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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia (FAGRENM)

Curso de Engenharia de Processamento Mineral

AVALIAÇÃO DAS PERDAS DOS MINERAIS PESADOS CONTIDOS NO


REJEITO DA WCP-B (PLANTA B) NA EMPRESA KENMARE, NO DISTRITO DE
LARDE, NA PROVÍNCIA DE NAMPULA

ANUARITE LUÍS ROIA CHATIMA

TETE
OUTUBRO, 2019
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS E MINERALOGIA


(FAGRENM)

CURSO DE ENGENHARIA DE PROCESSAMENTO MINERAL

AVALIAÇÃO DAS PERDAS DOS MINERAIS PESADOS CONTIDOS NO


REJEITO DA WCP-B (PLANTA B) NA EMPRESA KENMARE, NO DISTRITO DE
LARDE, NA PROVÍNCIA DE NAMPULA

ANUARITE LUÍS ROIA CHATIMA


Projecto do trabalho de fim de curso
apresentado à Comissão avaliadora da
Faculdade de Gestão de Recursos Naturais
e Mineralogia da Universidade Católica de
Moçambique, como requisito preliminar
para a elaboração da monografia, sob
supervisão do Engenheiro Francisco Ribeiro.

TETE
OUTUBRO, 2019
Índice
1. ITRODUÇÃO ................................................................................................................ 4

1.1. Breve Introdução ....................................................................................................... 4

1.2. Delimitação do tema .................................................................................................. 4

1.3. Formulação do problema .......................................................................................... 5

1.4. Justificativa ................................................................................................................ 5

1.5. Objectivos da investigação ........................................................................................ 6

1.5.1. Objectivo geral ....................................................................................................... 6

1.5.2. Objectivos específicos ............................................................................................ 6

1.6. Hipóteses ..................................................................................................................... 6

1.7. Estrutura do projecto ................................................................................................ 6

2. QUADRO CONCEPTUAL E TEÓRICO................................................................... 8

2.1. Peneiras vibratórias ................................................................................................... 8

2.1.1. Eficiência de Peneiramento ................................................................................... 8

2.2. Hidrociclones.............................................................................................................. 9

2.2.1. Influência dos parâmetros na classificação por hidrociclone .......................... 10

2.2.2. Influência das variáveis operacionais na classificação por hidrociclone ........ 13

3. Espirais concetradoras ................................................................................................ 14

4. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ................................................................ 17

4.1. Instrumentos ou técnicas de recolha de dados. ..................................................... 17

4.2. Limitações de Estudo .............................................................................................. 17

5. Cronograma De Actividades ...................................................................................... 18

5.1. Cronograma de Actividades ................................................................................... 18

5.2. Custo das Atividades ............................................................................................... 18

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 19


1. ITRODUÇÃO

1.1.Breve Introdução
A primeira fase do processamento de areias pesadas compreende basicamente várias etapas
para a obtenção de um produto com uma boa qualidade para a segunda fase de separação
mineral e a um investimento relativamente reduzido. Dentre essas etapas tem-se: o
peneiramento em telas vibratórias, deslamagem em hidrociclones e concetração em espirais.

As três etapas são de extrema importância devido a utilização de água como meio facilitador
da separação, entre o material pesado do leve (mineral minério do rejeito), a este tipo de
separação denomina-se separação à húmido. Nas três etapas do processamento primário das
areias pesadas tem-se obtido dois resultados em cada etapa, ou seja, para cada etapa teria-se
mineral concentrado e mineral rejeitado. Neste caso existem vários factores que fazem com
que haja perdas do mineral pesado no rejeito, ou seja, existem alguns factores que
influenciam no sucesso ou no insucesso de cada etapa de separação mineral.

A presente pesquisa foca-se no estudo dos produtos rejeitados, visto que eles devem conter
a mínima quantidade de material pesado possível, podendo assim ter o mínimo número de
perdas, neste sentido em importante que se garanta que todos os parâmetros que influênciam
negativamente e positivamente estejam bem controlados, podendo assim, ter nenhuma ou o
pouca quantidade de perdas de material pesado na empresa. Os estudos foram feitos na
empresa Kenmare, onde duraram três (3) meses, a empresa localiza-se a 160 km da cidade
de Nampula.

