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DIVISÃO DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL


TURMA ÚNICA-POS LABORAL
CADEIRA: ESTÁGIO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO II

Tema: Ciclo Operacional da mina secção 2B da Vulcan Moçambique

ESTUDANTE: SUPERVISÃO:
Ismael Tave MSc: Gilberto Goba Sabonete

TUTOR:
dr. Arsénio Franscisco Cardoso

TETE, AGOSTO DE 2023


CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL
RELATÓRIO DE ESTAGIO

Relatório de Estágio-II, como requisito


prescindível para obtenção da aprovação na
Cadeira de Estágio- II e obtenção do certificado de
desenvolvimento mineral do Curso de Engenharia
de Processamento Mineral do Instituto Superior
Politécnico de Tete (ISPT), Sob Supervisão do
MSc: Gilberto Goba Sabonete e tutoria em campo
do geólogo Arsénio Francisco Cardoso.

TETE, AGOSTO DE 2023


Dedicatória

À família Tave, especialmente aos meus pais Jonas Vimbane Tave


(memória), Carolina Tsaquisse Mudumane, pelo apoio, carinho em todos
os momentos dos meus estudos.

i
Agradecimentos
A realização desta pesquisa foi possível graças ao apoio e colaboração de indivíduos e instituições,
dos quais expresso meus agradecimentos:

Ao geólogo Arsénio Francisco Cardoso, afecto na área de qualidade na empresa Vulcan


Moçambique, por aceitar ser meu tutor e pela confiança, apoio e orientação durante estágio
curricular.
Ao engenheiro de minas Elido Evaristo Mário, supervisor de perfuração e desmonte na empresa
Vulcan Moçambique, pela colaboração e abertura total em transmitir conhecimento.
A todos os amigos, colegas, e familiares, pela maravilhosa demonstração de amizade, amor,
solidariedade e carinho.
Aos docentes do Instituto Superior Politecnico de Tete, vai o meu muito obrigado.

ii
Resumo
O carvão é uma fonte de energia primária, que corresponde a 28% da energia primária no mundo,
onde 42% da energia eléctrica é gerado por este combustível fóssil. Há duas razões óbvias para a
grande utilização do carvão fóssil como fonte de energia: (a) a distribuição de reservas globais mais
uniformizada em relação a outros combustíveis fósseis como petróleo e gás e (b) a relativa
estabilidade de preços no mercado global, que tornam este combustível competitivo quando
comparado com os outros.

O presente trabalho, estuda o carvão da Bacia carbonífera de Moatize, mais concretamente da Mina
Vulcan Moçambique secção 2B, desde o recurso mineral, impactos ambientais, sua extracção e
utilização.

Palavra-chave: Operações unitárias que visam extracção e beneficiamento de carvão na mina


Vulcan-secção 2B

iii
Abstract

Coal is a primary energy source, which corresponds to 28% of primary energy in the world, where
42% of electrical energy is generated by this fossil fuel. There are two obvious reasons for the great
use of fossil coal as an energy source: (a) the more uniform distribution of global reserves in
relation to other fossil fuels such as oil and gas and (b) the relative price stability in the global
market, which make this fuel competitive when compared to others.

The present work studies coal from the Moatize Coal Basin, more specifically from the Vulcan
Mozambique mine section 2B, from the mineral resource, environmental impacts, its extraction and
use.

Keyword: Unit operations aimed at extracting and processing coal in the Vulcan mine-section 2 B.

iv
Índice
Dedicatória ............................................................................................................................................ i

Agradecimentos ...................................................................................................................................ii

Resumo ...............................................................................................................................................iii

Abstract ............................................................................................................................................... iv

1. Introdução ................................................................................................................................... 1

2. Objectivos .................................................................................................................................... 2

2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................... 2

2.2. Objectivo Específicos .......................................................................................................... 2

3. Metodologias ............................................................................................................................... 3

3.1. Natureza e classificação da pesquisa ................................................................................. 3

4. Localização geográfica da área de estudo ................................................................................ 5

4.1. Clima, Relevo e Solos .......................................................................................................... 6

4.2. Vegetação ............................................................................................................................. 6

5. Geomorfologia ............................................................................................................................. 6

6. Estudo da bacia carbonífera de Moatize ....................................................................................... 7

7. Geologia da bacia carbonífera de Moatize ............................................................................... 8

8. Sequência estratigráfica da bacia de Moatize ........................................................................ 10

9. Revisão Bibliográfica ................................................................................................................ 11

9.1. Mineração .......................................................................................................................... 11

9.2. Origens da mineração ....................................................................................................... 11

9.3. Operações unitárias........................................................................................................... 11

9.4. Lavra a céu aberto............................................................................................................. 11

9.5. Projecto de lavra de uma mina a céu aberto ........................................................................ 11

9.6. Beneficiamento .................................................................................................................. 12

9.7. Cominuição ........................................................................................................................ 12

10. ACTIVIDADES SEQUENCIADAS DE CAMPO ............................................................. 13

11. Plano semanal ........................................................................................................................ 13


v
12. Supressão Vegetal ................................................................................................................. 13

13. Preparação da praça ............................................................................................................. 14

