Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA GERAL
FIS122 – FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL II-E - LABORATÓRIO
Turma P17
Professor: José Alejandro Moreno Alfonzo

Alunos:
Amado Lacerda Rios
Antônio Carlos Machado Matias
Antonio Sergio Pimentel Figueiredo

Equivalente do Calor e da Energia

RESUMO:

O experimento foi realizado para determinar a composição do material


de um bloco submetido à troca de calor com a água e do calor especifico da
água na unidade Joule/kg.ºC. Foram tomados os tempos e a temperatura da
água após a introdução de uma fonte de energia na mesma até a temperatura
da água atingir 80ºC, cuja massa foi devidamente medida anteriormente.
Quando atingiu a essa temperatura (80ºC) a fonte de energia foi desligada e
esperou-se 5(cinco) minutos para estabilizar a temperatura da água, momento
em que introduziu-se o bloco do material, que estava a temperatura ambiente.
Continuou-se a medir a temperatura por mais 05(cinco) minutos até a
temperatura do conjunto ( água + bloco) voltar a se estabilizar.
Com os dados práticos disponíveis calculou-se o calor especifico da
água na unidade de Joule/Kg.ºC, que resultou no valor de 4.614,72,
representando um erro em relação ao valor teórico de -10,22%, ou seja,
encontrou-se o valor da conversão de 1 cal para 1 joule, no valor de 4,61472 (
1cal = 4,61472), em quanto o valor teórico se revela igual a 1cal = 4,18680, que
é um erro relativamente aceitável.
Após medir a variação de temperatura para a água e o bloco e tendo em
vista que o calor que a água perde é exatamente igual ao calor que o bloco
absorve, ou seja, Qagua = -Qbloco, encontrou-se o valor do calor específico do
bloco, sendo o mesmo igual a 3.052,74 J/kg.ºC, ou seja, 0,729 cal/g.ºC. Este
resultado, tendo em vista aos valores padrões para o calor específico
publicados, não foi localizado nenhum material que possa ser identificado
através do valor encontrado.
Assim, levantou-se, ainda, a hipótese de que o material que se constitui
o bloco seja de material desconhecido, que não esteja listado nas relações de
calor específico dos materiais mais comuns existentes.
Creditou-se aos possíveis erros, além das falhas operacionais de
medições e dos aparelhos, aos seguintes fatos:
1) Não foi considero a perda de energia para a cuba existente dentro
da caixa do isopor.
2) Não foi considerado a perda de energia quando abriu-se a caixa de
isopor para introdução do bloco.
3) O conjunto (água + bloco) inserido no isopor não está totalmente
isolado do meio ambiente, provocando perda de energia para o
mesmo.
Por fim construiu-se o gráfico tempo (seg.) X temperatura (ºC), visando
acompanhar o comportamento do conjunto água + bloco e verificou-se com
mais clareza os pontos de equilíbrio.

1. OBJETIVOS
1.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo do experimento é a determinação de que tipo de material é
formado o bloco, através da comparação do seu calor especifico, encontrado
com os dados experimentais, e das tabelas teóricas de calor especifico dos
materiais mais comuns existentes.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Medir o tempo do comportamento da temperatura da água quando
submetida a uma fonte de calor.
• Medir o tempo do comportamento da temperatura do conjunto água +
bloco, após o desligamento da fonte de calor.
• Calcular o valor do calor específico da água na unidade J/kg.ºC.

• Calcular o valor do calor perdido da água após a imersão do bloco na


caixa de isopor.
• Traçar gráfico com os dados experimentais do gráfico:
Tempo (seg.) x Temperatura(ºC)
• Realizar o experimento com os princípios da termodinâmica.

2. MATERIAIS

1. Aquecedor
2. Termômetro
3. Calorímetro
4. Cronômetro
5. Béquer
6. Água
7. Balança
8. Caixa de isopor
9. Caixa de metal

