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PRÁTICA 02

Anna Kasemodel¹, Ariane do Nascimento Forte¹, Beatriz Lopes Pereira¹, Cesar Augusto do Prado ¹.

Prof. Wesley Pardinho do Carmo


Fenômenos de Transporte Experimental II – TQ084
Universidade Federal do Paraná
1
Discentes do curso de Engenharia Química da UFPR
Grupo D1

Resumo

O presente artigo tem como objetivo verificar conceitos e descrever um experimento de determinação da capacidade
térmica de um calorímetro e da capacidade calorífica de metais utilizando o método de misturas. Para concluir este
objetivo, realizou-se análises tempo a tempo em triplicatas, na temperatura da água, dos metais, sendo estes latões,
alumínio e aço, e da temperatura de equilíbrio dentro do calorímetro. Por meio dos resultados experimentais,
realizou-se análises teóricas e experimentais dos dados, visando compará-las. Nota-se que houveram divergências
entre os valores teóricos e experimentais obtidos, todavia estes encontram-se dentro de uma faixa aceitável de
acordo com a análise do fenômeno. Mesmo com os erros constatados, o método experimental foi efetivo e
possibilitou a análise dos fundamentos propostos.
Palavras-chave: temperatura; capacidade térmica; calor específico; calor latente; equilíbrio térmico.

Abstract
The article presents capacity as an objective of control and description of a method for determining the heat capacity
of a calorimeter and the heat capacity of metals using or of mixtures. for this purpose, for this purpose, to measure the
water temperature of metals, the calorimeter measurement temperature being. By means of the experimental results,
the theoretical and experimental tests given, compare them. It is noted that divergent analyzes occur between the
theoretical and experimental values obtained, but they are within an acceptable range according to a phenomenon.
Even with the foundations of the methods, the experimental was verified and made it possible to analyze the
foundations of the proposed methods.
Keywords: temperature; heat capacity; specific heat; latent heat; thermal balance.

1. Introdução chamada de capacidade calorifica e é uma

Segundo Resnickk e Halliday (1970), é preciso característica própria de cada substância.

fornecer calor para elevar a temperatura de qualquer Quando um sólido quente é colocado em um

substância, seja no estado gás, líquido ou sólido. A recipiente que contém água fria, ocorre uma

quantidade de calor necessária para elevar de 1°C a transferência de calor do sólido quente para a água

massa unitária de qualquer substância, depende da fria, a qual cessa no momento em que tanto a água

sua capacidade em absorver este calor, que é como o sólido estiverem na mesma temperatura, a
temperatura de equilíbrio. Neste processo, a água

1
ganhou calor, aumentando sua temperatura e o sólido Qcedido (água quente )=mágua quente × c águaquente × ( T eq−T quente )
perdeu, diminuindo a sua temperatura, sendo esfriado.
(IX)
A capacidade térmica é definida como a
capacidade de um corpo de mudar sua temperatura ao
Substituindo a equação (IX) na equação (VI) é
receber ou liberar calor. Obtida pela expressão:
possível determinar o valor da capacidade térmica do
Q (I)
calorímetro:
C=
∆T
O Calor específico é a capacidade térmica por
−( Qrecebido (água fria) +Qcedido (água quente ) )
unidade de massa: C cal=
C 1 ∆Q (II)
( T eq −T fria )
c= = (X)
m m ∆T

A equação (III) pode ser reescrita de forma mais 2. Objetivos


precisa na equação (IV):
2.1. Objetivo geral
C 1 dQ (III)
c= = O experimento da prática 2 tem como objetivo
m m dT
compreender e descrever o fenômeno de capacidade
térmica e calor específico verificando temperatura da
Rescrevendo a equação (III), pode-se
massa de água, metal e no equilíbrio.
determinar a quantidade de calor necessária para
2.2. Objetivo específicos
ocorrer a elevação da temperatura de uma substância:
2.2.1 Determinar a capacidade térmica do
T2 (IV)
Q=m∫ c dT calorímetro.
T1
2.2.2 Determinar o calor específico do latão,
alumínio e aço.
Considerando um intervalo de temperatura
onde a capacidade calorifica é constante, a equação
3. Materiais e métodos
(VI) é reescrita na (VII):
3.1. Material

Q=mc ( T 2 −T 1 ) (V) · Amostra de aço, alumínio e latão;