14. Perfuração ............................................................................................................................. 16

14.1. Sistema provision ........................................................................................................... 17

14.2. Croqui da perfuração .................................................................................................... 17

15. Desmonte ou detonação ........................................................................................................ 18

16. Lavra ...................................................................................................................................... 19

16.1. Sistema de despacho ...................................................................................................... 21

17. Controle de qualidade........................................................................................................... 22

18. Conclusão e recomendações ................................................................................................. 23

19. Referências bibliográfica ...................................................................................................... 24

APÊNDICES.........................................................................................................................................I

vi
1. Introdução

Segundo Houaiss (2001), é um termo que deriva do latim medieval minerallis e é relativo a mina
e minerais. O radical miner origina o verbo minerar e o sufixo-çao indica acção, assim a
mineração é acção de minerar ou lavrar o minério, rocha ou qualquer outro material de valor de
uma mina.

Segundo o Castro (2011), a mineração pode ser definida como processo de extracção de minerais
ou compostos minerais de valor económico da crosta terrestre para o beneficiamento da
humanidade. Trata-se de uma actividade fundamentalmente económica que também é conhecida
como industria extractiva

A busca por processos mais eficientes é uma constante nos sectores produtivos, em especial na
indústria mineral. A optimização dos processos de fragmentação, do ponto de vista da
produtividade, custos de investimento e operação, é um dos temas mais discutidos na indústria de
mineração (Varela, 2011).

A mineração é representa o desenvolvimento socioeconómico, já que os minérios podem ser


encontrados em quase todos os produtos que consumimos. É, portanto, uma actividade essencial
para o progresso de uma sociedade. No entanto, apesar da mineração ser indispensável ao
desenvolvimento, é uma actividade que gera grandes impactos ambientais negativos.

A exploração mineral se tornou mais evidente a partir da Primeira Revolução Industrial (final do
século XVIII, início do século XIX), quando a produção em massa intensificou a extração de
minérios para abastecer a crescente indústria. Com o crescimento populacional mundial houve a
necessidade de retirar da natureza um volume cada vez maior desse tipo de recurso.

A actividade mineradora e o garimpo promovem impactos directos na natureza, levando a


deterioração do ambiente. Minérios, como o carvão e o petróleo, são utilizados como recursos
energéticos e matéria-prima. Actualmente é impossível imaginar que a sociedade deixe de explorar
os minérios existes ao longo da litosfera terrestre, uma vez que são fundamentais para o
desenvolvimento industrial. O presente relatório traz uma abordagem generalizada das actividades
desenvolvidas durante o segundo estágio na empresa Vulcan Moçambique, que se destaca na
exploração de carvão mineral na zona central de Moçambique, concretamente no distrito de
Moatize, Província de Tete.

1
2. Objectivos
2.1.Objectivo Geral
 Relatar acerca das operações unitárias que visam a extracção e beneficiamento de carvão
mineral na mina Vulcan Moçambique, concretamente na secção 2B.
2.2.Objectivo Específicos
 Sequenciar as actividades desenvolvidas na mina
 Analisar o ciclo operacional de cada operação unitária
 Falar acerca de controlo de qualidade
 Descrever acerca das diferentes camadas de carvão lavradas durante o período de estágio

2
3. Metodologias

Neste capítulo, descreve-se como foi organizado o desenvolvimento deste trabalho, enfatizando-se
sua natureza, a classificação e as etapas seguidas para obtenção dos resultados esperados.

3.1.Natureza e classificação da pesquisa

Para a classificação da pesquisa, foi utilizada a metodologia apresentada por VERGARA (1997),
que a classifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a
pesquisa pode ser: exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista.
Quanto aos meios, a pesquisa é classificada como: bibliográfica, documental, experimental,
participante, pesquisa de campo e estudo de caso.

A classificação da pesquisa consiste em tratar os meios e métodos que serão aplicados sobre os
estudos, caracterizando o estudo de caso propriamente dito. Através dessa classificação será
possível identificar os instrumentos que serão utilizados para busca das informações necessárias ao
caso real (SCHAFRANSKI, 2002). Neste trabalho, quanto aos fins, a pesquisa é classificada como
aplicada, pois envolve estudos e práticas que contribuem para a identificação da situação real
levantada pelo estudo, com objetivo de atingir aplicações verdadeiras.

Quanto aos meios, a pesquisa é classificada como: bibliográfica e utiliza a técnica estudo de caso.

Segundo MARCONI e LAKATOS (2001), a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias,


abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. A pesquisa bibliográfica
exposta neste trabalho está embasada nos conhecimentos adquiridos através de publicações, tais
como artigos, monografias, dissertações, livros, entre outras.

