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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
Física Experimental I – 1101165

CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

ACADÊMICO: GABRIELLA LIMA HENRIQUE MATRÍCULA: 20190045995


TURMA: 09 PROFESSORA: KAROLINE OLIVEIRA MOURA

João Pessoa, 07 de dezembro de 2021


1 OBJETIVOS

O experimento objetiva determinar a capacidade calorífica de um calorímetro e o calor


específico de dois sólidos distintos.

2 MATERIAIS UTILIZADOS

i. Calorímetro;
ii. Balança analógica tríplice (precisão de 0,1 g);
iii. Termômetro (precisão de 0,5ºC);
iv. Aquecedor elétrico;
v. Amostras de sólidos (cubo de ferro e cubo de cobre com zinco);
vi. Recipiente;
vii. Água.

(a) (b) (c) (d)


Figura 1: Calorímetro (a), balança analógica tríplice (b), termômetro (c) e amostras de sólidos (d).

3 DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO

O experimento se divide em duas partes, de modo que a primeira consiste em determinar


a capacidade calorífica (C) do calorímetro e, a segunda, em calcular o calor específico de dois
sólidos.
No primeiro processo, colocou-se uma certa quantidade de água para aquecer e realizou-
se os seguintes procedimentos:
i. Mediu-se a massa do calorímetro sem água;
ii. Depositou-se no calorímetro certa massa de água (cerca de 150 g) a uma temperatura
ambiente, mediu-se a temperatura inicial desta água fria e obteve-se a massa do
conjunto;
iii. Quando a água que estava aquecendo iniciou o processo de ebulição, leu-se sua
temperatura com o termômetro, encontrando, assim, a temperatura inicial da água
quente (cerca de 100ºC);
iv. Introduziu-se, rapidamente, cerca de 150 g desta água quente no calorímetro, agitou-se
a mistura e esperou-se aproximadamente um minuto para que o sistema entrasse em
equilíbrio térmico;
v. Ao entrar em equilíbrio, obteve-se a temperatura do conjunto;
vi. Por fim, mediu-se a massa total do sistema composto por calorímetro, água fria e quente.

O segundo processo foi realizado para dois sólidos distintos, sendo estes um cubo de
cobre com zinco e um cubo de ferro. Para cada um deles mediu-se sua massa e executou-se três
vezes (exceto o item ii que só foi aferido uma vez) os seguintes procedimentos:
i. Colocou-se no calorímetro uma certa quantidade de água a temperatura ambiente
(apenas o suficiente para cobrir o sólido) e obteve-se a massa do sistema;
ii. Mediu-se a temperatura inicial deste conjunto;
iii. Aqueceu-se o corpo cujo calor específico se quer determinar, colocando-o imerso em
um recipiente com água se aquecendo;
iv. Mediu-se a temperatura inicial do sólido, sendo esta igual a de estabilização do sistema
após o início da ebulição da água (cerca de 100ºC);
vii. Introduziu-se rapidamente o cubo no calorímetro, agitou-se a mistura e esperou-se
aproximadamente um minuto para que o sistema entrasse em equilíbrio térmico;
viii. Ao entrar em equilíbrio, obteve-se a temperatura do conjunto.

(a) (b) (c)


Figura 2: Água fervendo (a), representação da medição de massa dos sistemas (b) e sólido alcançando
sua temperatura inicial (c).

4 DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE


No primeiro processo, para determinação da capacidade calorífica, ocorreram medições
utilizando a balança e o termômetro, obtendo os valores expostos na tabela 1.

Tabela 1: Dados de massa e temperatura obtidos na primeira etapa do experimento.


mcal (g) mcal + maf (g) mcal + maf + maq (g) T0, af (ºC) T0, aq (ºC) Teq (ºC)
(247,1 ± 0,1) (379,3 ± 0,1) (491,2 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (98,0 ± 0,5) (59,0 ± 0,5)

Já no segundo processo, para a determinação do calor específico dos sólidos em estudo,


mediu-se a massa deles, alcançando para o cubo de cobre com zinco mCuZn = (59,4 ± 0,1) g, e
para o de ferro mFe = (59,9 ± 0,1) g. Além disso, obteve-se os dados apresentados na tabela 2.