O trabalho faz abordagens dos factores quem determinam a boa recuperação do material
pesado, sendo que, estes factores quando mal utilizados levam a perdadas segnificativas do
mesmo material.

1.2.Delimitação do tema
O tema corresponde a um estudo feito nos pontos de rejeições das etapas de peneiramento
em telas vibradoras, hidrociclones deslamadores e nas espirais concentradoras, que
ocorreram na primeira fase de processamento das areias pesadas, podendo assim, avaliar as
perdas e verificar os factores que as causaram e melhorar a recuperação em cada etapa da
primeira fase de separação de minerais pesados.

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1.3.Formulação do problema
Na empresa Kenmare Moma Mining existem duas fases de concentração dos minerais
pesados nomeadamente WCP's (A e B) e MSP, sendo que na WCP-A e WCP-B fazem-se as
concentrações de minerais pesados à húmido, e na MSP faz-se a separação do concentrado
obtido nas WCP's, que levam aos três produtos finais nomeadamente Ilemanite (FeTiO3),
Rutilo (TiO2) e Zircão (ZrSiO4).

A primeira fase de concetração dos minerais pesados constitui uma etapa importante para
obtenção do produto final da mesma fase, assim sendo, é de extrema importância garantir a
máxima recuperação para que se chegue à meta planeada (mandar concentrado de mineral
pesado para a ultima fase). Portanto verifica-se que na empresa Kenmare Moma Mining
(WCP-B), a recuperação do mineral pesado é comprometida pelo bom funcionamento dos
equipamentos envolvidos nesta fase de separação mineral (desde os equipamentos principais
até os auxiliares).

Com o problema arrolado pretende-se responder a seguinte questão: Quais são os factores
que influenciam no mau funcionamento dos equipamentos de separação e concentração de
minerais pesados, que levam a perda dos mesmos para a rejeição na WCP-B?

1.4.Justificativa
Quando um material é rejeitado, significa que não tem importância para a empresa. Neste
caso, deve se garantir que só se rejeite raizes e pedregulhos nas telas vibradoras; lama nos
hidrociclones e quartzo nos espirais concetradores. Deve se garantir que haja uma boa
separação nas telas vibradoras, isso porque, quando não se rejeitar o excesso de lama e
pedregulhos (bolas de argila) logo nesta fase, teremos muitos bloqueios nos equipamentos,
desgaste dos mesmos e não teremos uma boa recuperação do mineral pesado.

O excesso de lama nas 3 etapas resulta em rejeição do material útil ou perda do material
pesado. Para além de favorecer o bom uso dos equipamentos, garantir a boa recuperabilidade
possivél ou seja evitar perdas dos minerais pesados também e garantir-se a minimização de
custos desnecessarios à Kenmare.

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1.5.Objectivos da investigação

1.5.1. Objectivo geral


 Avaliar perdas dos minerais pesados contidos no rejeito, a partir da análise de
amostras para melhorar a recuperação dos mesmos na WCP-B.

1.5.2. Objectivos específicos


 Descrever o processo de produção de minerais pesados na primeira fase de separação
(WCP-B);
 Proceder recolhas de amostras nos pontos de rejeição dos minerais de ganga para
analisar os resultados.
 Propor melhorias de uso dos equipamentos de separação de minerais pesados na WCP-
B

1.6.Hipóteses
a) Avaliação dos equipamentos usados para a separação dos minerais pesados, visto que
são neles onde ocorrem a separação de mineral minério do mineral de ganga, e são
neles onde ocorrem as perdas do mineral útil.
b) Melhoria na alimentação dos equipamentos da primeira fase da separação de minerais
pesados, principalmente nas peneiras vibradoras, porque é lá onde não tem havido
alimentação constante por falta de regularização da capacidade das mesmas
(capacidade não definida) e tem havido excesso de lama. Sabe-se que a lama presente
atrapalha a separação dos minerais e terminando por arrastar consigo o mineral
pesado para o oversize.

1.7.Estrutura do projecto
O presente trabalho é composto por cinco capítulos dos quais estão divididos da seguinte
forma:

 Capítulo I- introdução, delimitação do tema, justificativa, problematização, objectivo


geral e específicos, hipóteses e por fim a estrutura do trabalho.
 Capítulo II- Quadro teórico e conceptual, onde serão apresentados os conceitos
básicos relacionados ao tema.