Instrumentos de colecta e sequenciamento da pesquisa

Uma das etapas mais importantes da pesquisa são as colectas de dados e informações. Uma colecta
de dados ineficientes, para o caso, pode gerar resultados discrepantes da realidade e gerar equívocos
na tomada decisão. Entretanto foram executadas as seguintes actividades para embasar, analisar e
propor uma metodologia aplicada e eficiente no apoio à tomada de decisão para o problema de
dimensionamento de frotas de carregamento e transporte em mineração:

i. Revisão de literatura referente ao planejamento e selecção de equipamentos de lavra para


mineração e metodologias para tomada de decisão. Esta etapa do trabalho foi realizada por
meio de pesquisa em publicações científicas impressas e digitais, presentes nos meios
oficiais de publicação, como as bibliotecas e bancos de dados de editoras científicas, a

3
maioria presentes no portal da CAPES, como SciELO, Elsevier, Science Direct, Inter
Science, Emerald, Springer, entre outros;
ii. Estudo de caso sobre as actividades se sequenciamento das actividades para mineração a
céu aberto;
iii. Aplicação da metodologia proposta como auxílio à tomada de decisão no processo de
desmatamento e recolha de espécies na supressão vegetal, seguindo um plano semanal em
mina a céu aberto da Vulcan Moçambique, com vistas a melhorar a relação entre
produtividade e custos;
iv. Monitoramento das actividades de preparação de praça, arranque de perfuração e desmonte,
lavra e alimentação ao britador ou estocagem.
v. Assistência e controlo de qualidade por parte da geologia, permitindo a redução de
incertezas durante as diversas actividades que objectivam a extracção do mineral com valor
económico (carvão).
vi. Análise e conclusão dos resultados obtidos. As actividades descritas foram desenvolvidas
no período de Julho e Agosto de 2023, na mina Vulcan Moçambique, concretamente na
secção 2B.

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4. Localização geográfica da área de estudo

O Distrito de Moatize, dista sensivelmente a 20 km do Município da Cidade de Tete situando-se a


NE da Cidade capital Tete entre os paralelos 15’ 36’’ e 16’ 38’’ Latitude Sul e entre os meridianos
32’ 16’’ e 34’ 28’’ de Longitude Este. (MAE, 2005). É limitado ao Norte pelos Distritos de Chiúta
e Tsangano, a Este pela República do Malawi, a Sul pelo Distrito de Tambara, Guro, Changara e
Município de Tete através do rio Zambeze e Mutarara através do rio Mecombedzi e a Oeste pelos
Distritos de Chiúta e Changara. (MAE, 2005). Com uma superfície de 8.455 km2 e uma população
recenseada em 2017 estimada em 343,546 habitantes, o Distrito de Moatize tem uma densidade
populacional 17 hab./Km. A população é jovem (48% abaixo dos quinze anos de idade),
maioritariamente de sexo feminino, taxa de masculinidade de 48% e de matriz rural (taxa de
urbanização de 23%). (MAE, 2005). No que diz respeito a Administração do Distrito, é constituído
por três Postos Administrativos: Moatize - Sede, Kambulatsitsi e Zóbuè que, por sua vez, estão
subdivididos em nove localidades, a saber: Moatize, Benga, Mpanzu, Msungo, Kambulatsitsi,
Mecungas, Zóbuè, Capridzanje e Ncondeze. (MAE- 2005).

Importar referir que a Vulcan Moçambique, que é o ponto de estudo localiza-se geograficamente no
distrito de Moatize, anteriormente descrito, com as seguintes coordenadas: 16°06'49.2"S de latitude
e 33°44'15.4"E de longitude. Geologicamente a Vulcan Moçambique localiza-se na Bacia
Carbonífera de Moatize, uma área geológica conhecida por seus depósitos de carvão mineral. Vide
a figura abaixo:

Figura 1: Ilustração do Mapa de localização geográfica do Distrito de Moatize-Tete

Fonte: Atlas Geográfico, (2009), modificado.

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4.1.Clima, Relevo e Solos

Ocorrem no Distrito dois tipos de climas nomeadamente o do tipo “seco de Estepe com Inverno
Seco, na parte Sul do Distrito é o do tipo Tropical Chuvoso de Savana. Os dois tipos de clima
observam duas estações distintas, a estação chuvosa e a estação seca. A precipitação média anual na
estação mais próxima (Cidade de Tete) é cerca de 644 mm, enquanto a evaporação potencial média
anual está na ordem de 1.626mm. A maior queda pluviométrica ocorre sobretudo no período
compreendido entre Dezembro de um ano a Fevereiro do ano seguinte, variando significativamente
na quantidade e distribuição, quer durante o ano, quer de ano para ano, e a temperatura média na
ordem dos 26.5ºC. As médias anuais máximas são de 32.5 e 20.5ºC.

4.2.Vegetação

A área de estudo está localizada dentro da região semiárida quente e seca da Província de Tete,
recebendo em média ± 600 mm de precipitação por ano. Contudo, os níveis de precipitação podem
flutuar dramaticamente ao longo dos anos, com elevada e frequente precipitação (+ 1400 mm) e
períodos comuns de seca (− 400 mm). Isto faz com que haja tendências de uma savana semi-árida
dentro dos regimes de vegetação. Foram identificadas 6 comunidades vegetais dentro da área de
estudo. Salientar que as últimas comunidades foram derivadas de vegetações dominantes no local.
Haverá alguma variação dentro das comunidades vegetais ao longo de toda a área de estudo.

