem do aproveitamento da
topografia local para coleta da água das chuvas.

a b
Figura 14: (a) Vista interna do reservatório; (b) aproveitamento da topografia para a coleta de
águas superficiais decorrentes da chuva na Ilha dos Arvoredos (Fotos: CARLOS
BALESTRA, 2015).

2.2.3 Residência

A residência foi construída em alvenaria, com dois pavimentos, situada próximo ao ponto
mais alto da ilha, tratava-se da residência temporária de Fernando Lee, quando presente na
Ilha para o desenvolvimento de pesquisas (CALDAS, 2000). A fachada da residência é
completamente revestida por pedras, entretanto, a passarela de acesso à residência foi
construída em concreto armado. Trata-se de uma estrutura apoiada em três pontos, sendo que
o apoio intermediário apresenta um formato em “Y” sustentando as vigas principais e o
tabuleiro da passarela. A Figura 15a apresenta uma imagem da residência e, a Figura 15b,
apresenta a passarela de acesso à residência.
46

a b
Figura 15: (a) Residência na Ilha dos Arvoredos; (b) Detalhe da passarela de acesso a
residência (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2014).

2.2.4 Farol

Localizado no ponto mais alto da Ilha, o farol foi construído em concreto armado e apresenta
sua face externa completamente revestida por pastilhas cerâmicas brancas (Figura 16). Os
experimentos para a geração de energia eólica foram iniciados em uma estrutura com uma
hélice de madeira posicionados na parte superior do farol (CALDAS, 2000).

Figura 16: Farol na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).

2.2.5 Oficina

Executada em concreto armado a uma cota de aproximadamente 10 metros em relação ao


nível do mar, a estrutura da oficina foi construída sobre um bloco de rocha na Ilha. Na oficina
eram armazenados materiais utilizados para disparos secos de pólvora em um canhão, para
47

saudar os visitantes ao desembarcar na Ilha (CALDAS, 2000). A Figura 17 apresenta uma


vista da oficina.

Figura 17: Oficina construída na Ilha dos Arvoredos (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE,
2014).

Embora a oficina esteja a uma cota de aproximadamente 10 metros em relação ao mar, a face
posterior desta estrutura recebe uma grande contribuição dos respingos das ondas que colidem
fortemente com as formações rochosas sobre o qual a oficina está apoiada, principalmente
quando o mar está revolto. A Figura 18 mostra a presença de umidade tanto na formação
rochosa, onde a estrutura da oficina se apoia, quanto em sua face posterior.

Figura 18: Umidade observada na formação rochosa onde a oficina se apoia devido aos
respingos das ondas (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
48

2.2.6 Viveiro de Aves

Este viveiro se localiza próximo à região da piscina, sendo executado em alvenaria. Tratava-
se de um ambiente de cativeiro para o estudo de aves (CALDAS, 2000).

2.2.7 Guindaste

Esta é a estrutura que possibilita o acesso de pessoas à Ilha dos Arvoredos. Trata-se de um
guindaste metálico, articulado, acoplado a um cesto, onde as pessoas que desejam acessar a
Ilha são içadas das embarcações e levadas para desembarcar em uma base logo abaixo da
estrutura da plataforma. A Figura 19 apresenta o embarque de pessoas no cesto, ao passo que
a Figura 20 apresenta uma vista geral desta estrutura.
Esta estrutura merece destaque pela sua forma arquitetônica, onde uma Fênix, uma estrutura
em concreto armado, com 71 toneladas, em forma de pássaro está engastada nas formações
rochosas da Ilha, servindo de suporte para o guindaste em sua parte superior. A parte inferior
do guindaste é apoiada sobre uma base de concreto armado, revestida por pedras, construída
sobre as formações rochosas da Ilha (Figura 21) (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).

Figura 19: Embarque no cesto para acesso à Ilha dos Arvoredos (Foto: FUNDAÇÃO
FERNANDO LEE, 2015).
49

Figura 20: Vista geral do guindaste com cesto para acesso de pessoas à Ilha (SOUZA, 2015).

Figura 21: Fênix executada em concreto armado (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2014).

2.2.8 Plataforma

Esta estrutura de concreto armado está posicionada próximo ao guindaste. Tratava-se de uma
estrutura destinada a guardar as embarcações que chegam até a Ilha, no caso de eventos
climáticos que impossibilitassem o retorno dos visitantes para o continente (Figura 22)
(SANTIN & MEDEIROS, 1990).
50

Figura 22: Plataforma destinada a guardar embarcações na ocorrência de condições


desfavoráveis à navegação (SANTIN & MEDEIROS, 1990).

A plataforma é uma estrutura voltada para o mar com três pilares apoiados sobre as formações
rochosas da Ilha, que sustentam o reservatório onde as embarcações eram guardadas até que
as condições climáticas fossem favoráveis à navegação.
A Figura 23 foi obtida em um período onde a maré estava baixa, permitindo assim, observar
os elementos estruturais da plataforma presentes em diferentes zonas de agressividade
marinha. A Figura 24 mostra um período onde a maré encontrava-se subindo, até o ponto em
que o patamar foi encoberto.

Laje

Pilares

Patamar

Figura 23: Elementos estruturais da plataforma em diferentes zonas de agressividade marinha


(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
51

Figura 24: Patamar da plataforma parcialmente encoberto pela água do mar durante a subida
da maré (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

2.2.9 Escadaria 1

A escadaria 1 interliga a região da piscina à residência. Trata-se de uma estrutura executada


em concreto armado voltada para o mar composta por uma viga central, apoiada por pilares,
que sustenta os degraus da escada. A Figura 25 apresenta uma vista geral da escadaria 1.

Figura 25: Vista geral da escadaria 1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).


52

2.2.10 Escadaria 2

Esta estrutura foi executada em concreto armado, sendo composta por pilares que apoiavam
uma viga central e os degraus, analogamente a escadaria 1.
A escadaria 2 localiza-se entre a plataforma e a oficina, sendo uma estrutura utilizada para
acessar à parte inferior da formação rochosa nas quais está apoiada a oficina. A parte inferior
desta estrutura recebe uma grande contribuição dos respingos das ondas, que colidem contra
as formações rochosas à sua frente, apresentando severa degradação. A Figura 26 apresenta
uma vista da escadaria 2.

Figura 26: Vista geral da escadaria 2 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

2.3 Descrição geral das principais manifestações patológicas encontradas


nas principais construções presentes na Ilha dos Arvoredos

Em ordem decrescente de incidência, as principais manifestações patológicas encontradas nas


principais estruturas da Ilha dos Arvoredos são:

 Corrosão das armaduras;


 Fissuração;
 Eflorescências.

Estas manifestações patológicas foram verificadas nas seguintes estruturas: Piscina,


residência, farol, oficina, guindaste, plataforma e escadarias 1 e 2, conforme descrito a seguir.
53

Cabe registrar inicialmente que o ambiente marinho é, de fato, um ambiente de agressividade


extrema às estruturas de concreto armado. Este fato foi observado a partir do estado de
degradação das estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos que, em alguns casos, apresentam
risco eminente de ruína, impondo riscos à segurança estrutural.

2.3.1 Piscina

A estrutura da piscina está voltada para a direção norte (N), sendo dotada de um muro de
concreto com 1,5 metros de espessura aproximadamente. Nesta estrutura foram verificadas
manchas de eflorescência em suas faces internas e erosão nas faces externas, devido ao
impacto das ondas e particulados sólidos presentes na água do mar contra sua superfície.
Todavia, cabe discutir que os danos devido à erosão não foram severos à superfície de
concreto, devido às formações rochosas existentes à frente desta estrutura, que acabam
atenuando o impacto das ondas contra sua superfície. A Figura 27 apresenta as manifestações
patológicas verificadas nesta estrutura.

a b
Figura 27: Manifestações patológicas verificadas na estrutura da piscina. (a) face interna com
eflorescências; (b) erosão em face externa (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2014).

2.3.2 Residência

A residência da Ilha apresenta suas fachadas completamente revestidas por pedra e voltadas
para a direção leste (E), não sendo observadas manifestações patológicas na mesma. Por outro
lado, a passarela de acesso à residência, construída em concreto armado, apresenta sérios
danos em seus pilares e vigas, devido à severa corrosão de suas armaduras. O processo
corrosivo das armaduras dos pilares desta passarela levou a uma significativa redução de sua
seção transversal e a sua completa exposição, decorrente do lascamento total do concreto de
54

cobrimento que a revestia inicialmente. Além disso, é possível observar a perda da seção
resistente de concreto em uma das diagonais do pilar central. A Figura 28 apresenta a
corrosão evidenciada nos pilares da passarela, e indica a perda de seção transversal em um
dos pilares.

Figura 28: Corrosão das armaduras nos pilares da passarela de acesso à residência e perda de
seção transversal do concreto do pilar (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Analogamente ao observado nos pilares da passarela de acesso a residência, as vigas que


sustentam o tabuleiro desta passarela também apresentam severa corrosão de suas armaduras,
com reduções significativas em sua seção transversal e perda da camada de cobrimento,
conforme observado na Figura 29.

Figura 29: Corrosão das armaduras da viga da passarela de acesso à residência (Foto:
CARLOS BALESTRA, 2015).
55

A estrutura da passarela de acesso encontra-se em zona de atmosfera marinha, porém está


localizada próxima da região com maior incidência de ondas na Ilha. Desta forma, está
estrutura acaba recebendo uma grande deposição de cloretos por conta do aerossol salino,
formado a partir da quebra das ondas, e transportado por meio da ação do vento.

2.3.3 Farol

A estrutura do farol localiza-se no ponto mais alto da Ilha. Sua fachada externa é revestida
completamente por pastilhas cerâmicas que protegem a mesma, assim, não foram observadas
patologias em sua fachada externa; por outro lado, as vigas internas do farol, que suportam as
escadas de acesso ao topo, são executadas em concreto armado e apresentam intensa corrosão
de suas armaduras, conforme observado na Figura 30.

Figura 30: Corrosão das armaduras de vigas internas no farol (Foto: CARLOS BALESTRA,
2015).

Mais uma vez nota-se a severa agressividade do ambiente marinho ao concreto armado.
Apesar de se tratar de uma área interna, os cloretos presentes na atmosfera acabam se
depositando na superfície do concreto das estruturas internas levando a sua degradação.
Outro ponto que deve ser ressaltado trata que o farol encontra-se no ponto mais alto da Ilha,
em um local que recebe insolação durante todo o dia. Desta forma, a temperatura do ambiente
interno do farol acaba sendo elevada, contribuindo para acelerar o processo de penetração dos
cloretos nas estruturas de concreto internas (ANDRADE & GOÑI, 1990). Além disso, o farol
foi o local precursor dos estudos para geração de energia eólica na Ilha, havendo assim, uma
56

série de equipamentos destinados à geração e armazenamento de energia. Estes equipamentos


não estão atualmente em funcionamento no interior do farol, sendo que algumas peças foram
inclusive removidas. Todavia, a possibilidade quanto à atuação de correntes de fuga, que
contribuíram para a corrosão das armaduras quando os equipamentos estavam em
funcionamento, é uma hipótese que não deve ser descartada.

2.3.4 Oficina

A estrutura da oficina apresenta suas faces voltadas para a direção sudoeste (SW). Esta
estrutura apresenta severa corrosão das armaduras em diversos elementos estruturais como
pilares, vigas e na laje, com sérios danos a sua integridade, havendo inclusive o colapso
parcial de um trecho da laje, conforme observado na Figura 31.

a b

c d
Figura 31: Manifestações patológicas verificadas na estrutura da oficina. (a) Colapso parcial
de um trecho da laje devido à severa corrosão das armaduras; (b) Fissuração e corrosão em
pilar e viga; (c) corrosão com seccionamento de armadura de pilar; (d) corrosão, fissuração e
flecha excessiva de laje (Fotos: CARLOS BALESTRA, 2015).

Nesta estrutura foram verificadas fissuras com espessura de até 15 mm decorrentes da


corrosão das armaduras; o seccionamento de armaduras em pilares e lajes; flecha excessiva da
57

laje de cobertura e o colapso parcial de um trecho da referida laje devido à intensa corrosão
que chegou a seccionar suas armaduras.
Embora a oficina tenha sido construída sobre uma formação rochosa a uma altura de
aproximadamente 10 metros, em relação ao nível do mar, sua estrutura recebe grande
contribuição dos respingos das ondas. Este fato está associado ao seu posicionamento
geográfico, que está localizado na região de maior incidência de ondas na Ilha. Neste caso, as
ondas formadas colidem com grande intensidade sobre a formação rochosa, produzindo os
respingos que atingem a mesma e contribuem para sua degradação. Os respingos das ondas,
aliados a grande disponibilidade de oxigênio, tornam esta região uma das mais agressivas às
estruturas de concreto armado, sob a óptica da corrosão das armaduras.

2.3.5 Guindaste

O guindaste é uma estrutura articulada que está voltada para a direção Oeste (W), sendo
apoiado em sua parte inferior por uma base de concreto armado, engastada sobre as formações
rochosas da Ilha, e por uma estrutura de concreto, semelhante a uma Fênix em sua parte
superior. As manifestações patológicas verificadas nesta estrutura são apenas na base inferior,
onde o guindaste se apoia, sendo registrado o aparecimento de manchas de corrosão e
manchas de eflorescência na face inferior da base, conforme apresentado na Figura 32.

Figura 32: Manifestações patológicas observadas na base do guindaste (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2015).
58

Neste caso, a corrosão observada pode ser atribuída à deposição de sais sobre a superfície da
base, que adentram o concreto por meio da água das chuvas que se acumula e penetra no
concreto a partir de sua face superior. As manchas de eflorescência também são decorrentes
da água de chuva, que penetra no concreto a partir de sua face superior, e lixivia os compostos
hidratados da pasta de cimento.

2.3.6 Plataforma

A plataforma está orientada para a direção Oeste (W). As manifestações patológicas


verificadas nesta estrutura são manchas de corrosão das armaduras e fissuras, com espessura
média da ordem de 0,3 mm nos pilares e na laje. A Figura 33 apresenta as manifestações
patológicas verificadas nesta estrutura.

Figura 33: Manifestações patológicas observadas na estrutura da plataforma (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2015).
59

2.3.7 Escadaria 1

A escadaria 1, voltada para a direção nordeste (NE), faz a ligação da piscina com a residência,
porém completamente voltada para o mar, sem obstáculos a sua frente.
A principal patologia desta estrutura é a corrosão das armaduras, na viga principal e em um
dos pilares, com o consequente lascamento da camada de cobrimento, conforme apresentado
na Figura 34.

a b
Figura 34: Manifestações patológicas observadas na escadaria 1 (a) Corrosão das armaduras
da viga principal; (b) corrosão e lascamento da camada de cobrimento em pilar (Foto:
CARLOS BALESTRA, 2015).

2.3.8 Escadaria 2

A estrutura da escadaria 2, voltada para a direção oeste (W), apresenta a mesma forma
arquitetônica da escadaria 1, entretanto, esta estrutura apresenta severo estado de degradação,
por conta principal da corrosão das armaduras tanto da viga principal, quanto dos degraus da
mesma, chegando ao colapso completo de todos os degraus. A Figura 35 mostra uma vista
geral do estado de degradação desta estrutura, onde é possível observar, através da seta
indicativa, o colapso de vários degraus da escada.
60

Parte inferior da escadaria


2

Figura 35: Vista geral da escadaria 2 com colapsos dos degraus (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).

Uma quantidade de respingos significativa acaba por atingir a parte inferior desta estrutura
devido à quebra das ondas sobre as formações rochosas localizadas à sua frente. Todavia, é
possível observar que mesmo os degraus localizados a uma cota mais acima da base desta
escadaria chegaram ao colapso, fato este relacionado ao forte aerossol marinho que acaba
atingindo esta estrutura.

2.4 Registros históricos das construções na Ilha dos Arvoredos

Após a concessão da Ilha dos Arvoredos para fins científicos, o engenheiro Fernando Lee
iniciou os projetos das construções a serem executadas na Ilha. Desta forma, além dos
projetos de autoria de Fernando Lee, foram contratados escritórios de arquitetura e de
engenharia para a elaboração de projetos desde a década de 50, que atualmente fazem parte do
acervo da Fundação Fernando Lee. A Figura 36 apresenta, como exemplo, um dos projetos da
oficina pertencente ao acervo da Fundação Fernando Lee.
61

Figura 36: Projeto da oficina (FUNDAÇÃO FERNANDO LEE, 2016).

Cabe ressaltar que, embora o acervo da Fundação Fernando Lee seja amplo e preserve os
documentos originais, muitos projetos das estruturas não foram encontrados em pesquisa
realizada neste acervo. Desta forma, a Figura 37 apresenta a data dos projetos originais de
obras executadas na Ilha dos Arvoredos, pertencentes à fundação Fernando Lee, onde é
possível observar a existência de projetos que datam a década de 50. A respeito da data de
execução das obras, Caldas (2000) pontua apenas que as obras tiveram início em maio de
1950, entretanto, o autor não determina quais as obras foram iniciadas nesta data.

Figura 37: Data dos projetos de construções presentes na Ilha dos Arvoredos (Adaptado de
FURTADO, 2009).
62

3. AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE MARINHO ÀS


ESTRUTURAS DE CONCRETO

3.1 Distribuição das espécies iônicas na água do mar

Roberge (1999) afirma que uma grande parcela das espécies químicas, presentes na Terra,
podem ser encontradas na água do mar, sendo os cloretos a espécie química predominante. De
fato, Silva (2011) concorda com Roberge (1999) e ressalta ainda que, apesar da grande
quantidade de espécies químicas presentes na água do mar, apenas seis já representam mais de
90% das espécies iônicas encontradas, sendo elas: o Cloreto, o Sódio, os Sulfatos, o
Magnésio, o Cálcio e o Potássio. A Figura 38 apresenta a distribuição das principais espécies
iônicas presentes no mar, onde se observa que os cloretos são de fato a espécie química
predominante na água do mar, correspondendo a mais de 50% da distribuição.

Principais Espécies Iônicas Presentes na Água do Mar


1% 1%

4%
8%
Cloreto
Sódio
Sulfatos

55% Magnésio
31%
Cálcio
Potássio

Figura 38: Distribuição das principais espécies iônicas presentes na água do mar (Adaptado de
SILVA, 2011).
63

Sendo os cloretos a espécie química predominante na água do mar e, sabendo que este é o
principal agente responsável pela corrosão das armaduras, em estruturas presentes em
ambiente marinho, é possível inferir, de fato, que o ambiente marinho é um dos meios mais
hostis às estruturas de concreto armado, sob a ótica da corrosão das armaduras, dada sua
grande disponibilidade.

3.2 Mecanismos de penetração de cloretos nas estruturas de concreto

Para o conhecimento dos mecanismos que levam à degradação das estruturas de concreto, é
de suma importância conhecer as propriedades de transferência de massa nos materiais
cimentícios. Desta forma, excluindo os processos de degradação decorrentes da ação de
solicitações mecânicas, a quase totalidade dos processos de degradação de estruturas de
concreto tem a permeabilidade do concreto como ponto principal de susceptibilidade à ação
de agentes agressivos (ANDRADE, 2001). Cabe ressaltar que várias são as revisões que
tratam dos mecanismos de penetração de cloretos em estruturas de concreto como, por
exemplo, Helene (1993), Nilson & Tang (1996), Andrade (2001), Guimarães (2000), Meira
(2004) e Nepomucemo (2005), sendo estas referências no meio acadêmico. Desta forma, não
buscando repetir os conceitos enfatizados pelos autores supracitados, serão apresentados
conceitos gerais sobre os mecanismos relativos à penetração de cloretos em estruturas de
concreto.
Segundo Castro, De Rincón & Pazini (2001); Song, Lee & Ann (2008) e Backus et al. (2013),
o ingresso de cloretos nas estruturas de concreto está relacionado a três mecanismos
principais:

 Permeabilidade;
 Absorção capilar e;
 Difusão iônica.

O primeiro é o mecanismo que trata do transporte de um fluído por meio de diferenças de


pressões hidráulicas. A absorção capilar decorre, por sua vez, da tensão atuante nos poros
capilares, e a difusão iônica resulta de gradientes iônicos, das áreas de maior concentração
para as áreas de menor concentração.
64

Wang & Li (2014) e Arya, Vassie & Bioubakhsh (2014) pontuam que a permeabilidade
ocorre nas estruturas de concreto presentes na zona submersa, atuando em conjunto com a
difusão, ao passo que, a absorção capilar e a difusão ocorrem nas demais zonas de
agressividade. Além disso, os autores ressaltam que a absorção é um processo rápido, sendo
mais rápido até que a permeabilidade, enquanto a difusão é um processo lento em relação a
absorção, porém contínuo.
Segundo Nepomucemo (2005) o transporte de fluidos, no concreto, depende de uma extensa
gama de fatores como, por exemplo, a distribuição e interconectividade dos poros. Desta
forma, a maioria dos mecanismos de transporte, em um material poroso, é regida como sendo
dependente de um potencial gerador de um fluxo de massa. Para Nilsson &Tang (1996), o
fluxo de massa (qm) pode ser expresso pela Equação 1:

𝜕𝜓 𝑘𝑔
𝑞𝑚 = −𝑘𝜓 [𝑚2.𝑠] Equação 1
𝜕𝑥

Onde:
qm = Fluxo de massa;
kψ = Coeficiente representativo das propriedades do material;
∂ψ = Gradiente de potencial;
x = Profundidade.

O fluxo de massa (qm) é dependente do gradiente de potencial (∂ψ) e das propriedades do


material (kψ) em uma profundidade (x). Este gradiente de potencial pode ser a diferença de
pressão, ou de potencial hidráulico, ou a diferença de concentração, dependendo do
mecanismo atuante (ANDRADE, 2001; NEPOMUCEMO, 2005).
Em se tratando da permeabilidade, está se dá por diferenças de pressão, em que o potencial, ψ,
é a pressão do fluído (p), e o coeficiente kψ é expresso em função da permeabilidade do
material (kp) e da viscosidade absoluta do fluído (η). Assim, a pressão pode ser expressa, em
linhas gerais, segundo a Equação 2 que, no caso da água, é uma representação da Lei de
Darcy (NILSSON & TANG, 1996; ANDRADE, 2001; MEIRA, 2004).

𝑘𝑝 𝜕𝑝
𝑞𝑚 = − Equação 2
𝜂 𝜕𝑥

Onde:
65

qm = Fluxo de água;
kp = Coeficiente que leva em consideração a permeabilidade do material;
η = Viscosidade do fluído;
p = Pressão do fluído;
x = Profundidade.

A absorção capilar é decorrente das forças capilares que atuam nos poros do material,
controlando o ingresso de líquidos. Neste caso, a equação que melhor se enquadra ao
fenômeno de fluxo, em materiais de construção de estrutura porosa, é a Teoria do Fluxo em
Solos Não Saturados, expressa pela Lei de Darcy ampliada, onde a condutividade hidráulica e
o potencial capilar dependem do teor de água (Equação 3) (NILSSON & TANG, 1996;
NEPOMUCEMO, 2005).

𝑑𝜓 𝑑𝜃
𝑞 = − [𝑘(𝜃) 𝑑𝜃 ] 𝑑𝑥 Equação 3

Onde:
q = Fluxo capilar;
kθ = Condutividade hidráulica;
ψ = Potencial capilar;
x = Profundidade.

O fenômeno da difusão é expresso, de maneira geral, pela Primeira Lei de Fick da Difusão,
(Equação 4), para fluxo unidirecional que depende, entre vários fatores, das características
microestruturais do material e das substâncias presentes no fluído que preenche seus poros
(CRANK, 1975; GUIMARÃES, 2000; ANDRADE, 2001; MEIRA, 2004).

𝜕𝐶
𝑞𝑚 = −𝐷 Equação 4
𝜕𝑥

Sendo:
D = Coeficiente de difusão;
C = Concentração de da espécie iônica em análise, aqui, neste caso, os cloretos;
x = Posição no interior do material.
66

Tratando da forma mais geral o balanço de massa e, considerando que a concentração é


dependente do tempo e variável de acordo com a posição x, considera-se:

𝜕𝐶 𝜕𝑞𝑚
= − Equação 5
𝜕𝑡 𝜕𝑥

Sendo:
𝜕𝐶
= Variação de concentração no tempo;
𝜕𝑡
𝜕𝑞𝑚
= Variação de fluxo de massa em função da profundidade;
𝜕𝑥

Aplicando a Equação 4 na Equação 5 obtemos a Segunda Lei de Fick da Difusão (Equação 6).

𝜕𝐶 𝜕2 𝐶
= −𝐷 Equação 6
𝜕𝑡 𝜕𝑥 2

Sendo:
𝜕𝐶
= Variação de concentração no tempo;
𝜕𝑡
𝜕2 𝐶
= Variação de concentração de acordo com a posição x;
𝜕𝑥 2
D = Coeficiente de difusão.

A solução para a Segunda Lei de Fick da Difusão (Equação 7) é apresentada por Liang et al.
(1999), onde emprega-se a transformada de Laplace, admitindo como condições de contorno:

1- A concentração no tempo inicial é zero, ou seja, C(x,0) = 0 → t = 0;


2- A concentração para uma posição igual a zero a partir da superfície corresponde à
concentração superficial Cs, ou seja, C(0,t) = Cs → x = 0;
3- O Coeficiente de Difusão (D) é constante em relação a profundidade e ao tempo.

𝑥
𝐶 (𝑥, 𝑡) = 𝐶𝑠 + (𝐶𝑖 − 𝐶𝑠 ) 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( ) Equação 7
√4𝑡𝐷
67

Onde, aplicando ao caso dos cloretos no concreto temos:

C(x,t) = Concentração de cloretos no concreto a uma distância x de sua superfície em um


tempo t;
Ci = Concentração inicial de cloretos no concreto;
Cs = Concentração superficial de cloretos no concreto;
erfc (z) = Função complementar de erro de Gauss;
x = Distância a partir da superfície do concreto;
t = Tempo de exposição;
D = Coeficiente de difusão de cloretos.

3.3 Cloretos livres e fixos no concreto

Yuan et al. (2009) afirmam que ao adentrarem no concreto, uma parte dos cloretos, advindos
do ambiente, é capturada formando sais, a isto chamamos fixação de cloretos, conforme
descrito nos parágrafos sequentes. Esta fixação implica em uma redução na quantidade de
cloretos passíveis de se movimentar na solução dos poros do concreto, chamados cloretos
livres. Dada sua mobilidade, os cloretos livres são os principais responsáveis por atingir as
armaduras e dar início ao processo de corrosão das mesmas.
De fato, Saillio, Baroghel-Bouny & Barberon (2014) ressaltam que em ambiente marinho, os
cloretos penetram através dos poros do concreto até chegar à armadura, entretanto, as
interações químicas dos cloretos com a matriz cimentícia acabam por fixar uma parte dos
cloretos, retardando o avanço de sua frente até as armaduras.
Backus et al. (2013) pontuam que os cloretos podem estar fixos quimicamente com as fases
aluminato do cimento, ou ainda, fisicamente adsorvidos sobre a superfície dos Silicatos de
Cálcio Hidratado (C-S-H). Segundo Ramezanianpour, Ghahari & Esmaeili (2014) e De
Weerdt, Justnes & Geiker (2014), em geral, a fixação se dá principalmente entre o Aluminato
Tricálcico (3CaO.Al2O3 => C3A), formando sal de Friedel (C3A.CaCl2.10H2O), e com o Ferro
Aluminato Tetracálcico (4CaO.Al2O3.Fe2O3 => C4AF), formando o sal de Kuzel
(3CaO.FenOn+1.CaCl2.10H2O), sendo que a fixação com o C3A corresponde a maior parcela
da fixação química de cloretos, em um processo que ocorre a taxas rápidas. As Equações 8 e 9
apresentam, em linhas gerais, as reações químicas para a formação do sal de Friedel, onde é
possível observar que a Portlandita (Ca(OH)2) reage com o cloreto associado a um cátion (em
68

geral o sódio em ambiente marinho) para a formação do Cloreto de Cálcio (CaCl2) e,


posteriormente, na presença de água, há a formação do sal de Friedel (YUAN et al., 2009).

𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 + 2𝑁𝑎𝐶𝑙 → 𝐶𝑎𝐶𝑙2 + 2𝑁𝑎2+ + 2𝑂𝐻 − Equação 8

3𝐶𝑎𝑂. 𝐴𝑙2 𝑂3 + 𝐶𝑎𝐶𝑙2 + 10𝐻2 𝑂 → 𝐶3 𝐴. 𝐶𝑎𝐶𝑙2. 10𝐻2 𝑂 Equação 9

Yuan et al. (2009) e Maes & De Belie (2014) afirmam que a fixação de cloretos apresenta
dois aspectos importantes:

 Reduz a quantidade de cloretos na periferia das armaduras, passiveis de participar


efetivamente das reações de corrosão, tendo em vista sua fixação;
 A fixação retarda a penetração de cloretos livres por resultar em uma estrutura menos
porosa.