Tabela 2: Dados de massa e temperatura obtidos na segunda etapa do experimento.


mcal + maf (g) T0, af (ºC) T0, sólido (ºC) Teq (ºC)
1 (313,2 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (97,0 ± 0,5) (33,0 ± 0,5)
Cubo de Cobre
2 (316,7 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (99,0 ± 0,5) (33,0 ± 0,5)
com Zinco
3 (318,2 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (99,0 ± 0,5) (34,0 ± 0,5)
1 (319,0 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (97,0 ± 0,5) (33,0 ± 0,5)
Cubo de Ferro 2 (320,9 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (98,0 ± 0,5) (34,8 ± 0,5)
3 (321,3 ± 0,1) (28,5 ± 0,5) (96,0 ± 0,5) (34,0 ± 0,5)

5 RESULTADOS

Quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato,
nota-se que, após certo intervalo de tempo, ambos encontram-se com a mesma temperatura, ou
seja, ocorre o equilíbrio térmico. Nesse processo, há transferência de energia térmica dos corpos
de maior temperatura para os de menor.
Em um calorímetro é possível fazer o estudo da troca de calor entre os corpos, pois trata-
se de um recipiente feito para que não se ocorra troca de calor com meio externo. A quantidade
de calor (Q) transferida é proporcional à massa (m) do corpo que transfere calor e a variação da
temperatura (𝛥T), isto é:
𝑄 = 𝑐 ∙ 𝑚 ∙ ∆𝑇 (1)
Sendo c o calor específico da substância. Além disso, a capacidade calorífica de um corpo é
dada por:
𝐶 =𝑐∙𝑚 (2)
No experimento, utilizou-se um calorímetro contendo água, estando ambos em uma
temperatura inicial T0,af. Na primeira etapa inseriu-se água quente no sistema e na segunda, um
corpo sólido x. Como dentro do calorímetro os corpos trocam calor até atingir o equilíbrio
térmico, considerando Qcal, Qaf e Qx as quantidades de calor trocadas pelo calorímetro, pela
água e pelo segundo elemento x, respectivamente, pode-se escrever a equação de equilíbrio
térmico como:
𝑄𝑐𝑎𝑙 + 𝑄𝑎𝑓 + 𝑄𝑥 = 0 (3)

5.1 PRIMEIRO PROCESSO

O primeiro processo busca determinar a capacidade calorífica do calorímetro. Nele