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 Capítulo III- Metodologia de investigação, instrumentos básicos ou técnicas de
recolha de dados e limitações de estudo.
 Capítulo IV- Cronograma de actividades.
 Capítulo V- Referências bibliográficas.

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2. QUADRO CONCEPTUAL E TEÓRICO
Segundo Sampaio, Luz & França (2010), Os métodos de tratamento de minérios que
envolvem classificação e peneiramento apresentam como objetivo em comum, a separação
de um certo material em duas ou mais frações, com partículas de tamanhos distintos.

Os mesmos ainda dizem:

No caso específico do peneiramento, existe uma separação, levando-se em conta o tamanho


geométrico das partículas, enquanto que para o método de classificação, a separação é
realizada tomando-se como base o conceito da velocidade em que os grãos atravessam um
certo meio fluido. No processamento mineral, o meio fluido mais utilizado é a água. A
classificação a úmido é aplicada, normalmente, para partículas com granulometria muito fina,
onde o perneiramento não funciona de uma forma eficiente.

2.1.Peneiras vibratórias
O movimento vibratório é caracterizado por impulsos rápidos, normais à superfície, de
pequena amplitude (1,5 a 25 mm) e de alta frequência (600 a 3.600 movimentos por minuto),
sendo produzidos por mecanismos mecânicos ou elétricos (Sampaio et al, 2010).

As peneiras vibratórias podem ser divididas em duas categorias: aquelas em que o movimento
vibratório é praticamente retilíneo, num plano normal à superfície de peneiramento (peneiras
vibratórias horizontais); e aquelas em que o movimento é circular ou elíptico neste mesmo
plano (peneiras vibratórias inclinadas). Estas peneiras são as de uso mais frequente em
mineração, sendo muito empregadas nos circuitos de britagem e de preparação de minério
para os processos de concentração. A sua capacidade varia entre 50 a 200 t/m2/mm de
abertura/24 h (Sampaio et al, 2010).

2.1.1. Eficiência de Peneiramento


Para Sampaio et al (2010, citado em Andery, 1980):

Em peneiramento industrial a palavra eficiência é empregada para expressar a avaliação do


desempenho da operação de peneiramento, em relação a separação granulométrica ideal
desejada, ou seja, a eficiência de peneiramento é definida como a relação entre a quantidade
de partículas mais finas que a abertura da tela de peneiramento e que passam por ela e a
quantidade delas presente na alimentação.
8
𝑃
𝐸= 𝑥 100
𝑎𝐴

onde:

E = eficiência; P = passante (t/h); A = alimentação (t/h);

a = percentagem de material menor que a malha da alimentação.

Para Sampaio et al (2010, citado em s.a, 1985):

Industrialmente, a eficiência de peneiramento(12), situa-se entre 80 e 90%, atingindo em


alguns casos 95%. As partículas com diâmetros (d) superiores a uma vez e meia a abertura
da tela (a) não influenciam no resultado do peneiramento, bem como àquelas inferiores à
metade (0,5) da abertura da tela. As partículas compreendidas entre esta faixa é que
constituem a classe crítica de peneiramento e influem fortemente na eficiência e na
capacidade das peneiras. Essa classe pode ser dividida em duas:

0,5 a < d < a - que em termos probabilísticos têm menor chance de passar que as demais
partículas menores que a malha; e

a < d < 1,5 a - que embora não passantes, são as que mais entopem as telas das peneiras.

2.2.Hidrociclones
Os hidrociclones, como os classificadores mecânicos, têm a sua maior aplicação em circuitos
fechados de moagem, diferindo desses últimos pela maior capacidade. O princípio básico de
separação empregado nos hidrociclones é a sedimentação centrífuga. O desempenho desses
é influenciado por suas dimensões, pelas variáveis operacionais e pelas propriedades físicas
dos sólidos e da polpa alimentada (Sampaio et al, 2010).

Segundo Oliveira, Silva & Sampaio, (s.a), Os hidrociclones são alimentados com polpa de
minério, resultando como produtos o underflow e o overflow. O primeiro contém a maior
parte das partículas grossas que foram alimentadas e o segundo engloba a maioria das
partículas finas, que foram classificadas.

