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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

AMANDA LIMA MORO

ARTHUR ISSAO SANTOS IGUMA

DEBORAH ANGELO DA SILVA

FELIPE DE SOUZA PRIETTO

GABRIEL LISBOA KOSINSKI

JOÃO VICTOR PADILHA

LUCAS ZATTAR

VITOR ELIZEU CECHETTO

PRÁTICA SOBRE LEITO FLUIDIZADO – EQUIPE A

CURITIBA
2023
AMANDA LIMA MORO

ARTHUR ISSAO SANTOS IGUMA

DEBORAH ANGELO DA SILVA

FELIPE DE SOUZA PRIETTO

GABRIEL LISBOA KOSINSKI

JOÃO VICTOR PADILHA

LUCAS ZATTAR

VITOR ELIZEU CECHETTO

PRÁTICA SOBRE LEITO FLUIDIZADO – EQUIPE A

Relatório relativo à prática de perda


de carga em leito fluidizado apresentado
como componente parcial das atividades
avaliativas da disciplina de Laboratório de
Engenharia Química I.

Orientador: Prof. Dr. Alek


Knesebeck.

CURITIBA

2023

2
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – FASES DA FLUIDIZAÇÃO .................................................................... 6


FIGURA 2 – CURVA DE CALIBRAÇÃO .................................................................. 15
FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE A PERDA DE CARGA DO LEITO E TOTAL COM A
VELOCIDADE SUPERFICIAL ................................................................................. 17
FIGURA 4 – POROSIDADE VERSUS VELOCIDADE SUPERFICIAL ..................... 18

3
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – DADOS DA COLUNA .......................................................................... 8


QUADRO 2 – PROPRIEDADES DO SÓLIDO ........................................................... 8
QUADRO 3 – PROPRIEDADES DO FLUIDO ............................................................ 9
QUADRO 4 – VALORES DE N PARA A CORRELAÇÃO DE RICHARDSON-ZAKI 12
QUADRO 5 – PARÂMETROS EXPERIMENTAIS DO LEITO .................................. 14
QUADRO 6 – PARÂMETROS EXPERIMENTIAS DA COLUNA VAZIA .................. 15
QUADRO 7 – PERDAS DE CARGA OBTIDAS EXPERIMENTALMENTE............... 16
QUADRO 8 – POROSIDADE TEÓRICA OBTIDA PELA CORRELAÇÃO DE
RICHARDSON-ZAKI ................................................................................................ 17
QUADRO 9 – POROSIDADE TEÓRICA OBTIDA PELA CORRELAÇÃO DE
MASSARANI ............................................................................................................ 18