3. MÉTODOS
Inicialmente mediu-se a massa do conjunto isopor + cuba de alumínio
existente dentro do isopor, cujo objetivo era não haver perda da massa de água
através de escoamento através da caixa de isopor. Em seguida foi enchido a
cuba de alumínio com 4 litros de água, medidos através de um béquer.
Para encontrar a massa da água incluída na cuba de alumínio, voltou-se
a pesar o conjunto, isopor + cuba de alumínio + água e do valor encontrado
subtraiu-se do valor encontrado inicialmente da pesagem do conjunto isopor +
cuba de alumínio.
Introduziu-se o aquecedor no isopor e passou-se a medir a temperatura
da água a cada minuto, quando chegou-se aos 28º minuto desligo-se a fonte
de energia, tendo em vista que a água atingiu a temperatura de 80ºC.
Aguardou-se 5 minutos para que a temperatura se estabilizasse e incluímos o
bloco do material desconhecido dentro do isopor, submerso na água. Após 5
minutos a temperatura do conjunto água+bloco voltou a se estabilizar, quando
encerrou-se o processo de medição do tempo e temperatura.
De posse dos dados experimentais efetuou-se os cálculos do calor
liberado pelo calorímetro; do calor específico da água na unidade de J/kg.ºC;
do calor perdido pela água, que se traduziu no mesmo valor do calor absorvido
pelo bloco e o cálculo do calor especifico do bloco na unidade de J/kg.ºC. Com
esse valor buscou-se nas tabelas teóricas de calor específico, valor idêntico
e/ou próximo visando descobrir de que tipo de material o bloco era composto.

4. RESULTADOS

4.1. DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA NA UNIDADE


J/KG.ºC.

Através dos dados obtidos efetuamos o cálculo do calor específico


através das seguintes equações: Q = P x t , ou seja, o calor absorvido pela
água decorre do tempo que em a fonte de energia esteve exposta na água.
Com a equação Q = c x m x (Tf – Ti), deduziu-se que o valor do calor
específico em J/kg.ºC, é dado por Calor específico (J/kg.ºC) = Q(J) / m(kg) x (Tf
– Ti)(ºC).
Após os cálculos encontrou-se o valor de 4,614,72 J/Kg.ºC para o calor
específico da água.
Por fim no gráfico I, em anexo, plotou-se os dados referentes aos
tempos (seg.) X temperatura da água no experimento.
Tabela I:
Tempo (seg.) X Temperatura da água(ºC)
Tempo Temperatura Observação
0 24,3  
1 24,4  
2 24,6  
3 25,0  
4 25,6  
5 26,3  
6 27,0  
7 28,1  
8 29,3  
9 30,7  
10 32,0  
11 33,6  
12 35,6  
13 37,1  
14 39,4  
15 42,0  
16 44,6  
17 47,1  
18 49,7  
19 52,0  
20 54,5  
21 56,9  
22 59,1  
23 61,4  
24 63,8  
25 66,4  
26 69,9  
27 74,9  
28 80,0 A fonte de energia foi desligada
29 81,7  
30 80,4  
31 79,6 A barra foi introduzida na água
32 68,9  
33 66,6  
34 66,5  
35 66,7  
36 67,0  

Outros dados obtidos e/ou constantes utilizadas nos cálculos:


Outros dados e constantes Valor
Massa da caixa ( Kg ) 0,510
Massa do conjunto (caixa + água) ( Kg) 4,510
Massa da água ( kg ) 4,000
Massa do bloco ( Kg) 1,814
Potência do aquecedor ( w) 612,0

Cálculos

Q(calor) fornecido pelo aquecedor

Item Valor Valor


Potencia do aquecedor(w)
612  
Tempo que o aquecedor ficou ligado ( min / seg)
28 1.680
Calor Fornecido (Joule - J): Q=
P(w) x t(seg) 1.028.160

Calculo do Calor especifico da água em


( Joule - J/kg.ºC )

Sabemos que
Q(recebida)= c(J/kg.ºC) x m(g) x (tfinal - tinicial)
Então o calor especifico em ( J/kg.ºC) =
c(J/kg.ºC) =Q(recebida) / [ m(kg) x (tfinal - tinicial) ]
Calor específico da água (J/kg.ºC) = 4.614,72

