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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS PONTA GROSSA


CURSO ENGENHARIA QUÍMICA

CLARA FERREIRA BATISTA

FICHA DE DADOS DO EXPERIMENTO 9: CALOR DE


FUSÃO DO GELO

PONTA GROSSA 2021


1. RESUMO DA ATIVIDADE EXPERIMENTAL

Calor pode ser definido com energia térmica (energia cinética associada a
todas a moléculas que formam a substância) em trânsito. Ao absorver ou ceder
calor uma substância, geralmente, apresenta uma variação de sua
temperatura. Contudo quando uma substância cede ou absorve uma
quantidade de calor que a faz chegar aos seus pontos de mudança de estado
físico, também chamado de mudança de fase, temos o chamado calor latente
ou entalpia de formação. O calor latente é caracterizado quando há uma
mudança de estado físico da matéria.
Neste caso, a quantidade de calor fornecida é para uma mudança de fase.
Enquanto não houver a mudança total de estado físico a substância permanece
com a temperatura constante. A energia térmica disponível é fornecida ao
sistema é utilizado para romper as ligações entre as moléculas que definem o
estado da matéria, provocando a transição de fase. Após a transição, a energia
restante disponível é empregada no aumento de temperatura até atingir o
equilíbrio.
O objetivo do presente trabalho é, por meio de uma análise experimental,
embasada em conceitos físicos e confirmada através de cálculos, verificar o
fenômeno de transição de fase, sólido para o líquido, gelo para a água, além de
determinar o calor latente do gelo (𝐿 𝑔𝑒𝑙𝑜).

2. PROCEDIMENTO RESUMIDO

Para o experimento de calor de fusão do gelo foi utilizado: um termômetro,


balança digital, calorímetro e gelo.
O procedimento pode ser resumido em: 1- Determinar a massa da parte interna
do calorímetro e a massa do conjunto vazio (parte interna + externa +
termômetro). 2- Determinar a massa do conjunto com água aquecida
(𝑇𝑄~(40°𝐶 − 70°𝐶) e encontrar a massa de água empregada a temperatura 𝑇𝑄
do sistema. 3- Determinar a massa da pedra de gelo (𝑀𝑔𝑒𝑙𝑜) a (0°C) e inserir a
pedra no calorímetro que está a Temperatura (𝑇𝑄). 4- Após, aproximadamente
um minuto, verifica-se se a pedra de gelo derreteu completamente, é então
anotada a temperatura final (𝑇𝐸).
Após essa visão geral dos passos a serem seguidos, segue-se para o
experimento.
Primeiramente se determinou a massa da parte interna do calorímetro. O
calorímetro é composto por: parte interna, isolante térmico-externa, tampa e
termômetro. É então medida a massa do conjunto vazio: parte interna +
externa + termômetro, essa massa é chamada de massa do conjunto (𝑚𝑐𝑜𝑛𝑗).
Com o auxílio de uma câmera térmica é possível ver a água sendo aquecida, a
temperatura da água é medida e depois essa água é transportada ao
calorímetro, o calorímetro é fechado e é então determinada a massa do
sistema. Para o cálculo da massa da água, a massa que foi medida
inicialmente, (do sistema vazio= parte interna + externa + termômetro) é
diminuída, diminuída da massa do sistema com a água aquecida dentro, (o
sistema vazio mais a água). Obtém-se assim a massa da água (𝑚á𝑔𝑢𝑎). Agora
é então medida a temperatura inicial, estabelecida como 𝑇𝑄: temperatura da
água aquecida + temperatura da parte interna do calorímetro. Nesse primeiro
momento, obtemos a equação para esse sistema isolado como sendo:

∑ = ∆𝑄 = (𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂)∆𝑇 = 0
𝑖
Equação (1)