utilizou-se um sistema composto por calorímetro, água à temperatura ambiente e água quente.
Desse modo, como ele entra em equilíbrio térmico, emprega-se a equação 3 (em paralelo com
a 1 e 2) e, sabendo que o calor específico da água é ca = 4,187 J/g°C, tem-se:
𝑄𝑐𝑎𝑙 + 𝑄𝑎𝑓 + 𝑄𝑎𝑞 = 0
𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞 = 0
−𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 − 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞
𝐶=
∆𝑇𝑐𝑎𝑙
−𝑐𝑎
𝐶= ∙ (𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 + 𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞 ) (4)
∆𝑇𝑐𝑎𝑙
A partir dos dados da tabela 1, é possível calcular as massas e a diferença de temperatura
de cada elemento, além da incerteza associada a essas medições. Primeiramente, a diferença de
temperatura é dada por:
∆𝑇 = 𝑇𝑓 − 𝑇0 (5)
Com um erro de:
𝜕∆𝑇 2 𝜕∆𝑇 2
∆∆𝑇 2 = ( ) ∙ ∆ 𝑇𝑓 2 + ( ) ∙ ∆ 𝑇0 2 (6)
𝜕𝑇𝑓 𝜕𝑇0
Para todas as medições, será:
∆∆𝑇 2 = (1)2 ∙ 0,52 + (−1)2 ∙ 0,52 = 2 ∙ 0,52 ∴ ∆∆𝑇 = 0,707106°𝐶
Desse modo, utilizando os dados da tabela 1, sabendo que a temperatura final e a inicial
do calorímetro são aa mesmas da água fria e utilizando a equação 5 e a incerteza acima,
encontrou-se as seguintes diferenças de temperatura:
∆𝑇𝑐𝑎𝑙 = (30,5 ± 0,7)°𝐶
∆𝑇𝑎𝑓 = (30,5 ± 0,7)°𝐶
∆𝑇𝑎𝑞 = (−39,0 ± 0,7)°𝐶
Para o cálculo da massa da água fria, tem-se:
𝑚𝑎𝑓 = (𝑚𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝑎𝑓 ) − 𝑚𝑐𝑎𝑙 = 379,3 − 247,1 = 132,2 𝑔
E um erro associado de:
𝜕𝑚𝑎𝑓 𝜕𝑚𝑎𝑓 2
∆𝑚𝑎𝑓 2 = ( )2 ∙ ∆(𝑚𝑐𝑎𝑙 +𝑚𝑎𝑓) 2 + ( ) ∙ ∆𝑚𝑐𝑎𝑙 2 (7)
𝜕(𝑚𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝑎𝑓 ) 𝜕𝑚𝑐𝑎𝑙
Ou seja:
∆𝑚𝑎𝑓 2 = (1)2 ∙ 0,12 + (−1)2 ∙ 0,12 ∴ ∆𝑚𝑎𝑓 = 0,141421 𝑔
Já a massa da água quente terá a mesma incerteza que a da água fria e é dada por:
𝑚𝑎𝑞 = (𝑚𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝑎𝑓 + 𝑚𝑎𝑞 ) − (𝑚𝑐𝑎𝑙 + 𝑚𝑎𝑓 ) = 491,2 − 379,3 = 111,9 𝑔
Dessa forma, pelos cálculos e dados da tabela 1, tem-se como massas:
𝑚𝑐𝑎𝑙 = (247,1 ± 0,1) 𝑔
𝑚𝑎𝑓 = (132,2 ± 0,1) 𝑔
𝑚𝑎𝑞 = (111,9 ± 0,1) 𝑔
Utilizando a equação 4, sabendo que ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 = ∆𝑇𝑎𝑓 , tem-se:
𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞
𝐶 = −𝑐𝑎 ∙ (𝑚𝑎𝑓 + ) (8)
∆𝑇𝑐𝑎𝑙
Substituindo os valores encontrados, obtém-se a capacidade calorífica do calorímetro:
111,9 ∙ (−39)
𝐶 = −4,187 ∙ (132,2 + ) = 45,5765 𝐽/°𝐶
30,5
Com base na equação 8, calcula-se o erro associado ao valor de C, sendo ele:
𝜕𝐶 2 𝜕𝐶 2 𝜕𝐶 2 𝜕𝐶 2
∆𝐶 2 = ( ) ∙ ∆𝑚𝑎𝑓 2 + ( ) ∙ ∆𝑚𝑎𝑞 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑎𝑞 2
𝜕𝑚𝑎𝑓 𝜕𝑚𝑎𝑞 𝜕∆𝑇𝑐𝑎𝑙 𝜕∆𝑇𝑎𝑞
−𝑐𝑎 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞 2 −𝑐𝑎
∆𝐶 2 = (−𝑐𝑎 )2 ∆𝑚𝑎𝑓 2 + ( ∙ ∆𝑇𝑎𝑞 )2 ∙ ∆𝑚𝑎𝑞 2 + ( 2 ) ∙ ∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2 + ( ∙ 𝑚𝑎𝑞 )2 ∆∆𝑇𝑎𝑞 2
∆𝑇𝑐𝑎𝑙 ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 ∆𝑇𝑐𝑎𝑙
∆𝑇𝑎𝑞 𝑚𝑎𝑞 ∙ ∆𝑇𝑎𝑞 2 𝑚𝑎𝑞
∆𝐶 2 = (𝑐𝑎 )2 ∙ (∆𝑚𝑎𝑓 2 + ( )² ∙ ∆𝑚𝑎𝑞 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2 + ( )²∆ 2
) (9)
∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2
∆𝑇𝑐𝑎𝑙 ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 ∆𝑇𝑎𝑞
Assim, substituindo os valores, tem-se:
−39 111,9 ∙ (−39) 2 111,9
∆𝐶 2 = (4,187)2 ∙ (0,12 + ( )² ∙ 0,12 + ( 2
) ∙ 0,72 + ( )² ∙ 0,72 )
30,5 30,5 30,5
∆𝐶 = 17,46844 𝐽/°𝐶
Portanto, a capacidade calorífica do calorímetro é C = (4 ± 2) ∙10 J/°C.