4
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6

2. OBJETIVO................................................................................................... 7

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................ 7

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 7

3. MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 7

4. MEMORIAL DE CÁLCULO – PARÂMETROS TEÓRICOS ........................ 8

4.1 CÁLCULO DA VELOCIDADE TERMINAL ............................................. 9

4.2 CÁLCULO DA VELOCIDADE MÍNIMA DE FLUIDIZAÇÃO .................... 9

4.3 PERDA DE CARGA ............................................................................. 10

4.4 POROSIDADE ..................................................................................... 11

5. MEMORIAL DE CÁLCULO – PARÂMETROS EXPERIMENTAIS ........... 12

5.1 POROSIDADE DO LEITO.................................................................... 12

5.2 VAZÃO VOLUMÉTRICA ...................................................................... 13

6. RESULTADOS .......................................................................................... 14

7. CONCLUSÕES ......................................................................................... 18

8. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 19

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1. INTRODUÇÃO

A operação de fluidização ocorre quando partículas sólidas se comportam em


um estado que se assemelha ao de um fluido quando submetidas a uma corrente
ascendente de um gás ou líquido. Isso acontece quando a velocidade do fluido que
passa pelas partículas atinge um valor crítico conhecido como velocidade mínima de
fluidização. Assim que a velocidade do fluido é suficientemente alta, as forças de
arraste exercidas pelo fluido superam o peso das partículas, fazendo com que elas
se comportem como se estivessem em suspensão no fluido. Isso permite uma
distribuição homogênea das partículas no interior do leito fluidizado, o que é
amplamente utilizado em processos industriais e em diversas aplicações, como na
indústria química, petroquímica, farmacêutica e de alimentos.
Essa operação pode ser separada de duas formas, a fluidização particulada
(líquidos) e a agregativa (gases). Para a prática realizada, a particulada foi a utilizada,
caracterizada por um número de Froude (Fr) menor que 1 e baixa expansão do leito
durante a fluidização, consequentemente, a porosidade mínima de fluidização do leito
coincide com a porosidade do leito fixo. Com o aumento da perda de carga a
porosidade aumenta em conjunto com a altura do leito até o valor máximo de 1,
quando o sistema já não há mais fuzilação, mas sim transporte pneumático (FIGURA
1). Sendo assim, o controle da porosidade do sistema e da perda de carga é
fundamental para o funcionamento de um leito fluidizado.

FIGURA 1 – Fases da fluidização

FONTE: Gomide (1980).

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2. OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Entendimento do comportamento do sistema de leito sólido através da


aplicação da fluidização por líquidos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinação da perda de carga no leito, determinação da porosidade do leito


de areia de praia, obtenção do comportamento da perda de carga conforme a
variação de velocidade do fluido e definir o melhor ajuste dos modelos teóricos aos
dados experimentais.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi utilizada uma coluna de vidro, de aproximadamente 1,5” de diâmetro,


contendo areia de praia compactada numa altura de 0,137m. A coluna de vidro estava
ligada a rede de distribuição de água e possuía também um indicador de nível em
tubo plástico, para aferição de altura de coluna de água e consequente definição de
perda de carga.
Para a realização do experimento, a válvula de alimentação de água foi aberta
e a coluna foi preenchida com o fluido até que vertesse pela saída superior, sendo
coletada por uma mangueira plástica e destinada a um pote de descarte. Após a
inundação da coluna, foram coletados 5 pontos de diferentes perdas de carga a partir
do zero, onde, para cada ponto, houve um intervalo de 1,5 cm e foi aferido o tempo
necessário para encher 50% uma proveta, as quais tinham diferentes volumes e
foram usadas a depender da vazão de água que saía da coluna. Após isso, foi forçada
a fluidização do recheio, sendo coletados mais 10 pontos com os tempos de vazão,
porém, também foi aferida a altura do leito para cada ponto.
Após a realização das medidas com o leito, a areia foi retirada do sistema
através de um sifão, na sequência, o mesmo método citado acima foi repetido, mas
com intervalo de 1 cm entre os pontos. Após a coleta de informações, os dados foram

7
tratados e foram construídas as curvas de perda de carga em função da velocidade
de escoamento da água.

4. MEMORIAL DE CÁLCULO – PARÂMETROS TEÓRICOS

A fim de avaliar a eficácia da técnica empregada na prática em questão, é


fundamental realizar o cálculo de diversos parâmetros teóricos, tais como a
velocidade terminal, a velocidade mínima de fluidização, a perda de carga teórica e
os coeficientes de Richardson Zaki e Massarani. Isso permitirá realizar uma
comparação com os dados obtidos experimentalmente.
As dimensões da coluna de fluidização empregada na prática, bem como a
porosidade do leito fixo estimada (ɛ), estão detalhadas no Quadro 1.

QUADRO 1 – Dados da coluna


Diâmetro [m] 0,0308
Comprimento [m] 0,07306
Porosidade leito
0,44
fixo (ɛ)
Fonte: Os autores (2023).

Quanto ao sólido utilizado nesta prática, foi encontrado as seguintes


propriedades relacionadas a ele no Quadro 2:

QUADRO 2 – Propriedades do sólido


Faixa do Diâmetro (Dp)
2,12E-04 a 3,00E-04
[m]
Massa total (Mp)
0,14729
[kg]
Densidade (ρs)
2706
[kg/m3]
Esfericidade (Ψ) 0,72
Fonte: Os autores (2023).