Basicamente um hidrociclone consiste de uma parte cilíndrica seguida de uma parte cônica
que possui, em seu vértice, uma abertura, denominada apex, pela qual descarrega o

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underflow. A alimentação é introduzida tangencialmente à seção cilíndrica, em que há um
tubo coaxial denominado vortex finder, pelo qual é descarregado o overflow (Carrisso, 2004).

Para Trawinski (s.a, citado em Sampaio et al, 2010), As principais aplicações para os
hidrociclones, dentre as quais, são citadas:

Espessamento - elimina a maior parte da água de uma polpa;

Deslamagem - elimina as partículas mais finas. Isto é normalmente necessário para os

processos de separação magnética a úmido, filtração, etc;

Classificação - frequentemente utilizado no fechamento de circuito de moagem onde o

underflow do hidrociclone retorna ao moinho;

Classificação seletiva - por meio de uma configuração de hidrociclones em série, é possível


obter-se um conjunto de produtos com granulometria definida;

Pré-concentração - utilizando hidrociclones de fundo chato, pode-se realizar concentração


por gravidade onde os minerais mais densos são descartados pelo underflow.

2.2.1. Influência dos parâmetros na classificação por hidrociclone


Na hidrociclonagem ocorre uma classificação de partículas, ou seja, estas estão contidas
numa polpa, com as quais se obtêm, após a classificação, duas classes de partículas, uma
contida no underflow e outra no overflow. Teoricamente essas duas classes de partículas
deveriam ser uma fina e outra grossa, mas na prática, a fração contida no underflow inclui a
maior quantidade de partículas grossas, enquanto aquela contida no overflow inclui a maior
quantidade de partículas finas. É conclusivo que a classificação não é perfeita, ou seja, a
classificação não ocorre num tamanho bem definido. No caso do peneiramento, esse corte é
exato, porque a classificação acontece sob um determinado tamanho, bem definido pela
abertura da peneira (Mular, 1980).

O diâmetro de corte é influenciado por inúmeras variáveis, sob o aspecto conceitual


(parâmetros de equipamento) e pela operação em si. Nos hidrociclones industriais pouco se
constatam alterações desses parâmetros, pois as variações podem implicar em mudanças no
projeto do equipamento (Oliveira et al, s.a).

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Entretanto, os hidrociclones usados em escala piloto permitem modificações de alguns
parâmetros. Aqui serão discutidos apenas os parâmetros considerados importantes na
operação de hidrociclones: diâmetro do hidrociclone, diâmetro e comprimento do vortex
finder, área do injetor (inlet), diâmetro do apex, comprimento da parte cilíndrica e ângulo de
cone (Mular, 2003).

Diâmetro do hidrociclone - Na prática, o diâmetro de corte é determinado pelas dimensões


do hidrociclone. Este parâmetro exerce maior influência no diâmetro de corte da
classificação, e o diâmetro interno da seção cilíndrica determina a capacidade do
equipamento (Oliveira et al, s.a).

O mesmos autores dizem:

A classificação em granulometrias finas requer a utilização de hidrociclones com pequenos


diâmetros, exigindo que se trabalhe com grupos desses equipamentos, conhecidos como
baterias, instalados em paralelo, para capacidades elevadas. Resumindo, quanto maior o
diâmetro do hidrociclone, maior será o corte granulométrico da classificação, porque esses
equipamentos proporcionam menor aceleração às partículas, isto é, a força de aceleração é
inversamente proporcional ao diâmetro do hidrociclone.

Diâmetro do Hidrociclone

Define a capacidade e o diâmetro de corte dos hidrociclones. Aumentando o diâmetro,


aumentam a capacidade do hidrociclone e o diâmetro de corte.

Diâmetro do Vortex finder

A variação de seu diâmetro possibilita regular a capacidade e o diâmetro de corte. O diâmetro


máximo é limitado pela possibilidade do material ir diretamente para o overflow. A altura
deve ser suficiente para ultrapassar o ponto inferior da abertura de entrada.