5. Geomorfologia

Geomorfologicamente o Distrito ocorre parcialmente no vasto Complexo Gnaisso-Granitico do


Moçambique Belt onde sobressaem em forma de Inselbergs as rochas intrusivas do Pós Karroo.
Destas geoformas de terreno resultam vários agrupamentos de solos destacando-se os seguintes:
solos castanho-acinzentados, castanho-avermelhados pouco profundos sobre rochas calcárias e os
derivados de rochas basálticas, estes últimos, podendo ser avermelhados, castanho-avermelhados ou
pretos, são ainda de profundidade variável e caracterizados por apresentarem boas capacidades de
retenção de nutrientes e água, fendilhados quando secos e plásticos pegajosos quando molhados.
Ocorrem ainda em pequenas manchas solos aluvionares, em particular nos terraços dos rios
Rovubué e Zambeze. (MAE- Perfil do Distrito de Moatize, 2005).

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6. Estudo da bacia carbonífera de Moatize
A bacia carbonífera de Moatize, a mais conhecida de entre as diversas bacias de carvão
existentes no país, foram realizados no passado diversos trabalhos de pesquisa geológica
detalhada e presentemente existem vários bilhões de toneladas de carvão prontas para ser
produzidas. Dentre vários trabalhos publicados sobre a área em referência, importa destacar
os trabalhos de descrições, destacando fundamentalmente a descrição de afloramentos do
sistema de Karroo e do Complexo Gabro Anortosito de Tete [Coelho, 1969].

Em 1966, F. Real, no seu trabalho intitulado “Geologia da bacia do Zambeze”, faz


referência as características geológicas e mineiras desta bacia, dando muita importância ao
Karroo de Tete, onde estão inseridas importantes camadas de carvão. Este autor generaliza
todos os dados existentes nesta província, por exemplo afirma que na bacia carbonífera de
Moatize-Minjova as séries carboníferas apresentam uma espessura de 340m.

A província de Tete em particular foi palco de vários estudos Geológicos, os pioneiros


nesses estudos em Tete, datam de 1920, onde estudantes e professores universitários
Belgas, estudaram a bacia sedimentar, com particular incidência as camadas de carvão de
Moatize, tendo concluído que em Moatize haviam diferentes camadas de carvão que jaziam
a diferentes profundidades.

Em 2007 e 2009 foram assinados dois contratos mineiros, com a Vale (Brasil) e Riversdale
(Austrália) para Moatize e Benga respectivamente, que em conjunto contemplam a
produção e exportação anual de cerca de vinte milhões de toneladas de carvão, a ocorrer
dentro do primeiro semestre de 2011. O Governo moçambicano vai atribuir, até nos finais
de 2012, três novas concessões de pesquisa e prospecção de carvão, até ao momento, o
Ministério dos Recursos Minerais já atribuiu 105 concessões de pesquisa e prospecção de
Carvão Mineral; enquanto isso as Minas de Moatize e Benga em Tete, desenvolvidas pela
companhia brasileira Vale e pela mineradora australiana Riversdale respectivamente, estão
numa fase avançada.

Os resultados já obtidos indicam a existência de Carvão Mineral em toda a província de


Tete, no centro de Moçambique. As empresas envolvidas na pesquisa de jazidas de carvão
em Moatize, a JFPL, Essar e ETA Star desde 2008, anunciaram a descoberta de novas
jazidas de carvão nos distritos de Changara, Cahora Bassa, Mágoè, Mutarara, Marávia e
Zumbo. Na bacia de Moatize, é onde se encontram as maiores reservas do país, tendo sido
identificadas quantidades exploráveis de Carvão Mineral na região de Samoa, onde já está
a trabalhar a empresa Carvoeira de Samoa. Eis a figura 2 abaixo.

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Figura 2: Esboço Geológico da Região de Tete-Moatize. Lopo Vasconcelos, Geologia do carvão,
2005
Fonte: Atlas Geográfico, (2009), modificado.

7. Geologia da bacia carbonífera de Moatize

A bacia carbonífera de Moatize localiza-se na província de Tete, a cerca de 20 km a


nordeste da capital provincial, e a uns escassos 6 km do aeroporto de Chingodzi. A capital
distrital de Moatize localiza-se dentro da bacia carbonífera, e situa-se na estrada que liga
Tete ao Malawi, através da vila fronteiriça do Zóbuè (cerca de 90 km). Perto de Moatize há
ainda a estrada que vai para a Zâmbia, através da fronteira de Cassacatiza.
A rede fluvial na Bacia de Moatize é constituída pelo Rio Revubwe, que corta a bacia no sentido
NE-SW em direcção ao Rio Zambeze, e pelos seus afluentes Rio Moatize, que corre na direcção
ESE-WNW, e Rio Murongódzi, que corre na direcção NS.

Em termos de orografia, a Bacia de Moatize apresenta um relevo aplanado algo ondulado, sendo
bordejado a NE, NW e SW por zonas de montanhas referentes às formações precâmbricas.

A feição mais notória é o Monte M’pandi, no limite SW da bacia, junto ao Rio Revubwe,

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com uma altitude de 321 m [GTK Consortium, 2006].