Segundo Yuan et al. (2009); Li & Shao (2014) e Camacho et al. (2014), a relação entre
cloretos livres e fixos é expressa por isotermas de fixação ou equações de adsorção, sendo as
principais: a Linear, a de Langmuir e a de Freundlich, conforme apresentadas nas Equações
10 a 12 respectivamente, onde Cb corresponde a concentração de cloretos fixos e Cf a
concentração de cloretos livres.

Linear: 𝐶𝑏 = 𝛼 𝐶𝑓 Equação 10

𝛼𝐶𝑓
Langmuir: 𝐶𝑏 = Equação 11
(1+𝛽𝐶𝑓 )

𝛽
Freundlich: 𝐶𝑏 = 𝛼𝐶𝑓 Equação 12

Yuan et al. (2009) cita que os parâmetros α e β das Equações 10-12 não apresentam
significado físico, sendo apenas coeficientes de ajuste de curvas. A Figura 39 apresenta um
exemplo de construção das isotermas de fixação.
69

Figura 39: Exemplo de aplicação de isotermas de fixação (Adaptado de YUAN et al., 2009).

3.4 Fatores ambientais que influenciam na agressividade às estruturas de


concreto armado presentes em ambiente marinho

3.4.1 Salinidade atmosférica e a influência dos ventos

A salinidade atmosférica é, de longa data, objeto de pesquisas no mundo, onde podem ser
citados, como exemplos, os trabalhos de Mustafa & Yusof (1994); Corvo, Betancourt &
Mendoza (1995); Morcillo et al. (2000); Lee & Moon (2006) e Meira et al. (2007b).
Nesta vertente de estudos, os ventos ganham destaque por dois motivos principais. Em
primeiro lugar, como responsáveis por contribuir na geração das ondas do mar, propiciando a
formação do aerossol marinho carregado de gotículas salinas. Em segundo lugar, os ventos
atuam como agente transportador deste aerossol para o continente, possibilitando a deposição
de sais sobre a superfície das estruturas de concreto, presentes em zona de atmosfera marinha,
de modo que estes sais depositados acabam penetrando as estruturas de concreto armado
através da camada de cobrimento, degradando-as.
Segundo Morcillo et al. (2000), as gotículas salinas presentes no aerossol marinho, com
diâmetro superior à 10µm, permanecem em suspensão na atmosfera por curtos períodos de
tempo, sendo depositadas a curtas distâncias, a partir da costa, pelo efeito gravitacional.
70

Gotículas menores, com diâmetro inferior à 10µm, podem ser carregadas pelo vento a maiores
distâncias, atingindo estruturas mais afastadas da costa. Além disso, os autores pontuam ainda
a ocorrência de eventos climáticos extremos de curta duração, como as tempestades, onde
grandes quantidades de sais podem ser depositadas sobre as superfícies de concreto em curtos
períodos de tempo.
De uma forma geral, a salinidade atmosférica pode ser determinada através da utilização de
aparatos de vela úmida, normatizados pela ASTM G140. O aparato de vela úmida é
representado na Figura 40. Neste caso, um tubo de ensaio é envolto por uma camada de
algodão umedecido com uma solução de água, glicerina e ácido octanóico, sendo este último,
necessário para evitar o congelamento da água, se for o caso. Além disso, o algodão deve se
comunicar com esta mesma solução presente no frasco que suporta o conjunto. Este aparato
permanece em repouso no interior de um suporte, com cobertura, sendo exposto em campo
nos locais onde se deseja determinar a deposição de sais neste aparato. Após intervalos de
tempo determinados, o algodão da vela úmida é recolhido e levado para laboratório para
análise quanto à deposição de cloretos.

Tubo de Ensaio
Algodão
Rolha

Frasco
Solução

Figura 40: Representação esquemática do aparato de vela úmida (Adaptado de ASTM G140,
2008).

No estudo de Morcillo et al. (2000), um aparato de vela úmida foi utilizado em conjunto com
uma estação meteorológica, visando a coleta de informações a respeito da taxa de deposição
de sais, e sobre o vento da região de estudo. Os resultados obtidos apontaram que a salinidade
cresce de forma notável à medida que a velocidade dos ventos supera os 3m/s.
71

De fato, o estudo apresentado por Meira et al. (2006), desenvolvido na cidade de João Pessoa
no Estado da Paraíba, concorda que um aumento significativo da taxa de deposição, em
aparatos de vela úmida, é observado a medida que a velocidade dos ventos supera 3m/s, onde
um incremento de 3 para 3,6 m/s na velocidade dos ventos pode aumentar a taxa de deposição
de cloretos de 400 para 750 mg/m².dia para uma distância de 10 metros em relação ao mar.
Além da velocidade do vento, Cole et al. (2003), Meira et al. (2006 e 2007b) e Morcillo et al.
(2000) pontuam outro aspecto relevante: o tempo de duração de uma determinada velocidade
de vento. Neste sentido, os autores pontuam que as melhores correlações são obtidas a partir
da taxa de deposição de cloretos em aparatos de vela úmida com o chamado “Wind Power”,
definido como sendo o produto escalar entre o tempo de duração e a velocidade dos ventos.
Neste caso, Meira et al. (2007b) demonstram a relação obtida entre a taxa de deposição e o
Wind Power para velocidades de vento acima de 3m/s.
Outro aspecto importante trata da distância em relação ao mar. Neste caso, o trabalho de
Meira et al. (2006) contempla uma análise da taxa de deposição de sais em aparatos de vela
úmida, posicionadas a 10, 100, 200, 500, 1100 metros de distância em relação ao mar. Os
resultados mostraram que a taxa de deposição diminui, expressivamente, a medida que a
distância do mar aumenta, sendo que a partir de 200 metros de distância, a taxa de deposição é
muito menor comparada à uma distância de apenas 10 metros. Nunes (2006) apresenta em seu
estudo os efeitos da distância de estruturas de concreto, com idade superior a 15 anos, em
relação ao mar localizadas no extremo sul do Brasil. As conclusões do autor remetem que a
medida que se aumenta a distancia em relação à água do mar, há uma redução significativa da
presença de cloretos na névoa salina.
Outro estudo interessante, nesta linha de pensamento, foi conduzido por Lee & Moon (2006),
tratando da distribuição da salinidade atmosférica ao longo da costa da Coréia do Sul. Neste
trabalho, a influência dos ventos e da topografia sul coreana foram avaliados, levando em
conta a presença de cadeias de montanhas. Os maiores índices médios de salinidade foram
observados na região leste da costa coreana, região esta, onde há a maior incidência de ondas.
Além disso, assim como Meira et al. (2006), os autores também ressaltam que a salinidade
decresce à medida que a distância em relação ao mar aumenta, propondo uma função
exponencial decrescente, para relacionar a taxa de deposição com a distância a partir do mar,
levando em conta as características locais como, por exemplo, a topografia e a presença de
obstáculos.
A respeito dos efeitos altimétricos em relação ao nível do mar, os trabalhos de Castro, De
Rincón & Pazini (2001), Guimarães, Castagno Jr & Helene (2003) e Medeiros et al. (2013)
72

podem ser citados. Em todos estes estudos não foram utilizadas velas úmidas, foram
analisados perfis de concentração de cloretos obtidos a partir de amostras de concreto,
tomadas de edificações com diferentes altimetrias em relação ao mar. De uma forma geral, os
resultados apontaram que quanto maior a altura em relação ao mar, menor a concentração de
cloretos obtidas nos perfis analisados.
De fato, uma análise prévia e piloto na estrutura da plataforma na Ilha dos Arvoredos acerca
dos efeitos altimétricos mostrou, por espectroscopia de fluorescência de Raios-X, que a
medida que a distância altimétrica em relação a água do mar aumenta, menor a concentração
de cloretos (BALESTRA et al., 2017).

3.4.2 Salinidade da água do mar

A salinidade é definida como a concentração de sais dissolvidos nos oceanos, sendo admitida,
de forma geral, como constante, embora efeitos de diluição possam ser evidenciados em
alguns casos, por exemplo, mediante contribuição fluvial (Mehta & Monteiro, 2008; De
Weerdt, Justnes & Geiker, 2014). A titulo de exemplo, Da Costa et al. (2013) ressaltam que a
salinidade da água marinha na região nordeste do Brasil varia de 3,0 a 3,5% e Otieno,
Beushausen & Alexander (2016) pontuam que a salinidade da água na África do Sul é de
aproximadamente 2,0%.
A respeito da influência da salinidade da água marinha na penetração de cloretos em amostras
de concreto, poucos são os estudos sobre o tema, entretanto, o estudo de Lindvall (2007)
merece destaque.
Lindvall (2007) conduziu um estudo mundial para a determinação do ingresso de cloretos em
corpos de prova de concretos submersos em 12 diferentes locais do globo terrestre. O objetivo
do trabalho foi verificar não somente a influência da salinidade, mas também se a temperatura
média da água exercia algum tipo de influência na penetração de cloretos nos corpos de prova
ensaiados. A salinidade da água, nas diferentes regiões estudadas, apresentou grandes
variações com valores entre 4 a 23 mg/l.
Após um ano de exposição, os corpos de prova foram coletados e encaminhados para o
laboratório, onde amostras de concreto em pó foram obtidas, a diferentes profundidades, e
analisadas por titulação potenciométrica. Os resultados apontaram que a concentração de
cloretos nos primeiros 5 mm, dos corpos de prova expostos em locais cuja temperatura média
da água era inferior a 14ºC, apresentaram maiores concentrações de cloretos. Além disso,
outra constatação da pesquisa trata que, comparando um local com a mesma temperatura
73

média da água, quanto maior a salinidade da água, maior o ingresso de cloretos nos corpos de
prova, demonstrando que a salinidade e a temperatura da água exercem influência na
penetração de cloretos em estruturas presentes em ambiente marinho.

3.4.3 Umidade Relativa

No processo corrosivo das armaduras no concreto, o papel da umidade relativa do ambiente


tem mais de um aspecto a ser considerado. Em primeiro lugar, durante a cura do concreto, a
umidade relativa do ambiente acaba por influenciar no grau de hidratação e,
consequentemente, na porosidade do concreto. Em segundo lugar, a umidade relativa do
ambiente é um fator que influi no grau de saturação dos poros do concreto (ENEVOLDSEN,
HANSSON & HOPE, 1994; ANDRADE & CASTILLO, 2003).
Como a água está envolvida em todo processo de degradação, é importante ter em mente que
a presença de água nos poros do concreto é um fator mais importante do que a umidade do
ambiente. Neste ponto, se as condições do ambiente fossem estacionárias, a presença de água
nos poros do concreto seria constante; porém, em condições variáveis, o concreto acaba por
absorver umidade do ambiente, fazendo com que a presença de água em seus poros aumente
(CEB FIB 183, 1992; ANDRADE & CASTILLO, 2003).
Sobre esta questão, quando os poros do concreto apresentam-se saturados com água, a
resistividade do concreto é baixa e o acesso do oxigênio é dificultado. Em contra partida,
quando a presença de água nos poros do concreto é baixa, a resistividade é elevada e o acesso
de oxigênio é facilitado. Em ambos os casos supracitados, a intensidade de ataque às
armaduras por processos de corrosão é baixo, entretanto, se há uma grande presença de água
nos poros do concreto, porém sem saturação, a resistividade do mesmo é baixa e o acesso de
oxigênio é facilitado. Tal situação confere condições adequadas para a instauração de um
processo corrosivo das armaduras (ANDRADE, 1992; GUIMARÃES, 2000).
Com o objetivo de ilustrar a influência que a umidade exerce sobre o risco de corrosão das
armaduras, o CEB FIB 183 (1992) apresenta o risco relativo de corrosão em função da
umidade relativa anual média nos poros do concreto, conforme apresentado na Figura 41. No
caso específico de ambientes onde há presença de cloretos, como no ambiente marinho, um
fator de risco elevado de corrosão é observado para uma umidade relativa nos poros do
concreto próxima de 90%.
74

Figura 41: Influência da umidade relativa no risco à corrosão (Adaptado de CEB-FIB 183,
1992).

Além disso, Castro, De Rincón & Pazini (2001) ressaltam que a umidade relativa acaba
influindo na penetração de cloretos, devido aos ciclos de molhagem e secagem, nas camadas
mais próximas à superfície do concreto.
Neste caso, em linhas gerais, durante os períodos de secagem, a água evapora
progressivamente dos poros capilares do concreto deixando sais cristalizados em seu interior,
havendo uma redistribuição da umidade no interior do concreto, onde o fluxo da água passa a
ser do interior do concreto para a região mais próxima à superfície. No período de molhagem,
por sua vez, a água ingressa a partir da superfície por forças capilares através dos poros do
concreto, trazendo consigo íons agressivos às estruturas de concreto armado como, por
exemplo, os íons cloreto, contribuindo assim para um aumento na concentração dos mesmos
nas camadas de concreto (CINCOTTO & PEREIRA, 2001; ARYA, BIOUBAKHSH &
VASSIE, 2013).
Além disso, Arya, Vassie & Bioubaksk (2014) afirmam ainda que com o aumento no número
de ciclos de molhagem e secagem, a concentração de cloretos aumenta progressivamente nas
diferentes profundidades do concreto a partir da superfície, com o passar do tempo.

3.4.4 Temperatura

A respeito da temperatura, o CEB FIB 183 (1992) ressalta que a análise isolada deste fator já
fornece um indicativo acerca da diferença de agressividade existente entre regiões tropicais e
75

regiões frias. Desta forma, seus efeitos, embora sejam considerados como secundários muitas
vezes, são importantes no estudo da durabilidade de estruturas de concreto armado.
Os efeitos da temperatura podem ser notados no grau de saturação dos poros do concreto.
Neste caso, Andrade & Castillo (2003), Poyet (2009) e Jiang & Yuan (2013) concluíram em
seus estudos, conduzidos em laboratórios, que quanto maior a temperatura a que o concreto
está exposto, menor será a presença de água em seus poros.
Goñi & Andrade (1990), Song, Lee & Ann (2008) e Yuan et al. (2009) pontuam que os
efeitos da temperatura acabam por acelerar o movimento iônico dos cloretos através da rede
de poros do concreto, potencializando assim sua mobilidade. De fato, Oh & Jang (2007)
concluíram que o aumento da temperatura acaba por aumentar a mobilidade iônica dos
cloretos no concreto. Além disso, Xu et al. (2016) pontuam, em seu estudo, que um aumento
na temperatura pode levar à liberação dos cloretos fixos junto às fases aluminato, entretanto,
os autores afirmam que maiores estudos são necessários a respeito deste tema.

3.4.5 Chuva

Sobre a chuva dois efeitos são descritos na literatura. O primeiro trata da conversão de
partículas salinas, depositadas sobre a superfície das estruturas de concreto, em soluções
salinas que, por mecanismos de absorção capilar, acabam transportando os íons agressivos
para o interior do concreto, ao passo que o segundo trata dos efeitos de lavagem das
superfícies de concreto, geralmente relacionadas às chuvas de maior intensidade, que acabam
carregando as soluções salinas a partir da superfície das estruturas de concreto (MUSTAFA &
YUSOF, 1993; ANDRADE, DÍEZ & ALONSO, 1997; MEIRA et al., 2006; MEDEIROS-
JUNIOR, LIMA & MEDEIROS, 2014).

3.4.6 Efeitos da Carbonatação

A carbonatação é citada na literatura por conta dos seus efeitos na liberação de cloretos fixos.
Neste sentido, a carbonatação acaba promovendo a liberação de cloretos fixos quimicamente
com as fases aluminato do cimento e, consequentemente, aumenta a quantidade de cloretos
livres em solução, que são passíveis de se movimentar e chegar à região das armaduras,
potencializando assim, a disponibilidade de cloretos para desencadear o processo de corrosão
das mesmas em estruturas de concreto armado (YUAN et al., 2009; BACKUS et al., 2013;
KUOSA et al., 2014; MEIRA et al., 2014; LIU et al., 2014).
76

Ramezanianpour, Ghahari & Esmaeili (2014) afirmam que a interação dos cloretos com as
fases aluminato do cimento, resulta na formação de sais, como o sal de Friedel e o sal de
Kuzel, ocorrendo assim, a fixação química dos cloretos. Entretanto, após a carbonatação, os
sais formados podem se dissolver e os cloretos, inicialmente fixos, acabam se tornando livres
na solução dos poros do concreto, sendo potenciais para a corrosão das armaduras. De fato,
Suryavanshi & Swamy (1996) já haviam notado que a solubilidade do sal de Friedel aumenta
com o grau de carbonatação do concreto.
A ocorrência da liberação de cloretos inicialmente fixos às fases aluminato do cimento,
mediante a carbonatação, têm motivado diversos estudos tanto em pastas de cimento, quanto
argamassas e concretos. Neste caso, podemos citar os estudos de Backus et al. (2013), Kuosa
et al. (2014) e Saillio, Baroghel-Bouny & Barberon (2014). De forma geral, é consensual
entre as pesquisas que amostras carbonatadas de pastas, argamassas ou concretos, perdem sua
capacidade de fixação química de cloretos, entretanto, a justificativa definitiva para tal
fenômeno permanece sendo pesquisada. De qualquer forma, os resultados já apresentados na
literatura propõem algumas linhas de pensamento como, por exemplo:

 Há formação de monocarboaluminatos, diminuindo assim, a quantidade de fases


aluminato disponíveis para a fixação química com os cloretos;
 Com o decréscimo do pH da solução dos poros, uma modificação da carga superficial
das estruturas de Silicato de Cálcio Hidratado (C-S-H) acaba ocorrendo, gerando uma
modificação na interação eletrostática entre os cloretos e a superfície do C-S-H,
diminuindo assim, a capacidade de fixação física dos cloretos.

3.4.7 Efeitos dos Sulfatos

Com relação aos sulfatos, Maes & De Belie (2014) pontuam primeiro que na água do mar,
além da presença de cloretos, há presença de sulfatos, sendo ambos agressivos às estruturas de
concreto armado. De uma forma geral, o ataque por sulfatos resulta em reações expansivas,
pela formação de etringita, que levam a variações volumétricas e fissuração do concreto.
Além disso, Yuan et al. (2009) e Wang et al. (2014) ressaltam que, no caso de alta
disponibilidade de sulfatos, estes acabam por reagir com as fases aluminato, reduzindo assim,
a quantidade disponível destas fases para a fixação de cloretos.
Maes & De Belie (2014) e De Weerdt, Justnes & Geiker (2014) ressaltam outro aspecto
importante em relação aos ataques às estruturas de concreto em ambiente marinho tratando da
77

ocorrência de ataques combinados de cloretos e sulfatos. Sob esta perspectiva, os resultados


de Maes & De Belie (2014), conduzidos para avaliar os efeitos combinados de ataque por
cloretos e sulfatos, mostraram que a presença de sulfato de sódio, em soluções com cloreto,
acaba por agravar a penetração de cloretos, havendo um consequente aumento no coeficiente
de difusão, quanto maior a concentração de sulfato de sódio.

3.4.8 Efeitos das mudanças climáticas

Poucos são os estudos que tratam dos efeitos das mudanças climáticas sobre a durabilidade
das estruturas de concreto. De uma forma geral, os estudos encontrados na literatura tratam da
aplicação de modelos de previsão de desempenho de estruturas de concreto sob diferentes
cenários. Neste sentido, destaque é dados aos trabalhos de Bastigas-Arteaga et al. (2010) e
Medeiros-Junior, Lima & Medeiros (2014).
O primeiro conduziu um estudo a respeito da influência do aquecimento global sobre o
ingresso de cloretos no concreto. Os resultados obtidos a partir de simulações conduzidas em
modelos que contemplam efeitos de convecção, combinação, idade do concreto, temperatura e
umidade sob três diferentes cenários, mostram que as mudanças climáticas podem levar a uma
considerável redução da vida útil de estruturas de concreto objetivando uma análise com
horizonte de 100 anos. De fato, o trabalho de Medeiros-Junior, Lima & Medeiros (2014)
concorda que os efeitos das mudanças climáticas têm um impacto considerável sobre a vida
útil de serviço das estruturas de concreto. Seus resultados indicaram que as mudanças de
temperatura e umidade relativa previstas para o ano de 2100 podem levar a uma redução da
ordem de 10 anos na vida útil de serviço de estruturas de concreto, no caso do cenário mais
crítico.

3.5 Fatores materiais que influenciam na agressividade às estruturas de


concreto armado presentes em ambiente marinho

3.5.1 Composição do Cimento

Diversos são os estudos na literatura que pontuam os efeitos das fases aluminato do cimento
(C3A e C4AF) sobre a fixação de cloretos. Desta forma, uma maior quantidade de fases
aluminato na composição do cimento, reflete maior fixação química de cloretos, reduzindo,
78

consequentemente, a quantidade de cloretos livres e passíveis de se movimentar e atingir a


região das armaduras, desencadeando seu processo corrosivo (MEIRA et al., 2007a;
TROCÓNIS DE RINCÓN, 2007; ANGST et al., 2009; PEREIRA, MONTEIRO &
ALMEIDA, 2013; MEIRA et al., 2014, MAES & DE BELIE, 2014).
Yuan et al. (2009) apresentou, em uma revisão da literatura, que um aumento na quantidade
de C3A de 2% para 14%, na composição do cimento, pode aumentar a fixação de cloretos
adicionados em até 125%. A Figura 42 mostra que a quantidade de cloretos fixos aumenta
significativamente com aumento na quantidade de C3A.

Figura 42: Influência da quantidade de C3A na fixação de cloretos (Adaptado de YUAN et al.,
2009).

Meira et al. (2007a) realizaram um estudo a respeito da penetração de cloretos em concretos


expostos em zona de atmosfera marinha, a 10 metros de distância do mar por 18 meses de
exposição. Foram utilizados dois tipos de cimento com quantidades distintas de C3A, onde os
resultados mostraram que, embora o tempo de exposição tenha sido curto, o cimento, com
maior quantidade de C3A em sua composição, acabou por retardar a penetração de cloretos no
concreto. Os autores creditam esta ocorrência aos efeitos de fixação, mais pronunciáveis no
caso do cimento com maior quantidade de C3A.
Em contra partida, Ann et al. (2010) alertam que embora a maior quantidade de fases
aluminato no cimento expresse maior capacidade de fixação de cloretos, os cimentos com alta
79

quantidade de alumina (High Alumina Cement – HAC) apresentam menor capacidade de


fixação de cloretos comparados à cimentos Portland ordinários. Tal fato está relacionado à
presença de fases C12A7, que têm menor capacidade de fixação, comparadas as fases C3A e
C4AF dos cimentos Portland convencionais.

3.5.2 Relações água/cimento

Com relação ao fator água/cimento (fator a/c), este parâmetro está diretamente relacionado à
porosidade do concreto, onde quanto maior o valor expresso por esta relação, mais poroso
será o concreto, desde que mantidas todas as outras relações entre materiais, e,
consequentemente, mais fácil será o ingresso de cloretos através da rede de poros até a região
das armaduras (MEIRA et al., 2007a; MEHTA & MONTEIRO, 2008; ANGST et al., 2009;
NEVILLE & BROOKS, 2013).
Os estudos de Meira et al. (2010) e Cheewaket, Jaturapitakkul & Chalee (2012) mostram que
para concretos que diferem apenas em seu fator a/c, quanto maior este valor, de fato, maior foi
a concentração de cloretos determinada a uma dada profundidade no concreto. Fato este
creditado à maior porosidade do mesmo.
Além disso, Castro, De Rincón & Pazini (2001) pontuam que mais profunda será a zona de
convecção quanto maior for o fator a/c, consequentemente, o pico máximo de penetração de
cloretos pode atingir maiores profundidades na camada do concreto. Este tema é abordado
com maiores detalhes no Capítulo 4 desta Tese.

3.5.3 Regime de cura

Segundo Mehta & Monteiro (2008) o termo cura do concreto envolve uma combinação de
condições, consideradas imediatamente após o lançamento de uma mistura de concreto na
fôrma, que visam promover a hidratação do cimento tais como: o tempo, a temperatura e a
umidade. Neste sentido, Neville & Brooks (2013) pontua que o objetivo da cura, à
temperatura normal (23 + 2ºC), é manter o concreto sob condições tais de saturação, até que
os espaços na pasta de cimento, preenchidos inicialmente com água, sejam ocupados por
produtos de hidratação.
Neste tocante, portanto, além do fator a/c, o regime de cura também está relacionado à
porosidade do concreto, onde um aumento no período de cura remete a benefícios à
microestrutura do concreto por meio de uma redução em sua porosidade efetiva (MEHTA &
80

MONTEIRO, 2008; NEVILLE & BROOKS, 2013; ARYA, BIOUBAKHSH & VASSIE,
2014). A titulo de exemplo, Neville & Brooks (2013) apresenta que a resistência à
compressão, aos 28 dias, de corpos de prova de concreto, curados em condições saturadas,
pode atingir o dobro da resistência em comparação à corpos de prova curados ao ar,
demonstrando que um maior o período de cura úmida remete à benefícios quanto à resistência
do concreto.
Pereira, Monteiro & Almeida (2013) pontuam os benefícios micro estruturais decorrentes de
um maior período de cura, medidos através de ensaios de absorção de água, onde amostras
curadas úmidas por maiores períodos apresentaram menor absorção de água. Desta forma, os
autores apresentam que quanto menor a absorção de água, mais difícil será o ingresso de
cloretos para o interior do concreto.

3.5.4 Agregados

Mehta & Monteiro (2008), Song, Lee & Ann (2008) e Neville & Brooks (2013) pontuam o
efeito dos agregados no concreto. Neste caso, a interface entre a superfície do agregado e a
pasta de cimento hidratada, denominada como zona de transição na interface entre agregados
e a matriz da pasta de cimento, ganha destaque.
Mehta & Monteiro (2008) ressaltam que inicialmente, no concreto em estado fresco, filmes de
água se formam em torno de partículas de agregados graúdos, contribuindo para um aumento
na relação água/cimento nesta zona. Na sequência, íons cálcio, sulfatos, hidroxilas e
aluminato se combinam para formar produtos cristalinos, entretanto, devido à elevada relação
água/cimento, esses produtos acabam apresentando cristais maiores nas proximidades dos
agregados graúdos, contribuindo para uma estrutura mais porosa do que a matriz da pasta de
cimento.
Mediante este contexto, Song, Lee & Ann (2008) concluem que, concomitantemente a grande
porosidade observada nesta zona, está provém um caminho mais fácil à mobilidade dos
cloretos no concreto, passíveis de atingir a região das armaduras e desencadear seu processo
corrosivo. Neste ponto, a Figura 43 apresenta uma micrografia da zona de transição, onde é
possível observar a presença de etringita ao longo de toda a sua extensão.
81

Figura 43: Micrografia da zona de transição na interface entre o agregado e a pasta de cimento
(Adaptado de MEHTA & MONTEIRO, 2008).

3.5.5 Adições

As adições mais conhecidas e estudadas visando à melhora no desempenho do concreto sob


aspectos como a resistência mecânica e a durabilidade são:

 Cinza volante;
 Sílica ativa;
 Metacaulim e;
 Escória de alto forno.