Área da Abertura de Entrada

Aumentando a área da abertura de entrada, aumentam a capacidade do hidrociclone e o


diâmetro de corte.

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Altura da seção cilíndrica - Aumentando a altura, diminui o diâmetro de corte.

Área do injetor (AI) - Determina a velocidade de entrada e, conseqüentemente, a velocidade


tangencial, que também varia com o raio da seção cilíndrica. No dimensionamento do
hidrociclone é comum usar, para cálculo da área do injetor (AI) de um hidrociclone com
diâmetro D, a expressão da Equação a baixo.

(AI) = 0,05 D2

Diâmetro e altura do vortex finder - O diâmetro do vortex finder situa-se entre 35 e 40%
do diâmetro interno do hidrociclone, entretanto não se trata de uma regra absoluta. As
dimensões deste parâmetro exercem uma influência significativa sobre a:

 Eficiência da classificação e capacidade (kg/h) do hidrociclone;


 Pressão, cujo valor pode reduzir ou aumentar.
Para um mesmo hidrociclone, acréscimos no diâmetro do vortex finder provocam também
acréscimos no diâmetro de corte de classificação e na percentagem de sólidos no overflow.
O comprimento do vortex finder deve ser suficiente para que sua base seja horizontalmente
posicionada abaixo do injetor. Desse modo, evita-se curto-circuito de partículas, isto é,
passagem direta das partículas ao overflow, sem sofrer classificação (Oliveira et al, s.a).

Os mesmos ainda dizem:

Diâmetro do apex - Os hidrociclones pequenos, com diâmetros menores que 250 mm,
usados nos estudos em escala piloto, possuem o ângulo do cone da ordem de 12 , enquanto
o

os maiores possuem um ângulo de, aproximadamente, 20 . É aconselhável que o apex, ponto


o

de maior desgaste do equipamento, possua um diâmetro menor que um quarto do diâmetro


do vortex finder.

O aumento do diâmetro do apex diminui o diâmetro de classificação. A relação inversa é


mais limitada, pois as partículas maiores só podem ser descarregadas pelo apex. Se o
diâmetro do apex for muito pequeno, deverá ocorrer um acúmulo de material grosso no cone,
aguardando a sua descarga. Conseqüentemente, partículas que já foram rejeitadas pelo vortex
finder podem retornar e serão descarregadas, o que aumentará o diâmetro da classificação
granulométrica.

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Quando a operação resulta na descarga do underflow, segundo o formato de cordão, denota uma
sobrecarga do apex com partículas grossas ou, de modo inadvertido, seu estrangulamento. Nesta
situação, essas partículas são forçadas a sair pelo overflow, prejudicando, de forma expressiva, a
eficiência da classificação. Por outro lado, a descarga em forma de guarda-chuva (spray) é
característica de um apex muito aberto. Finalmente, o operador percebe a operação eficiente do
hidrociclone, quando o underflow descarrega na forma de um cone de ângulo pequeno, ou chuveiro,
que é a posição adequada à classificação perfeita. As três situações estão esquematizadas na Figura
1.

Figura 1 – Representação esquemática dos tipos de descarga do ápex.

Fonte: Oliveira et al, s.a.

2.2.2. Influência das variáveis operacionais na classificação por hidrociclone


As variáveis operacionais são aquelas que o operador pode modificar por razões diversas,
decorrentes, em muitos casos, das peculiaridades inerentes à pesquisa realizada e/ou
operação. Aquelas mais importantes à operação dos hidrociclones serão discutidas neste
trabalho e constam da relação a seguir (Oliveira et al, s.a):

 Concentração de sólidos na alimentação;


 Distribuição granulométrica do minério;
 Formas das partículas na alimentação;

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 Pressão na alimentação;
 Viscosidade e densidade da polpa.

Percentagem de sólidos na alimentação - O aumento dessa variável tende a aumentar o


diâmetro de corte. Logo, quanto maior o valor desta variável, as partículas mais grossas
enfrentarão mais obstáculos para atravessar a zona de partículas mais finas e decantam na
zona de centrifugação. O controle da percentagem de sólidos é feito pelo operador, primeiro,
medindo o valor dessa variável com auxílio de uma balança, ou com procedimentos
operacionais para medidas mais confiáveis (Oliveira et al, s.a).