Esta bacia, pertence ao Supergrupo do Karroo. A sequência estratigráfica tem seis camadas
de carvão principais, designadas de baixo para cima como: Sousa Pinto, Chipanga,
Bananeiras, Intermédia, Grande Falésia e André. A camada Chipanga é a mais espessa
de todas e a única que foi explorada. Sobreposta à Formação de Moatize encontra-se a
Formação de Matinde. As formações de Moatize e Matinde são respectivamente
equivalentes ao Dwyka Superior/Ecca Inferior e ao Ecca Médio/Superior da Bacia. A bacia
carbonífera de Moatize está orientada no sentido NW-SE e está rodeada por gabros e
anortosito da Suite Tete, de idade Mesoproterozóica (1600-1000 M.a), o limite NE da bacia
é uma falha normal de cerca de 30 km de comprimento, orientada NW-SE. O limite SW é
tanto por inconformidade, como também por contacto de falha, como é o caso da Falha do
Monte M’pandi [Real, 1978].

A idade da série produtiva pode ser determinada devido à presença de numerosos


fósseis vegetais, que são: Glossopteris, Browniana Brongr, Shimper, Gothan e muito mais.

A bacia carbonífera de Moatize, pertence ao Supergrupo do Karroo. A seqüência


estratigráfica tem seis principais camadas de carvão, designadas de baixo para cima como:
Souza Pinto, Chipanga, Bananeiras, Intermédia, Grande Falésia e André. A camada
Chipanga é a mais espessa de todas e a única que foi explorada. A Bacia Carbonífera de
Moatize pertence a uma bacia maior que se extende de Tete a Minjova, na fronteira com o
Malawi, que por sua vez se continua por este país adentro para a Bacia de Lengwe. Os
limites NE e SW do graben são definidos por falhas de bordadura com direcção NW-SE.
O graben de Moatize tem um comprimento aproximado de 35km e uma largura média de
2 km. O acidente orográfico mais importante é o Monte M’pandi, com uma altitude de
320.8 m, situado na margem SW do graben, representando um braquianticlinal das rochas
do embasamento.

Sobreposta à Formação de Moatize encontra-se a formação de Matinde. As formações de


Moatize e Matinde são respectivamente equivalentes ao Dwyka Superior/Ecca Inferior e ao
Ecca Médio/Superior da Bacia. As camadas de carvão de Moatize, estão inseridas no
Karroo justificando-se assim a importância desta unidade geológica. Na região de Moatize,
superiormente à série produtiva, começa outra série sedimentar constituída por grão
grosseiro à médio, grés arcósico e pequenas camadas lenticulares de calhau rolado e
estratificação cruzada [F. Real, 1966].

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8. Sequência estratigráfica da bacia de Moatize

O depósito de carvão de Moatize é constituído por rochas de origem sedimentar, tais


como, siltitos e arenitos que são as litologias correspondentes a rocha estéril. O
minério é composto por três camadas horizontalizadas principais de carvão com a
seguinte nomenclatura: a Bananeiras, a Chipanga e a camada Souza Pinto, sendo
apresentadas da camada mais rasa, para a mais profunda. Entre as camadas de carvão
existe novamente a presença de material estéril compostos por siltitos e arenitos o
chamado “interburden”.

As camadas de carvão apresentam características distintas quanto a sua composição


química e aproveitamentoeconómico.

Série Produtiva- esta é de grande interesse por nela estar englobada a importante
camada de carvão. Esta série é caracterizada por possuir xistos, grés carbonosos,
argilitos negros, por vezes piritosos.

A idade desta série é de pérmico Inferior, que, provavelmente se corresponde ao


andar Ecca [F. Real, 1978].

A partir do modelamento realizado foi


possível verificar intensa actividade
geológica nas camadas de carvão de
Moatize. Na série produtiva são
conhecidas camadas de diferentes
espessuras e designadas a partir da mais
recentepor:

1. André
2. Grande Falésia
3. Intermédia
4. Bananeira
5. Chipanga
6. Souza Pinto

Figura 3: Esboço da Série Produtiva


em Moatize. Lopo Vasconcelos,
2005 10
9. Revisão Bibliográfica
9.1.Mineração
De acordo Mendes (20029, mineração é ao conjunto de operações ou actividades cujo
objectivo e extracção de substâncias minerais a partir de depósitos minerais

9.2.Origens da mineração

Segundo Houaiss (2001), “Mineração” é uma palavra que deriva do latim medieval -
minerallis - relativo à mina e a minerais. O radical miner origina o verbo minerar e com o
sufixo – cão, que indica ação ou resultado, que significa extrair (minério, pedra ou metal de
valor) de uma mina. De um modo genérico, pode-se definir mineração como a extracção de
minerais existentes nas rochas e/ou no solo. Trata-se de uma actividade de natureza
fundamentalmente económica que também é referida, num sentido lato, como indústria
extractiva mineral ou indústria de produtos minerais. O ser humano sempre utilizou os
recursos naturais para a sua sobrevivência. Isso pode ser percebido por meio dos marcos ou
eras do desenvolvimento, que são representados pelo domínio das técnicas de aproveitamento
e diferentes usos das matérias-primas minerais ao longo da história da humanidade, desde
questões ligadas à alimentação e protecção até melhorias na qualidade de vida.