Estas adições, com suas características próprias, aumentam a fixação de cloretos, através de
uma maior quantidade de fases aluminato presentes em sua composição, e/ou decrescem a
permeabilidade do concreto, através de um refinamento da microestrutura do concreto
(PAPADAKIS, 2000; ANGST et al., 2009; SHI et al., 2012; CAMACHO et al., 2014). Desta
forma, os principais efeitos das adições supracitadas são descritos nos parágrafos sequentes.
Sobre a cinza volante, Cheewaket, Jaturapitakkul & Chalee (2010), Shi et al. (2012) e
Camacho et al. (2014) pontuam que esta é um material que pode ser obtido, por exemplo, a
partir da combustão de carvão para a produção de energia elétrica, sendo seu uso no concreto
recorrente em varias partes do mundo. Segundo os autores, os efeitos positivos da adição de
82

cinza volante decorrem da maior capacidade de fixação química de cloretos, devido a grande
quantidade de C3A em sua composição.
Neste ponto, Cheewaket, Jaturapitakkul & Chalee (2010) apresentaram um estudo conduzido
no Golfo da Tailândia, onde foram expostos por 3, 4 e 7 anos, em zona de variação de maré,
corpos de prova de concreto com diferentes substituições percentuais de cimento por cinza
volante. Posteriormente, a concentração de cloretos foi analisada em laboratório. Os autores
concluíram que, de fato, um aumento na quantidade de cinza volante remeteu a uma maior
fixação química de cloretos.
Com relação à sílica ativa, está é um produto passível de ser obtido a partir da manufatura de
ligas ferro-silício. A sílica, por sua vez, tem como propriedade um refinamento de poros do
concreto, reduzindo a penetração dos cloretos (ANGST et al., 2009; SHI et al., 2012;
CAMACHO et al., 2014). Sob esta vertente, Camacho et al. (2014) analisou os efeitos de
diferentes tipos de adições, incluindo a sílica ativa, na penetração de cloretos em corpos de
prova expostos à soluções de cloreto por até 546 dias. Os resultados demonstraram que a alta
atividade pozolânica da sílica ativa, principalmente nas primeiras idades, promoveu um
refinamento na estrutura dos poros do concreto, consequentemente, menores foram as
concentrações de cloreto verificadas nos perfis amostrados, demonstrando os efeitos positivos
do uso da sílica ativa em relação à penetração de cloretos.
O metacaulim, por sua vez, é um produto obtido a partir da calcinação de argilas cauliníticas,
sendo que sua atividade, além de consumir a Portlandita (Ca(OH)2) e refinar a microestrutura
de poros do concreto, aumenta a resistência na zona de interface agregado-matriz, reduzindo,
consequentemente, a penetração de cloretos (SHI et al., 2012, WANG et al., 2014).
Badogiannis & Tsivilis (2009) ressaltam que a substituição parcial do cimento por
metacaulim acaba por reduzir não apenas a permeabilidade de cloretos, mas também a
permeabilidade ao gás e a absorção de água do concreto, através de uma redução no diâmetro
dos poros e um aumento da uniformidade de tamanho dos mesmos.
A escória de alto forno é proveniente do processo de produção do ferro gusa. Os efeitos da
escória de alto forno se manifestam, tanto através de um refinamento da dimensão dos poros,
como do aumento na capacidade de fixação química de cloretos, devido a presença de C3A
em sua composição (ANGST et al., 2009; SHI et al., 2012, MAES & DE BELIE, 2014;
CAMACHO et al., 2014). Sob esta perspectiva Thomas et al. (2008) conduziram um estudo
com a finalidade de determinar a profundidade de penetração de cloretos em blocos de
concreto, com diferentes quantidades percentuais de escória de alto forno, expostos por 25
anos em zona de variação de maré. Os autores concluíram que a penetração de cloretos
83

ultrapassou a profundidade de 100 mm em corpos de prova isentos de escória de alto forno,


entretanto, nos corpos de prova que apresentavam esta adição, a profundidade de penetração
de cloretos foi inferior a 50 mm, mesmo após 25 anos de exposição, demonstrando que a
presença da escória de alto forno acaba por dificultar o ingresso de cloretos no concreto.
Cabe ressaltar que os cimentos, comumentemente comercializados no mercado brasileiro,
apresentam, em sua composição, adições em substituição parcial ao cimento originário a
partir do clínquer e da gipsita como, por exemplo, nos CPII-Z, CPII-E, CPIII e CPIV
(KIHARA & CENTURIONE, 2005). Desta forma, os efeitos das adições, frente a penetração
de cloretos, já podem ser observados a partir do uso de cimentos comercializados no mercado
brasileiro.
84

4. PENETRAÇÃO DE CLORETOS EM ESTRUTURAS


DE CONCRETO

4.1 Perfis de concentração de cloretos em estruturas de concreto

Os perfis de concentração de cloreto representam a variação na concentração de cloretos no


concreto a partir de sua superfície. Neste ponto, segundo Silva (2010), em um perfil clássico a
maior concentração de cloretos está na superfície do concreto, entretanto, em obras reais, é
comum observar perfis de concentração de cloreto formando picos. De fato, Andrade, Climent
& De Vera (2015) ressaltam ser comum observar perfis com pico em estruturas antigas, onde
o máximo na concentração de cloretos ocorre em camadas mais internas do concreto. A
Figura 44 representa a curva de um perfil de concentração de cloretos formando pico típico,
apresentando as zonas de convecção e a zona de difusão de cloretos em relação à superfície
do concreto.

Pico

Perfil de concentração de cloretos

Figura 44: Representação esquemática das zonas de convecção e difusão no concreto com a
representação do comportamento de um perfil de concentração de cloretos (Adaptado de
ARYA, VASIE & BIOUBAKHSH, 2014).

Observando a Figura 44, é possível notar a existência de duas zonas: A zona de convecção e a
zona de difusão. Nestas zonas atuam diferentes mecanismos de penetração de cloretos, onde
85

nota-se a ocorrência de um pico máximo na concentração de cloretos ao final da chamada


zona de convecção. Neste caso, Castro, De Rincón & Pazini (2001), Arya, Bioubakhsh &
Vassie (2013) e Meira et al. (2014) afirmam que o gradiente de umidade, existente entre a
camada de concreto mais próxima à superfície e as camadas de concreto internas, favorece a
existência de diferentes mecanismos atuantes nestas zonas. Neste caso, o mecanismo de
absorção capilar predomina na região mais próxima à superfície, definida como zona de
convecção, ao passo que, o mecanismo de difusão é predominante nas camadas mais internas,
definida como zona de difusão. A ocorrência de um pico máximo na concentração de cloretos
se dá ao final da zona de convecção, onde o mecanismo predominante é a absorção capilar,
nas quais, atuam os ciclos de molhagem e secagem que contribuem para a ocorrência do pico
máximo.
Castro, De Rincón & Pazini (2001) mostraram que a ocorrência do pico máximo de
concentração de cloretos, ao final da zona de convecção, corresponde à interface entre uma
zona úmida, localizada nas camadas mais internas do concreto, e uma zona sujeita a ciclos de
molhagem e secagem, localizada na região mais próxima à superfície do concreto. Segundo os
perfis de concentração de cloretos obtidos pelos autores, e apresentados na Figura 45, é
possível observar que quanto menor o fator a/c utilizado, menor a espessura da zona de
convecção, assim como, menor a localização do pico máximo de concentração de cloretos, em
função da menor porosidade observada.

Figura 45: Concentração de perfis identificando a presença de duas zonas no concreto para
diferentes fatores a/c (Adaptado de CASTRO, DE RINCÓN & PAZINI, 2001).
86

Cabe ressaltar que a ação continua dos parâmetros ambientais, principalmente no que diz
respeito à temperatura e ciclos de molhagem e secagem, contribui para a ocorrência do pico
máximo observado ao final da zona de convecção, uma vez que estas ações influem na
capacidade de absorção de cloretos nas camadas superficiais do concreto (ANDRADE, 2001).
Em se tratando de perfis de concentração de cloretos, são apresentados nos parágrafos que
seguem, trabalhos relevantes encontrados na literatura sobre este tema.
Meira et al. (2010) apresentaram os resultados a respeito dos perfis de concentração de cloreto
obtidos em corpos de prova cilíndricos, tomados de corpos de prova prismáticos de concreto,
presentes em zona de atmosfera marinha, a diferentes distâncias do mar, após períodos de
exposição de 6 a 48 meses. Os corpos de prova cilíndricos foram segmentados em partes com
espessura de milímetros, sendo, posteriormente, analisados por titulação potenciométrica. Os
principais resultados da pesquisa mostraram que, quanto maior o tempo de exposição aos
efeitos do aerossol marinho; quanto mais próximo do mar e; quanto maior o fator a/c; maior a
concentração de cloretos evidenciada nos perfis obtidos.
Um dos estudos presentes na literatura que contempla a exposição de estruturas de concreto
em diferentes zonas de agressividade marinha é apresentado por Costa & Appleton (1999).
Neste caso, painéis de concreto foram expostos por períodos de 3 a 5 anos em diferentes
zonas de agressividade marinha, sendo os cloretos totais avaliados a cada 5 mm de
profundidade, por meio de amostras em pó, coletadas por furos executados com uma
furadeira, e analisadas utilizando um eletrodo seletivo de íons cloreto. Os resultados
apontaram que, quanto maior o período de exposição, maior a concentração de íons cloreto ao
longo do perfil amostrado (Figura 46). Além disso, as maiores concentrações de cloretos
foram observadas, nessa ordem, na zona de variação de maré (B), zona de respingo (A) e zona
de variação de nível de água (D) em um estaleiro respectivamente, (Figura 47), confirmando
que as zonas de variação de maré e de respingos são as zonas mais agressivas às estruturas de
concreto armado. Neste estudo, a zona de atmosfera marinha (C) se apresentou como a menos
agressiva aos painéis.
87

Figura 46: Variação dos perfis de concentração de cloretos em diferentes períodos de


exposição (Adaptado de COSTA & APPLETON, 1999).

Figura 47: Influencia da zona de exposição nas concentrações de cloretos analisados


(Adaptado de COSTA & APPLETON, 1999).

Sob a perspectiva de estruturas de concreto presentes em ambiente marinho por décadas, pode
ser citado o estudo de Trocónis de Rincón et al. (2004), onde foram avaliados perfis de
concentração de cloretos, obtidos a partir da ponte sobre o rio Maracaibo, na Venezuela, e
perfis obtidos no Píer de Progresso, no México. Foram analisadas duas datas distintas em cada
uma das estruturas. Na primeira estrutura, os perfis foram obtidos quando a mesma apresentou
idades correspondentes a 33 e 38 anos de construção, ao passo que, a segunda 60 e 64 anos.
88

Em ambos os casos, foi observado um aumento na concentração de cloretos com o passar do


tempo, entretanto, a ocorrência de um pico máximo manteve um valor de concentração muito
próximo e uma profundidade de 2 cm a partir da superfície independentemente da idade
pesquisada.
Além destes estudos podemos citar ainda Medeiros-Júnior, Lima & Brito (2013) e Da Costa et
al. (2013) que analisaram perfis de concentração de cloretos em estruturas de plataformas Off-
Shore, em diferentes zonas de agressividade marinha. No primeiro estudo foi analisada a
evolução de perfis de concentração de cloretos de uma plataforma Off-Shore, construída em
1976, entre os anos de 2000 e 2005. Os resultados mostraram que nas regiões próximas à
superfície houve uma variação significativa na concentração de cloretos e que, além desta
evolução, as condições microclimáticas influem na penetração de cloretos.
No estudo de Da Costa et al. (2013) foram analisados perfis de concentração de cloretos de
uma plataforma com 25 anos de operação, distante a 12 km da costa brasileira. Os autores
demonstraram que para concretos não saturados, a aplicação de modelos, baseados
unicamente no mecanismo de difusão, são insuficientes para representar a penetração de
cloretos em estruturas de concreto reais. Os autores pontuam que, neste caso, a análise
acoplada de mecanismos de difusão e convecção leva a um melhor entendimento do
comportamento quanto à penetração de cloretos.
Medeiros et al. (2013) analisaram a concentração de cloretos em pilares de um edifício,
localizado na Cidade do Rio de Janeiro, construído na década de 70. Tratava-se de um edifício
presente a uma distância de 700 metros em relação à costa, onde foram analisados perfis de
concentração de cloretos, em diferentes pilares e em diferentes andares. Em linhas gerais, as
conclusões do artigo ressaltam que, nos pilares onde a água da chuva se acumulava, foram
registradas as maiores concentrações de cloretos e que, além disso, quanto maior a altura em
relação ao mar, menor a concentração de cloretos.
Destaque deve ser dado à Tese de Doutorado do Prof. Dr. André Tavares da Cunha
Guimarães (2000), cujo objetivo foi analisar a durabilidade de uma estrutura marítima de
concreto armado, com 22 anos, do Terminal de Containers (TECON) na cidade de Rio
Grande – RS, contemplando diferentes zonas de agressividade marinha. Nesta Tese, os
resultados, a respeito da penetração de cloretos, demonstraram que, a maior profundidade foi
observada em uma zona mais próxima à zona de respingos, que comporta-se 90% do ano
como zona de atmosfera marinha e 10% como zona de respingos.
89

4.2 Técnicas de determinação da concentração de cloretos no concreto a


partir de estruturas reais

Segundo Glass & Buenfield (1997), Angst et al. (2009) e Meira et al. (2014) os cloretos são
expressos em relação a massa de cimento, por se tratar de uma metodologia simples e bem
documentada em normas. Além disso, dada a possibilidade de liberação de cloretos fixos, em
função de fatores como a carbonatação, a concentração de cloretos é expressa, em geral, em
termos dos cloretos totais.
Em relação às técnicas de determinação de cloretos, Torres-Luque et al. (2014) elencam a
existência de 11 técnicas disponíveis para determinação de cloretos em laboratório e em
campo, conforme apresentadas na Figura 48. Os processos mais comuns para análise de
cloretos, obtidos a partir de estruturas em campo, lançam mão de técnicas destrutivas, ou seja,
tratam da coleta de amostras a partir de estruturas reais, com a posterior análise em
laboratório e, consequente, digestão química da amostra.

Figura 48: Processos para determinação de teores de cloreto no concreto (Adaptado de


TORRES-LUQUE et al., 2014).

Com relação às técnicas empregadas para a tomada de amostras de estruturas existentes. para
análise quanto à concentrações de cloretos, a RILEM TC 178-TCM (2013) prescreve três
métodos de tomada de amostra:
 O método da furadeira;
90

 O método da moagem de superfície e;


 A extração de testemunhos de concreto.

O primeiro método trata da utilização de uma furadeira de impacto e de um aparato para


coleta das amostras em pó. Neste caso, furos são feitos no concreto, a diferentes
profundidades, e o material coletado é posteriormente analisado em laboratório. No segundo
caso, há, analogamente ao método da furadeira, a coleta de material a diferentes
profundidades do concreto, porém, neste caso, uma área mínima 40 cm² deve ser obtida a
cada profundidade, sendo o material posteriormente analisado em laboratório. O método de
extração de testemunhos de concreto prescreve, por sua vez, a tomada destes a partir das
estruturas, com um posterior seccionamento do mesmo, com espessuras da ordem de
milímetros, moagem e análise em laboratório. A Figura 49 apresenta os diferentes métodos de
tomada de amostras de concreto para análise.

Figura 49: Representação dos métodos de extração de amostras segundo a recomendação da


RILEM TC-178/2013 – (A) Método de perfuração com furadeira de impacto; (B) Método de
moagem da superfície do concreto; (C) Método de extração de corpos de prova e
seccionamento do mesmo. (Adaptado de RILEM TC-178/2013).

As técnicas de determinação de cloretos nas amostras de concreto em laboratório são


prescritas por diferentes normas e recomendações mundiais, havendo a existência de
procedimentos para a determinação dos cloretos livres e totais. Neste sentido, podemos citar a
norma ASTM C1218 (2008) para determinação de cloretos livres e ASTM C1152 (2012) para
os cloretos totais, assim como, a recomendação da RILEM TC 178-TCM (2002) para a
91

determinação de ambos. Cabe ressaltar que as soluções são preparadas com água destilada
segundo as referidas normas.
Segundo a ASTM C1218 (2008) amostras de 10 gramas em pó de concreto, passantes na
peneira 20, são adicionadas à água, fervidas por 5 minutos e deixadas descansar por 24 horas.
Decorrido este período, a solução é filtrada e 3 + 0,1ml de uma solução de Ácido Nítrico (1:1)
são adicionados. O conjunto é aquecido rapidamente sem, no entanto, permitir a ebulição.
Após, a solução é filtrada e analisada com um eletrodo de íon seletivo de íons cloreto,
segundo preconiza a norma ASTM C114.
A recomendação da RILEM TC 178-TCM (2002) traz um procedimento semelhante ao
procedimento descrito pela ASTM C1218, porém, neste caso, a amostra pulverizada de
concreto tem massa de 5 gramas, sendo colocada na água destilada e agitada mecanicamente.
Posteriormente, 2 ml de Ácido Nítrico P.A. são adicionados. Após, é realizada a titulação
potênciométrica, com uso de uma solução de Nitrato de Prata, para a determinação dos
cloretos livres na solução obtida.
Com relação à determinação dos cloretos totais, a ASTM C1152 (2012) prescreve que
amostras em pó de concreto, de 10 gramas, sejam adicionadas a 75 ml de água destilada e a
25 ml de uma solução de Ácido Nítrico (1:1), até que uma coloração rosa ou vermelha seja
observada. Após, a solução é aquecida rapidamente, evitando a ebulição, e filtrada, sendo
posteriormente titulada com uma solução de Nitrato de Prata.
A recomendação da RILEM TC 178-TCM (2002) traz um procedimento análogo, onde é
utilizado 1 grama de amostra de concreto em pó. São adicionados a esta amostra 50 ml de
uma solução de Ácido Nítrico (1:2), sendo a solução aquecida por um minuto. Após, 5 ml de
Nitrato de Prata 0,05M são adicionados e a solução é aquecida por mais um minuto, sendo
filtrada, posteriormente, em um béquer de 500 ml previamente lavado com uma solução de
Ácido Nítrico (1:100). Vinte gotas de um indicador de Sulfato Férrico Amoniacal
(NH4Fe(SO4)2.12H20) são adicionadas, e a titulação é feita com uma solução de Tiocianato de
Amônia (0,05M NH4SCN), até que uma coloração marrom intenso seja evidenciada e não
desapareça mediante agitação.
Climent et al. (1999) apresenta um trabalho com o objetivo de eliminar a etapa de filtragem da
solução, otimizando assim, as etapas de laboratório para a determinação da concentração de
cloretos através de titulação potenciométrica com uso de Nitrato de Prata. Os resultados
obtidos pelos autores mostraram que a precisão do método proposto é similar aos
procedimentos utilizados em laboratório pelo método Volhard.
92

4.3 Modelos de previsão de vida útil obtidos a partir de perfis de


concentração de cloretos em estruturas de concreto

Face aos modelos de previsão de vida útil presentes na literatura, cabe ressaltar que não é
objetivo deste trabalho apresentar as especificidades de cada modelo, uma vez que estes são
passíveis de serem consultadas na literatura sobre o tema. Desta forma, pretende-se apenas
apresentar uma breve revisão da literatura com as bases para modelos mais refinados, visando
prover informações que fomentem o desenvolvimento de modelos para os dados obtidos neste
trabalho.
Segundo Andrade (2001) face à problemática que a corrosão das armaduras em estruturas de
concreto armado representa, uma ampla gama de pesquisas vem sendo desenvolvida pela
comunidade científica visando modelar o seu comportamento.
Helene (1993) pontua que a Teoria de TUUTTI (1982) estabelece o fundamento dos modelos
de degradação para estruturas de concreto através de um modelo qualitativo que trata da
degradação ocasionada pela corrosão das armaduras, onde o mesmo é subdividido em um
período de iniciação (anterior à despassivação das armaduras), e um período de propagação
(logo após a despassivação das armaduras). Neste sentido, Andrade (2001) apresenta uma
extensa revisão da literatura, contemplando modelos para as etapas de iniciação e de
propagação.
Helene (1997) descreve a evolução dos métodos de análise de durabilidade para estruturas de
concreto como sendo:

 Com base na experiência;


 Com base em ensaios acelerados;
 Por métodos determinísticos e;
 Por métodos probabilísticos.

O primeiro caso está relacionado à experiência acumulada, em projetos e obras, que


apresentavam desempenho satisfatório. O segundo trata de ensaios de laboratório, contudo as
múltiplas variáveis envolvidas em processos naturais geram dificuldades de reprodução em
ambiente de laboratório, o que representa um desafio aos estudos conduzidos nesta vertente.
Os métodos determinísticos, por sua vez, empregam conceitos de transporte de gases, íons e
massa através da rede de poros do concreto por meio das Equações de Darcy, Arrhenius,
93

Laplace e das Leis de Fick. Os métodos probabilísticos estão pautados na aplicação de teorias
e métodos de probabilidade para lidar com a aleatoriedade de processos naturais envolvidos
na Engenharia como, por exemplo, aqueles que se referem à durabilidade das estruturas de
concreto armado.
Meira (2004) pontua que a maior parte dos estudos em literatura dedica-se ao estudo do
transporte de cloretos por mecanismos de difusão, sendo os modelos de raiz quadrada do
tempo e, aqueles baseados nas Leis de Fick os mais conhecidos. Neste sentido, o modelo de
raiz quadrada do tempo tem suas origens a partir da solução da 2º Lei de Fick, assumindo o
coeficiente de difusão como constante e, independente da concentração de íons cloreto. Desta
forma, partindo da solução da 2º Lei de Fick, apresentada na Equação 7, Guimarães (2000) e
Meira (2004) apresentam o desenvolvimento do modelo baseado na raiz quadrada do tempo
como segue.
Seja:

𝑥
𝐶 (𝑥, 𝑡) = 𝐶𝑠 + (𝐶𝑖 − 𝐶𝑠 ) 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( ) (Equação 7)
√4𝑡𝐷

Para uma determinada profundidade “x” e tempo “t” têm-se:

𝐶 (𝑥, 𝑡) = 𝐶𝑥 Equação 13

e;

(𝐶𝑥 − 𝐶𝑠)
) = 𝑒𝑟𝑓 Equação 14
(𝐶𝑖 − 𝐶𝑠

Substituindo as Equações 13 e 14 na Equação 7 têm-se:

𝐶𝑥 − 𝐶𝑠 𝑥
( ) = 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( ) Equação 15
𝐶𝑖 − 𝐶𝑠 √4𝐷𝑡
94

𝐶 −𝐶 𝑥
Como ( 𝐶𝑥− 𝐶𝑠) assume um valor constante para um dado C(x,t), o termo 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )
𝑖 𝑠 √4𝐷𝑡

corresponde a uma constante K, assim:

𝑥
( ) = 𝐾 → x = K 2√𝐷 √𝑡
√4𝐷𝑡

Como K 2√𝐷 = kcl é constante:

𝑥 = 𝑘𝑐𝑙 √𝑡 Equação 16

Onde:

x = Profundidade em relação à superfície de concreto;


kcl = Constante característica do concreto e do ambiente;
t = Tempo.

Guimarães (2000) e Meira (2004) ressaltam que o coeficiente kcl leva em consideração todas
as características do ambiente e do concreto. Assim, tal modelo apresenta-se abrangente,
sendo referência para modelos refinados. Neste ponto, quanto à aplicabilidade do modelo da
raiz quadrada do tempo, podemos citar Guimarães (2000) que utilizou este modelo em
estruturas reais de concreto armado, presentes em diferentes zonas de agressividade marinha.
Ainda tratando da aplicação da solução da Segunda Lei de Fick, Andrade, Sagrera & Sanjuán
(2000) pontuam, em perfis com pico, a necessidade de reposicionar o eixo das concentrações
na profundidade de ocorrência do pico, devido a um efeito pele observado nas camadas mais
externas do concreto, sendo equívoca a extrapolação da concentração superficial para a
superfície do concreto. Desta forma, a Figura 50 apresenta o reposicionamento do eixo das
concentrações.
95

Figura 50: Alteração da posição do eixo das concentrações em perfis com pico (Adaptado de
Andrade, Sagrera & Sanjuán, 2000).

Guimarães & Helene (2007) observaram a tendência da concentração no pico se estabilizar


em análise de uma estrutura de cais marítimo nas idades de 22 e 27 anos em zona
predominantemente de respingos, sendo possível, desta forma, aplicar a solução da Segunda
Lei de Fick aos perfis de concentração de cloretos alterando o posicionamento do eixo das
concentrações para a posição do pico.
Outros pontos importantes tratam das múltiplas variáveis intervenientes que atuam de modo
sinergético sobre a penetração de cloretos, e que foram tratadas no Capítulo 3 desta Tese.
Neste ponto uma solução analítica para o problema torna-se inviável (VAN DER ZANDEN,
TAHER & ARENDS, 2015). Assim, diferentes abordagens têm sido aplicadas pela
comunidade científica visando melhor representar a penetração de cloretos em estruturas de
concreto. Neste sentido, podemos citar, como exemplos, a aplicação do Método dos
Elementos Finitos (MEF) e do Método das Diferenças Finitas (MDF), onde podem ser
citados, a titulo de exemplo, os trabalhos de Shin & Kim (2002), Lin, Liu & Xang (2010),
Guzmán, Gálvez & Sancho (2012) e Da Costa et al. (2013), e Muthulingam & Rao (2015)
para o primeiro método e Nielsen & Geiker (2003), Meira et al. (2010), Ye et al. (2012) e
Ying et al. (2014) para o segundo método.
96

Além destes, outras vertentes de estudo podem ser citadas, como a aplicação de métodos
probabilísticos, onde se destacam Saassouh & Lounis (2012) e Samindi, Samarakoon &
Saelensminde (2015) como exemplos; ou ainda, a aplicação de MEF e MDF para resolver
equações que governam a penetração de cloretos no concreto e, posterior, desenvolvimento de
modelos probabilísticos, onde podem ser citados, como exemplos, Conciatori, Sadouki &
Brühwiler (2008) e Bastigas-Arteaga et al. (2011).
97

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 MATERIAIS

Os materiais utilizados neste estudo são corpos de prova extraídos das estruturas de concreto
presentes em diferentes zonas de agressividade marinha, localizadas na Ilha dos Arvoredos –
Guarujá-SP. A saber, foram extraídos 38 corpos de prova cilíndricos, com diâmetro nominal
de 75 mm e comprimentos variáveis, para a determinação dos perfis de concentração de
cloretos e, para a determinação das características dos concretos utilizados na execução destas
estruturas. A Tabela 2 apresenta as estruturas nas quais foram extraídos os corpos de prova,
sua posição em relação à zona de agressividade marinha e a quantidade. A Figura 51
apresenta um mapa geral com os pontos de extração dos corpos de prova.

Tabela 2: Estruturas e quantidade de corpos de prova extraídos.


Elemento estrutural Quantidade
Escadaria 2 7
Oficina 5
Escadaria 1 6
Piscina 3
Plataforma (patamar) 5
Plataforma (pilares) 11
Plataforma (laje) 1
Total 38
98

Figura 51: Mapa geral de extração de corpos de prova (Adaptado de FURTADO, 2009).

Logo após a extração, os corpos de prova foram envoltos por um filme protetor com o
objetivo de protegê-los até a realização de sua moagem. A Figura 52 mostra o conjunto de
corpos de prova após a extração, identificação e envelopamento.

Figura 52: Corpos de prova envoltos por um filme após extração (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).

O método de extração de corpos de prova foi utilizado tendo em vista que algumas estruturas
apresentavam agregados graúdos de grandes dimensões como, por exemplo, no caso da
estrutura da piscina. Caso o método da furadeira ou da moagem direta da superfície fossem
empregados, haveria o risco de coleta, em uma dada profundidade, de amostras compostas
efetivamente por agregados sem a significativa presença de pasta, o que impossibilitaria a
99

determinação de cloretos nestas amostras. Além disso, algumas estruturas não apresentam
faces planas, o que dificultaria a moagem direta da superfície.
A justificativa para a tomada de corpos de prova a partir das estruturas descritas está
relacionada a três fatores preponderantes. Primeiro, por se tratarem de estruturas executadas a
décadas em concreto, e/ou concreto armado, que são totalmente acessíveis com os
equipamentos de extração de corpos de prova. Em segundo lugar, por estarem isentas de
revestimentos em pedra lavada ou cerâmicos em suas faces voltadas para o mar e, em terceiro
lugar, devido ao posicionamento destas estruturas em diferentes zonas de agressividade
marinha, sem a interferência de obstáculos aos agentes de degradação como, por exemplo, a
presença de árvores, estruturas diversas ou formações rochosas que acabam sendo uma
barreira física ao aerossol marinho ou aos respingos das ondas.
As dimensões geométricas dos corpos de prova extraídos foram determinadas com base em
ensaios de pacometria nas estruturas de concreto armado existentes, onde foram definidas as
posições e o diâmetro das armaduras dos elementos estruturais, permitindo assim, avaliar o
espaçamento entre as mesmas para a tomada de corpos de prova. Desta forma, visando não
causar danos estruturais às armaduras e, consequentemente, preservar a integridade das
estruturas, o diâmetro nominal de 75 milímetros foi adotado para esta pesquisa.

5.2 MÉTODOS

5.2.1 Ensaios preliminares à extração de corpos de prova

Foram realizados os seguintes ensaios antes da extração de corpos de prova:

 Carbonatação;
 Pacometria;
 Resistividade elétrica superficial do concreto;
 Esclerometria.