Distribuição granulométrica da alimentação - Esta variável determina a relação entre as


frações retida e passante na malha de classificação, ou seja, os sólidos residuais no overflow,
que influenciarão no diâmetro de classificação. Quanto maior for a quantidade de lamas na
alimentação, mais viscosa será a polpa e, conseqüentemente, maior será o diâmetro de
classificação,. As medidas das percentagens de sólidos são feitas para os fluxos da
alimentação, overflow e underflow, com auxílio da balança. Também devem ser
determinadas as vazões de polpa dos três fluxos.

Pressão da alimentação - Reservam-se cuidados especiais com o aumento da pressão na


alimentação do hidrociclone, por razões várias. Na prática, aumenta-se a pressão quando a
velocidade de rotação (rpm) da bomba é elevada. O aumento da pressão provoca um
acréscimo na capacidade (kg/h) do hidrociclone, que implicará no aumento da velocidade
tangencial e, por conseqüência, estende o mesmo efeito à velocidade angular. O resultado é
um campo centrífugo com maior intensidade.

Portanto, prover maior valor à pressão de alimentação significa oferecer maior chance de
decantação centrífuga às partículas menores, diminuindo o diâmetro de corte. No entanto,
operações com demasiado valor da pressão (superiores a 7,0 atm) resultam em excessivos
custos operacionais e de manutenção da bomba de polpa, o que é indesejado.

3. Espirais concetradoras
O concentrador espiral é construído na forma de um canal helicoidal de seção transversal
semicircular (Figura 2). Muito embora sejam comercializadas espirais com características
diferentes diâmetro e passo da espiral, perfil do canal e modo de remoção do concentrado,

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conforme o fabricante e o fim a que se destina, os mecanismos de separação atuantes são
similares (Sampaio et al, 2010).

Quando a espiral é alimentada, a velocidade da polpa varia de zero na superfície do canal até
um valor máximo na interface com o ar, devido ao escoamento laminar. Ocorre também uma
estratificação no plano vertical, usualmente creditada à combinação de sedimentação
retardada e consolidação intersticial, sendo também provável que haja a ação de esforços
cisalhantes. O resultado final é que no plano vertical, os minerais pesados estratificam-se na
superfície do canal, com baixa velocidade, e os minerais leves tendem a estratificar-se na
parte superior do fluxo, nas regiões de maiores velocidades. A trajetória helicoidal causa
também um gradiente radial de velocidade no plano horizontal, que tem um efeito menor na
trajetória dos minerais pesados e substancial na dos minerais leves. Estes, devido à força
centrífuga, tendem a uma trajetória mais externa (Sampaio et al, 2010).

Figura 2 – Esquema de uma espiral (Humphreys)

Fonte: Sampaio et al, 2010

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No processamento mineral, a espiral concentradora é utilizada com sucesso, na concentração
de minérios. Contudo, para a utilização deste equipamento, algumas propriedades físicas dos
minerais devem ser consideradas, sobretudo a densidade, o tamanho e o formato dos grãos
minerais (Aplan, 2003; Sampaio e Tavares, 2005).

Para Lins, (2004, citado em Braga & Sampaio, s.a), A energia potencial contida na polpa,
associada à força centrífuga decorrente do movimento circular da polpa, respondem pela
eficiência no processo de separação. Isso decorre da forma helicoidal de sua calha
semicircular, que propicia a esse equipamento uma eficiência de separação imbatível na faixa
granulométrica de sua aplicação. Entretanto, para que ocorra a separação como processo de
concentração, é necessário que a diferença entre as densidades do mineral valioso e da ganga
seja igual ou superior a 1,0. Valores inferiores a 1,0 dificultam bastante a separação em
espirais concentradoras, como por exemplo, a separação dos minerais calcita e fluorita.

Nos dias atuais, a espiral concentradora substitui, com sucesso, a mesa oscilatória na maior
parte das aplicações industriais. A razão disso está ligada aos seguintes fatores:
 A espiral não possui partes móveis, entretanto, baixos custos de capital e
manutenção;
 A sua construção, com materiais leves e duráveis, facilita o manejo do equipamento
e demanda pequenos espaços para instalações.