5.2 SEGUNDO PROCESSO

Nessa segunda parte do experimento, buscou-se determinar o calor específico dos


sólidos a partir da coleta dos dados expressos na tabela 2. De forma análoga ao processo
anterior, calculou-se a massa de cada parte do sistema (calorímetro, água e sólido) e sua
diferença de temperatura. Com isso, obteve-se a tabela abaixo:

Tabela 3: Massas e temperaturas do calorímetro, água e sólido.


mcal (g) maf (g) msól (g) ΔTcal (ºC) ΔTaf (ºC) ΔTsól (ºC)
Cubo de 1 (247,1 ± 0,1) (66,1 ± 0,1) (59,4 ± 0,1) (4,5 ± 0,7) (4,5 ± 0,7) (-64,0 ± 0,7)
Cobre
2 (247,1 ± 0,1) (69,6 ± 0,1) (59,4 ± 0,1) (4,5 ± 0,7) (4,5 ± 0,7) (-66,0 ± 0,7)
com
Zinco 3 (247,1 ± 0,1) (71,1 ± 0,1) (59,4 ± 0,1) (5,5 ± 0,7) (5,5 ± 0,7) (-65,0 ± 0,7)
1 (247,1 ± 0,1) (71,9 ± 0,1) (59,9 ± 0,1) (4,5 ± 0,7) (4,5 ± 0,7) (-64,0 ± 0,7)
Cubo de
2 (247,1 ± 0,1) (73,8 ± 0,1) (59,9 ± 0,1) (6,3 ± 0,7) (6,3 ± 0,7) (-63,2 ± 0,7)
Ferro
3 (247,1 ± 0,1) (74,2 ± 0,1) (59,9 ± 0,1) (5,5 ± 0,7) (5,5 ± 0,7) (-62,0 ± 0,7)