Estes ensaios serão descritos e justificados com maior rigor nos itens que seguem.
100

5.2.1.1 Carbonatação

O ensaio de carbonatação decorre de duas justificativas principais. A primeira trata de


verificar a alcalinidade do meio onde as armaduras estão presentes no concreto, constatando
assim, se o concreto utilizado nas estruturas apresenta-se como um meio protetor frente a
corrosão das armaduras, sob uma perspectiva da alcalinidade da solução presente em seus
poros, validando assim que o ataque às armaduras se deu exclusivamente pela ação de íons
cloreto do ambiente marinho. Em segundo plano, este ensaio visa fornecer condições à
execução de ensaios de esclerometria e resistividade elétrica superficial do concreto, tendo em
vista que ambos sofrem influência da carbonatação do concreto. Desta forma, o ensaio de
carbonatação precedeu os ensaios de esclerometria e resistividade indicando a possibilidade
de sua execução.
Além disso, conforme discutido na literatura, os concretos carbonatados perdem sua
capacidade de fixação de cloretos. Desta forma, o ensaio de carbonatação visa verificar a
possibilidade de existência de concretos carbonatados, assim como determinar a frente de
carbonatação caso esta exista.
A recomendação da RILEM CPC-18 (1988) descreve a metodologia para o ensaio de
carbonatação, sendo utilizada uma solução de Álcool Etílico 70% com 1% de fenolftaleína,
em massa, para a determinação da frente de carbonatação no concreto. Esta solução deve ser
pulverizada sobre o concreto, imediatamente após a execução e limpeza de perfurações
realizadas a partir de sua superfície, onde de acordo com a coloração apresentada, é
constatada a carbonatação ou não do concreto. Se uma coloração rosa carmim for verificada,
o pH do meio será superior a 10, indicando que o concreto em questão não está carbonatado.
Por outro lado, se nenhuma coloração for observada (incolor), o pH do meio será inferior a 8,
indicando concreto carbonatado.
O ensaio de carbonatação foi executado em todas as estruturas que foram objeto de extração
de corpos de prova para o estudo do perfil de concentração de cloretos. Desta forma, foi
utilizada uma furadeira de impacto com uma broca com diâmetro igual a 12,7mm, sendo
feitas múltiplas perfurações nas estruturas, com profundidade sempre superior a 5
centímetros, a partir da superfície da mesma. Posteriormente, a solução de fenolftaleína foi
pulverizada, imediatamente após a execução e limpeza dos furos com pincéis, sendo
observada a coloração resultante. Um paquímetro foi utilizado para determinar a frente de
carbonatação caso esta existisse em alguma das estruturas, sendo os resultados registrados em
planilhas de campo.
101

5.2.1.2 Pacometria

O ensaio de pacometria visa determinar a posição, a espessura da camada de cobrimento e o


diâmetro das armaduras utilizadas nas estruturas de concreto armado. Este ensaio justifica-se
para determinar os pontos de extração de corpos de prova, sem que hajam danos à integridade
destas estruturas por um seccionamento das barras no ato de extração, e para determinar os
locais adequados à execução de ensaios de esclerometria e resistividade elétrica superficial do
concreto, uma vez que a presença de armaduras interfere na reflexão da massa-mola, no ato de
medição de um ponto com o esclerômetro, e na condução de corrente durante a geração de
linhas equipotenciais com o equipamento de resistividade. Além disso, a partir do ensaio de
pacometria é possível determinar a espessura da camada de cobrimento que reveste as
armaduras no concreto, sendo este um parâmetro fundamental para verificar se as estruturas
respeitavam limites normativos no que tange sua execução em ambiente marinho, uma vez
que a camada de cobrimento constitui uma barreira física ao ingresso de agentes agressivos às
armaduras. Neste sentido, a norma NBR 6118 (1978), norma esta vigente na época das
construções presentes na Ilha dos Arvoredos, pontua que a camada de cobrimento das
armaduras deveria ser, no mínimo, igual a 40 mm para ambientes fortemente agressivos.
Na atualidade, por sua vez, a norma NBR 6118 (2014) apresenta em seu texto a Tabela 7.2
que trata dos cobrimentos nominais segundo o tipo de estrutura, o elemento estrutural e a zona
de agressividade. Neste caso, a zona de agressividade marinha é contemplada nos itens III e
IV da referida Tabela, onde vigas e pilares executados em concreto armado devem ter
cobrimento nominal igual a 40 mm, para a zona de agressividade III, e 50 mm, para a zona de
agressividade IV.
Um pacômetro modelo D-Tech 150 fabricado pela empresa Bosch do Brasil (Figura 53) foi
empregado para a execução do ensaio de pacometria em todas as estruturas objeto desta
pesquisa. Neste caso, o pacômetro é apoiado e deslizado sobre a superfície da estrutura de
concreto realizando seu escaneamento. Sinais sonoros e imagens no display do equipamento
mostram a posição das armaduras, seu diâmetro e o valor da espessura da camada de concreto
que a recobre em determinado ponto até uma profundidade máxima de 150 mm, que
corresponde ao limite de detecção do equipamento. De posse do conhecimento referente à
posição da armadura no concreto, uma marcação direta sobre a superfície da estrutura com giz
ou lápis indicando sua posição, diâmetro e profundidade no concreto a partir da superfície foi
102

realizada. A Figura 54 apresenta um exemplo com as posições das armaduras e seus


respectivos valores de cobrimento na estrutura dos pilares da plataforma em centímetros.

Figura 53: Pacômetro modelo D-Tech 150 Bosch (BOSCH, 2015).

Figura 54: Posição das armaduras e espessura da camada de cobrimento em centímetros


(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

5.2.1.3 Resistividade elétrica superficial do concreto

Após os ensaios de carbonatação e pacometria foi possível realizar os ensaios de resistividade


elétrica superficial do concreto e esclerômetria. Com relação ao primeiro, este parâmetro tem
suma importância no processo corrosivo, pois é definida como o inverso da condutividade da
103

corrente elétrica e, aliada ao oxigênio, controla a corrosão das armaduras no concreto


(LENCIONI & LIMA, 2010).
Melchers, Li & Davison (2009) investigaram a corrosão de estruturas de guarda corpos
presentes em zona de respingos na Escócia. Segundo os autores, guarda corpos construídos
em 1943 apresentaram menores danos, devido à corrosão, comparados à guarda corpos
construídos em 1993. Fissuras com espessura superior a 10 mm e lascamentos da camada de
cobrimento foram observados nestes guarda corpos construídos em 1993, ao passo que, nos
concretos executados em 1943 a abertura de fissuras se limitava a 1 mm em sua maioria, não
havendo o lascamento da camada de cobrimento de concreto. Os resultados da investigação
apontaram que, embora as estruturas de concreto mais antigas apresentassem altas
concentrações de cloretos nas proximidades das armaduras, a alta resistividade do concreto
acabou representando um papel chave para que o processo corrosivo não evoluísse,
evidenciando assim, a influência da resistividade neste contexto.
A determinação da resistividade elétrica superficial do concreto pode ser realizada por varias
formas, sendo a mais conhecida o método de quatro pontos. Neste caso, os equipamentos são
dotados de quatro pontos de contato espaçados igualmente e colocados sobre a superfície de
concreto, onde uma corrente alternada é gerada pelos contatos externos e a determinação da
diferença de potencial é feita pelos contatos internos (LENCIONI & LIMA, 2010).
A Tabela 3 indica os valores correspondentes à resistividade apresentada pelo concreto e sua
correlação com a provável taxa de corrosão das armaduras segundo a norma RILEM TC 154-
EMC (2010), onde observa-se que quanto maior o valor de resistividade elétrica superficial do
concreto, menor a taxa provável de corrosão das armaduras.

Tabela 3: Relação entre a resistividade e grau de corrosão das armaduras segundo a norma da
RILEM TC 154-EMC (2010).
Resistividade do concreto (KΩ.cm) Taxa provável de corrosão
> 100 Desprezível
50 a 100 Baixa
10 a 50 Moderada
< 10 Alta

Neste trabalho foi empregado um equipamento Resipod dotado de quatro pontos de contato,
sendo realizadas medições nas estruturas que são objeto de análise. Na Figura 55 é
apresentada uma imagem ilustrativa do equipamento descrito.
104

Figura 55: Equipamento de determinação da resistividade do concreto (PROCEQ, 2015).

Alguns cuidados foram tomados antes da execução do ensaio de resistividade elétrica


superficial do concreto como, por exemplo, remover a camada superficial de tinta que revestia
a superfície das estruturas de concreto, para que os valores de resistividade obtidos não
sofressem nenhum tipo de interferência em decorrência da camada de revestimento. Além
disso, as áreas escolhidas para execução do ensaio são áreas onde não há passagem de
armaduras que poderiam mascarar a real resistividade superficial do concreto das estruturas.
Desta forma, foi empregada uma lixadeira com disco abrasivo, para a remoção da pintura da
superfície das estruturas de concreto, em locais previamente definidos com área próxima a
400 cm². A Figura 56 mostra, como exemplo, a superfície de um dos pilares da plataforma
após a remoção da camada de revestimento.

Figura 56: Remoção da camada superficial de revestimento para realização de ensaios de


resistividade elétrica (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
105

Para a realização deste ensaio, a superfície de concreto exposta foi previamente umedecida
para melhorar o fluxo de corrente entre o equipamento e a superfície e, após, as ponteiras do
equipamento foram colocadas sobre a superfície da estrutura de concreto sendo determinada e
registrada a medida de resistividade em planilhas de campo.

5.2.1.4 Esclerometria

Logo após o ensaio de resistividade foram realizadas nas mesmas áreas, sempre que possível,
os ensaios de esclerometria regido pela norma NBR 7584 (2012). Este ensaio tem como
objetivo determinar a resistência superficial do concreto para fornecer um indicativo a
respeito da homogeneidade do concreto empregado nas estruturas em questão.
Neste caso, segundo a NBR 7584 (2012), são determinados dezesseis pontos distribuídos em
uma malha 4x4, sobre a superfície do concreto, espaçados entre centros a no mínimo 30 mm.
A ponteira do esclerômetro é impulsionada sobre a superfície de concreto, onde um sistema
massa mola é acionado e indica o valor correspondente à resistência superficial do concreto,
sendo registrados os dezesseis valores para posterior cálculo do índice esclerométrico. Neste
caso, conforme preconiza a NBR 7584 (2012), foi calculada a média aritmética dos dezesseis
valores obtidos. A partir desta média foram desprezados os valores que diferiam mais de 10%
do valor médio calculado. Com os valores restantes foi calculada uma nova média e uma nova
análise foi realizada até que todos os valores não diferissem mais de 10% do valor médio.
Cabe ressaltar que a norma NBR 7584 (2012) ressalta que este valor médio calculado deve ser
obtido com no mínimo cinco pontos, caso contrário, a área de análise deve ser abandonada.
Este valor médio obtido é denominado como Índice Esclerométrico Médio da Área de Ensaio
(IE), sendo este multiplicado pelo Coeficiente de Correção do Índice Esclerométrico (K =
0,87), obtido a partir da aferição do esclerômetro, resultando no Índice Esclerométrico Efetivo
da área de Ensaio (IEe), sendo este o resultado a ser analisado em cada área.
Para execução deste ensaio nas estruturas de concreto presentes na Ilha dos Arvoredos foi
empregado um esclerômetro modelo Schmidt (Figura 57) previamente aferido, sendo os
resultados registrados em planilhas para posterior cálculo dos índices esclerométricos.
106

Figura 57: Esclerômetro utilizado para ensaio (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

As Figuras 58 até 70 mostram as áreas onde foram realizadas as medidas de resistividade


elétrica superficial e esclerometria nas diversas estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos.
Cabe ressaltar que por vezes, dadas as imperfeições superficiais de algumas estruturas de
concreto, devido a sua forma geométrica, o ensaio de esclerometria não foi possível de ser
realizado, como por exemplo, nos pontos 1 a 4 e 46 a 51 apresentados a seguir.

Figura 58: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade na estrutura da Escadaria 2
(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
107

Figura 59: Vista geral das áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria
na Plataforma (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 60: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 1 da
Plataforma (face direita) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 61: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 1 da
Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
108

Figura 62: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da
Plataforma (face direita) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 63: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da
Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 64: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Pilar 2 da
Plataforma (face esquerda) (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
109

Figura 65: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria no Patamar
da Plataforma (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 66: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na passarela
da Residência (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 67: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade no Farol (faces internas)
(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
110

Figura 68: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Escadaria
1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 69: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Oficina
(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 70: Áreas onde foram realizados ensaios de resistividade e esclerometria na Piscina
(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
111

5.2.2 Extração de corpos de prova das estruturas

A fase de extração visa a obtenção de corpos de prova provenientes de estruturas presentes em


diferentes zonas de agressividade marinha para a construção de perfis de concentração de
cloretos. Todavia, uma parcela dos corpos de prova extraídos foi direcionada para ensaios
físicos, químicos e mecânicos, como serão descritos com maior rigor nos subcapítulos
sequentes.
A etapa que antecede a extração de corpos de prova das estruturas de concreto está
relacionada à determinação dos pontos de extração. Neste caso, o fator condicionante para a
escolha destes pontos foi embasado segundo a posição das armaduras, determinada no ensaio
de pacometria, apresentado anteriormente, tendo em vista escolher as regiões das estruturas
livres de armaduras, para não comprometer a integridade estrutural das peças de concreto
armado envolvidas durante as operações de extração. Assim, pontos próximos aos utilizados
para a execução de ensaios de resistividade e esclerometria foram utilizados para a extração
de corpos de prova.
As Figuras 71 a 76 mostram a localização dos pontos de extração de corpos de prova em cada
uma das estruturas, onde a numeração observada nas figuras corresponde ao número de
identificação dos corpos de prova.

Figura 71: Localização dos corpos de prova extraídos da Escadaria 2 (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).
112

Figura 72: Localização dos corpos de prova extraídos dos pilares da plataforma (Foto:
CARLOS BALESTRA, 2015).

Figura 73: Localização dos corpos de prova extraídos da escadaria 1 (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).

Figura 74: Localização dos corpos de prova extraídos da oficina (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).
113

Figura 75: Localização dos corpos de prova extraídos da piscina (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2015).

Figura 76: Localização dos corpos de prova extraídos do patamar e da laje da plataforma
(Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

Definidos os pontos para a extração de corpos de prova, uma extratora de testemunhos de


concreto foi utilizada em conjunto com uma broca de widea, com diâmetro interno de 75 mm
e comprimento de 370 mm, conforme apresentada na Figura 77.
114

Figura 77: Extratora de corpos de prova de concreto e broca de widea (KT SEG, 2016).

Por meio de fixadores metálicos previamente colocados nas estruturas, a base de alumínio da
extratora foi fixada na superfície da estrutura de concreto seguida da colocação do motor com
a broca acoplada.
Para a extração de corpos de prova ser realizada, o resfriamento da broca durante as operações
se fez necessário por meio de água. Desta forma, as águas das chuvas armazenadas em
diferentes pontos da Ilha foram utilizadas. Todavia, cabe salientar que o escoamento da água
através dos tubos se dá por forças gravitacionais e longas distâncias, assim, a pressão da água
disponível nos pontos de saída era baixa. Esta baixa disponibilidade de água levou a um
desgaste acentuado por parte da broca, pois houve um atrito significativo entre a broca e o
concreto durante as operações de extração. A energia para acionamento da extratora foi obtida
a partir de geradores mecânicos de energia presentes na Ilha. A Figura 78 apresenta o
procedimento de operação com a extratora de corpos de prova na escadaria 2.
115

Figura 78: Procedimento de extração de corpo de prova da escadaria 2 (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2015).

Após a extração dos corpos de prova, os mesmos receberam uma identificação numérica e
foram envoltos por um filme, para evitar o seu contato com o meio externo, conforme
apresentado na Figura 79. Após a extração, todos os pontos de extração foram preenchidos
completamente com concreto conforme indicado na Figura 80.

Figura 79: Envelopamento de corpos de prova após extração (Foto: CARLOS BALESTRA,
2015).
116

Figura 80: Fechamento de pontos de extração de corpos de prova (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2015).

Após a extração, identificação e envelopamento, os corpos de prova foram encaminhados ao


laboratório de materiais de construção do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para
sua preservação. Posteriormente, foram selecionados corpos de prova para análise quanto à
concentração de cloretos e, corpos de prova para a realização de ensaios físicos, químicos e
mecânicos. Neste sentido, os corpos de prova selecionados para a determinação dos perfis de
concentração de cloretos foram: 1, 8, 10, 11, 12, 17, 18, 20, 24, 25, 27, 29, 30, 31, 36, 37 e 38.
Estes corpos de prova foram selecionados uma vez que são provenientes de distintas
estruturas, presentes em diferentes zonas de agressividade marinha na Ilha dos Arvoredos,
permitindo assim a análise dos perfis de concentração de cloretos em diferentes zonas de
agressividade marinha.
Além disso, cabem ressaltar outros pontos relevantes que tratam da seleção destes corpos de
prova para análise quanto à concentração de cloretos. Em primeiro lugar, durante a extração
dos corpos de prova 8, 10, 17 e 18, foi possível transpassar a estrutura dos pilares com a broca
do equipamento de extração. Desta forma, foi possível realizar uma análise da concentração
de cloretos a partir das duas extremidades dos corpos de prova citados, ou seja, a partir da
face direita e da face esquerda (observando-os do mar) dos pilares da estrutura da plataforma,
permitindo assim, verificar os efeitos da insolação e da chuva na concentração de cloretos,
uma vez que as faces externas dos pilares recebem maior contribuição destes fatores, em
comparação às faces internas dos pilares que estão protegidas por meio da laje desta estrutura.
Em segundo lugar, o comprimento dos corpos de prova 1, 12, 20, 24, 25, 27, 29, 30, 31 e 38
117

eram inferiores a 150 mm, portanto, insuficientes para a tomada de corpos de prova para o
ensaio de compressão uniaxial, por exemplo. Assim, estes corpos de prova foram utilizados
para a análise quanto à concentração de cloretos. Em terceiro lugar, os corpos de prova 6, 7,
14, 34 e 35 foram descartados para análises, pois apresentavam severas falhas de
concretagem, onde foi possível observar uma grande quantidade de vazios ao longo de seu
comprimento.

5.2.3 Obtenção de amostras em pó dos corpos de prova

Para a análise quanto aos perfis de concentração de cloreto, foram obtidas amostras em pó
com profundidades de 2 mm a partir da superfície dos corpos de prova selecionados até a
profundidade de 10 mm. Posteriormente, a moagem prosseguiu aumentando a profundidade
de coleta de amostras em pó para 4 mm até atingir a profundidade de 50 mm no corpo de
prova, conforme apresentado nas Figuras 81 e 82. Esta metodologia de moagem justifica-se
tendo em vista determinar, com maior rigor, as concentrações de cloretos no primeiro
centímetro dos corpos de prova selecionados, região esta sujeita aos ciclos de molhagem e
secagem.

Figura 81: Representação da distribuição da moagem dos corpos de prova.


118

Figura 82: Representação tridimensional da distribuição da moagem dos corpos de prova.

Para a obtenção das amostras em pó, foi desenvolvido um equipamento para fazer a moagem
a seco, a partir da superfície dos corpos de prova, a profundidades de até 50 mm. Neste caso,
foi empregada uma furadeira de bancada acoplada a uma serra copo diamantada com diâmetro
de 75 mm. A saber, a escolha de uma furadeira de bancada acoplada a uma serra copo se deu
em função:

 Da baixa rotação do equipamento, o que não leva a uma possível perda de material por
conta da rotação do equipamento (480 rpm);
 Da possibilidade de regulagem da profundidade de penetração da serra copo nos
corpos de prova por meio de parafusos, assegurando assim, a precisa moagem das
amostras e;
 Pela baixa temperatura decorrente do atrito seco entre a superfície do corpo de prova
com a serra copo no ato da moagem, evitando assim possíveis movimentações dos
cloretos em função de um aumento de temperatura.

Além disso, foi desenvolvido um dispositivo para a coleta do pó, proveniente do processo de
moagem da superfície dos corpos de prova, e um dispositivo para fixação dos mesmos na
furadeira de bancada. Neste caso, foi utilizado um recipiente plástico dotado de um furo com
o diâmetro igual ao diâmetro dos corpos de prova, para a coleta do material após a moagem, e
outro dispositivo em nylon acoplado a uma morsa (para furadeiras de bancada) destinado a
fixação do corpo de prova. Todo este conjunto foi fixado na base móvel da furadeira de
bancada por meio de parafusos, sendo as amostras em pó coletadas a partir do recipiente
119

plástico com uso de pincéis, sendo o recipiente e os pincéis limpos com jatos de ar à cada
coleta de amostras. A Figura 83 apresenta a furadeira utilizada para a obtenção de amostras de
concreto em pó e a Figura 84 apresenta as partes que compõe o equipamento.

Figura 83: Equipamento desenvolvido para a moagem e coleta de amostras em pó (Foto:


CARLOS BALESTRA, 2016).

Serra copo de 75 mm

Corpo de prova
Recipiente plástico

Dispositivo de nylon Morsa para furadeira

Figura 84: Partes que compõe o equipamento (Foto: CARLOS BALESTRA, 2016).
120

O funcionamento deste equipamento de moagem é simples e baseado na seguinte


metodologia:

 O corpo de prova é fixado pelo suporte de nylon e travado junto a morsa para
furadeiras de bancada. Após, o corpo de prova fixado recebe o recipiente plástico para
a coleta do material oriundo da moagem;
 O conjunto é elevado até que a superfície do corpo de prova ultrapasse 2 mm da
extremidade diamantada da serra copo;
 Após, a furadeira é acionada e o corpo de prova é manualmente movimentado contra a
superfície diamantada da serra copo. Desta forma, a medida que ocorre o contato entre
o corpo de prova e a extremidade diamantada da serra copo em movimento, há a
moagem do concreto, onde as partículas em pó, resultantes desta moagem, caem na
parte interna do recipiente plástico;
 Após a completa varredura da superfície do corpo de prova, o recipiente contendo o
material moído é retirado, sendo este material coletado, com uso de pincéis,
armazenado, identificado e lacrado em sacos plásticos.

A Figura 85 mostra um detalhe do equipamento de moagem de corpos de prova. A moagem


foi realizada nos corpos de prova selecionados até uma profundidade de 50 mm, totalizando
15 amostras por corpo de prova.

Marcações com espessura de 2 mm

Figura 85: Detalhe do equipamento de moagem de corpos de prova (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2016).
121

Cabe ressaltar que embora a literatura descreva o seccionamento de corpos de prova com a
utilização de discos diamantados e, posteriormente, a moagem dos trechos segmentados para
análises, conforme mostrado na Figura 86, a espessura e velocidade de rotação do disco de
corte pode representar uma perda de material quando tratam-se de camadas da ordem de
milímetros. Por conta deste fato, foi desenvolvido o equipamento descrito para a realização da
moagem dos corpos de prova nesta pesquisa.

Figura 86: Extração e segmentação com disco diamantado de corpo de prova de concreto
(CHEEWAKET, JATURAPITAKKUL & CHALLE, 2010).

5.2.4 Metodologia para a determinação dos perfis de concentração de cloretos

De posse das amostras obtidas a partir dos corpos de prova, estas foram destinadas à ensaios
para a determinação da concentração de cloretos totais em relação a massa de concreto. Para
tanto, os ensaios foram realizados através da técnica de espectroscopia de fluorescência de
Raios-X, tendo em vista ser uma técnica rápida para a determinação da concentração de
cloretos que não envolve a digestão da amostra através da utilização de ácidos e que, além
disso, apresenta uma precisão da ordem de centésimos na expressão de seus resultados. Os
ensaios foram realizados pela Empresa T-Cota Engenharia e Minerais Industriais, localizada
na cidade de Tijucas/SC no mês de setembro de 2016.
A técnica de fluorescência de Raios-X se baseia na medição das intensidades dos raios-X
emitidos pelos elementos que constituem uma amostra quando excitada por elétrons, prótons
ou íons produzidos em aceleradores de partículas ou tubos de Raios-X (MELO JÚNIOR,
2007). A radiação eletromagnética incidente sobre a amostra interage com a mesma podendo
ocorrer absorção, emissão e espalhamento de radiação eletromagnética. Quando os elétrons,
122

das camadas de menor energia do átomo, interagem com fótons com energia na região dos
Raios-X, pode ocorrer a foto ejeção desses elétrons criando-se uma vacância. Para promover a
estabilidade, ocorre imediatamente o preenchimento das vagas eletrônicas por elétrons das
camadas de maior energia. Como resultado, há um excesso de energia no processo, que é
manifestado na forma de emissão de Raios-X característicos de cada átomo presente na
amostra (SANTOS et al., 2013).
Para este ensaio as amostras em pó de concreto foram passadas na peneira com abertura de
malha igual a 0,075mm, para uniformizar o tamanho das partículas a serem analisadas. Após,
cinco gramas deste material passante foi coletado para análise, sendo esta a capacidade
máxima de análise no equipamento em cada porta amostra. Posteriormente, as amostras foram
analisadas através do equipamento de fluorescência de Raios-X da marca PANalytical modelo
Episilon 3, expressando as concentrações de cloretos totais em relação a massa de concreto da
amostra. A Figura 87 mostra uma visão geral do equipamento de fluorescência de Raios-X.
Cabe ressaltar que é possível realizar a análise de até dez amostras simultaneamente neste
equipamento.

Figura 87: Equipamento de Fluorescência de Raios-X utilizado (Foto: CARLOS


BALESTRA, 2016).

Cabe ressaltar a necessidade de estabelecer uma curva de calibração/correção com o objetivo


de validar os dados obtidos a partir da técnica de Espectroscopia de Fluorescência de Raios-X,
conforme recomenda Proverbio & Carassiti (1997). Desta forma, 12 amostras foram tomadas
para análise a partir dos corpos de prova 13 (6 amostras) e 34 (6 amostras). Estas amostras
foram passadas na malha com abertura igual a 0,075mm e analisadas por Espectroscopia de
123

Fluorescência de Raios-X. Após o material passante e retido foi coletado e analisado pelas
técnicas de titulação potenciométrica e pelo eletrodo seletivo de íons cloreto respectivamente,
sendo a curva de calibração/correlação obtida apresentada na Figura 88.
Resultado de titulação potenciometrica /

0,45
y = 0,2721x
0,40
R² = 0,9478
0,35
Fluorescência
0,30 (passante) x
0,25 potenciometria/ISE
ISE

(passante + retido)
0,20
0,15 Linear (Fluorescência
(passante) x
0,10 potenciometria/ISE
0,05 (passante + retido))

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
Resultado de Espectroscopia de Fluorescência de Raios-X (material passante)

Figura 88: Resultado da curva de calibração entre os ensaios de Espectroscopia de


Fluorescência de Raios-X versus titulação potenciométrica/ISE.

De posse das concentrações de cloretos totais em cada amostras dos corpos de prova
selecionados, estas foram corrigidas através da equação apresentada na Figura 89, sendo
portanto, possível construir os perfis de concentração de cloretos totais para as estruturas
localizadas em diferentes zonas de agressividade marinha utilizando o Software Microsoft MS
Excel. Cabe ressaltar que é recomendado realizar uma calibração prévia do equipamento
utilizando amostras de concreto com concentrações de cloreto conhecidas.
Após, construídos os perfis, múltiplas análises foram realizadas. Neste contexto, estes perfis
foram analisados não apenas quanto ao seu posicionamento segundo a zona de agressividade
marinha, no qual as respectivas estruturas se encontram, mas também foram realizadas
análises pormenorizadas de cada estrutura e análises segundo as características do concreto
utilizado na construção das mesmas; modelagens com o objetivo de representar o perfil
amostrado levando em consideração, tanto a zona de convecção, quanto a zona de difusão.
Estas análises serão descritas com maior rigor nos subcapítulos sequentes.
124

5.2.5 Ensaios de caracterização do concreto

Foram realizados ensaios físicos, químicos e mecânicos nos corpos de prova visando
caracterizar as propriedades do concreto das diferentes estruturas presentes na Ilha dos
Arvoredos. Foram realizados ensaios de:

 Compressão uniaxial;
 Absorção de água por capilaridade;
 Porosimetria por intrusão de mercúrio;
 Reconstituição de traço.

5.2.5.1 Ensaio de compressão uniaxial

Com relação às propriedades mecânicas do concreto, foram realizados ensaios para a


determinação da resistência à compressão uniaxial do concreto de diferentes estruturas
presentes na Ilha dos Arvoredos. Neste caso, os corpos de prova 4, 5, 19, 23, 26, 32, 33 e as
parcelas remanescentes dos corpos de prova 10, 11 e 17 foram ensaiados à compressão
uniaxial visando caracterizar a resistência dos mesmos. Cabe ressaltar que os corpos de prova
10, 11 e 17 apresentaram comprimento suficiente para que fosse realizado o ensaio de
compressão, mesmo após tomadas as amostras para determinação da concentração de
cloretos.
O procedimento para o ensaio de compressão é descrito na norma NBR 5739 (2015), onde os
corpos de prova são previamente preparados, colocados em uma máquina de compressão e
submetidos a um nível de carregamento até sua ruptura, sendo registrada sua resistência por
meio do esgotamento de sua capacidade última.
Para tanto, os corpos de prova selecionados tiveram suas dimensões determinadas com uso de
um paquímetro, visando verificar o atendimento aos requisitos normativos quanto à relação
diâmetro versus comprimento, onde o comprimento dos mesmos deve ser igual ao dobro do
diâmetro. Após, estes corpos de prova tiveram suas extremidades retificadas através do uso de
uma retifica de corpos de prova automatizada pertencente ao Laboratório de Materiais de
Construção Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Toledo (UTFPR
– TD). Posterior à retificação, os corpos de prova foram ensaiados à compressão uniaxial em
uma máquina de compressão, com capacidade de 2000 KN, também pertencente ao referido
125

laboratório, conforme mostrado na Figura 89. Os dados obtidos mostraram a resistência


apresentada pelos corpos de prova, assim como sua deformação ao longo do ensaio.