· Béquer;
Onde T 1 é a temperatura inicial da substância · Balança bel engineering;

e T 2 a final. · Calorímetro;

A Capacidade térmica do calorímetro, é · Chapa 78hw-1 Constant temperature magnetic

determinada a partir da ideia de que todo calor stirrer;

recebido somado ao calor cedido deve ser igual a · Ebulidor;

zero, logo · Termômetro (digital pocket thermometer);

Qrecebido (água fria) +Qcedido (calorímetro )+Q cedido ( águaquente )=0 · Pinça.
3.2. Procedimento experimental
(VI)

Primeiramente, foi mantida em uma chapa de


Onde, de acordo com as equações (I) e (V):
aquecimento (78hw-1 Constant temperature magnetic
Q recebido (água fria)=m água fria × c água fria × ( T eq −T fria ) stirrer) uma quantidade de água no béquer juntamente
(VII) com o termômetro para deixar as peças de metais
Qrecebudo (calorímetro )=C calorímetro × ( T eq −T fria ) submersas, garantindo uma temperatura conhecida.

(VIII)
2
Paralelo a isso, foram feitas as medidas referente TABELA 2 – CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA POR
INTERPOLAÇÃO PARTE 1
a determinação da capacidade térmica do calorímetro.
Foi pesado o calorímetro seco na balança Bel Cp Cp
Exp. T1 (ºC) T2 (ºC)
(cal/gºC) (cal/gºC)
engineering, adicionado aproximadamente 50 g de
1 17,2 0,99936 65,3 1,00014
água fria e medida sua temperatura pelo próprio 2 17,2 0,99936 67,3 1,00038
calorímetro. Após isso, era aquecida 50 g de água 3 19,5 0,99890 66,6 1,00029
com o ebulidor até atingir 65°C (medido pelo FONTE: Os Autores (2022).
termômetro(digital pocket thermometer)) e logo
TABELA 3 – CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA POR
misturado no calorímetro, a temperatura de equilíbrio INTERPOLAÇÃO PARTE 2
era, então, anotada. Esse procedimento foi realizado cágua quente
Cp cágua fria
em triplicata. Exp. T3 (ºC) (cal/gºC)
(cal/gºC) (cal/gºC)
Referente a determinação do calor específico dos
1 37,5 0,99785 0,99855 0,99900
metais, era realizado um procedimento parecido com o 2 38,1 0,99786 0,99861 0,99912
anterior aonde 50 g de água eram colocadas dentro do 3 40,5 0,99793 0,99842 0,99911
calorímetro e anotado a temperatura dela fria. FONTE: Os Autores (2022).

Subsequente a isso, foi aquecido, com o ebulidor, a


água que estava na chapa para que a temperatura TABELA 4 – CAPACIDADE TÉRMICA DO
chegasse aos 90°C. Assim que estivesse na CALORÍMETRO
Exp Qrecebido(água Qcedido(água Ccalorímetro
temperatura requerida, o metal era pego com uma fria) (cal) quente) (cal) (cal/ºC)
pinça e posto rapidamente dentro do calorímetro para 1 1037,44232 -1425,53989 19,11811
que não houvesse tanta troca de calor com o meio 2 1073,39398 -1436,83303 17,38943
3 1065,10912 -1357,81882 13,93856
antes de entrar no equipamento. Sendo assim era
FONTE: Os Autores (2022).
anotado a temperatura de equilíbrio entre o a água fria
Com os valores obtidos pela triplicata,
e o metal.
determinou-se que a capacidade térmica média do
Esse procedimento era repetido em triplicata para
calorímetro é correspondente a 16,82 ± 0,04 cal/ºC.
cada um dos 3 metais (aço, alumínio e latão). Por fim,
Caso o calorímetro fosse ideal então C calorímetro seria
esses metais era pesados para que, posteriormente,
nulo e, portanto:
fossem realizados os cálculos do calor específico.
Q recebido (água fria) +Q cedido (água quente )=0