Para obter o calor especifico do sólido, como o sistema está em equilíbrio, utiliza-se as
equações 1, 2 e 3. Assim:
𝑄𝑐𝑎𝑙 + 𝑄𝑎𝑓 + 𝑄𝑠ó𝑙 = 0
𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 + 𝑐𝑠ó𝑙 ∙ 𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙 = 0
−𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 − 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓
𝑐𝑠ó𝑙 = (10)
𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙
Que apresenta um erro associado de:
𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2 𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2 𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2 𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2
∆𝑐𝑠ó𝑙 2 = ( ) ∙ ∆𝑚𝑎𝑓 2 + ( ) ∙ ∆𝑚𝑠ó𝑙 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑎𝑓 2
𝜕𝑚𝑎𝑓 𝜕𝑚𝑠ó𝑙 𝜕∆𝑇𝑐𝑎𝑙 𝜕∆𝑇𝑎𝑓
𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2 𝜕𝑐𝑠ó𝑙 2 −𝑐𝑎 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 2
+( ) ∙ ∆∆𝑇𝑠ó𝑙 2 + ( ) ∙ ∆𝐶 2 = ( ) ∙ ∆𝑚𝑎𝑓 2
𝜕∆𝑇𝑠ó𝑙 𝜕𝐶 𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙
𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 2 2 −𝐶 2 −𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 2
+( 2 ) ∙ ∆ 𝑚 + ( )2
∙ ∆ ∆𝑇 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑎𝑓 2
𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙 𝑠ó𝑙
𝑚 𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙
𝑐𝑎𝑙
𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙
𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 2 −∆𝑇 𝑐𝑎𝑙
+( 2 ) ∙ ∆∆𝑇𝑠ó𝑙 2 + ( )2 ∙ ∆𝐶 2
𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙 𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙
1 𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 2
∆𝑐𝑠ó𝑙 2 = ( )2 ((−𝑐𝑎 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 )2 ∙ ∆𝑚𝑎𝑓 2 + ( ) ∙ ∆𝑚𝑠ó𝑙 2
𝑚𝑠ó𝑙 ∙ ∆𝑇𝑠ó𝑙 𝑚𝑠ó𝑙
𝐶 ∙ ∆𝑇𝑐𝑎𝑙 + 𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 ∙ ∆𝑇𝑎𝑓 2
+(−𝐶)2 ∙ ∆∆𝑇𝑐𝑎𝑙 2 + (−𝑐𝑎 ∙ 𝑚𝑎𝑓 )2 ∙ ∆∆𝑇𝑎𝑓 2 + ( ) ∙ ∆∆𝑇𝑠ó𝑙 2
∆𝑇𝑠ó𝑙
+(−∆𝑇𝑐𝑎𝑙 )2 ∙ ∆𝐶 2 ) (11)
Desse modo, utilizando os dados da tabela 3 e as equações 10 e 11, encontrou-se os
valores de calor específico expostos na tabela 4.

Tabela 4: Calor específico dos sólidos com seu respectivo erro.


csól (J/g°C)
Cubo de 1 (0,37 ± 0,06)
Cobre 2 (0,38 ± 0,06)
com
Zinco 3 (0,48 ± 0,06)
1 (0,40 ± 0,06)
Cubo de
2 (0,58 ± 0,07)
Ferro
3 (0,52 ± 0,07)

Como foi obtido para cada sólido três valores de calor específico, é necessário realizar
a média deles, dada por:
𝑁
1
𝑥̅ = ∑ 𝑥𝑖 (12)
𝑁
𝑖=1
em que N é a quantidade de medidas e 𝑥𝑖 é o valor da medida correspondente. Nesse caso, para
o cubo de cobre com zinco, tem-se:
0,37 + 0,38 + 0,48
𝑐𝑠ó𝑙1 =
̅̅̅̅̅̅ = 0,41 𝐽/𝑔°𝐶
3
Já para o de ferro:
0,40 + 0,58 + 0,52
𝑐𝑠ó𝑙2 =
̅̅̅̅̅̅ = 0,50 𝐽/𝑔°𝐶
3
Para que o valor da média fique mais próxima do real é necessário levar em consideração
o erro estatístico, que é calculado com base no desvio padrão, visto que este faz relação com a
distribuição das medidas em torno do valor médio. Desse modo, o erro estatístico é dado por:
𝜎
𝜎𝑥̅ = ∆𝑥𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 = (13)
√𝑁
em que o desvio padrão é:
∑𝑁 (𝑥̅ − 𝑥𝑖 )2
𝜎 = √ 𝑖=1 (14)
𝑁−1
Desse modo, utilizando a equação 14 e 13 para calcular, respectivamente, o desvio
padrão e o erro estatístico do calor específico do sólido 1, tem-se:
(0,41 − 0,37)2 + (0,41 − 0,38)2 + (0,41 − 0,48)²
𝜎𝑠ó𝑙1
̅̅̅̅̅̅ = √ = 0,060827625 𝐽/𝑔°𝐶
2
0,060827625
∆𝑥̅̅̅̅̅̅
𝑠ó𝑙1 = = 0,035118846 𝐽/𝑔°𝐶
√3
Enquanto para o sólido 2:
(0,50 − 0,40)2 + (0,50 − 0,58)2 + (0,50 − 0,52)²
𝜎𝑠ó𝑙2
̅̅̅̅̅̅ = √ = 0,091651514 𝐽/𝑔°𝐶
2
0,091651514
∆𝑥̅̅̅̅̅̅
𝑠ó𝑙2 = = 0,0529150263 𝐽/𝑔°𝐶
√3
Portanto, por meio do experimento, alcançou-se para o cubo de cobre com zinco um
calor específico de csól1 = (0,41 ± 0,04) J/g°C. Já para o cubo de ferro atingiu-se um calor
específico de csól2 = (0,50 ± 0,05) J/g°C.