Figura 89: Ensaio de compressão em corpo de prova (Foto: CARLOS BALESTRA, 2016).

5.2.5.2 Absorção de água por capilaridade

Sobre as características físicas, a absorção de água por capilaridade é apresentada na literatura


como o mecanismo preponderante de penetração de cloretos nas camadas superficiais do
concreto. Assim, ensaios de absorção de água por capilaridade, segundo a NBR 9779 (2012),
fazem parte do escopo de ensaios relativos às características do concreto empregado na
execução das construções da Ilha dos Arvoredos. Neste caso, conforme preconiza a NBR
9779 (2012), os corpos de prova foram pesados ao ar e, posteriormente, encaminhados à
estufa, a uma temperatura de 105ºC, até que fosse alcançada massa constante. Após
determinada a massa seca, os corpos de prova foram imersos em um recipiente, dotado de
suportes para a base dos mesmos, com uma lamina de água que ficou 5 +/- 1mm de sua face
inferior. Posteriormente, a massa dos corpos de prova foi determinada a intervalos de 3h, 6h,
24h, 48h e 72h contadas a partir do contato dos mesmos com a água do recipiente, sendo
posteriormente, calculada a absorção de água por capilaridade por meio da Equação 17.
126

𝑀𝑠𝑎𝑡 − 𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎
𝐶= Equação 17
𝑆

Onde:
C = Absorção de água por capilaridade (g/cm²);
Msat = Massa saturada do corpo de prova que permanece com uma das faces em contato com a
água durante o período de tempo especificado (g);
Mseca = Massa do corpo de prova seco (g);
S = Área de seção transversal do corpo de prova (cm²).

Por se tratar de um ensaio não destrutivo, porém um ensaio onde a presença de água poderia
remover os cloretos a partir dos corpos de prova, foram ensaiados corpos de prova diferentes
daqueles encaminhados à determinação dos perfis de concentração de cloretos. Neste caso
foram ensaiados os corpos de prova 2, 3, 9, 15, 22, 28, 32 e 33, sendo que estes pertencem a
estruturas distintas presentes em diferentes zonas de agressividade marinha.

5.2.5.3 Porosimetria por intrusão de mercúrio

As informações pertinentes à porosidade do concreto justificam-se, uma vez que os poros e


suas interconexões são o caminho pelas quais os cloretos se movimentam no concreto até
atingir a região das armaduras, possibilitando iniciar o processo corrosivo das mesmas. Neste
sentido, a porosidade do concreto pode ser determinada através de ensaios de porosimetria por
intrusão de mercúrio. Este tipo de ensaio envolve a intrusão forçada do mercúrio através dos
poros de um material. Segundo Mangabeira (2009) para a determinação da porosidade por
meio desta técnica, o material amostrado é inicialmente submetido a vácuo e imerso em
mercúrio. Após, a pressão sobre o mercúrio é aumentada fazendo com que o mesmo penetre
nos poros do material amostrado. Uma vez que o tamanho do poro é inversamente
proporcional à pressão aplicada no mercúrio, é possível determinar a dimensão dos poros.
Para a realização deste ensaio foram utilizadas amostras tomadas de parcelas remanescentes
dos corpos de prova 18, 21 e 31, tendo em vista que estes corpos de prova pertencem a
estruturas distintas presentes em diferentes zonas de agressividade marinha, permitindo assim,
caracterizar as particularidades de cada uma quanto à penetração de cloretos. Os ensaios
foram realizados pelo Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas da
127

Universidade Federal de Santa Catarina e fazem parte do escopo de caracterização do


concreto empregado nas estruturas pertencentes à Ilha dos Arvoredos.
Com os resultados do ensaio, o diâmetro critico de poros (Dcrit) e o volume acumulado de
poros mais interligados em relação ao volume total de poros foram determinados. Rodrigues
& Guimarães (2008) descrevem a metodologia de cálculo e ressaltam que o menor diâmetro
médio de poros da rede de poros mais interligados corresponde ao diâmetro critico de poros.
Neste ponto, Guimarães et al. (2012) ressaltam obter melhores resultados considerando o
diâmetro critico de poros como sendo equivalente ao ponto de mudança brusca na curva
diâmetro dos poros versus volume acumulado, sendo esta a metodologia utilizada nesta Tese.
Os valores percentuais de volume acumulado de poros mais interligados em relação ao
volume total de poros, por sua vez, foram calculados considerando os pontos de diâmetro
critico de poros, conforme descrito por Rodrigues & Guimarães (2008).

5.2.5.4 Reconstituição de traço

O ensaio de reconstituição de traço tem por objetivo caracterizar o concreto empregado nas
estruturas construídas na Ilha dos Arvoredos. Para tanto, foram enviadas amostras tomadas
dos corpos de prova 8, 21 e 31 para análise nos laboratórios da Empresa Qualify Concretos
localizada no município de Cocal do Sul/SC.
O ensaio de reconstituição de traço se faz necessário, tendo em vista que não foram
encontrados registros acerca do traço utilizado para o concreto executado nas estruturas
pertencentes à Ilha dos Arvoredos. Para tanto, foi empregado o método apresentado no
Boletim nº 25 (1940) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a qual consiste de uma
análise quantitativa através do emprego de técnicas analíticas. Neste caso, em termos gerais, a
amostra é atacada por ácido clorídrico (HCl), havendo uma fração insolúvel, constituída pelos
agregados, e uma fração solúvel, constituída pelo aglomerante.

5.2.6 Modelagem de perfis de concentração de cloretos segundo diferentes metodologias

Os perfis de concentração de cloretos, obtidos a partir da análise dos corpos de prova tomados
das estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos, foram analisados utilizando a solução da
Segunda Lei de Fick para a difusão apresentada na Equação 7, sendo os dados apresentados
no Apêndice A desta Tese. Para tanto foram analisados os perfis de modo que o eixo das
concentrações foi alterado para a posição do pico, sendo determinados a concentração
128

superficial, para o eixo deslocado, e o coeficiente de difusão que melhor se ajustavam aos
dados obtidos em campo utilizando o Software Microsoft Excel, sendo, portanto, a
concentração superficial igual a concentração no pico do perfil para o eixo deslocado. Além
disso, cabe resslatar que para esta análise a idade das estruturas foi admitida como sendo igual
a 50 anos, uma vez que não foram encontradas informações sobre o exato ano de construção
de cada estrutura em pesquisa realizada junto ao acervo da Fundação Fernando Lee. Após
definidas as concentrações superficiais e o coeficiente de difusão, os modelos também foram
analisados para 100 anos, com vistas a verificar o comportamento dos perfis para as
respectivas idades.
Sabendo que em perfis que apresentam pico há um aumento da concentração de cloretos
desde a superficie até o pico, e sendo a difusão iônica o mecanismo predominante após o pico,
conforme tratado no Capítulo 4. O modelo baseado na solução da Segunda Lei de Fick é
passível de ser aplicado aos dados após o pico. Assim, uma busca por uma nova métrica capaz
de representar as concentrações de cloreto observadas nas camadas mais próximas à
superficie foi realizada utilizando o software de estatística Minitab 16.
Desta forma, buscando modelagens capazes de ajustar os perfis de concentração de cloretos
obtidos a partir dos corpos de prova analisados neste trabalho, contemplando tanto a zona de
convecção, quanto a zona de difusão, foi realizada uma análise através de modelos de
regressão não linear disponíveis no software de estatistica Minitab 16. Assim, os dados
obtidos em campo, para a construção dos perfis de concentração de cloretos, foram aplicados
em diversos modelos de regressão não linear, no referido software de análise estatística, onde
observou-se que o modelo que melhor se ajustava aos dados foi dado através da Equação de
Holliday (“Holliday”) cuja função geral é dada segundo a Equação 18, onde T1, T2, T3 são
coeficientes do modelo e X corresponde, neste caso, à profundidade a partir da superfície do
concreto, em centímetros. A Figura 90 apresenta a janela de onde foi obtida a respectiva
equação no software Minitab 16.

1
C(x,50) = Equação 18
[𝑇1+𝑇2∗(𝑋−𝑇3)2 ]
129

Figura 90: Apresentação da análise de regressão não linear do software Minitab 16 (CARLOS
BALESTRA, 2017).

Os perfis de concentração de cloreto de cada corpo de prova foram aplicados à Equação de


Holliday, onde foi observado ser possível definir valores e interpretar os coeficientes T1, T2 e
T3 de cada equação correspondente, permitindo assim, analisar os perfis reais aos perfis
ajustados pela Equação de Holliday. O Apêndice A deste trabalho apresenta a modelagem
com as respectivas Equações de Holliday ajustadas para cada corpo de prova. Desta forma,
uma análise acerca da representação dos perfis de concentração de cloreto a partir da solução
da Segunda Lei de Fick e a partir da Equação de Holliday foi realizada. Neste tocante, para
levar em consideração a variável tempo na Equação de Holliday, uma modificação no
parâmetro T2 foi proposta baseada na utilização do modelo da raiz quadrada no tempo, com
vistas à determinar o melhor ajuste entre os modelos de análise utilizados para 50 e 100 anos.
Na literatura pesquisada não foram encontrados trabalhos com a aplicação da Equação de
Holliday no âmbito da Engenharia Civil, principalmente no que tange a representação de
perfis de concentração de cloretos, sendo este, portanto, um dos primeiros trabalhos a
apresentar esta metodologia para tais aplicações. Neste sentido, a fim de verificar a correlação
existente entre os dados de campo e os dados modelados pela Equação de Holliday, foi
calculado o Coeficiente de Correlação r-Pearson. Segundo Bauer (2007), o Coeficiente de
Pearson é um método utilizado para avaliar a existência de correlação linear entre duas
variáveis quantitativas. Neste caso, quanto mais próximo do valor 1, maior a correlação entre
os dados analisados, sendo que valores acima de 0,75 indicam fortes correlações.
130

5.2.7 Armaduras

Foram coletados dois segmentos de armaduras corroídas de um dos pilares da oficina para
fins de caracterização. Tratam-se de armaduras com diâmetro original de 7/8” (11,2 mm)
designadas pelos projetos originais como 50-CA, ou seja, armaduras que apresentam limite de
resistência mínimo igual a 50 MPa (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – Especificação Brasileira EB-3, 1939). Desta forma, inicialmente as armaduras
foram submetidas a um processo de decapagem química, segundo a norma ASTM G1 (2003),
sendo posteriormente obtidas micrografias por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura
(MEV) para constatar a presença de pites de corrosão nestas armaduras. Na sequência, foram
realizados ensaios de tração em dois corpos de prova, segundo a norma NBR 6892 (2013),
admitindo o diâmetro original (11,2 mm) e o diâmetro médio real das armaduras como sendo
7,15 mm, de acordo com 30 medidas executadas com um micrômetro dotado de ponteiras
cônicas, em cada uma das amostras ao longo de seu comprimento. Ensaios de Espectroscopia
de Energia Dispersiva (EDS) a fim de analisar a composição química das armaduras também
foram realizados. A Figura 91 apresenta uma imagem comparativa dos corpos de prova, sendo
um mostrado anterior ao processo de decapagem química e outro após o referido
procedimento. Balestra (2013 e 2016) apresentam uma revisão pormenorizada do processo de
decapagem química e dos efeitos da corrosão por pites nas propriedades mecânicas das
armaduras degradadas naturalmente.

Antes

Após

Figura 91: Comparativo entre segmentos de barras antes e após o procedimento de decapagem
química (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).
131

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em primeiro lugar, deve ser ressaltado que os perfis de concentração de cloretos, obtidos para
cada corpo de prova, são apresentados no Apêndice A desta Tese. Além disso, o Apêndice A
apresenta ainda as modelagens executadas através da solução da Segunda Lei de Fick e
através da Equação de Holliday modificada para levar em consideração a variável tempo. Tal
apresentação inicial se faz necessária, uma vez que os resultados discutidos a partir das
características do concreto foram correlacionados aos perfis apresentados no Apêndice A.

6.1 Considerações sobre as zonas de agressividade marinha das estruturas


de concreto presentes na Ilha dos Arvoredos

As considerações sobre as zonas de agressividade marinha são apresentadas segundo


observações feitas in loco na Ilha e segundo as concentrações de cloretos obtidas nos perfis.
Desta forma, o Apêndice A deve ser consultado junto com as Figuras 92 a 96, que apresentam
os valores correspondentes ao pico de concentração de cloretos obtidos nos perfis (Cmáx), em
relação à massa de concreto, e suas profundidades. Cabe ressaltar que não foi possível a
instalação de um Levelogger na Ilha para o monitoramento da variação da maré devido à forte
colisão de ondas que acabou por retirar o tubo guia do equipamento, impossibilitando sua
instalação.

Figura 92: Considerações sobre a zona de agressividade da Escadaria 2: Corpo de prova 1-


localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017).
132

Figura 93: Considerações sobre as zonas de agressividade da Plataforma e Patamar: Corpos de


prova 8, 10, 11, 12, 17, 18, 36, 37 e 38 - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS
BALESTRA, 2017).

a b
Figura 94: Considerações sobre a zona de agressividade da Escadaria 1: Corpos de prova 20
(a) e 24 (b) - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017).

a b
Figura 95: Considerações sobre a zona de agressividade da Oficina: Corpos de prova 25, 27
(a) e 29 (b) - localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017).
133

Figura 96: Considerações sobre a zona de agressividade da Piscina: Corpos de prova 30 e 31-
localização, Cmáx e profundidade (Foto: CARLOS BALESTRA, 2017).

Em relação ao corpo de prova 1, este foi tomado de uma região predominantemente de


respingos, uma vez que as ondas que quebram a frente das formações rochosas fazem com
que os respingos acabem por atingir esta região da Escadaria 2.
Na Plataforma, é possível observar que os corpos de prova 8 e 17 foram tomados da parte
inferior dos pilares 1 e 3. Desta forma, utilizando como referência o trabalho de Bretanha &
Guimarães (2008) afirmando que a zona de respingos localiza-se a uma altura limitada a 50
cm acima da maré alta, é possível inferir que estes corpos de prova localizam-se
predominantemente em zona de atmosfera marinha, sendo que, em uma parte do tempo, estes
se localizam em zona de respingos, no caso de maré alta e forte agitação do mar. Além disso,
estes corpos de prova recebem uma proteção frente aos respingos e ao aerossol marinho
devido às formações rochosas e construções localizadas a sua frente, caracterizando assim
uma zona de atmosfera marinha predominante e zona de respingos, ambas protegidas.
Os corpos de prova 10 e 18 (faces direitas) estão presentes em zona de atmosfera marinha de
forte agressividade, uma vez que nestes casos foram verificadas as maiores concentrações de
cloretos nos perfis na estrutura da Plataforma. Desta forma, é possível concluir que a nestas
faces há grande deposição de cloretos por conta do aerossol marinho.
Os picos de concentração de cloretos para os corpos de prova 10 (face esquerda), 11 e 18
(face esquerda) apresentam valores semelhantes, demonstrando que estas faces estão
presentes em zona de atmosfera marinha, porém de menor agressividade em relação às suas
faces direitas.
134

Os corpos de prova 36 e 37 encontram-se entre os limites da maré alta e baixa, entretanto, no


caso de maré baixa, os respingos das ondas acabam por atingir a face da estrutura do Patamar.
Desta forma, como esta estrutura localiza-se muito próxima ao limite máximo alcançado pela
maré, é possível inferir que esta estrutura está predominantemente em zona de respingos e, em
um menor período de tempo, em zona de variação de maré.
O corpo de prova 38 está localizado em zona de atmosfera marinha de menor agressividade
em relação aos pilares, em função da altura deste ponto e dos valores de concentração
observados em seu perfil.
Os corpos de prova 20 e 24 pertencentes à Escadaria 1 estão presentes em zona de atmosfera
marinha de forte agressividade, dada a concentração de cloretos evidenciadas em seus perfis.
Neste caso, deve ser pontuada a ausência de obstáculos à frente desta estrutura e ainda a
proteção da chuva promovida pelos degraus da escadaria. Desta forma, efeitos de lavagem da
superfície que promovem a remoção de cloretos depositados são atenuados nesta estrutura.
No caso da Oficina os corpos de prova 25 e 27 estão localizados predominantemente em zona
de atmosfera marinha de forte agressividade, entretanto, uma significativa contribuição dos
respingos das ondas é passível de ser observada quando há forte agitação do mar e quebra das
ondas contra as formações rochosas nas quais a oficina se apoia, fazendo com que estes
pontos estejam em zona de respingos. O corpo de prova 29, por sua vez, está localizado a uma
cota mais alta em relação aos corpos de prova 25 e 27, estando, portanto, em zona de
atmosfera marinha de forte agressividade. Neste caso, os altos valores de cloretos observados
em seu perfil estão relacionados às características do concreto utilizado na construção desta
estrutura, conforme abordado à frente.
A estrutura da Piscina, no ponto onde foram tomados os corpos de prova 30 e 31, por sua vez,
encontra-se predominantemente em zona de variação de maré, uma vez que esta estrutura
localiza-se compreendida entre os níveis máximos e mínimo alcançados pela maré, inclusive a
tomada dos corpos de prova somente foi possível quando a maré encontrava-se baixa. No caso
de marés baixas, a face desta estrutura acaba recebendo os respingos das ondas do mar,
entretanto, como esta localiza-se compreendida entre os níveis alcançados pela maré,
justifica-se afirmar que sua localização é predominantemente em zona de variação de maré.
Em suma, é possível observar a presença de estruturas em diferentes zonas de agressividade
marinha, havendo assim estruturas predominantemente em zona de variação de maré, zona de
respingos e zona de atmosfera marinha com diferentes níveis de agressividade. A Tabela 4
apresenta a posição das diferentes estruturas segundo os perfis de concentração de cloretos.
135

Tabela 4: Considerações sobre as zonas de agressividade marinha nas quais as estruturas da


Ilha dos Arvoredos se encontram.
Estrutura Corpo de Zona de agressividade marinha
prova de Zona de variação Zona de Zona de atmosfera
referência de maré respingos marinha
Escadaria 2 1 X x
Plataforma 8 esq. x X
8 dir. x X
10 esq. X
10 dir. X
11 X
12 X
17 esq. x X
17 dir. x X
18 esq. X
18 dir. X
38 X
Escadaria 1 20 X
24 X
Oficina 25 x X
27 x X
29 x X
Piscina 30 X x
31 X x
Patamar 36 x X
37 x X
Notas:

X = Zona predominante;
x = Zona atuante dependente da agitação do mar e nível da maré.
136

6.2 Ensaios não destrutivos nas estruturas de concreto

6.2.1 Carbonatação

Não foram constatadas frentes de carbonatação nas estruturas presentes na Ilha dos
Arvoredos. Em todos os casos, a coloração rosa carmim foi evidenciada logo após a
pulverização da solução de fenolftaleína desde a superfície, conforme exemplificado na
Figura 97, demonstrando que o ataque às armaduras se deu exclusivamente pela ação dos
cloretos presentes no ambiente marinho. Além disso, a hipótese de liberação química de
cloretos, por conta dos efeitos da carbonatação, pode ser descartada, dada a constatação da
alcalinidade do meio.

a b
Figura 97: Coloração rosa carmim durante o ensaio de carbonatação: (a) Pilar da plataforma;
(b) Escadaria 1 (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

6.2.2 Pacometria

O ensaio de pacometria visa determinar a posição das armaduras nas estruturas de concreto.
Todavia, também é possível determinar a espessura da camada de cobrimento nas estruturas
presentes na Ilha dos Arvoredos, visando verificar se as mesmas atendem à requisitos
normativos de construção quanto ao respeito à espessura desta camada. Neste sentido, os
valores de cobrimento médio encontrados nas diferentes estruturas analisadas são
apresentados na Tabela 5.
137

Tabela 5: Espessura média de cobrimento das estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos.
Estrutura Espessura média de cobrimento (mm)
Plataforma (laje e pilares) 27,00
Piscina *
Oficina 31,00
Plataforma (patamar) *
Escadaria 1 28,00
Escadaria 2 **
* Não foram observadas armaduras em aço carbono até a profundidade de 150 mm nos
pontos analisados (Limite de detecção do aparelho).
** Não foi possível a realização do ensaio de pacometria por conta da grande
irregularidade observada na superfície da estrutura degradada.

A norma NBR 6118 (1978) ressalta em seu texto que a espessura da camada de cobrimento
para concretos presentes em meios fortemente agressivos deve ser, no mínimo, igual a 40 mm,
ao passo que, de forma mais recente, a NBR 6118 (2014) pontua que estruturas presentes em
ambiente marinho pertencem às classes III e IV de agressividade. Neste caso, a norma
prescreve que vigas e pilares executados em concreto armado devem apresentar cobrimento
nominal mínimo igual a 40 e 50 mm para as classes III e IV respectivamente.
Comparando os valores médios obtidos no ensaio de pacometria, com os valores prescritos
por ambas as normas supracitadas, é possível inferir que, em média, os valores de cobrimento
nominal não atendem às especificações normativas, sendo insuficientes para proteção física
das armaduras sob uma perspectiva da corrosão em ambiente marinho.

6.2.3 Resistividade elétrica superficial do concreto e ensaio de esclerometria

Os valores de resistividade elétrica superficial e índices esclerométricos efetivos nas


diferentes estruturas analisadas são apresentados na Tabela 6. Cabe ressaltar, novamente, que
em alguns pontos não foi possível a realização do ensaio de esclerometria, por conta das
irregularidades superficiais observadas nas estruturas ou, por vezes, devido a sua forma
geométrica.
138

Tabela 6: Índices esclerométricos efetivos e valores de resistividade elétrica superficial do


concreto nas diferentes estruturas.
Área Estrutura Índice esclerométrico Resistividade Elétrica
efetivo Superficial (KΩ.cm)
1 Escadaria 2 - 15,40
2 Escadaria 2 - 10,30
3 Escadaria 2 - 3,00
4 Escadaria 2 - 2,30
5 Plataforma 43,40 14,40
6 Plataforma 42,70 11,70
7 Plataforma 39,80 12,60
8 Plataforma 36,80 6,70
9 Plataforma 43,80 10,50
10 Plataforma 47,70 14,10
11 Plataforma 47,10 47,80
12 Plataforma 43,50 40,60
13 Plataforma 49,30 41,10
14 Plataforma 48,60 28,90
15 Plataforma 48,10 39,40
16 Plataforma 46,80 18,10
17 Plataforma 45,50 26,40
18 Plataforma 49,00 20,50
19 Plataforma 48,30 31,40
20 Plataforma 46,30 31,70
21 Plataforma - 30,40
22 Plataforma 41,70 20,00
23 Plataforma 41,70 25,40
24 Plataforma 41,10 22,50
25 Plataforma 39,00 25,50
26 Plataforma 39,20 26,60
27 Plataforma 40,10 12,70
28 Plataforma 43,40 19,80
29 Plataforma 43,90 21,90
139

Área Estrutura Índice esclerométrico Resistividade Elétrica


efetivo Superficial (KΩ.cm)
30 Plataforma 37,20 30,80
31 Plataforma 39,00 29,30
32 Plataforma 40,30 32,20
33 Plataforma 33,80 25,60
34 Plataforma 37,60 30,20
35 Plataforma 39,30 15,00
36 Plataforma 40,60 27,30
37 Plataforma 40,70 32,30
38 Plataforma 42,00 27,40
39 Plataforma 40,50 42,10
40 Plataforma - 41,80
41 Patamar 43,80 2,50
42 Patamar 30,00 16,70
43 Patamar 40,50 14,10
44 Residência 32,90 163,20
45 Residência 31,30 27,60
46 Residência - 35,60
47 Residência - 20,10
48 Farol (térreo) - 257,00
49 Farol (1º andar) - 174,80
50 Farol (2º andar) - 492,00
51 Farol (3º andar) - 608,90
52 Escadaria 1 30,20 35,30
53 Escadaria 1 25,10 3,20
54 Escadaria 1 26,00 41,00
55 Escadaria 1 31,40 135,70
56 Escadaria 1 27,60 13,60
57 Escadaria 1 18,70 6,40
58 Escadaria 1 28,90 135,70
59 Escadaria 1 26,60 36,20
60 Escadaria 1 39,40 53,00
140

Área Estrutura Índice esclerométrico Resistividade Elétrica


efetivo Superficial (KΩ.cm)
61 Escadaria 1 32,00 27,00
62 Escadaria 1 30,30 23,70
63 Escadaria 1 39,30 79,50
64 Escadaria 1 28,70 17,50
65 Oficina 44,30 18,30
66 Oficina 41,30 15,40
67 Oficina 40,40 14,50
68 Oficina 39,50 17,80
69 Oficina 42,30 20,40
70 Oficina 45,70 22,20
71 Oficina 38,70 20,20
72 Piscina 34,00 6,30
73 Piscina 29,80 1,30
74 Piscina 33,50 2,10

Nas Figuras 98 e 99 são apresentados gráficos correlacionando os valores médios do índice


esclerométrico efetivo e da resistividade elétrica superficial com as diferentes zonas de
agressividade marinha.

40,00
Indice Esclerométrico Efetivo

35,00

30,00

25,00
Médio

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00

Zona de Variação de Maré Zona de Respingos Zona de Atmosfera Marinha

Figura 98: Índice esclerométrico efetivo médio nas diferentes zonas de agressividade marinha.
141

60,00
Resistividade Elétrica Superfícial Média (KΩ.cm)
55,00

50,00

45,00

40,00

35,00

30,00

25,00

20,00

15,00

10,00

5,00

0,00
Zona de Variação de Maré Zona de Respingos Zona de Atmosfera Marinha

Figura 99: Resistividade elétrica superficial média nas diferentes zonas de agressividade
marinha.