9.3.Operações unitárias

Segundo Edouard (2018), operações unitárias são um conjunto de etapas sequenciadas dentro
de um circuito de extracção mineira ou de beneficiamento.

9.4.Lavra a céu aberto


Segundo Chaves (1996) apud Wellington (2007), o objetivo da actividade mineradora é
descobrir os recursos existentes, transportar o material extraído da jazida por meio de
operações de lavra (a céu aberto ou subterrâneo) até diferentes pontos de descarga e colocar
esse bem mineral em condições de ser utilizado pela indústria através das operações de
beneficiamento de minérios.

9.5. Projecto de lavra de uma mina a céu aberto

Segundo Pinto (1999), diversos factores devem ser considerados para avaliar correctamente
as reservas minerais, entre os quais vale ressaltarem:
 Determinação dos métodos de lavra e tratamento do minério;
 Auxílio na determinação da sequência de lavra e desenvolvimento damina;

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 Determinação do ritmo de produção e vida útil da mina;
 Determinação dos diversos custos envolvidos no projecto;

Os métodos de avaliação das reservas minerais podem ser divididos em três tipos
básicos: métodos convencionais, estatísticos e geoestatísticos.

Desses três, os métodos geoestatísticos são os mais utilizados para avaliação dos
depósitos minerais, por levarem em conta os aspectos estruturais e considerar a
aleatoriedade característica das formações mineralizadas.
Uma vez realizada a avaliação do depósito mineral, a jazida mineral é dividida em
blocos geológicos e dessa forma é montada a base de dados geológicos da jazida.
Após esta etapa, pode-se então proceder à elaboração de seu projecto de lavra.

9.6.Beneficiamento
Segundo o Chaves (2012), O beneficiamento é um conjunto de operações que
transforma a rocha extraída na mineração em matéria-prima para a indústria.
Essas operações aumentam o teor dos minerais importantes, agregando valor e
aprimorando a qualidade do minério.
Para que o beneficiamento ocorra de modo satisfatório, é preciso conhecer as
características das partículas.

9.7.Cominuição
De acordo com Costa & Fernandez (2015), a etapa de cominuição consiste
essencialmente em fragmentar o minério de modo a deixá-lo com tamanho e forma
ideais que permitam e facilitem seu uso. Esta é subdividida em duas operações,
nomeadamente, Britagem e moagem.

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10. ACTIVIDADES SEQUENCIADAS DE CAMPO

11. Plano semanal


As actividades da mina Vulcan Moçambique, seguem um plano semanal em que diariamente
são desenvolvidas tarefas com intuito de cumprimento do mesmo. O plano semanal após a
elaboração pela equipe de planeamento ou planejamento e da engenharia, de acordo com as
necessidades da empresa ou o pedido do cliente é distribuído por todas áreas, visando
cumprir e garantir a extracção do carvão mineral. O percurso das operações é discutido num
fórum próprio operacional, que junta líderes de todas áreas da mina (geologia, perfuração,
infra-estrutura, transporte, carregamento, segurança topografia e mais) fórum este
denominado line-up. Vide a figura a seguir

Figura 4: Ilustração do plano semanal de perfuração

Fonte: Foto tirada pelo autor

12. Supressão Vegetal


A Supressão vegetal nada mais é do que a técnica utilizada para remover uma parte de
vegetação de um local com o objectivo de usar a área (anteriormente ocupada pela vegetação)
para a construção de actividades específica. Todavia, nesta fase realiza-se desmatamento,
recolha de espécies que podem existir.

Nesta etapa aloca-se tractor de esteira para desbravar a manta, isto e, remover as árvores e
fazer limpeza do local, dependendo das condições da área após o desbravamento de tractor,
há necessidade de alocar moto niveladora. Importante referir que essa actividade é

13
acompanhada pela geologia, topografia e supervisão da infra-estrutura e coadjuvada com as
outras supervisões de acordo com o objectivo da área a se trabalhar.

Figura 4: Tractores de esteira em trabalhos de supressão vegetal e limpeza na S2B.

Fonte: Autor

13. Preparação da praça

Após a actividade de remoção de árvores e arbustos na etapa de supressão vegetal, prepara-se


a praça. Esta actividade visa em fazer limpeza, organizar, minimizar ou eliminar desníveis de
uma dada área, construir leira de protecção que tem uma altura equivalente a metade do pneu
ou material rodante do maior equipamento da frota, alocação do parque de estacionamento e
sinalização. Porém, as actividades de preparação da praça são desenvolvidas pela equipa da
infra-estrutura, utilizando equipamentos de pequeno porte como: tractor de esteira, tractor de
pneu ou pazinha, moto niveladora ou patrol, com apoio directo da topografia e geologia para
orientar delimitar a área e espessura de corte. Quando a preparação da praça não efectuar a
liberação da rocha consistente ou de material firme, aloca-se uma escavadora ou mesmo
mineradora continua para remoção do material do topo não consistente, tecnicamente
designado de top soil. Durante esta actividade de remoção de top soil, é comum encontrar um
carvão que tenha sofrido processo de meteorização, isto é, trata-se de carvão oxidado que
automaticamente perdeu o seu poder calorífico. Importa referir que um dos elementos que
define a qualidade de carvão é poder calorífico, isto é, quanto tempo o carvão permanece em

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combustão. Após a preparação da praça faz se entrega a equipa da perfuração para dar
seguimento das suas actividades de acordo com plano semanal e diário. Vide a figura abaixo

Figura 5: Moto niveladora realizando actividade de acerto da praça na secção S2B.

