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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE FÍSICA E QUÍMICA (IFQ)


CENTRO DE ESTUDOS EM QUÍMICA (CEQ)

EXPERIMENTO 5 – CALOR DE DISSOLUÇÃO


FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I – QUI037

CARLOS ALBERTO DE ARAUJO SILVA


JOÃO PEDRO GASS MENDES PASQUALETTO
JOÃO VITOR DA SILVEIRA

ABRIL DE 2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO: ............................................................................................ 3
2. OBJETIVOS................................................................................................. 3
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 3
3.1. Materiais................................................................................................ 3
3.2. Procedimento Experimental .................................................................. 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO: .................................................................. 4
5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 6
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 7
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1. INTRODUÇÃO:

O calor de dissolução é uma propriedade que pode variar significativamente


dependendo das substâncias envolvidas e das condições em que ocorre a
dissolução. Por exemplo, algumas substâncias dissolvem-se facilmente em
certos solventes, enquanto outras podem exigir um esforço maior para se
dissolverem. Além disso, o calor de dissolução pode ser afetado pela
temperatura e pela pressão, o que pode influenciar a cinética e a
termodinâmica do processo de dissolução.

Existem diferentes formas de se calcular o calor de dissolução, incluindo


métodos calorimétricos e termodinâmicos. Os métodos calorimétricos envolvem
medir a variação da temperatura do sistema solvente-soluto após a adição do
soluto ao solvente, enquanto os métodos termodinâmicos envolvem o cálculo
da variação de entalpia do processo de dissolução a partir de dados
termodinâmicos experimentais ou teóricos.

O conhecimento do calor de dissolução é fundamental para o entendimento


das propriedades dos sistemas soluto-solvente, incluindo a solubilidade, a
estabilidade e a velocidade de reação. Por exemplo, a solubilidade de uma
substância em um solvente pode ser influenciada pelo calor de dissolução,
sendo que um valor negativo indica que a dissolução é exotérmica e, portanto,
a solubilidade aumenta com o aumento da temperatura. Já um valor positivo
indica que a dissolução é endotérmica e, portanto, a solubilidade diminui com o
aumento da temperatura.

Em resumo, o calor de dissolução é uma propriedade físico-química


importante que pode ser utilizada para prever as propriedades de sistemas
soluto-solvente e para otimizar a síntese e o uso de materiais e produtos
químicos em diversas áreas da química e da indústria.

2. OBJETIVOS

O objetivo do experimento é determinar o calor de dissolução do sal KCl.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais:

Foram utilizados: calorímetro de cerca de 400 mL, termômetros, provetas,


cronômetro, 1 balança analítica, KCl e água destilada.
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3.2. Procedimento Experimenta:

Inicialmente, determinou-se a capacidade calorífica da garrafa térmica que


seria utilizada. Feito isso, partiu-se para a determinação do calor de dissolução
do sal KCl em 400 mL de água. Foram feitas medidas de temperatura a cada
minuto por 15 minutos, analisando-se a variação de temperatura nesse
período. Com posse desses dados, e com a capacidade calorífica da garrafa
térmica, calculou-se o calor de dissolução.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Antes de seguir para o cálculo da ∆Hdiss. para o sal de KCl é necessário


determinar a capacidade calorifica da garrafa térmica, foi utilizando-se da
equação 1 dada:
𝑚𝑎 .𝑐𝑎 (𝑇𝑒𝑞 −𝑇𝑎𝑓 )
𝐶= (1)
(𝑇𝑒𝑞 −𝑇𝑎𝑚 )

Sendo C a capacidade calorífica do frasco, ma e ca respectivamente a


massa e o calor específico da água (4,184 J/g K), Teq a temperatura de
equilíbrio, Td temperatura da garrafa térmica e Taf a temperatura da água fria
antes de adicioná-la ao sistema (Castellan,2008).
Como foi utilizado cerca de 420mL de água fria, que é aproximadamente
420g e com o auxílio de um termômetro foram obtidos os dados presentes na
tabela 1:

T (°C)
Temperatura da garrafa 22
Temperatura água fria 7
temperatura de equilíbrio 9
Tabela 1 – temperatura para calibração da garrafa térmica

Desse modo:
420 . 4,184(7 − 9)
𝐶=
(9 − 22)
𝐽
𝐶 = 270,35
𝐾
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Para o experimento realizado foi preparado no interior do calorímetro,


uma solução 400mL que corresponde a aproximadamente 400g de agua e de
20,0496g de KCl. Feito isso, foi obtido a tabela 2, que diz a variação de
temperatura a cada 1 minuto até que o sistema entrasse em equilíbrio.