Quanto ao fluido utilizado, água proveniente da torneira do laboratório, pôde-


se obter as seguintes propriedades listadas no Quadro 3, tendo como base a
temperatura na qual a prática foi realizada, que era de 20 °C (293,15 K).

8
QUADRO 3 – Propriedades do fluído
Densidade (ρf)
998
[kg/m3]
Viscosidade (μf)
0,001
[Pa.s]
FONTE: Os autores (2023).

4.1 CÁLCULO DA VELOCIDADE TERMINAL

Para calcular a velocidade terminal, primeiro é necessário identificar o regime


de escoamento do sistema, com base no cálculo dos coeficientes 𝐶𝑑 e do número de
Reynolds ao quadrado (𝑅𝑒²), conforme expresso na Equação 1 a seguir:

8𝜓𝑣 𝐷𝑝 𝑔(𝜌𝑝 − 𝜌𝑓 )𝜌𝑓


𝐶𝑑 ∙ 𝑅𝑒 2 = (1)
𝜋𝜇 2
𝐶𝑑 ∙ 𝑅𝑒 2 = 514,38

Consequentemente, pode-se concluir que o sistema opera em um regime


intermediário. Portanto, empregamos a seguinte fórmula para determinar a
velocidade terminal por meio da Equação 2:

0,71 0,71
0,153(𝜌𝑝 − 𝜌𝑓 ) 𝑔 𝐷𝑝1,14
𝑣𝑡 = (2)
𝜌𝑓0,29 𝜇 0,43
𝑚
𝑣𝑡 = 3,23 × 10−2
𝑠

4.2 CÁLCULO DA VELOCIDADE MÍNIMA DE FLUIDIZAÇÃO

No processo de fluidização, um dos parâmetros cruciais é a velocidade mínima


de fluidização. Através dela, podemos identificar o ponto em que o leito no sistema
deixa de ser estático e passa a ser fluidizado.

Para esse propósito, igualamos a Equação de Ergun à Equação da Perda de


Carga Teórica, conforme a fórmula a seguir. Desta forma, utilizando a porosidade do
leito fixo, conseguimos isolar a Velocidade Mínima de Fluidização.

9
𝛥𝑃 𝜇(1 − 𝜀)2 𝜌(1 − 𝜀) 2
= 150 2 2 3 𝑣𝑚í𝑛 + 1,75 𝑣 (3)
𝐿 𝜓𝑣 𝐷𝑝 𝜀 𝜓𝑣 𝐷𝑝 𝜀 3 𝑚í𝑛

A partir disso, com manipulações algébricas, conseguimos isolar a velocidade


chegando em uma equação de segundo grau. Desprezando o valor negativo da
solução obtemos o seguinte resultado:

𝑣𝑚í𝑛 = 1,03 ∙ 10−3 𝑚/𝑠

4.3 PERDA DE CARGA

A perda de carga teórica pode ser determinada em dois cenários distintos:


durante o leito fixo, no qual seus valores teoricamente variam, e na Perda de Carga
Mínima de Fluidização, que se mantém constante durante o processo de fluidização
do sistema.

No contexto do leito fixo, o cálculo da perda de carga é realizado por meio da


aplicação da Equação de Ergun (Equação 4), na qual cada ponto possui um valor
específico, com base na velocidade superficial naquele ponto em particular.

𝜇𝐿(1 − 𝜀)2 𝜌𝐿(1 − 𝜀) 2


∆𝑃𝑓𝑖𝑥𝑜,𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 150 𝑣𝑚í𝑛 + 1,75 𝑣 (4)
𝜓𝑣2 𝐷𝑝2 𝜀 3 𝜓𝑣 𝐷𝑝 𝜀 3 𝑚í𝑛

A determinação da perda de carga mínima de fluidização é obtida através de


um balanço de forças, como demonstra a Equação 5:

𝑃𝑒𝑠𝑜 − 𝐸𝑚𝑝𝑢𝑥𝑜
∆𝑃𝑚í𝑛 = = 𝐿(1 − 𝜀)(𝜌𝑝 − 𝜌𝑓 )𝑔 (5)
𝐴

10
Portanto, conhecendo a altura mínima de fluidização e a porosidade, é viável
calcular o valor desse parâmetro.

4.4 POROSIDADE

A determinação da porosidade do sistema pode ser realizada por meio de dois


enfoques diferentes, conhecidos como os métodos de Richardson-Zaki e Massarani.
Ambas as abordagens são aplicáveis para a avaliação da porosidade em um leito
fluidizado, utilizando a seguinte Equação 5 como referência:

1
𝑣𝑠 𝑛
𝜀=( ) (5)
𝑣𝑡

Porém, a obtenção do valor do parâmetro "n" varia de acordo com o modelo


adotado. No entanto, em ambos os modelos, é essencial dispor do valor do Reynolds
Terminal, que pode ser calculado utilizando a Equação 6:

𝐷𝑝 ∙ 𝑣𝑡 ∙ 𝜌𝑓
𝑅𝑒𝑡 = (6)
𝜇
𝑅𝑒𝑡 = 22,4

• Massarani
No caso do método Massarani, o valor do parâmetro "n" deve ser determinado
por meio da Equação 7:

𝑛 = 5,93 ∙ 𝑅𝑒𝑡 −0,14 + 1 (7)


𝑛 = 4,84

• Richardson-Zaki
No modelo de Richardson-Zaki, o valor do parâmetro "n" está diretamente
relacionado ao valor do Reynolds Terminal e pode variar em diferentes faixas,
conforme ilustrado a seguir:

11
QUADRO 4 – Valores de n para a correlação de Richardson-Zaki
n Faixa
4,65 Re < 0,2
4,35 (Re)-0,03 0,2 < Re < 1
4,45 (Re)-0,1 1 < Re < 500
2,39 Re > 500
FONTE: Os autores (2023).

Como mencionado anteriormente, o valor do Reynolds Terminal está na faixa


entre 1 e 500. Portanto, ao empregar a equação do respectivo intervalo (Equação 8):

𝑛 = 4,45(𝑅𝑒)−0,1 (8)
𝑛 = 3,26

5. MEMORIAL DE CÁLCULO – PARÂMETROS EXPERIMENTAIS

5.1 POROSIDADE DO LEITO

Para o cálculo da porosidade do leito foi utilizada a relação entre o volume de


vazio e o volume da coluna, em função da altura de água, mostrada na Equação 9.

𝑀𝑝
𝜀𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = 1 − (9)
𝜌𝑠 ⋅ 𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 ⋅ 𝐻

Onde 𝑀𝑝 é a massa de partículas, 𝜌𝑠 é a densidade do sólido, 𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 a área


da coluna, e 𝐻 é a altura da água na coluna. A área da coluna foi calculada pela
Equação 10.

𝜋𝐷2
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = (10)
4

12
5.2 VAZÃO VOLUMÉTRICA

A vazão volumétrica foi calculada pela Equação 11 abaixo:

𝑉
𝑄= (11)
𝑡

Onde 𝑉 é o volume e 𝑡 é o tempo, ambos coletados durante o experimento.

5.3 VELOCIDADE SUPERFICIAL

A velocidade superficial foi calculada pela Equação 12, que expressa a razão
da vazão volumétrica pela área da coluna.

𝑄
𝑣𝑠 = (12)
𝐴𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎

5.4 PERDA DE CARGA

A perda de carga medida durante a primeira parte do experimento corresponde


à perda de carga total do sistema coluna mais leito. Para comparar o efeito da perda
de carga do leito poroso é necessário calcular a perda de carga da coluna.

5.4.1 Perda de carga da coluna

A perda de carga na coluna foi obtida por meio de uma curva de calibração
construída com a perda de carga medida na segunda parte do experimento (sem o
leito), e a velocidade superficial. O ajuste para a curva se aproxima de uma equação
do segundo grau, então a expressão usada para encontrar os parâmetros do ajuste
foi a Equação 13.