Os dados mostram na Tabela 6 e na Figura 98 que, de uma forma geral, os índices


esclerométricos médios efetivos apresentam-se próximos, indicando que há uma
homogeneidade geral entre os concretos que compõe as estruturas analisadas.
Acerca da resistividade elétrica superficial podemos concluir, com base na Tabela 6, que a
maior parte das estruturas apresentou valores de resistividade entre 10 e 50 KΩ.cm, o que
corresponde a uma probabilidade de corrosão moderada segundo o critério adotado na Tabela
3 pela RILEM TC 154-EMC (2010). Tal observação leva a concluir que, sob a perspectiva da
resistividade elétrica superficial, as estruturas de concreto armado presentes na Ilha dos
Arvoredos apresentariam corrosão de suas armaduras, em concordância ao que foi observado
in loco e apresentado no Capítulo 2.
Além disso, é possível observar, na Figura 99, que a estrutura presente na zona de variação de
maré apresentou a menor resistividade elétrica superficial, indicando que, em casos de
estruturas de concreto armado, as estruturas presentes nesta zona estão passíveis de um severo
ataque por corrosão das armaduras, sob a óptica da resistividade.
142

Para as estruturas presentes na zona de respingos pode ser aplicada a mesma recomendação
descrita para as estruturas presentes em zona de variação de maré, tendo em vista a baixa
resistividade média também encontrada nas estruturas presentes nesta zona. Para ambos os
casos é possível pontuar a contribuição da água presentes nos poros do concreto. Neste caso,
as estruturas presentes em zona de variação de maré e em zona de respingos estão, com
frequência, com água presente em seus poros. Isto contribui para aumentar o fluxo iônico e,
consequentemente, abaixar a resistividade elétrica superficial do concreto.
Observando a resistividade elétrica superficial média das estruturas presentes em zona de
atmosfera marinha, é possível notar uma grande diferença em relação aos valores encontrados
para as estruturas presentes em outras zonas. Neste caso, vale ressaltar que analisando os
valores absolutos de resistividade elétrica superficial, apresentados em estruturas presentes em
zona de atmosfera marinha, é possível notar que, em linhas gerais, os valores obtidos são
superiores aos valores obtidos para as estruturas presentes nas demais zonas.
A partir do estado de degradação das estruturas de concreto e dos valores de resistividade
elétrica superficial, obtidos em cada área objeto de estudo, é possível realizar uma análise
com o objetivo de propor valores de resistividade elétrica superficial do concreto, para
estruturas presentes a mais de 30 anos em ambiente marinho, que se correlacionem com a
provável taxa de corrosão das armaduras, onde é possível propor mais uma categoria de
agressividade segundo a provável taxa de corrosão.
Observando as áreas 1, 2, 3 e 4, pertencentes à Escadaria 2, é possível observar que a estrutura
apresentou valores de resistividade entre 15,40 e 2,30 KΩ.cm, sendo esta uma estrutura
comprometida estruturalmente pela severa corrosão de suas armaduras. As áreas identificadas
como 9, 10, 16 e 35, pertencentes aos pilares da Plataforma, apresentaram valores de
resistividade entre 10,50 e 18,10 KΩ.cm, sendo que pontos de corrosão de armaduras foram
evidenciados na superfície destes pilares, mostrando o severo estado de corrosão das
armaduras destas estruturas. As áreas 56 e 57, pertencente à Escadaria 1, apresentaram valores
de resistividade elétrica superficial iguais a 13,60 e 6,70 KΩ.cm respectivamente, sendo
observada intensa corrosão de suas armaduras com lascamento da camada de cobrimento. As
áreas 65 a 67, pertencentes à Oficina, apresentaram valores de resistividade entre 14,50 e
18,30 KΩ.cm, sendo que esta estrutura apresenta riscos iminentes de colapso estrutural por
conta da corrosão de suas armaduras, conforme abordado no Capítulo 2. A partir destes dados,
é possível inferir que para estruturas presentes em ambiente marinho a mais de 30 anos,
valores de resistividade elétrica superficial inferiores a 20 KΩ.cm apresentam uma alta taxa
de probabilidade de corrosão de suas armaduras. Além disso, as estruturas cujo valor de
143

resistividade elétrica superficial obtido foi inferior a 15 KΩ.cm apresentaram severos danos
decorrentes da corrosão, incluindo estruturas com riscos de colapsos iminentes.
No caso de estruturas que apresentaram valores de resistividade entre 20 e 55 KΩ.cm, a
corrosão foi observada em algumas estruturas como, por exemplo, nas áreas 38 e 39,
pertencentes à Plataforma; áreas 45, 46 e 47 pertencentes a Passarela da Residência; áreas 59
a 62 pertencentes à Escadaria 1; e as áreas 69 a 71 pertencentes à Oficina. Em contrapartida, a
corrosão não foi observada, em inspeção visual a partir da superfície, por exemplo, nas áreas
11 a 15 e 17 a 20 do pilar 1 da Plataforma; áreas 22 a 26 e 29 a 34 do pilar 2 da Plataforma;
áreas 36 a 40 do pilar 3 da Plataforma; e áreas 52, 59, 61 e 62 da escadaria 1. Desta forma, é
possível concluir que para valores de resistividade elétrica superficial contidos entre 20 a 55
KΩ.cm, há uma probabilidade mediana de ocorrer a corrosão das armaduras.
Para valores entre 55 e 80 KΩ.cm temos apenas as áreas 44, 60 e 63, sendo o primeiro
pertencente à Passarela da Residência e os dois últimos pertencentes à Escadaria 1. Neste
caso, embora sejam poucos os pontos de análise, a corrosão foi observada apenas na área 44,
indicando assim uma baixa probabilidade de corrosão. Ao passo que, as estruturas que
apresentaram valores de resistividade elétrica superficial superiores a 80 KΩ.cm não
apresentaram corrosão de suas armaduras, como nos pontos 55 e 58 pertencentes à Escadaria
1 e os pontos 48 a 51 pertencentes à estrutura do Farol da Ilha, indicando um risco desprezível
quanto à corrosão das armaduras.
Em suma, é possível, a partir de uma análise do estado de degradação das estruturas de
concreto presentes na Ilha dos Arvoredos, propor valores que tratem da probabilidade de risco
de corrosão em estruturas presentes em ambiente marinho a mais de 30 anos segundo as
medidas de resistividade elétrica superficial. Neste ponto, a Tabela 7 apresenta uma proposta
de valores de resistividade, baseado no estado de degradação das estruturas encontradas na
Ilha dos Arvoredos, em conjunto com os parâmetros descritos pela RILEM TC 154-EMC
(2010), onde é possível observar que, de maneira geral, os valores propostos neste trabalho se
aproximam dos valores prescritos pela RILEM TC 154-EMC (2010), sendo inserida mais uma
categoria de agressividade.
Cabe salientar que são necessários maiores estudos em campo e, sob diferentes condições,
para validar/ajustar os valores propostos.
144

Tabela 7: Relação proposta entre a resistividade e a taxa provável de corrosão das armaduras
em estruturas presentes em ambiente marinho.
Proposta de valores de RILEM TC Taxa provável de
Resistividade do 154-EMC corrosão
concreto (KΩ.cm) (2010) (KΩ.cm)
> 80 >100 Desprezível
55 a 80 50 a 100 Baixa
20 a 55 10 a 50 Moderada
15 a 20 < 10 Alta
< 15 - Muito Alta

6.3 Propriedades materiais dos corpos de prova analisados

A Tabela 8 apresenta, para discussão sobre os efeitos materiais sobre os perfis de


concentração de cloretos, as características dos materiais analisados, através dos corpos de
prova, quanto à:

 Resistência à compressão;
 Absorção de água por capilaridade;
 Porosidade;
 Consumo de cimento e;
 Reconstituição de traço.

Além disso, a Tabela 8 apresenta ainda informações complementares de cada corpo de prova
como:

 Zona de agressividade no qual o corpo de prova foi extraído;


 Existência de pintura na estrutura em seu ponto de extração;
 Frente de carbonatação e espessura da camada de cobrimento médio da estrutura e;
 Valores de resistividade elétrica superficial e índice esclerométrico efetivo de cada
corpo de prova.
 Concentração de cloretos no pico (Cpico) e sua profundidade.
145

Tabela 8: Características dos materiais segundo análise dos corpos de prova.


Corpo de prova 1 2 3 4 5 6 7 8 dir. 8 esq. 9 10 dir. 10 esq. 11 12 13 14 15 16 17 dir 17 esq 18 dir 18 esq 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38

Escada Escada Escada Escada Escada Escada Escada platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo platafo Escada Escada Escada Escada Escada Escada Oficin Oficin Oficin Oficin Oficin Piscin Piscin Piscin Patam Patam Patam Patam Patam Platafo
Estrutura
ria 2 ria 2 ria 2 ria 2 ria 2 ria 2 ria 2 rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma rma ria 1 ria 1 ria 1 ria 1 ria 1 ria 1 a a a a a a a a ar ar ar ar ar rma

ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZR/ZA ZVM/ ZVM/ ZVM/ ZVM/ ZVM/ ZVM/ ZVM/ ZVM/
Zona de agressividade ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM ZATM
TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM TM ZR ZR ZR ZR ZR ZR ZR ZR

Pintura N N N N N N N S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S N N N N N N N N N N N N N S

Frente de carbonatação (mm) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Camada de cobrimento (mm) * * * * * * * 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 27,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 31,00 31,00 31,00 31,00 31,00 * * * * * * * * 27,00

Resistividade (KΩ.cm) 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 2,30 10,50 18,10 14,10 47,80 20,50 19,80 21,90 30,80 30,80 30,80 30,80 * 15,00 * 27,30 * 36,20 13,60 30,20 27,00 27,00 15,40 14,50 14,50 20,20 20,20 6,30 1,30 1,30 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 12,60

Indice esclerométrico efetivo * * * * * * * 43,80 46,80 47,70 47,10 49,00 43,40 43,90 37,20 37,20 37,20 37,20 * 39,30 * 40,60 * 26,60 27,60 35,30 32,00 32,00 41,30 40,40 40,40 38,70 38,70 34,00 29,80 29,80 43,80 43,80 43,80 43,80 43,80 39,80

Resist. à compressão (MPa) * * * 31,95 25,30 * * * * * 45,70 45,70 9,56 * * * * * 33,08 33,08 * * 16,31 * * * 11,71 * * 9,87 * * * * * 21,58 10,67 * * * * *

3h * 0,24 0,17 * * * * * * 0,25 * * * * * * 0,47 * * * * * * * * 0,25 * * * * * 0,35 * * * 0,44 0,25 * * * * *

6h * 0,30 0,22 * * * * * * 0,34 * * * * * * 0,59 * * * * * * * * 0,30 * * * * * 0,44 * * * 0,61 0,32 * * * * *

Absorção de água por


12h * 0,50 0,37 * * * * * * 0,58 * * * * * * 1,06 * * * * * * * * 0,46 * * * * * 0,73 * * * 1,05 0,54 * * * * *
capilaridade (g/cm²)

24h * 0,60 0,45 * * * * * * 0,71 * * * * * * 1,30 * * * * * * * * 0,54 * * * * * 0,86 * * * 1,29 0,66 * * * * *

72h * 0,68 0,50 * * * * * * 0,81 * * * * * * 1,48 * * * * * * * * 0,61 * * * * * 0,98 * * * 1,44 0,73 * * * * *

Média diâmetro dos


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 0,019 0,019 * * 0,041 * * * * * * * * * 0,026 * * * * * * *
poros (µm)

Porosidade total (%) * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 12,75 12,75 * * 16,06 * * * * * * * * * 21,58 * * * * * * *

Porosidade

Dcrit (nm) * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 30,00 30,00 * * 20,00 * * * * * * * * * 90,00 * * * * * * *

Poros interligados
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * 8,06 8,06 * * 12,50 * * * * * * * * * 5,55 * * * * * * *
(%)

Consumo cimento 439,9


* * * * * * * 281,75 281,75 * * * * * * * * * * * * * * 137,11 * * * * * * * * * * * * * * * * *
médio (kg/m³) 4

Reconst. de traço

Relação aglomerante 1- 1- 1- 1-
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
- agregado 2.69 2.69 4,69 1.91

C pico (%) 1,03 * * * * * * 0,29 0,29 * 0,68 0,33 0,38 0,12 * * * * 0,16 0,16 0,48 0,22 * 0,47 * * * 1,05 0,8 * 0,72 * 1,41 1,03 * * * * * 1,87 1,66 0,21

Perfis de concent. de
cloretos
Profundidade pico 7 * * * * * * 12 16 * 24 24 5 16 * * * * 20 12 24 16 * 12 * * * 7 12 * 9 * 12 12 * * * * * 7 7 24
(mm)

Legenda: dir. = Direito; esq. = Esquerdo; ZATM = Zona de atmosfera marinha; ZR = Zona de respingos; ZVM = Zona de variação de maré;
N = não; S = sim.
146

6.3.1 Resistência à compressão uniaxial

A resistência à compressão uniaxial foi determinada nos corpos de prova 4, 5, 10, 11, 17, 19,
23, 26, 32 e 33 conforme apresentado na Tabela 8. As Figuras 100 a 102 apresentam os
valores de resistência máxima obtida para cada corpo de prova, assim como a estrutura nas
quais estes foram obtidos.

Escadaria 1
Piscina

CP23 → fc = 11,71 MPa

CP19 →fc = 16,31 MPa CP32 →fc = 21,58 MPa

Figura 100: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Escadaria 1 e da


Piscina (Adaptado de FURTADO, 2009).

Escadaria 2 Oficina

CP26 → fc = 9,87 MPa


CP4 → fc = 31,95 MPa
CP5 → fc = 25,30 MPa

Figura 101: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Escadaria 2 e da


Oficina (Adaptado de FURTADO, 2009).
147

Plataforma

CP17 → fc = 33,08 MPa

Patamar
CP10 → fc = 45,70 MPa

CP11 → fc = 9,56 MPa CP33 → fc = 10,67 MPa

Figura 102: Valores de resistência à compressão de corpos de prova da Plataforma e do


Patamar (Foto: CARLOS BALESTRA, 2015).

A partir dos dados apresentados na Tabela 8 e das Figuras 101 a 103 é possível observar uma
grande variação na resistência apresentada pelos corpos de prova ensaiados à compressão
uniaxial. De maneira geral, a partir dos resultados obtidos, é possível pontuar que as estruturas
da Escadaria 2, Piscina e Plataforma tiveram um melhor controle tecnológico do concreto,
atingindo valores de resistência superiores comparados à outras estruturas como, por exemplo,
a Escadaria 1 e a Oficina. Cabe ressaltar aqui que o corpo de prova CP 11 apresentava um
nicho de concretagem, por esta razão, observa-se sua resistência em descompasso com a
resistência dos corpos de prova 10 e 17. Neste ponto observa-se, a partir da Tabela 8, que a
análise de porosidade e de reconstituição de traço executados na Escadaria 1, através dos
corpos de prova 20 e 21, levam a concluir que um baixo consumo de cimento leva a maior
porosidade capilar, corroborando para o baixo valor de resistência à compressão dos corpos
de prova desta estrutura.
Ainda tratando sobre o controle tecnológico, destaca-se o desempenho do corpo de prova CP
32 que é proveniente de uma estrutura presente em zona de variação de maré. Neste caso,
mesmo sendo um local de difícil acesso para execução de serviços de concretagem, sua
resistência atingiu valores superiores aos obtidos para estruturas de melhor acessibilidade para
a execução de serviços de concretagem, como por exemplo, a Escadaria 1 e a Oficina. Aqui,
em contrapartida ao que foi observado na Escadaria 1, o maior consumo de cimento, através
da análise do corpo de prova 31, remetem a uma menor porosidade capilar e,
consequentemente, a uma maior resistência à compressão em comparação às resistências
obtidas dos corpos de prova provenientes da Escadaria 1.
148

O corpo de prova CP 33 proveniente do Patamar apresentou um dos menores valores de


resistência à compressão. Tal fato demonstra que esta, possivelmente, foi uma estrutura de
cunho provisório para sustentação de fôrmas para a construção da estrutura da plataforma,
onde não foi realizado um controle tecnológico rigoroso durante a manufatura do concreto.

6.3.2 Absorção de água por capilaridade

Para o ensaio de absorção de água por capilaridade foram ensaiados os corpos de prova 2, 3,
9, 15, 22, 28, 32, 33 conforme prescreve a norma NBR 9779 (2012), onde, neste caso, a massa
dos corpos de prova foi determinada a intervalos de tempo estabelecidos pela referida norma.
A Tabela 8 apresenta os resultados obtidos quanto à absorção de água por capilaridade, em
gramas por centímetro quadrado, calculada a partir destes corpos de prova, assim como, a
Figura 103 apresenta os dados referentes à evolução da absorção de água por capilaridade.
Cabe ressaltar que os corpos de prova ensaiados foram escolhidos tendo em vista buscar
analisar todas as estruturas que são objeto de estudo nesta Tese.

1,60
Absorção de água por capilaridade

1,40 CP 33
y = 0,1981ln(x) + 0,1053
R² = 0,9929 CP 28
1,20 y = 0,3224ln(x) + 0,0638
R² = 0,9913 CP 22
1,00
CP 32
(g/cm²)

0,80 CP 2

0,60 CP 9
CP 3
0,40 y = 0,1042ln(x) + 0,0479 CP 15
R² = 0,9939
0,20 Logaritmo (CP 28)
Logaritmo (CP 3)
0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 Logaritmo (CP 15)
Horário (h)

Figura 103: Evolução da absorção de água por capilaridade de corpos de prova de diferentes
estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos.
149

Observa-se uma diferença significativa entre os valores de absorção de água por capilaridade
obtidos para os corpos de prova 9 e 15, pertencentes à mesma estrutura, onde o segundo
apresentou valores de absorção de água por capilaridade superiores em relação ao primeiro
para todos os horários de ensaio. Tal fato, leva a considerar que durante os ciclos de
molhagem, como o corpo de prova 15 absorve maior quantidade de água a partir de sua
superfície, maior será a quantidade de cloretos que penetra o concreto e, consequentemente,
maiores serão as concentrações de cloretos observadas em seu perfil em comparação ao corpo
de prova 9, mesmo ambos estando presentes na mesma zona de agressividade marinha e,
sendo pertencentes à mesma estrutura.
Observa-se ainda, a partir dos dados obtidos e apresentados na Tabela 8 e na Figura 103, que
a absorção capilar dos corpos de prova aumenta, progressivamente para todos os casos, a
medida que o tempo em que os corpos de prova permanecem parcialmente submersos no
ensaio aumenta, seguindo uma função logarítmica, conforme exemplificado nos corpos de
prova 3, 15 e 28. Embora esta tendência de equação se mantenha para todos os casos, não é
possível observar uma tendência de comportamento segundo a zona de agressividade nas
quais as estruturas se encontram, uma vez que os concretos utilizados na execução das
estruturas apresentam diferenças quanto às suas características como, por exemplo, em
relação a sua porosidade e consumo de cimento. Tal fato pode ser observado a partir, por
exemplo, dos corpos de prova 32 e 15, pertencentes à estrutura da Piscina
(predominantemente em zona de variação de maré) e da Plataforma (predominantemente em
zona de atmosfera marinha), e 2 e 22, pertencentes à estrutura da Escadaria 2
(predominantemente em zona de respingos) e Escadaria 1 (predominantemente em zona de
atmosfera marinha), onde tratam-se de estruturas presentes em distintas zonas de
agressividade marinha, porém que apresentaram valores de absorção de água por capilaridade
próximos, ou até coincidentes, entre si.
Em outras palavras, sob esta perspectiva, é possível pontuar que a capacidade de absorver
água por capilaridade, durante ciclos de molhagem, é dependente das propriedades do
concreto e independente da zona de agressividade marinha, uma vez que, mesmo estando em
diferentes zonas de agressividade marinha, os valores de absorção de água por capilaridade
foram semelhantes/coincidentes entre os pares de corpos de prova supracitados.
150

6.3.3 Porosimetria por intrusão de mercúrio

Para a análise de porosimetria por intrusão de mercúrio foram selecionadas partes dos corpos
de prova 18, 21 e 31. O resumo das propriedades analisadas é apresentado na Tabela 9, ao
passo que as Figuras 104 a 106 apresentam a determinação do Diâmetro Critico dos Poros
(Dcrit.), apresentado na Tabela 8, de cada corpo de prova e a ocorrência de diâmetros dos
poros, segundo a intrusão de mercúrio, é apresentada e comparada na Figura 108.

Figura 104: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 18.

Figura 105: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 21.


151

Figura 106: Determinação do Dcrit. do corpo de prova 31.

Figura 107: Comparativo da evolução do incremento de intrusão de mercúrio versus o


diâmetro dos poros dos corpos de prova 18, 21 e 31.

Em uma análise, a partir da Tabela 8 e das Figuras 104 a 107, é possível observar que a
amostra tomada do corpo de prova 31 apresentou a maior porosidade total em comparação aos
demais corpos de prova e, a partir dos gráficos apresentados, observa-se que a maior parte dos
poros deste corpo de prova encontra-se na faixa de 0,1 a 0,01 μm, sendo que a maior parcela
apresenta diâmetro menor em relação ao Diâmetro Critico de Poros deste corpo de prova. O
corpo de prova 21, por sua vez, apresenta poros com maior diâmetro, entre 10 e 1 μm, e o
corpo de prova 18 apresenta uma distribuição de poros sem que haja uma faixa de diâmetro de
152

grande destaque em comparação com os demais, entretanto, em ambos, a maior parcela dos
poros observados apresenta diâmetro maior em relação ao Diâmetro Critico de Poros
determinado em cada um. Desta forma, fazendo uma análise a partir do percentual de volume
acumulado de poros mais interligados em relação ao volume total de poros é possível concluir
que o corpo de prova 31 apresenta uma estrutura de poros mais refinada em relação aos
corpos de prova 18 e 21, dificultando assim, a mobilidade de cloretos no interior do concreto.
Segundo Meng (1994) poros com diâmetros superiores a 0,1 μm contribuem para o transporte
de massa através de mecanismos de permeabilidade, capilaridade e difusão, ao passo que,
poros menores influem apenas no processo de difusão iônica. Assim, segundo os dados
obtidos, o corpo de prova 31 apresenta a maior porosidade percentual com uma grande
ocorrência de poros com diâmetros inferiores a 0,1 μm contribuindo, portanto, para o ingresso
de cloretos através do mecanismo de difusão. Tal fato, aliado a evidencia de uma estrutura de
poros com o menor valor percentual de volume acumulado de poros mais interligados em
relação ao volume total de poros, auxiliam a explicar a forma do perfil de concentração de
cloretos obtido, com pouca variação de concentração à medida que a profundidade no
concreto aumenta, não sendo bem definidas as zonas de convecção e difusão e o pico no
perfil.
Em análise do corpo de prova 21, que advém de uma estrutura presente em zona de atmosfera
marinha, observa-se uma maior ocorrência de poros com diâmetro superior a 1µm. Neste
ponto, embora este corpo de prova apresente o menor Diâmetro Critico de Poros, sua relação
entre o volume acumulado de poros mais interligados em relação ao volume total de poros,
conduz a maior relação percentual entre os corpos de prova analisados, indicando que não há
um refinamento da estrutura de poros em comparação com os demais. Tais fatos vêm de
encontro ao baixo consumo de cimento evidenciado nesta estrutura e as baixas resistências
observadas no ensaio de compressão. Além disso, observando a concentração de cloretos no
pico dos corpos de prova 20 e 24 provenientes da mesma estrutura, é possível observar um
elevado valor com uma grande evolução desde a superfície até o final da zona de convecção,
mesmo estando em uma zona de atmosfera marinha.
Outro ponto que deve ser ressaltado trata que o corpo de 21 apresenta poros com diâmetro
superior a 0,1 μm, favorecendo a existência dos mecanismos de absorção capilar e difusão em
concordância com Meng (1994) e, por conta disso, observa-se um comportamento bem
delimitado entre a zona de convecção e de difusão nos perfis evidenciados dos corpos de
prova da mesma estrutura.
153

O corpo de prova 18 apresentou a menor porosidade total não sendo observada a ocorrência
de poros dentro de uma faixa de diâmetros notável conforme foi observado para os corpos de
prova 21 e 31. Neste ponto, a menor concentração de cloretos analisada nos picos dos perfis,
tanto à sua esquerda quanto à sua direita, foi verificada, evidenciando a influência da
porosidade neste contexto e concordando com a literatura pesquisada como, por exemplo,
Castro, De Rincón e Pazini (2001) e Meira et al. (2008 e 2010).

6.3.4 Reconstituição de traço do concreto

Para a realização do ensaio de reconstituição de traço foram analisadas as partes


remanescentes dos corpos de prova 8, 20 e 31. Neste sentido, a Tabela 8 apresenta os
parâmetros obtidos para cada corpo de prova.
É possível observar através dos dados da Tabela 8 que há uma variação significativa quanto
aos concretos utilizados para a execução de estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos, onde é
possível notar que há significativa variação no consumo médio de cimento e no traço do
concreto das estruturas analisadas, corroborando assim, com os diferentes valores de
resistência à compressão obtidos e apresentados anteriormente. Neste ponto, a estrutura da
Escadaria 1 apresenta o menor consumo médio de cimento entre as estruturas analisadas e,
consequentemente, uma elevada porosidade capilar, em concordância com os valores de
resistências à compressão observadas através dos corpos de prova 19 e 23. Além disso, outro
aspecto deve ser considerado com relação à Escadaria 1 é o baixo consumo de cimento aliado
à ocorrência de poros com diâmetro da ordem de 1µm e o maior percentual de poros
interconectados. A atuação destes fatores contribui com a grande profundidade e com a alta
concentração de cloretos observada no pico do corpo de prova 20. Neste caso, o baixo
consumo de cimento não leva à expressivas fixações de cloretos nas regiões mais próximas à
superfície, facilitando a mobilidade dos mesmos no concreto. Este fato aliado à porosidade
acaba permitindo que estes cloretos, livres para se movimentar, atinjam maiores
profundidades no concreto, contribuindo assim, para que elevadas concentrações fossem
evidenciadas na zona de convecção.
Em análise junto ao corpo de prova 31 observa-se um elevado consumo médio de cimento,
remetendo a uma menor porosidade capilar e, consequentemente, maior resistência à
compressão. O consumo de cimento observado aliado a ocorrência de poros com diâmetro
inferior a 0,1µm, favorecendo o mecanismo de difusão de cloretos, auxiliam a explicar um
154

perfil de concentração de cloretos que apresente pouca variação nas concentrações de cloreto
à medida que a profundidade em relação à superfície aumente.
Cabe ressaltar que em pesquisa ao acervo de projetos da Fundação Fernando Lee, não foram
encontrados documentos ou informações a respeito dos possíveis tipos de cimento e adições
que foram utilizados na época de execução das estruturas. Desta forma, uma análise
pormenorizada acerca dos efeitos das fases aluminato do cimento e de adições utilizadas não
pode ser realizada nesta Tese.

6.4 Perfis de concentração de cloretos

Nos subcapítulos que seguem são apresentadas as análises pertinentes aos perfis de
concentração de cloretos, obtidos a partir de corpos de prova tomados de estruturas presentes
predominantemente em diferentes zonas de agressividade marinha, pertencentes à Ilha dos
Arvoredos – Guarujá/SP. Neste sentido, o Apêndice A deste trabalho apresenta as fichas
cadastrais para cada corpo de prova analisado contendo:

 Sua identificação;
 A estrutura de origem;
 A zona de agressividade onde a estrutura se encontra;
 Uma imagem com a localização do ponto de tomada do corpo de prova;
 Uma tabela com os valores obtidos acerca da concentração de cloretos, em relação à
massa de concreto, para cada profundidade analisada e;
 Um gráfico apresentando o perfil de concentração de cloretos para cada respectivo
corpo de prova.

Foram analisados os corpos de prova 1, 8, 10, 11, 12, 17, 18, 20, 24, 25, 27, 29, 30, 31, 36, 37
e 38. Neste sentido, conforme apresentado anteriormente, os corpos de prova 30 e 31, são
provenientes de uma estrutura presente predominantemente em zona de variação de maré, ao
passo que os corpos de prova 1, 36 e 37 pertencem à estruturas localizadas
predominantemente em zona de respingos e os demais corpos de prova pertencem à estruturas
predominantemente em zona de atmosfera marinha.
O Apêndice A apresenta ainda os modelos ajustados aos dados, considerando a idade de 50 e
100 anos, obtidos a partir da solução da Segunda Lei de Fick e através da Equação de
Holliday, utilizando o software de tratamento estatístico Minitab 16. No caso das análises a
155

partir da Solução da Segunda Lei de Fick, o eixo das concentrações foi deslocado para a
posição do pico, sendo ajustados os valores da concentração superficial e do coeficiente de
difusão a partir do eixo deslocado.
Cabe ainda uma consideração acerca da técnica de Espectroscopia de Fluorescência de Raios-
X na determinação da concentração de cloretos em amostras de concreto. Esta trata-se de uma
técnica que não envolve a digestão química da amostra em pó e que permite a análise
simultânea de até 10 amostras, em um tempo estimado de 15 minutos com o equipamento
utilizado nesta Tese. Todavia, a calibração do equipamento se faz uma etapa importante antes
do início dos ensaios para a determinação da concentração de cloretos em amostras de
concreto.

6.4.1 Perfis de concentração de cloretos por zona de agressividade marinha

Tomando como base o limite normativo prescrito para desencadear o processo corrosivo das
armaduras igual a 0,05% em relação à massa de concreto, segundo o Comité Euro-
Internacional du Béton em seu Bulletin nº 183 (1992), apresentado na Tabela 1, é possível
inferir que todas as estruturas, independentemente da zona de agressividade no qual se
encontram, apresentaram concentrações com valor superior ao limite descrito para
profundidades de análise (5 centímetros). Tal fato vem de encontro ao severo estado de
degradação das estruturas construídas na Ilha dos Arvoredos por conta da corrosão das
armaduras, demonstrando assim a agressividade do ambiente marinho nas diferentes zonas
nas quais as estruturas podem estar presentes.
Através de uma análise dos perfis de concentração de cloretos, apresentados no Apêndice A, é
possível observar que as maiores concentrações foram observadas em corpos de prova
presentes predominantemente em zonas de variação de maré e respingo. Neste aspecto, os
corpos de prova 36 e 37, provenientes do Patamar, ganham destaque, uma vez que
concentrações de cloreto superiores a 1,5% em relação à massa de concreto foram observadas
em ambos. Neste ponto, deve ser feita uma ressalva quanto as estruturas do Patamar e da
Escadaria 2, uma vez que as fissuras e vazios observadas no concreto destas estruturas
contribui para que sejam observadas elevadas concentrações em seus perfis. Neste ponto, o
corpo de prova 1 (Escadaria 2) apresenta concentrações de cloretos, entre 2 e 3 centímetros de
profundidade, superiores ao que era esperado, possivelmente por conta de fissuras verticais,
fazendo com que cloretos depositados na face superior da estrutura penetrem o concreto e
acabem por interferir no comportamento do perfil.
156

A Figura 108 apresenta os perfis de concentração de cloretos obtidos para as estruturas


presentes predominantemente em zona de variação de maré e respingos, onde observa-se que
a concentração critica de cloretos (Ccl Critica) supera o valor descrito pelo CEB-FIB nº 183
(1992) mesmo para profundidades de até 5 centímetros.