Tempo Variação da temperatura (°C)

00:00 21

01:00 21

02:00 20

03:00 20

04:00 20

05:00 19

06:00 19

07:00 19

08:00 19

09:00 19

10:00 19

11:00 19

12:00 19

13:00 19

14:00 19

15:00 19
Tabela 2 – variação de temperatura em função do tempo

Com os dados experimentais obtidos, assim como para calcular a entalpia de


neutralização é possível obter-se a entalpia de dissolução com um calorímetro
previamente calibrado para qualquer sal solúvel, que caso estudado se trata do
cloreto de potássio, através da equação 2 dada pelo livro de Fundamentos da
Físico-química (Castellan, 2008):
−[𝐶𝑐𝑎𝑙 (𝑇𝑓 −𝑇𝑖 )+𝑚𝐻2 𝑂 𝑐𝐻2 𝑂 (𝑇𝑓 −𝑇𝑖 )+ 𝑚𝐾𝐶𝑙 𝑐𝐾𝐶𝑙 (𝑇𝑓 −𝑇𝑖 )]
∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 𝐻𝑚 = (2)
𝑛𝐾𝐶𝑙
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Sendo CCal a capacidade calorifica da garrafa térmica, Tf a temperatura


de equilíbrio, Ti a temperatura inicial, mH2O a massa de água utilizada, cH2O a
capacidade calorifica da água (4,184 J/g.K), mKCl a massa do KCl, cKCl a
capacidade calorifica do cloreto de potássio que também pode ser obtido na
literatura (0,683 J/g.K) e por fim n que é o número de mols de KCl que foi
dissolvido, que pode ser determinado dividindo a massa pesada de KCl pela
massa molar que é de 74,55 g/mol:
𝑚𝐾𝐶𝑙
𝑛𝐾𝐶𝑙 =
𝑚𝑚
20,0496
𝑛𝐾𝐶𝑙 =
74,55
𝑛𝐾𝐶𝑙 = 0,2689 𝑚𝑜𝑙𝑠
Substituindo os valores na equação 2:
−[270,35.(19−21)+400 . 4,184 (19−21)+ 20,0496 . 0,683(19−21)]
∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 𝐻𝑚 =
0,2689

−[−540,7− 3347,2−24,39]
∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 𝐻𝑚 =
0,2689

−[−3915,29]
∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 𝐻𝑚 =
0,2689
𝐽 𝐾𝐽
∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠 𝐻𝑚 = +14560,39 ou +14,56
𝑚𝑜𝑙 𝑚𝑜𝑙

Como já visto empiricamente, agora há a comprovação através valor positivo


de entalpia que a reação é realmente exotérmica e liberou para o sistema cerca
de 14,56 KJ/mol de energia, e se comparado ao valor obtido nas literaturas que
é próximo de 17,22 KJ/mol, pode-se notar certa exatidão no método utilizado
mesmo considerando o tempo escasso e o equipamento amador utilizado.

5. CONCLUSÃO

O experimento realizado apesar dos empecilhos descritos anteriormente,


se mostrou ser um método bem eficiente e prático de ser realizado, e através
dos modelos matemáticos apresentados provou-se que o sistema formado pela
dissolução do cloreto de potássio em água é de fato exotérmico, liberando 14,56
KJ/mol ao ambiente. Ademais, o resultado obtido frente aos das literaturas foi
algo acima do esperado, visto novamente os problemas no decorrer do
experimento.
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6. REFERÊNCIAS

CASTELLAN, G. W. Fundamentos de Físico-Química.Rio de Janeiro: Editora LTC, 1986


Çengel, Y. A., Kanoglu, M., & Ghajar, A. J. (2014). Transferência de calor e
massa. McGraw-Hill Education.

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