Δ𝑃𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 = 𝐴 ⋅ 𝑣𝑠2 + 𝐵 ⋅ 𝑣𝑠 (13)

13
5.4.2 Perda de carga do leito

Como a perda de carga medida no experimento é a perda de carga total da


coluna com o leito, a perda de carga do leito será a diferença entre a perda de carga
total e a perda de carga da coluna, como mostra a Equação 14.

Δ𝑃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = Δ𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − Δ𝑃𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 (14)

6. RESULTADOS

Nos Quadros 5, 6 e 7, encontram-se os parâmetros teóricos empregados para


conduzir os cálculos mencionados no tópico anterior. Os resultados desses cálculos
são exibidos no presente tópico.
Os resultados obtidos para o leito estão disponibilizados no Quadro 5. A vazão
e a velocidade superficial (𝑣𝑠 ) foram determinadas de acordo com as Equações 11 e
12.

QUADRO 5 – Parâmetros experimentais do leito


ΔP (cm Altura do Vazão
V (mL) t (s) vs (m/s)
água) leito (m) (m3/s)
6 6,2 44,89 0,137 1,381E-07 0,0001854
7,7 8 40,99 0,137 1,952E-07 0,0002620
9,05 7,8 33,18 0,137 2,351E-07 0,0003155
10,65 7,6 27,52 0,137 2,762E-07 0,0003707
12 8,8 25,64 0,137 3,433E-07 0,0004607
13,5 8 22,37 0,138 3,576E-07 0,0004800
15 23 30,74 0,153 7,482E-07 0,0010042
16 25 22,39 0,163 1,117E-06 0,0014986
17,3 58 31,14 0,185 1,863E-06 0,0024999
18 65 31,81 0,191 2,043E-06 0,0027426
19 66 27,65 0,191 2,387E-06 0,0032037
20 68 25,73 0,205 2,643E-06 0,0035471
21 71 24,06 0,212 2,952E-06 0,0039615
22 75 22,91 0,221 3,274E-06 0,0043938
23 86 24,11 0,23 3,567E-06 0,0047875
24 162 42,94 0,235 3,773E-06 0,0050642
FONTE: Os autores (2023).

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A perda de carga mencionada no quadro anterior diz respeito à perda de carga
total da coluna, a qual é a combinação das contribuições da perda de carga localizada
pela coluna e sistema acoplado, e da perda de carga gerada pelo leito.
A fim de contornar esse desafio e determinar a perda de carga resultante do
leito, foi coletado dados referentes à perda de carga na coluna sem a presença dos
sólidos, os quais estão presentes no Quadro 6, juntamente com os valores de vazão
e velocidade superficial, calculados conforme descrito anteriormente.

QUADRO 6 – Parâmetros experimentais da coluna vazia


ΔP (cm Vazão
V (mL) t (s) vs (m/s)
água) (m3/s)
0 0 - 0 0
0,5 5,8 34,31 1,691E-07 0,0002269
2,5 53 42,71 1,241E-06 0,0016655
4,5 55 27,19 2,023E-06 0,0027155
6,5 69 23,71 2,911E-06 0,0039068
8,5 144 36,90 3,903E-06 0,0052385
10,5 150 36,39 4,122E-06 0,0055325
12,5 138 29,48 4,681E-06 0,0062829
FONTE: Os autores (2023).

Ao plotar os dados em um gráfico, é viável construir uma curva de calibração


que nos capacita a calcular a perda de carga localizada na coluna em cada ponto,
com base na velocidade superficial em cada ponto. A Figura 2 representa esta curva
de calibração com o ajuste polinomial de segundo grau aplicado.

FIGURA 2 – Curva de calibração

Fonte: Os autores (2023).

15
Dessa forma, determinou-se que os coeficientes A e B com as unidades no SI
são, respectivamente, 10619020,37 e 121830,84.
Assim, a cada velocidade superficial, é possível calcular a perda de carga na
coluna utilizando a Equação 13, e aplicando a Equação 14, é obtido o valor da perda
de carga no leito desejado. Esses resultados estão presentes no Quadro 7.