Fonte: Autor

Figura 6: Mineradora continua removendo top soil na supressão vegetal.

Fonte: Autor

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14. Perfuração

A actividade de perfuração de rochas é uma operação unitária que visa em abertura de furos
ou orifícios através de equipamentos para posterior carregamento por explosivos e sua
detonação, fragmentando a rocha e tornando-a em granulometria que possa facilitar a lavra.

Esta operação demanda custos, desde a aquisição das perfuratrizes, material de desgaste
(brocas, hastes, top sub, shock sub, estabilizador, bucha e mais), manutenção correctiva e
preventiva e outros custos. Vide a figura abaixo

Figura 7: Ilustração de perfuratriz numa actividade de furacão de estéril arenito para liberar a
camada de carvão.

Fonte: Autor

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Importa referir que a perfuração tem suporte de várias áreas como geologia para leitura da
litologia, topografia para fazer levantamento e facilitar a alocação de projecto de furacão.

14.1. Sistema provision

Provision é um sistema pertencente a MODULAR MINING, que visa melhorar a


conformidade dos padrões de perfuratrizes, guiando activamente os operadores para o local
preciso de furo e minimizando os requisitos de inspecção manual.

O sistema provision optimiza a eficiência de detonação e fragmentação de material para


executar plano de detonação:

-Disponibilidade da malha de perfuração, sem necessidade de marcação manual.

-Locomoção precisa para cada furo sem sinalizadores e muito menos inspecções de
posicionamento em cada furo.

-Actualização em tempo real acerca da profundidade de cada furo e facilitar a leitura da


litologia através do contacto da broca e os detritos, fornecendo informações relevantes para
uma detonação de qualidade. Vide a imagem abaixo

Figura 8: Ilustração do funcionamento do sistema provision nas perfuratrizes

Fonte: Autor

14.2. Croqui da perfuração

É um instrumento de físico que pode ser em um papel A4 ou A3, que tem como objectivo de
munir o operador e todo o pessoal envolvido sobre as informações da área em que vai
perfurar e ajudar desta forma no posicionamento. Com a chegada do sistema provision, o
croqui é usado para apenas ter dados do projecto e usar caso haja necessidade porque o

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provision já aparece com uma malha de furacão. Durante a inspecção da praça por equipa de
desmonte, usa-se o croqui para confirmar o sequenciamento de furos e a medição da
metragem, para que a detonação seja qualitativa. Eis a figura abaixo

Figura 9: Croqui de perfuração

Fonte: Autor

15. Desmonte ou detonação

Desmonte é o processo onde se usa explosivos para fragmentar a rocha e facilitar actividades
subsequentes como remoção de estéril ou carregamento do mineral com valor económico.

Logo após a perfuração, a supervisão desta faz entrega da praça a equipa de desmonte onde
por sua vez, faz uma inspecção minuciosa, fazendo medição de furos e controlar o
sequenciamento através do croqui, caso haja alguma anomalia é corrigida antes do passo
posterior, as irregularidades podem ser:

Redrill- Acto de se perfurar novamente quando o furo não tenha metragem desejada, porém,
pode perder a metragem devido agentes da geodinâmica externa ou mesmo por factores
humanos durante operação.

Backfill- Processo pelo qual coloca-se material no furo devido o excesso da metragem
planeada.

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Furos auxiliares- Acto de se adicionar furos em alguns pontos que não estejam descritos no
projecto.

O processo de correcção de irregularidades numa praça de que se pretende fazer


carregamento por explosivos acarreta custos adicionais, todavia, para garantir desmonte de
qualidade de se acautelar minuciosamente.

Figura 10 A: Demostração de MMUꞌs fazendo enchimento de furos por explosivos

Figura 10 B: Ilustração de uma praça carregada de explosivos e devidamente sinalizada

Fonte: Autor

Logo após a detonação, a equipa de geologia e técnicos de desmonte fazem-se ao local para
avaliar a qualidade de desmonte, assim como definição e monitoramento da lavra. Nesta
etapa, a geologia sinaliza através de pontaletes os limites de lavra de acordo com a litologia,
orienta-se o ponto de entrada da escavadora e começo da lavra, garantindo de igual forma a
qualidade dos resultados que se pretendem alcançar.

A detonação é considerada como a primeira etapa de cominuição de rochas na mina, uma vez
que reduz a mesma em granulometrias carregáveis e transportáveis ao próximo destino.

16. Lavra

Nesta etapa utiliza-se escavadoras ou equipamentos de grande porte para remoção do estéril
ou extracção do mineral com valor económico. A actividade é monitorada pela geologia e
supervisão de operação para garantir qualidade e eficácia do produto final. É prescindível

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salientar que a geologia tem feito um grande trabalho de controlo de qualidade para reduzir
no máximo incertezas, delimitando o material a se lavrar, como caso de carvão de transição
ou simplesmente transition coal, carvão fresco e lavra de próprio dique intrusivo assim como
a definição de local de basculamento. Observai a figura a seguir.