4.2 DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DO BLOCO E


DETERMINAÇÃO DO TIPO DE MATERIAL DE QUE O MESMO É
COMPOSTO.
Através dos dados obtidos na continuidade do experimento, foi
calculado o valor do calor perdido pela água após a introdução do bloco na
caixa de isopor, tendo presente o calor específico da água calculado na etapa
anterior , a sua massa e a variação de temperatura sofrida após a introdução
do bloco até a estabilização da temperatura do conjunto água + bloco. Assim,
através da equação Q(perdido) = calor específico da água x m(massa da água)
x (Tf – Ti), encontrou-se o valor de -232,581,97 J, que representa o valor em
módulo absorvido pelo bloco, que através da equação Q(absorvido) = calor
específico do bloco x m(massa da bloco) x (Tf – Ti), pode-se deduzir que o
𝑄
calor específico do bloco será dado por c(bloco) = 𝑚 𝑥 (𝑇𝑓−𝑇𝑖) , que após a

substituição dos valores foi encontrado o resultado 3.052,74 J/kg.ºC, para o


calor específico do bloco, que corresponde a 0,729 cal/g.ºC.
Cálculo do calor específico do bloco
Temperatura inicial do bloco 25,0
Temperatura inicial da água 79,6
Temperatura final do conjunto ( bloco + água ) 67,0
Calor perdido pela água Q(perdida da agua)= c(J/kg.ºC) x m(kg) x
(tfinal - tinicial)
Q(perdido pela água)= - 232.581,97
Temos que: Q(perdido pela água) =- Q(absorvido pelo
bloco)
Então: Q(absorvido pelo bloco)= 232.581,97
Q(absorvido pelo bloco)= c do
Temos que: bloco(J/kg.ºC) x m do bloco (kg) x (tfinal do
bloco - tinicial do bloco)

Portanto o calor especifico do bloco c do bloco(J/kg.ºC) =Q(absorvido pelo


em J/kg.ºC é igual a bloco) / [ m do bloco (kg) x (tfinal do bloco -
tinicial do bloco) ]
calor especifico do bloco em J/kg.ºC = 3.052,74

Comparação dos resultados


Valor Diferenç
Item Valor teórico Encontrado a Diferença( %)
Calor espec. da água(J/kg.ºC)= 4.186,80 4.614,72 - 427,92 -10,22%

C do bloco em C do bloco em
Item / unidade (J/Kg.ºC) (cal/g.ºC)
Calor especifico do bloco 3.052,74 0,729
Calor específico de outros materiais
Material Calor Específico em (cal/g.ºC)
Água 1,000
Aluminio 0,216
Tijolo 0,199
Cimento(bloco) 0,186
Vidro 0,160
Ferro 0,107
Aço 0,104
Cobre 0,092
Prata 0,056
Ouro 0,031
Chumbo 0,031

5. CONCLUSÃO

O valor encontrado para o calor específico em J/kg.ºC para a água se


mostrou bastante aceitável, tendo em vista que o erro verificado em
relação ao valor teórico foi de -10,22%, porém para o calor específico do
bloco , não conseguimos identificar um material, mesmo considerando
uma margem de erro de +/- 10%, em relação ao valor experimental
encontrado de 0,729 cal/g.ºC,( que resulta numa faixa de 0,656 cal/g.ºC
a 0,802 cal/g.ºC, considerando a margem de erro citada), que se
identificasse com o valor resultante. Revisamos os cálculos, as fórmulas
e as unidades utilizadas e não conseguimos identificar o motivo de
tamanho desvio no cálculo do calor específico do bloco, apesar de
termos ciência dos fortes fatores de erros experimentais, como as
medições, as calibrações dos instrumentos utilizados, bem como as
falhas sistêmicas do experimento como por exemplo: A perda de energia
para a cuba existente dentro da caixa do isopor; a perda de energia
quando abrimos a caixa de isopor para introdução do bloco e a falta de
isolamento total do conjunto (água + bloco) inserido no isopor do meio
ambiente, que provoca, também, perda de energia do sistema, que não
foram consideradas em nossos cálculos.
Outra hipótese é de que o material do qual é composto o bloco, que foi
submetido ao experimento, não esteja listado nas tabelas de calor
específico existentes, sendo o mesmo, composto de material diferente
e/ou composição de diversos materiais cujo calor específico ainda não
foi medido/definido adequadamente.

6. REFERÊNCIAS

UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Roteiro do experimento


Equivalente do calor e da energbia, disponível em:
http://www.fis.ufba.br/sites/fis.ufba.br
YOUNG, H. D. & FREEDMAN, R. A. Física II: Termodinâmica e ondas I.
Tradução e revisão técnica: Adir Moysés Luiz; colaboradores: T. R. Sandin, A.
Lewis Ford. São Paulo: Pearson Education, 2008. 12ª Ed.

Você também pode gostar