6 DISCUSSÃO

No primeiro processo, obteve-se a capacidade calorífica do calorímetro, resultando em


C = (4 ± 2) ∙10 J/°C. Como pode ser visto, há uma incerteza alta associada a esta medida, que
reflete a propagação de erros, visto que se utilizou dados coletados de forma direta e valores
alcançados indiretamente, além de estar relacionada à sensibilidade do método utilizado, à
qualidade dos equipamentos (do próprio calorímetro) e às aproximações realizadas.
Já a partir do segundo processo, encontrou-se o calor específico de dois sólidos, sendo
csól1 = (0,41 ± 0,04) J/g°C para o cubo de cobre com zinco e csól2 = (0,50 ± 0,05) J/g°C para o
de ferro. Os valores tabelados do brass (liga metálica de cobre e zinco) é c1 = (0,387 ± 0,001)
(J/g K), enquanto que o do aço é de c2 = (0,469± 0,001) (J/g K). Desse modo, nota-se uma certa
concordância entre os valores tabelados e experimentais, diferindo o Brass em cerca de 5,94%
e o ferro em comparação ao aço em 6,61%. Pode-se, então, considerar uma diferença pequena,
decorrente de erros estatísticos, sensibilidade do experimento, condições ambientais etc.
Em suma, os fatores geradores de incertezas no experimento são resultantes das
aproximações realizadas, erros provenientes do instrumento utilizado para medição
(termômetro e balança analógica) e sua qualidade, erros estatísticos etc. O manuseio, a
calibração dos equipamentos e o cuidado na coleta dos dados influenciam diretamente nos
resultados dos processos, por exemplo: no momento de observar a temperatura de equilíbrio,
era necessário realizar uma leitura de forma rápida, visto que ao remover o termômetro do
calorímetro ele já saia do estado de equilíbrio, sendo influenciando pela temperatura do
ambiente externo. Ou seja, isso mostra uma etapa importante, mas bastante sensível das duas
etapas.
Além disso, como cada processo possui sua sensibilidade às aproximações realizadas,
as condições ambientais, como o vento, podem ter influenciado o experimento, pois dificultou
a medição com a balança. Ademais, outro ponto está na qualidade dos equipamentos,
destacando o calorímetro utilizado, o qual não é feito do melhor material isolante, no entanto,
como não se utilizou altíssimas temperaturas, ele é válido.

7 CONCLUSÕES

Por meio do experimento foi possível determinar a capacidade calorífica de um


calorímetro a partir do primeiro processo, alcançando um valor de C = (4 ± 2) ∙10 J/°C. Além
disso, através da segunda etapa do experimento, obteve-se o calor específico de dois sólidos,
sendo csól1 = (0,41 ± 0,04) J/g°C para o cubo de cobre com zinco e csól2 = (0,50 ± 0,05) J/g°C
para o de ferro. Ademais, observou-se que os valores de calor específico encontrados
experimentalmente diferiram pouco dos tabelados, em cerca de 5,94% (Brass) e 6,61% (ferro
em comparação ao aço), o que reflete as aproximações, sensibilidade dos métodos utilizados,
erros experimentais e propagação de incertezas.

REFERÊNCIAS

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e


termodinâmica. v. 2, 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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