QUADRO 7 – Perdas de carga obtidas experimentalmente


vs (m/s) ΔP total (Pa) ΔP coluna (Pa) ΔP leito (Pa)
0,0001854 587,42 22,949 564,47
0,0002620 753,86 32,646 721,21
0,0003155 886,03 39,497 846,53
0,0003707 1042,68 46,625 996,05
0,0004607 1174,85 58,387 1116,46
0,0004800 1321,70 60,924 1260,78
0,0010042 1468,56 133,055 1335,50
0,0014986 1566,46 206,429 1360,03
0,0024999 1693,74 370,924 1322,81
0,0027426 1762,27 414,003 1348,27
0,0032037 1860,17 499,308 1360,86
0,0035471 1958,08 565,761 1392,32
0,0039615 2055,98 649,286 1406,69
0,0043938 2153,88 740,316 1413,57
0,0047875 2251,79 826,658 1425,13
0,0050642 2349,69 889,316 1460,38
Fonte: Os autores (2023).

A partir dos dados obtidos no Quadro 7, é possível criar um gráfico da perda


de carga total do sistema e somente do leito em relação à velocidade superficial em
cada ponto. Esse gráfico está presente na Figura 3.

16
FIGURA 3 – Relação entre a perda de carga do leito e total com a velocidade superficial

FONTE: Os autores (2023).

Por fim, abaixo estão os resultados dos cálculos das porosidades teóricas
pelas correlações de Richardson-Zaki e Massarani.
O Quadro 7 apresenta os valores de porosidade obtidos através da utilização
do coeficiente de Richardson-Zaki.

QUADRO 8 - Porosidade teórica obtida pela correlação de Richardson-Zaki


Richardson-Zaki
ɛ teórico DR (%)
0,345 43%
0,390 35,6%
0,456 24,6%
0,469 22,4%
0,492 18,7%
0,508 16,1%
0,525 13,2%
0,542 10,4%
0,557 7,99%
0,566 6,39%
FONTE: Os autores (2023).

O Quadro 8 apresenta os valores de porosidade obtidos através da utilização


do coeficiente de Massarani.

17
QUADRO 9 – Porosidade teórica obtida pela correlação de Massarani
Massarani
ɛ teórico DR (%)
0,488 6,62%
0,530 3,95%
0,589 2,64%
0,601 2,75%
0,620 4,26%
0,633 1,60%
0,648 1,13%
0,662 1,11%
0,674 1,25%
0,682 1,08%
FONTE: Os autores (2023).

Por último, ao representar graficamente as porosidades em relação à


velocidade superficial, obtemos o gráfico apresentado na Figura 4.

FIGURA 4 – Porosidade versus Velocidade Superficial

Fonte: Os autores (2023).

FONTE: Os autores (2023).

7. CONCLUSÕES

No que diz respeito à porosidade teórica, esta foi determinada para cada ponto
do leito fixo utilizando os dados experimentais, juntamente com as dimensões do leito.

18
As porosidades reais foram então comparadas com os valores obtidos por meio da
correlação de Richardson-Zaki, que é aplicável a partículas esféricas, e com a
correlação de Massarani, que se aplica a partículas não esféricas. Ambas as
equações relacionam a velocidade terminal da partícula com a porosidade do meio,
o que exigiu o cálculo da velocidade terminal da partícula com base na velocidade
mínima de fluidização para posteriormente calcular a porosidade.
Ao analisar os resultados, observa-se que o erro relativo para a correlação de
Richardson-Zaki varia entre 6,39% e 43%, enquanto para a correlação de Massarani,
o erro relativo varia entre 1,08% e 6,62%. Essa diferença no erro relativo pode sugerir
que as partículas possuam um formato irregular, indicando que os grãos utilizados
não são perfeitamente esféricos.

8. REFERÊNCIAS

GOMIDE, R. Operações unitárias. São Paulo, 3 ed. 1980.

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