Sendo assim, a temperatura de equilíbrio


4. Resultados e Discussão
esperada para esse caso seria 42,1 ºC.
Na tabela 1 encontram-se valores medidos na
prática para serem utilizados para calcular a Os cálculos para a determinação do calor

capacidade térmica do calorímetro utilizado. específico de sólidos foram realizados de forma


análoga aos cálculos realizados para a determinação
TABELA 1 – DADOS EXPERIMENTAIS PARA da capacidade térmica do calorímetro, sendo agora a
DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TÉRMICA DO
CALORÍMETRO incógnita desejada o cmetal.
FONTE: Os Autores (2022). mágua fria Tfria mágua Tquente
Exp Teq (ºC)
(g) (ºC) (g)
quente (ºC)
Utilizando a tabela de Resnick e Halliday
1 51,18 17,2 51,33 65,3 37,5
(1970) sobre os valores do calor específico em função 2 51,43 17,2 49,25 67,3 38,1
da temperatura como referência, estão presentes o 3 50,80 19,5 52,07 66,6 40,5
valores do calor específico da água, Tabela 2 e 3,
usando interpolação.
3
Qrecebido (água fria) +Qrecebido ( calorímetro) +Qcedido (metal )=0 e do alumínio é 0,22 cal/gºC. Conclui-se, então, que
(XII) os resultados estão condizentes aos esperados,

Onde considerou-se que a Tquente é a 5. Conclusões


temperatura da água em o metal estava contido e
A partir dos dados coletados, foi possível a
corresponde à temperatura do próprio metal. O calor
medição das capacidades caloríficas dos metais, bem
específico da água foi calculado através da média
como do calorímetro. Entretanto, algumas
entre cp em Tfria e em Teq, valores esses que foram
imprevisibilidades de experimentos impedem de
interpolados através da tabela de Resnick e Halliday
termos resultados exatos destes valores. Alguns
(1970).
pontos podem ser citados em relação a isto: a não
espera de o calorífico atingir a temperatura ambiente
TABELA 5 – VALORES DE TEMPERATURA PARA A
DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DO entre um experimento e outro, a não secagem do
METAL
calorífico deixando uma pequena massa de água em
mmetal mágua fria seu interior entre um experimento e outro, o fato do
Exp T1 (ºC) T2 (ºC) T3 (ºC)
(g) (g)
1 50,17 18,3 90,8 20,6 metal não atingir exatamente o ponto de temperatura
2 22,42 49,17 18,8 91,5 21
apresentado pelo termômetro na medição da
3 50,4 17,1 91,6 19,5
1 49,98 16,9 91,6 19,8 temperatura da água onde ele está sendo aquecido,
2 24,08 49,77 17,1 91,5 20,2
etc.
3 51,47 17,1 92,1 20,3
1 50,5 17,2 92,5 19,6 Fatores como esse impedem a exatidão na
2 9,21 50,9 16,9 92,5 19,2
determinação desses valores. Entretanto, ainda é
3 49,73 17 92,5 19,6
FONTE: Os Autores (2022). possível afirmar que o teste apresentou bons
resultados de determinação e foram feitos com a
maior cautela possível a fim de minimizar estes erros.

TABELA 6 – DETERMINAÇÃO DO CALOR


ESPECÍFICO DOS METAIS 6. Referências
mmetal cágua fria Qrecebido Qrecebido Cmetal
Exp (calorímetro) (cal/gºC)
(g) (cal/gºC) (água fria)(cal)
(cal) R. Resnick e D. Halliday, “Física”, Pt. I, Ao Livro
1 0,99894 115,26869 38,67534 0,09644
Técnico S.A., Rio de Janeiro, 1970.
2 22,42 0,99887 108,05176 36,9938 0,09177
3 0,99914 120,85597 40,35687 0,09973 CALLISTER, W.D., RETHWISH, D. G. - Ciência e
1 0,99913 144,8159 48,76456 0,11196 Engenharia de materiais: uma Introdução, 8ª Ed., LTC,
2 24,08 0,99908 154,14506 52,12763 0,12014
3 0,99908 164,55164 53,80917 0,1263
Rio de Janeiro, 2016.
1 0,99912 121,09334 40,35687 0,24046
2 9,21 0,99919 116,97517 38,67534 0,23056
3 0,99914 129,1868 43,71995 0,25753
FONTE: Os Autores (2022).

Com a média das triplicatas, obteve-se calores


específicos correspondentes a 0,096 ± 0,008 cal/gºC,
0,119 ± 0,008 cal/gºC e 0,24 ± 0,02 cal/gºC para o
latão, o aço e o alumínio respectivamente.

Comparando os valores de calores específicos


dos metais obtidos no experimento com os da
literatura, segundo Callister (2016), o calor específico
do latão é de 0,090 cal/gºC, do aço é de 0,120 cal/gºC

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