2,00
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,80
1,60
1,40 CP 30
1,20
CP 31
1,00
Cp 36
0,80
CP 37
0,60
0,40 CP 1

0,20 Ccl Critica


0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura 108: Perfis de concentração de cloretos das estruturas presentes predominantemente


em zona de variação de maré (CP 30 e 31) e em zona predominantemente de respingos (CP 1,
36 e 37).

Observa-se, nos corpos de prova tomados de estruturas presentes predominantemente em zona


de variação de maré e respingos, um comportamento bem delimitado quanto à profundidade
da zona de convecção, ou seja, uma clara identificação da profundidade e da concentração de
cloretos no pico. Neste contexto, com exceção do corpo de prova 31 onde não é possível
observar a presença de um pico, nota-se que, em linhas gerais, a profundidade de máxima
concentração de cloretos se deu próxima ao primeiro centímetro.
Outro ponto relevante observado nos corpos de prova presentes predominantemente em zona
de respingos e em zona de variação de maré trata que, até o pico a concentração os corpos de
prova da estrutura do Patamar apresentaram os maiores valores em relação aos corpos de
prova oriundos da Piscina. A explicação para tal comportamento pode estar relacionada à
posição destas estruturas em relação à variação do regime da maré. Em outras palavras, a
estrutura do Patamar está mais próxima ao nível alcançado pela maré alta. Neste caso, os
efeitos de secagem, durante os ciclos de molhagem e secagem, podem ser mais acentuados,
157

uma vez que esta estrutura terá maior período de secagem em relação à estrutura da Piscina.
Assim, como a absorção de água é um fenômeno que ocorre a taxas rápidas e a secagem é um
processo mais lento em comparação à absorção (Arya, Vassie & Bioubakhsh, 2014), justifica-
se que os ciclos de molhagem e secagem sejam mais acentuados para estruturas próximas ao
limite alcançado pela maré alta, como no caso do Patamar e, por conta disso, altas
concentrações de cloretos, principalmente nas camadas mais próximas à superfície, sejam
verificadas. Desta forma, é possível concluir que estruturas mais próximas ao nível máximo
alcançado pela maré estão sujeitas a um maior ingresso de cloretos frente às estruturas
presentes em uma cota inferior.
Em se tratando de estruturas presentes predominantemente em zona de atmosfera marinha
temos a Plataforma, a Escadaria 1 e a Oficina, sendo que foram observadas diferentes
concentrações de cloretos a partir dos perfis obtidos para os corpos de prova tomados de cada
uma destas estruturas. Neste caso, em primeiro lugar, cabe ressaltar que a estrutura da
Plataforma apresenta camadas de revestimento em sua superfície (pintura). Estas camadas de
revestimento acabam restringindo a deposição de cloretos diretamente sobre a superfície do
concreto da mesma e afetam os ciclos de molhagem e secagem, razão pela qual observa-se, de
maneira geral, uma menor concentração de cloretos em seus perfis em relação à outros perfis
de estruturas presentes predominantemente em zona de atmosfera marinha. Desta forma, é
possível concluir que a adoção de camadas de pintura, sobre a superfície de estruturas de
concreto, contribui para restringir a penetração de cloretos para o interior do concreto.
Medeiros (2008) apresenta, em sua Tese de Doutorado, os efeitos de diferentes proteções
superficiais na penetração de cloretos em estruturas de concreto, onde a adoção de camadas de
revestimento, de fato, reduz o ingresso de cloretos no concreto, porém não evitam
completamente sua entrada.
Além disso, segundo os perfis obtidos na estrutura da Plataforma é possível identificar a
presença de zonas de atmosfera marinha com níveis distintos de agressividade devido ao
aerossol marinho. Neste ponto, o corpo de prova 38 tomado da parte superior desta estrutura
apresentou as menores concentrações de cloretos em relação à corpos de prova provenientes
dos pilares da Plataforma. Tal fato indica que seu ponto recebe uma menor deposição de
cloretos do aerossol marinho, em concordância com a literatura sobre os efeitos altimétricos.
Continuando nesta análise, as concentrações observadas em corpos de prova presentes nos
pilares da Plataforma mostram, segundo os corpos de prova 10 e 18 (face direita dos pilares 1
e 3), que há maior deposição de cloretos nas faces à direita dos pilares, demonstrando que a
158

maior contribuição do aerossol marinho é direcionado às faces à direita desta estrutura. Neste
ponto, cabe ressaltar que as análises, em alguns corpos de prova da Plataforma, foram feita a
partir de suas faces direita e esquerda. Neste sentido, as referências “direita” e “esquerda” nos
corpos de prova estão relacionadas a quem olha a plataforma a partir do mar (Figura 109).
Cabe ressaltar que no pilar 2 as análises foram feitas à direita, pois a estrutura não foi
transpassada no ato de extração de corpos de prova.

Figura 109: Representação das faces direita e esquerda dos pilares da Plataforma.

Em análise a partir dos corpos de prova 8 e 17, tomados dos pilares 1 e 3 respectivamente,
foram observados perfis de concentração de cloretos menores em relação aos corpos de prova
10 e 18 tomados respectivamente dos mesmos pilares porém a uma cota superior,
demonstrando haver dois distintos níveis de agressividade. Neste ponto, é possível inferir que
devido às formações rochosas e elementos estruturais presentes nas proximidades do ponto de
coleta dos corpos de prova 8 e 17, estes se encontram em zona de atmosfera marinha, porém
protegida por estes obstáculos ao aerossol marinho e, por esta razão, as concentrações
evidenciadas em seus perfis são menores em relação à corpos de prova obtidos em uma cota
superior.
Ainda neste tocante, o corpo de prova 12 foi tomado em uma cota superior ao corpo de prova
10 e 18, uma vez que a formação rochosa onde o pilar 2 foi construído permitiu acesso para
extração deste corpo de prova. Neste caso, observa-se que seu perfil apresenta concentrações
um pouco menores em relações em relação aos corpos de prova 10 e 18 (face esquerda),
demonstrando que a partir de sua cota a deposição de cloretos proveniente do aerossol
159

marinho é menor, caracterizando assim, uma zona de atmosfera marinha de menor


agressividade em relação à região de onde foram tomados os corpos de prova 10 e 18. Assim,
mediante o exposto, é possível concluir que na estrutura da Plataforma existem diferentes
níveis de agressividade para a zona de atmosfera marinha, conforme demonstrado na Figura
110, onde é possível elencar uma região de menor agressividade, encontrada em cotas mais
altas que compreende a partir do corpo de prova 12; uma região de maior agressividade, que
compreende os corpos de prova 10, 11 e 18 e uma região agressiva, porém protegida,
compreendendo os corpos de prova 8 e 17.

Figura 110: Níveis de agressividade em zona de atmosfera marinha segundo perfis obtidos na
estrutura da Plataforma.

A Figura 111 apresenta uma consolidação dos perfis de concentração de cloretos obtidos para
a estrutura da Plataforma com vistas a suportar as análises supracitadas, onde observamos que
acima de uma concentração de 0,3%, têm-se o predomínio dos corpos de prova presentes em
zona de atmosfera marinha de maior agressividade. Além disso, observa-se que a
concentração critica de cloretos (Ccl Critica) supera o valor descrito pelo CEB-FIB nº 183
(1992) mesmo para profundidades de até 5 centímetros.
160

0,80

Concentração de cloretos (%, concreto)


0,70
CP 8 esq

0,60 CP 8 dir
CP 10 esq
0,50 CP 10 dir
CP 11
0,40
CP 12

0,30 CP 17 esq
CP 17 dir
0,20 CP 18 esq
CP 18 dir
0,10
CP 38
0,00 Ccl Critica
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura 111: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da Plataforma.

Fazendo uma análise a partir dos perfis apresentados por ambos os lados dos corpos de prova
8 e 17, é possível observar que os valores encontrados para as concentrações de cloretos
foram próximos em todos os pontos até a profundidade de análise (50 mm), sendo que estes
corpos de prova estão localizados em zona predominantemente de atmosfera marinha, porém
protegidos por conta das formações rochosas e elementos estruturais localizadas ao redor
destes.
Tal comportamento mostra a existência de uma tendência do perfil de concentração de
cloretos apresentar, para uma determinada profundidade a partir da superfície do concreto,
seja à esquerda ou à direita, um valor igual ou muito próximo quanto à concentração de
cloretos, conforme representado na Figura 112, ou seja, se a presença de obstáculos acaba por
atenuar a deposição de cloretos, presentes no aerossol marinho, sobre as estruturas de
concreto de espessura finita, há uma tendência do perfil de concentração de cloretos
apresentar valores próximos, independentemente se a análise é feita à direita ou esquerda da
estrutura.
161

Figura 112: Exemplo de representação da análise do perfil de cloretos à direita e à esquerda


do corpo de prova 8.

A Oficina está localizada sobre uma formação rochosa onde há uma forte colisão de ondas no
caso de fortes agitações do mar, assim, embora esteja em zona predominantemente de
atmosfera marinha, os respingos das ondas provenientes desta colisão acabam por atingir
diretamente a superfície. Desta forma, a grande disponibilidade de oxigênio aliada aos
cloretos depositados na superfície do concreto seja pelo aerossol marinho, seja pelos
respingos das ondas, torna esta uma região de elevada agressividade às estruturas de concreto,
onde um severo estado de degradação e colapsos parciais de estruturas foi observado,
conforme apresentado no Capítulo 2.
A Figura 113 apresenta os perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova 25, 27 e 29,
onde novamente observam-se concentrações superiores à concentração crítica (Ccl critica)
prescrita pelo CEB-FIB nº 183 (1992). Cabe ressaltar que em análise visual do corpo de prova
29, antes da realização da moagem, uma grande quantidade de poros foi observada conforme
indicado na Figura 114, o que acaba auxiliando a explicar as elevadas concentrações
observadas em seu perfil. Além disso, embora não tenham sido feitos ensaios no mesmo,
observou-se também um leve esfarelamento do corpo de prova ao manuseá-lo, possivelmente
indicando um baixo consumo de cimento.
162

1,60

Concentração de cloretos (%, concreto)


1,40

1,20

1,00
CP 25
0,80
CP 27
0,60
CP 29
0,40 Ccl critica
0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura 113: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da Oficina.

Figura 114: Exemplo de indicação de poros no corpo de prova 29.

Em primeiro lugar, as faces da estrutura da Oficina, de onde foram tomados os corpos de


prova 25 e 27, e do pilar da escada de acesso à Oficina, de onde foi tomado o corpo de prova
29, estão alinhadas junto à direção predominante dos ventos. Desta forma, estes corpos de
prova foram tomados de uma zona predominantemente de atmosfera marinha de forte
agressividade, onde não há proteção frente ao aerossol marinho. Este fato, aliado aos
respingos das ondas que podem atingir os pontos de extração de corpos de prova durante forte
agitação do mar, propiciam que grandes quantidades de cloretos sejam passíveis de ser
depositados sobre a superfície destas faces, fazendo com que elevadas concentrações sejam
163

observadas nos perfis. A Figura 115 apresenta o posicionamento da estrutura da Oficina em


relação à direção dos ventos predominantes.

Figura 115: Posicionamento da estrutura da Oficina em relação aos ventos predominantes.

Em análise a partir dos perfis dos corpos de prova 25, 27 e 29, observa-se que como o corpo
de prova 25 foi obtido a uma cota inferior ao corpo de prova 27, da ordem de 0,5 metro, as
concentrações observadas em seu perfil são superiores, principalmente na zona de difusão.
Tal fato indica que no caso do corpo de prova 25, possivelmente, os respingos das ondas
atingem a região de coleta deste corpo de prova com maior frequência e por conta disso,
maiores são as concentrações evidenciadas. Além disso, é possível observar ainda que na zona
de convecção o comportamento entre estes corpos de prova se mostrou semelhante, sendo que
a profundidade e a concentração no pico apresentaram valores próximos.
Com relação ao corpo de prova 29, embora este esteja a uma cota superior em relação aos
corpos de prova 25 e 27, observa-se que o mesmo apresentou uma concentração de cloretos e
uma profundidade no pico superior em relação aos corpos de prova 25 e 27. Esta maior
profundidade observada no corpo de prova 29 indica tratar-se, de fato, de um concreto com
maior porosidade, em consonância com a literatura apresentada em Castro, De Rincón &
Pazini (2001).
No caso da Escadaria 1, estrutura presente em zona de atmosfera marinha, foram tomados os
corpos de prova 20 e 24. A Figura 116 apresenta os perfis de concentração de cloretos destes
164

corpos de prova. Novamente, observa-se uma concentração de cloretos superior ao limite


descrito como concentração critica (Ccl critica) pelo CEB-FIB nº 183 (1992).

1,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,00

0,80
CP 20
0,60
CP 24
0,40 Ccl critica

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura 116: Perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova da estrutura da Escadaria
1.

Para a análise dos perfis de concentração de cloretos dos corpos de prova 20 e 24, deve-se
levar em consideração as propriedades materiais determinadas por ensaios porosimetria por
intrusão de mercúrio e reconstituição de traço apresentados na Tabela 8. Neste ponto, o baixo
consumo de cimento, aliado a uma maior ocorrência de poros com diâmetro superior ao
Diâmetro Critico e sua elevada relação entre o volume acumulado de poros mais interligados
em relação ao volume total de poros, conduz às elevadas concentrações de cloretos
observadas nos perfis com uma significativa profundidade no pico de concentração de
cloretos.
A primeira questão que trata da análise dos corpos de prova 20 e 24 tange o consumo de
cimento do concreto utilizado nestas estruturas. Neste caso, um consumo de cimento médio da
ordem de 130 kg/m³ foi verificado, mostrando que trata-se de um concreto com baixo
consumo de cimento que, consequentemente, permite a movimentação de cloretos livres de
forma mais fácil através da rede de poros, uma vez que há pouca fixação química dos
mesmos. Além disso, o baixo consumo de cimento remete a uma maior porosidade capilar,
em concordância com os resultados de porosimetria por intrusão de mercúrio e resistência à
compressão de corpos de prova desta estrutura apresentados na Tabela 8. Tal fato contribui
para explicar, por exemplo, o motivo pelo qual a zona de convecção do corpo de prova 20 se
165

estende até uma profundidade da ordem de 20 mm. Além disso, em se tratando dos resultados
de porosimetria por intrusão de mercúrio, o maior volume acumulado de poros mais
interligados em relação ao volume total de poros, corrobora com a fácil mobilidade dos
cloretos no concreto desta estrutura.
No caso da Escadaria 1, embora esta estrutura não esteja presente na região de maior
incidência de ondas e nem alinhada com a direção predominante dos ventos, as características
do concreto utilizado em sua para sua execução oferecem pouca resistência ao movimento de
cloretos em seu interior. Além disso, os degraus da Escadaria 1 protegem os pontos de
extração dos corpos de prova 20 e 24 dos efeitos de lavagem da superfície por conta das
chuvas, fazendo com que os cloretos presentes no aerossol marinho depositados sobre a
superfície de concreto participem do processo de ingresso através da rede de poros. Este
fatores acabam por justificar, o estado de degradação observado na mesma e abordado no
Capítulo 2.

6.4.2 Profundidade de ocorrência de picos de concentração de cloretos

A Figura 117 apresenta a profundidade de ocorrência dos picos de concentração de cloretos


obtidos nas diferentes zonas de agressividade marinha.

2,00
Concentração de cloretos no pico (%,

1,80
1,60
1,40
concreto)

1,20
Pintura na estrutura
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Profundidade dos picos (cm)
Atmosfera respingos variação de maré

Figura 117: Profundidade dos picos de concentração de cloretos segundo as zonas de


agressividade marinha.
166

Com relação à profundidade do pico de concentração a Figura 117 apresenta os picos de


máxima concentração de cloretos e a sua profundidade em cada zona de agressividade
marinha, onde é possível observar que os maiores picos de concentração são evidenciados nos
perfis de corpos de prova presentes em zona predominantemente de respingos, nas
proximidades da maré alta (corpos de prova 36 e 37), demonstrando que está é, de fato, uma
das zonas mais agressivas às estruturas de concreto. Além disso, observa-se que os picos de
máxima concentração estão localizados, principalmente, no primeiro centímetro de
profundidade (região pontilhada), contendo pontos em todas as zonas de agressividade
marinha.
Além disso, outro ponto importante no comportamento observado a partir dos picos trata da
presença de pintura nas estruturas. Neste caso, estruturas que receberam pintura em sua
superfície apresentaram picos com profundidades variáveis, desde 5 a 24 milímetros,
entretanto, a concentração de cloretos evidenciada nos perfis foi inferior em relação às
estruturas que não apresentam pintura em sua superfície, demonstrando assim, os efeitos de
camadas de revestimento nos perfis de concentração de cloretos.

6.4.3 Modelagem de perfis de concentração de cloretos pela solução da Segunda Lei de


Fick e Equação de Holliday

Para a análise utilizando a solução da Segunda Lei de Fick é necessário deslocar o eixo das
concentrações para o pico dos perfis. Após, o coeficiente de difusão e a concentração
superficial, com eixo deslocado, são ajustados de modo a minimizar o erro atraves do métdo
dos mínimos quadrados. Neste ponto cabe ressaltar que estas análises foram conduzidas
admitindo a idade das estruturas como sendo igual a 50 anos. A Tabela 9 apresenta os valores
dos coeficientes de difusão aparentes (Dapp) e a concentração superficial com eixo deslocado
(Cs) obtidos para cada corpo de prova e, o Apêndice A, traz os gráficos comparativos entre os
dados obtidos em campo e os dados modelados a partir do ajuste pela solução da Segunda Lei
de Fick. Cabe ressaltar que o corpo de prova 31 não apresentou perfil com pico. Desta forma,
a modelagem foi conduzida sem deslocar o eixo das concentrações.
167

Tabela 9: Coeficientes de difusão aparentes (Dapp) e concentração superficial (Cs) calculados


para os corpos de prova.
Corpo de prova Estrutura Cs (%, Dapp Zona de agressividade
concreto) (cm²/seg) marinha predominante
1 Escadaria 2 1,03 2,40E-09 Respingos
8 (face esquerda) Plataforma 0,29 2,10E-08 Atmosfera marinha
8 (face direita) Plataforma 0,29 2,10E-08 Atmosfera marinha
10 (face esquerda) Plataforma 0,33 3,50E-08 Atmosfera marinha
10 (face direita) Plataforma 0,68 3,80E-08 Atmosfera marinha
11 Plataforma 0,38 4,50E-09 Atmosfera marinha
12 Plataforma 0,12 1,30E-08 Atmosfera marinha
17 (face esquerda) Plataforma 0,16 9,00E-09 Atmosfera marinha
17 (face direita) Plataforma 0,16 1,90E-08 Atmosfera marinha
18 (face esquerda) Plataforma 0,22 5,00E-09 Atmosfera marinha
18 (face direita) Plataforma 0,48 5,80E-09 Atmosfera marinha
20 Escadaria 1 0,47 7,00E-10 Atmosfera marinha
24 Escadaria 1 1,05 9,80E-10 Atmosfera marinha
25 Oficina 0,80 4,00E-09 Atmosfera marinha
27 Oficina 0,72 3,30E-09 Atmosfera marinha
29 Oficina 1,41 3,40E-09 Atmosfera marinha
30 Piscina 1,03 3,30E-09 Variação de maré
31 Piscina 0,74 7,50E-07 Variação de maré
36 Patamar 1,66 1,70E-09 Respingos
37 Patamar 1,87 3,80E-09 Respingos
38 Plataforma 0,21 1,00E-08 Atmosfera marinha

Em uma análise acerca dos coeficientes de difusão é possível notar alguns pontos importantes.
Tomando, a título de exemplo, os corpos de prova 8, 10, 17 e 18, em suas faces direita e
esquerda, é possível ressaltar que quando a ordem de grandeza do coeficiente de difusão
aparente apresentado é semelhante. Além disso, no caso dos corpos de prova 8 e 17, é
possível observar, a partir dos perfis apresentados no Apêndice A, que os perfis de suas faces
direitas com as faces esquerdas são semelhantes, incluindo a concentração máxima no pico.
Tais fatos, reforçam a afirmativa sobre a uma tendência do perfil de concentração de cloretos
168

apresentar concentrações semelhantes, seja a análise feita a esquerda ou a direita em


estruturas de espessura finita em zona predominantemente de atmosfera marinha protegida.
Outro ponto importante trata da ordem de grandeza dos coeficientes de difusão e sua relação
com a zona de agressividade marinha. Neste caso, observa-se que as concentrações de
cloretos no pico variam entre as zonas de agressividade marinha, entretanto, a ordem de
grandeza do coeficiente de difusão é semelhante, por exemplo, comparando os corpos de
prova 1, 10 e 30 na Tabela 9, observa-se que os valores de concentração no pico diferem entre
os mesmos, entretanto, a ordem de grandeza do coeficiente de difusão é semelhante,
indicando que em zona de variação de maré e respingos a maior disponibilidade de cloretos
contribui para o aumento da concentração superficial.
A Figura 118 apresenta a modelagem a partir da solução da Segunda Lei de Fick para o corpo
de prova 30 (predominantemente em zona de variação de maré), admitindo para modelagem a
idade de 50 anos e 100 anos.

1,40
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos Eixo deslocado

Figura 118: Modelagem do corpo de prova 30 segundo a solução da Segunda Lei de Fick.

Conforme é possível observar na Figura 118, a curva obtida a partir da modelagem segundo a
solução da Segunda Lei de Fick, admitindo a idade das estruturas como sendo igual a 50 anos,
se ajusta aos dados reais, demonstrando que o procedimento de deslocamento do eixo das
concentrações para o pico permite que seja realizada a modelagem nos perfis na zona de
difusão. Neste ponto, a análise realizada admitindo um tempo igual a 100 anos sendo a
169

concentração no pico invariável, mostra um crescimento da concentração de cloretos para


todas as profundidades.
Além disso, outra análise conduzida trata da extrapolação para a superfície da concentração
de cloretos utilizando a solução da Segunda Lei de Fick. Neste ponto, a Figura 119 apresenta
esta extrapolação para o corpo de prova 30, onde observa-se que há uma diferença
significativa entre os dados reais e o modelo extrapolado para a superfície, tanto para 50
quanto para 100 anos. Tal fato demonstra, de fato, que a extrapolação do modelo dado a partir
da solução da Segunda Lei de Fick se mostra de fato equívoca, não representando os dados
obtidos na zona de convecção.

1,40
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos Eixo deslocado

Figura 119: Extrapolação equívoca da solução da Segunda Lei de Fick para a superfície do
concreto do corpo de prova 30.

Desta forma, buscando modelagens capazes de representar os perfis de concentração de


cloretos obtidos a partir dos corpos de prova analisados neste trabalho, contemplando tanto a
zona de convecção quanto a zona de difusão, foi realizada uma análise no software de
estatistica Minitab 16. Desta forma, os dados obtidos em campo, para a construção do perfil
de concentração de cloretos, foram aplicados a diversos modelos de regressão não linear no
referido software, onde observou-se que o modelo que melhor se ajustava aos dados foi dado
através da Equação de Holliday (“Holliday”) cuja função geral é dada segundo a Equação 19.
170

Os perfis de concentração de cloretos de cada corpo de prova foram aplicados à Equação de


Holliday, sendo possível definir valores e interpretar os coeficientes de cada equação
correspondente, permitindo assim, analisar os perfis de concentração de cloretos reais aos
perfis ajustados pela equação. Neste ponto, quanto à interpretação dos coeficientes T1, T2 e
T3, é possível inferir os corpos de prova apresentaram um comportamento similar quanto à
interpretação de suas variáveis, assim tem-se as seguintes interpretações:

 T1 => corresponde ao inverso do pico máximo de concentração de cloretos, ou seja, o


1
valor corresponde a máxima concentração de cloretos obtida ao final da zona de
𝑇1

convecção, em relação à massa de concreto (%);


 T2 => corresponde a um coeficiente relacionado à penetração de cloretos através da
rede de poros do concreto;
 T3 => corresponde a profundidade onde ocorre a máxima concentração de cloretos,
em relação a massa de concreto (cm).

A partir da interpretação dos coeficientes T1, T2 e T3, observa-se uma clara definição para
estes parâmetros. Um exemplo de análise, utilizando os dados do corpo de prova 30, através
da Equação de Holliday, com um intervalo de confiança de 95%, é apresentada na Figura 120,
onde observa-se o enquadramento dos dados ao modelo proposto, onde “y” corresponde à
concentração de cloretos (%, concreto) e “x” à profundidade (cm).

Fitted Line Plot


y = 1 / (0,958799 + 0,215164 * (x - 1,2) ^ 2)
1,2 Regression
95% CI
95% PI
1,0

0,8

0,6
y

0,4

0,2

0,0
0 1 2 3 4 5
x

Figura 120: Exemplo de análise a partir da Equação de Holliday para o corpo de prova 30.
171

Para verificar a correlação existente entre os dados reais, obtidos em campo, e os dados
modelados através da Equação de Holliday, foi realizada a determinação do Coeficiente de
Correlação r-Pearson conforme apresentado na Tabela 10. Neste sentido, é possível notar, a
partir dos coeficientes obtidos, que o valor dos coeficientes é superior, em sua grande maioria
a 0,75, indicando a existência de uma forte correlação entre os dados obtidos em campo e os
dados modelados pela Equação Holliday para todos os corpos de prova analisados.

Tabela 10: Coeficientes de Correlação r-Pearson obtidos entre os dados de campo e os dados
modelados através da Equação de Holliday.
Identificação do corpo de prova Coeficiente r-Pearson
1 0,763
8 (face direita) 0,784
8 (face esquerda) 0,791
10 (face direita) 0,575
10 (face esquerda) 0,807
11 0,875
12 0,761
17 (face direita) 0,847
17 (face esquerda) 0,956
18 (face direita) 0,775
18 (face esquerda) 0,926
20 0,929
24 0,921
25 0,824
27 0,899
29 0,962
30 0,985
31 0,441
36 0,959
37 0,950
38 0,600
172

Embora através da Equação de Holliday seja possível a construção de um perfil de


concentração de cloretos, levando em consideração os dados na zona de convecção e na zona
de difusão, o parâmetro tempo não é possível de ser inserido diretamente na referida Equação,
impossibilitando análises de vida útil no tempo. Desta forma, sabendo que o coeficiente T2
está relacionado à penetração de cloretos, o modelo de penetração da raiz quadrada no tempo
foi inserido neste termo com uma modificação por conta da variável T2 encontrar-se no
denominador da Equação de Holliday. Assim, em primeiro lugar, foi realizada uma análise
𝐾
utilizando T2 = ( 𝑡), porém ao analisar os modelos obtidos a partir da solução da Segunda Lei

de Fick e da Equação de Holliday para 100 anos, foi observada uma diferença entre os dados
obtidos, conforme apresentado na Figura 121 para o corpo de prova 30 (comparando as linhas
azul e amarela (100 anos) na Figura 121). Desta forma, uma nova equação para a variável T2
foi proposta conforme apresentado na Equação 19.
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Fick - 50 anos Fick - 100 anos Holliday - 50 anos
Holliday - 100 anos Dados reais eixo deslocado

Figura 121: Modelagem do corpo de prova 30 conforme a solução da Segunda Lei de Fick e
𝐾
segundo a Equação de Holliday para 50 e 100 anos utilizando T2 = ( 𝑡).

𝐾
𝑇2 = ( 𝑡)2 Equação 19

Onde:
K = coeficiente relacionado à penetração de cloretos;
t = tempo (s).
173

Consequentemente, a Equação de Holliday modificada para levar em conta a variável tempo


foi escrita segundo a Equação 20.

1
𝐶𝑐𝑙 (𝑥, 𝑡) = 𝑘2
Equação 20
𝑇1+( 𝑡 )∗(𝑥−𝑇3)2

Neste caso, o valor de K foi calculado de modo que o valor de T2 não fosse alterado na
análise original pelo Software Minitab 16 considerando para análise um tempo igual a 50
anos. Assim, a modelagem a partir da Equação de Holliday foi realizada nos dados, conforme
exemplificado na Figura 122 para o corpo de prova 30, onde é possível observar que a
modelagem a partir da Equação de Holliday se aproxima dos dados modelados a partir da
Solução da Segunda Lei de Fick, tanto considerando uma análise para 50, quanto para 100
anos na zona de difusão (comparando as linhas verde e vermelha (50 anos) e azul e amarela
(100 anos) na Figura 122). Esta mesma metodologia foi aplicada aos corpos de prova,
conforme apresentados no Apêndice A desta Tese, demonstrando ser possível a aplicação da
Equação de Holliday levando em consideração o tempo.

