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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

EXPERIMENTO 2: MODELANDO PARA OBTER CAPACIDADES TÉRMICAS E


CALORES ESPECÍFICOS
Professor Dr. Fernando Gardim

AMANDA REGINA GONÇALVES DE ALMEIDA - 2020.1.25.001


ANA LUIZA VALENTE CONTIN - 2021.1.25.004
KARINA LUCIO DE OLIVEIRA - 2020.1.25.014
LARISSA GABRIEL ABREU - 2021.1.25.090
MAYRA OLIVEIRA DE ALMEIDA - 2021.1.25.034

POÇOS DE CALDAS - MG
2022
RESUMO

O experimento consistiu em determinar o calor específico da água e a capacidade


térmica do calorímetro através do aquecimento de seis massas distintas de água,
mantidas dentro de um calorímetro para isolá-las de influências externas. A água foi
aquecida por um resistor elétrico com um potencial de 6V, enquanto se media a
temperatura a cada 1 minuto aproximadamente, com auxílio de um termômetro.
Esse processo foi repetido para cada massa. Com isso, obteve seis medições de
temperatura para cada massa, levando em conta as incertezas instrumentais.

Palavras-chaves: Calorímetro; Capacidade Térmica; Calor Específico; Modelo físico.

1. INTRODUÇÃO
A capacidade térmica de um objeto é a constante C que é proporcional ao
calor Q, que é dado pela Equação (1):
𝑄 = 𝐶∆𝑇 = 𝐶(𝑇𝑓 − 𝑇) (1)

Onde, 𝑇𝑓 e 𝑇 são as temperaturas final e inicial, respectivamente. E a

constante de capacidade térmica é dada pela unidade de energia por grau ou


energia por Kelvin.[1]
A capacidade térmica é proporcional a sua massa, logo, objetos feitos de um
mesmo material tem a capacidade térmica de acordo com a sua massa. O calor
específico é a capacidade térmica de acordo com uma unidade de massa do
material, sendo assim temos a Equação (2): [1]
𝑄 = 𝐶𝑚∆𝑇 = 𝐶𝑚(𝑇𝑓 − 𝑇) (2)

Ao longo do experimento, foi utilizado o calorímetro, instrumento utilizado


para medir sua capacidade calorífica, o calorímetro possui uma resistência, a partir
dela é possível determinar o valor de Q através da seguinte relação:
1ª Lei de Ohm:
𝑉 = 𝑅𝐼 (3)
A potência dissipada por esse resistor é dada por P:
2
𝑉
𝑃 = 𝑉𝐼 = 𝑅
(4)

𝑄 = 𝑃∆𝑡 (5)
Substituindo a Equação (4) na Equação (5):

2
2
𝑉
𝑄= ( 𝑅
)∆𝑡 (6)

Substituindo a Equação (5) na Equação (2):


2
𝑉
( 𝑅
)∆𝑡 = 𝐶𝑚∆𝑇 (7)

Sendo assim, é possível obter o valor de C com todos os dados conhecidos


do calorímetro e com os dados medidos durante o experimento. Fazendo uma
regressão linear com os dados se obtém o valor de C, e assim se descobre o calor
específico do material.
Logo, o modelo físico é:
𝑚𝑐+𝐶
∆𝑡 = ( 𝑃
)∆𝑇 (8)

2. DESCRIÇÃO DO APARATO EXPERIMENTAL

Nesse tópico será abordado a descrição dos aparatos utilizados no


experimento desenvolvido durante as aulas práticas.
● Calorímetro
● Fonte de tensão
● Termômetro (incerteza = 0,05 °C)
● Fios de fusíveis
● Temporizador
● Balança analítica

3. Experimento
Utilizando dois fios de fusíveis a uma fonte de tensão ligada na tomada em
220V, ligamos o calorímetro de isopor revestido por alumínio parcialmente
preenchido com água, à fonte para que essa fornecesse energia para o calorímetro
de forma que, a corrente elétrica aqueça o resistor elétrico de 6 Volts que em contato
com a massa de água dentro do recipiente a faça aquecer por convecção, ao
mesmo tempo utilizando o agitador, mexemos a água para que sua temperatura seja
homogênea em toda sua extensão, de forma que o calor fornecido se “espalhasse”
por todo o volume de água. Com a fonte fornecendo uma quantidade de calor fixa
para o resistor em um intervalo fixo de tempo (60 segundos), medimos a
temperatura de diferentes massas de água (todas inicialmente à temperatura

3
ambiente) então, tendo conhecimento da quantidade de calor fornecida, da variação
de temperatura, da massa de água utilizada e conhecendo a fórmula de quantidade
de calor Q=m.c.ΔT, podemos calcular o calor específico da água.