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4. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
a) Quanto a abordagem o tipo de pesquisa é quantitativa porque envolve manipulação
de resultados quantificáveis a fim de obter conclusões possíveis de expressar
numericamente;
b) Quanto a natureza o tipo de pesquisa é aplicada porque tem como objectivo gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos;
c) Quanto aos objectivos o tipo de pesquisa é exploratória porque objectiva criar
familiaridade com o problema a fim de torna-lo explícito e criar hipóteses;
d) Quanto aos procedimentos o tipo de pesquisa é bibliográfica porque irá basear-se no
levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas, e será ao mesmo
tempo quanto aos procedimentos pesquisa de campo porque além da pesquisa
bibliográfica envolve a colecta de amostras e análise de resultados.

4.1.Instrumentos ou técnicas de recolha de dados.


Para o desenvolvimento do trabalho as técnicas a serem usadas serão consultas bibliográficas
e análises de literaturas e artigos relacionados com o tema, trabalho de campo para
levantamento de dados para o desenvolvimento do estudo e consultas ao supervisor e outras
entidades da área de trabalho.

Os instrumentos a serem usados para a recolha de dados de campo serão copo para a colecta
de amostra, sacos pláticos e baldes para reservar as amostras, balança para pesar amostras,
rádio para perguntar a pressão e nível de água, marcadores para marcar os sacos e baldes,
diferenciando uma amostra da outra, fita isoladora para isolar os sacos. Para o registo dos
valores a serem encontrados nas leituras a realizar será usado um caderno tipo A4 e uma
esferográfica.

4.2.Limitações de Estudo
Durante o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa e estudos na área de trabalho teve-se
como dificuldades o acesso imediato dos resultados do laboratórios, a estudante tinha de
esperar pelo supervisor (ela não tinha acesso ao sistema de busca dos recultados das
amostras), havia muitas paragens da planta, o que resultava em não recolha de amostras,
(paravam a plata, para fazerem manutenções, por vezes levavam dias para terminarem).

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5. Cronograma De Actividades

5.1.Cronograma de Actividades

Actividades Meses

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Pesquisa do tema

Pesquisa bibliográfica

Colecta de dados

Apresentação e
discussão de dados

Elaboração do trabalho

Entrega do trabalho

Tabela 1: Cronograma das Actividades. Fonte: Autora (2019)

5.2.Custo das Atividades


Actividades Quantidade Custo Unitário Custo Totais (mts)
(mts)

Transporte 2 viagens 1345 2690


Impressão 3 150 450
Cópia 2 75 225
Encadernação 3 40 120
Total 10 1610 3485

Tabela 2: Custos das Actividades. Fonte: Autora (2019)

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a) ANDERY, P. Fundação Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco - IFEP
Recife, 1980
b) BRAGA, P., SAMPAIO, J. Capítulo 16 – ensaios em espirais concentradoras.
Brasil, s.a.
c) CARRISSO, R. C. C. e CORREIA, J. C. G. Classificação e Peneiramento. In: Luz,
A. B.; Sampaio, J. S e Almeoida, S. L. M. (Ed). Tratamento de Minérios. 4a ed. Rio
de Janeiro: CETEM, 2004. p.197-237.
d) MANUAL DE BRITAGEM, 4 ed. São Paulo: Fábrica de Aço Paulista. 1985. p. 5.02-
5.043.
e) MULAR, A. L. e JULL, N. A. Cyclone classifiers, pumps and pump boxes for
grinding circuits. In Mular, A. L. e Bhappu, R. B. (Ed.) Mineral processing plant
design. 2nd Edition. Society of Mining Engineers. New York, 1980.
f) MULAR, A. L. Size sepation. In: Fuerstenau, M. C. Han, K. N. (Ed.) Principles of
mineral processing. SME, 2003, p.119-172.
g) OLIVEIRA, G., SAMPAIO. J., SILVA. A. Capítulo 7 – ensaios de classificação
em hidrociclone. Brasil, s.a.
h) SAMPAIO, J. et al (2010). Tratamento de Minérios. 5a edição, Brasil.
i) TRAWINSKI, H. Teoria, aplicações e emprego prático dos hidrociclones - AKW do
Brasil Equipamentos para Mineração Ltda. (s.n.t.).

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