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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

RELATÓRIO DE LEQ II

PRÁTICA 10 – HIDROCICLONE
Data de realização da prática: 26/07/2022

TURMA INTEIRA

Jayc Castro Leal, 11721EQU027, jayc.castroleal@gmail.com


Luís Gabriel Pires Ottonelli, 11721EQU035, gabriel_ottonelli@hotmail.com
Marcos Vinícios Silvestre, 11721EQU019, marcos-silvestre@outlook.com
Mateus Veloso dos Anjos Ferraz, 11811EQU022, mateus.velosof@gmail.com
Natália dos Reis Filipin 11621EQU040, natalia.filipin@ufu.br
Vinícius Francisco da Silva, 11721EQU036, vinifs1997@gmail.com

UBERLÂNDIA – MG
2022

Av. João Naves de Ávila, 2.121, Sala 1K 217, Bloco 1K, campus Santa Mônica, Uberlândia – MG, CEP: 38400-902
www.feq.ufu.br – e-mail: malagoni@ufu.br – Tel. 34 3230-9534
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RESUMO – O hidrociclone é um equipamento altamente utilizado industrialmente, que tem


como princípio a separação de suspensões sólido-líquido e de emulsões líquido-líquido. Os
hidrociclones são agrupados em famílias segundo sua configuração geométrica. E na prática
em questão é trabalhado com o Hidrociclone Rietema, tendo como objetivo a determinação das
vazões do underflow e da alimentação e com estas determinar a razão de líquido e a eficiência
global, chegando a 72,63% e 85,33% respectivamente. Podendo concluir que este hidrociclone
atende de forma satisfatória a separação desejada.

PALAVRAS-CHAVE: particulado, separação, eficiência.

Uberlândia, 9 de agosto de 2022 Nota:

1. INTRODUÇÃO
Os ciclones possuem uma grande aplicação em vários campos da indústria devido sua
capacidade de separar sólidos e fluidos. Para o caso especial da separação sólido-líquido, os
ciclones recebem o nome de hidrociclones. O princípio de funcionamento de um hidrociclone
é similar ao de um ciclone, a única diferença está nas proporções geométricas devido as
diferenças de magnitude das propriedades de gases e líquidos (ORTEGA-RIVAS, 2012).
O princípio de separação básico empregado nesse tipo de equipamento é o de
sedimentação centrífuga, ou seja, os sólidos contidos na suspensão são sujeitos a uma
aceleração centrífuga, o que faz com que eles sejam separados do líquido. A formação do vórtex
que é necessário para essa separação é feita pelo próprio fluido, não havendo assim partes
móveis na estrutura do hidrociclone (SVAROVSKY et al., 2000).
Os hidrociclones possuem várias aplicações, dentre as quais podemos destacar:
classificação, como em moinhos, onde partículas mais grosseiras são coletadas no underflow
para que sejam retiradas e então retornam aos moinhos para que tenham uma redução de
tamanho; deslamagem, que tem por objetivo fazer a retirada das partículas mais finas de uma
suspensão para obtenção de um produto melhor no underflow; refino, em que ocorre a remoção
das partículas grosseiras e o produto de interesse é o overflow como na limpeza de materiais
ultrafinos como caulim ou bentonita, entre outras (ARCIL; BOUSO, 2021).

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O hidrociclone, assim como o ciclone, é caracterizado por diversas dimensões


geométricas. Esse fato permitiu o surgimento de diferentes tipos (ou famílias) de hidrociclones,
cada um deles seguindo uma certa proporção entre essas dimensões (PEÇANHA, 2014). A
escolha do melhor modelo de hidrociclone vai depender da aplicação para a qual ele será
designado, uma vez que cada configuração geométrica pode apresentar um ótimo resultado para
determinado objetivo, porém não ser uma boa escolha para outro. A Figura 1 mostra uma
configuração ideal de um hidrociclone da família Rietema.

Figura 1 - Geometria ideal de um hidrociclone Rietema. Fonte: ORTEGA-RIVAS, 2012.


A prática experimental tem como objetivo determinar a eficiência de coleta de um
hidrociclone da família Rietema.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do experimento utilizou-se uma unidade experimental de


hidrociclonagem com tanque de agitação mecânica, sistema de bombeamento, regulagem de

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vazão do hidrociclone, sistema para aferir a queda de pressão e um hidrociclone Rietema como
mostra a Figura 1. Para a coleta de dados experimentais, utilizou-se um cronômetro, béqueres,
balança e estufa (Figura 2).

Figura 1 – Aparato experimental.

Figura 2 – Estufa utilizada no experimento.