4. Resultados e discussões
Com a realização experimental, foi possível coletar diferentes temperaturas
para diferentes volumes de água.
O primeiro procedimento foi realizado com 114,8g de água, tendo sua
temperatura inicial (Ti) igual a 18,2°C. Na Tabela 4.1 a seguir, encontram-se os
dados obtidos para a respectiva massa:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

20,3 2,1 30,24 0,1254355401

22,2 4 57,4 0,1254355401

24,1 5,9 84,96 0,1254355401

26,1 7,9 113,76 0,1254355401

27,9 9,7 139,68 0,1254355401

29,7 11,5 165,6 0,1254355401


Tabela 4.1 calor específico para m=114,8g de água e Ti=18,2°C

O valor de ΔT foi encontrado apenas fazendo a diferença entre a temperatura


aferida menos a temperatura inicial. Para a quantidade de calor (Q), foi utilizada a
Equação (5). O calor específico (c) foi encontrado realizando Q/m.ΔT.
A segunda massa de água foi de m=131,2g e sua temperatura inicial (Ti) foi
de 18,9°C. Os dados calculados seguindo essas medidas estão apresentados na
Tabela 4.2:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

20,7 1,8 25,92 0,1097560976

22,3 3,4 48,96 0,1097560976

4
23,9 5 72 0,1097560976

25,9 7 100,8 0,1097560976

27,5 8,6 123,84 0,1097560976

29,2 10,3 148,32 0,1097560976


Tabela 4.2 calor específico para m=131,2g de água e Ti=18,9°C

A terceira realização foi com uma massa de água de m=134,8, á uma


temperatura de 18,7°C. O resultado dos cálculos estão a seguir na Tabela 4.3:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

20,4 1,7 24,48 0,1068249258

22,3 3,6 51,84 0,1068249258

23,8 5,1 73,44 0,1068249258

25,7 7 100,8 0,1068249258

27,2 8,5 122,4 0,1068249258

28,9 10,2 146,88 0,1068249258


Tabela 4.3 calor específico para m=134,8g de água e Ti=18,7°C

Realizando o experimento pela quarta vez, com uma massa de m=129,9g de


água e 17,7°C, pode-se, na Tabela 4.4, ver os valores obtidos:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

19,4 1,7 24,48 0,1108545035

21,6 3,9 56,16 0,1108545035

23,5 5,8 83,52 0,1108545035

25,3 7,6 109,44 0,1108545035

27,2 9,5 136,8 0,1108545035

28,7 11 158,4 0,1108545035


Tabela 4.4 calor específico para m=129,9g de água e Ti=17,7°C

5
Para a quinta realização, á uma temperatura de 18,6°C e uma massa de
m=137,2g de água, os resultados obtidos nos cálculos estão na Tabela 4.5:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

20,4 1,8 25,92 0,1049562682

22,3 3,7 53,28 0,1049562682

24,1 5,5 79,2 0,1049562682

26,1 7,5 108 0,1049562682

27,9 9,3 133,92 0,1049562682

29,5 10,9 156,96 0,1049562682


Tabela 4.5 calor específico para m=137,2g de água e Ti=18,6°C

A sexta vez do experimento, com a massa de água á 175g e 18,8°C na


temperatura inicial, os valores obtidos estão representados na Tabela 4.6:

Temperatura ΔT Calor Calor específico


(°C) (°C) (J) (J/°C)

20,3 1,5 21,6 0,08228571429

21,9 3,1 44,64 0,08228571429

23,5 4,7 67,68 0,08228571429

25 6,2 89,28 0,08228571429

26,5 7,7 110,88 0,08228571429

27,9 9,1 131,04 0,08228571429


Tabela 4.6 calor específico para m=175g de água e Ti=18,8°C

Com o auxílio do programa Google Colab, foi possível realizar o cálculo do


MMQ, e suas incertezas:

6
Figura 4.1 gráfico MMQ e incertezas

5 CONCLUSÃO

De acordo com o experimento, foi possível constatar discrepâncias no valor


do calor específico teórico, sendo o mesmo de 1 cal/g°C e o valor obtido através
desta prática sendo aproximadamente em torno de 0,08 a 0,1 cal/g°C em relação a
sua respectiva massa.
Essa diferença se deve pelas dificuldades de uma vedação completa do
calorímetro de água, ocasionando assim em uma interferência significativa nos
respectivos resultados comparados com a literatura, já que, não foi possível obter a
vedação necessária para evitar a troca de calor com o ambiente.
Também foi notável que à medida que obteve aumento na massa, o calor
específico reagiu de forma inversa, ou seja, ocorreu sua diminuição.
Por fim, a explicação relacionada com o fato do Hemisfério Norte nevar e do
Hemisfério Sul não, está diretamente relacionado com a predominância de águas
frias. Onde por consequência, quanto mais quente mais evaporação acontece. Esse
vapor é levado pelos ventos em altitude para locais onde a temperatura do ar é mais
fria e ocorre a condensação e até o congelamento dessa umidade. Nos ciclones,
essa concentração de umidade é maior.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J., Gravitação, Ondas e


Termodinâmica, 9ª Ed., LTC, Rio de Janeiro (2013).

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