Figura 11: Demostração de escavadora realizando carregamento de um camião fora da


estrada

Fonte: Autor

Durante as actividades de campo, teria participado na lavra de camadas de bananeira que é


formado por duas sub-camadas: uma superior, com a espessura não superior a 9 metros
(BNU) que quer dizer ʺbananeira upperʺ, e outra inferior, com cerca de 18 metros de
espessura (BNL) que significa ʺbananeira lowerʺ, que estão separados por siltitos. Também
teria participado na lavra da camada grande falésia (GF) a mesma irregular, sendo a sua
espessura média de 12 m. Ocorre por cima do tecto da camada anterior e é limitado na parte
superior por uma alternância de argilitos e grés.

Nota-se algumas intrusões doloríticas, corpos intrusivos localizam-se ao longo de falhas pós-
deposicional, que atingiram os sedimentos do Karoo, provavelmente durante o período
Jurássico, no início do estabelecimento sistema de “riftes” da África Oriental. Vide a figura
abaixo

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Figura 12: Ilustração da camada bananeira com 2 sub-camadas sendo BNU e BNL,
separados por siltitos.

Fonte: Autor

16.1. Sistema de despacho

Este Sistema serve para gerenciamento e optimização da operação de mina em tempo real, é
uma ferramenta de gerenciamento de equipamentos de mina que permite maximizar a
produção e eficiência e minimizar os custos operacionais a partir da tomada de decisões
utilizando dados em tempo real.

O objectivo principal de despacho computadorizado é maximizar o tempo produtivo na mina,


minimizar o número de camiões necessário para o transporte, potencializar a produção dos
equipamentos de carga através da redução de sua ociosidade e atender aos padrões de
qualidade da usina de beneficiamento.

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17. Controle de qualidade

Durante o estágio houve uma participação activa no controle de qualidade em algumas


frentes de lavra, esta equipa é composta por um geólogo por cada turma da secção 2B.
Controle de qualidade tem as seguintes responsabilidades:

-Levantamento diário dos dados para aderência às Programações Diárias de Lavra e Planos
Semanais.

-Alinhamento das áreas de interface para identificação e tratamento dos gargalos de produção

-Identificação das não conformidades operacionais que possam impactar a qualidade do


carvão;

-Acompanhamento e orientação do sistema de despacho nos apontamentos dos materiais

-Controle dos saldos e teores dos ROM pads.

Todavia a equipa de controle de qualidade contribui na redução a possibilidade de incertezas


uma vez que estas liberações também são produto das avaliações em campo e fornece
informações relevantes, sob os aspectos Geológicos, aos planos semanais com o objectivo de
reduzir ou mitigar impactos operacionais. Vide a figura abaixo

Figura 13: Interpretação do plano semanal em campo no acto de controle de qualidade.

Fonte: Autor e geólogo Arsénio Cardoso

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18. Conclusão e recomendações

Durante as actividades de campo, concluiu-se que a mineração é área complexa em que tem
as suas operações unitárias interligadas e todas elas são extremamente importante para o
alcance dos objectivos da empresa. A comunicação tem sido uma ferramenta crucial durante
as operações com a vista a reduzir acidentes e optimizar a produtividade, nesta vertente usa-
se rádios de comunicação, sinalizações, sistemas de despachos, provision e muito mais.

Recomenda-se que a empresa adopte um sistema rotativo de treinamento aos operadores de


equipamentos com intuito de entenderem da melhor forma o funcionamento das outras áreas,
existem situações em que alguns funcionários da planta de processamento não conhecem
como funciona a extracção na mina e vice-versa. Carrega-se optimismo de que se soubessem
o funcionamento e responsabilidades das outras áreas nasceria um novo espírito e vontade de
trabalhar em equipa.

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19. Referências bibliográfica
I. dr. Arsénio Cardoso, geólogo da Vulcan Moçambique afecto na área de controle de
qualidade e com vasta experiencia na área de prospecção e pesquisa, 2023.

II. ANDRADE, R. Apostila do Minicurso Gratuito de Desmonte de Rocha com o Uso de


Explosivos. 1. ed. Rio de Janeiro: [s.n.], 2020.

III. BRASIL. Decisão Normativa nº 071, CONFEA, de 14 de dezembro de 2001.

IV. Real. S. A. Geologia de Moçambique. Notícia Explicativa da Carta geológica


de Moçambique. Esc: 1:2000 000, 2ª. Edição, 1978.

V. Informativo da Agência Internacional de Energia (AIE). Energy


Technologies for the 21St Century, 1997.

VI. L. Vasconcelos, A. Muchangos & E. Siquela. Elementos-traço em cinzas de


carvões aflorantes Moçambique, Junho/2009.

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APÊNDICES

Apêndice 1: Praça de perfurada

Fonte: Autor

Apêndice 2: Limpeza das perfuratrizes (5 S)

Fonte: Autor

I
Apêndice 3: Ilustração de uma parte da planta de processamento

Fonte: Autor

Apêndice 4: Interpretação de fenómenos geológicos em campo

Fonte: Autor

II

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