Os procedimentos experimentais foram realizados conforme descrito abaixo:


1. Inicialmente, utilizou-se a balança para pesar os béqueres vazios;

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2. Em seguida, preparou-se a solução aquosa contendo 1300 g de carbonato de cálcio e


100 L de água e colocou-se no tanque;
3. Ligou-se o equipamento. Assim, com o béquer grande coletou-se quatro medidas da
corrente de alimentação (underflow juntamente com o overflow) e também apenas do
underflow, utilizou-se o cronômetro para medir o tempo gasto para a coleta e por fim pesou-se;
4. Com os béqueres pequenos, coletou-se 3 medidas da alimentação e 3 medidas do
underflow (Figura 3). Pesou-se e em seguida foram levados para a estufa à 105 °C onde
permaneceram por 24 horas e pesou-se novamente.

Figura 3 – Amostras coletadas na alimentação e no underflow.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fim de cumprir o objetivo central do experimento, que seria determinar a razão de


líquido e eficiência global e global reduzida, os dados colhidos da prática envolveram a queda
de pressão, tempo e massa da alimentação e do underflow. A partir de então, foi realizado um
tratamento desses dados encontrando as vazões, assim definindo a razão de líquido, eficiência
global e eficiência reduzida. Os dados foram adicionados a Tabela 1.

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Tabela 1 – Dados referente a vazão de alimentação e underflow.


QUEDA
DE UNDERFLOW ALIMENTAÇÃO
PRESSÃO
Vazão Vazão
(Bar) Tempo (s) Massa (g) Vazão (g/s) média Tempo (s) Massa (g) Vazão (g/s) média
(g/s) (g/s)
1 15,22 1314 86,33 12,15 1683,62 138,57
1 16,62 1415,37 85,16 12,43 1715,37 138,00
85,77 138,03
1 17,00 1449,23 85,25 12,59 1739,09 138,13
1 16,99 1466,79 86,33 11,00 1511,48 137,41

Dessa forma, é possível calcular a vazão no overflow através da equação 1 descrita


abaixo.
𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑂𝑣𝑒𝑟𝑓𝑙𝑜𝑤 = 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 − 𝑉𝑎𝑧ã𝑜 𝑈𝑛𝑑𝑒𝑟𝑓𝑙𝑜𝑤 (1)

Após o cálculo, constatou-se que a vazão mássica do overflow é de 52,26 g/s.

Sabendo que ρs=2,6 g/cm3 e ρ= 0,013 g/cm3 foi possível calcular a concentração
volumétrica, densidade e vazão volumétrica de cada corrente utilizando as equações 2, 3 e 4.
Os valores estão apresentados na tabela 2.

(2)

(3)

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(4)

Tabela 2 – Dados referente a vazão de alimentação e underflow.


ρi
Cwi Cvi Wi (g/s) Qi (L/s)
Correntes (g/cm3)
7,07186E-
0,01395 0,013183 1,9252 0,1460
Alimentação 05
8,30711E-
0,01634 0,013215 1,4018 0,1061
Underflow 05

Através da razão entre a vazão volumétrica de suspensão no underflow e vazão


volumétrica de suspensão na alimentação determinando da razão de líquido a partir da equação
5.

(5)

Já para o cálculo da eficiência global (𝜂) utilizou-se a equação 6 descrita abaixo.

(6)

Dessa forma, obteve-se a razão de liquido e eficiência igual a 72,63% e 85,33%


respectivamente.

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4. CONCLUSÃO
Após a realização do experimento, do tratamento de dados pertinente ao objetivo, e das
discussões acerca dos resultados, pode-se chegar na estimativa de razão de líquido (𝑅𝐿 ) igual a
72,63%, porcentagem esta que equivale à quantidade da corrente de alimentação que se destina
ao underflow, de eficiência global (𝜂) igual 85,33%. Valores satisfatórios visto que ambas
eficiências estão acima de 60%.
Com isso, percebe-se que o embasamento teórico por trás do funcionamento do
equipamento é validado, uma vez que a separação sólido-líquida foi evidenciada com boas
eficiências. Além disso, observa-se a possibilidade de melhora nestes resultados pelo possível
uso de associação de hidrociclones, o que a depender da corrente de interesse e produto final
da operação, poderia ser compensar pelas vantagens práticas do uso dos hidrociclones.

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REFERÊNCIAS
ARCIL, J. F. C.; BOUSO, J. L. Fluid Mechanics Fundamentals of Hydrocyclones and Its
Applications in the Mining Industry, Vol. 126. Springer Nature Switzerland AG, 2021.

ORTEGA-RIVAS, E. Unit Operations of Particulate Solids: Theory and Practice. CRC


Press, 2012.

PEÇANHA, R. P. Sistemas Particulados: Operações Unitárias Envolvendo Partículas e


Fluidos. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2014.

SVAROVSKY, L. et al. Solid-Liquid Separation. 4ed. Butterworth-Heinemann, 2000.

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