Um cubo de gelo é então posto sobre a balança com o intuito de se determinar


a sua massa, o gelo está a 0°C. (𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜). Após isso, o cubo de gelo é inserido
no calorímetro, no qual o gelo irá trocar calor com a água ali presente e sofrer a
transição de fase, passando para a fase líquida. Após aproximadamente um
minuto, quando o sistema atinge a situação de equilibrio é determinada a
temperatura de equilíbrio (𝑇𝐸). do sistema: água + parte interna do calorímetro
+ gelo derretido. Após a inclusão do gelo, a equação passa a ser:

∑∆𝑄 = (𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂)(𝑇𝑄 − 𝑇𝐸) − 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜𝐿 𝑔𝑒𝑙𝑜 − 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜𝑐𝐻2𝑂(𝑇𝐸 − 0°𝐶) = 0


𝑖
Equação (2)

Estabelecendo que:
∆𝑇1 = 𝑇𝐸 − 𝑇o
∆𝑇2 = 𝑇𝑄 − 𝑇𝐸

Equação(3) e (4)

Sendo assim, ao isolarmos o calor latente do gelo, que é o que por métodos
experimentais procuramos definir, obtemos a equação final:

(𝑚𝑐𝑎𝑙𝑐𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝐻2𝑂𝑐𝐻2𝑂) ∆𝑇1


𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 = ( 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜
) − 𝑐𝐻2𝑂* ∆𝑇2
Equação (5)

Este procedimento é repetido é repetido mais duas vezes com o intuito de se


diminuir os erros e aumentar a precisão e exatidão na tomada de dados. A
tabela foi montada, visto que os dados necessários para se calcular o calor
latente do gelo, já foram obtidos. Após se determinar o calor latente para cada
medida, será feita uma média destas. Com a média será realizado o cálculo do
percentual de erro em relação ao valor fixo do calor latente do gelo.

3. ANÁLISE DE DADOS

Visando calcular o calor latente do gelo, (𝐿 𝑔𝑒𝑙𝑜), foi utilizada a equação 5. Para
cálculo do erro experimental, utiliza-se a seguinte equação:

|𝛼𝑅𝑒𝑎𝑙 − 𝛼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜|
𝐸% = ( 𝛼𝑅𝑒𝑎𝑙
) * 100
Equação (6)

Tabela 1 - Cálculo do calor latente experimental


Med Mconj Mconj M H2O M M cal (gr) 𝑇Q 𝑇𝐸 𝐿
(1) (2) (gr) Gelo (°𝐶) (°𝐶) (𝑐al/gr )
(gr) (gr) (gr)

1 166,75 252 85,25 9,17 31,15 75,1 61 80,38


2 168,3 254,65 86,35 10,2 30,2 73,8 58,5 80,76
3 169,5 250,85 81,35 11,2 30,5 71,4 54,3 79,91

Tabela 2 - Tratamento de dados e erro experimental

Calor latente do gelo Calor latente do gelo calculado E%


fornecido (𝑐al/gr) experimentalmente (𝑐al/gr)
79,7 80,3535 0,82%

4. CONCLUSÕES

Com o fim da parte experimental e de seus devidos cálculos, foi possível concluir que
o valor encontrado para o calor latente do gelo sofreu uma variação considerável,
quando comparado ao valor fornecido. Inferiu-se a existência de certos erros na hora
da tomada das medidas diretas como a massa do conjunto 1, do conjunto 2, massa do
calorímetro, massa do gelo. Apesar de se ter repetido as medições três vezes para
que esse erro fosse minimizado. Com tudo ainda é possível concluir que o calorímetro
se distancia um pouco do ideal, infere-se que a diferença entre as medidas obtidas e o
valor tabelado para o calor latente do gelo foi em decorrência dessa troca de calor
entre o conjunto calorímetro + água aquecida + gelo, e o meio externo, talvez na hora
de abrir o calorímetro para que o cubo de gelo fosse adicionada ao conjunto ocorreu
essa troca de calor mais acentuada.

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