1,40
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura 122: Modelagem do corpo de prova 30 conforme a solução da Segunda Lei de Fick e
𝐾
segundo a Equação de Holliday para 50 e 100 anos utilizando T2 = ( 𝑡)2 .

174

Além disso, observa-se a partir da Figura 122 que os dados modelados a partir da zona de
convecção são passíveis de serem levados em consideração na análise a partir da Equação de
Holliday modificada para levar em consideração a variável tempo. Observa-se que a
extrapolação para a superfície do modelo baseado na solução da Segunda Lei de Fick não
representa os dados obtidos para o perfil, ao passo que o modelo proposto a partir da Equação
de Holliday é capaz de levar estes dados em consideração no modelo e ainda, na zona de
difusão, se aproximar do modelo proposto a partir da solução da Segunda Lei de Fick com
vistas a estimativas em tempos futuros. Todavia, deve ser ressaltado que as concentrações de
cloreto apresentam variação sazonal entre a superficie e o pico. Desta forma, a representação
a partir da Equação de Holliday entre a superfície e o pico não apresenta sentido prático.
Não obstante, uma análise simulando a utilização de um número menor de pontos foi
realizada no corpo de prova 30, sendo o resultado da modelagem apresentado na Figura 123,
onde observa-se, com base na equação obtida, que a mesma se aproxima da equação
apresentada na modelagem original, conforme mostrado na Figura 120. Tal constatação
remete que, mesmo utilizando um número menor de pontos é possível realizar a modelagem a
partir da Equação de Holliday. Isso tem uma aplicação prática, uma vez que diferentes
métodos de extração e coleta de amostras em campo é passível de ser aplicado a esta
metodologia.

Fitted Line Plot


y = 1 / (0,947072 + 0,186663 * (x - 1,02447) ^ 2)

1,2 Regression
95% CI
95% PI

1,0

0,8
y

0,6

0,4

0,2
0 1 2 3 4
x

Figura 123: Modelagem a partir da Equação de Holliday utilizando um menor número de


pontos de análise.
175

Deve ser ressaltado que este trata-se de um dos primeiros trabalhos que visam abordar a
Equação de Holliday na modelagem de perfis de concentração de cloretos, assim, maiores
estudos devem ser conduzidos nesta vertente, entretanto, os resultados obtidos e apresentados
aqui nesta Tese já demonstram a aplicabilidade desta modelagem para tal finalidade de forma
promissora.

6.5 Armaduras

A análise das armaduras por meio de micrografias constatou a presença de pites nas amostras
distribuídos ao longo de todo o seu comprimento, conforme observado na Figura 124, onde é
possível notar que os pites se caracterizam por pontos definidos na superfície metálica que
vão se aprofundando, a medida que o processo de corrosão avança, levando a uma redução
das propriedades mecânicas das armaduras. Além disso, pites de diferentes geometrias e
profundidades podem ser observados, contribuindo para a redução quanto à resistência das
armaduras à tração, dadas as mudanças geométricas das seções resistentes ao longo do
comprimento das barras.

Figura 124: Pites verificados por meio de microscopia eletrônica de varredura.

Com relação ao ensaio de tração, os corpos de prova não apresentaram deformações plásticas
antes de seu rompimento, ou seja, não apresentavam patamar de escoamento, rompendo assim
176

que esgotavam sua capacidade. A máxima carga suportada pelos corpos de prova foi
registrada e apresentada na Tabela 11 em conjunto com o valor da tensão de tração utilizando
o diâmetro previsto em projeto original (11,2 mm) e o diâmetro médio medido nas amostras
(7,15 mm).

Tabela 11: Propriedades mecânicas das armaduras.


Identificação Carga última (KN) Limite de resistência¹ Limite de resistência²
(MPa) (MPa)
1 1894 19,22 47,17
2 2004 20,34 49,91
¹ limite de resistência calculado considerando o diâmetro previsto em projeto original.
² limite de resistência calculado considerando o diâmetro médio medido nas amostras.

Os resultados apresentados na Tabela 11 permitem uma reflexão acerca da interpretação dos


limites de resistência e da capacidade portante de um elemento estrutural degradado. Neste
caso, quando o limite de resistência é calculado através da área de seção transversal original, é
possível observar que o limite de resistência atinge valores da ordem de 40% do limite de
resistência mínimo prescrito nas normas vigentes da época para barras 50-CA, cujo valor
mínimo prescrito para o limite de resistência é de 50 MPa. Em contrapartida, ao analisar os
limites de resistência, calculados através da área obtida a partir do diâmetro médio medido nas
amostras, é possível observar que o limite de resistência se aproxima do valor mínimo
normativo. Assim, sob esta perspectiva, ao analisar a capacidade portante de uma estrutura, é
possível inferir que utilizar apenas o limite de resistência, calculado através do diâmetro
médio medido nas amostras, pode levar a interpretações errôneas acerca da capacidade
portante da estrutura, uma vez que, embora os valores do limite de resistência se aproximem
do limite mínimo previsto em norma, a área de aço que resiste aos esforços de tração na
estrutura é menor do que a área de aço originalmente projetada para a estrutura, por conta da
diminuição de sua seção transversal devido a corrosão. Balestra (2016) apresenta uma análise
pormenorizada sobre este tema tratando das resistências nominais e efetivas em barras de aço
corroídas naturalmente.
Mediante esta problemática, uma forma de analisar o decréscimo da resistência das barras é
através da análise da carga última observada no ensaio. Neste caso, considerando o diâmetro
original das armaduras, as barras devem suportar, no mínimo, uma carga de 4926,01 KN para
177

atender a um limite de resistência mínimo de 50 MPa, entretanto, conforme observado, a


carga última suportada pelos corpos de prova foram aproximadamente 60% inferiores à carga
última mínima que as barras deveriam suportar para atingir um limite mínimo de resistência
de 50 MPa respeitando as diretrizes do projeto original.
Quanto à análise de EDS a Figura 125 apresenta os resultados obtidos, onde é possível
observar uma concentração de carbono próxima de 30%. Tal concentração contribui para a
ausência de deformações plásticas observadas no ensaio de tração, nas quais as armaduras
romperam ao esgotarem sua capacidade máxima (SOUZA, 1989). Isto demonstra o risco que
a degradação das estruturas presentes na Ilha dos Arvoredos representa, uma vez que, se as
armaduras não apresentam deformações antes do rompimento, há riscos de colapsos
estruturais repentinos.

Figura 125: Análise por Espectroscopia de Energia Dispersiva.


178

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1 Conclusões

Neste Capítulo são apresentadas as principais conclusões obtidas a partir da análise de perfis
de concentração de cloretos totais, observadas em estruturas reais, presentes a mais de 30 anos
em diferentes zonas de agressividade marinha, pertencentes à Ilha dos Arvoredos, localizada
na cidade do Guarujá/SP. As principais conclusões são:

 Os resultados obtidos a partir do ensaio de resistividade elétrica superficial e o estado


de degradação das estruturas, por conta da corrosão de suas armaduras, se mostraram
em consonância com os valores prescritos pela norma RILEM TC 154 EMC (2010),
indicando que os valores prescritos pela referida norma são passíveis de aplicação para
a análise de estruturas reais presentes em diferentes zonas de agressividade marinha a
mais de 30 anos.

 Os resultados do ensaio de absorção de água por capilaridade mostraram a existência


de concretos com características de absorção semelhantes em diferentes zonas de
agressividade marinha, levando a considerar que mesmo em diferentes zonas de
agressividade marinha, o ingresso de cloretos pode ser semelhante através deste
mecanismo.

 Os resultados de porosimetria por intrusão de mercúrio e reconstituição de traço


mostraram a existência de concretos com diferentes propriedades, auxiliando a
explicar o comportamento dos perfis de concentração de cloretos analisados. Neste
ponto, em primeiro lugar, o diâmetro critico de poros e o volume acumulado de poros
mais interligados em relação ao volume total de poros foram condizentes com os
resultados obtidos a partir do consumo médio de cimento, determinado nos ensaios de
reconstituição de traço. Foi observado que quanto menor o menor percentual relativo
ao volume acumulado de poros mais interligados em relação ao volume total de poros
mais difícil a penetração de cloretos, por um refinamento da microestrutura dos poros.
Além disso, quando a maior ocorrência dos poros apresenta diâmetro inferior ao
179

diâmetro crítico de poros, o mecanismo predominante de penetração dos cloretos é a


difusão, remetendo a um perfil que não apresenta pico com pouca variação na
concentração de cloretos à medida que a profundidade aumenta. Em contra partida,
concretos que apresentam poros com diâmetro superior ao diâmetro critico não impõe
restrições significativas à penetração de cloretos no concreto, sendo evidenciadas
elevadas concentrações de cloretos nos perfis e significativa profundidade de
ocorrência dos picos.

 A determinação de cloretos a partir da técnica de Espectroscopia de Fluorescência de


Raios-X se mostrou possível, entretanto, é fortemente recomendada a calibração do
equipamento a partir de amostras de concreto com teor de cloretos conhecidos antes da
execução de ensaios. Além disso, recomenda-se ainda que as amostras utilizadas para
calibração sejam ensaiadas por métodos prescritos por instrumentos normativos em
vigência com o objetivo de validar a calibração executada.

 Foram analisados corpos de prova presentes predominantemente em diferentes zonas


de agressividade marinha: Zona de variação de maré, zona de respingos e zona de
atmosfera marinha. As mais elevadas concentrações de cloretos foram observadas em
perfis tomados de estruturas presentes predominantemente em zona de respingos,
principalmente se a estrutura está presente nas proximidades do limite máximo
alcançado pela maré. Além disso, três níveis de agressividade foram observados na
estrutura da Plataforma, presente predominantemente em zona de atmosfera marinha,
segundo os perfis de penetração de cloretos obtidos a partir dos corpos de prova
tomados desta estrutura.

 A Equação de Holliday foi modificada com o objetivo de levar em consideração o


tempo junto a variável T2 da equação original. Os resultados obtidos foram
comparados com modelagens desenvolvidas a partir da solução da Segunda Lei de
Fick para 50 e 100 anos, onde foi possível concluir que em ambos os tempos de
análise, os resultados obtidos a partir das modelagens se mostraram semelhantes para
todos os corpos de prova após o pico dos perfis. Além disso, a Equação de Holliday
modificada foi capaz de levar em conta os dados reais obtidos na zona de convecção,
entretanto, cabe ressaltar que estes dados apresentem grande variação sazonal durante
180

o ano, não sendo possível uma modelagem destes dados no tempo. De qualquer forma,
a possibilidade de levar em conta os dados na zona de convecção, a semelhança com o
modelo de Fick no tempo, e a possibilidade de interpretação de suas variáveis, acaba
demonstrando o potencial de aplicação da Equação de Holliday em modelagens de
perfis de concentração de cloretos baseado em estruturas reais com mais de 30 anos
presentes em diferentes zonas de agressividade marinha. Desta forma, como esta Tese
é um dos primeiros trabalhos a utilizar esta metodologia para representar perfis de
concentração de cloretos, maiores estudos nesta vertente são recomendados.

7.2 Sugestões para trabalhos futuros

 Estudos sobre a aplicação da Equação de Holliday na representação de perfis de


concentração de cloretos totais, sejam sob condições naturais ou aceleradas em
laboratório;
 Estudos sobre a relação entre o parâmetro T2 da Equação de Holliday e o Coeficiente
de Difusão Aparente.

7.3 Publicações realizadas

 BALESTRA, C. E. T.; LIMA, M. G.; MEDEIROS-JUNIOR, R. A. Manifestações


patológicas em estruturas de concreto armado com 60 anos em ambiente
marinho. Revista de Engenharia e Tecnologia, v. 8, p. 223-235, 2016.

 BALESTRA, C.E.T.; LIMA, M. G.; MEDEIROS JUNIOR, R. A.; MONTEIRO, A. J.


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em Estruturas de Concreto - Estudo de Caso da Ilha dos Arvoredos. REEC -
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YUAN, Q. et al. Chloride binding of cement based materials subjected to external chloride
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XU, J. et al. Influence of elevated temperature on release of bound chlorides FRM chloride-
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ZEZZA, F.; MACRI, F. Marine aerosol and stone decay. Science of the Total Environment, v.
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ZHANG, Y. et al. Transport properties in unsaturated cement based materials: a review.


Construction and Building Materials, v. 72, p. 267-379, 2012.

ZHU, Q. et al. Effect of chloride salt type on chloride binding behavior of concrete.
Construction and Building Materials, v. 37, p. 512-517, 2012.

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cross-section shapes and the ductility of corroded bars. Construction and Building Materials,
v. 69, p. 335-345, 2014.
201

Instituto Tecnológico de Aeronáutica

Apêndice A
Fichas Cadastrais de Perfis de Concentração
de Cloretos dos Corpos de Prova
202

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 01


Estrutura de Origem Escadaria 2
Zona de Agressividade Marinha Respingos

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,697
0,3 0,755
0,5 0,932
0,7 1,025
0,9 0,973
1,2 0,886
1,6 0,884
2 1,244
2,4 1,418
2,8 1,451
3,2 0,150
3,6 0,223
4 0,280
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 01.
4,4 0,245
4,8 0,288

1,60
Concentração de cloretos (%,

1,40
1,20
concreto)

1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 01.


203

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 01


Estrutura de Origem Escadaria 2
Zona de Agressividade Marinha Respingos

1,60
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 01 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,03 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √2,4𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
520765005,6
1,0705 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,70)2
𝑡
204

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 08 (face direita)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,420
0,3 0,289
0,5 0,275
0,7 0,275
0,9 0,281
1,2 0,286
1,6 0,278
2 0,273
2,4 0,253
2,8 0,228
3,2 0,223
3,6 0,225
4 0,220
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 08.
4,4 0,201
4,8 0,189

0,45
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 08 face direita.


205

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 08 (face direita)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,45
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Concentrações reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 08 (face direita) modelado segundo
a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,29 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √2,1𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
230882940
3,58846 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,20)2
𝑡
206

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 08 (face esquerda)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,408
0,3 0,275
0,5 0,265
0,7 0,284
0,9 0,291
1,2 0,286
1,6 0,291
2 0,295
2,4 0,278
2,8 0,255
3,2 0,232
3,6 0,243
4 0,211
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 08.
4,4 0,206
4,8 0,186

0,450
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,400

0,350

0,300

0,250

0,200

0,150
0 1 2 3 4 5 6
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 08 face esquerda.


207

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 08 (face esquerda)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,45
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 08 (face esquerda) modelado


segundo a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,29 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √2,1𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
316094788,8
3,44294 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,60)2
𝑡
208

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 10 (face direita)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,541
0,3 0,632
0,5 0,662
0,7 0,633
0,9 0,580
1,2 0,509
1,6 0,602
2 0,651
2,4 0,678
2,8 0,684
3,2 0,660
3,6 0,579
4 0,568
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 10.
4,4 0,563
4,8 0,528

0,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 10 face direita.


209

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 10 (face direita)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 10 (face direita) modelado segundo
a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,67 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,8𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
80590878,72
1,53954 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 2,40)2
𝑡
210

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 10 (face esquerda)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,420
0,3 0,414
0,5 0,414
0,7 0,363
0,9 0,346
1,2 0,328
1,6 0,318
2 0,320
2,4 0,333
2,8 0,324
3,2 0,328
3,6 0,302
4 0,300
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 10.
4,4 0,296
4,8 0,267

0,45
Concentração de cloretos (%,concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 10 face esquerda.


211

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 10 (face esquerda)


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 1)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,45
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 10 (face esquerda) modelado


segundo a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:

𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,35 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,5𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
126103949,3
2,98271 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 2,40)2
𝑡
212

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 11


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 2)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (%, Concreto)
0,1 0,340
0,3 0,384
0,5 0,378
0,7 0,348
0,9 0,305
1,2 0,267
1,6 0,229
2 0,204
2,4 0,196
2,8 0,152
3,2 0,150
3,6 0,141
4 0,136
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 11.
4,4 0,122
4,8 0,109

0,45
Concentração de cloretos (%,concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 11.


213

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 11


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 2)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,45
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 11 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:

𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,34 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √4,5𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
750424348,8
3,00343 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,50)2
𝑡
214

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 12


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 2)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,171
0,3 0,196
0,5 0,139
0,7 0,115
0,9 0,112
1,2 0,113
1,6 0,122
2 0,116
2,4 0,108
2,8 0,116
3,2 0,097
3,6 0,083
4 0,082
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 12.
4,4 0,080
4,8 0,087

0,25
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 12.


215

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 12


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 2)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,25
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 12 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,13 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √1,3𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
770539586,4
8,38211 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,60)2
𝑡
216

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 17 face direita


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,148
0,3 0,111
0,5 0,127
0,7 0,133
0,9 0,142
1,2 0,141
1,6 0,150
2 0,160
2,4 0,156
2,8 0,153
3,2 0,148
3,6 0,136
4 0,124
4,4 0,115 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 17.
4,8 0,110

0,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 17 face direita.


217

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 17 face direita


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 17 (face direita) modelado segundo
a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,16 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √1,9𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
582976072,8
6,51992 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 2,00)2
𝑡
218

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 17 face esquerda


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,199
0,3 0,171
0,5 0,193
0,7 0,185
0,9 0,178
1,2 0,160
1,6 0,159
2 0,155
2,4 0,140
2,8 0,133
3,2 0,116
3,6 0,114
4 0,106
4,4 0,106 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 17.
4,8 0,105

0,25
Concentração de cloretos (%,concreto)

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 17 face esquerda.


219

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 17 face esquerda


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,25
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 17 (face esquerda) modelado


segundo a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,18 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √9,0𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
699605661,6
5,87418 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,20)2
𝑡
220

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 18 face direita


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,462
0,3 0,463
0,5 0,527
0,7 0,499
0,9 0,432
1,2 0,398
1,6 0,371
2 0,441
2,4 0,478
2,8 0,451
3,2 0,424
3,6 0,359
4 0,304
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 18.
4,4 0,302
4,8 0,251

0,60
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 18 face direita.


221

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 18 face direita


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,60
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 18 (face direita) modelado segundo
a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:

𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,49 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √5,8𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
339849280,8
2,26763 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 2,40)2
𝑡
222

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 18 face esquerda


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,259
0,3 0,365
0,5 0,354
0,7 0,341
0,9 0,285
1,2 0,275
1,6 0,216
2 0,200
2,4 0,189
2,8 0,158
3,2 0,156
3,6 0,145
4 0,133
Figura: Ponto de extração do corpo de prova 18.
4,4 0,116
4,8 0,118

0,40
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,35

0,30

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 18 face esquerda.


223

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 18 face esquerda


Estrutura de Origem Plataforma (pilar 3)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,40
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,35

0,30

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 18 (face esquerda) modelado


segundo a solução da Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:

𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,24 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √5,0𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
814540190,4
4,19503 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,60)2
𝑡
224

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 20


Estrutura de Origem Escadaria 1
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,307
0,3 0,299
0,5 0,351
0,7 0,384
0,9 0,384
1,2 0,468
1,6 0,569
2 0,370
2,4 0,147
2,8 0,027
3,2 0,008
3,6 0,022
4 0,054 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 20.
4,4 0,084
4,8 0,000

0,60
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 20.


225

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 20


Estrutura de Origem Escadaria 1
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,600
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,500

0,400

0,300

0,200

0,100

0,000
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 20 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,53 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √7,0𝐸 − 10 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
3497957352
1,9015 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,24839)2
𝑡
226

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 24


Estrutura de Origem Escadaria 1
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,684
0,3 0,356
0,5 1,088
0,7 1,049
0,9 1,023
1,2 0,654
1,6 0,586
2 0,460
2,4 0,281
2,8 0,228
3,2 0,219
3,6 0,170
4 0,152
4,4 0,127 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 24.
4,8 0,115

1,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 24.


227

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 24


Estrutura de Origem Escadaria 1
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

1,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 24 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,03 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √9,8𝐸 − 10 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
1313047087,20
0,983074 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,669659)2
𝑡
228

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 25


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,215
0,3 0,474
0,5 0,765
0,7 0,820
0,9 0,743
1,2 0,805
1,6 0,747
2 0,661
2,4 0,567
2,8 0,424
3,2 0,416
3,6 0,429
4 0,348
4,4 0,316
4,8 0,322 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 25.

0,90
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 25.


229

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 25


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,90
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,80
0,70
0,60
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 25 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,80 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √4,0𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
358504401,6
1,32639 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,20031)2
𝑡
230

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 27


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,241
0,3 0,657
0,5 0,680
0,7 0,719
0,9 0,720
1,2 0,656
1,6 0,534
2 0,490
2,4 0,417
2,8 0,376
3,2 0,319
3,6 0,249
4 0,220
4,4 0,218
4,8 0,161 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 27.

0,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 27.


231

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 27


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 27 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,69 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,3𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
551339157,6
1,45569 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,90)2
𝑡
232

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 29


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 1,172
0,3 1,303
0,5 1,041
0,7 1,112
0,9 1,399
1,2 1,407
1,6 1,408
2 1,309
2,4 1,151
2,8 1,118
3,2 0,884
3,6 0,778 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 29.
4 0,573
4,4 0,463
4,8 0,327

1,60
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,40

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 29.


233

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 29


Estrutura de Origem Oficina
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

1,600
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,400

1,200

1,000

0,800

0,600

0,400

0,200

0,000
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 29 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,51 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,4𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
215190626,40
0,71208 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,40281)2
𝑡
234

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 30


Estrutura de Origem Piscina
Zona de Agressividade Marinha Variação de maré

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,713
0,3 0,962
0,5 1,019
0,7 1,006
0,9 1,043
1,2 1,030
1,6 0,966
2 0,902
2,4 0,729
2,8 0,665
3,2 0,524
3,6 0,450
4 0,399 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 30.
4,4 0,338
4,8 0,320

1,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 30.


235

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 30


Estrutura de Origem Piscina
Zona de Agressividade Marinha Variação de maré
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 30 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,06 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,3𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
339270595,20
0,958799 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 1,20)2
𝑡
236

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 31


Estrutura de Origem Piscina
Zona de Agressividade Marinha Variação de maré

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 1,002
0,3 0,961
0,5 0,712
0,7 0,715
0,9 0,713
1,2 0,744
1,6 0,706
2 0,721
2,4 0,703
2,8 0,752
3,2 0,760
3,6 0,730
4 0,721 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 31.
4,4 0,692
4,8 0,661
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,20

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 31.


237

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 31


Estrutura de Origem Piscina
Zona de Agressividade Marinha Variação de maré

1,20
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,00

0,80

0,60

0,40

0,20

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 30 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:

𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,74 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √7,5𝐸 − 07 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
8145843,41
1,38093 ∗ ( ) ∗ (𝑥)2
𝑡
238

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 36


Estrutura de Origem Patamar
Zona de Agressividade Marinha Respingos

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 1,485
0,3 1,689
0,5 1,862
0,7 1,867
0,9 1,790
1,2 1,427
1,6 0,997
2 0,811
2,4 0,662
2,8 0,610
3,2 0,572
3,6 0,494
4 0,344 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 36.
4,4 0,319
4,8 0,267

2,00
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 36.


239

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 36


Estrutura de Origem Patamar
Zona de Agressividade Marinha Respingos

2,00
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,80
1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos


Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 36 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,90 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √1,7𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
388359532,80
0,575125 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,770361)2
𝑡
240

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 37


Estrutura de Origem Patamar
Zona de Agressividade Marinha Respingos

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 1,458
0,3 1,621
0,5 1,642
0,7 1,655
0,9 1,637
1,2 1,473
1,6 1,319
2 1,057
2,4 1,064
2,8 0,714
3,2 0,655
3,6 0,605
4 0,602 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 37.
4,4 0,549
4,8 0,423

1,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 37.


241

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 37


Estrutura de Origem Patamar
Zona de Agressividade Marinha Respingos

1,80
Concentração de cloretos (%, concreto)

1,60
1,40
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos Eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 37 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 1,66 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √3,6𝐸 − 09 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
239823396
0,617045 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 0,818547)2
𝑡
242

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 38


Estrutura de Origem Plataforma (laje)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

Profundidade Concentração de
(cm) Cloretos (% Concreto)
0,1 0,225
0,3 0,284
0,5 0,239
0,7 0,210
0,9 0,176
1,2 0,162
1,6 0,158
2 0,170
2,4 0,209
2,8 0,203
3,2 0,184
3,6 0,166
4 0,161 Figura: Ponto de extração do corpo de prova 38.
4,4 0,133
4,8 0,119

0,30
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Profundidade (cm)

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 38.


243

Instituto Tecnológico de Aeronáutica


Ficha Cadastral de Perfil de Concentração de Cloretos de Corpos de Prova

Identificação do corpo de prova 38


Estrutura de Origem Plataforma (laje)
Zona de Agressividade Marinha Atmosfera marinha

0,30
Concentração de cloretos (%, concreto)

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00

Profundidade (cm)
Dados reais Fick - 50 anos Fick - 100 anos
Holliday - 50 anos Holliday - 100 anos eixo deslocado

Figura: Perfil de concentração de cloretos no corpo de prova 38 modelado segundo a solução da


Segunda Lei de Fick e a Equação de Holliday.

Equação segundo a solução da Segunda Lei de Fick:


𝑥
𝐶(𝑥, 𝑡) = 0,21 ∗ [1 − 𝑒𝑟𝑓𝑐 ( )]
2 ∗ √1,0𝐸 − 08 ∗ 𝑡

Equação segundo a Equação de Holliday:

1
𝐶(𝑥, 𝑡) =
802856102,40
4,83415 ∗ ( ) ∗ (𝑥 − 2,40)2
𝑡
244

FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO


1. 2. 3. 4.
CLASSIFICAÇÃO/TIPO DATA REGISTRO N° N° DE PÁGINAS

TD 09 de agosto de 2017 DCTA/ITA/TD-024/2017 243


5.
TÍTULO E SUBTÍTULO:
Análise de perfis de concentração de cloretos em estruturas de concreto reais expostas em ambiente
marinho
6.
AUTOR(ES):

Carlos Eduardo Tino Balestra


7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES):

Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA


8.
PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR:

1. Corrosão 2. Cloretos 3. Ambiente marinho


9.PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO:
Corrosão; Cloretos; Estruturas de concreto; Ambientes marinhos; Ciclo de vida; Engenharia civil.
10.
APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional
ITA, São José dos Campos. Curso de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Infraestrutura Aeronáutica. Área de Infraestrutura Aeroportuária. Orientador(es): Prof. Dra. Maryangela
Geimba de Lima. Defesa em 22/05/2017. Publicada em 2017
11.
RESUMO:

A corrosão das armaduras, em estruturas de concreto armado, é apontada como a principal causa de
degradação destas estruturas, reduzindo sua capacidade portante e impondo riscos à segurança estrutural.
Sob esta perspectiva, o ambiente marinho apresenta-se como um dos mais agressivos às estruturas de
concreto armado sob a óptica da corrosão, onde os íons cloreto presentes neste ambiente atuam como os
principais agentes responsáveis por desencadear o processo corrosivo das barras, levando a danos
significativos quanto às suas propriedades mecânicas, mesmo mediante pequenos graus de corrosão.
Neste ponto, o conhecimento dos perfis de concentração de cloretos, baseados em estruturas reais, é uma
importante ferramenta capaz de fornecer informações quantitativas a respeito do ingresso dos íons cloreto
no interior do concreto, com vistas ao desenvolvimento de modelos que objetivam estimar a vida útil de
estruturas de concreto armado presentes em ambiente marinho. Portanto, neste trabalho pretende-se
analisar os perfis de concentração de cloretos totais obtidos a partir de estruturas reais, presentes a mais
de 30 anos em diferentes zonas de agressividade marinha, levando em conta as características dos
materiais por ensaios destrutivos, não destrutivos, químicos e físicos em amostras obtidas a partir das
estruturas analisadas. Com os resultados obtidos a partir dos perfis, uma modelagem através de uma nova
metodologia, baseada na Equação de Holliday, capaz de representar as concentrações de cloreto tanto na
zona de convecção, quanto na zona de difusão é apresentada, sendo as modelagens obtidas comparadas
com as modelagens a partir da solução da Segunda Lei de Fick para até 100 anos. Os resultados das
análises realizadas mostraram os efeitos das propriedades materiais na penetração de cloretos, com
relevância para os parâmetros relativos à porosidade do concreto. Além disso, em uma análise das
modelagens foi possível observar que os resultados obtidos em ambas se mostraram muito próximos,
entretanto, a nova métrica proposta se mostrou capaz de representar as concentrações de cloretos nas
camadas mais próximas à superfície. Assim, esta nova metodologia caracteriza-se como uma contribuição
inovadora na representação de perfis de concentração de cloretos, baseados em estruturas reais presentes
a mais de 30 anos em diferentes zonas de agressividade marinha.
12.
GRAU DE SIGILO:

(X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) SECRETO

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